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Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC

Especialização em Engenharia da Confiabilidade

Termografia Aplicada ao
Diagnóstico de Falhas
Ubatan A. Miranda, Me. Eng.
Plano de ensino
Unidade Curricular: Termografia Aplicada ao Diagnóstico de
Carga Horária (h): 24
Falhas
Ementa:  Conceitos fundamentais;
 Radiação térmica (Corpo negro; Lei de Stefan-Boltzmann; Lei
de Planck; Propriedades radiativas; Lei de Kirchhoff);
 Propriedades básicas de sistemas de imagem infravermelha
(Detectores, Processo básico de medição, câmera
termográfica, sistema óptico, FOV)
 Processamento de imagem infravermelha (Imagem térmica,
Temperatura aparente, Temperatura aparente vs
emissividade, Outros parâmetros que influenciam a
Temperatura aparente)
 Técnicas de medição termográfica (Gradiente térmico,
Sintonia térmica, Isoterma, Paleta de cores, Perfil térmico)
 Estudos de caso (Reflectividade, Aplicação em indústria
metal-mecânica, Aplicação em indústria automotiva,
Aplicação em indústria aeroespacial, Aplicação em
manutenção preditiva, Aplicação em controle de qualidade,
Aplicação em indústria petroquímica, Aplicação em sistemas
elétricos)
 Norma ISO 18434-1
Referências bibliográficas:
 HELLIER, Charles J. Handbook of nondestructive evaluation. New York: UTFPR,
2001. pag. irreg. ISBN 0-07-028121-1
 INCROPERA, Frank P.; DEWITT, David P. Fundamentos de transferência de calor e
massa. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003
 KARDEC, Alan; NASCIF, Júlio; BARONI, Tarcísio. Gestão estratégica e técnicas
preditivas. Rio de Janeiro: ABRAMAN, 2002.
Introdução

• O que é Termografia?

– Ferramenta de visualização dos efeitos da temperatura


“invisíveis” aos olhos humanos.

– A Termografia infravermelha é uma técnica de aquisição


e análise de informações da condição térmica de um
componente a partir de dispositivos de obtenção de
imagens térmicas sem contato.
Introdução

• O que é Termografia?

– Todos os objetos perdem calor para o meio


constantemente

– Este calor está na forma de radiação térmica e também se


encontra dentro do espectro infravermelho

– A Termografia é uma técnica utilizada para “visualizar” este


calor
Introdução

• O que é Termografia?

“Visualizar” o calor...
Introdução

• Vantagens da Termografia

– Não precisa de contato (utiliza sensor remoto)

– Não interfere no processo (sensoriamento passivo)

– É feita em tempo real

– Tem duas dimensões


Introdução

• Funcionamento da câmera
Sensores

• Temperatura
• Reconhecimento
de lentes

Detector
Eletrônica
• Filtro
Radiação Radiação IV • Condicionamento • Cálculos/correções
e digitalização do • Processamento de
sinal imagens

Interface usuário

Lentes • Controle
• Display
Introdução

• Aplicações

– Monitoramento da condição de equipamentos (elétrico,


mecânico, construção, fluxo de fluidos, fornos e
caldeiras,...)
– Pesquisa e desenvolvimento
– Médica e veterinária
– Controle de qualidade
– Testes não-destrutivos
Introdução

• Aplicações

– Mecânica
• Mancais
• Engrenagem
• Correias
• Acoplamentos
• Bombas
• Motores
• Caldeiras
• Isolamentos
Introdução

• Aplicações

– Elétrica
• Transformadores
• Inspeções Elétricas
• Problemas de Conexão
• Sobrecarga em Circuitos e Componentes
• Desbalanceamento de Cargas
• Mal dimensionamento
• Elementos danificados...
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Temperatura
• Por quê ela é importante?
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Temperatura

• Medida da energia cinética das partículas em uma substância


• Não é uma medida do calor, mas a diferença de temperaturas
implica na transferência de energia térmica
• Percepção sensorial (noção de “quente” e “frio”);
• Sensores medem e quantificam esta noção.
• É uma propriedade que, quando imutável, determina se dois corpos
estão em equilíbrio térmico.
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Além disso…
• Temperatura mede intensidade; indica o estado de um corpo em
relação a outros.
• Aumenta ou diminui à mesma medida que a troca de calor
• Zero absoluto: -273,15 °C (estado no qual as moléculas de um
corpo estão totalmente paradas)

• °C = K - 273,15
• °R = 1,8 K
• °F = 1,8 K – 459,67 = 1,8 °C + 32
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Calor
• Existe diferença entre calor e temperatura?
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Calor
• É a energia em trânsito devido à diferença de temperaturas.
• Se é energia em trânsito, só acontece quando esta energia cruza a
fronteira do sistema;
• Calor não pode ser armazenado, mas convertido de/para outra
forma de energia (fricção, combustão).
• O que induz a transferência de calor é a diferença de temperaturas.
Se o fluxo de energia que cruza o sistema é causado por qualquer
potencial que não seja DT, então esta energia não é calor.
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Calor
• Lei da Conservação da Energia
• A soma de todas as formas de energia associadas a um sistema é
constante.
• Não se pode criar energia, apenas converter de uma forma para
outra.
– Exemplo: sistema fechado
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Lei do Fluxo de Calor

• O calor irá fluir espontaneamente de uma temperatura maior para


uma temperatura menor.
Introdução

• Conceitos fundamentais

– Transferência de Calor
• Lei da Conservação da Energia
• A soma de todas as formas de energia associadas a um sistema é
constante.
• Não se pode criar energia, apenas converter de uma forma para
outra.
– Exemplo: sistema fechado
Transferência de calor
Transferência de calor

Condução
Transferência de energia (a nível molecular)
através de uma substância (sólido ou fluido) como
resultado da variação de temperatura dentro da
substância.
Transferência de calor

O fluxo de calor em regime permanente:


• É diretamente proporcional à condutividade térmica
do objeto, à secção transversal do objeto e à
diferença de temperatura entre as duas
extremidades.
• É inversamente proporcional ao comprimento
(espessura) do objeto.

