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CIENCIA Y ENFERMERIA XVIII (1): 77-88, 2012 ISSN 0717-2079

CARACTERIZAÇÃO ALIMENTAR DE CRIANÇAS COM


CARDIOPATIAS CONGÊNITAS1

FOOD CHARACTERISTICS OF CHILDREN WITH


CONGENITAL HEART DISEASE

CARACTERIZACIÓN ALIMENTARIA DE LOS NIÑOS


CON CARDIOPATÍAS CONGÉNITAS

Flávia Paula Magalhães Monteiro*


Mabelly Barbosa Lopes Ramos**
Ticiana de Oliveira Pontes***
Gabrielle Fávaro Holanda****
Huana Carolina Cândido Morais*****
Thelma Leite de Araujo******

RESUMO

Caracterizar dados sociodemográficos e história alimentar das crianças portadoras de cardiopatias congênitas
com até 24 meses de vida. Estudo transversal e observacional desenvolvido em duas instituições de saúde:
ambulatorial e hospitalar. Coleta de dados em janeiro a junho de 2009, utilizando formulário contendo dados
sociodemográficos, dados relativos à situação de saúde-doença e dados da história alimentar das crianças. Res-
peitaram-se os aspectos éticos. Avaliaram-se 132 crianças predominantemente de Fortaleza-CE, sexo masculi-
no, mediana até 8,5 meses de vida. A história alimentar evidenciou uso de leite industrializado e complementos
alimentares (49,6%), leite materno (11,9%) e leite materno com leite industrializado (7,7%). Problemas duran-
te alimentação: náuseas, vômitos, refluxo gastroesofágico, tosse, dispnéia e cianose. Segundo as mães, as crianças
apresentavam apetite preservado (74,2%) e sem dificuldades de mastigação, sucção e deglutição (93,8%). Para
minimizar o problema da desnutrição dessas crianças, os enfermeiros podem atuar de forma decisiva mediante
o ajuste de medidas alimentares da criança consoante adequação do hábito alimentar.

Palavras chave: Criança, cardiopatias congênitas, comportamento alimentar, enfermagem.

ABSTRACT

Objective: To characterize the demographics and dietary history of children up to 24 months old with congeni-
tal heart disease. Methodology: Cross-sectional observational study carried out in a Hospital and Ambulatory
care setting. Data Collection was conducted from January to June 2009 using a form that includes the socio

1
Trabalho extraído de parte da dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará/UFC, com apoio financeiro do CNPq.
*
Enfermeira. Membro do Projeto Cuidado em Saúde Cardiovascular. Bolsista CNPq processo Nº 141765/2010-0. Email:
flaviapmm@yahoo.com.br
**
Enfermeira. Email: bellybbs@yahoo.com.br
***
Enfermeira. Email: ticiop@hotmail.com
****
Enfermeira. Membros do Projeto Cuidado em Saúde Cardiovascular. Email: gabyfavaro@yahoo.com.br
*****
Enfermeira. Membros do Projeto Cuidado em Saúde Cardiovascular. Email: huanacarolina@yahoo.com.br
******
Enfermeira. Professora associada da Universidade Federal do Ceará (UFC). Coordenadora do Projeto Cuidado em
Saúde Cardiovascular. Email: thelmaaraujo2003@yahoo.com.br

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demographic characteristics, health and disease status and feeding history of children, as well. Ethical aspects
were observed. Results: From the 132 children evaluated, most of them were predominantly from Fortaleza,
male, and median age of 8.5 months. The feeding history revealed intakes of industrialized milk and food su-
pplements (49.6%), breastfeeding (11.9%), and breastfeeding along with industrialized milk (7.7%). Problems
during feeding: nausea, vomiting, gastroesophageal reflux, cough, dyspnoea and cyanosis. According to the mo-
thers, children had preserved appetite (74.2%) and no difficulty for chewing, sucking and swallowing (93.8%).
Conclusion: In order to minimize malnutrition problem in these children, nurses can act decisively by adjusting
diet measures depending on the adequacy of child feeding practices.

Key words: Child, heart defects, congenital, feeding behavior, nursing.

RESUMEN

Objetivo: Caracterizar condiciones sociodemograficas y la historia de la alimentación de los niños con cardio-
patías congénitas hasta los 24 meses de vida. Material y método: Estudio transversal y observacional desarrolla-
do en dos instituciones de salud: ambulatoria y hospitalaria. Recolección de datos desde enero a junio de 2009
utilizando un formulario que recoge las características sociodemográficas, datos sobre la situación de salud y
enfermedad y acerca de la historia alimentaria de los niños Los aspectos éticos fueron respetados. Se evaluaron
132 niños predominantemente de Fortaleza-CE, varones, con mediana hasta 8,5 meses de vida. La historia ali-
mentaria reveló el uso de leche industrializada y complementos alimenticios (49,6%), leche materna (11,9%) y
la leche materna con leche industrializada (7,7%). Problemas durante la alimentación: náuseas, vómitos, reflujo
gastroesofágico, tos, disnea y cianosis. De acuerdo con las madres, los niños presentaban apetito conservado
(74,2%) y sin dificultad para masticación, succión y deglutición (93,8%). Para minimizar el problema de la
desnutrición de estos niños, los enfermeros pueden actuar de manera decisiva mediante el ajuste de las medidas
alimentarias de niños en función de la adecuación del hábito alimentario.

