Você está na página 1de 60

CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA

By Sci Nutri

ANATOMIA HUMANA

Udemy
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

3
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................6

2. TERMINOLOGIA ANATOMOMÉDICA ......................................................7

2.1 PLANOS ANATÔMICOS ...................................................................................7

2.2 TERMOS DE RELAÇÃO E COMPARAÇÃO ...................................................9

2.3 TERMOS DE MOVIMENTO ..............................................................................9

2.4 ABREVIAÇÃO DE TERMOS ..........................................................................10

2.5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................11

3. SISTEMA ÓSSEO ............................................................................................12

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS ......................................................................12

3.2 PRINCIPAIS OSSOS DO ESQUELETO ..........................................................13

3.3 CONTEÚDO COMPLEMENTAR – ACIDENTES ÓSSEOS ..........................22

3.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................23

4. ARTICULAÇÕES ............................................................................................24

4.1 ARTICULAÇÕES FIBROSAS ..........................................................................24

4.2 ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS ..........................................................25

4.3 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS .........................................................................25

4.4 EXERCÍCIOS DE FÍXAÇÃO ...........................................................................26

5. SISTEMA MUSCULAR ..................................................................................27

5.1 PRINCIPAIS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS .................................................27

5.2 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO ..............................................................................31

6. SISTEMA DIGESTIVO ..................................................................................32

6.2 PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO TGI .............................................................33

6.3 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................37

4
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

7. SISTEMA CIRCULATÓRIO ..........................................................................38

7.1 SANGUE ............................................................................................................38

7.2 VASOS SANGUÍNEOS ....................................................................................38

7.3 VASOS LINFÁTICOS .......................................................................................39

7.4 CORAÇÃO .........................................................................................................40

7.5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................43

8. SISTEMA REPRODUTOR .............................................................................44

8.1 SISTEMA GENITAL MASCULINO ................................................................44

8.2 SISTEMA GENITAL FEMININO ....................................................................45

8.3 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................47

9. SISTEMA URINÁRIO ....................................................................................48

9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...........................................................................50

10. SISTEMA NERVOSO .....................................................................................51

10.1 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .............................................................51

10.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ...................................................................52

10.3 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ..........................................................................54

11. SISTEMA RESPIRATÓRIO ..........................................................................55

11.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ..........................................................................57

12. SISTEMA ENDÓCRINO ................................................................................58

12.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ..........................................................................60

13. FIGURAS ILUSTRATIVAS ...........................................................................61

5
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

1. INTRODUÇÃO

A anatomia humana é o estudo das estruturas e funções do organismo humano. É


uma das ciências médicas básicas mais antigas. Os escritos mais antigos foram vistos
entre 3000 e 2500 a.C; entretanto foi estudada formalmente pela primeira vez no Egito a
aproximadamente 500 a.C.
Posteriormente a anatomia foi estudada na Grécia por Hipócrates (460 – 377 a.C),
que afirmou: “A natureza do corpo é o início da ciência médica”. Aristóteles (384-322
a.C) foi o primeiro a utilizar o termo anatome, palavra grega cujo significado remete a
“cortar em pedaços ou separar”. Por um período, a partir de 150 a.C a dissecação humana
foi proibida por motivos religiosos e éticos; e os anatomistas só podiam estudar através
de corpos de animais.
Por volta do século XVII, as dissecações humanas se tornaram característica
importante nas escolas de medicina da Europa, museus sobre anatomia surgiram em
muitas cidades. Durante os séculos XVIII e XIX os anatomistas publicaram tratados e
atlas ilustrados que estabeleciam padrões de representação do corpo humano; nesta época
a falta de cadáveres para dissecação levou a meios ilegais para se obter os corpos, tais
como assaltos a túmulos e assassinatos. Posteriormente criou-se uma providência legal,
chamada de Anatomy Act ou ato anatômico, e as escolas de medicina passaram a receber
os corpos de forma legal para estudo.

Podemos classificar o estudo de Anatomia pelas seguintes abordagens:

 Anatomia Regional (topográfica) – É o método de estudo do corpo por regiões.


Exemplo: cabeça/pescoço, tórax, abdome, membro superior, membro inferior.

 Anatomia Sistêmica – É o método de estudo do corpo por sistemas. Exemplo:


sistema esquelético, sistema circulatório, sistema muscular.

 Anatomia clínica – É o método que enfatiza a estrutura e sua função relacionada,


relacionando com as aplicações práticas das ciências da saúde.

Pode-se ainda considerar a divisão entre anatomia macroscópica, que estuda o


que possível ser observado a olho nu; e anatomia microscópica, que estuda estruturas
vistas apenas em microscópio.

6
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

2. TERMINOLOGIA ANATOMOMÉDICA

Na anatomia são utilizados terminologias para descrever de forma clara a


posição de alguma estrutura específica. Estas convenções são reconhecidas por todo o
mundo pelos anatomistas, sendo portanto uma linguagem internacional da anatomia.
Para a compreensão de todos os planos e nomenclaturas deve-se considerar
primeiramente que o indivíduo esteja em posição anatômica.

 POSIÇÃO ANATÔMICA – cabeça, olhos e dedos


do pé direcionados anteriormente (para a frente); membros
superiores ao lado do corpo com as palmas anteriormente;
membros inferiores juntos, com os pés direcionados
anteriormente.

2.1 PLANOS ANATÔMICOS

Os planos anatômicos são baseados em quatro planos imaginários – sagital,


frontal e horizontal que atravessam o corpo em posição anatômica.

