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Sistemas de Radar - Introdução

Presentation · January 2021


DOI: 10.13140/RG.2.2.17427.35368

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1 author:

Nuno Pessanha Santos


Portuguese Military Academy (Academia Militar)
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Baseado nos slides do Prof. Alves Moreira

Sistemas de Radar
Introdução

Nuno Pessanha Santos


nuno.pessanha.santos@marinha.pt
nuno.pessanha.santos@gmail.com

Atualizado em 29 de janeiro de 2021 4º ano – EN-AEL


Índice
• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Índice
• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Marcos na história do radar
• 1865 James Clerk Maxwell:
– Desenvolve a teoria eletromagnética da luz.
• 1886 Heinrich Rudolf Hertz:
– Prova experimentalmente a existência de ondas eletromagnéticas → Teoria de Maxwell.
• 1904 Christian Hülsmeyer:
– Inventa o Telemobiloskop para a observação de navios;
– Mede o tempo de propagação das ondas eletromagnéticas até um navio → Distância;
– Primeira realização de um radar prático;
– Registou a patente na Alemanha e Reino Unido.
• 1917 O engenheiro francês Lucien Lévy:
– Inventa o recetor super-heterodino;
– Utiliza pela primeira vez a designação frequência intermédia;
– Refere a possibilidade de de dupla heterodinagem.
www.radartutorial.eu
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1904 Christian Hülsmeyer - Telemobiloskop
Marcos na história do radar

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Marcos na história do radar
• 1921 O físico norte-americano Albert Wallace Hull:
– Inventa o magnetrão, como um eficiente tubo transmissor;
1936 - Klystron
– É localizado um navio de madeira pela primeira vez.

• 1930 Lawrence A. Hyland (Naval Research Laboratory):


– É localizada uma aeronave pela primeira vez.

• 1931 Navio equipado com radar:


– São usadas antenas com cornetas eletromagnéticas e refletores parabólicos.

• 1936 Klystron - George F. Metcalf e William C. Hahn (General Electric):


– Desenvolvem o Klystron → Usado em radares com amplificador ou gerador de RF.

• 1940 Desenvolvimento de equipamentos radar:


– Desenvolvimento de equipamentos radar → EUA, Rússia, Alemanha, França e Japão.
www.radartutorial.eu
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Marcos na história do radar
• 1956 Navio Português Ilha de Santa Luzia:
– Primeiro navio de pesca Português equipado com radar;
– Construído nos estaleiros do Mondego;
– Custou 13000 contos ou cerca de 65000 euros.

E muito mais…..
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Índice
• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Aplicações dos Radares
Controlo de tráfego aéreo (Air Traffic Control - ATC):
– Ground Control Approach (GCA) → Sistemas guiamento aterragem segura;
– Beacons (feixes) para rádio-posicionamento em navegação aérea.
Ground Control Approach (GCA)
Navegação aérea:
– Evitar obstáculos no terreno;
– Altímetros;
– Mapas de terra (mapeamento do solo).

Navegação marítima:
– Aviso de potenciais colisões;
– Deteção de boias de navegação;
– Radares de costa → Para inspecção de navios em zonas costeiras;
– Sistemas Vessel Traffic Service (VTS).
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Aplicações dos Radares
Espaço:
– Docagem e Alunagem (aterrar na superfície da lua);
– Deteção (surveillance) e seguimento (tracking) de satélites.
Surveillance
Deteção remota:
– Radares de abertura sintética:
– Synthetic Appertura Radar (SAR);
– Inverse Synthetic Appertura Radar (ISAR);
– Processamento de imagem para identificação de objetos.
– Aplicações geofísicas:
– Formações geofísicas;
– Poluição;
– Agricultura.
– Recursos da Terra;
– Meteorologia;
– Sondagem da lua e planetas.
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Aplicações dos Radares
Aplicações legais:
– Deteção de velocidade de veículos e controlo de tráfego;
– Sistemas de deteção de intrusão. Deteção da velocidade de veículos

Aplicações militares:
– Vigilância;
– Navegação aérea e marítima;
– Controlo e guiamento de armas.

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Aplicações dos Radares

Outras aplicações (militares ou civis):

– Radar meteorológico;
– Radar anticolisão (TCAS, GPWS);
– Radar de penetração no solo (GPR);
– Radar de abertura sintética (SAR);
– Sistemas de identificação (IFF, ATC).

TCAS – Traffic Collision Avoidance System


GPWS – Ground Proximity Warning System
GPR – Ground Penetrating Radar
SAR – Synthetic Aperture Radar
IFF – Identification Friend or Foe
ATC – Air Traffic Control

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Índice

• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Tipos de radar - Classificação
Existem muitas possibilidades de classificação:
– Terrestre;
– Marítimo;
– Aerotransportado;
– Espacial;
– Móvel;
– Controlo de tráfego aéreo;
– Militar;
– Penetração no solo;
– Banda ultra larga (Ultra Wide Band - UWB);
– Além do horizonte (Over-The-Horizon – OTH);
– Instrumental;
– Laser (Light Detection And Ranging – LIDAR);
– Pela banda de funcionamento;
– Tipo de aplicação.
Entre outros…….
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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Radar de impulsos (Pulse Radar):
– Irradia uma série repetitiva de impulsos retangulares;
– Pode ser chamado da forma canónica de radar;
– É aquele que é tipicamente considerado quando se fala em radar.
– Radar de alta resolução (High Resolution Radar):
– Alta resolução em distância, ângulo e velocidade de Doppler;
– Alguns podem ter uma resolução de centímetros.
– Radar de compressão de impulsos (Pulse Compression Radar):
– Simula pulso longo com modulação interna (frequência ou fase);
– Obtém a energia de um impulso longo com um impulso curto.
– Radar de onda contínua (Continuous Wave Radar):
– Utiliza uma onda sinusoidal contínua;
– Usa mudança de frequência Doppler para detetar objetos e a velocidade.
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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Radar de impulsos (Pulse Radar):
– Irradia uma série repetitiva de impulsos retangulares;
– Pode ser chamado da forma canónica de radar;
– É aquele que é tipicamente considerado quando se fala em radar.
– Radar de alta resolução (High Resolution Radar):
– Alta resolução em distância, ângulo e velocidade de Doppler;
– Alguns podem ter uma resolução de centímetros.
– Radar de compressão de impulsos (Pulse Compression Radar):
– Simula pulso longo com modulação interna (frequência ou fase);
– Obtém a energia de um impulso longo com um impulso curto.
– Radar de onda contínua (Continuous Wave Radar):
– Utiliza uma onda sinusoidal contínua;
– Usa mudança de frequência Doppler para detetar objetos e a velocidade.
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Radar de impulsos

