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MOTOR CONVENCIONAL
VOLUME I
BMA
CFS
CÓDIGO: 08.08 - 2ª SÉRIE
28/05/1910:4210:42
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
MOTOR CONVENCIONAL
VOLUME ÚNICO
Elaborador(es):
Marco Aurélio de Assis Paula – SO BMA
Antônio Cláudio Madeira de Lima – SO R1
Rosinei Ferreira Frazão – SO R1
Revisor(es) Técnico(s):
Bruno César Niitsu Brígido – 2S BMA
Revisor(es) Pedagógico(s):
Revisor(es) de Diagramação:
S2 SNE BARROS - 2019
Revisor(es) Ortográfico(s):
GUARATINGUETÁ - SP
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1
1.MOTOR CONVENCIONAL.....................................................................................................3
1.1 Histórico e Classificação e Divisão dos motores...................................................................3
1.1.1 Histórico................................................................................................................................3
1.1.2 Classificação dos motores convencionais...........................................................................5
1.1.2.1 Disposição dos cilindros....................................................................................................5
1.1.2.2 Pelo número de cilindros..................................................................................................7
1.1.2.3 Pelo ciclo de funcionamento.............................................................................................7
1.1.3 Divisão de um motor............................................................................................................8
1.2 Sistemas de refrigeração.........................................................................................................9
1.2.1 Refrigeração a ar (arrefecimento)......................................................................................9
1.2.2 Refrigeração a líquido.......................................................................................................11
1.3 Cárter (Crankcase)................................................................................................................12
1.3.1 Finalidade do cárter...........................................................................................................12
1.3.2 Classificação dos cárteres quanto ao sistema de lubrificação........................................12
1.3.3 Classificação dos cárteres quanto à disposição dos cilindros.........................................13
1.3.4 Material empregado na confecção dos cárteres..............................................................14
1.3.5 Esforços que sofrem os cárteres........................................................................................14
1.3.6 Divisão dos cárteres...........................................................................................................15
1.4 Cilindros (Cylinders).............................................................................................................15
1.4.1 Construção..........................................................................................................................15
1.4.2 Esforços que sofrem os cilindros......................................................................................16
1.4.3 Nomenclatura do cilindro.................................................................................................17
1.4.4 Montagem e classificação dos cilindros............................................................................18
1.5 Êmbolo (Piston).....................................................................................................................19
1.5.1 Tipos de êmbolos................................................................................................................19
1.5.2 Características dos êmbolos..............................................................................................21
1.6 Anéis de segmento.................................................................................................................22
1.6.1 Tipos de anéis de segmento...............................................................................................23
1.6.2 Classificação dos anéis.......................................................................................................24
1.7 Bielas (Connecting rods).......................................................................................................25
1.7.1 Material de fabricação.......................................................................................................25
1.7.2 Tipos de biela......................................................................................................................25
1.7.3 Nomenclatura.....................................................................................................................25
1.8 Eixo de manivelas (Crankshaft)...........................................................................................26
1.8.1 Material de fabricação.......................................................................................................26
1.8.2 Nomenclatura do eixo de manivelas.................................................................................26
1.9 Decalagens e ordem de fogo.................................................................................................27
1.9.1 Decalagem das manivelas..................................................................................................27
1.9.2 Decalagem de inflamação..................................................................................................27
1.9.3 Ordem de ignição (Firing order).......................................................................................29
1.10 Mecanismo de acionamento das válvulas (Valve operating mechanism)........................29
1.10.1 Eixo de ressaltos (Camshaft)...........................................................................................29
1.10.2 Tuchos (Tappets)...............................................................................................................31
1.10.3 Haste de comando de válvulas........................................................................................32
1.10.4 Envoltórios........................................................................................................................33
1.10.5 Balancins...........................................................................................................................33
1.11 Válvulas e conjunto de retenção........................................................................................34
1.11.1 Válvulas.............................................................................................................................34
