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Nutricição na pediatria

Professora Me. Silvani


Lembrando !
 A mucosa intestinal é a maior superfície do corpo
humano em contato direto com o meio externo e
sofre exposição contínua a antígenos alimentares e
bacterianos.
 O sistema digestório é imaturo ao nascimento.
Sofre alterações morfológicas e estruturais no
período neonatal e no primeiro ano de vida.
 O sistema imunológico intestinal vai amadurecendo
até 6° mês de vida.
 Importância do leite materno até os seis meses e a
dieta de transição ADEQUADA.
Introdução de alimentos
 A OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo até
os 6 meses de vida e a sua manutenção até os 2 anos
de idade, juntamente com a adição de alimentos
complementares.
 Após 6 meses faz-se necessária a introdução, de forma
gradual, de alimentos complementares que atendam as
necessidades nutricionais da criança.
 Após 6 meses crianças atinge um estágio de
desenvolvimento geral e neurológico (mastigação,
deglutição, digestão e excreção) que a habilita a receber
outros alimentos que não o leite materno.
Nutrição Infantil

?
Obesidade infantil

 A prevenção é necessária, visto que os hábitos alimentares


são formados nos primeiros anos de vida.
 Associado a um grande fator de risco para doenças
cardiovasculares, que possui, associação com a
hipertensão arterial e dislipidemias.
Obesidade infantil

 A ingestão de alimentos com alta densidade energética


pode prejudicar a qualidade da dieta resultando no
aumento de peso e na ingestão deficiente de
micronutrientes (BRASIL, 2009).

 A presença de pais ou outros membros da família obesos é


considerado o fator de risco mais importante para o
surgimento da obesidade na infância, devido a soma
herança genética e o ambiente familiar (BRASIL, 2009).
Obesidade infantil

 O conceito adquirido pelos familiares de que criança


‘ gordinha’ é saudável, deve ser trabalhado com os
familiares juntamente com a equipe de saúde para
sensibilizar a necessidade de acompanhamento nutricional.

 A qualidade de vida de crianças e adolescentes pode ser


alterada pela obesidade, pois leva a um grau de
comprometimento físico em decorrência de alterações
músculoesqueléticas, intolerância ao calor, cansaço e falta
de ar.
(NUNES, et al, 2006; BRASIL, 2009).
Obesidade infantil
 Em busca de uma alimentação saudável é necessário
envolver os vários espaços institucionais no qual a criança
está envolvida, a família, creche, escola, comunidade, rede
de saúde e instituição religiosas.

 O cuidado à criança está ligado a estimular atividade


lúdicas, e atividades físicas, envolver a família em um
programa de saúde (BRASIL, 2006).

 Além da importância da autoestima.


Obesidade infantil

 O acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento


infantil é de grande importância, pois monitora e favorece
as condições de saúde e nutrição da criança.

 São utilizados como principal critério para esse


acompanhamento nutricional os índices antropométricos
(SISVAN, 2008).
Obesidade infantil
Os índices nutricionais recomentados pelo OMS e MS:

Peso por Idade (P/I): Indica massa corporal para idade


cronológica. Avaliação adequada para o acompanhamento
infantil, porém não diferencia o comprometimento nutricional
atual ou agudo dos pregressos ou crônicos.

Altura por Idade (A/I): Indica o crescimento linear da


criança. Este é o índice que melhor indica o efeito cumulativo
de situações adversas sobre o crescimento. É considerado o
índice mais sensível para conferir a qualidade de vida de uma
população.
Obesidade infantil
Peso por altura(P/A): É sensível para o diagnóstico de
excesso de peso.

O índice de massa corporal (IMC) é o índice recomendado


para a medida da obesidade em nível populacional. Este índice é
aplicado pela relação entre peso e estatura, e expresso em kg
(quilogramas).

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) = PESO (kg)

ALTURA² (m)
Anemia Ferropriva
 A anemia por deficiência de ferro no Brasil a
prevalência em crianças menores de cinco
anos, variando de 30% a 70%, conforme
região e condições socioeconômico.

