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MUZAMBINHO-MG
2023
ANA BEATRIZ DA SILVA SANTOS, BEATRIZ BARONE MARTINS, BIANCA
TAVARES SUHADOLNICK, CAIO OLIVEIRA PÓVOA, JÚLIA HELENA FRANCO
GIROTO, MARCELO BENEDITO PEREIRA DIAS E MARIANA SOARES VIEIRA
MUZAMBINHO-MG
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4
1.1 Células de Leydig......................................................................................................... 4
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................ 5
2.1 Teste do Metanosulfonato de etilo (EDS) na regeneração das células de leydig........7
2.2 Regulação da diferenciação de células-tronco o testículo adulto................................. 7
3. ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS DE LEYDIG...........................................................................10
4. TESTOSTERONA...............................................................................................................11
4.1 Metabolismo da Testosterona..................................................................................... 11
5. REGULAÇÃO DA TESTOSTERONA E SUA IMPORTÂNCIA NA REPRODUÇÃO........ 12
6. INFLUÊNCIA DA TESTOSTERONA NA DIFERENCIAÇÃO SEXUAL.............................12
7. RELAÇÃO DA TESTOSTERONA COM O FREEMARTINISMO...................................... 13
8. CONCLUSÃO.....................................................................................................................13
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 14
1. INTRODUÇÃO
Os testículos, órgãos reprodutores masculinos, desempenham duas funções
primordiais para o funcionamento do sistema reprodutivo e o desenvolvimento sexual
masculino. A primeira função é a produção de células germinativas especializadas chamadas
espermatozoides, responsáveis por transmitir os genes paternos para o filhote. Essas células
são essenciais para a reprodução e a continuidade das espécies. Além disso, os testículos têm,
como segunda função, a de produzir hormônios sexuais masculinos, conhecidos como
andrógenos. O principal hormônio androgênico é a testosterona, que desempenha um papel
fundamental na diferenciação sexual e no desenvolvimento das características distintas dos
indivíduos.
O parênquima testicular é cercado por uma cápsula denominada túnica (O’DONNEL
et al, 2001) e consiste em compartimento tubular e compartimento intersticial. O
compartimento tubular é composto por túbulos seminíferos, células peritubulares e materiais
dentro destes e o compartimento intersticial pelos vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, TC e
células de Leydig (produtoras de testosterona).
2. REVISÃO DE LITERATURA
Foi feita uma revisão com base em dois artigos (“Stem Leydig Cells: From Fetal to
Aged Animals” e “Development of fetal and adult Leydig cells”), em que se destacam as
diferenças morfológicas entre as células de Leydig fetais e adultas, utilizando-se o rato como
modelo animal.
Duas populações distintas de células de Leydig são responsáveis pelos períodos de
esteroidogênese testicular: durante o período fetal-neonatal (células do tipo fetal) e no adulto
(células do tipo adulto), que diferem em sua morfologia, produção hormonal, regulação
parácrina e funções fisiológicas (COLLETA & CARVALHO, 2005).
As células de Leydig foram inicialmente descritas em 1850 como células intersticiais
testiculares que exibiam gotículas lipídicas características. Desde então, diversos
pesquisadores têm observado as células de Leydig utilizando microscopia eletrônica. Essas
células foram identificadas como células intersticiais testiculares, que apresentam um
abundante retículo endoplasmático liso e gotículas lipídicas, além de mitocôndrias com cristas
tubulares e cristais de Reinke. Muitas dessas características morfológicas das células de
Leydig são semelhantes às observadas em outras células esteroidogênicas, como as células
adrenocorticais.
No sétimo dia após o nascimento, células-tronco (SLCs) com forma fusiforme foram
observadas no tecido intersticial dos testículos de ratos, principalmente na camada peritubular,
além de serem encontradas ao redor dos vasos sanguíneos. Essas células são reconhecidas por
sua notável capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células especializadas e por sua
habilidade de se renovarem por conta própria, o que as torna essenciais para o processo de
regeneração e manutenção dos tecidos testiculares.
Entre o 10º e o 14º dia pós-natal, ocorre a diferenciação das células-tronco, dando
origem às células progenitoras de Leydig (PLCs). Essas células também apresentam uma
morfologia fusiforme. Ao contrário das células-tronco, as células progenitoras já são
reconhecidas como parte da linhagem das células de Leydig. No que diz respeito à produção
de testosterona, estudos em ratos demonstraram que as células progenitoras exibem uma baixa
capacidade de produção, porém apresentam um alto índice de metabolismo da testosterona.
