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07/06/2023, 10:39 Introdução à Psicologia Industrial/Organizacional

Introdução à Psicologia Industrial/Organizacional


Prof.º Guilherme Almentero Marques

Descrição Construção histórica da Psicologia Organizacional e sua efetivação


como campo científico e de atuação profissional.

Propósito Compreender, conhecer e analisar os principais marcos históricos


internacionais e nacionais sobre a origem e evolução da Psicologia
Organizacional em termos de seu desenvolvimento, da sua inserção no
mundo do trabalho, do impacto das Grandes Guerras Mundiais, além do
entendimento de sua conformação nos tempos atuais.

Objetivos

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Módulo 1 Módulo 2

O desenvolvimento da A evolução e as
Psicologia transformações no mundo
Industrial/Organizacional do trabalho
Analisar o recorte histórico e a origem da Reconhecer a evolução do mundo do
Psicologia Organizacional. trabalho e suas características.

Módulo 3 Módulo 4

O impacto das Grandes A Psicologia Organizacional


Guerras Mundiais para o na atualidade
campo produtivo e a saúde
Analisar o cenário atual e as possibilidades
do trabalhador da Psicologia Organizacional
contemporânea.
Identificar os impactos do estudo de
Hawthorne e as influências das duas
Grandes Guerras Mundiais no percurso da
Psicologia Organizacional.

Introdução
O recorte histórico da Psicologia Organizacional é um aspecto
extremamente importante para analisarmos todo o seu percurso evolutivo.
Por isso, neste conteúdo, entenderemos como se originou, como percorreu
diferentes épocas e como se modelou durante o tempo.

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Veremos, também, como marcos históricos importantes e as


transformações da sociedade influenciaram o escopo de atuação do
psicólogo organizacional. Por fim, identificaremos os principais pontos da
atualidade e como a Psicologia Organizacional se situa hoje em dia como
prática profissional regulamentada.

1 - O desenvolvimento da Psicologia Industrial/Organizacional


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o recorte histórico e a origem da Psicologia
Organizacional.

Histórico da Psicologia
Industrial/Organizacional

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O que é a Psicologia Industrial/Organizacional?

A realização do homem acontece no amor e no trabalho. Quem disse isso foi


Freud. E a questão é que entre o amor e o trabalho, o homem nem sempre dá
preferência ao primeiro. Vivemos grande parte de nossas vidas trabalhando. Nós
somos o que trabalhamos.

Quando alguém nos pergunta o que somos, dizemos o nosso ofício. Ninguém
responde “sou carioca”, “sou mãe”, “sou judeu”. Somos engenheiros,
encanadores, designers, empresárias, psicólogas.

A Psicologia Organizacional entra em cena como uma área de fronteira. Em


outras palavras, permeia o inter-relacionamento entre o homem, o trabalho e a
sociedade, concentrando-se principalmente na análise e no estudo da
consciência humana, do comportamento e da subjetividade. Dentro do campo da
Psicologia Organizacional, esse estudo e objeto são afetados por tudo que
acontece nessas três fronteiras.

A Psicologia Organizacional era a chamada Psicotécnica em um primeiro


momento. Depois foi denominada como Psicologia Industrial, pois era tratada na
seleção de operários e de trabalhadores para a indústria. Mais tarde, esse
conceito foi mais bem desenvolvido para a perspectiva de organizações e,
portanto, passou a ser uma Psicologia Organizacional como avanço e revisão da
missão dessa disciplina.

Cenário internacional

O surgimento da Psicologia Organizacional está intimamente ligado ao processo


de industrialização observado entre o fim do século XIX e o início do século XX.

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Época que também retrata a emancipação da própria Psicologia como campo de


estudos e respectivas aplicações.

A origem da Psicologia do Trabalho remete a alguns marcos históricos, veja na


linha do tempo a seguir.

1889 1903 1913

Nesse ano, em Modena (Itália), O psicólogo Walter Dill Scott Hug


foi fundado o laboratório de publicou o livro que aborda a divu
estudos da fadiga por Luigi Psicologia da Publicidade (The teór
Patrizi. Theory of Advertising). Psy
effic

Os dois psicólogos citados tinham uma abordagem experimental e começavam


a trilhar o caminho rumo à aplicação dos conhecimentos elaborados em
Psicologia. Especificamente em Münsterberg, identifica-se um interesse em uma
área que foi predominante durante muito tempo na Psicologia aplicada ao
trabalho. Trata-se do processo seletivo de indivíduos e do uso de testes
psicológicos, de maneira a enquadrar melhor as pessoas aos seus respectivos
cargos (ZANELLI; BASTOS, 2004).

Segundo Spector (2012), Hugo


Münsterberg e Walter Dill Scott foram
os principais expoentes da Psicologia
Organizacional nos Estados Unidos.
Por serem psicólogos experimentais,
além de professores universitários,
voltaram seus estudos e pesquisas à
Fotografia de Hugo Münsterberg. aplicação da Psicologia aos
problemas e questões
organizacionais. Münsterberg era
alemão e posteriormente emigrou
para os Estados Unidos. Ele se
interessou especificamente pelo
processo seletivo de funcionários e

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pela adoção de novos testes


psicológicos.

Entretanto, o fato de não ter conseguido o respeito dos colegas na Universidade


de Harvard foi a força que direcionou seu interesse ao novo campo da Psicologia
Industrial. É válido ressaltar que Scott compartilhava muitos interesses com
Münsterberg, além da Psicologia na publicidade.

Outra grande influência dentro da Psicologia Organizacional foi Frederick


Winslow Taylor. Ele foi um engenheiro que investiu no desenvolvimento de uma
carreira voltada para o estudo da produtividade de funcionários entre os séculos
XIX e XX. Elaborou uma abordagem nova, que intitulou de Administração
Científica, visando à gestão de trabalhadores de linha produtiva em fábricas de
manufatura. A Administração Científica elenca diversas premissas que
embasam as práticas organizacionais. Em 1911, Taylor trouxe as seguintes
premissas:

Cada função deve ser analisada detalhadamente para dar mais


destaque à melhor forma de desempenhar as tarefas;

Os funcionários devem ser selecionados levando-se em consideração


determinados fatores relacionados ao seu desempenho no trabalho;

Os gestores devem analisar criteriosamente os funcionários já


presentes, de maneira a desvelar quais atributos pessoais são mais
relevantes;

Os funcionários devem ser capacitados com critério para desempenhar


de forma plena as suas atividades no trabalho;

A produtividade dos funcionários precisa ser recompensada para que


sejam alcançados níveis de desempenho acima da média.