Palabras clave: Niño, cardiopatías congénitas, conducta alimentaria, enfermería.

Fecha recepción: 23/11/10 Fecha aceptación: 12/04/12

INTRODUÇÃO graves (2). No geral, essas crianças proveem


de famílias com baixo poder aquisitivo e bai-
xa escolaridade, o que dificulta o acesso da
As cardiopatias congênitas representam ano- criança à instituição de saúde, bem como na
malias cuja expressão clínica inclui defeitos identificação precoce de sinais/sintomas pe-
estruturais e funcionais que atingem 9 em culiares da doença pela mãe ou responsáveis
cada 1.000 crianças nascidas na população da criança. Especificamente, no presente es-
americana. Diante deste fato, cerca de 1,3 tudo, as crianças e seus familiares apresen-
milhão de americanos com defeitos cardio- tavam dificuldade de acesso ao serviço de
vasculares estão vivos hoje e pelo menos saúde: dependiam de transportes disponibi-
36.000 crianças nascem com estes defeitos lizados pelo município ao qual pertenciam.
todo ano (1). Somando-se a isso, os familiares, muitas
Em um estudo colombiano foi encon- vezes, recorriam ao auxílio-salário fornecido
trada uma prevalência de 1,2 casos de nas- pelo Governo Federal, tendo em vista que as
cimentos por 1.000 nascidos vivos com crianças passavam a ser cadastradas como
cardiopatia congênita entre os anos 2001 e portadoras de doenças crônicas que tinham
2005, sendo que 65,5% tinham cardiopatias direito ao apoio financeiro para complemen-

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tar despesas alimentares e outros de caráter atuar de forma decisiva. Eles têm papel signi-
educacional. ficativo no ajuste de medidas alimentares da
Com base nisso, as crianças portadoras criança em consonância com a adequação do
de cardiopatias congênitas comumente apre- hábito alimentar mediante estratégias nutri-
sentam além de hipóxia, hipermetabolismo, cionais, com o intuito de prevenir possíveis
dificuldades alimentares, problemas de suc- complicações nos períodos intra e pós-ope-
ção, diminuição de apetite, os quais origi- ratórios.
nam desequilíbrios nutricionais. Somando- Dessa forma, esse estudo tem o intuito de
se a isso, a má absorção presente nas crian- caracterizar os aspectos sociodemográficos,
ças cardiopatas limita significativamente a situação de saúde-doença e a história ali-
tolerância alimentar e afeta a capacidade da mentar das crianças com cardiopatias congê-
criança para maximizar o consumo calórico, nitas com até 24 meses de vida, com o intuito
bem como diminui a absorção de nutrientes de subsidiar as propostas de intervenção na
(3). Dessa forma, a desnutrição é constante assistência de enfermagem.
nessas crianças, independente da natureza
do defeito cardíaco e da presença ou não de
cianose (4). MATERIAL E MÉTODO
Para os familiares, o momento das refei-
ções é geralmente tenso e estressante, visto
que as crianças frequentemente recusam os Estudo transversal com enfoque quantitativo
alimentos (5). Provavelmente, esse problema realizado no período de janeiro a junho de
decorre de outros fatores os quais incluem 2009 com 132 crianças portadoras de cardio-
diminuição da capacidade gástrica causada patias congênitas com até 24 meses de vida,
por hepatomegalia e o retardo no esvazia- recrutadas aleatoriamente por amostra de
mento gástrico secundário ao baixo débito conveniência em duas instituições de saúde
cardíaco. Além disso, as infecções respirató- com atendimento ambulatorial e hospitalar,
rias frequentes podem reduzir a função do especializadas em doenças cardíacas de For-
músculo esquelético e aumentar o risco de taleza, capital do Estado do Ceará/Brasil.
pneumonias no pós-operatório bem como A amostra por conveniência caracteriza-se
afetar a habilidade da criança na coordena- por alocar sujeitos por métodos não-aleató-
ção da sucção-deglutição-respiração para o rios, que atendem aos critérios de inclusão
êxito da alimentação oral (3, 6). e são de fácil acesso ao investigador. Dessa
Diante das dificuldades mencionadas na forma, à medida que adentrava à institui-
alimentação, outras manifestações clínicas ção, a criança era avaliada pelo pesquisador
estão presentes nas cardiopatias congênitas, quanto aos critérios de inclusão previamente
tais como: distúrbios esofágicos, incluindo estabelecidos. Por conseguinte, a seleção de
refluxo gastroesofágico (RGE), malforma- 132 crianças foi obtida por um período de
ções anorretais, atresia duodenal e onfalocele seis meses.
associadas à tetralogia de fallot e ao defeito Vale ressaltar que a inclusão de duas ins-
do septo ventricular, as quais podem interfe- tituições de saúde com atendimento dife-
rir diretamente no equilíbrio nutricional da renciado justificou-se pela necessidade de se
criança e atrasar a intervenção cirúrgica bem ampliar a amostra de crianças, na tentativa
como aumentar o risco para complicações de torná-la representativa e suficiente para
pós-operatórias (6). implementar testes estatísticos específicos.
Em face disso, para minimizar os pro- Esse fato pode ser considerado também uma
blemas durante a alimentação das crianças limitação do estudo, tendo em vista que as
nascidas cardiopatas, os enfermeiros podem crianças agrupadas apresentam característi-