1.11.2 Conjunto de retenção de válvulas...................................................................................36
1.11.3 Guia de válvulas e sede de válvulas................................................................................37
1.1 Sistema de comando e claro de válvulas.............................................................................38
1.1.1 Sistema de comando de válvulas.......................................................................................38
1.1.2 Claro de válvulas................................................................................................................38
1.2 Redutor de velocidade, governador da hélice e caixa de acessórios.................................40
1.2.1 Tipos de redutores de velocidade......................................................................................40
1.2.2 Governador da hélice.........................................................................................................42
1.2.3 Caixa de acessórios............................................................................................................42
1.3 Mancais..................................................................................................................................43
1.3.1 Finalidade...........................................................................................................................43
1.3.2 Tipos de mancais................................................................................................................43
2.FUNCIONAMENTO DO MOTOR A 4 TEMPOS................................................................45
2.1 Características do motor......................................................................................................45
2.1.1 Curso...................................................................................................................................45
2.1.2 Comprimento do curso......................................................................................................46
2.1.3 Pontos mortos.....................................................................................................................46
2.1.4 Diâmetro interno do cilindro............................................................................................47
2.1.5 Volume da câmara de combustão (v)...............................................................................47
2.1.6 Cilindrada (C)....................................................................................................................47
2.1.7 Volume da cilindrada.........................................................................................................47
2.1.8 Cilindrada individual (V)..................................................................................................48
2.1.9 Cilindrada total (Vn).........................................................................................................48
2.1.10 Taxa de compressão.........................................................................................................48
2.2 Princípio básico de funcionamento.....................................................................................49
2.2.1 Sistema de ignição..............................................................................................................50
2.2.2 Sistema de alimentação de combustível...........................................................................51
2.2.3 Sistema de Escapamento...................................................................................................51
2.2.4 Sistema de lubrificação......................................................................................................52
2.2.5 Sistema de Arrefecimento..................................................................................................52
2.3 Diagramas de regulagem, Torque e Potência.....................................................................52
2.3.1 Diagrama do ciclo Otto ideal............................................................................................53
2.3.2 Diagrama do ciclo otto real...............................................................................................54
2.3.3 Torque e potência...............................................................................................................55
2.4 Rendimentos dos motores a combustão..............................................................................56
2.5 Pré-ignição e detonação........................................................................................................56
2.5.1 Pré-ignição..........................................................................................................................57
2.5.2 Detonação...........................................................................................................................58
3.SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO DE MOTORES................................................................59
3.1 Princípio da lubrificação......................................................................................................59
3.1.1 Sistemas de lubrificação....................................................................................................59
3.1.2 Lubrificação dos cilindros.................................................................................................61
3.2 Sistema de lubrificação tipo cárter seco..............................................................................62
3.2.1 Reservatório de óleo...........................................................................................................62
3.2.2 Radiador de óleo................................................................................................................62
3.2.3 Bomba de óleo....................................................................................................................63
3.2.4 Filtro....................................................................................................................................64
3.2.5 Decantador.........................................................................................................................64
3.2.6 Válvulas de controle...........................................................................................................65
3.2.7 Sistema de distribuição......................................................................................................67
3.2.8 Suspiro de óleo...................................................................................................................67
3.2.9 Manômetro de óleo............................................................................................................68