Modulador
Duplexer Oscilador RF Sincronizador
de impulsos

Transmissor

LNA Amplificador Deteção


Misturador IF

Oscilador local Processador


vídeo

Mostrador

Recetor

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Radar de impulsos - Notas
Trigger interno → Geração de impulsos de curta duração, são tipicamente retangulares.

Ligação transmissor/antena → Logo que uma pequena parcela do impulsos chega ao duplexer, este
desliga o recetor da antena e liga-a ao transmissor.

Receção → Logo que os impulsos do transmissor terminam, o duplexer desliga a antena do


transmissor e liga-a ao recetor..

Scanning → Em muitos casos a antena move-se “varrendo” angularmente uma região do espaço.

Distância ao alvo → Obtém-se pelo tempo decorrido entre a transmissão e a receção de cada
impulso (eco ou sinal de retorno).

Informação de azimute e de elevação → Obtém-se pelo conhecimento do posicionamento espacial


do feixe (diagrama de radiação).

Pós-processamento → Reconhecimento do alvo, imagens e tracking.

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Radar de impulsos - Notas
Trigger interno → Geração de impulsos de curta duração, são tipicamente retangulares.

Ligação transmissor/antena → Logo que uma pequena parcela do impulsos chega ao duplexer, este
desliga o recetor da antena e liga-a ao transmissor.

Receção → Logo que os impulsos do transmissor terminam, o duplexer desliga a antena do


transmissor e liga-a ao recetor..

Scanning → Em muitos casos a antena move-se “varrendo” angularmente uma região do espaço.

Distância ao alvo → Obtém-se pelo tempo decorrido entre a transmissão e a receção de cada
impulso (eco ou sinal de retorno).

Informação de azimute e de elevação → Obtém-se pelo conhecimento do posicionamento espacial


do feixe (diagrama de radiação).

Pós-processamento → Reconhecimento do alvo, imagens e tracking.

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Radar Impulsos – Distância

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Radar Impulsos – Distância
R → Distância ao alvo
2R → Percurso de ida e volta

Duplexer Transmissor

Recetor

2R
TR =
c 1 s  150 m
cT 1 s  0.081 mi
R= R
2

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Radar de impulsos – Notas
– Transmissor:
– Constituído por um oscilador de radiofrequência de potência adequada;
– Constituído por um modulador de impulsos.
– Recetor:
– Quase sempre do tipo super-heterodino:
• Deteção após um processo de conversão de frequência.
• Após receção obtém-se → Raw video (vídeo não processado);
• Do Raw video obtém-se toda a informação radar.

– Antena:
– A mesma antena pode ser partilhada em emissão e receção → Duplexer.
– Mostrador:
– Radares menos sofisticados têm um amplificador de vídeo;
– Apresentação dos ecos sobre um monitor;
– Geralmente um indicador plano ou Plan Position Indicator (PPI).
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Radar de impulsos – Notas
– Pré-processamento:
– Os radares atuais fazem a digitalização do sinal;
– Aplicam algoritmos de deteção e seguimento de alvos;
– Compressão de dados → Envio de informação para localização remota.

– Técnicas aplicadas em radares de impulsos:


– MTI – Filtragem de clutter e obtenção de informação Doppler;
– Compressão de impulsos – Obtém as vantagens de pulso longo em curto;
– Técnicas Moving Target Indicator (MTI) com:
– Deteção sensível à fase;
– Armazenamento em memória de uma sucessão de ecos para filtragem;
– Permite obter informação Doppler e rejeição do clutter.

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Radar de impulsos – Notas
Trigger interno → Geração de impulsos de curta duração, são tipicamente retangulares.

Ligação transmissor/antena → Logo que uma pequena parcela do impulsos chega ao duplexer, este
desliga o recetor da antena e liga-a ao transmissor.

Receção → Logo que os impulsos do transmissor terminam, o duplexer desliga a antena do


transmissor e liga-a ao recetor..

Scanning → Em muitos casos a antena move-se “varrendo” angularmente uma região do espaço.

Distância ao alvo → Obtém-se pelo tempo decorrido entre a transmissão e a receção de cada
impulso (eco ou sinal de retorno).

Informação de azimute e de elevação → Obtém-se pelo conhecimento do posicionamento espacial


do feixe (diagrama de radiação).

Pós-processamento → Reconhecimento do alvo, imagens e tracking.

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Determinação angular

Determinação de azimute e ângulo:


- Utilização de antenas de elevada diretividade;
- Função da geometria e dimensões da antena.

A determinação exata do azimute (bearing):


- Requer a determinação da referência do Norte.

Elevada resolução:
- Requer frequências elevadas;
- Objetos com dimensões comparáveis;
- Desejavelmente maiores que o comprimento de onda.