 Plano Sagital Mediano ou mediano ou longitudinal–


divide o corpo em duas partes iguais: esquerda e direita.

7
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

 Plano Frontal ou Coronal – atravessa o corpo dividindo-o em duas


partes: posterior (de trás) e anterior (frente).

 Plano Horizontal ou Transverso – divide o corpo em duas partes:


superior (de cima) e inferior (de baixo).

Pode-se utilizar os planos para estudos do conteúdo de estruturas e órgãos


específicos. Exemplo: crânio

Dependendo do corte
utilizado, é possível
visualizar algumas
estruturas específicas.

8
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

2.2 TERMOS DE RELAÇÃO E COMPARAÇÃO

São termos de comparação de estruturas, descritos como pares de opostos.


Comparam a posição relativa de duas estruturas entre si.

Terminologia Significado
Medial Em encontro a linha média
Lateral Afastado da linha média
Profundo Indica estruturas que se encontram
cobertas por outras
Superficial Indica estruturas que estão mais próximas
a superfície externa do corpo
Anterior Parte dianteira em relação a posição
Posterior Parte traseira em relação a posição
Proximal Estrutura mais próxima do ponto de
união da parte do corpo ou linha média.
Distal Estrutura mais afastada do ponto de união
da parte do corpo ou linha média.

2.3 TERMOS DE MOVIMENTO

 Extensão e Flexão
 Adução e Abdução
 Rotação Lateral e Rotação Medial
 Retrusão e Protusão
 Supinação e Pronação
 Eversão e Inversão
 Elevação e Abaixamento
 Dorsiflexão e Flexão Plantar

9
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

2.4 ABREVIAÇÃO DE TERMOS

Em anatomia são utilizadas abreviações para se referir a determinadas estruturas.


Para se referir ao plural daquela estrutura, coloca-se duas letras de abreviação.

a.= artéria m. = músculo r. = ramo


aa. = artérias mm. = músculos rr. = ramos
lig. = ligamento n. = nervo v. = veia
ligg. = ligamentos nn. = nervos vv. = veias

10
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

2.5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Cite as 3 abordagens de estudo em anatomia


2-) Descreva a posição anatômica.
3-) Quais são os três planos anatômicos?
4-) Cite 2 conjuntos de termos anatômicos de comparação e explique cada um deles.

5-) Relacione as imagens abaixo com os termos anatômicos de movimento:

1 2

3 4

** PARA PESQUISAR: Quais são os princípios éticos para o estudo da anatomia?

11
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

3. SISTEMA ÓSSEO

O esqueleto humano é uma estrutura viva com capacidade de se adaptar,


desenvolver e reparar. Além da função mais conhecida de suporte de tecidos moles e
movimento, o sistema ósseo oferece proteção a órgãos vitais internos, alojando-os em
cavidades específicas. É um reservatório de minerais como cálcio, fósforo, sódio e
potássio; que podem ser mobilizados e distribuídos pelo corpo conforme sejam requeridos
fisiologicamente. O sistema ósseo também é responsável pela formação de células do
sangue ou hemopoiese; a medula óssea é responsável pela formação de novas hemácias,
que se renovam a cada 120 dias.
O sistema ósseo é constituído por 206 ossos, que estão presentes no esqueleto
axial e apendicular. Chama-se de esqueleto axial o conjunto composto de: cabeça (29
ossos), coluna vertebral (26 ossos), tórax (25 ossos), totalizando 80 ossos. O esqueleto
apendicular é composto de: cintura escapular (4 ossos), membros superiores (60 ossos),
cintura pélvica (2 ossos) e membros inferiores (60 ossos).

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS DE ACORDO COM SUA FORMA

Os ossos do esqueleto podem ser classificados em: longos, curtos, irregulares e


planos.

 Ossos longos – possuem eixo longo, são mais compridos do que largos; maioria
dos ossos dos membros superiores e inferiores. Exemplo: úmero, rádio, ulna,
fêmur, tíbia.
 Ossos curtos – não possuem um eixo longo; são curtos. Exemplo: ossos do tarso
e carpo.
 Ossos planos – ossos delgados, largos. Exemplo: teto da cavidade craniana,
esterno, escápula.
 Ossos irregulares – possuem formas variadas; não se encaixam em nenhuma outra
categoria. Exemplo: vértebras

12
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

3.2 PRINCIPAIS OSSOS DO ESQUELETO AXIAL E APENDICULAR


ESQUELETO AXIAL ESQUELETO APENDICULAR
Crânio Frontal, Parietais, Cintura Escápula, Clavícula
Neural Temporais, Occipital, Escapular
Etmoide, Esfenoide
Crânio Nasais, Maxilas, Membro Ossos sesamoides, Úmero,
Visceral Zigomáticos, Superior Rádio, Ulna
Mandíbula, Vômer,
Conchas nasais
inferiores, Palatinos
Costela Verdadeiras (7 pares), Punho e Ossos do carpo (escafoide,
Falsas (3 pares), Mão semilunar, piramidal,
Flutuantes (2 pares), pisiforme, trapézio,
Incisura clavicular, trapezoide, capitato e
Incisura Jugular, Cabeça hamato) I, II, III, IV e IV
da costela, Tubérculo metacarpos, falanges
costal (proximal, medial e distal)
Esterno Manúbrio, corpo, Cintura Ílio, Ísquio, Púbis, Sínfise
processo xifoide Pélvica púbica
Vértebras Cervicais (7), Torácicas Membro Fêrmur, Patela, Tibia,
(12), Lombares (5), Inferior Fíbula, tornozelo, pé,
Processo espinhoso, ossos do tarso (calcâneo,
Processos transversos, talus, navicular, cuboide,
Processos articulares, cuneiforme – lateral,
Pedículo, Corpo da intermédio e medial); I, II,
vértebra, Forame III, IV e IV metatarsos,
vertebral, Lâmina da falanges (proximal, medial
vertebra e distal)