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cas clínicas evidentes. Inicialmente, foram coletados dados pri-


A instituição hospitalar é centro de refe- mários mediante entrevista com os pais da
rência em doenças cardiopulmonares e aten- criança. Em seguida, dados secundários fo-
de uma clientela advinda de todo o Estado ram coletados por consultas ao prontuário
do Ceará. Nela, a unidade de internação pe- ou fichas ambulatoriais com o intuito de
diátrica foi lócus deste estudo. Esta unida- complementar as informações fornecidas
de caracteriza-se por receber crianças para pelos pais. Destaca-se que a maior parte das
acompanhamento clínico, definição diag- entrevistas foi realizada com a mãe da crian-
nóstica e tratamento cirúrgico corretivo ou ça, algumas entrevistas foram feitas com o
paliativo de cardiopatias. pai e, também poucas, incluíram ambos os
A outra instituição, de caráter ambu- pais ou mesmo outros familiares como avós.
latorial, atende crianças e adolescentes na Para o estudo, optou-se por denominar o in-
prevenção, diagnóstico e tratamento de pa- formante de pais.
tologias cardíacas por meio de consultas Para a elaboração do formulário, foi reali-
ambulatoriais, reabilitação pós-operatória e zado um teste piloto com seis crianças, prove-
exames cardiográficos. Ressalta-se que essa nientes das duas instituições de saúde, porém
última instituição tem caráter filantrópico e essas crianças não foram incluídas na amos-
recebe diariamente mães e crianças despro- tra do estudo. Esse procedimento ocorreu
vidas de recursos financeiros de diferentes para avaliar a adequabilidade das variáveis
localidades circunvizinhas à sede do municí- propostas na investigação, bem como a re-
pio onde foi realizado o estudo. A instituição ceptividade de pais e das crianças no estudo.
conta com uma casa adstrita ao ambulató- Os dados coletados foram compilados
rio para acomodar pacientes e familiares, os em planilhas do Excel e no software SPSS
quais recebem alimentação e apoio de uma versão 13.0. Para a análise descritiva consi-
equipe multiprofissional. deraram-se as frequências absolutas e per-
A coleta dos dados teve início em janeiro centuais. Realizou-se a análise dos dados
de 2009 e foi concluída em março do mes- numéricos por meio dos testes estatísticos:
mo ano nas duas instituições de saúde. Foi Kolmogorov-Smirnov, para verificação de
realizada por meio de entrevista, com aplica- normalidade dos dados numéricos, e o teste
ção de formulário estruturado em questões de Levene, para verificação de homogeneida-
abertas e fechadas subdividido em: dados so- de das variâncias (homocedasticidade).
ciodemográficos, dados relativos à situação Finalmente, os dados foram expostos em
de saúde-doença e dados da história alimen- tabelas, com medidas de tendência central e
tar das crianças. Os dados sociodemográfi- percentis.
cos apresentaram variáveis relacionadas ao O projeto, como parte de um estudo de
sexo, idade, procedência e naturalidade, ren- dissertação, foi encaminhado ao Comitê de
da familiar, escolaridade materna, posição da Ética em Pesquisa do Hospital lócus do estu-
criança na família; os relativos à situação de do e aprovado em protocolo número 569/08,
saúde-doença incluíram diagnóstico médico, com o intuito de atender às exigências da
tipo de cardiopatia, queixa principal, realiza- resolução 196/96 sobre pesquisa com seres
ção de cirurgias e co-morbidades presentes e humanos do Conselho Nacional de Saúde/
informações familiares sobre cardiopatias. E, Ministério da Saúde (7).
finalmente, os dados alimentares abordaram Para isso, os pais das crianças participan-
variáveis: tipo de alimentação, intercorrên- tes do estudo foram esclarecidos tanto sobre
cias durante a amamentação e/ou refeições, o objetivo deste como sobre o sigilo quanto
dificuldades de mastigação/sucção/degluti- às informações e identidades e foram solici-
ção. tados a dar a anuência ao estudo mediante a

