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Resumo Controle de Qualidade Físico-Químico

INTRODUÇÃO CONTROLE DE QUALIDADE FQ


-O CQ-FQ refere a coleta de amostras, as especificações e a execução de testes, bem como a organização,
documentação e aos procedimentos de liberação que asseguram que os testes relevantes e necessários
sejam executados.
Qualidade é fazer o certo, ter rastreabilidade, é a constante conformidade com as necessidades e
expectativas dos clientes externos e internos. Quem determina a qualidade são os clientes. Para o
medicamento, a qualidade deve atender aos requisitos do trinômio:

SEGURANÇA EFICÁCIA

QUALIDADE

A qualidade do medicamento deve atender os requisitos do trinômio acima.

Evolução do conceito de Qualidade


-William Edwards Deming: ciclo PDCA (planejar, fazer, checar e agir), que diminui a variabilidade (contrario
que espera de qualidade).
-Kaoru ISHIKAWA: diagrama de causa e efeito (utilizado quando ocorre um erro no lote, sendo reprovado,
começando a levantar hipóteses para chegar na raiz do problema). Ênfase no diagnóstico do problema
(chegar na causa raiz).
-Philip B. Crosby: a qualidade é assegurada se todos se esforçarem em fazer seu trabalho corretamente da
primeira vez.
-Joseph M. Juran: trilogia de atividades (planejamento da qualidade, controle da qualidade, e
aperfeiçoamento da qualidade).
A evolução dos mecanismos de controle de qualidade passou por três fases: Era da Inspeção (os
produtos eram verificados um por um, com a participação do cliente, o foco estava na detecção dos
defeitos, analisando a tendência de gerar erros ou falhas); Era do Controle Estatístico (os produtos eram
amostrados e inspecionados por um departamento especializado; a ênfase estava na localização dos
defeitos); e Era da Qualidade Total (faça o certo desde a primeira vez).
-A evolução do Controle de Qualidade Total se baseou na: Inspeção (detectar os erros, e retifica-lo);
Controle de Qualidade (métodos estatísticos, desempenho de processo e padrões de qualidade); 6 sigma
(reduzir defeitos 0, atenção ao gerenciamento, melhoria e reinvenção dos processos de negócios);
Qualidade Total (envolve toda operação, estratégica da qualidade, trabalho em equipe, e envolve
consumidores e fornecedores); e Garantia da Qualidade (sistema de qualidade, custo da qualidade,
soluções de problemas e planejamento da qualidade).

Produtividade: aumentar a produtividade é produzir cada vez mais e melhor com cada vez menos,
é aumentada para melhorar a qualidade do produto.

Sistema de Gestão da Qualidade


-É a identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e determinação de como satisfazê-
los.
-Tem como objetivo evitar riscos, detectar desvios, corrigir erros, melhorar a eficiência e reduzir os
custos.
Garantia da Qualidade
-É a totalidade das providencias tomadas com o objetivo de garantir que os medicamentos estejam dentro
dos padrões de qualidade exigidos, para que possam ser utilizados para os fins propostos. Incorpora as
BPF e outros fatores, incluindo o projeto e o desenvolvimento de um produto.
-Visa garantir que os produtos de uma indústria de medicamentos estejam dentro dos padrões de
qualidade exigidos para que possam ser utilizados no consumo da população e, para isso, deve
cumprir com todas as normas técnicas, as legislações vigentes, os guias internacionais de qualidade.
Tudo deve seguir as Boas Práticas de Fabricação (BPF), seguindo a legislação RDC 658/2022.

Boas Práticas de Fabricação


-Parte da CQ que assegura que os produtos são consistentemente produzidos e controlados, com padrões
de qualidade apropriados para o uso pretendido e requerido pelo registro. As BPFs se aplicam a todas as
etapas do ciclo de vida do produto, desde a fabricação de medicamentos experimentais, transferência de
tecnologia, fabricação comercial até a descontinuação do produto.
O Sistema da Qualidade está inserida em todas as etapas de produção do medicamento.

Controle de Qualidade
-Parte das BPF referente a amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização,
documentação e procedimentos de liberação que asseguram que os ensaios necessários e relevantes
sejam executados e que os materiais não são liberados para uso, nem os produtos liberados para venda ou
fornecimento, até que as qualidades dos mesmos sejam julgadas satisfatória.