13
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 1. Sistema esquelético, visão posterior e anterior. Sem acidentes ósseos. Parte mais
escura representa o esqueleto axial e parte mais clara, o esqueleto apendicular,

14
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 2. Ossos do crânio, visão frontal. Principais ossos destacados.

Figura 3. Ossos do crânio, visão lateral. Principais ossos destacados

15
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 4. Ossos do crânio, visão inferior. Principais ossos destacados


ossos destacados

Figura 5. Ossos do crânio, visão superior, abóbada craniana removida. Principais ossos
destacados.

16
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 6. Ossos do coluna vertebral.

17
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 7. Vértebras. Vista superior (a) e lateral (b).

Figura 8. Vértebra cervical. Vista superior.

18
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 9. Sacro ou vértebras sacrais.


Destaque no cóccix.

Figura 10. Tórax. Visão Anterior.

19
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 11. Vista superior de uma vértebra, mostrando sua articulação com a
cabeça da costela. Principais estruturas estão destacadas.

Figura 12. Ossos da Pelve. Nota-se diferenças entre a pelve masculina e a


feminina.

20
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 12. Ossos do carpo, metacarpo e falanges dos metacarpos. * Ao lado do


osso uncinado temos o Hamato

Figura 13. Ossos do tarso, metatarso e falanges dos metatarsos.

21
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

3.3 CONTEÚDO COMPLEMENTAR – ACIDENTES ÓSSEOS

Os acidentes ósseos são estruturas anatômicas específicas presentes no


esqueleto. Adota-se uma nomenclatura específica para se referir a cada tipo de acidente:
Alvéolo – caracterizado por uma escavação profunda
Cabeça – extremidade proeminente e arredondada
Canal – passagem tubular
Côndilo – projeção articular, arredondada
Crista – Projeção estreita
Espinha – processo agudo e fino
Epicôndilo – projeção lateral de um condilo
Face – superfície achatada, pouco profunda
Fissura – abertura em funda estreita
Forame – abertura circular que atravessa o osso
Fossa – depressão rasa
Fóvea – pequena cavidade ou depressão
Incisura – depressão em forma de “U”
Processo – Proeminência acentuada do osso
Seio – cavidade oca
Sulco – depressão ou ranhunha alongada
Trocanter – processo maciço, encontrado apenas no fermur
Tubérculo – processo arredondado, tubérculo maior do úmero
Tuberosidade – processo áspero, parecido com rugas

Exemplos de acidentes ósseos: tuberosidade do rádio, fossa do olecrano, incisura


jugular, incisura clavicular, trocanter maior, trocanter menor, tubérculo costal, forame
magno, forame vertebral, forame transverso da vértebra, epicôndilo lateral.

22
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

3.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Utilize o modelo ao lado para


nomear as principais estruturas
ósseas estudadas neste capítulo.

2-) O esqueleto pode ser subdividido


em dois tipos. Quais são?

3-) Como podemos classificar os


ossos quanto sua forma?

** PARA PESQUISAR: O que é


osteopenia e osteoporose? Quais as
estratégias atuais propostas pela
ciência para tratamento e reversão
desta patologia?

23
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

4. ARTICULAÇÕES

O sistema articular é um suporte para o sistema ósseo, possibilitando o


organismo de realizar determinados movimentos articulados. Uma articulação é o local
de união ou junção entre dois ou mais ossos. Pode-se classificar as articulações de duas
principais formas: acordo com o tecido conector ou de acordo com o movimento
realizado.
4.1 ARTICULAÇÕES FIBROSAS
Esse tipo de articulação inclui todas as articulações em que os ossos são mantidos
juntos por tecido conjuntivo fibroso – tecido que pode ser também referido como
ligamento sutural. Este tipo de articulação também pode ser classificada como sinartroses
(syn = junto com, união; arthron = articulação). Divide-se as articulações fibrosas em dois
tipos: suturas e sindesmoses.
 Suturas – Constituídas de tecido fibroso. Preenche pequenas fendas entre os ossos,
mantendo-os firmemente unidos. Exemplo: crânio.
 Sindesmoses – Constituídas de tecido fibroso. Neste caso, as extremidades dos
ossos estão mais afastadas – composto de fibras mais longas que podem ser
classificadas como ligamentos; não permitem movimentos verdadeiros. Exemplo:
tíbia-fíbula.

Figura 14. Articulações fibrosas. Ao lado esquerdo, sindesmose presente entre a


extremidade da tíbia e fíbula. Ao lado direito, sutura presente no crânio.

24
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

4.2 ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS

Este tipo de articulação é caracterizada pelo fato de sua constituição predominar


tecido cartilaginoso; propiciam a realização de pequenos movimentos, sendo chamadas
também de anfiartroses (amphi = de ambos os lados). Existem dois tipos de articulações
cartinaginosas: sincodroses e sínfises.