Q k  A  T

t L
Transferência de calor

04 fatores a considerar:
• k – condutividade do material (W/m.K)
• A – área da secção transversal (m2)
• DT – diferença de temperatura (K)
• L – comprimento do percurso de condução (m)
Transferência de calor

Exemplo:
A parede de um forno industrial é constituída com
tijolos refratários de espessura 0,15 m e
condutividade térmica 1,7 W/m.K. Medições
realizadas durante a operação em regime
estacionário apresentam temperaturas de 1400 e
1150 K nas superfícies interna e externa,
respectivmente. Qual é a taxa de perda de calor
através da parede com 0,5 m x 1,2 m em um lado?
Transferência de calor

Convecção

Transferência de energia entre um fluido e uma


superfície sólida.
Transferência de calor

São 02 fenômenos presentes:


• Condução através do fluido devido a variação de
temperatura
• Transferência de energia dentro do fluido devido ao
movimento do fluido de uma posição para outra.
• Fluxo de energia causado pelo T entre superfície e
fluido.
Transferência de calor

Radiação

Transferência de energia através de ondas


eletromagnéticas.

Os fundamentos teóricos da radiação foram


estabelecidos pelo físico James Maxwell em 1864 ao
postular que cargas aceleradas ou correntes elétricas
alternantes geram campos elétricos e magnéticos.

Estes campos são chamados ondas


eletromagnéticas ou radiação eletromagnética e
representam a energia emitida pela matéria como
resultado de alterações nas configurações eletrônicas
de átomos e moléculas.

As ondas eletromagnéticas transportam energia à


velocidade da luz.
Radiação térmica

• O espectro eletromagnético
Radiação térmica

• Radiação térmica não requer meio material;


• Qualquer meio material com temperatura acima do
zero absoluto irradia energia;
• Pode ser emitida por superfícies sólidas ou mesmo a
partir de líquidos ou gases;
• Pode ocorrer simultaneamente com condução e com
convecção;
• Ocorre na faixa do espectro eletromagnético que vai
de 0,1 a 100 mm (abrange totalmente radiação na
faixa visível e infravermelho, e uma parte da
ultravioleta).
Radiação térmica

Existe um limite superior para a taxa de energia que é


liberada por uma superfície:

Eb    T S
4

Constante de Stefan-Boltzmann Temperatura absoluta


  5,67 108W / m2  K 4 da superfície (K)

Emissor/absorvedor perfeito
de radiação (corpo negro)
Radiação térmica

• Simulando um corpo negro: o efeito cavidade


Radiação térmica

Já que a radiação térmica ocorre numa ampla faixa do


espectro eletromagnético (0,1 a 100 mm), será que esta
energia varia com o comprimento de onda?

Eb    T
S
4
Radiação térmica

• Distribuição de Planck
E l , T  
C1
l e
5
 C2
lT

1

C1  3,742 108W  mm 4 / m 2
C2  1,439 10 4 mm  K

• A radiação emitida varia com o comprimento de


onda (l);
• Em qualquer comprimento de onda, a
intensidade da radiação emitida aumenta com a
elevação da temperatura;
• Parte significativa da radiação emitida pelo sol
encontra-se na região do espectro visível;
• Para temperaturas menores que 1000K, a
emissão encontra-se predominantemente no
infravermelho.

http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/2009_04_01_archive.html
Radiação térmica

• Distribuição de Planck E mais...


• A cor de um objeto não se deve à radiação que
ele emite;
• A radiação emitida por um objeto só será
visível se ele estiver a uma temperatura de... K;
• Assim, a cor que vemos de objetos à
temperatura ambiente se deve à absorção e
reflexão da radiação visível (luz) que incide
sobre a superfície

http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/2009_04_01_archive.html
Radiação térmica

• Lei do deslocamento de Wien

C3
lmax  
T
C3  2897,8mm  K
• O poder emissivo espectral máximo é deslocado
para menores comprimentos de onda com o
aumento da temperatura;
• No caso da radiação solar, este valor encontra-se a
aprox. 0,50 mm;
• Ex.: Um filamento de tungstênio de uma lâmpada a
2900K tem lmax = 1mm e emite luz branca, apesar
da maior parte da emissão estar no infravermelho.

http://csep10.phys.utk.edu/guidry/java/wien/wien.html
Radiação térmica

• Propriedades radiativas
– Lembrando que:
• Superfície opaca: a radiação não atravessa o meio;
• Superfície transparente: a radiação atravessa o meio sem
atenuação;
• Superfície translúcida (semi-transparente): a radiação atravessa o
meio com atenuação;
– Materiais apresentam diferentes comportamentos em
faixas de comprimento de onda diferentes;
– Importância do conhecimento de propriedades como
emissividade, absorvidade, reflectividade e
transmissividade.
Radiação térmica

• Superfície difusa
– Suas propriedades
são independentes da
direção da radiação;

• Superfície cinzenta
– Suas propriedades
são independentes do
comprimento de onda;
Radiação térmica

• Emissividade (e)
– É a razão entre a radiação emitida por uma superfície a
uma dada temperatura e a radiação emitida por um corpo
negro à mesma temperatura.
– Determina o fluxo de calor emitido por radiação a partir de
uma superfície real:

E  e   T S
4
(0  e  1)
• É a medida da capacidade de
emissão de radiação em relação a
um corpo negro.
• Depende fortemente do material e
do acabamento da superfície .
Radiação térmica