CONTROLE DE QUALIDADE GARANTIA DA QUALIDADE


Emite os resultados dos testes realizados para Verifica a qualidade do processo produtivo, desde
atestar a qualidade do produto e matérias primas. a qualificação dos fornecimentos até a entrega do
produto. Responsável pela verificação dos
registros e documentação.

Conceitos
-Ação corretiva: correção de algo que está errado, medidas adotadas para tratar e eliminar a causa raiz de
desvio ou não conformidade já ocorrida.
-Ação preventiva: medidas adotadas para se evitar que um desvio ou não conformidade venha a ocorrer.
Busca eliminar a causa de um potencial desvio ou não conformidade.
-Calibração: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os
valores indicados por um instrumento ou sistema de medição, ou valores representados por uma medida
materializada, e os valores correspondentes conhecidos de um padrão de referência.
-Certificado de análise: documento que fornece um resumo dos resultados dos testes em amostras de
produtos ou de materiais juntamente com a avaliação de sua conformidade com a especificação declarada.
-Contaminação: a introdução não desejada de impurezas de natureza química ou microbiológica, ou de
matéria estranha, em matéria prima, produto intermediário ou produto terminado durante as etapas de
amostragem, pesagem, formulação, produção, embalagem, armazenamento ou transporte.
-Contaminação cruzada: contaminação de determinada matéria-prima, produto intermediário, produto a
granel ou produto terminado por outra matéria-prima, produto intermediário, produto a granel ou
produto terminado durante as etapas de amostragem, pesagem, formulação, produção, embalagem e
armazenamento.
-Desvio: não cumprimento de requisitos determinados pelo sistema de gestão da qualidade farmacêutica
ou necessários para a manutenção da qualidade, segurança e eficácia dos produtos.
-Especificação: documento que descreve em detalhes os requisitos com os quais produtos ou materiais
usados ou obtidos durante a fabricação devem atender. Servem de base para a avaliação da qualidade.
-Fabricação: todas as operações envolvidas no preparo de determinado medicamento, incluindo a
aquisição de materiais, produção, controle de qualidade, liberação, armazenamento, expedição de
produtos acabados e os controles relacionados.
-Limite de ação: critério estabelecido, exigido acompanhamento imediato e ação corretiva se excedido.
-Limite de alerta: critérios estabelecidos que dão o alerta antecipado do desvio potencial de condições
normais que não são necessariamente motivos para uma ação corretiva definitiva, mas que requerem
ações de acompanhamento.
-Lote: quantidade definida de matéria-prima, material de embalagem ou produto processado em um ou
mais processos, cuja característica essencial é a homogeneidade. Produzidos na mesma condição.
-Matéria-prima: qualquer substância utilizada na produção de medicamentos, excluindo os materiais de
embalagem.
-Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa ou para fins de diagnóstico. Produto final.
-Não conformidade: o não atendimento de um requisito preestabelecido. Tais requisitos poder variar
entre fatores externos e internos.
-Procedimento: receita do bolo. Descrição das operações a serem realizadas, das precauções a serem
tomadas e das medidas a serem aplicadas, direta ou indiretamente relacionadas com a fabricação de um
medicamento.
-Produto acabado: produto que tenha passado por todas as etapas de produção, incluindo rotulagem e
embalagem final.
-Produto a granel: qualquer produto que tenha completado todos os estágios de processamento até, mas
não incluindo, a embalagem primária. Os produtos estéreis em sua embalagem primária são considerados
produto a granel.
-Produto intermediário: produto parcialmente processado que deve ser submetido a etapas
subsequentes de fabricação antes de se tornar um produto a granel.
-Quarentena: estado das matérias-primas ou do material de embalagem, produtos intermediários, a
granel ou acabados, separados fisicamente, não necessariamente em ambientes distintos, ou por outros
meios eficazes, enquanto se aguarda uma decisão sobre a sua liberação ou recusa.
-Reanálise: análise realizada em matéria-prima/insumo, previamente analisada e aprovada, para confirmar
a manutenção das especificações estabelecidas pelo fabricante, dentro do prazo de validade.
-Registro: documento que fornece evidências das ações adotadas para demonstrar a conformidade com
as instruções, por exemplo, atividades, eventos, investigações e, no caso de lotes fabricados, um histórico
de cada lote do produto, incluindo sua distribuição.
-Validação: ação de provar, de acordo com os princípios das Boas Práticas de Fabricação, que qualquer
procedimento, processo, equipamento, material, atividade ou sistema realmente leva aos resultados
esperados. Demostra a confiabilidade de análise, de equipamento que está sendo validado.