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assinatura do termo de consentimento livre demográficos (renda familiar, escolaridade


e esclarecido. materna, procedência, naturalidade, ocu-
pação materna, número de dependentes da
renda, estado civil da mãe), as crianças foram
RESULTADOS distribuídas quanto ao sexo, procedência e
naturalidade, instituição de saúde, condição
clínica de saúde, presença de co-morbidades
No estudo, avaliaram-se 132 crianças com até e cardiopatias entre os familiares, posição do
24 meses, portadoras de cardiopatias congê- filho na família, estado civil, escolaridade, si-
nitas atendidas nos locais supracitados. Com tuação ocupacional da mãe, renda familiar e
a finalidade de caracterizar os dados socio- número de dependentes (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição das crianças portadoras de cardiopatias congênitas segundo as carac-


terísticas sociodemográficas, situação saúde-doença, condições clínicas e familiares. Fortale-
za, 2009.

Variáveis N %
1. Sexo
Masculino 68 51,5
Feminino 64 48,5
Total 132 100,0
2. Procedência
Capital 78 59,5
Interior 51 39
Outro Estado 2 1,5
Total 131 100,0
3. Naturalidade
Capital 82 62,6
Interior 44 33,6
Outro Estado 5 3,8
Total 131 100,0
4. Instituição de saúde
Hospitalar 31 23,5
Ambulatorial 101 76,5
Total 132 100,0
5. Condição clínica
Pré-operatória 111 84,1
Pós-operatória 21 15,9
Total 132 100,0
6. Co-morbidades
Presente 37 28,2
Ausente 94 71,8
Total 131 100,0
7. Familiares cardiopatas
Presente 58 44,3
Ausente 73 55,7
Total 131 100,0

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Continuação Tabela 1.

8. Estado civil da mãe


Com companheiro 106 80,9
Sem companheiro 25 19,1
Total 131 100,0
9. Ocupação materna
Cuidadoras do lar 88 69,8
Outros 38 30,2
Total 126 100,0
Percentis K - S (sig)
Média DP
P25 P50 P75
10. Idade da criança (meses) 9,43 6,08 4,00 8,5 15,00 0,008
11. Renda familiar* 1,54 0,92 1,00 1,00 2,00 0,000
12. Número de dependentes da renda 4,24 1,40 3,00 4,00 5,00 0,000
13. Escolaridade materna (anos) 9,09 3,17 7,00 9,00 12,00 0,001
14. Posição do filho (ordem)** 2,04 1,41 1,00 2,00 3,00 0,000

Renda familiar em salários mínimos, valor: U$ 890,12; * *Posição do filho portador de cardiopatias congênitas
*

na família; DP: Desvio Padrão; P25: Percentil 25; P50: Percentil 50 ou mediana; P75: Percentil 75; K-S (sig): Teste
de Kolmogorov-Smirnov.

Conforme se observa, pelos dados da No referente às características das mães,


Tabela 1, houve discreta predominância do a maioria delas vivia com companheiro
sexo masculino (51,5%). No referente à pro- (80,9%) e se ocupava nas atividades do lar
cedência e à naturalidade, as crianças, em sua (69,8%). Além disso, diferentes tipos de ocu-
maioria, eram naturais da capital do Estado pação foram identificadas (30,2%), entre
do Ceará (62,6%) e dela procediam (59,5%). eles: professoras, domésticas, costureiras,
Quanto à instituição de saúde, a maior agricultoras, vendedoras, comerciantes autô-
parte das crianças recebia atendimento am- nomas, diaristas, cozinheiras, auxiliares ad-
bulatorial (76,5%), sob condição pré-opera- ministrativas e estudantes.
tória (84,1%) e sem relatos de co-morbidades As variáveis idade da criança (meses),
(71,8%). No entanto, em algumas crianças renda familiar, número de dependentes da
(28,2%) foi possível identificar co-morbida- renda, escolaridade materna (em anos) e
des relacionadas a infecções respiratórias de a posição do filho na família (em ordem)
repetição, hérnias, síndromes genéticas (sín- evidenciaram distribuição assimétrica pelo
drome de Down) e anemias. Tratando-se da teste de Kolmogorov-Smirnov (p < 0,05) e
presença de cardiopatias entre os familiares, foram analisadas quanto às medianas.
quase metade das crianças (44,3%) tinha al- Em face disso, 50% das crianças apresen-
gum parente com cardiopatia. taram idade até 8,50 meses e seus familiares
Mesmo em número reduzido, 15,9% das informaram renda mensal de até um salário
crianças se encontravam em condição pós- mínimo e até quatro pessoas como depen-
operatória de cirurgias paliativas e reparado- dentes desse salário. Em relação ao tempo de
ras. Contudo, o tempo de pós-operatório se escolaridade, metade das mães informou ter
concentrou entre um e treze meses, conside- até nove anos de estudo. Sobre a ordem na
rando o critério de inclusão de um mês após família, cerca de 50% das crianças avaliadas
o procedimento cirúrgico. ocupavam até a segunda posição.