 Sincondroses – São unidos por uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são
temporárias, sendo substituídas posteriormente por ossos; e algumas permanentes.
Exemplo: articulações entre as dez primeiras costelas.
 Sínfises – Separa os ossos formando um coxim fibrocartilaginoso. Exemplo:
articulação entre dois ossos púbicos; articulação dos discos intervertebrais.

Figura 15. Articulações cartilaginosas. Ao lado esquerdo, sincondrose costais; ao lado


direito, sínfises intervertebrais.

4.3 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS

Constituem a maioria das articulações do corpo. São livremente moveis,


limitadas por ligamentos, músculos, tendões ou ossos adjacentes; também chamadas de
diartroses (diarthosis – articulação móvel). Possuem quatro formações: uma capsula
articular, uma membrana sinovial e a sinóvia (liquido sinovial). As membranas sinoviais
formam ainda outras estruturas como as bolsas sinoviais e bainha dos tendões que, apesar
de não fazerem parte das articulações sinoviais, estão constituídas de liquido sinovial, o
qual promove a redução de atrito durante os movimentos.

25
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 16. Estrutura das articulações sinoviais.

4.4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- Qual a função das articulações?


2- Cite e exemplifique os tipos de articulações do corpo e suas subdivisões,
enfatizando suas principais características.
** PARA PESQUISAR: Discorra sobre a fisiopatologia da osteomalácia

26
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

5. SISTEMA MUSCULAR

Responsável pelo processo de movimentação e contração de sistemas vitais, o


sistema muscular é formado por células longas chamadas de fibras musculares que
contem em sua composição proteínas (actina, tropomiosina e troponina) que possibilitam
o processo de contratilidade da musculatura. Vale ressaltar que os músculos realizam o
processo de contração graças ao suporte do sistema nervoso periférico, o qual estabelece
comunicação com o sistema nervoso central através de neurotransmissão.
As células musculares são mantidas unidas por bainhas delgadas de membrana
chamadas de fáscias, que também é inserida no músculo separando-o em feixes chamados
fascículos.
Pode-se dividir o sistema muscular em três tipos de músculos: esquelético, liso
e cardíaco. O músculo esquelético é o único pelo qual são realizadas contrações
voluntárias. Chama-se de estriado, o tipo de músculo pelo qual suas fibras musculares são
organizadas em feixes funcionais chamados sarcômeros. Neste capítulo enfatizará os
principais músculos que compõe a musculatura esquelética.

Tipo Características Exemplo


Musculo Esquelético Contração voluntária, estriado, Bíceps, Tríceps,
fixado aos ossos do esqueleto Risório
Músculo Cardíaco Contração involuntária, estriado, Miocárdio
compõe a musculatura cardíaca
Músculo Liso Contração involuntária, não estriado, Musculatura do
presente nas vísceras esôfago, estômago,
intestino

5.1 PRINCIPAIS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

A maioria dos músculos esqueléticos estão fixados direta ou indiretamente nos


ossos através de tendões, cartilagens, ligamentos e/ou fáscia; alguns estão fixados a
órgãos, à pele e a túnica mucosa. Quando um músculo se contrai e diminui, uma de suas
fixações permanece fixa e a outra se move. As fixações são descritas como origem e
inserção; a origem normalmente é a extremidade proximal que permanece fixa e a
inserção é a extremidade distal que é mais móvel.

27
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 17. Vista anterior dos músculos esqueléticos.

28
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 18. Vista posterior da musculatura esquelética.


29
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 19. Músculos da face, visão lateral.

Figura 20. Músculos da face e sua função.

30
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

5.2 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO


1 – Utilize o modelo abaixo para nomear as principais estruturas componentes da
musculatura esquelética estudadas neste capítulo.
** PARA PESQUISAR: Discorra sobre como ocorre a contração muscular. Destaque os
hormônios e íons envolvidos no processo.

31
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

6. SISTEMA DIGESTIVO

Todas as células do corpo humano necessitam de nutrientes para garantir seu


bom funcionamento. Além do oxigênio obtido através do processo de respiração, as
células necessitam de glicose, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais para
desempenhar suas funções de síntese, secreção, proteção, contração etc.
O trato gastrointestinal (TGI) é responsável por digerir, absorver e excretar todos
os nutrientes ofertados na dieta. Considera-se o TGI como o maior órgão do organismo
humano, iniciando na cavidade da boca e terminando no ânus. O sistema digestivo
modifica o alimento, digerindo-o por processos mecânicos e químicos.
* Segue abaixo os principais eventos que ocorrem no processo de digestão. Vale ressaltar
que esta apostila não irá se ater em detalhes dos processos fisiológicos, mas sim enfatizar
as principais estruturas envolvidas.
- A digestão se inicia na boca, através da trituração do alimento pelos dentes,
umedecimento pelo muco e ação enzimática pelas glândulas salivares. O reflexo de
engolir sinaliza a epiglote de forma ao alimento passar direto para o esôfago, evitando a
via do sistema respiratório. O músculo do esôfago direciona o bolo alimentar para o
estômago, passando pelo esfíncter gastresofágico inferior ou cárdia. O estômago processa
o alimento, a digestão de proteínas ocorre com a ação de enzimas proteolíticas e ácido
clorídrico.
- O bolo alimentar, agora chamado de quimo, é esvaziado aos poucos para a
primeira porção do intestino delgado (duodeno), com controle do esfíncter pilórico ou
esfíncter gastroduodenal. No duodeno, o suco pancreático (sintetizado no pâncreas) e a
bile hepática (sintetizada no fígado) são liberados por ductos, neste momento a ação
enzimática irá realizar a digestão dos carboidratos e lipídeos, assim como continuar a
digestão das proteínas.
- O quimo percorre as porções do intestino delgado jejuno e íleo. As células
chamadas de borda em escova são responsáveis por absorverem grande parte dos
nutrientes ingeridos. Após este processo o quimo se direciona para a primeira porção do
intestino grosso (ceco) com controle do esfíncter ileocecal. Neste momento o quimo é
chamado de quilo, constituído de conteúdo remanescente da digestão – fibras, água e
alguns minerais. O intestino grosso diferentemente do delgado é constituído de um
microbioma, bactérias comensais que irão fermentar o conteúdo não digerido e sintetizar
produtos benéficos ao organismo. O quilo passa pelo cólon ascendente, transverso,
descendente e sigmoide; e então atinge o reto e por fim é excretado pelo ânus através do
reflexo de defecação.