3.2.10 Termômetro do óleo.........................................................................................................68
3.2.11 Sistema de lubrificação da anv H-13..............................................................................69
3.3 Programa de análise espectrométrica do óleo (P.A.E.O.)..................................................71
3.3.1 Aço.......................................................................................................................................73
3.3.2 Estanho...............................................................................................................................73
3.3.3 Alumínio.............................................................................................................................73
3.3.4 Prata....................................................................................................................................73
3.3.5 Cobre ou Bronze................................................................................................................73
4.MOTOR LYCOMING IO-540..................................................................................................74
4.1 Descrição................................................................................................................................74
4.1.1 Partes do motor..................................................................................................................75
4.1.2 Características operacionais.............................................................................................82
4.1.3 Acessórios do motor...........................................................................................................82
4.1.3.1 Bomba de combustível mecânica (Engine Fuel Pump)................................................83
4.1.3.2 Bomba hidráulica............................................................................................................84
4.1.3.3 Governador da hélice......................................................................................................84
4.1.4 Códigos de cores.................................................................................................................84
4.2 Sistema de indução................................................................................................................85
4.2.1 Componentes:.....................................................................................................................85
4.2.2 Funcionamento:.................................................................................................................85
4.3 Sistema de combustível.........................................................................................................86
4.4 Sistema elétrico.....................................................................................................................87
4.4.1 Sistema de ignição..............................................................................................................87
4.4.2 Diagrama esquemático do sistema de ignição.................................................................88
4.5 Sistema de lubrificação.........................................................................................................89
4.5.1 Componentes......................................................................................................................90
4.5.1.1 Filtro de sucção...............................................................................................................90
4.5.1.2 Bomba de óleo (tipo engrenagens).................................................................................90
4.5.1.3 Filtro principal de óleo...................................................................................................90
4.5.1.4 Válvula BY- PASS............................................................................................................90
4.5.1.5 Válvula termostática.......................................................................................................90
4.5.1.6 Válvula de alívio de pressão de óleo (reguladora de pressão).....................................90
4.5.2 Funcionamento...................................................................................................................91
CONCLUSÃO..............................................................................................................................93
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................95
EEAR 1
INTRODUÇÃO
Para facilitar seu entendimento, procuraremos, através de uma linguagem simples, atingir
o objetivo proposto por esta apostila.
1. MOTOR CONVENCIONAL
Nesta atividade de ensino, você lerá textos e resolverá exercícios que lhe permitirão
atingir os objetivos.
1.1.1 Histórico
Data de muitos anos a vontade do homem de querer aliviar seu esforço físico na
realização de seus trabalhos e transporte.
Anos se passaram até 1860, quando LENOIR, reunindo pesquisas feitas até então,
construiu o primeiro motor prático de ciclo a 2 tempos.
Talvez por terem apresentado teorias mais completas, OTTO e DIESEL tiveram seus
nomes perpetualizados no ciclo a quatro tempos (a gasolina) e ao ciclo a dois e a quatro tempos
(óleo cru), respectivamente.
Reação direta - produz toda a tração para a aeronave. Ex: Estatojato, pulsojato,
turbojato.
Reação mista – produz a tração principal através da hélice e alguma tração pelo motor.
Ex: turbo-hélice, turbo-eixo.
direcionado pelos deflectores e as alhetas de refrigeração dos cilindros, que são partes
integrantes dos cilindros do motor e tem por finalidade aumentar a área de troca de calor.
Nos motores opostos como é o caso da aeronave T-25 Universal, o ar de impacto circula
por entre as alhetas dos cilindros, retirando o calor, como mostrado na figura abaixo:
Para que a aeronave voe com a temperatura do motor dentro de uma faixa de trabalho
adequado, existe o Cowl-Flap que diminui ou aumenta o fluxo de ar entre as alhetas dos
cilindros e consequentemente aumenta ou diminui respectivamente a temperatura do motor.
Nas aeronaves que operam com motor radial além do Cowl-Flap, existe o anel de
velocidade para acelerar a massa de ar através dos cilindros e assim facilitar a refrigeração. Este
anel de velocidade forma um canal convergente.
Fornece ainda um recipiente estanque, o qual evita a perda de óleo lubrificante e protege
as partes internas do motor contra a poeira e outras impurezas.
Cárter seco - é quando o cárter não é utilizado como reservatório do óleo lubrificante do
motor. Neste caso, utiliza-se um reservatório independente de óleo lubrificante que fica
localizado normalmente na parede de fogo, berço do motor ou alojamento do trem-de-pouso.
Este tipo de cárter é usado em motores radiais, linha invertido, V invertido e Vertical oposto.