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Vale ressaltar que as variáveis procedên- A seguir, observa-se a distribuição das


cia e naturalidade, co-morbidades, familiares crianças portadoras de cardiopatias congê-
cardiopatas, estado civil e ocupação das mães nitas quanto à história de alimentação, en-
não corresponderam à totalidade da amostra globando o tipo de alimentação, intercorrên-
deste estudo, pois, por problemas técnico- cias durante a alimentação e amamentação,
administrativos, alguns dados não foram co- apetite da criança e dificuldades alimentares
letados no momento da entrevista. (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição das crianças portadoras de cardiopatias congênitas quanto à história


de alimentação. Fortaleza, 2009.

Variáveis N %
1. Tipo de alimentação
Leite industrializado + complementos alimentares 61 49,6
Leite materno + complementos alimentares 27 20,8
Leite materno exclusivo 21 11,9
Leite industrializado 13 10,0
Leite materno + leite industrializado 10 7,7
Total 132 100,0
2. Intercorrências durante amamentação
Não 28 52,8
Sim 25 47,2
Total 53 100,0
3. Apetite
Preservado 98 74,2
Diminuído 26 19,7
Aumentado 8 6,1
Total 132 100,0
4. Intercorrências durante refeições
Não 102 77,3
Sim 30 22,7
Total 132 100,0
5. Dificuldade de mastigação/sucção/deglutição
Não 120 93,8
Sim 8 6,2
Total 128 100,0

Considerando a história de alimentação crianças avaliadas, apenas 19 delas estavam


das crianças portadoras de cardiopatias con- em aleitamento materno exclusivo.
gênitas com até 24 meses de vida, os dados Ao se avaliar os principais problemas du-
evidenciam que predominou o uso de leite rante a alimentação, consoante observou-se,
industrializado e complementos alimenta- a maioria das crianças não apresentou in-
res (49,6%), caracterizados por sucos, frutas tercorrências durante as refeições (77,3%)
amassadas e sopas de legumes. Outra parce- e amamentação (52,8%), respectivamente.
la de crianças (11,9%) recebia leite materno Entre os problemas manifestados durante
exclusivo e outras recebiam leite materno a alimentação pelas demais, destacaram-se:
complementado com leite industrializado náuseas, vômitos, refluxo gastroesofágico,
(7,7%). É importante destacar que das 132 tosse, dispnéia e cianose. Além disso, segun-

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do a percepção dos pais, um número expres- dades de avaliar o quantitativo alimentar,


