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Aula: 30

Temática: O paralelismo de construção

O paralelismo (ou estrutura paralelística ou ainda paralelis-


mo de construção) é uma construção sintática que se repe-
te, fazendo o texto progredir de forma precisa, clara. Os dois
(ou mais) segmentos devem ser, portanto, constituídos da mesma estrutu-
ra frasal, de palavras da mesma classe gramatical e da correta correlação
de tempos e modos. Esse tipo de construção é tão rigoroso, que é possível
visualizá-lo por meio de esquemas. Observe os exemplos abaixo.

Confiava nas palavras ditas pela esposa e nas atitudes dos


filhos.

nas palavras ditas pela esposa

Confiava e

nas atitudes dos filhos

Não adianta falar alto nem fazer birra.

falar alto

Não adianta nem

fazer birra

Ele estava não só preocupado com a prova, mas também atrasado para o
início dela.

não só preocupado com a prova

Ele estava

mas também atrasado para o início dela

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130 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
O professor ou se mostrava intolerante ou se manifestava com indiferença.

ou se mostrava intolerante

O professor

ou se manifestava com indiferença

Estamos questionando tanto sua forma de tratar o tema quanto sua forma
de expô-lo.

tanto sua forma de tratar o tema

Estamos questionando

quanto sua forma de expô-lo

tanto sua forma de tratar o tema

Estamos questionando

quanto a de expô-lo

Você devia estar preocupado com seus estudos, isto é, com seu aprendi-
zado.

com seus estudos

Você devia estar preocupado isto é

com seu aprendizado

O período abaixo, também estruturado por paralelismo, é um caso de cons-


trução por justaposição de frases. Observe que todas elas têm a mesma
construção.

Até agora os candidatos não apresentaram nenhum plano para erradicar a


miséria, não propuseram nenhum programa de criação de empregos, não
discutiram nenhuma alternativa para o problema as segurança.

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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 131
Leia, abaixo, dois parágrafos muito bem estruturados. Esse cuidado valori-
za e realça as idéias neles trabalhadas.

A Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica so-


bre os procedimentos e conceitos científicos. Não é
uma religião: é uma reflexão sobre as origens e as
formas das crenças religiosas. Não é uma arte: é uma
interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das
significações das obras de arte e do trabalho artístico.
Não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação
e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociolo-
gia e da psicologia. Não é política, mas interpretação,
compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e
as formas do poder. Não é história, mas interpretação
do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no
tempo e compreensão do que seja o próprio tempo.
(Marilena Chauí)

Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradição


democrática na qual todos somos iguais perante a
lei e onde o direito à vida, à liberdade e à busca da
felicidade é uma propriedade inalienável de cada um
de nós; na realidade, ser brasileiro significa viver
em um sistema socioeconômico injusto, onde a lei
só existe para os pobres e para os inimigos e onde
os direitos individuais são monopólio dos poucos que
têm muito.(Jurandir Freire Costa)

Exercício

Veja, agora, duas passagens que a Fuvest usou em seus vestibulares, pe-
dindo que os candidatos reconhecessem, nelas, um problema de constru-
ção e que as reescrevessem corretamente. Tente fazer isso também.

1- Amantes de antigos bolachões penam não só para encontrar os discos,


que ficam a cada dia mais raros. A dificuldade aparece também na hora de
trocar a agulha, ou de levar o toca-discos para o conserto.

2- Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador.

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