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REGULAMENTAÇÃO DAS NOVAS REGRAS DE PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA

IN RFB 2.161/2023
SETEMBRO, 2023
VISÃO GERAL

QUAIS OS PRINCIPAIS ASPECTOS REGULAMENTADOS?

Aspectos gerais: visão mais ampla acerca das transações globais dos grupos econômicos, definição de partes relacionadas,
delineamento de transações controladas, da análise de comparabilidade, da seleção do método de preços de transferência (“TP”), do
indicador financeiro e da parte testada, do intervalo de comparáveis, dos ajustes de TP etc.

Medidas de simplificação ou “safe harbours” para transações de Questões administrativas relacionadas, em especial, à
serviço intragrupo de baixo valor agregado (“SBVA”). documentação referente à aplicação das regras de TP.

O QUE NÃO ESTAVA NA LEI Nº 14.596/23?

✓ Diretrizes da OCDE como fonte subsidiária de interpretação, quando “expressamente aprovadas pela RFB” e desde que não contrariem
demais normas legais e infralegais;
✓ Exemplos de transações controladas e definições de conceitos como de “transação”, “arranjo” e “influência significativa”;
✓ Indicação dos arranjos contratuais no conceito amplo de partes relacionadas, o qual se aplica também a entidades sem personalidade
jurídica (além de filiais, sucursais e “quaisquer unidades de negócio que configurem uma unidade econômica ou profissional”);
✓ Orientações sobre precificação da transferência de bens tangíveis com intangíveis atrelados;
✓ Características economicamente relevantes que deverão ser levadas em consideração para o delineamento da transação controlada e a
análise de comparabilidade; e
✓ Detalhes sobre cada um dos (novos) métodos de TP, inclusive com exemplo de situações que admitem o uso dos “outros métodos” não
previstos na legislação, como no caso de intangíveis de difícil valoração e participações societárias (fluxo de caixa descontado).
DOCUMENTAÇÃO

REGRAS GERAIS
O que? Informações sobre a alocação global de receitas e ativos e Quando? Anualmente e por meio da ECF.
Declaração
o imposto sobre a renda pago pelo grupo multinacional do qual
País-a-País pertence, juntamente com os indicadores relacionados à atividade
econômica global do grupo (regulamentação na IN RFB 1.681/16).
Quem? Entidade no Brasil que seja a controladora final de um Penalidades? Aplicação de multas variáveis de acordo com
grupo multinacional (incluindo demais previsões específicas). a infração no preenchimento da ECF (intempestividade,
recusa de entrega de informações e omissão de dados).

O que? Informações relativas à estrutura e às atividades do grupo Quando? Em até 3 (três) meses após o prazo de
Arquivo multinacional a que pertence e às demais entidades integrantes transmissão da ECF do ano-calendário correspondente, por
Global do grupo multinacional. meio do e-CAC (exceção para adoção em 2023 e 2024,
quando o prazo será o último dia útil do ano subsequente).
Quem? Contribuinte sujeito às regras de TP (exceto aqueles cujo Penalidades? Aplicação de multas (valor mínimo de R$ 20
valor total das transações controladas, antes dos ajustes de TP, no mil e máximo de R$ 5 milhões), variáveis de acordo com a
ano anterior ao que se refere o Arquivo Global, seja menor que R$ infração (intempestividade, recusa de entrega de
15 milhões). informações e omissão de dados).

O que? Informações relativas às transações controladas e às Quando? Em até 3 (três) meses após o prazo de
Arquivo partes relacionadas envolvidas nas transações controladas. transmissão da ECF do ano-calendário correspondente, por
local meio do e-CAC (exceção para adoção em 2023 e 2024,
quando o prazo será o último dia útil do ano subsequente).
Quem? Contribuinte sujeito às regras de TP (exceto aqueles cujo Penalidades? Aplicação de multas (valor mínimo de R$ 20
valor total das transações controladas, antes dos ajustes de TP, no mil e máximo de R$ 5 milhões), variáveis de acordo com a
ano anterior ao que se refere o Arquivo Local, seja menor que R$ infração (intempestividade, recusa de entrega de
15 milhões). informações e omissão de dados).
MEDIDAS DE SIMPLIFICAÇÃO

Abordagem simplificada para SBVA


RFB PODERÁ DISCIPLINAR A APLICAÇÃO DO “ARM’S LENGTH” PARA:

• Simplificar a aplicação da análise de comparabilidade, inclusive para dispensar ou Tomador


Exterior
simplificar a apresentação da documentação necessária à demonstração de conformidade
das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL; Brasil

• Fornecer orientação adicional referente a transações específicas, incluindo operações com Prestador
intangíveis, contratos de compartilhamento de custos, reestruturação de negócios, acordos
de gestão centralizada de tesouraria, dentre outras; e

• Prever o tratamento adequado de situações em que as informações disponíveis a respeito Remuneração* mínima de ...
da operação sejam limitadas, visando assegurar a aplicação adequada das regras de TP. 5%
Remuneração máxima de ATÉ ...

