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Texto para PPCs das Engenharias

1. Aproximação Instituição-Empresa

Quando se fala em inovação tecnológica e seu dinamismo, a ciência, a tecnologia e a


engenharia precisam estar alinhadas. Soluções de problemas tecnológicos ganham
complexidade à medida que avançamos como sociedade. Pessoas, empresas e negócios estão
conectados entre si e com variadas atividades que reforçam uma forte interdependência. O
Parecer CNE/CES nº 1.362/2001 já tratava esta demanda:

O desafio que se apresenta o ensino de engenharia no Brasil é um cenário mundial que


demanda uso intensivo da ciência e tecnologia e exige profissionais altamente
qualificados. O próprio conceito de qualificação profissional vem se alterando, com a
presença cada vez maior de componentes associadas às capacidades de coordenar
informações, interagir com pessoas, interpretar de maneira dinâmica a realidade. O novo
engenheiro deve ser capaz de propor soluções que sejam não apenas tecnicamente
corretas, ele deve ter a ambição de considerar os problemas em sua totalidade, em sua
inserção numa cadeia de causas e efeitos de múltiplas dimensões. Não se adequar a esse
cenário procurando formar profissionais com tal perfil significa atraso no processo de
desenvolvimento.

Instituições de Ensino Superior no Brasil fizeram algumas reformas periódicas para se adequar
a esta necessidade e não obtiveram inteiro sucesso, uma das razões é de privilegiarem a
acumulação de conteúdos como garantia para a formação de um bom profissional. Na busca por
melhorias, tendências atuais indicam uma estrutura de curso mais flexível, onde o futuro
engenheiro tenha uma articulação permanente com o campo de atuação profissional e forte
vinculação entre teoria e prática.

Para que o futuro engenheiro adquira essas competências, durante o curso, demandadas
pelo mundo profissional, o Parecer CNE/CES Nº: 1/2019 ressalta que deve haver uma
estimulação de atividades que articulem simultaneamente a teoria, a prática e o contexto de
aplicação, incluindo as ações de extensão e a integração empresa-escola.

Algumas atividades permitem que os alunos possam amadurecer seu perfil profissional
dentro da própria Instituição, trabalhando características indispensáveis ao ambiente
profissional, tais como: trabalhos em equipe, monitorias, projetos interdisciplinares e
transdisciplinares, competições acadêmicas, desenvolvimento de protótipos, promoção de
fóruns com a participação de profissionais, empresas e outras organizações públicas e privadas
e trabalhos de iniciação científica. Algumas sugestões possíveis são apresentadas sem a intenção
de esgotá-las:

I - nos trabalhos em equipe de uma determinada disciplina, os alunos podem ser divididos
em grupos, onde cada um terá sua responsabilidade dentro de um projeto único e o resultado
encontrado em cada grupo fará parte do resultado final do projeto.

II - nas monitorias, alunos com mais facilidade em determinadas disciplinas podem atuar
como monitores e serem avaliados de forma diferenciada. Há também a possibilidade de
monitoria voluntária visando contribuir para horas complementares.

III - nos projetos interdisciplinares e transdisciplinares, os professores podem encontrar


um ponto comum entre duas ou mais disciplinas para propor um trabalho integrado.
IV - nas competições acadêmicas, professores de disciplinas que se relacionam podem
propor projetos práticos em busca de melhores resultados. Competição de robótica e
programação são alguns exemplos.

V - a prática de desenvolvimento de protótipos pode aproximar o aluno do mundo real,


pode-se incentivar o uso de ferramentas próprias para prototipagem.

VI - na promoção de fóruns com a participação de profissionais, empresas e outras


organizações públicas e privadas, deve-se assegurar a participação dos alunos, assim como dos
professores. Profissionais de empresas locais podem realizar palestras técnicas e
comportamentais em nossos auditórios.

Outras atividades podem ser realizadas, fazendo com que os alunos saiam da instituição
e conheçam as reais demandas da sociedade, sejam elas sociais, humanas ou tecnológicas. Tais
como: projetos de extensão, atividades de voluntariado, visitas técnicas e participação em
empresas juniores, incubadoras e outras atividades empreendedoras. Algumas sugestões:

I - para projetos de extensão, assim como na iniciação científica, pode-se incentivar


professores a submeterem propostas de projeto em editais divulgados pelo IFFluminense ou
instituição externa e buscar apoio técnico ao projeto em outras instituições de ensino do
município. Uma atitude orientadora é verificar o que as instituições de ensino da região estão
fazendo acerca da extensão, principalmente se envolver empresas da região.