 A anemia causa prejuízos e atrasos no


desenvolvimento motor e cognitivo das
crianças e que parecem não ser revertidos
após a suplementação de ferro.
(BRASIL,
2009).
Anemia Ferropriva

As reservas de ferro que a criança recebe


com o AME até os seis meses são suficientes
para atender as necessidades fisiológicas.
A partir de então, surge a necessidade de
complementação com alimentação adequada,
para suprir a demanda deste nutriente (BRASIL,
2009).
Anemia Ferropriva na Infância
Consequências Funcionais da Deficiência de
Ferro:

 Desempenho cognitivo, comportamento e crescimento físico


de crianças e adolescentes.

 O sistema imune, contribuindo com a maior incidência de


doenças infecto-contagiosas em todas as faixas etárias.
Anemia Ferropriva na Infância
 Toda crianças de 6 meses a 18 meses devem tomar
suplemento de ferro.
 O ferro heme, presente na hemoglobina e mioglobina das
carnes e vísceras. As carnes apresentam cerca de 2,8mg
de ferro por 100g do alimento, sendo absorvidos em torno
de 20% a 30% desse nutriente.
 O ferro não heme, contido no ovo, cereais, leguminosas
(ex. feijão) e hortaliças (ex. beterraba), ao contrário do
ferro animal, é absorvido de 2% a 10% pelo organismo.
Para melhorar a absorção ingerir após alimentos com
vitamina C (frutas cítricas) ou A (frutas e hortaliça
amarelas).
Anemia Ferropriva na Infância

Suplementação do ferro:

Crianças de 6 a 18 meses 1 mg de ferro


elementar/kg.
Diariamente até completar 18 meses.
Agravos Nutricionais e Gastrointestinais

DESNUTRIÇÃO

•INTOLERÂNCIA A LACTOSE
DOENÇA DA
DIARRÉIAS •ALERGIA AO LEITE DE VACA
REFLUXO
DESIDRATAÇÃO GASTROESOFÁGICO •DOENÇA CELÍACA
Desnutrição
 Pode ocorrer precocemente na vida intra-
uterino (baixo peso ao nascer).

 Frequente no início da infância, em


decorrência da interrupção precoce do
aleitamento materno exclusivo e alimentação
inadequada nos primeiros dois anos de vida
(BRASIL, 2009).
Desnutrição

 Pode estar associada a privação de


alimentos ao longo da vida e a ocorrência de
repetidos episódios de doenças infecciosas
diarréicas e respiratórias (BRASIL, 2009).
Desnutrição
 Desnutrição é o estado patológico que
resulta da deficiência ou excesso,
absoluto ou relativo, da assimilação de um
ou mais nutrientes essenciais.
 Pode ser manifestado clinicamente ou
detectável por teste antropométrico,
bioquímicos ou fisiológicos.
Nutrição divide-se em:
 Subnutrição - resultante do consumo e/ou
aproveitamento alimentar quantitativamente inferior
às necessidades básicas, por um período longo.
Inanição e marasmo são sinônimos de subnutrição
severa.

 Supernutrição - resultante do consumo e/ou


aproveitamento alimentar quantitativamente superior
às necessidades básicas, por um período longo. A
:
obesidade é o quadro severo.
Nutrição divide-se em:
 Desequilíbrio - resultante da desproporção
entre os nutrientes essenciais, com ou sem
deficiência absoluta de qualquer um. Ex:
Kwashiorkor - dieta pobre em proteínas.

 Deficiência específica - resultante da falta


absoluta ou relativa de um nutriente
individual.
 MÁ NUTRIÇÃO PROTEICA: Também chamada de
desnutrição edematosa ou Kwashiorkor.
Geralmente acomete crianças entre 18 e 48 meses.

