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Exercícios
Texto 1
Entre os Maoris, um povo polinésio, existe uma dança destinada a proteger
as sementeiras de batatas, que quando novas são muito vulneráveis aos
ventos do leste: as mulheres executam a dança, entre os batatais, simulan-
do com o movimento dos corpos o vento, a chuva, o desenvolvimento e o
florescimento do batatal, sendo esta dança acompanhada de uma canção
que é um apelo para que o batatal siga o exemplo do bailado. As mulheres
interpretam em fantasia a realização prática de um desejo. É nisto que con-
siste a magia: uma técnica ilusória destinada a suplementar a técnica real.
Mas essa técnica ilusória não é vã. A dança não pode exercer qualquer efei-
to direto sobre as batatas, mas pode ter (como de fato tem) um efeito apre-
ciável sobre as mulheres. Inspiradas pela convicção de que a dança protege
a colheita, entregam-se ao trabalho com mais confiança e mais energia. E,
deste modo, a dança acaba, afinal, por ter efeito sobre a colheita.
George Thomson)
Texto 2
A ciência livra-nos do medo, combatendo com respostas objetivas esse ve-
neno subjetivo. Com um bom pára-raios, quem em casa teme as tempesta-
des? Todo ritual mítico está condenado a desaparecer; a função dos mitos
se estreita a cada invenção, e todo vazio em que o pensamento mágico
imperava está sendo preenchido pelo efeito de uma operação racional.
Quanto à arte, continuará a fazer o que pode: entreter o homem nas pausas
de seu trabalho, desembaraçada agora de qualquer outra missão, que não
mais é preciso lhe atribuir.
(Hercule Granville)
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112 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
Uma proposta de trabalho como a acima transcrita pressu-
põe, em primeiro lugar, a leitura atenta dos textos para que
haja, realmente, uma boa compreensão da questão neles
tratada. Observe que tal questão deve ser bem entendida, pois o candidato
deverá, depois, fazer uma redação (dissertação em prosa) relacionando
os dois textos, dando seu próprio ponto de vista sobre essa questão e
argumentando.
5- No texto 2, Hercule Granville diz que todo ritual mítico está condenado
a desaparecer. Como ele justifica seu ponto de vista?
Faça isso três vezes. As respostas obtidas serão os seus principais argu-
mentos.
Trabalhe com capricho. Este exercício é uma etapa importante para que
você produza textos cada vez melhores. As sugestões dadas aqui são vá-
lidas para outros tipos de trabalho de produção textual.
MOYERS: Por que mitos? Por que deveríamos importar-nos com os mitos?
O que eles têm a ver com minha vida?
CAMPBELL: Minha primeira resposta seria: “Vá em frente, viva a sua vida,
é uma boa vida – você não precisa de mitologia”. Não acredito que se
possa ter interesse por um assunto só porque alguém diz que isso é im-
portante. Acredito em ser capturado pelo assunto, de uma maneira ou de
outra. Mas você poderá descobrir que, com uma introdução apropriada, o
mito é capaz de capturá-lo. E então, o que ele poderá fazer por você, caso
o capture de fato?
Joseph Campbell. O poder do mito. Com Bill Moyers. Org.Betty Sue Flowers. Tradução
de Carlos Felipe Moisés. São Paulo:Associação Palas Athena, 1990.p.3-4. Apud Renato
Aquino. Interpretação de textos. 4ª ed. Niterói: Impetus, 2004.
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114 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados
com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos
problemas do momento. Antigamente, o campus de uma universidade era
uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não
se chocavam com a atenção que você dedicava à vida interior, nem com
a magnífica herança humana que recebemos de nossa grande tradição
– Platão, Confúcio, o Buda, Goethe e outros que falam dos valores eternos,
que têm a ver com o centro de nossas vidas. Quando um dia você ficar
velho e, tendo as necessidades imediatas todas atendidas, então se voltar
para a vida interior, aí bem, se você não souber onde está ou o que é esse
centro, você vai sofrer.
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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO 115