• Emissividade (e)
– Numa superfície real, a emissão
pode não ser difusa;
– A emissividade pode variar com
o comprimento de onda (l), com
a direção da emissão (q) e com e
a temperatura da superfície;
– Na prática, definem-se médias
direcionais e espectrais, e
utiliza-se uma “emissividade
média”, a emissividade total
hemisférica E (T )
e
Eb (T )
Radiação térmica

• Variação da emissividade em alguns materiais


Radiação térmica

• Valores de emissividade para materiais habituais


Material Emissividade* Material Emissividade* Material Emissividade*
Alumínio, polido 0,05 Fita isoladora, plástico preto 0,95 Níquel, puro polido 0,05
Alumínio, superfície rugosa 0,07 Esmalte ** 0,90 Tinta, acabamento em prata** 0,31
Alumínio, fortemente oxidado 0,25 Fórmica 0,93 Tinta, óleo, média 0,94
Placa de amianto 0,96 Solo gelado 0,93 Papel, preto, brilhante 0,90
Tecido de amianto 0,78 Vidro 0,92 Papel, preto, baço 0,94
Papel de amianto 0,94 Vidro, gelado 0,96 Papel, branco 0,90
Ardósia de amianto 0,96 Ouro, polido 0,02 Platina, pura, polida 0,08
Latão, baço, embaciado 0,22 Gelo 0,97 Porcelana, vidrada 0,92
Latão, polido 0,03 Ferro, laminado a quente 0,77 Quartzo 0,93
Tijolo, comum 0,85 Ferro, oxidado 0,74 Borracha 0,93
Tijolo, acetinado, rugoso 0,85 Ferro, chapa galvanizada, polido 0,23 Goma-laca, preta, baça 0,91
Tijolo, refractário, rugoso 0,94 Ferro, chapa, galvanizado, oxidado 0,28 Goma-laca, preta, brilhante 0,82
Bronze, poroso, rugoso 0,55 Ferro, brilhante, gravado 0,16 Neve 0,80
Bronze, polido 0,10 Ferro, forjado, polido 0,28 Aço, galvanizado 0,28
Carbono, purificado 0,80 Laca, baquelite 0,93 Aço, fortemente oxidado 0,88
Ferro fundido, fundição rugosa 0,81 Laca, preta, baça 0,97 Aço, laminado a frio 0,24
Ferro fundido, polido 0,21 Laca, preta, brilhante 0,87 Aço, superfície rugosa 0,96
Carvão, em pó 0,96 Laca, branca 0,87 Aço, vermelho enferrujado 0,69
Crómio, polido 0,10 Fuligem 0,96 Aço, placa, com revestimento de níquel 0,11
Argila, à chama 0,91 Chumbo, cinzento 0,28 Aço, placa, laminado 0,56
Betão 0,54 Chumbo, oxidado 0,63 Papel alcatroado 0,92
Cobre, polido 0,01 Chumbo, vermelho, em pó 0,93 Estanho, polido 0,05
Cobre, polido comercial 0,07 Chumbo, brilhante 0,08 Tungsténio 0,05
Cobre, oxidado 0,65 Mercúrio, puro 0,10 Água 0,98
Cobre, oxidado a preto 0,88 Níquel, em ferro fundido 0,05 Zinco, placa 0,20

* Emissividades de quase todos os materiais são medidas a 0 °C mas não diferem muito à temperatura ambiente.
**Tinta, acabamento em prata é medida a 25 °C e Tinta, esmalte a 27 °C.
Fonte: www.fluke.com
Radiação térmica

• A emissividade de superfícies
metálicas é geralmente pequena
(camadas de óxido podem
aumentar sua emissividade);
• Para materiais não-metálicos, a
emissividade é relativamente alta;
• A emissividade depende fortemente
da natureza da SUPERFÍCIE, sendo
influenciada pelo método de
fabricação, ciclo térmico, ambiente...
Radiação térmica

• A radiação também pode ser incidente sobre uma


superfície (irradiação);

meio semitransparente Gl  Gl ,abs  Gl ,refl  Gl ,transm

– A fração da radiação absorvida é chamada absorvidade;


– A fração da radiação refletida é chamada reflectividade;
– A fração da radiação transmitida é chamada
transmissividade.
Radiação térmica

• A absorvidade (a) é a propriedade que avalia o


quanto da irradiação incidente é absorvida;
• Depende da distribuição espectral e direcional da
radiação incidente, além das características da
superfície de absorção (material e acabamento).

Gabs  a  G
Gabs
a
G

0  a 1
Radiação térmica

• A reflectividade (r) é a propriedade que determina a


fração de radiação incidente que é refletida por uma
superfície;

Grefl
Grefl  r  G r
G

0  r 1
Radiação térmica

• A transmissividade (t) é a propriedade que


determina a fração de radiação incidente que é
transmitida através de uma superfície.

Gtrans
Gtrans  t  G t
G

0 t 1
Radiação térmica

• Balanço de radiação térmica

– Meio semi-transparente
G  Gabs  Grefl  Gtransm 
G  a  G  r  G t  G 
a  r t  1

– Meio opaco
a  r 1
Radiação térmica

• Lei de Kirchhoff
– Considere um invólucro isotérmico;
– Todos os corpos dentro do invólucro estão submetidos à
mesma irradiação: G = Eb(TS)
― Equilíbrio térmico:
TA1  TA2  ...  TS  Energia  0

a1  G  E1 TS   0  E1 TS   a1  Eb TS  


E1 TS  E2 TS 
Invólucro isotérmico (corpo negro)   ...  Eb TS 
a1 a2
Nenhuma superfície real tem poder
Lei de Kirchhoff emissivo maior que um corpo negro, à
mesma temperatura.
Radiação térmica