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Conhecimentos úteis à Psicologia

Engenharia e Psicologia

Engenharia e Psicologia?! Como é possível essa relação?

Resposta
É plenamente possível! Os saberes se complementam no ambiente científico. A
Engenharia entra em cena para trazer uma perspectiva mais pragmática e
metodológica que dá ferramentas muito úteis à Psicologia.

E a Engenharia parou por aí?


A resposta é: não.

A Engenharia continuou a ter grande influência na maneira como o trabalho era


desenvolvido. O casal Gilbreth – Frank, engenheiro e Lilian, psicóloga – estudou
diversas maneiras pelas quais tarefas são executadas pelos indivíduos. Eles
desenvolveram o famoso “estudo do tempo e movimento”, tentando propor
formas mais eficientes de desempenhar o trabalho. Tais estudos compõem
parte vital da perspectiva taylorista que visava ao aprimoramento e aumento da
eficiência do desempenho no trabalho, sendo um aperfeiçoamento das próprias
ideias de Taylor.

Um fato interessante é que diversos historiadores atribuem à


Lilian o primeiro título de doutora em Psicologia
Organizacional nos Estados Unidos em 1915, enquanto a
maioria atribui esse mesmo título pioneiro a Bruce V. Moore,
em 1921.

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Fotografia de Lillian Moller Gilbreth.

Os estudos do casal Gilbreth formaram a base do que se entenderia mais tarde


como o campo dos Fatores Humanos, visando à análise e projeção de cenários
de trabalho e tecnologias que dessem importância aos atributos, isto é, é a
tentativa de propor a tecnologia que mais se encaixe na realidade das pessoas
(ZANELLI; BASTOS, 2004; SPECTOR, 2012).

Os testes psicológicos

A entrada definitiva da Psicologia em todo o cenário que envolve o trabalho se


deu sobretudo pela utilização de testes de inteligência.

A adoção de testes para o processo


seletivo de indivíduos teve início na
Primeira Guerra Mundial, por uma
demanda do exército norte-americano,
que contratou, em 1917, o psicólogo
Robert Yerkes – psicólogo de Harvard
– para realizar uma extensa testagem
de inteligência entre os alistados.

Yerkes ampliou sua atuação no projeto e indicou que os testes também


elencassem as aptidões de cada soldado e oficial. Era a influência taylorista em
se ter o homem adequado para o lugar adequado, uma premissa valiosa no
cenário do trabalho. Foi formada uma comissão que desenvolveu um grupo de
testes chamado Army Alpha Test, que tinha várias formas.

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Foto de Robert Yerks.

Houve, assim, a grande descoberta da Psicotécnica, isto é, a invenção dos testes


psicológicos, tentando entender a pessoa dentro do cientificismo da época, que
ditava uma Psicologia quase como uma ciência pura que demandava uma
tecnologia que sustentasse essa posição de ciência.

Em 1927, a Psicologia faria com que os princípios tayloristas fossem colocados


à prova. Foi o ano da Experiência Hawthorne. O corpo diretivo da fábrica
Western Eletric, situado no bairro de Hawthorne, em Chicago, nos Estados
Unidos, contratou uma equipe da Universidade de Harvard chefiada por Elton
Mayo – um médico especializado em Psicopatologia – para estabelecer se havia
ligação entre a intensidade da iluminação na linha de montagem e a
produtividade dos operários. Mas a experiência foi muito além disso. E mais do
que estudar o poder das lâmpadas, Mayo compreendeu a importância de fatores
psicológicos sobre a produção, como o reconhecimento, a valorização do
trabalho e o sentimento de grupo.

Quando o psicólogo se centrou no início da sua atividade na tarefa de fazer


seleção, ele estava fazendo um trabalho de “portaria”, mas não sabia o que
acontecia com as pessoas que entravam após a seleção. Foi então que o
psicólogo abriu seus olhos e disse:

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Não é o bastante. Temos que entender o


cenário interno. Não só entender o
indivíduo, como o grupo onde ele está e o
conjunto da obra que era a própria
empresa.

A década de 1950 foi marcada pelo estudo de Abraham H. Maslow chamado de


Motivation and personality, publicado em 1954. Trata-se da famosa proposta da
hierarquia das necessidades humanas. Já em 1960, Douglas McGregor trouxe à
tona uma reflexão sobre os pressupostos que os administradores estabelecem
para as pessoas com o título de Teoria X (tradicional) e Teoria Y (emergente)
dentro da obra The human side of enterprise. Observe que a Psicologia
Organizacional começa a abrir um caminho que dá destaque às características
que relacionam de forma sistemática os indivíduos, os grupos e a própria
organização como um todo, e tem grande relevância na interpretação do
comportamento humano (ZANELLI; BASTOS, 2004).

Psicologia Organizacional no Brasil

Cenário nacional

Onde começa a história da Psicologia Organizacional no Brasil?

Primeiro é preciso que se faça uma breve retrospectiva histórica.

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Durante as primeiras décadas do


século XX, muitos estrangeiros
continuaram a chegar no país e se
alocaram nos centros urbanos,
principalmente na cidade de São
Paulo, onde os trabalhadores que
migravam do campo também
começavam a se instalar, compondo a
base de mão de obra necessária para
o processo de industrialização que se
iniciava.

Nesse cenário, segundo Zanelli e Bastos (2004), surge a Psicologia aplicada ao


trabalho no Brasil, associada ao caráter científico que a Psicologia procurava no
controle dos processos produtivos. O interesse maior era o de elencar
possibilidades de maior eficiência econômica, a partir do aprimoramento das
condições de trabalho do operário.

Os testes chegaram com força poucos anos depois ao Brasil. Na década de 20


do século passado, Léon Walther – psicólogo francês e um dos precursores da
Psicotécnica – esteve no país como visitante. Henri Piéron certo tempo depois
trouxe da França diversas palestras para a Escola Normal de São Paulo, onde
apresentou um curso sobre testes psicológicos. Essa escola dispunha de um
laboratório de pedagogia experimental, na época dirigido por Ugo Pizzoli, um
psicólogo oriundo da Itália.

Fotografia do edifício Caetano de Campos, sede da primeira escola nomal de São Paulo.

Veja na linha do tempo alguns marcos históricos relevantes para os testes


psicológicos no Brasil.