sivo de crianças apresentava apetite preserva- esse estudo se restringiu apenas à avaliação
do (74,2%), e sem dificuldades relacionadas qualitativa da alimentação infantil. Este tipo
à mastigação, sucção e deglutição (93,8%). de levantamento provê o profissional do co-
Cabe salientar que as variáveis: intercor- nhecimento sobre todo o processo alimentar,
rências durante a amamentação e dificul- envolvendo aspectos relacionados à cultura,
dade de mastigação/sucção/deglutição, não religião, hábitos, além de características da
corresponderam à totalidade da amostra sociedade na qual a criança e seus familiares
deste estudo, pois, no instrumento utilizado, estão inseridos (9).
quando a criança não se encontrava em ama- Quando se abordam os diferentes as-
mentação, o avaliador suprimia as perguntas pectos referentes à alimentação da criança
referentes às variáveis. com malformações cardíacas congênitas, é
importante considerar que desnutrição e
cardiopatias congênitas estão fortemente
DISCUSSÃO E COMENTÁRIO relacionadas. Nessa ordem, algumas limi-
tações são reconhecidas e evidenciadas pela
literatura, tais como problemas respiratórios
Em virtude da doença, as crianças porta- reincidentes, hipóxia e constantes interna-
doras de cardiopatias congênitas requerem ções hospitalares, as quais contribuem dire-
acompanhamento especializado desde o nas- tamente para o aparecimento de alterações
cimento, por meio de estratégias de cuidado no peso e no comprimento infantil (10).
que exigem do enfermeiro o reconhecimento Dessa forma, a alimentação das crianças
sobre as particularidades apresentadas pela portadoras de cardiopatias congênitas é as-
doença e, sobretudo, em relação à condição sunto de extrema relevância e deve receber
alimentar dessas crianças. atenção específica dos profissionais da saú-
Somando-se a isso, diferentes fatores po- de que atuam diretamente no cuidado a essa
dem contribuir para o desenvolvimento de clientela. Assim, ao nascer, o leite materno é
desequilíbrios nutricionais nas crianças por- o alimento mais apropriado, sendo indicado
tadoras de cardiopatias congênitas. Entre por suas propriedades imunológicas e nutri-
eles estão: o tipo e magnitude da doença car- cionais de alto valor biológico, independente
díaca, distúrbios no metabolismo energético da condição de saúde apresentada pelo bebê.
caracterizado pelo aumento do gasto energé- O aleitamento materno é ideal para for-
tico, dificuldades alimentares decorrentes da necer o crescimento e desenvolvimento ade-
saciedade precoce, anorexia e alterações na quado da criança nos primeiros seis meses de
função gastrointestinal, incluindo dificulda- vida, devendo ser mantido pela mãe ao longo
des no aproveitamento do alimento para o dos doze meses e, por volta do quarto ou sex-
crescimento (8). to mês outras fontes de nutrientes devem ser
No concernente à história alimentar das acrescentadas à alimentação (1).
crianças cardiopatas no presente estudo, a No estudo, parte das crianças fazia uso de
maioria delas fazia uso de leite industriali- leite materno exclusivo e os motivos que as
zado complementado com outros alimen- levaram ao desmame foram dificuldades de
tos, introduzidos em períodos regulares do sucção pela dispnéia, cianose, hospitaliza-
dia, no total de quatro a nove refeições di- ção e lesões mamilares. Em decorrência da
árias. Ainda como observado, o período de dispnéia, os neonatos com cardiopatias con-
transição para outras fontes de nutrientes gênitas podem recusar precocemente o seio
começou por volta do segundo mês de vida materno pelo fato de não conseguirem coor-
da criança. Cabe uma ressalva: por dificul- denar eficazmente o processo de sucção-de-

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glutição-respiração (1). Diante disso, o leite nérgico, enquanto a dispnéia é usualmente


materno pode não suprir as necessidades sintoma precoce da insuficiência cardíaca
calóricas e protéicas de crianças cardiopatas instalada com o declínio progressivo da re-
que têm o metabolismo elevado, e, assim, serva cardíaca e ocorre aos pequenos esfor-
exige-se a complementação com fórmulas ços nas mamadas ou choro nos lactentes
infantis hipercalóricas (6). (14). O refluxo gastroesofágico nas cardiopa-
A alimentação complementar é encora- tias torna-se mais evidente quando a criança
jada às crianças nascidas com cardiopatias apresenta lesão cardíaca significativa, resul-
seguindo as mesmas recomendações para tando do retardo no esvaziamento gástrico,
crianças normais. Deve se iniciar por volta secundário à má absorção (3).
do quarto ou sexto mês de vida, com outras Em decorrência disso, para muitas crianças
fontes de nutrientes, por sucos de frutas, fru- portadoras de cardiopatias congênitas e seus
tas, vegetais, carnes e cereais preparados em pais, o momento das refeições torna-se tenso.
papa amassada sem retirar fibras e temperos. Nessa situação, a recusa alimentar constante
A alimentação deve ser rica em proteínas e pode ser severa, desencadeando deficiências
ferro, fortificada com gordura e carboidra- nutricionais e alterações no comportamento
tos, com restrição de sódio e excesso de lí- alimentar infantil (5).
quidos (6). Nesse ensejo, o cuidado realizado pela
E, frequentemente, orienta-se aumentar a enfermeira junto a crianças cronicamente
densidade calórica levemente mediante fór- doentes, em especial àquelas portadoras de
mulas concentradas com óleo de milho, ou cardiopatias congênitas, é permeado de con-
triglicerídios de cadeia média. Desse modo, o flitos, que vão desde dificuldades encontra-
lactente assimila mais calorias, apesar da in- das nas relações que se estabelecem com seus
gestão de menor volume de alimentos (11). familiares, até o manejo da alimentação da
Somando-se a isso, no estudo, foram re- criança. Com base nisso, as enfermeiras rela-
latadas intercorrências durante a alimenta- tam que desempenham um cuidado muitas
ção das crianças, as quais estão destacadas vezes limitado à realização de procedimentos
por episódios de vômitos, dispnéia, recusa técnicos, tais como incentivo à dieta oral ou
alimentar, refluxo gastroesofágico, sudorese aplicação de sondas para alimentação (15).
na região frontal da cabeça, crises hipoxêmi- Porém, cuidar de uma criança com doen-
cas. De modo geral, a criança portadora de ça crônica não é uma tarefa fácil e restrita a
cardiopatias congênitas sente muitas dificul- procedimentos técnicos, mas sim um desa-
dades na alimentação oral, pois diferentes si- fio que os enfermeiros enfrentam, visto que
nais e sintomas decorrentes do baixo débito devem orientar os pais da criança, os quais
cardíaco e da função miocárdia alterada são irão necessitar de apoio de diversas nature-
exacerbados no momento da alimentação. zas emocional e afetiva, bem como promover
Lactentes com insuficiência cardíaca conges- o intercâmbio social e repassar informações
tiva podem manifestar dificuldades durante acerca da real condição da saúde da criança
a amamentação, com sudorese excessiva de (16).
pólo cefálico, palidez e irritabilidade (12). Geralmente, a equipe profissional se dedi-
As crises hipoxêmicas são desencadeadas ca especialmente à criança, esquecendo das
por um decréscimo importante no conteúdo dificuldades e necessidades da família, sendo
de oxigênio, cuja consequência é a inadequa- que assistir a criança também implica em dar
da oferta deste elemento para os tecidos na assistência a sua família (17). Nesse contex-
tentativa de satisfazer as demandas metabó- to, a enfermeira precisa adquirir habilidades
licas (13). A sudorese decorre da vasocons- técnicas para desenvolver inovações tecnoló-
trição secundária ao aumento do tônus adre- gicas que envolvam a criança e seus familia-