• Sabe-se que:
E1 TS  E2 TS 
  ...  Eb TS 
a1 a2
e1  Eb TS  e 2  Eb TS 
  ...  Eb TS  
a1 a2
a1 a 2
  ...  1  a e Invólucro isotérmico (corpo negro)
e1 e 2
Obs.: Esta relação foi obtida considerando-se a temperatura
da superfície igual à temperatura da fonte de radiação.
Deve-se tomar cuidado ao utilizá-la, pois ela deixa de ser
válida quando a diferença entre as temperaturas ultrapassa
algumas centenas de graus.
Radiação térmica

• Radiação ambiental
– Radiação solar é a energia de radiação que chega à Terra
proveniente do Sol;
– É uma fonte de radiação esférica e a radiação incidente na
atmosfera é um feixe de raios paralelos;
– A intensidade da radiação que incide no planeta depende
da latitude geográfica e dos períodos do dia e do ano;
Radiação térmica

• Radiação ambiental
– Radiação atmosférica é a radiação emitida e refletida pela
atmosfera para a superfície da Terra;
Radiação térmica

• Radiação ambiental
– No topo da atmosfera, se aproxima da
emissão de um corpo negro à temperatura
do Sol (5800 K) e concentra-se na região
de baixo comprimento de onda (0,2 ~ 3
mm);
– A radiação solar sofre variações quando
passa através da atmosfera: dispersão
por moléculas de gás (espalhamento de
Rayleigh) ou poeira (espalhamento de
Mie) e absorção (gases atmosféricos);
– Radiação total = parte direta + parte
difusa. A parte difusa pode variar entre
10% do total (dia claro) até 100% (dia
nublado);
Radiação térmica

• Curiosidade: Espalhamento de Rayleigh


– Em um dia claro e sem nuvens, a luz solar incide sobre as
moléculas que compõem a atmosfera terrestre e espalham
mais o comprimento de onda correspondente ao azul do
que o comprimento de onda correspondente ao vermelho,
ao laranja, amarelo ou verde. Isto dá a cor azul ao céu que
vemos.
Interpretação da imagem térmica
Interpretação da imagem térmica

Câmera termográfica
• Converte radiação infravermelha em uma imagem visível;
• A radiação passa por lentes e é focalizada no detector;
• É criado um sinal elétrico proporcional à intensidade da
radiação incidente na câmera;
• Conversão dos sinais elétricos em uma figura (imagem
termográfica ou infravermelha)

Componentes Esquema
Interpretação da imagem térmica

• Modelos de câmeras termográficas


Interpretação da imagem térmica

• Detectores
– Herschel (1800): primeira detecção registrada da radiação
térmica infravermelha;
– Câmeras termográficas usam detectores térmicos:
radiação incidente eleva temperatura, que é convertida em
sinal elétrico;
– Dependendo do material empregado,
mecanismo físico envolvido e óptica e
eletrônica associadas, os detectores
cobrem diversas faixas de comprimento de
onda.
– Custo e da facilidade de operação também
desempenham papel importante na
utilização de um sistema de detecção para
uma determinada aplicação;
Interpretação da imagem térmica

• Detectores
– Microbolômetros são os elementos que detectam a
radiação. São montados sobre uma matriz para formar o
Focal Plane Array (FPA);
– Os mais usuais são os microfabricados em óxido de
vanádio (VOx)
O microbolômetro consiste em uma ponte
de Si3N4 e VO2 com 0,5 mm de espessura
suspensa 2-2,5 mm sobre um substrato.
Interpretação da imagem térmica

• Detectores
Interpretação da imagem térmica

• FPA (Focal Plane Array)


– É a área sobre a qual os detectores são montados na
forma de uma matriz que define a resolução da câmera.
Interpretação da imagem térmica

• FPA (Focal Plane Array)


– Influência da resolução no valor da temperatura aparente
Interpretação da imagem térmica

• FOV (Field of View)


– É a área captada pela câmera termográfica;
– Depende da dimensão do detector e da óptica do sistema
(geralmente indicada pela abertura das lentes da câmera).
Interpretação da imagem térmica

• FOV (Field of View)


Interpretação da imagem térmica

• FOV (Field of View)


– Define a área a ser abrangida na imagem térmica em
função da distância ao objeto.
Interpretação da imagem térmica

• FOV (Field of View)


– Efeito da variação da lente no FOV
Interpretação da imagem térmica

• IFOV (Instantaneous Field of View)


– É o menor detalhe de imagem que pode ser percebido pelo
termovisor.
Interpretação da imagem térmica
Interpretação da imagem térmica

Visual x Infravermelho
• Na faixa de luz visível, os olhos veem somente o que
é refletido. A câmera detecta tanto radiação IV
refletida quanto emitida;
• Os olhos veem diferentes comprimentos de onda
como cores diferentes e intensidades diferentes. A
câmera detecta somente a intensidade de radiação
dentro da faixa de trabalho (8-12mm, 7-14 mm, ...).
Interpretação da imagem térmica

Imagem térmica

• É a imagem da intensidade da radiação térmica.