Fluxo do Controle de Qualidade


Documentos da Qualidade
-Literatura de apoio (para a realização do Controle de Qualidade faz se necessário um acervo vasto de
literaturas, ex. Farmacopeia); POPs (Procedimento Operacional Padrão, documentos que descrevem com
detalhes como executar corretamente um determinado processo, a fim de que seja repetido sempre com
segurança e qualidade, e tem como objetivo uniformizar as condutas de todos os funcionários da
empresa); Especificações técnicas (conjunto de atribuídos do produto, que vão atentar a sua qualidade);
Métodos de análise (contém todos os testes descritos na especificação técnica, descrevendo
detalhadamente como conduzi-los); e Laudos analíticos (documento que contém todas as especificações
técnicas estabelecidas, com os critérios de aceitação para liberação da matéria prima, produto ou
embalagem, além de conter os resultados reais obtidos durante a analise).
-Registro: atividade não registrada é uma atividade não realizada.

Boas Práticas de Laboratório RDC 512/21


-Tem como objetivo definir princípios e requisitos para a execução das análises com qualidade,
confiabilidade e segurança.

Planos de Amostragem: representativo do total


-Plano de amostragem: é o plano que determina o número de unidades de produto de cada lote a ser
inspecionado (tamanho da amostra ou série de tamanhos de amostra) e o critério para a aceitação do lote
(números de aceitação e de rejeição).
-Nível de inspeção: o nível de inspeção fixa a relação entre o tamanho do lote e o tamanho da amostra. O
nível de inspeção a ser usado para qualquer requisito particular será prescrito pelo responsável pela
inspeção.
-Nível de qualidade aceitável: máxima porcentagem defeituosa, ou o máximo número de “defeitos” por cem
unidades.
-Plano de Amostragem Única/Simples: selecionam-se n itens do lote e conta-se a quantidade de
defeitos d. Fixado o número de aceitação c, aceitamos o lote se d ≤ c e rejeitamos se d > c.
-Planos de Amostragem Dupla: toma-se a decisão de aceitação ou rejeição, baseado em mais de uma
amostra. A partir da informação da amostra inicial toma-se uma decisão para aceitar o lote, rejeitá-lo ou
extrair uma nova amostra. As informações de ambas as amostras serão combinadas para se chegar a uma
decisão.
-Plano de Amostragem Múltipla: extensão da amostragem dupla para mais de duas amostras.
-Plano de Amostragem Sequencial: unidades do lote são selecionadas uma de cada vez. Uma decisão é
tomada no sentido de aceitar o lote, rejeitá-lo ou selecionar uma outra amostra.

MATÉRIA PRIMA
-Matéria prima é todo o material utilizado na fabricação do medicamento e é composta pelas análises de
Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e Excipientes.

DMF
-É um documento (dossiê) emitido pelo fabricante do insumo e contém todos os itens respectivos a
características físico-química: pka, solubilidade, polimorfismo; rota de síntese; demonstração da identidade
da molécula (testes de RMN, massas); avaliação de impurezas (tudo que não pertence ao princípio ativo);
avaliação de solventes residuais (restante do final da molécula); métodos de análise (determinação de teor,
os solventes residuais, é a descrição de como fazer uma análise); validação das metodologias analíticas
(provar que a metodologia é eficiente).
Rota de síntese: mostra como chegou na molécula final, ou seja, descrever cada processo,
temos o material de partida (aqui começa a reação química), solvente (temos normalmente 2 solventes
para solubilizar, a reagente fica embaixo da seta e os solventes em cima da reta).
Tudo que está entre o material de partida e o produto final temos os intermediários de
síntese, ou seja, não estão com a síntese completa. Nenhuma reação tem um rendimento de 100%,

Certificado de Análise (CoA): é um laudo de liberação, contém os ensaios, ou seja, os testes,


especificação (critério de aceitação), e os resultados.