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date_range 1924

O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo começa a aplicar


testes em 1924. A psicotécnica foi conquistando espaço de
maneira significativa, ganhando notoriedade como um
relevante campo profissional para o psicólogo até os dias
de hoje.

date_range 1925

Em 1925, no Recife, houve a fundação do Instituto de


Psicologia de Pernambuco por Ulysses Pernambuco
(neurologista e psiquiatra).

date_range 1929

Em 1929, o instituto passou a ser chamado de Instituto de


Seleção e Orientação Profissional de Pernambuco, sendo
reconhecido por inúmeras pesquisas aplicadas
desenvolvidas na área.

date_range 1930

Em 1930, surge o Instituto de Organização Racional do


Trabalho (IDORT), marco histórico que destaca a
centralização das discussões do projeto industrial para o
Brasil, além das discussões sobre as propostas de
educação profissional, sob a perspectiva de formação do
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novo trabalhador para uma indústria em pleno
desenvolvimento. O IDORT teve papel fundamental na
difusão das aplicações da Psicologia ao trabalho no Brasil
(ZANELLI; BASTOS, 2004).

date_range 1948

Em 1948, Léon Walther retornou para dar aulas no


departamento de Pedagogia e Orientação Profissional do
SENAC do Rio de Janeiro. Pierre Weil, seu assistente, o
acompanhou nessa missão e se tornou um dos principais
expoentes da Psicologia no Brasil. Seu trabalho tinha como
bandeira a validação da profissão de psicólogo, tendo
realizado um trabalho inovador no Banco da Lavoura de
Minas Gerais. Além disso, esteve à frente da criação do
primeiro teste genuinamente brasileiro chamado INV (Teste
de Inteligência Não Verbal).

Psicologia e profissão

A Psicologia era uma jovem ciência na primeira metade do século XX e passou a


ser notada entre os campos de conhecimento que sustentavam e legitimavam
os métodos administrativos e suas respectivas práticas. A profissão foi
reconhecida legalmente em 1960 e já contava com um campo de atuação
aplicado ao trabalho consolidado (ZANELLI; BASTOS, 2004).

Durante muitos anos, a Psicologia caminhou entre esses dois lados: a


psicotécnica e o trabalho no interior das organizações ligado à gestão dos
recursos humanos. Já na década de 1980, ocorre o processo de
redemocratização na nova constituição e no fortalecimento dos movimentos
sociais no Brasil. A organização dos trabalhadores desvelou o cenário que

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envolvia a saúde do trabalhador. A Psicologia acabou por encontrar um novo


espaço de análise, reflexão e atuação.

No começo da década de 1980, configurou-se o que veio a ser a política de


saúde do trabalhador no Brasil, articulada com o movimento social. Não à toa,
nessa época de abertura política, ocorreu a conformação da proposição de que
era possível um diálogo muito estreito entre movimentos sociais e Estado. As
questões de saúde do trabalhador vieram a ser identificadas como algo que
deveria fazer parte da agenda desses movimentos.

As atividades do psicólogo no Brasil até as décadas intermediárias do século XX


tiveram foco no processo seletivo de indivíduos. As atividades não ultrapassam
os limites de recrutamento, seleção, treinamento, análise ocupacional e
avaliação de desempenho. As décadas seguintes tiveram a característica básica
de importação tecnológica de diversas tendências e modismos administrativos.
O cenário era marcado pelo aumento progressivo da concorrência, ao passo que
a informática passava a crescer e dominar progressivamente as práticas de
gestão, influenciando diretamente as trocas comerciais, a propagação do
conhecimento e obviamente as relações de trabalho.

Origem da Psicologia
video_library Industrial/Organizacional
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre a perspectiva histórica da Psicologia
Industrial/Organizacional, com destaque para os cenários que contribuíram para
o seu surgimento. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Pode-se observar, entre o fim do século XIX e início do século XX, a


emancipação da própria Psicologia como campo de estudos e respectivas
aplicações. O surgimento da Psicologia Organizacional está intimamente
ligado ao processo de

A precarização.

B testagem psicológica.

C avaliação comportamental.

D individuação.

E industrialização.

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Parabéns! A alternativa E está correta.


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Questão 2

A Psicologia, considerada uma jovem ciência na primeira metade do século


XX, ocupou espaço no campo do saber, particularmente com relação aos
métodos administrativos e suas respectivas práticas. Durante muitos anos, a
Psicologia caminhou entre dois lados, que são

A a Psicologia Industrial e o trabalho doméstico.

B a Psicologia Industrial e a profissão do psicólogo.

C a Psicotécnica e a administração de pessoal.

D a Psicotécnica e a gestão dos recursos humanos.

E a Psicologia Organizacional e a testagem psicológica.

Parabéns! A alternativa D está correta.


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2 - A evolução e as transformações no mundo do trabalho


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a evolução do mundo do trabalho e suas
características.

Trabalho e necessidades humanas

A origem do trabalho

De onde será que se origina a palavra “trabalho”? Já parou para pensar?

Resposta

A palavra “trabalho” deriva do verbo trabalhar e tem origem no latim tripalium, a


partir da união dos componentes tri (três) e palum (madeira). Tripalium era um
mecanismo de tortura, composto por três estacas de madeira bastantes afiadas.
Era muito comum em tempos remotos, na Europa.

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Imagine pessoas escravizadas e


pobres, que eram incapazes de pagar
os impostos. Esses indivíduos,
infelizmente, sofriam tortura no
tripalium, isto é, quem era destituído
de posses e trabalhava, sofria. Essa
concepção foi ampliada e não se
restringiu à tortura literal, ou seja,
Possível aparência de um tripalium.
passou a ser entendida como
atividades físicas produtivas
realizadas por trabalhadores que, em
geral, eram camponeses, artesões,
agricultores, pedreiros etc. O termo
ultrapassou os limites do latim até
chegar ao francês como travailler.
Significa basicamente sentir dor ou
sofrer. O tempo fez com que a palavra
fosse interpretada como fazer uma
atividade exaustiva ou difícil, dura.

Mas será que necessariamente o trabalho deve ser ligado ao


sofrimento?

Existem várias situações e contextos


de interpretação do trabalho. O
trabalho é um objeto de atribuição
diversa e de definição ou interpretação
dúbia. Veja, muitos falam do trabalho
com orgulho. Já outros reclamam das
circunstâncias de trabalho. Alguns
ainda sonham em não precisar
trabalhar e outros em se aposentar e
mudar o tipo de trabalho.

O significado do trabalho

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A Psicologia tem diversas linhas de pesquisa que abordam exatamente os


inúmeros significados do trabalho e suas respectivas contradições. Isso se torna
ainda mais complexo quando entram em cena outros aspectos, como as
relações de poder dentro das organizações, distinguindo o trabalho de um
subordinado, de um chefe e dos proprietários, por exemplo. É possível abordar
ainda a natureza do que se faz, a forma de contrato de trabalho, a formalidade ou
informalidade do trabalho, o nível de complexidade do trabalho, os tipos de
remuneração, entre outros elementos que tornam a análise do trabalho extensa e
densa.