II - as atividades de voluntariado podem ser realizadas com toda a turma, onde os próprios
alunos podem propor o que e onde fazer. Cursos básicos ministrados por alunos para
funcionários de empresas da região.

III - as visitas técnicas podem ser organizadas com ajuda da Diretoria de Inovação,
Pesquisa e Extensão (Dipe) do campus por possuir acesso direto às empresas. Visitas fora do
município podem ser um fator dificultador, valorizar empresas da região é interessante.
Segundo a Resolução 35/2020, a programação e realização de visitas técnicas e atividades
práticas de campo da Instituição são de responsabilidade da Diretoria de Extensão e/ou Setor
Equivalente do campus quando não vinculadas às atividades específicas das aulas dos
componentes curriculares.

IV - os alunos devem ser incentivados a participar de empresas juniores, incubadoras e


outras atividades empreendedoras, buscando, prioritariamente, projetos com
microempresários da região e após amadurecimento, contatar grandes empresas do setor de
óleo e gás.

Na mesma Resolução 35/2020, que também trata as atividades complementares dentro


do Instituto, são propostas algumas destas atividades sugeridas neste PPC com a intenção de
aproximar o estudante de engenharia do mundo profissional.
2. Perfil dos egressos (habilidades e competências)

O Engenheiro de Controle e Automação/Engenheiro Eletricista deverá ter uma visão


sistêmica e holística de formação, não só do profissional, mas também do cidadão-engenheiro,
de tal modo que se comprometa com os valores fundamentais da sociedade. O perfil do
engenheiro também inclui uma formação multidisciplinar e empreendedora, possibilitando suas
atuações nas mais diversas áreas de controle e automação/engenharia elétrica.

De acordo com o Art. 4o da Resolução CNE/CES No 01/2019, as competências gerais a


qual a formação na área de engenharia são:

(Pendência) Fazer link com Art. 5.

(Pendência) Verificar possibilidade de disciplinas optativas no curso de Licenciatura em História.

I - formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e


compreendendo os usuários dessas soluções e seu contexto:

a) ser capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, compreensão, registro e


análise das necessidades dos usuários e de seus contextos sociais, culturais, legais, ambientais
e econômicos;

b) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia, considerando o


usuário e seu contexto, concebendo soluções criativas, bem como o uso de técnicas adequadas;

II - Analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos


simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por experimentação:

a) ser capaz de modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as


ferramentas matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação, entre outras.

b) prever os resultados dos sistemas por meio dos modelos;

c) conceber experimentos que gerem resultados reais para o comportamento dos


fenômenos e sistemas em estudo.

d) verificar e validar os modelos por meio de técnicas adequadas;

III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), componentes ou


processos:

a) ser capaz de conceber e projetar soluções criativas, desejáveis e viáveis, técnica e


economicamente, nos contextos em que serão aplicadas;

b) projetar e determinar os parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de


Engenharia;

c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar


projetos e serviços de Engenharia;

IV - implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia:

a) ser capaz de aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e


coordenar a implantação das soluções de Engenharia.
b) estar apto a gerir, tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, no que diz
respeito aos materiais e à informação;

c) desenvolver sensibilidade global nas organizações;

d) projetar e desenvolver novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para


os problemas;

e) realizar a avaliação crítico-reflexiva dos impactos das soluções de Engenharia nos


contextos social, legal, econômico e ambiental;

V - comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica:

a) ser capaz de expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma


diferente do Português, inclusive por meio do uso consistente das tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDICs), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e
tecnologias disponíveis;

VI - trabalhar e liderar equipes multidisciplinares:

a) ser capaz de interagir com as diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes


presenciais ou a distância, de modo que facilite a construção coletiva;

b) atuar, de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto


localmente quanto em rede;

c) gerenciar projetos e liderar, de forma proativa e colaborativa, definindo as estratégias


e construindo o consenso nos grupos;

d) reconhecer e conviver com as diferenças socioculturais nos mais diversos níveis em


todos os contextos em que atua (globais/locais);

e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os seus aspectos de produção,


de finanças, de pessoal e de mercado;

VII - conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do


exercício da profissão:

a) ser capaz de compreender a legislação, a ética e a responsabilidade profissional e


avaliar os impactos das atividades de Engenharia na sociedade e no meio ambiente.

b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em todas as atividades, zelando


para que isto ocorra também no contexto em que estiver atuando; e

VIII - aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos,


atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos desafios da inovação:

a) ser capaz de assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à aprendizagem


contínua, à produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas tecnologias.

b) aprender a aprender.