Os cárteres de motores de avião são confeccionados com uma liga de alumínio, a qual
oferece aproximadamente a mesma resistência à tração que o ferro, sendo mais leve em torno de
dois terços (2/3) e resistindo bem às vibrações e variações bruscas de temperatura. Atualmente
usa-se nos cárteres uma liga composta de alumínio + cobre + manganês + magnésio (altamente
inflamável). Esta liga é vulgarmente chamada de DURALUMÍNIO.
As ligas de alumínio são facilmente fundidas no formato desejado. Há também uma liga,
semelhante à descrita acima, denominada DURAL, que resiste bem aos esforços e,
razoavelmente, à corrosão.
1.4.1 Construção
Para trabalhar sob condições rigorosas (calor, atrito, tração e compressão), o cilindro deve
ser feito de aço especial (em aviação), recebendo, na superfície de atrito com os anéis, um
tratamento denominado cementação (cementação à base de nitrogênio) a fim de aumentar sua
dureza. Após a cementação, são feitas ranhuras na parede interna do cilindro chamadas de
“brunimento” com a finalidade de facilitar a lubrificação entre o cilindro e o êmbolo.
FIGURA 28 - BRUNIMENTO
VARIAÇÃO DE TEMPERATURA:
A - cabeça
E - orifício da vela
F - corpo: de aço
G - flange de fixação
H - saia
2. Montagem unitária - quando são montados independentemente uns dos outros, como é
o caso dos motores de avião dos tipos radiais, cilindros opostos e em linha.
A principal vantagem que apresenta este tipo é que permite a substituição dos cilindros
individualmente, sem ser necessário substituir todo o bloco.
PLANA – é a melhor forma e de uso mais generalizado em aviação por conduzir mais
calor e possuir menor peso.
CONVEXA – é o tipo de cabeça que conduz pouco calor e é mais pesada do que o
êmbolo de cabeça plana. Por suportar altas compressões, normalmente são utilizadas em alguns
tipos de motores a Diesel e motores a 2 tempos.
CÔNCAVA – é o pior de todos os tipos, pois não conduz o calor e ainda proporciona uma
taxa de compressão pequena.
NOTA: O êmbolo com a forma de cabeça côncava, quando empregado num cilindro do
tipo I, proporciona um formato esférico na câmara de combustão no fim do tempo de
compressão, o que permite uma maior homogeneidade da mistura gasosa. No entanto, esta
montagem é preterida pela forma plana, que, embora permita uma menor homogeneidade da
mistura, possibilita uma taxa de compressão maior e, desta forma, um aumento substancial da
potência do motor, conforme ilustrado abaixo.
Considerando-se que o êmbolo descreve cerca de 5.000 cursos por minuto, ou seja, um
deslocamento de aproximadamente 12 m/s, e que, partindo de uma posição de repouso (ponto
morto), atingirá, no meio do curso, velocidades próximas a 30 m/s (108 km/h), e depois volta ao
repouso novamente isso ocorre 83 vezes por segundo aproximadamente. Pode-se, então, avaliar a
influência, no motor, do fator peso do êmbolo. Deve ter as paredes de espessura suficiente nas
várias partes, para irradiar a grande quantidade de calor recebida da queima da mistura para as
paredes do cilindro, sem perigo de fundir-se. Deve, também, deslocar-se no cilindro suavemente,
a qualquer temperatura de trabalho, e isso de maneira justa para evitar vazamento de compressão
para o interior do cárter.
Esse deslizamento justo é obtido pelo uso de anéis elásticos, denominados molas de
segmento, que são alojados em ranhuras em torno do êmbolo.
Os êmbolos de liga leve se dilatam aproximadamente duas vezes mais, para uma mesma
variação de temperatura, se o mesmo êmbolo for feito de aço.
Portanto o êmbolo não forma uma junta estanque com o cilindro, daí o emprego de anéis
de segmento para que haja uma vedação perfeita, desta forma, proporciona a vedação de
compressão perfeita em qualquer temperatura.