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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Radar de impulsos (pulse radar):
– Irradia uma série repetitiva de impulsos retangulares;
– Pode ser chamado da forma canónica de radar;
– É aquele que é tipicamente considerado quando se fala em radar.
– Radar de alta resolução (High resolution radar):
– Alta resolução em distância, ângulo e velocidade de Doppler;
– Alguns podem ter uma resolução de centímetros.
– Radar de compressão de impulsos (Pulse compression radar):
– Simula pulso longo com modulação interna (frequência ou fase);
– Obtém a energia de um impulso longo com um impulso curto.
– Radar de onda contínua (Continuous Wave radar):
– Utiliza uma onda sinusoidal contínua;
– Usa mudança de frequência Doppler para detetar objetos e a velocidade.
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Criação de Efeito Doppler

Métodos de criação Doppler


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Criação de Efeito Doppler

Velocidade relativa

Explorado durante o Capítulo 3 → Radares de Onda Contínua


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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Radar de impulsos (Pulse Radar):
– Irradia uma série repetitiva de impulsos retangulares;
– Pode ser chamado da forma canónica de radar;
– É aquele que é tipicamente considerado quando se fala em radar.
– Radar de alta resolução (High Resolution Radar):
– Alta resolução em distância, ângulo e velocidade de Doppler;
– Alguns podem ter uma resolução de centímetros.
– Radar de compressão de impulsos (Pulse Compression Radar):
– Simula pulso longo com modulação interna (frequência ou fase);
– Obtém a energia de um impulso longo com um impulso curto.
– Radar de onda contínua (Continuous Wave Radar):
– Utiliza uma onda sinusoidal contínua;
– Usa mudança de frequência Doppler para detetar objetos e a velocidade.
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Radar CW – “Onda Contínua”

f0
Transmissor

f0 + fd Sinal de referência

Recetor
v
Desvio de frequência
Doppler  alvo
Velocidade do alvo
Ex: Antena fixa e Alvo em movimento
2v cos 
fd =

Comprimento de onda
transmitida

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Radar CW – Notas
– Informação da velocidade:
– Obtém-se comparando a frequência alterada do sinal de retorno;
– Denominado desvio Doppler:
• Diretamente proporcional à velocidade relativa do alvo;
• Normalmente da ordem ou inferior às centenas ou dezenas de kHz;
• Cai frequentemente na banda de áudio.

– Sensibilidade:
– O esquema representado é para deteção homodínica;
– Para maior sensibilidade deverá recorrer-se a deteção heteródina;
– Poderão ser usadas antenas separadas (TX/RX) para maior sensibilidade.

– Modulação de frequência:
– Vai ser introduzida uma variação dinâmica de frequência;
– Variação dinâmica no sinal de retorno relativamente ao sinal de referência;
– Reflete o atraso na propagação → Distância ao alvo (p.ex. altímetros).
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Radar CW – Exemplo
Airborne FMCW 94 GHz (altímetro):

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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Frequency Modulation Continuous Wave (FMCW):
– Usa modulação de frequência para medição de distância.
– Radar de vigilância (surveillance):
– Deteta a presença de uma alvo (aeronave ou um navio);
– Determina a localização em distância e ângulo;
– Faz o seguimento dos alvos durante um período de tempo.
– Moving Target Indicator (MTI):
– Deteta alvos em movimento em ambientes ruidosos utilizando:
• Low Pulse Repetition Frequency (PRF) – Sem ambiguidade em distância.
• Tem ambiguidades no domínio de Doppler – Origina blind speeds.
– Pulse Doppler radar:
– Existem dois tipos de radares Doppler – High ou Medium PRF;
– Usa mudanças de frequência Doppler para detetar alvos em movimento;
– High PRF – Não tem ambiguidade na velocidade mas na distância;
– Medium PRF – Tem ambiguidades em velocidade e distância.
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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Tracking Radar:
– Permite fazer a aquisição e seguimento de alvos;
– Por exemplo: Single-Target Track (STT).
– Imaging Radar:
– Produz imagens 2D de uma cena, por exemplo a superfície da terra;
– Normalmente utilizado em plataformas móveis.
– Side-Looking Airborne Radar (SLAR):
– Radar montado perpendicularmente à direção da trajetória;
– Providencia alta resolução em distância;
– Resolução adequada em ângulo com antena de largura de feixe estreito.
– Synthetic Apperture Radar (SAR):
– Usado em veículo móvel usando informação de fase do eco para:
– Obter uma imagem da cena com alta resolução em distância;
– Utiliza normalmente compressão de impulsos pra obter alta resolução em distância.
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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Inverse Synthetic Apperture Radar (ISAR):
– Utilizado numa plataforma móvel ou estacionária;
– Utiliza a elevada resolução em distância e o movimento relativo do alvo
para obter alta resolução no domínio de Doppler.
– Weapon Control Radar:
– Normalmente utilizado para deteção e defesa de alvo aéreo único.
– Radar de guiamento (Guidance Radar):
– Radar normalmente utilizado num míssil para guiamento até ao alvo.
– Radar meteorológico (Weather Radar):
– Detetam, reconhecem e medem:
• A taxa de precipitação;
• Velocidade e direção do vento;
• Observação de outros fenómenos e efeitos meteorológicos.
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M. Skolnik Radar Handbook

Tipos de radar – Lista


Lista comum de tipos de radar:
– Radar meteorológico de Doppler (Doppler Weather Radar):
– Radar que aplica a mudança em frequência de Doppler para:
• Determinar o vento e as suas mudanças de direção;
• Usado para determinar condições meteorológicas perigosas (p.ex. tornado).

– Reconhecimento do alvo:
– Utilizado para identificar o tipo de alvo (p.ex. avião ou pássaro);
– Ambiente militar → Non-Cooperative Target Recognition (NCTR);
– Ambiente militar → Identification, Friend or Foe (IFF) → Não é radar;
– Quando envolve o ambiente que rodeia o alvo → Remote Sensing.