Ensaios
=Identificação: visa demonstrar a identidade da molécula, garantir a autenticidade da molécula,
realizada com testes complementares.
Reações de avaliação de grupos funcionais, que resultam em formação de precipitado,
produto colorido, entre outros; infravermelho, que é uma técnica amplamente utilizada para identificação
de moléculas; cromatografia em camada delgada (CCD), consiste no sistema cromatográfico em que a
separação dos componentes de uma mistura ocorre através da migração diferencial sobre uma fase
estacionaria composta por uma fina camada de adsorvente aplicado sobre um suporte plano;
=Doseamento (Teor): teste que consiste na realização de analises que visa quantificar o teor de
substância ativa no insumo farmacêutico ativo. Os métodos utilizados podem ser clássicos e instrumentais.
=Polimorfismo: consistem em arranjos desordenados de moléculas do insumo farmacêutico ativo que
não possuem uma estrutura de cristal distinguível (amorfos); vão ter várias formas de cristalizar, tem um
padrão, ou seja, com diferentes estruturas cristalinas, está ligada a características físico-químicas,
principalmente a solubilidade, que acaba afetando na biodisponibilidade, absorção (polimorfismo).
É a forma de como a molécula se cristaliza.
=RMN: a espectroscopia de ressonância magnética nuclear, que consiste em um procedimento analítico
que se baseia nas propriedades magnéticas de determinados núcleos atômicos. Similar as outras técnicas
espectroscópicas, nas quais ocorre a adsorção e a emissão de energia em determinada frequência,
proporcionando a informação analítica.
=Difração de Raio X: fenômeno de interferência que aparece quando as ondas passam através de um
objeto de dimensões similares ao comprimento de onda.
=Análise Térmica (DSC / TG): caloria exploratória diferencial, técnica que possibilita avaliar os fenômenos
energéticos, físicos e ou químicos, produzidos durante o aquecimento de uma substancia (ou
resfriamento), mede o ponto de fusão.
TERMOGRAVIMETRIA mede diferença de massa por aplicação de calor. O DSC aplica calor e
verifica o ponto de fusão.
=Tamanho de partícula / Granulometria: o tamanho da partícula de um fármaco pode impactar
diretamente nas propriedades físicas, nos processos galênicos e na quantidade do medicamento. O grau
de divisão ou a granulometria de pós é expresso pela referência à abertura nominal da malha do tamis
utilizado.
Pode ser classificado em Pó grosso, Pó moderadamente grosso, Pó semi-fino, Pó fino e Pó
finíssimo.

Impurezas (aquilo que não é o medicamento, ativo)


=Solventes residuais: são substancias químicas orgânicas voláteis (utilizados na rota de síntese) que são
usados ou produzidos durante a fabricação de insumos farmacêuticos ativos ou excipientes, ou na
preparação de produtos acabados. A técnica utilizada na detecção de solventes residuais é a
Cromatografia Gasosa (técnica de separação cromatográfica baseada na diferença de distribuição de
especes de uma mistura entre duas fases não miscíveis, fase móvel é um gás de arraste e fase estacionaria
que é a coluna).
Os solventes residuais são classificados por avaliação de risco: Classe 1 (solventes
carcinogênicos, riscos ambientais – não deve ser empregado na fabricação de IFA, excipientes ou produtos
acabados); Classe 2 (substancias que devem ser limitadas, carcinogênicos não genotóxicos, que causam
outros efeitos tóxicos); e Classe 3 (possuem baixo potencial toxico, menor risco para a saúde humana).
=Impurezas Elementares: são impurezas de metais pesados. Podem surgir de várias fontes em
medicamentos, como em catalisadores residuais que foram adicionados intencionalmente na síntese, ou
estar presentes como impurezas, presentes em excipientes, reagentes, equipamentos).
São divididas em classes: Classe 1 (componentes tóxicos, não podem ser utilizados ou ter seu
uso ilimitado); Classe 2 (elevada probabilidade de ocorrência no produto acabado); Classe 2 B (baixa
ocorrência); e Classe 3 (baixa toxicidade).
=Nitrosaminas: constituem uma classe de compostos caraterizados pela ligação de um grupo nitroso a u
grupo funcional amina. Dentre os compostos, estão alguns agentes mutagênicos, genotóxicos e
potencialmente carcinogênico em humano. Podem ser encontrados em agua, em alimentos defumados e
grelhados, laticínios e vegetais. A exposição acima de níveis aceitáveis e por um longo período pode
aumentar o risco de câncer. Usualmente são compostos voláteis, e por isso, é utilizada cromatografia
gasosa.
=Impurezas: qualquer componente presente no insumo farmacêutico que não seja o insumo farmacêutico
ativo. A avaliação de impurezas na matéria prima, que visa determinar a qualidade do insumo e a pureza
do mesmo, que podem ser contidas na síntese e na degradação.
Ensaio limite: ensaios que permitem verificar se a quantidade do analito está acima ou abaixo de
um nível previamente estabelecido, sem o quantificar com exatidão.