Os anéis de segmento são abertos num ponto, permitindo-lhes aumentar ou diminuir seu
diâmetro, dentro de um dado limite. São colocados em entalhes ou ranhuras trabalhadas em torno
do êmbolo, os quais têm largura e profundidade pré-determinadas, capazes de permitir aos anéis
se dilatarem e se contraírem sem emperrar.
Os anéis, além das funções acima descritas, possuem uma outra muito importante, que é a
de conduzir o calor do êmbolo para as paredes do cilindro através da película microcelular de
óleo lubrificante.
NOTA: A biela com o formato tubular é a que oferece maior resistência aos esforços,
porém de construção mais difícil.
1.7.3 Nomenclatura
Quanto à nomenclatura, a biela se divide em três partes: pé, corpo e cabeça.
FIGURA 48 - BIELA
➢ estático
➢ dinâmico
D.I. = 720º
720°
Isto quer dizer que, neste motor, haverá um tempo motor a cada volta completa do eixo
de manivela.
720°
720
Então, a cada 120° de giro do eixo de manivela, haverá uma queima e os moentes estarão
decalados de 120° (decalagem de manivelas) um do outro, em planos de dois a dois.
Estas ordens de ignição, diferentes umas das outras, são determinadas pelos fabricantes
dos motores e vêm marcadas nas chapas de inscrição dos motores, no cárter do motor ou nas
ordens técnicas.
Todo eixo de comando de válvulas gira com a metade da velocidade do eixo de manivela,
isto é, cada duas voltas do eixo de manivelas corresponde a uma volta no eixo de ressalto. Para
que isto seja possível, o eixo de comando de válvulas (ou de ressaltos) recebe comando do eixo
de manivela por intermédio de duas engrenagens de comando, que estão montadas sobre o eixo
de manivela. Há um número de dentes menor que corresponde, exatamente, à metade do número
de dentes da engrenagem do eixo de comando de válvulas.
C) Material de fabricação
A) Material de fabricação
B) Tipos de tuchos
C) Emprego
Em alguns motores em linha, atualmente, estão sendo abolidos os tuchos pela montagem
do eixo de comando de válvulas na parte superior dos cilindros.
As hastes de comando de válvulas dos motores atuais são perfuradas nas extremidades
para permitir a passagem do óleo de lubrificação para os balancins. Os tuchos possuem um
orifício que coincide com o da haste.
B) Material de fabricação
As hastes são feitas de duralumínio; suas extremidades esféricas colocadas sob pressão,
feitas de aço cementado para suportar o desgaste sobre o tucho e sob o balancim.
1.10.4 Envoltórios
A) Finalidade
➢ variação da temperatura
1.10.5 Balancins
A) Finalidade
FIGURA 61 - BALANCIM
B) Emprego
Normalmente é empregado um balancim para cada válvula, no entanto pode haver o caso
especial de se empregar um para duas válvulas, como é o caso do motor V - 12 ALLISON
utilizado na aeronave. P-51 Mustang, que possui quatro válvulas por cilindro. Neste caso, o
balancim terá um formato de forquilha ou Y.
C) Material de fabricação
1.11.1 Válvulas
1. Definição
São os órgãos que servem para permitir a abertura e o fechamento dos orifícios de
admissão dos gases combustíveis e o escapamento dos gases queimados no momento adequado,
além de servirem para vedar a câmara durante o tempo de compressão e expansão.
São usadas em número de duas, três ou quatro, sendo mais usado em aviação o número
de duas por cilindro.
STTELLITE
2,5% DE CARBONO.
As válvulas podem ser classificadas pelo tipo de face e pelo tipo de cabeça.
de 30° - oferece maior abertura à passagem dos gases, com menor alinhamento
(vedação menos eficiente).
de 45° - oferece uma menor abertura à passagem dos gases, porém um melhor
alinhamento e consequentemente melhor vedação.