 SUBNUTRIÇÃO: Quando grave é também


chamada de atrofia, marasmo e caquexia.
Geralmente acomete crianças de baixa idade ( 0 à
12 meses).
Desnutrição Protéico e Calórica (DPC)

Estado crônico da carência calórico-


proteica, no qual o organismo apresenta
desaceleração (casos leves), interrupção
(casos moderados) ou involução (casos
graves) da evolução normal de seus
parâmetros bioquímicos, funcionais (com ênfase
no desenvolvimento neuropsicomotor) e
anatômicos (com ênfase no desenvolvimento
físico).
A DPC pode ser:

Primária
Decorrente da ingesta alimentar insuficiente ou
inadequada

Secundários (no Sul Brasil teremos mais


estes casos)
Decorrentes de problemas digestivos, de
absorção ou de demanda aumentada.
Causas e fatores:
SOCIAIS

 Ingestão inadequada de alimentos;


 Infecções (ex: diarréia);
 Situação socioeconômica desfavorável;
 Falta de acesso ou ausência de alimentos;
 Padrões culturais;
 Nutrição materna insuficiente;
 Desmame precoce;
Causas e fatores:

PATOLÓGICOS
 Doença celíaca;

 Fissura palatina;

 Estenose hipertrófica de piloro;

 Refluxo gastresofágico;

 Intolerância a proteína do leite; entre outras.


Classificação da DPC

CONFORME ESTADO NUTRICIONAL


 Eutrófico;

 Desnutrição aguda (relacionada ao peso);

 Desnutrição crônico-evolutiva (relacionada à

estatura);
 Baixa estatura nutricional.
QUANTO A INTENSIDADE

 1º grau (leve): diminuição do peso de 10 a


25% (exclusive)
 2º grau (moderado): diminuição do peso de
25% a 40% (exclusive)
 3º grau (grave): perda de peso acima de
40%.

Três forma clínicas:


KWASHIOKOR Deficiência proteica.

É uma deficiência, predominantemente, protéica.


Porém, a etiologia vem sendo associada a fatores
culturais, psicológicos, e infecciosos.
A criança apresenta extremidades finas,
enfraquecidas e abdôme proeminente causado pelo
edema (ascite).
A pele é escamosa e seca, com despigmentações e
presença de dermatoses em função das carências
vitamínicas.
Possível cegueira associada a carência da vitamina A.
O cabelo é fino, seco, áspero, grosso e sem brilho,
podendo ocorrer alopecia.
Criança com Kwashiokor
kwashiorkor, doença
causada pela falta de
proteínas na dieta e
caracterizada por
distensão abdominal;
frequentemente essa
forma de má nutrição
causa prejuízos ao
desenvolvimento do
sistema nervoso, com
atraso neurológico.
A diarréia é comum em função da baixa
resistência contra infecção, com evolução
para o desequilíbrio eletrolítico.
Ocorre esteatose hepática (infiltrado de
gordura no fígado), tecido subcutâneo
diminuído.
A criança tem fácies de extrema miséria,
apática, letárgica, edema de extremidades,
hipoalbuminemia. Irritada ao manuseio, com
anorexia, hipotermia e vômitos.
Apresenta:
 Déficit importante de estatura
 Massa muscular consumida
 Alterações de pele dos membros inferiores
 Alterações dos cabelos
 Hepatomegalia
 Face de lua
 Anasarca
 Baixa concentração sérica de proteínas e albumina
 Área perineal frequentemente irritada com dermatites e
escoriações devido a diarréias
 Apatia exagerada
 Raramente responde a estímulos e não apresenta
apetite
MARASMO Deficiência enérgetica

Síndrome de privação física e emocional.


Carência de calorias e proteínas.
Caracteriza-se pelo desaparecimento do tecido
subcutâneo, ausência de lesões.
Observa-se olhar vivo, irritável, letárgica e
faminta, choro forte, oligúria, perda de peso e
turgor, atrofia muscular, abdome distendido
(retenção de gazes).
Criança com desnutrição,
devido a falta de
alimento, quadro
conhecido como
marasmo. A pele é
frouxa e tem aparência
envelhecida, e os
músculos são atrofiados.
O abdome é distendido
devido a gases intestinais
liberados por bactérias.
Apresenta:
 Hipoatividade
 Pequena para a idade
 Membros são delgados devido a atrofia
muscular e subcutânea
 Costelas são proeminentes
 Pele solta e enrugada na região das nádegas
 Apresenta infecções constantes
 Geralmente é irritada e chorosa
 Seu apetite é variável
Criança com Marasmo
Marasmo-Kwashiorkor
 A origem pode ser de um marasmo que entrou
em déficit protéico ou um Kwashiorkor que
passou a sofrer déficit energético.