Além dessas competências gerais, o Engenheiro de Controle e Automação deverá


desenvolver as seguintes competências específicas:
• Conceber, especificar, configurar e instalar sistemas automatizados.

• Projetar e reformar máquinas e processos automatizados.

• Avaliar o desempenho e otimização de sistemas automatizados em operação.

• Realizar análise de segurança e manutenção dos sistemas de controle e automação.

• Integrar sistemas automatizados isolados (ilhas de automação), concebendo uma automação


completa, desde os sistemas de produção até os sistemas de gestão empresarial.

• Desenvolver produtos, serviços e software para controle e automação industrial.

• Gerenciar sistemas produtivos e de informações.

• Atuar em setores industriais, comerciais e de serviços, sendo responsável pela modernização,


automação e otimização desses processos.

• Atuar em empresas de engenharia, projetando e integrando sistemas computacionais para


automação industrial.

• Atuar como projetista de soluções automatizadas inovadoras.

• Atuar como empreendedor na área de automação e controle de processos industriais.

Além dessas competências gerais, o Engenheiro Eletricista deverá desenvolver as


seguintes competências específicas:

• Propor soluções relacionadas ao setor energético;


• Projetar, planejar e analisar os sistemas energéticos;
• Desenvolver tecnologias para racionalização do uso de energia em processos industriais;
• Desenvolver e identificar técnicas para manutenção de sistemas energéticos;
• Fazer a avaliação econômica de projetos energéticos;
• Realizar a gestão de sistemas energéticos;
• Propor soluções relacionadas ao setor de geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica;
• Projetar, planejar e analisar os sistemas elétricos de potência;
• Desenvolver tecnologias para racionalização do uso de energia elétrica em
processos industriais;
• Desenvolver e identificar técnicas para manutenção de sistemas de energia elétrica;
• Fazer a avaliação econômica de projetos na área de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica;
• Dominar os processos de comercialização de energia elétrica em mercado competitivo;
• Planejar da expansão, implantação, operação e manutenção de sistemas elétricos industriais
e conservação de energia elétrica;
• Elaboração, construção e manutenção de todo e qualquer tipo de equipamento ou sistema
eletroeletrônico - para ambientes industriais;
• Estudo, análise e otimização de sistemas elétricos e eletrônicos para ambientes industriais;
• Concepção, especificação ou aprimoramento de sistemas destinados à automação de
processos industriais, instrumentação, monitoração e controle de máquinas operatrizes e
sistemas tecnológicos em ambientes industriais em geral;
• Desenvolver aplicativos computacionais para controle e monitoração de processos, como
plantas industriais e sistemas embarcados;
• Desenvolver projetos e implementar de serviços de expansão, transmissão de dados e
comunicação em ambientes industriais em geral.
• Atuar como projetista de soluções inovadoras.

• Atuar como empreendedor na área de engenharia elétrica.

3. Ações de acompanhamento dos egressos, visando à retroalimentação do curso.

Como parte do processo de auto avaliação e gestão de aprendizagem do curso, pode-se


criar ações de acompanhamento dos egressos, visando à retroalimentação do curso. Algumas
ações são apresentadas sem a intenção de esgotá-las:

 Fóruns de Egressos: este fórum deverá ocorrer anualmente durante um evento interno
do Campus Macaé promovido durante a Semana Acadêmica.
 Vídeos com ex-alunos no portal do IFF na página do Curso.
 Elaboração de um questionário aplicado pelo Registro Acadêmico ao solicitar colação de
grau visando adquirir dados atualizados do egresso e os pontos negativos e positivos do
curso.
 Questionário eletrônico para envio ao egresso após 1 ano da colação de grau pelo
Coordenador de Curso.
 Questionário eletrônico para envio às empresas que contrataram os egressos visando
coletar informações das necessidades do mercado de trabalho.

As respostas destes questionários deverão ser discutidas nas reuniões do Núcleo Docente
Estruturante do Curso.

Referências:

- Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de Educação Superior (CES). Parecer CNE/CES
nº 1.362/2001. 12 de dez. de 2001.

- Conselho Nacional de Educação (CNE) e Câmara de Educação Superior (CES). PARECER CNE/CES
Nº: 1/2019. 23 de jan. de 2019.

- Instituto Federal Fluminense (IFF). Resolução 35 de 14 de Julho de 2020.

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