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DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO PROTEICO INFANTIL

FATORES DE RISCO:
 Prematuridade e baixo peso ao nascer.
 Falta ou interrupção precoce de aleitamento materno exclusivo.
 Alimentação complementar inadequada nos primeiros 2 anos de vida, associada, muitas vezes, à
privação alimentar ao longo da vida.
 Ocorrência de doenças infecciosas (diarréias e respiratórias).
 Situação socioeconômica desfavorável.
 Fome causada por secas ou outros desastres naturais ou guerras.
 Cuidado infantil inadequado, como administração de alimentos muito diluídos e/ou não
higienicamente preparados.

FISIOPATOLOGIA:
• Privação Energético-Proteica: repercussão em todos os órgãos e sistemas.

• Mecanismos Adaptativos:

a. Diminuição do Metabolismo Basal


b. Hipoatividade
c. Ganho Ponderal Insuficiente
d. Diminuição da Velocidade de Crescimento (fases mais tardias)

SINAIS DE DESNUTRIÇÃO:
 Perda de peso involuntária igual ou maior que 10% do peso habitual em 6 meses;
 Perda de peso igual ou maior que 5% do peso habitual em 1 mês;
 Peso atual 20% abaixo do ideal;
 Alterações nos padrões de ingestão alimentar;
 Ingestão proteico calórica inadequada por mais de 7 dias.

CLASSIFICAÇÃO DE DESNUTRIÇÃO

Causa:

 Primaria: Pobreza, privação nutricional (não relacionada a doenças)


 Secundaria: Determinadas patologias que acometem os processos relacionados à ingestão,
digestão, absorção, metabolização e excreção do alimento

Intensidade: Baseada no déficit de peso/idade, peso/altura;

 Leve: <10%
 Moderada: 10-20%
 Severa: >20%

Duração:

 AGUDA: avaliada pela medida peso por altura: recente consumo alimentar deficiente e pode
ser agravada por doenças agudas.
 CRONICA: avaliada pela medida altura por idade: inadequada alimentação consumida
durante um longo período de tempo e pode ser agravada por doença
DESNUTRIÇÃO GRAVE >20%

Classificação de desnutrição grave:

 Marasmo
 Kwashiorkor
 Kwashiorkor-Marasmático

Kwashiokor: Desnutrição proteica

 Afeta principalmente crianças acima de 2 anos


 Carência predominantemente proteica
 Tecido celular subcutâneo preservado
 Apatia mental, nunca sorri, choraminga.
 Posição preferida: encolhida, coberta (frio).
 Lesões de pele: seca, fria, áspera, sem brilho, eritema, descamações e fissuras lineares.
 Grande emagrecimento do tórax e seguimentos proximais e edema seguimentos distais.
 Osteoporose
 Atraso neuropsicomotor
 Edema – principal achado
clinico
 Alterações dos cabelos: finos,
secos, quebradicos, “sinal da
bandeira” (faixas coloração
claro e escura)
 Unhas finas, quebradiças e sem
brilho
 Mucosas: língua “careca”,
retração das gengivas e lábios
rachados.
 Hepatomegalia
 Hipoalbunimenia
 Diarreia

Marasmo: desnutrição proteico calórica

 Acomete crianças menores de 1 ano (lactentes)


 Deficiência essencialmente de calorias (energética), mas também proteica
 Fácies senil
 Perda tecido tecidos muscular e subcutâneo
 Cabelos escassos e finos
 Ausência de lesões de pele
 Ausência de esteatose hepática
 Albumina geralmente normal

Kwashiokor Marasmatico:

 Forma mista
 Acomete crianças entre 1 e 2 anos
 Perda tecido celular subcutâneo
 Edema de extremidades
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL POR IDADE:

CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL

CLASSIFICAÇÃO DE GOMEZ

 Preconizada para crianças


MENORES DE 2 ANOS
 O peso é o parâmetro que tem
maior velocidade de crescimento,
variando mais em função da idade
do que do cumprimento da
criança, o que o torna mais
sensível os agravos nutricionais,
sendo o primeiro a modificar-se
nestas circunstâncias
 Baseia-se no índice de PESO
PARA IDADE E SEXO (P/I)
 Na presença de edema
comprovadamente nutricional, independente do peso/idade, a criança será considerada
desnutrida 3° grau
CLASSIFICAÇÃO DE WATERLOW

 Baseia-se nos índices de estatura/idade (E/I) e peso/estatura (P/E).


 É preconizada para crianças de 2 a 10 anos de idade.
 Os agravos nutricionais serão melhor avaliados pela E/I e P/E

CLASSIFICAÇÃO DA OMS:

• Esta classificação pode ser empregada para crianças independente da faixa etária.

• A OMS considera desnutridas crianças com índices inferiores a –2 escores Z abaixo da


mediana de referência. Crianças abaixo de –3 escores Z ou na presença de edema
comprovadamente nutricional, são consideradas desnutridas graves.

• Esta classificação identifica apenas as formas moderadas e graves de DEP, o que impediria
uma intervenção mais precoce junto às crianças com formas leves ou em risco nutricional.

DIAGNOSTICO LABORATORIAL

 ALBUMINA : vida média 14 - 20 dias. É a melhor medida do estado nutricional em relação à


proteína. Seus níveis refletem o estado de depleção protéica crônica. Possui baixa sensibilidade e
especificidade para diagnosticar desnutrição aguda.
Valores Normais: 4,0 – 6,0 g/dl Depleção Leve 2,8 – 3,5 Depleção Moderada 2,1 – 2,7
Depleção Grave < 2,1
 PRÉ-ALBUMINA: vida média 2 dias. Sua síntese depende de uma função hepática íntegra.
Apresenta maior sensibilidade para a avaliação do estado nutricional atual. É mais sensível às
mudanças dietéticas do que a Albumina e a Transferrina séricas. Está aumentada na
desidratação. Não é afetada pela deficiência de Ferro.
Valores Normais: 19 – 43 mg/dl Depleção Leve 10 – 15 Depleção Moderada 5 – 10 Depleção
Grave < 5 Grave <2,1
 TRANSFERRINA: vida média 6 – 8 dias. Elevada nos casos de anemia ferropriva. Está
diminuída na presença de infecção ou infestações parasitárias.
Valores Normais: 250 – 300 mg/dl Depleção Leve 150 – 200 Depleção Moderada 100 – 150
Depleção Grave < 100
 PROTEÍNA CARREADORA DO RETINOL: vida média 12 horas. É a mais sensível em estado
de jejum principalmente protéico e/ou hipercatabolismo. Entretanto, devido ao fato de ser
metabolizada no rim, encontrando-se em níveis elevados nas doenças renais em que há aumento
sérico de creatinina, é de pouca aplicação prática na avaliação nutricional.
Valores normais: 3-6 mg% e qualquer taxa inferior a essa pode indicar depleção protéica.
 Compostos Nitrogenados da Urina: resíduos de proteínas tais como uréia, ácido úrico, creatinina,
amônia e outros
 Índice Creatinina/Altura – ICA: A concentração de creatinina na urina guarda relação com a
massa muscular do paciente, e, portanto, a estimativa de suas perdas de 24 horas, em valor
absoluto ou preferencialmente relacionadas à altura do indivíduo, traduzem bem a maior ou
menor abundância de tecido muscular (proteína) no organismo.

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