Testes Físicos
=Solubilidade: a solubilidade indicada não deve ser considerada estritamente como constante física, mas
como complemento dos demais ensaios, podendo ter um valor definitivo no caso em que a substância não
apresenta a solubilidade mínima exigida, principalmente quando o solvente é a água.
=Descrição: é a descrição de um IFA, correspondendo ao aspecto do mesmo.
=Rotação Específica/Ótica: propriedade que algumas substancias liquidas ou solutos em solução
apresentam de girar o plano de polarização da luz polarizada que sobre elas incide. Para moléculas que
possuem carbono quiral, que possuem 4 ligantes diferentes.
O equipamento utilizado é o POLARÍMETRO, a rotação ótica especifica e calculada a partir da
rotação ótica observada na solução amostra, obtida conforme especificado na monografia correspondente.
=pH: definido como a medida da atividade do íon hidrogênio de uma solução.
O valor de pH é expresso pela equação em relação ao pH da solução padrão (pHp) e
determinado em peagômetro utilizando eletrodo de vidro.
=Ponto de fusão: é definida como a temperatura na qual está se encontra completamente fundida. É uma
propriedade intrínseca das substâncias, que é utilizada, junto a outros ensaios, para a confirmação da
identidade das mesmas, assim como indicador de pureza.
=Perda por Dessecação: se destina a determinar a quantidade de substancia volátil de qualquer natureza
eliminada nas condições especificadas na monografia individual. Pode ser também para a perda de água.

Pode ser por Gravimetria, Análise Térmica e Balão com Infravermelho.


=Determinação de Água: Muitas substâncias se encontram na forma de hidrato ou contêm água
adsorvida, por isso é relevante sua determinação por métodos específicos. Esse teste está baseado no
método de Karl Fisher, no qual a determinação volumétrica de água está baseada na reação quantitativa
da agua com uma solução anidra de dióxido de enxofre e iodo na presença de uma solução tamponante,
que reage com os íons hidrogênio.
=Cinzas: a quantificação do conteúdo inorgânico faz-se por meio da determinação do resíduo pela
incineração de cinzas. Aqui podemos fazer para Cinzas Totais e Cinzas Sulfatadas.

MATERIAL DE EMBALAGEM
-Qualquer material empregado na embalagem de medicamentos, excluindo qualquer embalagem externa
usada para transporte ou embarque. Os materiais de embalagem podem ser classificados em primários e
secundários, de acordo com o grau de contato com o produto.