 Estão presentes:
 Retardo da estatura
 Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor
 Queda da resistência imunológica
Prevenção de DPC
 Acesso a alimentação adequada;
 Boa nutrição materna;
 Prevenção de baixo peso ao nascer;
 Pré-natal adequado;
 Revisões periódicas de saúde da criança;
 Aleitamento materno até os 6 meses de idade;
 Prevenção do desmame precoce;
Tratamento da Desnutrição
Aumento de oferta alimentar:

 Deve ser feito de forma gradual em função dos distúrbios


intestinais que podem estar presentes.

 Após a reversão deste quadro, fornecer dieta hipercalórica


para a recuperação do peso da criança;

 Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, acidobásicos e metabólicos


e tratar das patologias associadas;

 Obtenção de adesão da mãe ao tratamento, o que irá facilitar a


recuperação da criança em menor tempo e com maior
intensidade.
DISTÚRBIOS
HIDROELETROLÍTICOS
Definição

É um distúrbio nutritivo agudo caracterizado


pela perda de água e eletrólitos. Ocorre
sempre que a eliminação de líquidos excede
a ingesta.

É classificado quanto a intensidade e


quanto às proporções de água e
eletrólitos.
Quanto a intensidade: A água constitui
60 à 70 %
do peso corporal
do lactente.

 Desidratação leve ou de 1° grau: perda de 1


a 5% do peso corporal.

 Desidratação moderada ou de 2º grau: perda


de 5 a 10% do peso.

 Desidratação grave ou de 3º grau: perda de


mais de 10% do peso.
Quanto às proporções:
 Desidratação hipertônica: quando perde mais
água que eletrólitos. Comum em pacientes em
coma, lactentes, infecções no esôfago.

 Desidratação isotônica: quando a perda de água e


eletrólitos é proporcional (mais comum).
Quanto as proporções:

 Desidratação hipotônica: quando perde mais


eletrólitos que água (infecções do tubo digestivo,
vômitos, diarréia, nefrites, DM, queimaduras e
sudorese intensa).
Causas da desidratação:

 Diarréia (é a principal causa)


 Vômitos;
 Pouca ingesta hídrica;
 Aumento das perdas insensíveis;
 Aspiração gástrica ou intestinal;
 Cetoacidose diabética;
 Queimaduras extensas.
Fatores predisponentes:
 Baixa idade: maior superfície corporal, maior perda
cutânea, rins imaturos.

 Desnutrição: alterações intestinais e diminuição da


resposta às infecções.

 Clima de verão: aumenta as perdas cutâneas.

 Condições socioeconômicas desfavoráveis:


alimentação e habitação deficientes.
Sinais e Sintomas:
 Perturbação do humor: inquietação ou
prostração.
 Recusa parcial ou total da alimentação.
 Vômitos: podem persistir e se tornar alarmante.
 Diarréia: fezes verdes ou verde-amareladas, 6 a
8 vezes por dia, sem cólicas ou moderadas.
 Febre: moderada ou de origem alimentar;
quando elevada sugere infecção.
Sinais e Sintomas:
 Eritema perianal
 Diminuição de turgor do tecido subcutâneo
 Depressão da fontanela
 Olheiras: depressão do globo ocular
 Perda de peso
 Palidez por vasoconstrição
 Oligúria
 Mucosas ressecadas
Sinais Clínicos/Graus de Desidratação
LEVE MODERADA GRAVE
Cor Pele pálida acinzentada moteada
Turgor diminuído deficiente muito deficiente

Mucosas secas muito secas ressecadas


Débito Urinário reduzido oligúria oligúria
acentuada
P.A. normal normal/dim. diminuída
Pulso normal/ aumentado rápido e
aumentado filiforme
Tempo <2 seg 2 – 3 seg > 3 seg
enchimento
capilar
Tratamento

Importante identificar o grau de desidratação.


Hidratação (repor os líquidos perdidos)
É adequada na maioria dos casos leves e
moderados de desidratação.