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CIENCIA Y ENFERMERIA XVIII (1), 2012

res, incluindo a utilização de estratégias lúdi- estavam em acompanhamento ambulatorial


cas durante o momento das refeições e, tam- ainda no período pré-operatório, sem co-
bém, na sua avaliação nutricional periódica. morbidades evidentes.
Dessa forma, como medida de manuten- Em relação aos aspectos sociais e familia-
ção do padrão alimentar da criança, muitas res abordados neste estudo, como observa-
mães no estudo mencionaram a utilização de do, as famílias tinham baixo poder aquisiti-
estratégias, como o uso de colher para inges- vo para manter o filho cardiopata e outros
tão de líquidos, fracionamento dos alimen- membros. Esse achado pode dificultar o
tos em períodos regulares e o incentivo de acesso à condição nutricional adequada da
diferentes opções de alimento no cardápio. criança e, por conseguinte, comprometer a
Nesse ponto, o uso de tais métodos pode ter intervenção cirúrgica e aumentar os riscos
colaborado para que, segundo elas, as crian- para complicações pós-operatórias.
ças tivessem o hábito alimentar preservado. Quanto às mães das crianças, estas viviam
Em conformidade com tais achados, es- com companheiro fixo, apresentaram grau
tudo aponta algumas estratégias de suporte de escolaridade equivalente a mais de nove
nutricional que podem ser planejadas e im- anos de estudo e se restringiam às atividades
plementadas por uma equipe multidiscipli- do lar. Neste sentido, conforme se acredita, o
nar. Nesse caso, o enfermeiro e outros pro- grau de escolaridade, a maior permanência
fissionais podem otimizar o atendimento às no lar das mães e o apoio de um companhei-
crianças com cardiopatias, na tentativa de ro podem ser fatores protetores à saúde nu-
interromper o processo de desnutrição e re- tricional da criança portadora de cardiopatia
cuperar o crescimento infantil. São elas: in- congênita, pois o cuidado prestado requer
troduzir lentamente com aumento gradativo mais tempo e habilidade dos pais, além do
e progressivo a alimentação, observando os conhecimento básico sobre a doença.
limites da criança; desencorajar o uso de fór- No geral, a avaliação do estado alimen-
mulas enriquecidas com elevada concentra- tar das crianças portadoras de cardiopatias
ção de sódio; preferir alimentos ricos em fer- congênitas nesse estudo é condizente com a
ro e evitar grandes infusões de líquidos (6). avaliação de outras crianças sem tal patolo-
Assim, a reciprocidade no cuidado à gia. Por constituírem um grupo tão específi-
criança, entre a equipe de saúde e a família, co sob condição estável de saúde, amparado
pode favorecer uma melhor identificação pela boa disponibilidade de cuidados dispen-
das necessidades da criança possibilitando o sados pelos pais com relativo grau de escola-
planejamento de um cuidado mais integral, ridade, essas crianças gozavam de adequada
holístico e humano. A partir disso, a troca condição alimentar, mesmo emergindo de
de experiências entre os cuidadores pode famílias com baixo poder aquisitivo. Ainda,
possibilitar um melhor relacionamento en- como observado, houve poucos relatos de
tre os profissionais, a criança e sua família, intercorrências durante as refeições, sendo
minimizando, possivelmente, os problemas o apetite considerado preservado segundo a
alimentares e o sofrimento da família com a percepção dos pais, apesar da elevada inci-
doença e a hospitalização (17). dência de crianças nascidas cardiopatas com
Por fim, conclui-se que foram avaliadas déficits nutricionais evidenciados pela litera-
132 crianças portadoras de cardiopatias con- tura.
gênitas com idade até 2 anos em duas insti- Conforme observado, a limitação do pre-
tuições de saúde especializadas em doenças sente estudo se encontra no uso de referên-
cardíacas. A maioria delas eram residentes e cias restritas a livros e artigos relativamente
naturais de Fortaleza-CE, do sexo masculino, antigos, tendo em vista que, especificamente,
com mediana de até 8,5 meses de vida que a temática em questão ainda é timidamente