Embalagem primária: mantem contato direto com seu conteúdo. É considerado material de
embalagem 1ª: ampola, bisnaga, estojo, flaconete, frasco de vidro, entre outros. Não deve haver qualquer
interação entre o material de embalagem primaria e o seu conteúdo, que seja capaz de alterar a
concentração, qualidade ou pureza do material acondicionado.
Embalagem secundária: possibilita total proteção do material de acondicionamento nas
condições usuais de transporte, armazenamento e distribuição. É considerado embalagem 2ª: caixa de
papelão, cartuchos de cartolina, madeira ou material plástico ou estojo de cartolina, entre outros.
-Os materiais de embalagem devem atender as especificações vigentes, dando ênfase a compatibilidade
do mesmo com as formulações. É qualquer forma de acondicionamento destinada a envolver o
medicamento, garantindo proteção e estabilidade que impeçam de sofre mudanças físicas e químicas.
Os atributos de qualidade para o material de embalagem são: performance, compatibilidade,
perda de potência (quantidade de ativo que possui no medicamento), degradação, precipitação, mudança
de pH, segurança, proteção, temperatura, entre outros.
Na vida útil do medicamento, alguns fatores como temperatura, incidência de luz, calor e
umidade podem alterar a estabilidade da forma farmacêutica.

Lixiviavel: é o que migrou para o medicamento. No período de validade, houve migração de


material para o medicamento. São componentes químicos orgânicos e inorgânicos que estão presentes no
produto originários do material de embalagem.
Extraível: tudo que está contido na embalagem e pode migrar para o medicamento. São
componentes químicos orgânicos e inorgânicos que são liberados de um sistema de embalagem
farmacêutica, em um solvente de extração em condições em laboratório.

Recipientes para medicamentos e correlatos


 Recipientes de vidro: é composto de sílica, é fundida em altas temperaturas para dar forma.
Materiais como Na2O e K2O reduzem o ponto de fusão, Al 2O3 da resistência química, B 2O3 força e
resistência química, CaO traz dureza e resistência química.
São classificados em: Vidro tipo I (vidro neutro do tipo borossilicato, não alcalino, de alta
resistência térmica, mecânica e hidrolíticas, destinado ao acondicionamento de medicamentos para
aplicação intravascular e uso parenteral); Vidro tipo II (vidro alcalino do tipo sódico/cálcico, de
resistência hidrolítica elevada, resultante do tratamento apropriado da superfície interna do vidro III,
acondiciona soluções de uso parenteral, neutras e acidas que não tenham pH alterado); Vidro do
tipo III (vidro alcalino do tipo sódico/cálcico, de resistência hidrolitica média, porém, com boa
resistência mecânica, sem qualquer tratamento superficial, com alcalinidade máxima, acondiciona
soluções de uso tópico e oral, podendo ser utilizado para soluções parenterais, quando aprovado
por ensaios de estabilidade).
Teste de CQ do vidro: Resistência hidrolítica ou alcalinidade (ensaio que quantifica a
intensidade da reação química entre a agua e os elementos alcalinos existentes no vidro,
especialmente sódio e potássio, sendo essa resistência determinante na classificação do tipo de
vidro - é uma titulação ácido básica, capacidade de alcalinidade; pode ser com vidro moído e com
vidro inteiro); Arsênio (metal tóxico); Capacidade volumétrica total (ensaio para determinar o
volume de produto liquido que o frasco pode conter, quando cheio, até a superfície superior da
terminação).

 Recipientes plásticos: os plásticos podem conter resíduos do processo de polimerização,


plastificantes, estabilizadores, antioxidantes, pigmentos e lubrificantes. Fatores como composição
do plástico, tratamento de superfície, adesivos corantes, condições de armazenamento, entre
outros, podem afetar a adequação de um plástico para um uso especifico.
Identificação: visa identificar a identidade da molécula. Para materiais plásticos, 2 técnicas
analíticas podem ser utilizadas: Infravermelho e DSC (avalia os pontos de fusões, tem que ser
semelhante).

Tampas de Elastômero
-Tampas de elastômeros são fabricados em materiais obtidos a partir da polimerização, poliadição ou
policondensação de substancias orgânicas. Tem que ser eméticas. Geralmente contem substancias que
conferem as propriedades físico-químicas, coloração, estabilização para formulação da tampa.
Tipo I – utilizados em preparações aquosas
Tipo II – Utilizadas em preparações não aquosas

Teste de Transmissão de Luz


-Utilizar um espectrofotômetro de sensibilidade e precisão, adequadas, adaptado, para medir a quantidade
de luz transmitida por materiais plásticos, utilizados como recipientes farmacêuticos. Adicionalmente, o
espectrofotômetro deve medir e registrar a luz transmitida difusa assim como raios paralelos.