– Radar multifunções (Multifunction Radar):


– Radar desenhado para múltiplas funções;
– Normalmente desempenha uma de cada vez, em sequência.
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Outras classificações Radar
Podemos também classificar…..
– Em função de:
– Separação entre transmissor e recetor:
• Monoestático, biestático ou multiestático.
– Instalação ou localização: Terrestre, naval, aéreo ou espacial.
– Coordenadas medidas: 1D, 2D ou 3D.
– Tipo de transmissor e resposta do alvo:
– Passivo (Primário – Primary Surveillance Radar PSR);
– Ativo (Secundário – Secondary Surveillance Radar SSR).
– Processamento:
– Coerente ou não-coerente;
– Moving Target Indicator (MTI);
– Doppler.
– Frequência de operação:
– UHF, L, S, C, X , Ku, K, Ka, Milimétricas.
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Outras classificações Radar
Podemos também classificar…..
– Em função de:
– Separação entre transmissor e recetor:
• Monoestático, biestático ou multiestático.
– Instalação ou localização: Terrestre, naval, aéreo ou espacial.
– Coordenadas medidas: 1D, 2D ou 3D.
– Tipo de transmissor e resposta do alvo:
– Passivo (Primário – Primary Surveillance Radar PSR);
– Ativo (Secundário – Secondary Surveillance Radar SSR).
– Processamento:
– Coerente ou não-coerente;
– Moving Target Indicator (MTI);
– Doppler.
– Frequência de operação:
– UHF, L, S, C, X , Ku, K, Ka, Milimétricas.
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Outras classificações Radar
Podemos também classificar…..
– Em função de:
– Separação entre transmissor e recetor:
• Monoestático, biestático ou multiestático.
– Instalação ou localização: Terrestre, naval, aéreo ou espacial.
– Coordenadas medidas: 1D, 2D ou 3D.
– Tipo de transmissor e resposta do alvo:
– Passivo (Primário – Primary Surveillance Radar PSR);
– Ativo (Secundário – Secondary Surveillance Radar SSR).
– Processamento:
– Coerente ou não-coerente;
– Moving Target Indicator (MTI);
– Doppler.
– Frequência de operação:
– UHF, L, S, C, X , Ku, K, Ka, Milimétricas.
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Configurações Sistemas Radar

Mono-estático

T/R

Bi-estático Multi-estático

T
T R R
R
T

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Configurações Sistemas Radar
– Configuração habitual:
– Mono-estática;
– Transmissor e recetor na mesma localização.

– Múltiplos transmissores e recetores:


– Podemos ter alvos detetados simultaneamente por radares independentes;
– Num centro de controlo adequado processar a informação radar;
– Este processamento designa-se por multiprocessamento radar;
– O funcionamento conjunto pode tornar o sistema muito complexo;
– Na prática pode ser utilizado para seguimento de alvos.

– Em caso de falha:
– Usando múltiplos transmissores e recetores temos redundância.

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Configurações Sistemas Radar

Mono-estático

T/R

Bi-estático Multi-estático

T
T R R
R
T

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Notas sobre radar Bi-estático
Um radar Bi-estático:
- Sistema com transmissor e recetor separados;
- Transmissor e recetor a distância considerável.

Na prática:
- Usado principalmente no radar meteorológico;
- Também se regista o uso em aplicações militares;
- Sistema de controlo de mísseis usado no míssil HAWK pode ser
considerado um radar bi-estático.

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Configurações Sistemas Radar

Mono-estático

T/R

Bi-estático Multi-estático

T
T R R
R
T

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Radar Multi-estático
– Também conhecido por “radar MIMO”:
• Radar Multiple-Input Multiple-Output.

– Requer algum tipo de fusão de dados entre os componentes;


– Diversidade espacial permite:
• Processar mais informação face aos sistemas convencionais.

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Radar Primário e Secundário

PSR – Primary Surveillance Radar (Radar Primário)


SSR – Secondary Surveillance Radar (Radar Secundário)

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Radar Primário e Secundário
– No radar primário:
– Deteção feita pelo reconhecimento de um retorno (ou eco radar);
– O alvo desempenha um papel passivo.
– No radar secundário:
– É necessária cooperação do alvo → Desempenha um papel ativo;
– O objeto a detetar possui um transponder (transrecetor) que:
• Interpreta os impulsos recebidos como uma sequência de interrogação;
• Transmite uma sequência codificada de impulsos com informação.

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Radar Primário e Secundário
– No radar secundário (continuação):
– O recetor está preparado para interpretar a sequência de resposta;
– Funciona normalmente associado a um radar primário;
– (Exemplos) O sistema IFF e o ATC (equivalente civil);
– Existem outros dispositivos que funcionam como interrogação – resposta:
• Dispositivo aéreo de ajuda à navegação Distance Measurement Equipment (DME).

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Radar Secundário
Secondary Surveillance Radar (SSR) é um sistema de
Transponder radar usado em controlo de tráfego aéreo (ATC) que para
além de detetar e determinar a posição de alvos permite
Recetor Descod. obter informação adicional de um alvo aéreo tal como
a sua identificação e altitude.
Transmissor Codificador

Ao contrário dos radares primários, que medem apenas a


distância e posição angular, os SSR obtém informação a
partir dos alvos que possuem um transrecetor que
retransmite sinais codificados em resposta a uma
interrogação. Os SSR baseiam-se nos sistema militares
(IFF) originalmente desenvolvidos durante a WWII.