• Pergunta: A imagem térmica mostra a distribuição da
temperatura?
Interpretação da imagem térmica

NUNCA esquecer que a intensidade da


radiação depende SEMPRE da
TEMPERATURA e da EMISSIVIDADE
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente

• É a leitura não compensada de uma câmera IV,


contendo a radiação incidente no instrumento,
independente da(s) possível(eis) fonte(s).
• Uma imagem térmica será SEMPRE uma imagem da
temperatura aparente.
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente

• É a leitura de uma temperatura não compensada


de diversos fatores.
• Para medir a temperatura aparente, ajusta-se a
emissividade para 1 e a distância para 0 metros.
Assim, nenhuma compensação é feita.
• A compensação é feita ajustando-se parâmetros do
objeto (emissividade e fatores ambientais).
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente e emissividade


Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente e emissividade

Alvo de alta emissividade:


• Temperatura aparente próxima da temperatura real
(confiável)

Alvo de baixa emissividade:


• Temperatura aparente próxima da temperatura
aparente (não confiável)
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente e emissividade

Alvo de baixa emissividade:


• Sempre tenderá a parecer com a vizinhança.
• Se estiver mais quente que a vizinhança, parecerá
mais frio do que realmente é.
• Se estiver mais frio que a vizinhança, parecerá estar
mais quente.
BAIXA EMISSIVIDADE ENGANA!!!
Interpretação da imagem térmica

• Temperatura real do objeto


(aquecedor) maior qua a do
ambiente:
– Emissividade ajustada mais alta resulta
em temperatura aparente mais baixa;
– Emissividade ajustada mais baixa
resulta em temperatura aparente mais
alta.
• Temperatura real do objeto (porta)
menor qua a do ambiente:
– Emissividade ajustada mais alta resulta
em temperatura aparente mais alta;
– Emissividade ajustada mais baixa
resulta em temperatura aparente mais
baixa.
Interpretação da imagem térmica

Temperatura aparente e emissividade


Determinar a emissividade do alvo:
• Par termelétrico – mede-se a temperatura real com
um termopar e ajusta-se a emissividade até que as
temperaturas coincidam.

• Valor de referência – coloca-se material com


emissividade conhecida (referência) e ajusta-se a
emissividade do alvo até que as temperatura
coincidam.
Fonte: Álvares, R. C. (2008)
Interpretação da imagem térmica

Outros fatores que afetam a temperatura aparente

• Temperatura ambiente (refletida)


• Distância para o objeto
• Umidade relativa
• Ângulo de visão
Interpretação da imagem térmica

Compensação dos efeitos dos arredores


• O alvo é opaco (t = 0) e está a uma temperatura T, que se
quer determinar.
• Tem uma emissividade e, que deve ser conhecida ou
estimada.
• Como resultado de T e e, emitirá uma certa quantidade de
radiação infravermelha.
• Tem reflectância r, calculada pela câmera como sendo 1-e.
• O ambiente ao redor irradia no alvo, que reflete para a
câmera.
• Há “atmosfera” (ar) entre o alvo e a câmera.
Interpretação da imagem térmica

Temperatura ambiente e temperatura refletida


• Compensam a radiação refletida e a radiação emitida pela
atmosfera até o termovisor.
• Se a emissividade não for muito alta, a distância for grande e
a temperatura do alvo for próxima a temperatura refletida, é
importante compensar a temperatura ambiente.
Fonte: Álvares, R. C. (2008)
Interpretação da imagem térmica

Distância para o objeto


• Compensa a radiação absorvida entre o alvo e o
termovisor.
• A transmitância depende da distância e do
comprimento de onda
Interpretação da imagem térmica

Umidade relativa

• Compensa o fato da transmitância depender da


umidade relativa da atmosfera. Vapor de água e CO2
absorvem em diversos comprimentos de onda. Fora
destas regiões, a transmitância é alta.
Interpretação da imagem térmica

Ângulo de visão

• O valor da emissividade da maioria dos materiais


não depende muito do ângulo de visão, desde que
ele não ultrapasse 45º
Interpretação da imagem térmica

Compensação da atmosfera
• Questões relevantes: quanta atmosfera há entre câmera e alvo?
Quão densa ela é?
• Os fatores mais importantes que influenciam o efeito da
atmosfera são: distância, temperatura di ar e umidade relativa.
• Distância: quanto mais atmosfera, mais ela absorverá.
• Temperatura do ar: afeta a radiação da própria atmosfera.
Combinada com umidade relativa, ajuda na atenuação devido ao
vapor d’água.
• Umidade relativa: Não diz quanta água tem no ar, mas uma
porcentagem do ponto de orvalho (100% - condensação).
• Ajustando estes parâmetros na câmera, ela usará esta
informação para realizar os cálculos necessários.
Interpretação da imagem térmica

• Cálculo da temperatura
Radiação Emitida
3000,00

• Lei de Stefan-
Boltzman: WRB = e.s.T4 2500,00
Radiação Corpo Negro
Radiação Corpo Real e = 0,74

• Um corpo negro a
2000,00
90ºC emite a mesma
Radiação (W/m2)

intensidade que um
1500,00
corpo real a 120ºC
• Numa câmera 1000,00

infravermelha, eles
parecerão iguais 500,00

0,00
0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200
-50

-40

-30

-20

-10

Temperatura (ºC)
Interpretação da imagem térmica

• Cálculo da temperatura
– As câmeras infravermelhas são calibradas para corpos
negros, portanto, apenas a radiação de corpo negro pode
ser convertida em temperatura.
– Desta forma, deve-se compensar a radiação do corpo real
incluindo o efeito da emissividade.
– Sabendo-se que:
WCR WCR
e  WCN 
WCN e
– Portanto, conhecendo-se a radiação do corpo real, é
possível determinar a radiação equivalente do corpo negro
do alvo.
Interpretação da imagem térmica

• Cálculo da temperatura
Interpretação da imagem térmica

• Cálculo da temperatura

Compensação (cálculo da Temperatura)

3000,00

2500,00
WCR
WCN  e  0,74
2000,00 e
Radiação

1500,00
Compensação
1000,00

500,00

0,00
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
-50
-40
-30
-20
-10

Temperatura (ºC)
Interpretação da imagem térmica

Gradiente térmico
• É uma mudança gradual na temperatura com
localização em uma superfície
Interpretação da imagem térmica

Gradiente térmico
• Superfícies sólidas opacas  troca de calor por
CONDUÇÃO
• Mostra a direção do fluxo de calor
Interpretação da imagem térmica

Sintonia térmica
• É o ajuste da escala de temperatura da imagem sob
análise, visando otimizar o contraste para melhor
visualização do padrão térmico.
Interpretação da imagem térmica

Sintonia térmica
• Uma imagem capturada geralmente é auto-ajustada:
todas as partes da imagem são cobertas pela escala
de cores  contraste pobre
• A sintonia térmica corrige este problema,
proporcionando uma imagem mais fácil de analisar.
Interpretação da imagem térmica

Isoterma
• Substitui algumas cores na escala por uma cor
contrastante, delineando uma região da imagem de
temperatura aparente igual.
Interpretação da imagem térmica

Paleta de cores
• Atribui a uma imagem cores diferentes para delinear
níveis de temperatura aparente.
Policromática
Cinza Iron
Alto Contraste

Âmbar Baêa Leão!!!