1 SORO CASEIRO:
- Duas colheres de sopa de açúcar
- Uma colher das de chá rasa de sal de cozinha
- Um litro de água filtrada ou fervida
2 SORO CASEIRO (uso da colher dupla de plástico do MS)
- Duas medidas grandes e rasas de açúcar
- Um medida pequena e rasa de sal de cozinha
- Um copo (200 ml) de água filtrada ou fervida
Tratamento
 Soro de Reidratação Oral
Devem ser oferecidos pequenos volumes em
curtos intervalos, respeitando a aceitação da
criança.
Manter o soro até desaparecer os sinais de
desidratação e a diurese for abundante.
O volume estimado a ser reposto é de 50 –
100 ml/kg em 4 a 6 horas.

ATENTAR PARA ACEITAÇÃO DA CRIANÇA


Tratamento
 Dieta
Preferencialmente manter a dieta habitual da criança.
Pausa alimentar não deve ser recomendado.
Interromper a alimentação somente durante a reidratação
oral intensiva (4-6 horas) de um paciente desidratado –
EXCETO LEITE MATERNO.

 Controle do vômito
Antiemético são recomendados(dose única) quando os
vômitos são persistentes e muito frequentes.
Orientações ao cuidador

 Em relação a:
 Hidratação;
 Alimentação;
 Higiene;
 Sinais de piora do quadro;
 Importância de aderir ao tratamento.
 PREVENÇÃO DAS CAUSAS DA
DESIDRATAÇÃO.
Quando internar a criança

 Principais indicações de internação da


criança:

 Gravemente desidratada (sinais de choque);


 Desidratação moderada, que não tolera reidratação oral;
 Gravemente desnutrida;
 Famílias muito pobres, sem condições sociais para
garantir o tratamento ambulatorial.
 Para investigar causa da desidratação.
Cuidados de Enfermagem
 Internação hospitalar:

 Observar evolução do quadro;


 Controle da ingesta hídrica (oral e parenteral);
 Garantir acesso venoso adequado (se necessário);
 Controle das excretas (volume e características);
 Peso diário;
 Controle rigoroso dos sinais vitais;
 Avaliação do estado geral: pele e mucosas, nível de
consciência.
Cuidados de Enfermagem

Proporcionar conforto físico e prevenir


complicações:
 Mudanças frequentes de decúbito;
 Higiene perineal cuidadosa;
 Lubrificação dos lábios e da pele;
 Oferecer VO em pequenos volumes e
frequentemente
Cuidados de Enfermagem

Proporcionar condições para manter um


adequado desenvolvimento psicomotor:
 Estimulação afetiva e motora;
 Estimular a participação da família no
cuidado a criança;
 Permitir brinquedos e visitas.
Diarréias na Infância

 Diarréia é uma alteração do hábito intestinal


caracterizado por aumento do número de
evacuações e/ou diminuição da consistência
das fezes devido a presença de água e
eletrólitos.
A diarréia é classificada como
 Diarréia Aguda
 Diarréia Crônica
Diarréia Aguda Vacina contra
o Rotavírus 2 e 4 meses

 Diarréia aguda infecciosa ou gastrenterite (GEA) é


uma doença infecciosa do trato digestivo de caráter
benigno, autolimitada e de curta duração.

PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS

Vírus Bactérias Parasitas


Rotavírus Salmonella Giárdia
Adenovírus tipo entérico E. Coli Cryptosporidium
Shigella
Clostridium difficile
Vibrio cholerae
Diarréia Crônica
Diarréia crônica é todo processo diarréico
com duração superior a 30 dias, ou quando
ocorrem três episódios de curta duração num
período de 60 dias. A diarréia crônica tem
grande impacto no crescimento e
desenvolvimento da população pediátrica.
CAUSAS MAIS FREQUENTES:
Diarréia persistente pós-enterites, Infecções intestinais, Diarréia induzida
por medicamentos, Causas dietéticas, Síndrome do intestino irritável,
Doença celíaca, Alergia a proteína do leite, Síndrome do intestino curto,
Fibrose cística.
Prevenção da diarréia
 Vacina da rotavirus;

 Aleitamento materno exclusivo até 6 meses e até 2 anos com a


introdução de alimentos;

 Higiene no prepara de alimentos e cuidados diários;

 Preparar alimentos frescos, nunca de refeições anteriores;

 Evitar alimentar a criança com a mamadeira.