Sincronização Interrogador
c/ Radar primário

Codificador Transmissor
Monitor
Descod. Recetor

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Radar Secundário

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Índice

• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Radars
Bandas de RF
European Collaborative Radar (ECR)

Taktisches Radar Mobil-Such (TRM-S)


Surface Movement Radar (SMR)
The Surveillance and Target
Acquisition Radar System (TRML)

Hughes Air Defense Radar (HADR) Precision Approach Radar (PAR)

Medium Power Radar (MPR)

Air Surveillance Radar (ASR)

Remote Radar Post (RRP)

Surveillance Radar Equipment (SRE)

www.radartutorial.eu
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Radars
Bandas IEEE standard - Radar
Banda Frequência Comprimento de onda
HF 3 - 30 MHz 100 m - 10 m
VHF 30 - 300 MHz 10 m - 1 m
UHF 300 - 1000 MHz 100 cm - 30 cm
L 1 - 2 GHz 30 cm - 15 cm
S 2 - 4 GHz 15 cm - 7.5 cm
C 4 - 8 GHz 7.5 cm - 3.75 cm
X 8 - 12 GHz 3.75 cm - 2.50 cm
Ku 12 - 18 GHz 2.50 cm - 1.67 cm
K 18 - 27 GHz 1.67 cm - 1.11 cm
Ka 27 - 40 GHz 1.11 cm - .75 cm
V 40 - 75 GHz 7.5 mm - 4.0 mm
W 75 - 110 GHz 4.0 mm - 2.7 mm
mm 110 - 300 GHz 2.7 mm - 1.0 mm

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Radars
Notas sobre bandas de radar
Comprimento
Banda Frequência Notas
de onda

HF Radares costeiros
High 3-30 MHz 10-100 m Alcance muito grande
Frequency Radares Over-The-Horizon (OTH)
NOSTRADAMUS → França > 2000 NM (alvo aéreo)

VHF
Alcance muito grande
Very High 50-330 MHz 0.9-6 m
Penetração no solo
Frequency
Alcance grande (p.ex. antimíssil)
UHF 300-1000 MHz 0.3-1 m Penetração no solo
Foliage penetrating
Protivnik-GE → Russia – 250 NM (alvo aéreo)

L Controlo de tráfego a largas distâncias e vigilância


1-2 GHz 15-30 cm
Long SMART-L → Holanda e UK – 215 NM (alvo aéreo)

S Controlo de tráfego terminal


Short 2-4 GHz 7.5-15 cm Meteorológico de longo alcance ou Marítimo
SMART-S Mk2 → Holanda – 135 NM (alvo aéreo)

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 60


Radars
Notas sobre bandas de radar
Comprimento
Banda Frequência Notas
de onda

Transponders satélite
C 4-8 GHz 3.75-7.5 cm Radares meteorológicos
Fregat MAE-4k → Russia – 80 NM (alvo aéreo)

Guiamento de mísseis, radares marítimos, meteorológicos,


resolução média no mapeamento e vigilância
X 8-12 GHz 2.5-3.75 cm
NOTA: É denominada X porque era secreta durante a 2ª guerra Mundial.
Ground Observer 80 → Alemanha – 40 NM (alvo aéreo)

Mapeamento de alta resolução, Altimetria satélite


Ku 12-18 GHz 1.67-2.5 cm
FARA-PV → Russia – ≅ 3 NM

Absorvida pelo vapor de água. Por esta razão, Ku e Ka são utilizadas para
K
18-27 GHz 1.11-1.67 cm vigilância. Utilizada para radares meteorológicos e para medir a velocidade dos
Kurz
carros. Os radares da polícia operam em 24.150 ± 0.100 GHz.

Mapeamento, curto alcance, vigilância em aeroportos, utilizado nos radares que


Ka 27-40 GHz 0.75-1.11 cm tiram fotos às matrículas dos carros em excesso de velocidade. Estes operam na
frequência de 34.300 ± 0.100 GHz.

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Radars
Notas sobre bandas de radar
– Frequência é inversamente proporcional ao comprimento de onda:
𝑐
𝑓=
𝜆
– O comprimento de onda influencia a seção radar equivalente (exemplo de chapa
metálica):
4𝜋𝐴2
𝜎 = 2 (𝑚2 )
𝜆
Exemplo: 𝐴 = 1 𝑚2 e usando 𝜆 = 1 𝑐𝑚 obtemos:
4𝜋12
𝜎= 2 ≅ 125664 𝑚2
1
100

A seção radar equivalente é um dos parâmetros que influencia a distância máxima


de deteção, como vamos ver mais à frente.

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Radars
Bandas de Radar (NATO)

(DA08)
(MW08)

(STIR)

(STIR)

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Radars
Designação ITU das bandas
Designação Banda nominal Bandas de radar especificadas pela ITU

HF 3 – 30 MHz
VHF 30 – 300 MHz 138-144, 216-225 MHz
UHF 300 – 1000 MHz 420-450, 590-942 MHz
L 1 – 2 GHz 1215-1400 MHz
S 2 – 4 GHz 2300-2500, 2700-3700MHz
C 4 – 8 GHz 5250-5925 MHz
X 8 – 12 GHz 8500-10680 MHz
Ku 1 2– 18 GHz 13.4-14, 15.7-17.7 GHz
K 18 – 27 GHz 24.05-24.25 GHz
Ka 27 – 40 GHz 33.4-36 GHz

International Telecommunication Union (ITU) – Agência especializada das Nações Unidas

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Introdução

• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Parâmetros Fundamentais
Ângulo sólido (esterradiano ou esferorradiano):
– Um esterradiano é definido como:
Ângulo sólido com vértice no centro de uma esfera de raio 𝒓 que
define na superfície da mesma uma área igual a 𝒓𝟐 .
– Área total de uma esfera é dada por 4𝜋𝑟 2 ;
4𝜋𝑟 2
– Numa esfera existem = 4𝜋 esterradianos;
𝑟2
– O elemento de superfície em coordenadas esféricas é:
𝑑𝐴 = 𝑟 2 sin 𝜃 𝑑𝜃 𝑑𝜙 (𝑚2 )
logo o ângulo sólido elementar é dada por:
𝑑𝐴
𝑑Ω = = sin 𝜃 𝑑𝜃 𝑑𝜙 (sr)
𝑟2
NOTA: Não depende de 𝑟.