O trabalho não pode ser separado da condição humana. Trata-se de uma ação
que consolida uma relação imprescindível entre homem e natureza, e da própria
sociedade e a natureza. A origem do trabalho está intimamente ligada às
chamadas necessidades naturais, ou seja, fome, sede, seguindo as condições
históricas e sociais de cada indivíduo. Isso quer dizer que o trabalho depende do
acesso que cada pessoa tem à tecnologia, aos recursos naturais, ao
conhecimento, ao saber. Além disso, envolve a sua posição em uma estrutura
social, as suas condições de execução de tarefa, o controle que tem sobre o seu
próprio trabalho, as ideias, a cultura, entre inúmeros aspectos, de acordo com
Zanelli e Bastos (2004).

Pode-se falar de trabalho humano


desde as épocas mais remotas do
percurso dos seres humanos no
mundo, considerando os caçadores e
coletores, a agricultura primária
(Oriente Médio, China e África), a
escravidão das civilizações antigas,
além da servidão da Idade Média.
Havia aqui uma ideologia do trabalho

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mais restrita, isto é, o trabalho era


reduzido às atividades mais pesadas e
braçais, sendo executado por pessoas
escravizadas e considerado, muitas
vezes, como um fenômeno natural. Era
impossível que um indivíduo
escravizado fosse considerado apto a
descobertas e saberes, devendo
necessariamente estar voltado para
atividades que fizessem uso de sua
força corporal.

De acordo com Zanelli e Bastos (2004), durante a Idade Média muitas mudanças
foram acontecendo na economia e estrutura das sociedades, fazendo com que
diversas ideias relacionadas ao trabalho se tornassem inadequadas. Com o
surgimento do capitalismo, esse processo de mudança se tonou mais notório e
palpável, a partir de dois fatos que marcam a emergência da produção
capitalista: a ocupação de um imenso número de operários de um mesmo
capital individual, fornecendo produtos em grande quantidade; e a anulação das
diferenças individuais, fazendo com que o capitalista passasse a lidar com uma
espécie de operário médio, homogêneo.

Revolução Industrial e trabalho

O contexto na Revolução Industrial

Revolução nada mais é que uma transformação brusca. E onde tudo começou?

A vanguarda inglesa foi o catalisador que tornou a Inglaterra uma grande


potência mundial. Na Inglaterra, ocorreu a invenção da máquina a vapor, o marco
histórico essencial que propiciou o crescimento exponencial da indústria e
determinou a primeira fase desse processo.

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Isso só foi possível por conta de dois fatores fundamentais:

1º fator 2º fator
O primeiro envolve a emancipação da É o fato de os ingleses terem passado
burguesia inglesa, que usou a riqueza séculos acumulando riquezas com
para sua própria ascenção, atingindo o várias atividades, como negócios
poderio político no século XVIII, internacionais, contrabando de
levando o Estado a adotar diversas pessoas escravizadas, cercamento de
medidas, que beneficiaram o terras, além do corso (prática de roubo
desenvolvimento industrial. de navios de outros países em nome
do Estado).

Todo esse montante de capital acumulado no tempo foi investido diretamente


na indústria.

E de onde veio a mão de obra que compôs esse processo?

Da relação entre os dois polos da produção trabalho X capital, operários e


burgueses. A burguesia tinha a seu dispor algumas vantagens naquela época em
parte devido às revoluções inglesas do século XVIII, que concederam poder para
a classe no parlamento, limitando até a abrangência de atuação da aristocracia e
da realeza. A burguesia inglesa era a mais poderosa do mundo, governando seu
país e sendo uma exceção aos regimes aristocráticos da própria Europa.

A expansão da Revolução Industrial se deu em três fases, veja na linha do tempo


a seguir.

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looks_one Primeira Fase

Meados do século XVIII e início do século XIX

Estendeu-se desde a Inglaterra, atingindo a França e tendo o


carvão como o principal combustível.

looks_two Segunda Fase

Final do século XIX

As máquinas se espalharam pelo resto da Europa, dos


Estados Unidos e do Japão, sendo o principal combustível o
petróleo. Além disso, era o começo da utilização dos
motores à combustão. Inclusive, o neocolonialismo ou
imperialismo que marcava o domínio das potências
capitalistas sobre regiões mais atrasadas do globo a partir
do progresso econômico e militar foi propiciado por essa
fase da Revolução Industrial. A independência desses
países só começaria a acontecer depois da Segunda Guerra
Mundial.

looks_3 Terceira Fase

Século XX, fim da Segunda Guerra Mundial

A revolução se expandiu para outras regiões do mundo,


trazendo tecnologias abrangentes e populares que ainda
fazem parte de nosso dia a dia. Aliás, muitas coisas
presentes no cotidiano e no estilo de vida das pessoas,

t l t ã ê i di t d l ã
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atualmente, são consequências diretas dessa revolução,
que começou no século XVIII.

A grande importância da industrialização foi fazer com que os métodos de


produção ganhassem maior eficiência que os já existentes naquele tempo.
Passou-se a se produzir muito mais em intervalos de tempo menores e com
maiores índices de qualidade. As mercadorias ficaram mais baratas por estarem
sendo produzidas mais rapidamente, o que também estimulou o consumo,
principalmente, a partir da terceira etapa da Revolução Industrial.

O contexto do trabalho

E o que todo esse processo de revolução aumentou?

Resposta

Ele amplificou a evolução bagunçada das cidades, a poluição ambiental em uma


amplitude global, trazendo ameaças ao futuro da própria humanidade.

Atualmente, passamos pela quarta fase da Revolução Industrial, também


conhecida como “Indústria 4.0”. Não possui uma data específica de início nem
de término. Trata-se de um processo pelo qual o mundo passa nos dias de hoje.
Esse cenário torna mais difícil o processo de análise, uma vez que o processo
está em curso, isto é, é possível ver o que está acontecendo e fazer
especulações sobre o futuro.

Fato é que essa Indústria 4.0 está intimamente ligada à chamada “Inteligência
das Coisas”, também conhecida como IA (Inteligência Artificial).

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A terceira etapa da revolução é marcada pela automação e pela robotização.


Entretanto, esses robôs não eram inteligentes, isto é, robôs que não conseguem
tomar decisões, por exemplo, que respondem a comandos de seres humanos.
Essa fase vai envolver o autocomando.

Autocomando? Veja no exemplo a seguir.