32
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

6.1 PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO TRATO GASTROINTESTINAL

Figura 21. Principais estruturas do trato gastrointestinal.

33
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 22. Secção sagital da cavidade da boca e faringe.

Figura 23. Face dorsal da língua

34
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 24. Glândulas salivares

Figura 25. Estruturas do estômago, vesícula biliar e pâncreas. Principais nomes


destacados.

35
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 25. Estruturas do fígado – principais destacadas

36
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

6.2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Utilize a figura abaixo para nomear o máximo de estruturas possíveis estudadas neste
capítulo.

2-) Cite as principais estruturas do fígado e boca


** PARA PESQUISAR: Discorra sobre a Doença de Crohn; região acometida,
fisiopatologia e tratamento.

37
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

7. SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório compreende: sistema sanguíneo (vasos sanguíneos e


coração); sistema linfático (vasos linfáticos e órgãos linfoides) e órgãos hemopoiéticos
(medula óssea e alguns órgãos linfoides). Este capítulo irá discorrer brevemente sobre o
sistema vascular, sangue e linfa; pois dar-se-á uma ênfase maior nas estruturas pertinentes
ao coração.

7.1 SANGUE
Um dos componentes fluídos do sistema circulatório é o sangue. A média de
volume de sangue de um ser humano é de aproximadamente 79 ml por quilograma de
peso; o tecido adiposo (gordura corporal) é pouco vascularizado em comparação aos
tecidos magros; portanto, um indivíduo com maior proporção de tecido adiposo tende a
ter menor volume sanguíneo por quilograma de peso.
Além de seu papel de transporte de gases respiratórios (oxigênio e dióxido de
carbono), materiais nutritivos, excretas e produtos celulares; o sangue auxilia na
regulação da temperatura corporal; manutenção da homeostase; proteção contra
componentes estranhos e organismos (células brancas/leucócitos); e prevenção de perda
excessiva de líquidos (plaquetas).

7.2 VASOS SANGUÍNEOS


Os vasos sanguíneos podem ser divididos em: veias, artérias, vênulas, arteríolas
e capilares. As veias e artérias são vasos maiores, que transportam o sangue
sistemicamente. As arteríolas e vênulas são pequenos vasos sanguíneos, ramificações das
artérias e veias. E os capilares são os menores vasos sanguíneos do sistema circulatório,
são nestes que as trocas de nutrientes do vaso com o tecido alvo acontecem.
Didaticamente as imagens de apostilas de anatomia discriminam de forma geral
as veias/vênulas na cor azul e as artérias/arteríolas em cor vermelha. Vale ressaltar que
esta regra possui algumas exceções, que são as artérias e veias pulmonares. De fato, todo
vaso sanguíneo discriminado em azul está transportando dióxido de carbono, enquanto
todo vermelho está transportando oxigênio. O oxigênio ao se ligar com o ferro presente
na hemoglobina sofre uma reação química resultando em um sangue mais avermelhado.
Os vasos sanguíneos são constituídos por três camadas de epitélio. Denomina-
se túnica externa (adventícia) a camada mais externa do vaso, túnica íntima a camada
mais interna e túnica média a camada entre a túnica íntima e a adventícia. A constituição
destas camadas se distinguem conforme a necessidade de vasodilatação da região.

38
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 26. Principais veias (lado esquerdo) e artérias (lado direito)

7.3 VASOS LINFÁTICOS


Os vasos linfáticos, diferentemente dos vasos sanguíneos citados acima,
transportam um líquido chamado linfa. Os linfonodos ou nódulos linfáticos fazem parte
deste sistema. São funções do sistema linfático: o transporte de lipídeos da dieta, a
drenagem de líquidos e o desenvolvimento da resposta imunológica.

Figura 27. Vasos linfáticos e linfonodos.