PRINCIPAL SAFE HARBOR: SERVIÇOS DE BAIXO VALOR AGREGADO (SBVA)


Prestador
• Possuam natureza de suporte e propicie benefícios para a entidade pagadora;
Exterior
• Não requeiram o uso de intangíveis;
Brasil
• Não impliquem riscos economicamente significativos; e
Tomador
• Não contribuam significativamente para a criação, incremento ou manutenção de valor no
grupo multinacional.
* Remuneração: margem de lucro bruto sobre
Impactos em contratos de compartilhamento de custos internacionais a totalidade dos custos diretos e indiretos.
ANEXOS

ANEXO I
Apresenta exemplos práticos de arranjos contratuais envolvendo “transações indiretas” e “série de transações”.

ANEXO II
Contém orientações exemplificativas para a realização de ajuste de comparabilidade pelo risco-país (que considera eventuais diferenças
entre as circunstâncias econômicas existentes entre o mercado onde opera a parte testada e aquele onde operam os potenciais
comparáveis).

ANEXO III
Ilustra a utilização de dados de múltiplos anos sobre transações comparáveis, admitida quando aumentar a confiabilidade da análise de
comparabilidade.

ANEXO IV
Exemplifica a aplicação do “netback adjustment” (ajuste de comparabilidade que identifica os custos relevantes da transação controlada e
o ponto do preço arm’s length).

ANEXO V
Dispõe sobre o procedimento de determinação da “mediana” e do “intervalo interquartil”, previstos no artigo 47 (métodos de
determinação do intervalo de comparáveis).

ANEXO VI
Traz o “Termo de Opção” para adesão às novas regras de TP ainda no ano-calendário de 2023.
ADOÇÃO EM 2023

FORMALIZAÇÃO DA OPÇÃO EM 2023

Prazo: até 31 de dezembro de 2023 (exceto em caso de extinção da pessoa jurídica, ocasião em que a opção deverá ser formalizada
no mês de extinção).

Procedimento: envio do “Termo de Opção” (Anexo VI) por meio do e–CAC (dossiê digital).

Consequências: irretratabilidade e sujeição às novas regras de TP desde 1ª de janeiro de 2023, inclusive quanto às regras específicas
de dedutibilidade de royalties.

Prazo dos Arquivos Global/Local: caso seja formalizada a opção para 2023, o prazo de apresentação do Arquivo Global e do
Arquivo Local será o último dia útil do ano-calendário de 2024.
PONTOS DE ATENÇÃO

PRINCIPAIS ASPECTOS CONTROVERTIDOS

Limites e inseguranças na aplicação das Transfer Pricing Guidelines da OCDE e forma de aprovação pela RFB e elevado custo de compliance
para preenchimento dos Arquivos Global e Local em conformidade com as exigências da IN;

Indedutibilidade de despesas incorridas com juros e “outras despesas” delineados como operação de capital e royalties “quando a dedução
dos valores resultar em dupla não tributação” ;

Natureza jurídica do “Processo de Consulta Específico em Matéria de Preços de Transferência” (inspirado no “Advance Pricing Agreement” -
“APA”) não foi esclarecida; e

Prazos para realização de ajustes compensatórios.

O QUE AINDA FALTA SER REGULAMENTADO?

➢ Transações com commodities;

➢ Transações com intangíveis, serviços intragrupo, contratos de compartilhamento de custos, reestruturação de


negócios e operações financeiras;

➢ Detalhes sobre o tratamento de reorganizações societárias considerando as regras de neutralidade domésticas; e

➢ Orientações quanto ao procedimento de consulta tributária específico que existirá em matéria de TP.
ÁREA TRIBUTÁRIA

ANDRÉ NOVASKI ANGELA CIGNACHI CARLOS EDUARDO ORSOLON CHRISTIANO CHAGAS


SÓCIO SÓCIA SÓCIO SÓCIO
anovaski@demarest.com.br acignachi@demarest.com.br ceorsolon@demarest.com.br cchagas@demarest.com.br
+55 11 3356 2003 +55 61 3243 1161 +55 11 3356 2186 +55 11 3356 2004

DOUGLAS MOTA GISELE BOSSA KATIA ZAMBRANO MARCELLO PEDROSO


SÓCIO SÓCIA SÓCIA SÓCIO
dmota@demarest.com.br gbossa@demarest.com.br kzambrano@demarest.com.br mppedroso@demarest.com.br
+55 11 3356 1888 +55 11 3356 1809 +55 11 3356 1545 +55 11 3356 1818

MARCELO ANNUNZIATA MAURÍCIO BARROS PRISCILA FARICELLI ROBERTO CASARINI


SÓCIO SÓCIO SÓCIA SÓCIO
mannunziata@demarest.com.br mabarros@demarest.com.br pfaricelli@demarest.com.br rcasarini@demarest.com.br
+55 11 3356 2187 +55 11 3356 2150 +55 11 3356 1716 +55 11 3356 2002

THIAGO AMARAL VICTOR LOPES


SÓCIO SÓCIO
tamaral@demarest.com.br vlopes@demarest.com.br
+55 11 3356 1571 +55 11 3356 1692

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