Refluxo gastresofágico (RGE)
 É a condição mais comum que acomete o esôfago
na faixa etária pediátrica.
 Deve ser entendido como retorno passivo do
conteúdo gástrico para o esôfago sem nenhuma
implicação com a etiologia devido a imaturidade
funcional do esfíncter inferior do esôfago.

- Complicações decorrentes do refluxo-


- Doença do refluxo gastresofágico(DRGE)
Refluxo gastresofágico
- Sintomas:
- Regurgitamneto em pequenas quantidades
- Tratamento:
- Alimentação com decúbito elevado.
- Manter o decúbito elevado contínuo mais de 30
graus;
- Dieta espessada;
- Drogas que aceleram o esvaziamento gástrico
(domperidona) e para diminuir a esofagite
(omerazol);
Dor abodminal

 Gastroenterite e desconforto alimentar são


mais comum;
 50% das dores abdominal são solucionadas
sem diagnóstico;
 Pneumonia dos lobos inferiores pode causar
dor referida no abdome;
 Infecção do trato urinário e pielonefrite, não é
comum;
 Apendicite aguda.
Apendicite aguda
 É umas das causas mais comuns de dor abdominal na
infância;
 Pode ocorrer em qualquer idade, mas incomum em
menores de 3 anos
 Dor abdominal é geralmente central e em cólica, em
seguida na fossa ilíaca D;
 Febre baixa 37,2-38C
 Dor agravada pelo movimento
 Dor persistente com sinais de defesa na fossa ilíaca D
(sinal Blumberg).
Hemorragia digestiva

 Hemorragia digestiva alta: pode apresentar


hematêmese (vomito com sangue) e melena
(fezes escuras malcheirosas decorrentes da
degradação do sangue).
 Digestiva baixa: melena e enterrorragia
(sangue vivo nas fezes);
 Lactentes observar fissura anal. Investigar
volvo ou torção no intestino
 Infância (corpo estranho, doença de Crohn)
Alergia ao Leite de Vaca

 Alergia alimentar é uma reação adversa ao


componente proteico do alimento e envolve
mecanismos imunológicos.
 As substâncias que causam essa reação
anormal são alérgenos.
 No caso do LV, essas reações são
direcionadas contra frações protéicas do leite.
Alergia ao Leite de Vaca
MANIFESTAÇÕES CLINICAS

 cólicas abdominais, diarreia, vômitos, desidratação.

 Acompanhado diarreia crônica, déficit crescimento);

 Cólicas abdominais exacerbadas;

 Constipação crônica;

 Manifestações cutâneas e respiratórias.

 Tratamento: Excluir os alimentos com LV da dieta do lactente.

 Maioria das crianças com APLV desenvolve tolerância nos primeiros três
anos de vida.
Intolerância a Lactose
 A lactose é o açúcar dissacarídeo presente
no leite materno e no leite de vaca. A
absorção de depende da enzima
denominada de lactase, presente na mucosa
do intestino delgado.
Três situações:
- Deficiência congênita de lactase (patologia rara, determina diarréia
desde os primeiros dias de vida).
- Deficiência secundária a um processo infeccioso.
- Intolerância ontogênica (diminuição progressiva da enzima).
Doença Celíaca
 É definida como uma intolerância permanente
desencadeada pelo glúten que promove uma lesão
importante na mucosa do intestino delgado em
indivíduos geneticamente predispostos.
 A exposição precoce do sistema imunológico ao
glúten é um fator importante da manifestação da
doença no primeiro ano de vida.
Doença Celíaca
• Sintomas:

Primeiros anos irritabilidade e distensão


abdominal;

Pais relatam mal humor e fezes fétidas


anormal;

Mais tarde restrição de crescimento e perda


de peso abrupto.

Aparecimento de lesões pele.