39
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

7.4 CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular com função de contração e propulsão. Sua


principal função é bombear o sangue (enriquecido de oxigênio pelos pulmões) para todos
os tecidos. As celulares musculares do coração se diferem das demais, possuindo uma
conformação que colabora para o processo de ritmicidade cardíaca; o musculo do coração
é chamado portanto de musculo estriado cardíaco.
Divide-se o coração em câmaras chamadas átrios e ventrículos. As válvulas ou
valvas cardíacas controlam a passagem de sangue de uma região para outra. A válvula
tricúspide se localiza entre o átrio direito e o ventrículo direito; enquanto a válvula
bicúspide (mitral) se localiza entre o átrio esquerdo e ventrículo esquerdo. As válvulas
semilunares estão localizadas nos ventrículos esquerdo e direito, regulando a passagem
do sangue para o corpo e pulmões, respectivamente.
Chama-se o epitélio que divide os dos ventrículos de septo interventricular. A
camada mais externa do coração é chamada de pericárdio; e a mais interna (presente nas
cavidades internas) de endocárdio; o miocárdio se localiza entre estas duas camadas.
O coração se localiza no mediastino, seu ápice é voltado para esquerdo, levemente
anteriorizado. Chama-se de face esternocostal a parte do coração voltada para o osso
esterno. A face pulmonar é voltada para os pulmões e a face diafragmática voltada em
direção ao músculo diafragma.

Figura 28. Coração e suas principais estruturas

40
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 29. Visão anterior do coração. Principais estruturas destacadas.

Figura 30. Visão posterior do coração. Principais estruturas destacadas

41
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 31. Faces do coração.

O ciclo cardíaco é o trajeto que o sangue percorre em todo o sistema sanguíneo.


Mesmo sendo de competência da fisiologia, convém citar sobre este para melhor
entendimento das estruturas até então estudadas. No ciclo cardíaco:
 O sangue (pobre em oxigênio) desemboca no átrio direito pelas veias cava
inferior e superior.
 O sangue é conduzido para o ventrículo direito, passando pela válvula tricúspide.
 A contração do ventrículo direito conduz o sangue para a artéria troncopulmonar,
ação controlada pela válvula semilunar.
 O sangue atinge os pulmões e a troca respiratória é realizada.
 O sangue, agora enriquecido de oxigênio, retorna ao coração pelas veias
pulmonares no átrio esquerdo.
 O sangue é conduzido para o ventrículo esquerdo com auxílio da válvula
bicúspide (mitral).
 O ventrículo esquerdo se contrai e direciona o sangue para artéria aorta com
auxílio das válvulas semilunares.
 A artéria aorta se ramifica em mais árterias, levando o sangue para os tecidos.
 As artérias se ramificam em arteríolas, que por sua vez, se ramificam em capilares.
 Nos capilares as trocas de nutrientes acontecem em nível celular
 O sangue é conduzido para as vênulas, pobre em oxigênio
 As vênulas se encontram em veias
 As veias retornam o sangue ao coração através da veia cava

Chama-se de pequena circulação o trajeto percorrido pelo sangue no ciclo


cardíaco do coração aos pulmões. Grande circulação é todo o trajeto percorrido pelo
sangue em artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias por todo o corpo.

42
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

7.5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Descreva o ciclo cardíaco.


2-) O que são vasos linfáticos?
3-) Utilize a imagem abaixo para nomear as principais estruturas do coração estudadas
neste capítulo.
** PARA PESQUISAR: O que é aterosclerose? Quais os fatores de risco associados?

43
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

8. SISTEMA REPRODUTOR
Do ponto de vista evolutivo, o sistema reprodutor é o principal conjunto de
órgãos que garantem a continuidade da espécie. Em espécies com reprodução sexuada
ocorre a fecundação dos gametas (ou células germinativas), que resulta na formação do
zigoto. Na espécie humana, através do concurso de uma fêmea e um macho, os
espermatozoides do homem são introduzidos no corpo da mulher, fundindo-se com um
gameta feminino (óvulo). A partir deste ponto o organismo e o feto a ser formado sofrerão
mudanças metabólicas e morfológicas, que são bem descritas no estudo da embriologia.
Os órgãos sexuais responsáveis por produzirem gametas são chamados de órgãos
sexuais principais (ou essenciais); chamados de gônadas – os testículos no homem e os
ovários na mulher. Além desta função também produzem hormônios responsáveis por
estimular a expressão gênica das características sexuais masculinas e femininas; estes
hormônios são chamados de andrógenos, sendo que no homem o mais ativo é a
testosterona, e na mulher, os estrógenos e progesterona.
Chama-se de órgãos sexuais acessórios as estruturas responsáveis por transportar,
proteger e nutrir os gametas. No homem, incluem: os epidídimos, ductos deferentes,
vesículas seminais, glândula próstata, glândulas bulboretrais, escroto e pênis. Na mulher:
tubas uterinas, útero, vagina e vulva.

8.1 SISTEMA GENITAL MASCULINO

Figura 32. Sistema genital masculino

44
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 33. Secção sagital da pelve masculina.

8.2 SISTEMA GENITAL FEMININO

Figura 34. Sistema genital feminino

45
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 35. Secção mediana da pelve feminina

Figura 36. Visão externa do sistema genital feminino.

46
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

8.3 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


1-) Aponte as principais estruturas estudadas em sala.

** PARA PESQUISAR: Descreva sobre a fisiopatologia e prevenção de alguma Doença


Sexualmente Transmissível (DST).