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Antenas - Diagrama Radiação
Intensidade do Vetor de Poynting - Densidade do fluxo de potência.
PT GT ( ,  )
S P ( R,  ,  ) = (𝑊/𝑚2)
4 R 2

Intensidade de radiação - Parâmetro relativo ao campo distante e


representa a potência radiada por unidade de ângulo sólido.

U ( ,  ) = R 2 S P ( R,  ,  )
= R 2 EP2 ( R,  ,  ) / 2 Z 0 (𝑊/𝑠𝑟)
Intensidade do campo eléctrico radiado
1
EP ( R,  ,  ) = 60 PT GT ( ,  ) (𝑉/𝑚)
R

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Antenas - Conceitos
– Intensidade de radiação (IR):
– Potência radiada por unidade de ângulo sólido → 𝑈(𝜃, 𝜙) (𝑊/𝑠𝑟).

– Potência radiada:
– Integração da intensidade de radiação sobre o ângulo sólido 4.

Pr =  U (  , )d onde d = sin  d d (𝑊)


4
Ângulo sólido elementar
– Ganho:
– Determinado numa determinada direção;
– Razão entre:
• Intensidade de radiação segundo uma direção;
• Intensidade de radiação que seria obtida se a potência absorvida fosse
radiada isotropicamente.
U (  , )
G(  , ) = (𝑑𝐵i)
Pa 4
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Antenas - Conceitos
– Diretividade:
– Comparação entre a intensidade de radiação com uma antena isotrópica;
– Antena isotrópica → radia na mesma potência em todas as direções;
– Sendo h a eficiência (rendimento) de radiação temos:
• A relação entre a potência radiada 𝑃𝑟 e a potência absorvida 𝑃𝑎 pela antena;
• Considera-se que nem toda a potência entregue à antena 𝑃𝑎 é radiada 𝑃𝑟 ;
• Parte é gasta em perdas (perdida) no condutor e no dielétrico.

𝑃𝑟 = 𝜂𝑃𝑎 (𝑊)

– Relação entre ganho e diretividade é dada por:


4U (  , )
D(  , ) = → D(  , ) = G(  , ) / h
(adimensional) Pr

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Diagramas radiação - Exemplos

0 dB
Lobo principal

-5
Lobo vestigial
-10
1º Lobo Secundário
-15

-20 Lobo “para trás”

-25

-30

-35

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Os diagramas de radiação podem ser representados por diagramas polares ou cartesianos.


As escalas adotadas podem ser lineares ou logarítmicas (dB).
A escala logarítmicas (dB) é a forma mais frequentemente utilizada.
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Lobos e larguras de feixe
Diagramas de campo - normalizado (esquerda) e de potência (direita) podem exibir uma estrutura de lobos

1
𝐸 𝜃, 𝜙 = = 0.707
2
1
10 log10 = −3 𝑑𝐵
2

A largura de feixe de um lobo é definida como:


- Separação angular entre duas direções para lados opostos relativamente à direção de radiação principal.

A definição mais usada é a da largura de feixe a “meia-potência” (HPBW ) definida pelo IEEE como:
In a plane containing the direction of the maximum of a beam, the angle between the two directions in which the
radiation intensity is one-half value of the beam.

Outra largura que se pode definir é a largura de feixe entre nulos (FNBW: First-Null Beamwidth):
- Separação angular entre direções de nulos (se existirem).

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Lobos e larguras de feixe

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Lobos e larguras de feixe
Umax

Lobo Principal

 −3 dB
𝑈𝑚𝑎𝑥 𝑈𝑚𝑎𝑥
2
2
Largura de Feixe
(Ex: -3dB)
US
Lobos
Secundários

Nível de lobos  U 
secundários SLL = 10 log10  S  (dB)
 U max 
(SLL - Side Lobe Level)

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Lobos e larguras de feixe

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Ganho e Largura feixe
• Quando uma antena tem elevado ganho e rendimento a potência radiada é estimada por:
Potência radiada Intensidade de radiação
𝑃𝑟 = 𝜂𝑃𝑎 Pr » Pa » aV a HU max (𝑊)
Potência absorvida
onde αV e αH (𝑠𝑟) são duas larguras de feixe a −3𝑑𝐵 em planos ortogonais.

• O ganho máximo é então estimado por:


4pU max 4p
G» ® G= (𝑑𝐵𝑖)
aV a HU max aV a H

4 
Nota: Por vezes usa-se ε ≃ 1 G= (𝑑𝐵𝑖)
V  H

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Antena em receção - Área efetiva
• A potência entregue ao recetor é proporcional à densidade de potência incidente → SP (𝑊/𝑚2)

• A constante de proporcionalidade é a área efetiva da antena → Ae (𝑚2)

Prec= Ae x SP (𝑊)
SP
Prec Recetor
Rx

• A área efetiva é proporcional ao ganho da antena de receção (teoria das antenas):

2 G R
Ae = (𝑚2 )
4
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Equação Radar Mono-estático

Densidade de potência (vetor de Poynting) → Incidente no alvo:


Pt G
S alvo = (𝑊/𝑚2)
4R 2

Densidade de potência no retorno à antena de receção:


Pt
Pt G
inc
S rec = (𝑊/𝑚2) Prec
(4 )2 R 4

 → Secção radar equivalente do alvo (𝑚2)

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Equação Radar Mono-estático
Área efetiva da antena 𝑚2 Densidade de potência no Pt G
inc
S rec = 2
2 4 (𝑊/𝑚 )
retorno à antena de receção (4 ) R
Potência entregue
Prec = Ae  S rec
inc
ao recetor (adaptado) Usando a relação universal
(Teoria das Antenas)
Pt G Ae 
Prec =
(4 ) 2 R 4 4Ae
G=
2

Pt 2 G 2 
Prec =
( 4 )3 R 4

Alcance sujeito à condição


Prec  Pmin
1/ 4
 Pt 2G 2  
R  Rmax = 
 ( 4 ) Pmin 
3

Problema

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Equação Radar Bi-estático
 (  , ; ,  )

R1 R2

(  ,  ) (  ,  )

T R

Prrad = " potência isotrópica equivalent e


re - radiada " segundo (  " ," )

Pt
Prrad = G1 (  ,  ) (  , ; ,  )
4R12
Prrad G1 = G1 (  ,  )
Prec =  Ae 2 (  ,  )
4R22 G2 = G2 (  ,  ) = 4A2 (  ,  ) / 2
2G1G2  =  (  , ; ,  )
= Pt 
(4 )3 R12 R22 Problema 1.3

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Ruído

Ilustração do efeito do ruído:

a) b)

Formas de onda: a) Impulso retangular e b) Impulso com ruído.

