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Tia Ciata, cujo nome de nascença era Hilária Batista de Almeida, nasceu em Santo Amaro
(BA), em 1854. Cozinheira e mãe de santo, foi iniciada no candomblé em Salvador (BA) e
levou o Samba de Roda ao Rio de Janeiro (RJ) em 1876, onde conheceu o pai de sua
primeira filha. Trabalhou como quituteira, sempre com suas vestes de baiana, para
sustentar a filha. Em sua comida, expressava sua convicção no candomblé, apesar de a
religião ser proibida naquele tempo.
Mais tarde, casou-se com João Batista da Silva, com quem teve quatorze filhos. Sua casa
na Praça Onze era ponto de encontro de diversos personagens do samba e compositores
importantes. A polícia perseguia esses encontros, mas, sendo também curandeira, Tia
Ciata acabou sendo chamada a curar uma ferida na perna do presidente Venceslau Brás e
com Isso deixou de ser perseguida. Em troca do favor, pediu um emprego para seu
marido. Ela faleceu em 1924. mas até hoje sua casa é referência do samba e do
candomblé no Rio de Janeiro.
Como todas as baianas da época, era grande quituteira. Começou a trabalhar colocando
o seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, sempre vestida de baiana. Com tino comercial,
também alugava roupas típicas para o teatro e para o carnaval.
A Praça Onze ganhou o apelido de Pequena África, porque era o ponto de encontro dos
negros baianos e dos ex-escravos radicados nos morros próximos ao centro da cidade.
Lá se reuniam músicos amadores e compositores anônimos. A casa de Tia Ciata, na rua
Visconde de Itaúna 117, era a capital da Pequena África. Dos seus freqüentadores
habituais, que incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e
Mauro de Almeida, nasceu o samba. A música Pelo telefone foi o primeiro samba
registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval de 1917.