47
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

9. SISTEMA URINÁRIO

O organismo humano utiliza várias maneiras para manter a homeostase, isto é,


o equilíbrio. Os nutrientes ingeridos na dieta, uma vez absorvidos, são dispostos na
corrente sanguínea para serem distribuídos para os diversos tecidos. O conteúdo
remanescente destas substâncias, assim como os produtos excretados pelas células
permanecem na circulação e necessitam de um meio de eliminação.
Uma das funções dos rins é realizar a filtragem destas substâncias excedentes –
após este processo, o conteúdo é direcionado para dois órgãos acessórios em formato de
tubo chamados ureteres, que conduzem a urina para a bexiga, armazenando-a. E por fim,
o conteúdo de urina da bexiga é passado para uretra, órgão secundário tubular que conduz
a urina a ser expelida do organismo.
Além da função de filtração e formação de urina, os rins também são
responsáveis pela secreção de hormônios. A renina, um dos hormônios sintetizados pelos
rins, faz parte do sistema renina-angiotensina-aldosterona, que possui um papel
importante na regulação do volume sanguíneo e pressão arterial. A eritropoietina
secretada pelos rins possui a função de regular o processo de eritropoiese, ou formação
das hemácias (glóbulos vermelhos).
O sistema urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Os
rins são dois órgãos marrom-avermelhados situados na parede superior da cavidade
abdominal – cada rim possui um “capuz” formado por duas glândulas endócrinas
chamadas supra-renais ou adrenais. Devido à presença do fígado, o rim direito é
ligeiramente inferior em relação ao rim esquerdo.
Os componentes anatômicos dos rins são: cálice menor, cálice maior, pelve,
pirâmide, papila, coluna renal, córtex renal e hilo renal. A veia e artéria renal adentra o
hilo, se ramificando para vascularizar o órgão.

48
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 37. Estrutura dos rins.

Figura 38. Sistema urinário. Nota-se as diferenças anatômicas entre o homem (lado
esquerdo) e a mulher (lado direito).

49
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Aponte na imagem abaixo as principais estruturas do sistema urinário


estudadas neste capítulo.

** PARA PESQUISAR: Descreva sobre a doença renal crônica, seus fatores de risco e
tratamento.

50
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

10. SISTEMA NERVOSO

Algumas ações como o caminhar, mastigar, falar, são voluntárias, isto é,


dependem da decisão da pessoa de realiza-la ou não; enquanto outras ações como digerir
alimentos, secretar saliva, são involuntárias. De fato, todas as funções orgânicas
realizadas pelo organismo humano estão na dependência da coordenação do sistema
nervoso. Além do sistema endócrino, o sistema nervoso faz parte dos dois principais
sistemas que atuam como meio de comunicação interna entre as células.
No sistema nervoso as mensagens são levadas sob a forma de impulsos nervosos.
As fibras mielinizadas conduzem o impulso nervoso a 100 m/s; a mesma velocidade de
um veículo a 360 km/hora. Este fato permite que a comunicação das células em tecidos
periféricos (como os músculos) e o cérebro seja feita de forma muito eficiente.
O sistema nervoso a priori pode ser dividido em duas partes: o sistema nervoso
central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Esta apostila irá enfatizar nas
principais estruturas pertinentes ao SNC.

10.1 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


O sistema nervoso periférico é formado por nervos, responsáveis por conectar
estruturas da região periférica com o sistema nervoso central; e os gânglios, grupos de
células nervosas associadas aos nervos.
O componente aferente do SNP inclui células nervosas sensitivas somáticas,
responsáveis por conduzir impulsos do SNC a partir de receptores localizados na pele,
fáscia e ao redor de articulações; e células sensitivas viscerais, que realizam da
comunicação do sistema entérico e o SNC.
O componente eferente do SNP é dividido em sistema nervoso somático e sistema
nervoso autônomo. O sistema nervoso somático ou voluntário inclui células motoras
somáticas que levam impulsos do SNC para os músculos estriados esqueléticos. O
sistema nervoso autônomo ou involuntário é composto por células motoras viscerais, que
transmitem impulsos para o músculo cardíaco, liso e glândulas. Ao se tratar de sistema
nervoso autônomo, pode-se ainda dividir em parte simpática e parassimpática; sendo cada
parte responsável por mandar impulsos nervosos de excitação ou relaxamento através de
nervos.

51
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 39. Sistema nervoso e suas subdivisões.

10.2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL


O encéfalo e a medula espinhal constituem o sistema nervoso central. Ambas as
partes estão envolvidas por estruturas ósseas – o encéfalo na cavidade craniana e a medula
espinhal no canal da coluna vertebral. O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e
protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamadas de meninges –
que são chamadas, de fora para dentro, de dura-máter, aracnoide e pia-máter.
O encéfalo divide-se em telencéfalo, diencéfalo e mesencéfalo. O cérebro
apresenta uma camada externa de substancia cinzenta que é constituída de corpos
neuronais, parte chamada de córtex; enquanto a substância branca permanece fora do
córtex. O cérebro é constituído de giros, fissuras, sulcos e lobos. Cada região cerebral é
uma área funcional como descrito na Figura 40 – porém ainda é incerto afirmar que uma
região específica do encéfalo governa sobre determinada função fisiológica.
O encéfalo é o centro de controle que governa sobre as funções de todo o corpo.
A medula espinhal possui duas funções principais: condução dos impulsos nervosos e
processamento das informações sensitivas.
O liquido cerebrospinal é um fluido aquoso com composição similar à do plasma
sanguíneo e liquido intersticial. Este atua como coxim para o sistema nervoso central,
protegendo-o contra choques; estando presente preenchendo ventrículos encefálicos e
medula espinhal.

52
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 40. Lobos do encéfalo e suas funções específicas.

Figura 41. Corte sagital do encéfalo. Principais estruturas destacadas

53
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

10.3 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


1-) Nomeie as principais estruturas do sistema nervoso central estudadas neste
capítulo.