Exemplo

As indústrias podem monitorar de forma autônoma se algo falta em seu estoque


e requisitar automaticamente para um fornecedor encaminhar o item. Além
disso, começam a ter a capacidade de resolver problemas. Imagine que uma
máquina quebra. Um robô passa a ter a capacidade de promover a manutenção
da máquina.

A Revolução Industrial e as evoluções no


video_library trabalho
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre o marco histórico da Revolução
Industrial, com destaque para as evoluções no contexto do trabalho. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1

Qual a origem da palavra “trabalho”?

Deriva do verbo trabalhar e tem origem no latim tripalium, um


A instrumento de tortura, constituído de três estacas de madeira
bastante afiadas.

B Tem origem no regime escravocrata.

C Tem a mesma origem da palavra emprego.

D Sua origem remete à noção de prazer e satisfação.

E Origina-se durante a Primeira Guerra Mundial.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20origem%20da%20palavra%20trabalho%20sugere%20sofrimento%2C%20uma%20vez%20que%20a%20etimologia%20da%20palavra%20de

Questão 2

Vivemos na era digital, na qual as relações de trabalho, a melhoria da


eficiência e a produtividade dos processos são influenciadas por tecnologias
para automação, troca de dados, sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas e
Computação em Nuvem. Esse é o foco da Quarta Revolução Industrial,
também conhecida como

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A inteligência artificial.

B mundo VUCA.

C gestão de processos de negócios.

D automatização.

E indústria 4.0.

Parabéns! A alternativa E está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAtualmente%2C%20passamos%20pela%20quarta%20fase%20da%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Industrial%2C%20tamb%C3%A9m%20conhe

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3 - O impacto das Grandes Guerras Mundiais para o campo


produtivo e a saúde do trabalhador
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os impactos do estudo de Hawthorne e as
influências das duas Grandes Guerras Mundiais no percurso da Psicologia Organizacional.

Marcos históricos

Primeira Guerra Mundial


O marco histórico de utilização da
Psicologia Organizacional para
esforços de guerra se deu na Primeira
Guerra Mundial no Reino Unido e
Estados Unidos. No Reino Unido, a
Psicologia Organizacional teve seu
início em 1915, a partir da criação do
Health of Munitions Committee
Mulheres trabalhando nas fábricas de munição
durante a guerra.
(HMC), que representava o comitê de
saúde dos trabalhadores de fábricas
de munição e equipamentos bélicos.
Era uma instituição que tinha o
objetivo de dedicar-se a aspectos
relacionados à saúde, segurança e
produtividade dos trabalhadores, uma
vez que o ritmo produtivo era muito
alto, por causa das altas demandas de
guerra.

Paralelamente a esse cenário, vários psicólogos organizacionais ofereceram


seus serviços ao exército com o acesso inicial dos Estados Unidos na guerra, em
1917. Tal processo foi motivado por Robert Yerkes, sendo a maior e mais notória
contribuição da equipe o desenvolvimento de testes de competência mental,
aplicados aos grupos denominados Army Alpha e Army Beta, aproveitando uma

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das maiores dificuldades do exército que era a de alocar novos recrutas às


atribuições mais aderentes às suas respectivas habilidades.

Fotocópia do teste para o grupo Army Alpha.

Analisados os resultados do teste, descobriu-se que mais de um quarto dos


recrutas eram analfabetos e incapazes de fazê-lo. Assim, outro teste, o Army
Beta, foi desenvolvido para tentar recrutar analfabetos. Os novos testes
sugeriam uma forma mais eficiente de resolver esse problema do exército norte-
americano e representavam a primeira e notória aplicação abrangente e
relevante de testes psicológicos para posicionar pessoas em um tipo de trabalho
peculiar e característico. Esses testes formaram a base fundamental para os
testes em massa, comumente aplicados em contextos educacionais e de
trabalho desde essa época (SPECTOR, 2012).

O período entre guerras


As décadas que se passaram entre as
duas Guerras Mundiais foram um
período marcado pela expansão
significativa da Psicologia
Organizacional, consolidando a
maioria das áreas hoje conhecidas. As
organizações apresentaram
crescimento e, assim, viram a
necessidade de trazer psicólogos
organizacionais com o objetivo de
trabalhar com diversas questões que
envolviam seus funcionários,
principalmente ligadas à produtividade

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nos Estados Unidos. Além disso,


inúmeras pesquisas com temáticas
relacionadas à Psicologia
Organizacional são realizadas com
maior frequência.

O ano de 1921 marca alguns pontos históricos importantes nesse contexto. O


psicólogo Charles Myers cofunda o National Institute of Industrial Psychology
(NIIP), visando à melhoria da eficiência e condições de trabalho dos funcionários
no Reino Unido. O foco era o bem-estar do trabalhador, dando continuidade ao
trabalho do Health of Munitions Committee (HMC) e caracterizando a Psicologia
Organizacional não apenas na Grã-Bretanha, como na Europa, dentro do
desenvolvimento inicial dessa área de conhecimento. Ainda naquele ano, a Penn
State University chancelou o que é considerado por muitos como o primeiro
doutorado norte-americano nesse campo – chamado de Psicologia Industrial na
época – a Bruce V. Moore. Ocorre uma organização de psicólogos
organizacionais em diversas empresas de consultoria, sendo a mais famosa
delas a Psychological Corporation, fundada ainda em 1921, por James Mckeen
Cattel, nos Estados Unidos, sendo hoje chamada de Harcourt Assessment
(SPECTOR, 2012).

Fotografia de James McKeen Cattell.

O subcampo de testagem de pessoal cresceu rapidamente, porém, retraiu-se


quando os resultados não satisfizeram às expectativas dos administradores.
Diversas organizações que já aplicavam testes psicológicos no final da guerra
deixaram de lado a prática certo tempo depois. Outros e novos tipos de testes
surgiram no período. Vale destacar os testes de interesse vocacional, por
exemplo.

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Estudos e contribuições
importantes

Criação de departamentos de pessoal

Outro importante marco foi a criação de departamentos de pessoal, fazendo


com que as empresas recorressem aos psicólogos organizacionais para
suportarem a elevação dos níveis de eficiência e bem-estar dos trabalhadores.

Atenção!

É importante destacar que nem todas as organizações procuraram melhorar o


bem-estar dos trabalhadores por motivos nobres. Na verdade, a crença era de
que a melhoria do moral tornaria os trabalhadores menos vulneráveis à atração
dos sindicatos, que começavam a crescer no período pós-guerra.