Descrição dos defeitos em embalagem


-É considerado como defeito qualquer discordância da unidade do material com os requisitos
especificados.
 Frascos de vidro: defeitos críticos (quebras, trincas, lascas, presença de região quebrada,
deformações); não críticos (dobra, rugas, marcas de molde, partículas de vidro aderidos
internamente, pedras, pintas pretas).
 Frascos plásticos: defeitos críticos (medidas diferentes do padrão, defeitos de fabricação - bolhas,
rebarbas, estrangulamentos, mau fechamento, trincas e vidros quebrados, impressão borrada, cor totalmente
diferente do padrão); maiores (sujeira, várias tonalidades de cor, falhas na impressão, manchas acentuadas);
menores (pequenas manchas e arranhões).
 Tampas de plástico: críticos (medidas diferentes do padrão, tampas quebradas, rachadas e que se
quebram no fechamento ou não fecham direito, batoque mal embutido, defeitos de fabricação -
bolhas, rebarbas, estrangulamentos, mau fechamento, trincas e vidros quebrados, impressão
borrada, cor totalmente diferente do padrão); maiores (sujeiras, estrangulamento, presença de
lascas e rebarbas, várias tonalidades de cor, falhas na impressão, manchas acentuadas); menores
(pequenas manchas e arranhões).
 Batoques de plástico: críticos (medidas diferentes do padrão); maiores (sujeira, tonalidade
amarelada, rebarbas que dificultam o fechamento, manchas acentuadas).
RESUMO 2° PROVA

CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA


-A garantia de consumo humano de água segundo padrões de potabilidade é questão relevante para a
saúde pública.
A água por ser um poderoso solvente é capaz de dissolver um grande número de substâncias
solúveis, o que a torna um veículo com grande quantidade de contaminantes químicos e biológicos, que
em ambos os casos trazem danos à saúde humana.
Quando falamos de água, é considerada uma matéria prima, pois é utilizada na produção de
um medicamento, como a água para injeção, agua ultra purificada.
-Em face de suas características, os processos de purificação; armazenamento e distribuição devem
garantir que as especificações farmacopeicas sejam atendidas, mantidas e controladas adequadamente.
-O controle da contaminação da água é crucial, uma vez que a agua tem grande capacidade de agregar
compostos e, também, de se contaminar novamente após a purificação. Os contaminantes da agua são
representados por dois grandes grupos: químico e biológico.
-Os contaminantes orgânicos e inorgânicos têm origens diversas da fonte de alimentação, da extração de
materiais com os quais a água entra em contato, da absorção de gases da atmosfera, de resíduos
poluentes, entre outros. Incluem aqui as endotoxinas bacterianas, resultantes de microrganismos
aquáticos Gram -, contaminantes críticos que devem ser removidos adequadamente.
-Esses contaminantes podem ser avaliados pelos ensaios de carbono orgânico total – COT e
condutividade.

Tipos de Água
-Água potável: é empregada nas etapas de procedimentos de limpeza e como fonte de obtenção de agua
de mais alto grau de pureza. A água potável não é recomendável para a produção farmacêutica, a indústria
recebe agua potável que deve ter um controle de qualidade, porem deve vir da agencia responsável pelo
abastecimento na indústria.
Da água potável que se faz a água purificada.

Água purificada: produzida a partir da água potável e deve atender as especificações estabelecidas
na respectiva monografia. É obtida por osmose reversa, eletrodeionização, múltipla destilação. É
empregada como excipiente na produção de forma farmacêuticas não parenterais (nas
aplicações parenterais, deve se usar agua para injetáveis) e em formulações magistrais, desde
que não haja nenhuma recomendação de pureza superior no seu uso ou que não necessite ser
apirogênica.
Não contem qualquer outra substancia adicionada.

Água Ultra Purificada: possui baixa concentração iônica, baixa carga microbiana e baixo nível de
COT Essa modalidade de água é requerida em aplicações mais exigentes, principalmente em
laboratórios de ensaios, para diluição de substâncias de referência, em controle de qualidade e
na limpeza final de equipamentos e utensílios utilizados em processos que entrem em contato
direto com a amostra que requeira água com esse nível de pureza.
Não pode beber agua purificada, pois vai ter partículas livres, levando um desiquilíbrio eletrolítico.