2-) Quais as divisões e subdivisões do sistema nervoso? Quais estruturas compreendem


cada uma delas ?

** PARA PESQUISAR: Qual o papel dos ácidos graxos poli-insaturados, em especial o


ômega 3, para o sistema nervoso?

54
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

11. SISTEMA RESPIRATÓRIO


O organismo humano necessita de um suprimento constante de oxigênio e um
meio eficiente de remover o dióxido de carbono oriundo do metabolismo aeróbio. O
sistema respiratório além de promover a função de trocas gasosas do sangue, também
torna possível a vocalização, isto é, a fala.
Os pulmões são os órgãos responsáveis pelas trocas gasosas; eles são revestidos
de uma dupla camada de membrana chamada pleura. O músculo diafragma é responsável
pela respiração, com auxílio dos intercostais e acessórios. O ar adentra pelo nariz ou boca,
passando pela faringe, laringe e traqueia até atingir os pulmões. O pulmão é composto de
brônquios, que se ramificam em brônquios menores até alcançar os menores destes,
chamados bronquíolos. Nos bronquíolos encontram-se pequenos sacos aéreos chamados
alvéolos, responsáveis por realizar a troca gasosa.
A faringe é um órgão citado no sistema respiratório e digestivo. Vale ressaltar
que o esôfago, canal o qual os alimentos são conduzidos, se localiza na região posterior
a traqueia, canal respiratório. A epiglote é a estrutura que impede que o alimento passe
para as vias aéreas. Indivíduos com dificuldade de deglutir (disfagia) ou problemas nas
musculaturas associadas a movimentação da epiglote correm risco com extrapolar o
conteúdo alimentar para a traqueia, podendo ser fatal.

Figura 42. Ao lado esquerdo, principais estruturas do sistema respiratório. Ao lado direito,
lobos dos pulmões.

55
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 43. Vista sagital da cabeça e pescoço

Figura 44. Laringe. A direita, corte sagital; a esquerda, vista anterior

56
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

11.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1-) Descreva as etapas do processo de respiração.


2-) Aponte o nome das estruturas enumeradas abaixo

** PARA PESQUISAR: Como funciona o teste espirométrico? Em que situações é


utilizado?

57
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

12. SISTEMA ENDÓCRINO

O sistema endócrino é composto de várias glândulas localizadas em sítios


endógenos diferentes. Estas glândulas produzem substâncias chamadas de hormônios na
ordem de nanogramas – 1 nanograma equivale a 1 miligrama dividido por 1.000.000. A
função dos hormônios é de regular as funções fisiológicas do organismo.
Os hormônios são chamados de mensageiros químicos. Atuam nas células de um
órgão-alvo específico, se ligando a um receptor que pode estar localizado na membrana
celular ou no meio intracelular. Ao se ligar a determinado receptor, este sofre
modificações que induzem a liberação de um mediador, chamado de segundo mensageiro;
que por sua vez, irá gerar uma cascata de reações químicas até gerar o efeito fisiológico
esperado. Um exemplo de atuação hormonal é a insulina, que ao se ligar em seu receptor
específico, gera uma cascata de segundos mensageiros, até a estimulação da proteína
transportadora de glicose na membrana celular para captação de glicose do meio
extracelular.
O hipotálamo é um centro de feedback hormonal para todo o corpo; a partir de
um estímulo, o hipotálamo envia neurotransmissores para a hipófise, glândula
responsável por sintetizar os hormônios com a função de estimular a síntese dos demais
hormônios das glândulas presentes em todo o organismo.
A figura 45 ilustra sobre as principais glândulas endócrinas conhecidas.
Atualmente, sabe-se que outros sítios endógenos podem ser considerados órgãos
endócrinos.
Outros sítios endógenos capazes de sintetizar hormônios:
- Glândula pineal, pela produção do hormônio melatonina – responsável pela
indução do sono e modulação do estresse oxidativo e sistema imunológico.
- O tecido adiposo – pela síntese de vários hormônios chamados de adipocinas –
ex: leptina, vifastina, adiponectina
- Rins – pela produção dos hormônios eritropoietina e renina.
- Sistema entérico – produção de gastrina, CCK, motilina, PYY, somatostatina,
bombesina...

58
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

Figura 45. Principais glândulas endócrinas do homem e da mulher.

59
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

12.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


1-) Nomeie as principais glândulas endócrinas estudadas neste capítulo

** PARA PESQUISAR: Atualmente o padrão estético de beleza seguido em academias


de ginástica conduzem os praticantes a se tornarem “ginastocólatras” moldando seus
corpos a partir de hormônios esteroides anabolizantes (COZAC, 2004). Quais as
consequências do uso recreativo de drogas anabolizantes?

60
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA
By Sci Nutri

REFERÊNCIAS

SPENCE, A. P. Anatomia Humana Básica. São Paulo: Manole, 1991, 2 ed; 1929 p.
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. C. Anatomia humana básica. 2.ed. São Paulo:
Atheneu, 2000.
MOORE, K. L; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. Rio de Janeiro,
2001 4ed, 1023p.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier,
2006, 11 ed; 1115 p.
COZAC, J. R. L. Psicologia do Esporte: clínica, alta performance e atividade física.
São Paulo: Annablume, 2004. 153p.
MAHAM, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia.
13ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 1227 p.

61

Você também pode gostar