Esse período, segundo Spector (2012), ainda teve um marco histórico importante
voltado para os estudos de Hawthorne, que foram conduzidos durante mais uma
década na Western Eletric Company nos Estados Unidos. Previamente aos
estudos de Hawthorne, os psicólogos organizacionais dos Estados Unidos se
concentravam em temas de produtividade laboral e eficiência organizacional,
incluindo a respectiva avaliação de aptidões dos funcionários e a modelagem
eficiente do trabalho. Embora os pesquisadores de Hawthorne estivessem
inclinados a estudar tais tópicos, eles não demoraram a concordar com seus
pares britânicos em como é difícil desmembrar a produtividade das questões
sociais da vida organizacional. Os estudos passaram, então, a dar atenção a
aspectos organizacionais do ambiente de trabalho.

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O psicólogo organizacional sempre lembrado em tais estudos é Elton Mayo, o


que não significa que muitos outros estiveram envolvidos em diferentes
aspectos da pesquisa.

Fotografia de Elton Mayo.

As análises de campo de Elton Mayo na Western Electric Company, que ficaram


largamente conhecidas como os estudos de Hawthorne, foram o marco histórico
das décadas de 1920 e 1930 e desvelaram a importância de considerar os
fatores sociais em um contexto de trabalho. Mayo divulgou, em 1933, uma obra
que sintetizou as descobertas desses estudos e foi a força motriz da chamada
Era das Relações Humanas, The human problems of industrial civilization.

Estudo de Hawthorne

O mais notório e conhecido estudo de Hawthorne foi, sem dúvida, o que


investigava a interferência direta dos níveis de iluminação. Veja o estudo a
seguir.

looks_one 1

O bj ti l d id tifi t d il i ã
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O objetivo geral era o de identificar o patamar de iluminação
apto a aprimorar o desempenho em uma tarefa relacionada
à manufatura. Dessa forma, determinado grupo de
funcionários foi conduzido a um cômodo especial, onde os
níveis de iluminação poderiam ser manipulados.

looks_two 2

As luzes recebiam maior e menor intensidade de um dia


para o outro, de maneira a apurar os efeitos dessa variação
no ritmo produtivo. A surpresa foi geral entre os
pesquisadores quando descobriram durante o experimento
que os índices de produtividade se elevavam e mostravam
ter baixa relação direta com os graus de iluminação.

looks_3 3

Segundo Spector (2012), a explicação mais difundida sobre


os resultados do experimento envolve o fato de os
funcionários saberem que participavam do experimento,
causando relativa melhoria no resultado. Esse fenômeno foi
intitulado de Efeito Hawthorne, que destacou que os efeitos
sociais podem ser mais relevantes que aspectos físicos no
desempenho dos indivíduos.

É importante destacar que os estudos de Hawthorne foram desenvolvidos com o


objetivo de reparar a característica desumanizada do trabalho proveniente da
aplicação dos métodos rigorosos, científicos e pragmáticos da teoria de Taylor.

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Portanto, no início, os estudos de Hawthorne tratavam de aspectos relacionados


à teoria da Administração Científica como os efeitos de diferentes níveis de
iluminação, incentivos salariais, ventilação e pausas para descanso. A partir dos
estudos de Mayo, passou a ocorrer um deslocamento do foco na tarefa e na
estrutura organizacional para o destaque nas pessoas que trabalhavam nas
organizações.

Segunda Guerra Mundial e


desenvolvimento da Psicologia
Organizacional

Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi outro grande catalisador do desenvolvimento da


Psicologia Organizacional, principalmente nos Estados Unidos e Reino Unido.
Vale dizer que, embora as duas Guerras Mundiais tenham um efeito importante
na Psicologia Organizacional, esse efeito foi diferente para cada uma delas.

Primeira Guerra Mundial Segunda Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial A Segunda Guerra Mundial


ajudou a formar a profissão ajudou a ampliar a profissão
do psicólogo organizacional close e aprimorá-la, enfatizando
e a consolidar a aceitação aspectos mais amplos, para
social. além da indústria, também
para o trabalhador.

Os psicólogos, de acordo com Spector (2012), concentravam sua atuação, nesse


período, em abranger tanto a perspectiva das pessoas quanto o lado
organizacional nessa área de conhecimento, incluindo a seleção de recrutas,

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alocação deles em diversas funções, treinamento, moral, avaliação de


desempenho, desenvolvimento de equipes e modelagem de equipamentos.
Previamente à Segunda Grande Guerra, a American Psychology Association
(APA) somente se interessava pela chamada Psicologia Experimental e
rechaçava as iniciativas de atuação prática de psicólogos organizacionais por
considerá-la não científica. Por conta da Guerra, a APA flexibiliza sua perspectiva
e abre o caminho à Psicologia Aplicada, formando a Divisão de Psicologia
Industrial e Empresarial em 1944.

Psicologia Organizacional e saúde do trabalhador

Posteriormente à guerra, a Psicologia Organizacional continuou a se expandir.


Um bom exemplo desse movimento foi quando Arthur Kornhauser conduziu
pesquisas a respeito de como as condições de trabalho afetariam a saúde
mental e a vida pessoal dos funcionários, sendo considerado um dos primeiros
estudos norte-americanos dentro do que hoje se denomina como Psicologia da
Saúde Ocupacional.

Além disso, a divisão criada pela APA passa a se chamar Division of Industrial
and Organizational Psychology (Divisão de Psicologia Industrial e
Organizacional) em 1970, e hoje é conhecida como Society for Industrial and
Organizational Psychology (SIOP) (SPECTOR, 2012).

Atenção!

Vale destacar que a Psicologia Organizacional também passou a ser


amplamente utilizada na vida civil americana, pois a força de trabalho e o país
enfrentavam alguns desafios singulares. A economia tinha de passar da
produção da época de paz para uma acelerada produção de guerra.

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Os trabalhadores, muitos deles sem experiência de guerra, deslocaram-se para a


crescente indústria de defesa. Nesse contexto, os psicólogos foram chamados
para ajudar a reduzir o absenteísmo.

A Segunda Guerra Mundial foi um impulso para aperfeiçoar as técnicas


psicológicas organizacionais e aprimorar as habilidades dos psicólogos na
Psicologia Aplicada. A preocupação preponderante antes da guerra era a de
adequar pessoas aos cargos. Ao término da guerra, o foco sofreu uma
transposição para o ajuste do trabalho às pessoas em termos da organização e
do grupo de trabalho, e não somente em termos de uma tarefa específica.

As duas Grandes Guerras Mundiais e a


video_library expansão da Psicologia Organizacional
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre as duas Grandes Guerras Mundiais,
destacando a expansão da Psicologia Organizacional. Vamos lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O que o estudo de Hawthorne investigou?