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Ruído
• Externo:
– Artificial:
• Motores elétricos;
• Interruptores;
• Ignição de motores de explosão;
• Entre outros.....

– Natural:
• Descargas atmosféricas;
• Fontes externas à atmosfera.

• Interno:
– Resistência de perdas da antena;
– Recetor.
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Ruído
• Externo:
– Artificial:
• Motores elétricos;
• Interruptores;
• Ignição de motores de explosão;
• Entre outros.....

– Natural:
• Descargas atmosféricas;
• Fontes externas à atmosfera.

• Interno:
– Resistência de perdas da antena;
– Recetor.
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Ruído atmosférico

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Fontes de ruído - Antena
Fontes de ruído
distribuídas espacialmente
θ T (  , )

Ruído externo:
- Artificial ou Natural;
- Captado pela antena.
φ

Ruído interno
Resistência de radiação
Rrad Rrad
Ruído interno:
- Originado por perdas ohmicas. Rp , T0 Rp , T0

Fonte de ruído Vn
Resistência de perdas
Temperatura standard
290 K

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Potência e temperatura de ruído
interno entrada da antena
Resistência de radiação

Rrad Equivalente da Rrad


Resistência de perdas
antena em receção
Ruído interno
Rp , T0 Rp , T0

Fonte de ruído Vn
Temperatura standard
290 K

Vn2 Vn2 Rp
N Ai = =  Temperatura equivalente de
4 R A 4 R p Rrad + R p ruído interno
Densidade de potência TAi = T0 ( 1 − h )
do ruído interno = KT0 (1 − h )f
Nota: KT→ Joules ou 𝑊/𝐻𝑧
Constante de Boltzman’s Temperatura Largura de banda
1,38·10-23 Joules/K em Kelvin Hertz

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Potência e temperatura de ruído
interno entrada da antena
Noise
temperature

Cosmic noise

Atmospheric
noise

Frequency
Noise
power

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Potência e temperatura de ruído
interno saída da antena

Ruído externo Ruído interno


Função das fontes, da sua Resistência de perdas da
localização espacial e das Antena
propriedades direcionais da antena
N A = N Ae + N Ai

Densidade de Potência de ruído externo Densidade de Potência de ruído interno


N Ae = KT Ae f N Ai = KT Ai f
Largura de banda Largura de banda
Hertz Hertz
Temperatura de ruído externo Temperatura de ruído interno
1
TAe =  T (  , )G(  , ) sin d d TAi = (1 − h )T0
4

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Potência e temperatura de ruído
interno saída da antena
Temperatura de ruído total equivalente
Temperatura de ruído interno

TA = TAe + TAi
Temperatura de ruído externo

Densidade de Potência de ruído à Saída da Antena numa banda f:

d d + (1 − h )T0
1
N A = KT A f = Kf 
4  T (  , )G(  , ) sin

TA

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Caracterização do ruído
num recetor
Recetor
- Terminação adaptada
R n R
- Temperatura T0

- Banda de freq.  f , f + f  Vn Fonte de ruído

Tensão de ruído (valor rms) sobre terminação adaptada:

𝑉𝑛
𝑛= = 𝑅𝐾𝑇0 Δ𝑓 Largura de banda
2 Hertz
Temperatura standard
Constante de Boltzman’s 290 K
1,38·10-23 Joules/K

Potência de ruído sobre terminação adaptada (potência disponível):

𝑛2 𝑉𝑛2
𝑁= = = 𝐾𝑇0 Δf
2 4𝑅
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Factor de ruído e temperatura de
ruído interno de um recetor
*“Noise figure”
Recetor
Si = Prec Si - Fator de ruído*, F S0
- Ganho G N0
N i = KT0 f Ni - Temperatura T0
- Banda de freq.  f , f + f 

 S / Ni  Sinal-ruído na entrada
Medida da degradação
Factor de ruído F =  i 
da relação sinal-ruído
 S0 / N0 T A =T0 Sinal-ruído na saída

Densidade de Potência de ruído na N int = G( F −  )KT f


saída, gerado internamente no recetor

Temperatura equivalente de ruído interno T = (F − 1)T


i 0
do recetor referida à entrada

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Factor de ruído e temperatura de
ruído interno de um recetor
Medida da degradação
da relação sinal-ruído
Factor de ruído

 Si / N i   Si N 0  N0
F =   F =   F=
 S0 / N0 T A =T0  S0 Ni  GN i
Desnidade de potência de ruído na saída
GN i + N int N int = ( F − 1)GN i
F=
GN i
N int = G ( F − 1) KT0 f

Ti = ( F − 1)T0

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Sistema Antena e Recetor
Recetor
Si - Factor de ruído F S0
- Ganho G N0
Ni=KTA Δf - Temperatura T0
- [f+Δf]

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Sistema Antena e Recetor

Equivalente da
antena em receção

Recetor
RA
Si - Factor de ruído F S0
- Ganho G N0
V0 ~ Ni=KTA Δf - Temperatura T0
- [f+Δf]