Doença Celíaca

 Diagnóstico: sorologia (anticorpos anti


transglutaminase tecidual e anti-endomísio)
e biopsia do jejuno antes da retirada do
glúten.

 O tratamento consiste na exclusão


completa dos alimentos contém glúten
(trigo, centeio e cevada e produtos
industrializados).
Doença Hirschsprung
 A ausência de células ganglionares nos plexos
mioentérico e submucoso da parte do intestino
grosso resulta em um segmento estreito e
contraído.
Manifestações clínicas: obstrução intestinal,
detectada pela falha da passagem do mecônio
nas primeiras 24 horas de vida.
Diagnóstico: biopsia retal.
Tratamento: Cirúrgico, usualmente paciente
terá inicialmente uma colostomia, após
anastomose do intestino.
Doença de Crohn

 Doença inflamatória, pode afetar da boca ao


ânus, mais comum íleo e no colon.
 Dor abdominal, diarreia, atraso no
crescimento e na puberdade, fissuras e
fístula perianal. Febre e anorexia.
 Diagnóstico colonoscopia (histologia), fase
aguda aumento da proteína C reativa.
 Tratamento: dieta e medicamentosa para
diminuir a irritação e inflamação.
Síndrome do intestino curto

 Má absorção devido a ressecção do intestinal.


 Anomalias (gastroquise).
 Causas inflamatória (enterocolite necrosante
volvo, invaginação, doença de crohn.
 É fundamental saber quanto restou do
intestino.
 Nutrição: Parenteral e enteral.
 Transplante no exterior
Nutrição enteral
 Sonda gástrica- pouco utilizada para alimentação
(exceto neonatologia), mais utilizada em
esvaziamento gástrico
 Sonda enteral: Cuidados com marcação da sonda,

troca da fixação, manter fixada, lavar com água


filtrada ou AD.
- Confirmado pelo RX ou ph preferência não aspirar,
deixar em decúbito lateral D para facilitar a migração
 Gastrostomia: lavagem da sonda, orientação dos

pais com cuidados em casa.


Nutrição parenteral

 Preparação pelo farmacêutico fora do


hospital;
 Acesso venoso central, via exclusiva;
 Instalação pelo enfermeiro;
 Checar sistema, vazão e total infundido, com
frequência.
REFERÊNCIAS
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Saúde da Criança:
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Ministério da
Saúde/Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília:Ministério da Saúde, 2002, 100p. Série
Cadernos de Atenção Básica. N. 11. Série A. Normas Manuais Técnicos.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Dez passos para uma
alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: uma guia
para o profissional da saúde na atenção básica. Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção a Saúde, 2 ed. Brasília:Ministério da Saúde, 2010. 72p. Série A. Normas e
Manuais Técnicos.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Saúde da Criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação
complementar. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de
Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 112p. Série A. Normas e Manuais
Técnicos (Cadernos de Atenção Básica, nº 23

 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Manual operacional do Programa Nacional de Suplementação de Ferro.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. -
Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
28p.(Série A. Normas e Manuais Técnicos)
REFERÊNCIAS
 ALMEIDA, Fabiane de Amorim; SABATÉS, Ana Llonch(Org.) Enfermagem
pediátrica: a criança, o adolescente e sua família no hospital. 1 ed. Barueri,
São Paulo:Manole, 2008.

 FERREIRA, José Paulo e Cols. Pediatria: diagnósticos e tratamentos.


Porto Alegre:Artemed, 2005.

 HOCKENBERRY,Marlyn J. Wong Fundamentos de Enfermagem


Pediátrica. 7.ed: Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

 LISSAUER, Tom; CLAYDEN, Graham (Trad. Arnaldo Prata Barbosa).


Manual Ilustrado de Pediatria. 3 ed. Rio de Janeiro:Elsevier, 2009.

 LOPEZ, Fábio A.; CAMPOS JUNIOR, Dioclécio. Tratado de Pediatria:


Sociedade Brasileira de Pediatria. 2 ed.; São Paulo:Manole, 2010.

 OLIVEIRA, Reynaldo Gomes de. BlacKbook - pediatria, medicamentos e


rotinas médicas. 3 ed. Belo Horizonte: Black Book Editora, 2005.

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