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A A influência dos níveis de iluminação.

B Os fatores que deixavam os funcionários felizes.

C Os aspectos relativos à satisfação no trabalho.

D As causas principais de absenteísmo.

E As psicopatologias relacionadas ao trabalho.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAs%20investiga%C3%A7%C3%B5es%20de%20Elton%20Mayo%20na%20Western%20Electric%20Company%2C%20que%20ficaram%20largamen

Questão 2

Como a Segunda Guerra Mundial impulsionou o desenvolvimento da


Psicologia Organizacional?

A Ajudou a formar a profissão e a consolidar a aceitação social.

Teve o patrocínio das tropas alemãs para o seu


B
desenvolvimento.

C Difundiu a atuação da Psicologia Organização por toda a Ásia.

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D Fez com que a Psicologia Organizacional chegasse à África.

Enfatizou aspectos mais amplos não só voltados para a


E
indústria, mas também para o trabalhador.

Parabéns! A alternativa E está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20Segunda%20Guerra%20Mundial%20foi%20outro%20grande%20catalisador%20do%20desenvolvimento%20da%20Psicologia%20Organiza
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4 - A Psicologia Organizacional na atualidade


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o cenário atual e as possibilidades da Psicologia
Organizacional contemporânea.

Psicólogo Organizacional no Brasil


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Regulamentação

Em 1992, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) fez uma contribuição à


Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), descrevendo as atividades do
psicólogo organizacional. O recorte de atuação desse profissional envolvia
atividades propostas mais tradicionais. O psicólogo teria uma atuação que iria
desde processos de recrutamento e seleção, passando por treinamento e
avaliação de desempenho, até programas de promoção de saúde e bem-estar.

Aqui, o foco de inserção do psicólogo na organização estava


na adaptação e compreensão do local e das relações de
trabalho em uma dimensão mais operacional.

A Resolução nº 13/2007 do CFP expandiu essa compreensão sobre o papel do


psicólogo organizacional e trouxe uma perspectiva muito mais abrangente em
termos de regulamentação profissional e espaço em organizações. O escopo de
atuação passa a ser voltado para análises mais conectadas com a organização
como um todo. Há maior destaque para atividades voltadas à análise e ao
desenvolvimento organizacional, desenvolvimento de equipes, à consultoria
organizacional, ao estudo e planejamento das condições de trabalho, aos
estudos e às intervenções dirigidos à saúde do trabalhador.

Dessa forma, o psicólogo organizacional se encorpa e consegue atuar na


promoção de programas e atividades em saúde e segurança do trabalho,
relacionando aspectos psicossociais para garantir condições satisfatórias de
trabalho. Trata também de ações destinadas a mediar e entender as relações de
trabalho para garantir aumento de produtividade, a realização pessoal de

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indivíduos e grupos, o fomento e estímulo à criatividade e o tratamento justo em


processos de demissão, aposentadoria e projetos de vida.

O psicólogo organizacional amplia ainda sua atuação para:

mediação de conflitos;

diagnósticos relacionados à saúde do trabalhador;

elaboração de políticas de recursos humanos;

programas de avaliação e melhoria do desempenho humano.

Tudo isso a fim de aproveitar todo o potencial e aspectos motivacionais


relacionados ao trabalho.

Para que isso ocorra, ele utiliza métodos e técnicas da Psicologia Aplicada ao
trabalho, como entrevistas, testes, provas, dinâmicas de grupo etc., dando base
às decisões na área de Recursos Humanos como: promoção, movimentação de
pessoal, incentivo, remuneração de carreira, capacitação e integração funcional,
para promover, em consequência, a autorrealização no trabalho.

Contexto de trabalho atual

Nos últimos anos, a sociedade mudou muito e o trabalho se transformou em


correlação com a sociedade, o que também traz mudanças significativas à
subjetividade humana. O trabalho muda, a sociedade muda e o homem muda
junto com seus sonhos e suas ambições, e de alguma maneira a Psicologia
Organizacional sempre esteve atenta a essas modificações.

Dessa forma, o período histórico atual é marcado por constantes


transformações decorrentes de um processo robusto e acelerado de
globalização, extinguindo limites e fronteiras geográficas.

A produção de conhecimento é democratizada e acontece em


uma velocidade nunca vista e em tempo real.

A emergência de novas tecnologias traz à tona diversos efeitos colaterais em


termos sociais, que ocasionam diversas mudanças nas organizações e nos

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próprios trabalhadores, afetando o processo de trabalho, a qualificação da mão


de obra, as condições de trabalho, a saúde do trabalhador, o que impacta
diretamente toda a questão relativa ao emprego.

É fácil constatar que o mundo de hoje


submete o psicólogo organizacional a
um número incrível de variáveis que
influenciam diretamente o trabalho.
Cabe a ele, então, buscar ferramentas
e ações que permitam o entendimento
desse novo paradigma do trabalho e
do novo perfil do trabalhador.

Trata-se de atuar na mediação entre trabalhador e organização de maneira a


permitir que um ambiente de reciprocidade seja consolidado por meio de uma
atuação em dois grandes eixos: contribuindo para o que trabalhador torne-se
continuamente melhor em termos de desempenho, desenvolvimento de novas
competências, o que não quer dizer fazer com que o trabalhador trabalhe mais,
mas sim que trabalhe melhor; e debruçando seu olhar para as condições do
trabalhador de maneira a contribuir para que ele obtenha uma melhor condição
de satisfação no trabalho.

Transformações na Psicologia
Organizacional

Escopo de atuação

Por ser notadamente uma prática social, a atividade do psicólogo organizacional


não passa despercebida às transformações do contexto e desenvolvimento
científico. Agora no século XXI, é notório que o horizonte do escopo de sua
atuação se tornou bem mais dinâmico e abrangente se comparado aos períodos
iniciais de consolidação da profissão como descrito anteriormente.

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Esse alargamento das possibilidades profissionais traz


consigo uma demanda clara de intercâmbio de conhecimento
com outros domínios da própria Psicologia, assim como com
outras disciplinas.

A atuação do psicólogo organizacional


é hoje dividida em diversos
subcampos, como administração de
pessoal, qualificação,
desenvolvimento, comportamento
organizacional, condições de higiene
do trabalho, relações de trabalho, além
da mudança organizacional. Tais
subcampos são atravessados por um
grande conjunto de atividades
profissionais, que vão desde uma
característica mais tradicional ou
clássica até as mais novas questões
recentemente incorporadas aos
interesses do psicólogo
organizacional.

Além disso, é importante ressaltar que todas as atividades do psicólogo


organizacional passam por níveis de intervenção. Veja esses níveis a seguir.