Interpretação da imagem térmica

Escolha da paleta

• Paletas de alto contraste em alvos de contraste baixo


(pequenas variações de temperatura).
Ex.: Parede com perda de calor, piso com vazamento de água

• Paletas de baixo contraste em alvos de contraste alto


Ex.: Anomalias elétricas (principalmente se o componente
tiver geometria complicada ou rodeados por diversos objetos)
Interpretação da imagem térmica

Perfil térmico
• Traça a variação de temperatura ao longo de uma
linha na imagem
Interpretação da imagem térmica

Perfil térmico
Interpretação da imagem térmica

Padrões enganosos
• Reflexão a partir de fontes pontuais (ponto diferente
da vizinhança)

Fonte externa

a r
e
T
ALVO
Interpretação da imagem térmica

Reflexão de fontes pontuais


• Em uma superfície reflexiva, os ângulos de
incidência e de reflexão são iguais, como num
espelho.
• Atenção: superfícies difusas no espectro visual
podem ser reflexivas no infravermelho!
• Se o ponto se move quando você se move, então é
um reflexo!
• Se ao mudar o ângulo de visão o ponto desaparecer,
então era um reflexo!
Interpretação da imagem térmica

Reflexão de várias fontes


Cabos:
• alta emissividade
• temperatura aparente
próxima da real
• gradiente térmico
definido

Barramento/conectores:
• baixa emissividade
• gradiente térmico
indefinido/abrupto
• alta Reflectância (reflete o
redor)
Interpretação da imagem térmica

Como evitar reflexos pontuais:


• Não ficar diretamente em frente ao alvo;
• Mover-se para os lados e verificar se o ponto quente
no alvo também se move;
• Usar a regra “ângulo incidente igual ao ângulo de
saída” para descobrir alguma possível fonte;
• Usar papelão ou similar para bloquear influencia de
alguma fonte;
• Verificar existência de gradientes térmicos (reflexos
não apresentam gradiente nítido)
• Procurar pontos do alvo com alta emissividade
(temperatura aparente próxima da real)
Interpretação da imagem térmica

Padrões enganosos
• Diferença de emissividade
Alteração abrupta da emissividade criará mudança
abrupta no padrão térmico, mesmo para uma mesma
temperatura real.
Interpretação da imagem térmica

Qualitativo e Quantitativo
• A termografia qualitativa depende da análise dos
padrões térmicos (imagens) para revelar a existência
e localizar a posição das anomalias.

• A termografia quantitativa usa medições de


temperatura como critério para determinar a
severidade de uma anomalia, visando atribuir
prioridades de reparo.
Interpretação da imagem térmica

Comparação dos métodos

QUALITATIVO QUANTITATIVO
• Análise de PADRÕES de • Ajuda a CLASSIFICAR a
imagem severidade da anomalia
• Descobre SE e ONDE há • Medição da temperatura
alguma anomalia envolvida
• Mostra APENAS • Há COMPENSAÇÃO da
temperatura aparente temperatura
• É a primeira análise a ser
feita
Interpretação da imagem térmica

Qualitativo
• EXISTE anomalia? Se existe, ONDE ela está?
• O que é mais relevante: o padrão térmico ou a
temperatura?
Interpretação da imagem térmica

Qualitativo

• O padrão térmico
sugere alguma
anomalia? Onde?
• A temperatura é
importante?
Interpretação da imagem térmica

Qualitativo
Interpretação da imagem térmica

Quantitativo
• Havendo anomalia, quão grave ela é? Em que
momento precisarei agir?
• Neste momento, o valor da temperatura torna-se
relevante!

25,2 ºC 42,5 ºC
Interpretação da imagem térmica

Critérios de classificação de falhas

• Dados quantitativos fornecem informação para classificar a


severidade da anomalia, segundo critérios estabelecidos.
• Os critérios devem ser apresentados no relatório, quando
existir avaliação quantitativa.
• Existem muitos critérios de classificação, criados por
diferentes organizações e para diversos tipos de aplicação.
• Os critérios devem ser operacionais – descrevem ação a ser
tomada
• Devem especificar em quais condições e para quais
equipamentos são válidos
Interpretação da imagem térmica

Quantitativo
• Variação de temperatura (T) – diferença entre a
medição da temperatura real do componente com
anomalia e uma temperatura de referência
(“normal”).
• A este valor “normal”, deve ser atribuído um valor de
referência (especificações de fabricantes ou dados
históricos).
• Em componentes elétricos, pode ser estabelecida
através de comparação com uma fase adjacente
com a mesma carga.
Interpretação da imagem térmica

Exemplo: decidindo a prioridade do reparo

Classe “A” – Atenção imediata


Ex.: Temperatura absoluta acima de 80º C OU T > 30K

Classe “B” – Atenção o mais rápido possível


Ex.: 5K < T < 30K

Classe “C” – Monitoramento ou inspeção quando possível


Ex.: T < 5K

Obs.: Critérios válidos para componentes de metal nu em estações elétricas de alta


voltagem a céu aberto ou áreas bem ventiladas.
Interpretação da imagem térmica
Interpretação da imagem térmica
Interpretação da imagem térmica