Si / N i  T  Si = K TA + ( F − 1 )T0 f  ( S / N )0


= 1 + (F − 1) 0 
S0 / N 0  TA 

Factor de ruído Teq Temperatura equivalente


incluindo Antena e Recetor

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Relação entre potência do sinal à saída
da antena e relação sinal/ruído na saída
Densidade de Potência do sinal de entrada

Si
(S / N )0 =
K TA + ( F − 1)T0 f
Relação sinal/ruído na saída
Si
=
KTeq f
Temperatura equivalente
incluindo Antena e Recetor

Densidade de Potência do sinal à saída da antena que garante (𝑆/𝑁)min


0

Simin  K TA + ( F − 1 )T0 f  ( S / N )0min Relação sinal/ruído na saída

Nota: se TA  ( F − 1 )T0 S imin  K ( F −  )T f  ( S / N )min


se TA  T0 S imin  K T f  F  ( S / N )min

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Notas sobre os conceitos de temperatura de
ruído equivalente e largura de banda do ruído

(i) H(f)
(o)
KTeq 2
Gn0 ( f ) = H( f )
f 2

Densidade espectral do ruído em (o)


(o)
Densidade espectral do ruído em (i)
(i) KTeq / 2
f

f KTeq 

2
N0 = H ( f ) df
2 −

Ni = KTeq f = KTeq H ( f 0 ) Bn
2

1 

2
Largura de banda de H ( f ) df
Bn =
2 −
ruído equivalente, Bn 2
H ( f0 )

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Índice

• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Equação do alcance radar
Tendo em conta:
- Equação do radar;
- Caracterização do recetor;
- Sinal mínimo detetável Pmin
1/ 4
 Pt 2G 2  
R  Rmax = 
 ( 4 ) Pmin 
3

S imin  K TA + ( F − 1)T0 f  ( S / N ) 0min

Teq =TA + ( F − 1)T0

Alcance:  
1/ 4
Pt 2 G 2 
R  Rmax = 
 (4 ) K Teq f  ( S / N ) 0
3 min

Problema 1.2

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 97


Exemplo
O radar Haystack destina-se à deteção de debris em órbita. O radar transmite impulsos de
1.6 ms (longa duração) e integra 16 impulsos no recetor. A potência RF do transmissor é de
250 kW. A antena (refletora com uma configuração Cassegrain, sendo o prato parabólico
de 36.6m de diâmetro) tem uma ganho de 67.25 dBi (e largura de feixe a meia potência de
0.058o) na frequência de operação de 10 GHz. A temperatura de ruído equivalente no
recetor é de 186 K.
Estime a relação sinal/ruído à saída do integrador, quando os objetos têm dimensões
lineares de cerca de 10 cm situados a 1000 km de distância segundo a direção de máximo
do diagrama de radiação.

Haystack
Escola Naval Nuno Pessanha Santos 98
Índice

• Marcos históricos
• Aplicações dos radares
• Tipos de radar
• Bandas de frequência utilizadas
• Equação do radar
– Caracterização do sistema recetor
– Alcance
• Problemas
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Problemas

1.1
a) Calcule a potência mínima a fornecer a um radar de impulsos por forma a poder
ser detetado um alvo com RCS = 10 m2 (secção radar equivalente Radar Cross
Section) a 120 km de distância. O sinal mínimo detetável é de -105 dBm, a
frequência do transmissor é de ft = 2.7GHz e a antena usada em transmissão e
receção tem ganho G = 35 dBi.

b) Considerando alvos à mesma distância da antena, obtenha o afastamento


máximo entre alvos dentro de uma largura de feixe a -3dB; admita que a largura
de feixe é de 1.5º e que a distância dos alvos ao radar é de 10 km.

c) Obtenha o volume da célula de resolução definida pelo produto da resolução


angular com a resolução em distância, quando os impulsos têm a duração de 1 μs,
sem modulação intra-impulso.
R

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 100


Problemas

1.2
Considere um transmissor de radar de impulsos com potência de pico
100 kW e frequência de transmissão ft = 3 GHz. O radar utiliza a mesma
antena para transmissão e receção, com 40 dBi de ganho.
Admitindo que o alvo a detetar tem secção radar equivalente de 1 m2 e se
encontra a 90 km obtenha a potência de pico no recetor.
Estime a relação sinal/ ruído admitindo que a contribuição das fontes
externas para o ruído não é significativa face ao ruído interno do recetor,
a temperatura ambiente é de 300 K, o fator de ruído é F = 4 dB, e a
largura de banda do recetor é de 1 MHz.

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 101


Problemas
1.3
Considere um radar bi-estático funcionando em 2.7 GHz, sendo a potência de pico do
transmissor de 10 kW. A distância entre transmissor e recetor é de 60 km. Os retornos dos
impulsos transmitidos chegam ao recetor com 0.5 ms de atraso. A antena de receção (R) tem
um lobo principal estreito a apontar para o alvo (P) segundo uma direção que faz 105º com o
alinhamento entre antenas (∠PRT = 105º); a antena de transmissão tem o ganho máximo
segundo a direção do alvo sendo o seu valor de 35 dBi e a antena de receção dirigida para o
alvo tem um ganho de 27 dBi. O alvo tem RCS que pode exibir valores entre 1 e 25 m2
consoante a atitude com que é observado.

a) Obtenha a gama de valores da potência de pico no recetor por cada impulso. Compare com o
valor que obteria nas mesmas circunstâncias com um radar mono-estático.
b) Se os impulsos transmitidos tiverem 1μs de duração qual a relação S/N de pico correspondente à
deteção de 1 impulso admitindo que o recetor usa um filtro adaptado* e que a temperatura de ruído
total equivalente (fontes externas e internas) à entrada do recetor é de T = 400 K.
eq

* Nota: relação sinal/ ruído espectável na saída (S/N)0=2E/KT; E = Energia do impulso R

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 102


Questões ?

Escola Naval Nuno Pessanha Santos 103


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