1º Nível expand_more

O primeiro é o nível técnico, que é mais superficial e no qual o profissional


faz intervenções em processos a partir de instrumentos e procedimentos
conhecidos.

2º Nível expand_more

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O segundo é o estratégico, incluindo agora a possibilidade de formulação


de estratégias pelo profissional, para que sejam incorporadas
determinadas atividades.

3º Nível expand_more

O terceiro nível envolve intervenções dentro da perspectiva de políticas


globais para toda a organização, fazendo com que sejam elencadas
ações estratégicas e técnicas condizentes.

Vale ressaltar ainda que a pesquisa é atividade indissociável na atuação do


psicólogo organizacional, como base fundamental de garantia de competência
técnica e ética.

Três grandes movimentos na Psicologia


Organizacional

Todo esse conjunto de mudanças e tendências gera um cenário inovador no


campo da Psicologia Organizacional. Pode-se reunir as transformações em três
grandes movimentos: dentro de cada atividade, no interior do subcampo e um
movimento geral entre os contextos de intervenção. Esses movimentos estão
remodelando a prática profissional do psicólogo organizacional. Veja mais
detalhes desses movimentos.

1º Movimento

O primeiro movimento ocorre no interior das práticas tradicionais, como


análise do trabalho, recrutamento e seleção, treinamento e

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desenvolvimento e avaliação de desempenho, a partir da incorporação de


novos instrumentos, práticas e metodologias.

2º Movimento

O segundo movimento inovador abordou a inserção do psicólogo em


equipes multidisciplinares de recursos humanos, permitindo que novas
atividades que eram desempenhadas por outros profissionais fossem
incorporadas no escopo do psicólogo. Surgem, assim, escopos
vinculados à administração de pessoal, ao planejamento de cargos, à
remuneração, aos benefícios, ao planejamento de recursos humanos,
além de atividades relacionadas ao desenvolvimento e à qualificação de
carreira, ao desenvolvimento gerencial e de equipes, expandindo o
conceito tradicional de treinamento. Aqui, ainda se destaca a
consolidação do subcampo de análise das condições do trabalho e os
respectivos impactos na saúde do trabalhador, possibilitando o contato
com outros saberes, como a Sociologia e Economia, na análise de todo o
panorama do trabalho que extrapola os muros da organização.

3º Movimento

O terceiro movimento apresenta uma característica específica ao


destacar as transições que fundamentam uma atuação mais complexa
nas organizações. O psicólogo organizacional passa a contribuir para o
processo de tomada de decisões em nível estratégico, mostrando que o
âmbito psicológico ou comportamental incorporou novas demandas de
sistematização e responsabilidades. O psicólogo pode assessorar ou
prestar consultoria para analisar as iniciativas de mudança da
organização e a reverberação das partes com o todo, compreendendo a
organização como um fenômeno psicossocial.

Portanto, segundo Zanelli e Bastos (2004), qualquer que seja a atuação do


psicólogo organizacional, a prática desse profissional vai exigir uma ética
administrativa e política, visão de mundo fundamentada em rigor científico,

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pesquisa, flexibilidade e disponibilidade para contribuir com equipes


multiprofissionais.

A Psicologia Organizacional
video_library contemporânea
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre o contexto de trabalho atual, com
destaque para os três grandes movimentos na Psicologia Organizacional. Vamos
lá!

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Qual o principal objetivo do psicólogo em organizações contemporâneas?

A Garantir a produtividade para alta gestão.

Retirar os funcionários que não se encaixam no perfil


B
produtivo.

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Atuar na mediação entre trabalhador e organização de


C maneira a permitir que um ambiente de reciprocidade seja
consolidado.

D Recrutar somente candidatos com um perfil predefinido.

Garantir que os funcionários se mantenham sempre com alto


E
desempenho.

Parabéns! A alternativa C está correta.


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paragraph'%3EO%20psic%C3%B3logo%20organizacional%20atua%20como%20mediador%20entre%20o%20trabalhador%20e%20a%20organiza%C3%A7%C3%
estar%20e%20qualidade%20de%20vida%20no%20trabalho%20e%20maximizar%20os%20lucros%20e%20resultados.%3C%2Fp%3E%0A%20%20%20%20%20%

Questão 2

Quais são os níveis de intervenção de um psicólogo organizacional?

A Técnico, estratégico e intervenção em políticas globais.

B Tático, operacional e estratégico.

C Superficial, médio e profundo.

D Artesanal, técnico e basal.

E
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Crítico, médio e leve.

Parabéns! A alternativa A está correta.


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paragraph'%3EO%20primeiro%20%C3%A9%20o%20n%C3%ADvel%20t%C3%A9cnico%2C%20que%20%C3%A9%20mais%20operacional%20e%20no%20qual%2

Considerações finais
Neste conteúdo, aprendemos questões centrais básicas da origem e evolução
histórica da Psicologia Organizacional. Vimos que a Psicologia Organizacional
tem como fundamento principal a ciência em termos de teoria e prática.
Verificamos que o mundo do trabalho é altamente plástico e sofreu diversas
mudanças no tempo por conta da Revolução Industrial e das Grandes Guerras, o
que também fez com que a própria Psicologia Organizacional acompanhasse
esse percurso evolutivo.

Conhecemos em detalhes como cada Grande Guerra funcionou como impulso


ao desenvolvimento da atuação do psicólogo organizacional, desde uma
atuação mais pragmática até um contexto mais complexo em termos de
fenômenos psicossociais na atualidade.

headset Podcast
Neste podcast, o especialista abordará os principais marcos históricos da
Psicologia Industrial/ Organizacional e seus impactos no mundo do trabalho
contemporâneo com exemplos da atuação do psicólogo nesta área.

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Explore +
Leia e estude o livro Trabalho e as Organizações – Atuações a partir da
Psicologia, de Livia de Oliveira Borges e Luciana Mourão, para aprofundar o
escopo em detalhes da Psicologia Organizacional.

Leia a Referência Técnica em Psicologia sobre Saúde do Trabalhador no Âmbito


da Saúde Pública, disponível no site do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Referências
BRASIL. Classificação Brasileira de Ocupações: CBO – 2010 – 3. ed. Brasília:
MTE, SPPE, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP n.º 013/2007. Institui a


Consolidação das Resoluções relativas ao Título Profissional de Especialista em
Psicologia e dispõe sobre normas e procedimentos para seu registro. Brasília:
CFP, 2007.

SPECTOR, P. E. Psicologia nas Organizações. Tradução de Cristina Yamagami. 4.


ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia,


Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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