Água para injetáveis: utilizada como excipientes na preparação de produtos farmacêuticos


parenterais de pequeno e grande volume, na fabricação de P.A de uso parenteral, de produtos
estéreis, demais produtos que requeiram o controle de endotoxinas. Também utilizada na limpeza e
preparação de processos, equipamentos e componentes que entram em contato com fármacos e
medicamentos estéreis durante sua produção. Processo de purificação de primeira escolha é a
destilação (remoção de contaminantes químicos e microrganismos).

Sistemas de Purificação de Água


-Visam a purificação e incluem estocagem e distribuição planejada, de forma a manter o nível de
purificação atingido, os objetivos da purificação da agua são:
 Reduzir níveis de componentes químicos na agua para impedir sua interação com fármacos e
consequente toxicidade para o paciente.
 Reduzir a biocarga microbiana (evitar proliferação).
 Remover endotoxinas

Tanque de tratamento
-A instalação de um tanque de tratamento é uma exigência universal para instalações farmacêuticas.
Organismos presentes na agua potável vai se sedimentar nas laterais e no fundo do tanque, formando
biofilmes.

Leitos de Carvão ativo


-A matriz do leito consiste em carvão finamente dividido, altamente eficiente para remover materiais
orgânicos de baixo peso molecular e agentes oxidantes, como cloretos.
Não tira íons, nem materiais orgânicos. Tira apenas materiais insolúveis -> Sistema de Filtração.

Dispositivos de deionização
-O sistema-padrão de deionização consiste em colunas com grânulos de resina com carga catiônica (+) e
aniônica (-), separadamente, ou por sistemas de leito misto. Uma vantagem desse sistema é que as colunas
exigem regeneração com soluções de ácido clorídrico 1M e hidróxido de sódio 1M, ambas fortemente
biocidas.

Sistema de Osmose Reserva


-É um processo de separação que usa alta pressão para forçar exatamente o movimento contrário. Ou
seja, é um processo de forçar a solução de uma região de alta concentração através de uma membrana
para uma região de baixa concentração, através da aplicação de uma pressão externa que ultrapasse a
pressão osmótica.
Passa do menos concentrado para o mais concentrado, o que é limpo fia cada vez mais limpo.

Destilação
-Processo que busca remover substâncias em um meio com base na diferença do ponto de ebulição entre
eles. A água é aquecida até seu ponto de ebulição, o vapor resultante é direcionado para um recipiente,
onde fica armazenado após a condensação.
A água destilada (tira íons e matérias orgânicos) é melhor que uma deionizada (livre de íons).

Água Purificada
-Testes químicos necessários: descrição e ensaios de pureza.
 Descrição: informações referentes a descrição de uma substancia. Visualização do aspecto visual da
substancia.
 Ensaios de pureza: pureza é mais próximo que se tem da sustância pura, isolada. Os testes são
acidez ou alcalinidade (pela cor apresentada pode mostrar o pH da água), COT (quantifica os
átomos de carbono dissolvido na amostra – a análise é utilizada para identificar a contaminação
da agua por impurezas orgânicas), substâncias oxidáveis (teste qualitativo, mesmo princípio de TOC,
oxida e leva a combustão), condutividade da água (medida do fluxo de elétrons, o qual é facilitada
pela presença de íons, moléculas de água dissociam-se em íons em função do pH e da temperatura,
resultando em uma determinada condutividade), nitratos, sulfatos, cloretos, amônio, cálcio e
magnésio.

Água para Injetáveis


-Testes químicos necessários: descrição, ensaios de pureza e Contaminação por partículas sub-visíveis;
 Contaminação por partículas sub-visíveis: a contaminação de injetáveis por partículas é a
presença de materiais insolúveis, estranhos e moveis que não sejam bolhas de ar (por bloqueio da
luz – determina o tamanho das partículas e seu número conforme suas dimensões; Contagem de
partículas por microscopia – microscópio, depois faz a filtração e avalia pela membrana, por
contagem).

Água Ultrapurificada
-Testes químicos necessários: descrição, ensaios de pureza.

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