Comparação

• É sempre importante fazer comparações


Ex.: Linhas elétricas, compara-se uma fase com outra;
linha de alimentação com linha de saída.
• Sempre esperamos por um padrão. É importante ter
uma referência com o que comparar.
• REGRA: Para facilitar a comparação, sugere-se
manter a mesma configuração de nível e amplitude
para cada imagem.
Interpretação da imagem térmica

Dados de linha de base (referência)


• Quando a análise qualitativa por comparação não for
suficiente, dados históricos ou de referência são
importantes.
• Devem ser sistematicamente coletados.
• Situação ideal: início da coleta quando o
equipamento é recém instalado ou reparado (teste
de aceitação).
• Juntamente com dados de referência, é importante
guardar informações adicionais (velocidade do vento,
temperatura ambiente, condições de carga)
Interpretação da imagem térmica

Calibração da câmera
• Radiação se relaciona com temperatura através da Lei de
Stefan-Boltzman (W =  . T4)
• A calibração é feita em laboratório com condições
ambientais controladas, com fontes de referência que
simulam corpos negros (e @ 1,0).
• Fontes em semi-círculos, cada
uma a uma temperatura
controlada.
• A potência do sinal captado é
registrada para cada temperatura
(curva de calibração).
Interpretação da imagem térmica
Interpretação da imagem térmica

Radiação

Temperatura
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

• Material
• Estrutura da superfície
• Geometria
• Ângulo de visão
• Comprimento de onda
• Temperatura
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Material:
• Não-metais: geralmente têm emissividade elevada;
têm pouca variação entre tipos e com o decorrer do
tempo;
• Metais: puros, lisos e não-oxidados têm emissividade
bastante baixa (~0,05), que pode ser corrigida
pintando o material com tinta ou fita isolante preta;
metais oxidados têm emissividade elevada (até
~0,95)
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Estrutura da superfície:

Quanto mais áspera, maior a emissividade.


Ex.: superfícies jateadas, arenosas, riscadas
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Geometria:
A forma física do alvo (plano, esférico, dobrado,
etc.) interfere na emissividade. Cavidades,
ângulos, furos se comportam de forma semelhante
a um simulador de corpo negro (reflexões múltiplas
aumentam a absorção e portanto a emissividade).
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Ângulo:
Afeta a emissividade de acordo com o tipo de
superfície, mas normalmente não faz muita
diferença.
Se o ângulo se aproximar de 90º (ou seja, paralelo
à superfície), a emissividade diminui.
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Comprimento de onda:
A medição de emissividade feita com uma câmera
pode não ser correta para ser usada com outra
câmera, uma vez que podem funcionar com
diferentes comprimentos de onda.
Interpretação da imagem térmica

Fatores que afetam a emissividade

Temperatura:
A temperatura do alvo pode ter influência (embora
pequena) na emissividade. Nos metais, a
emissividade pode aumentar a altas temperaturas
(ex.: testes de freios).
Exemplos de aplicação

• Reflexão térmica
Exemplos de aplicação

• Reflexão térmica
Metais
Não-Metais
Exemplos de aplicação

• Indústria metal-mecânica
– Observação direta de moldes de metal aquecido

Baixa emissividade, juntamente com outros fatores, inviabilza medição de temperatura


Exemplos de aplicação

• Indústria metal-mecânica
– Determinação da temperatura de metais: efeito cavidade

– Temperatura de rolo de alumínio a


110oC.
– O efeito cavidade aumenta o valor
da emissividade de 0,04 para 0,6.
Exemplos de aplicação

• Indústria automobilística
– Controle de qualidade
Exemplos de aplicação

• Indústria automobilística
– Sistema de visão noturna
Exemplos de aplicação

• Indústria petroquímica
Vazamento em
tubulação

Verificação de nível
em tanques
Exemplos de aplicação

• Aplicações elétricas
Normas

• ISO 18434-1
– Termografia como ferramenta de monitoramento da
condição e diagnóstico de falhas.
Normas

• ISO 18434-1
– Dentre outros aspectos, a norma aborda os seguintes
itens:
10. Coleta de dados:
– Devem acontecer quando condições operacionais e de transferência
de calor forem favoráveis;
– Garantir repetitividade das condições operacionais e ambientais;
– Utilizar emissividade e temperatura refletida corretas;
– Dimensão do alvo deve ser compatível com a resolução da câmera;
– Deve-se conhecer o funcionamento do equipamento e de suas
anomalias;
– Utilizar termografia para verificar reparos.
Normas

• ISO 18434-1
13. Critérios de severidade de temperatura
– Devem ser desenvolvidos para cada categoria de equipamentos,
levando-se em conta aspectos de seu projeto, manufatura, operação,
instalação e manutenção, bem como seus modos de falha e
criticidade.
– Podem ser estabelecidos para máquinas ou mesmo componentes;
– Diferença de temperatura (T): variação de temperatura em relação a
uma temperatura de referência;
– Exemplo:
Alerta Até 10 oC acima da referência ou baseline
Intermediário De 10 oC a 20 oC acima da referência ou baseline
Grave De 20 oC a 40 oC acima da referência ou baseline
Severo Acima de 40 oC acima da referência ou baseline
Normas

• NBR 15572
– Ensaios não destrutivos — Termografia — Guia para
inspeção de equipamentos elétricos e mecânicos
– Não tem valor normativo;
– Convém que o termografista:
• tenha conhecimento sobre os componentes, suas funções e o
regime de operação dos equipamentos inspecionados;
• tenha conhecimento para ponderar os efeitos das condições
ambientais e de operação nos resultados encontrados;
• seja capaz de executar o ensaio e interpretar os dados
provenientes;
• conheça a operação do termovisor utilizado e suas limitações para
o tipo de inspeção requerida;
Normas