Células de Leydig imaturas (ILCs) - Após o 28º dia pós-natal, as células progenitoras
de Leydig (PLCs) passam por uma transformação, mudando de uma forma fusiforme para
uma forma arredondada. Durante essa transição, as ILCs adquirem numerosas inclusões
lipídicas, formando uma população significativa de células imaturas de Leydig. O número
dessas células aumenta para aproximadamente 13 a 14 milhões. Além disso, durante essa
transformação, o retículo endoplasmático liso (REL) das células se expande
consideravelmente, resultando em uma ultraestrutura semelhante à das células adultas de
Leydig (ALCs). As células de Leydig imaturas já apresentam uma maior capacidade de
produção de testosterona em comparação com as células progenitoras. Além disso, elas
também têm um alto índice de metabolismo da testosterona. A atividade mitótica das células é
relativamente baixa, acredita-se que a população de ILCs, em média, se divida apenas uma
vez entre os dias 28 e 56. É importante destacar que, devido à presença de enzimas
metabolizadoras de testosterona, como a 3α-hidroxiesteroide desidrogenase (3α-HSD) e a
5α-redutase, a testosterona não é o principal esteróide produzido pelas ILCs. Em vez disso, o
metabólito androgênico se torna o principal produto esteróide dessas células.
A capacidade das células de Leydig imaturas de produzir testosterona não envolve
apenas um aumento na atividade biossintética, mas também uma diminuição nas atividades
das enzimas metabolizadoras de testosterona. Esse equilíbrio entre a síntese e o metabolismo
da testosterona é crucial para manter níveis adequados desse hormônio no organismo. Em
resumo, as células de Leydig imaturas representam uma etapa importante no desenvolvimento
das células de Leydig. Elas adquirem características distintas, como a presença de inclusões
lipídicas e uma ultraestrutura semelhante às células adultas. Além disso, essas células já
apresentam uma maior capacidade de produção de testosterona e têm um papel fundamental
no desenvolvimento e funcionamento adequado do sistema reprodutivo masculino.
No 56º dia, as células de Leydig imaturas (ILCs) se dividem e se diferenciam em
células de Leydig adultas (ALCs), formando uma população total de 25 milhões de ALCs por
testículo. A produção de testosterona aumenta significativamente, sendo 150 vezes maior do
que nas células progenitoras de Leydig (PLCs). À medida que as ILCs se diferenciam em
ALCs, ocorre uma redução do metabolismo de andrógenos e um aumento das enzimas
biossintéticas de testosterona, resultando na predominância desse hormônio. Normalmente, as
ALCs não se proliferam, mas têm a capacidade de regeneração se a população original for
eliminada. No entanto, a diminuição da testosterona com o avanço da idade está relacionada à
perda da função esteroidogênica das células de Leydig e não à redução do número de células.
8. CONCLUSÃO
Diante disso, podemos dizer que as células de Leydig possuem grande importância na
fisiologia endócrina reprodutiva devido à produção da testosterona que regula o
funcionamento sexual normal, incluindo a libido e espermatogênese, atuando junto com FSH
e LH, sendo os testículos, os órgãos primordiais para o funcionamento do sistema reprodutor.
Devido a essa importância, estudos continuam sendo realizados acerca dessa célula, e
como citado anteriormente, o experimento com os ratos foi de grande valia pois mostraram
diferenças tanto morfológicas quanto fisiológicas, regulação e produção hormonal entre as
células de Leydig fetais e adultas.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. CHEN, Haolin et al. Stem Leydig Cells: From Fetal to Aged Animals. National
Institutes of Health, 2010; 90(4): 272–283. https: //doi:10.1002/bdrc.20192.
3. DOMENICE, Sorahia et al. Aspectos Moleculares da Determinação e Diferenciação
Sexual. Bras Endocrinol Metab 2002; v. 46, n. 4, p. 433-443.
4. MELLO, Fabíola Peixoto DA SILVA. Endocrinologia da reprodução do macho.
6. SHIMA, Y. Development of fetal and adult Leydig cells. Reprod Med Biol.
p. 644-9.