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Caracterização alimentar de crianças com... / F. Magalhães M., M. Barbosa L., T. de Oliveira P., G. Fávaro H., H. Cândido M., T. Leite de A.

explorada em estudos atuais, principalmen- mieson MPG. Nutritional status of chil-


te por que essas crianças apresentam carac- dren with congenital heart disease. Br
terísticas físicas e fisiológicas peculiares e, Heart J. 1995; 73: 277-83.
muitas vezes, são classificadas como déficit 5. Clemente C, Barnes J, Shinebourne E,
nutricional quando comparadas aos valores Stein A. Are infant behavioural feeding
padronizados para peso e estatura preconiza- difficulties associated with congenital he-
dos pela Organização Mundial de Saúde. Em art disease? Child Care Health Dev. 2001;
face disso, esse estudo propõe a realização de 27(1): 47-59.
pesquisas futuras com vistas à investigação 6. Oba J. Terapia nutricional na criança
do estado nutricional de cardiopatas entre si, com cardiopatia congênita. En: Ebaid, M.
bem como na análise alimentar quantitativa. Cardiologia em pediatria: temas funda-
Com base no exposto, considera-se neces- mentais. São Paulo: Rocca; 2000. p. 495-
sário maior envolvimento das enfermeiras 512.
na avaliação alimentar como parte específica 7. Ministério da Saúde (BR), Conselho Na-
do estado nutricional da criança cardiopata, cional de Saúde. Resolução Nº 196/96.
especificamente na aplicação de estratégias Decreto Nº 93.933 de janeiro de 1987.
que estimulem à alimentação, uma vez que Estabelece critérios sobre pesquisa envol-
o defeito cardíaco desencadeia grandes re- vendo seres humanos. Bioética. 1996; 4(2
percussões para a criança. Nesse contexto, a supl.): 15-25.
enfermeira pode atuar antecipadamente ao 8. Nydegger A, Bines JE. Energy metabo-
prevenir complicações, mediante orienta- lism in infants with congenital heart di-
ções e ensino aos pais, ou mesmo intervir de sease. Nutrition. 2006; 22: 697-704.
forma terapêutica diante das respostas hu- 9. Almeida CAN, Ricco RG, Del Ciam-
manas apresentadas pelas crianças. po LA. Avaliação do estado nutricional.
Agradecimentos: Ao CNPq pelo apoio fi- En: Ricco RG, Del Ciampo LA, Almeida
nanceiro. CAN. Puericultura: princípios e práti-
cas: atenção integral à saúde. São Paulo:
Atheneu; 2000. p. 57-89.
REFERÊNCIAS 10. Damas BGB. A necessidade de informa-
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Greenlund K, Haase N et al. American Enfermagem, Universidade de São Paulo;
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Update: A Report From the American M. WONG: Fundamentos de enferma-
Heart Association Statistics Committee gem pediátrica. 7ma. ed. Rio de Janeiro:
and Stroke Statistics Subcommittee . Cir- Elsevier; 2006.
culation. 2008; 117(4): e25-146. 12. Kobinger MEB. A. Avaliação do sopro
2. Baltaxe E, Zarante I. Prevalence of con- cardíaco na infância. J Pediatr. 2003; 79
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CIENCIA Y ENFERMERIA XVIII (1), 2012

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tais. São Paulo: Rocca; 2000. p. 189-212. Eletr. Enf. [Internet]. 2010; 12(3): 431-
15. Silva JB, Kirschbaum DIR, Oliveira I. Sig- 40. [citado 24 enero 2010]. Disponível
nificado atribuído pelo enfermeiro ao em: http://www.fen.ufg.br/revista/v12/
cuidado prestado à criança doente crô- n3/v12n3a03.htm.
nica hospitalizada acompanhada de fa- 17. Gomes GC, Erdmann AL. O cuidado
miliar. Rev Gaúcha Enferm. 2007; 28(2): compartilhado entre a família e a en-
250-9. fermagem à criança no hospital: uma
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nho SED. Rede e apoio social das famílias Gaúcha Enferm. 2005; 26(1): 20-30.

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