• NBR 15572
– Convém que o termografista:
• tenha conhecimento dos requisitos de segurança da NR-10, se
suas atividades abrangerem a inspeção de equipamentos elétricos;
• obedeça às práticas e normas de segurança da empresa.
– Convém que o usuário final:
• assuma a responsabilidade por consequências provenientes de
ações tomadas;
• designe, para acompanhar o termografista, um assistente
qualificado que tenha conhecimento sobre os equipamentos a
serem inspecionados.
Normas

• NBR 15572
– Limitações do ensaio termográfico:
• Variáveis que podem interferir: baixa emissividade, variações na
corrente de carga, o efeito da convecção natural e forçada,
mudanças nas condições ambientais, entre outras.
• Utilizar a temperatura absoluta ou a diferença relativa de
temperatura medida através da termografia como o único
parâmetro para definir uma falha NÃO É RECOMENDÁVEL.
• A incerteza da medição de temperatura depende da calibração da
câmera termográfica e da incerteza dos parâmetros informados
pelo termografista.
Normas

• NBR 15572
– Instrumentos
• Para a especificação do instrumento adequado, recomenda-se
observar os seguintes itens:
– faixa da temperatura de medição;
– faixa espectral;
– resolução espacial e de medição;
– tipo de detector;
– sensibilidade térmica;
– campo de visão (FOV);
– taxa de repetição de quadros (frame rate);
– temperatura de operação;
– grau de proteção do instrumento: interferência eletromagnética,
resistência a vibrações e a choques, encapsulamento;
Normas

• NBR 15572
– Instrumentos
• Para a especificação do instrumento adequado, recomenda-se
observar os seguintes itens (cont.):
– características físicas: ergonomia, peso, dimensão;
– possibilidade de ajuste de parâmetros: distância, temperatura e
umidade, emissividade;
– pós-processamento que permita uma avaliação qualitativa e
quantitativa a partir da alteração dos parâmetros de medição;
– certificado de calibração com rastreabilidade reconhecida.
Normas

• NBR 15572
– Equipamentos e materiais
• Os equipamentos e materiais necessários à execução da inspeção
são os seguintes:
– câmera termográfica calibrada e adequada;
– termo-higroanemômetro calibrado;
– alicate tipo amperímetro categoria III ou IV, quando aplicável;
NOTA Recomenda-se que a periodicidade de calibração dos instrumentos de
medição descritos acima não ultrapasse 24 meses.
– máquina fotográfica digital;
– lanterna de alta potência (para inspeções noturnas);
– rádio para a comunicação interpessoal, conforme legislação vigente;
– histórico das últimas inspeções
– equipamentos mapeados segundo uma rota lógica;
– equipamentos de proteção individual (EPI)
Normas

• NBR 15572
– Práticas recomendadas antes da execução da inspeção
• Convém que o termografista tenha conhecimento sobre
informações das instalações e equipamentos, como:
– tipo de fonte de energia elétrica;
– classificação da área;
– informações sobre zonas de risco e controlada.
– Práticas recomendadas para a execução da inspeção
• Efetuar o ajuste de parâmetros (emissividade, distância do objeto,
umidade do ar, temperatura ambiente, atmosférica e refletida ) no
termovisor no início dos trabalhos de inspeção;
• No caso de painéis energizados que não podem ser abertos por
motivos de segurança ou operacionais, recomenda-se a instalação
de janelas infravermelhas com posicionamento adequado.
Normas

• NBR 15572
– Práticas recomendadas para a execução da inspeção
• Na presença de janela infravermelha, e para câmeras que não
disponham de ajuste de compensação, utilizar como emissividade
do alvo o produto da emissividade do componente pela
transmitância da janela.
NOTA A transmitância espectral das janelas infravermelhas é informada no
certificado emitido pelo fabricante.
• Ajustar a faixa de temperatura do termovisor de acordo com a
temperatura do alvo a ser medido.
• Convém que o termografista faça a medição de temperatura nas
áreas dos componentes onde existam cavidades, oxidação,
corrosão ou sujeira, aproveitando-se do incremento de
emissividade nestas áreas.
Normas

• NBR 15572
– Práticas recomendadas para a execução da inspeção
• Para equipamentos colocados em operação, ou submetidos a
grande variação de carga, recomenda-se registrar a temperatura,
após o sistema atingir a estabilidade térmica.
• Recomenda-se que as inspeções sejam realizadas com carga
máxima. Evitar inspecionar componentes que estejam operando
com carga abaixo de 40 % do valor histórico.
• Para a inspeção em ambientes abertos, evitar inspeções
termográficas diurnas, para não haver influências do reflexo e do
carregamento solar. Quando isto for inevitável, recomenda-se:
– realizar as inspeções nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer,
evitando o carregamento solar;
– observar o mesmo objeto segundo várias posições diferentes para
evitar os efeitos do reflexo solar.
Normas

• NBR 15572
– Práticas recomendadas para a execução da inspeção
• Evitar inspeções com velocidade do vento acima de 20 km/h;
• Não realizar inspeções sob chuva, garoa ou neblina. Após a
estiagem, esperar no mínimo 1 h para iniciar o trabalho;
• Evitar inspeções com umidade relativa do ar acima de 90 %, a
não ser que o fenômeno inerente esteja associado à umidade
elevada, como, por exemplo, correntes superficiais.
• Recomenda-se que o ângulo entre o termovisor e o ponto
inspecionado seja o mais perpendicular possível, de modo a evitar
a redução na emissividade em função de ângulos de observação
inadequados (maiores que 60º em relação à normal, linha
perpendicular ao plano do objeto-alvo).
• Utilizar a lente adequada às distâncias e às dimensões dos pontos
a serem inspecionados.

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