FIGURA 65 -
TIPOS DE CABEÇAS: CONVEXA CÔNCAVA PLANA TULIPA SEMITULIPA
2. Emprego
São empregadas duas molas para cada válvula e são enroladas uma em sentido contrário
da outra, para não se emaranharem. São de diâmetros diferentes, permitindo a montagem uma
por dentro da outra. São empregadas em número de duas para maior segurança; às vezes são
empregadas três em cada válvula.
➢ prato inferior
➢ prato superior
➢ cones bipartidos
➢ molas
O prato inferior (o plano) é colocado em torno da guia da haste da válvula, na parte mais
próxima do pescoço, e serve para apoiar uma das extremidades das molas, evitando que estas
(que são de aço) atritem com o fundo da caixa das válvulas, que é feita de liga de alumínio.
Guia de válvula é uma bucha geralmente feita de bronze fosforoso, principalmente nas
válvulas de admissão, que são colocadas nos orifícios-guia usinados na respectiva caixa de
válvula.
Nos motores de grande potência, essas buchas são feitas de aço + tungstênio de baixo
teor de carbono e são empregadas nas válvulas de escapamento. Estas buchas servem como
mancais antifricção longitudinal e recebem lubrificação pelo circuito do balancim, cujo óleo
enche a caixa das válvulas, infiltrando-se entre a haste e a guia das válvulas.
forma e tamanho. Vejamos, por exemplo, o cilindro de um motor de avião: a temperatura média
de funcionamento normal é cerca de 218°C ou 425°F. A dilatação linear do cilindro (corpo +
duralumínio) será menor que a da haste de comando de válvulas (duralumínio). Isto se dá,
porque o coeficiente de dilatação do aço do corpo do cilindro é bem menor que o duralumínio da
haste de comando, fazendo com que a haste “cresça mais” e comande a abertura das válvulas.
Assim sendo, apresentou-se a necessidade de manter-se um claro de válvulas (uma folga) entre
os pontos de contato do balancim e uma das extremidades da haste. A necessidade desta folga é
para compensar a dilatação linear do motor e impedir que o balancim comande a abertura das
válvulas antes do momento correto.
➢ A regulagem do claro de válvulas poderá ser ainda efetuada pela substituição das hastes
de comando de válvulas, as quais são encontradas em diversos tamanhos, como é o caso
do motor IO-540.
Do mesmo modo, a hélice, para obter seu rendimento ideal, necessita de um regime
próprio de funcionamento. Se o regime da hélice for o mesmo do motor, a hélice será montada
diretamente no eixo do motor.
É o caso da grande maioria dos motores radiais de série simples e em linha de quatro (4)
a oito (8) cilindros e também o de cilindros opostos.
Com o passar dos tempos, construíram-se motores mais potentes, que necessitam de um
regime maior (RPM maior) que o da hélice em voo cruzeiro. No entanto, as hélices têm um
limite para seu regime ótimo de funcionamento, que é inferior ao deste tipo de motor.
Razão de Red. =
EXEMPLO
80 5 2,5
32 2 1
2,5 : 1 que se lê dois e meio por um, que quer dizer: cada duas voltas e meia do eixo de
manivela correspondem a uma volta da hélice.
Este tipo de redutor é bastante utilizado pelo motor a reação mista, podendo ser
encontrado em mais de um estágio em virtude do elevado regime de funcionamento das turbinas
destes motores (cerca de 15.000 RPM), necessitando assim de um sistema de grande redução.
1.3 Mancais
1.3.1 Finalidade
Os mancais servem para atenuar o atrito entre superfícies trabalhantes, principalmente
quando estas são confeccionadas com o mesmo material.
2. Mancal tipo metal patente fundido: É constituído de uma camada de metal antifricção
fundida na curvatura da biela. Motores antigos de automóveis empregaram este sistema e
hoje são ainda muito usados em motores marítimos.
3. Mancal tipo bucha colocado por antagonismo: É um dos mais usados em aviação. De
acordo com sua utilização, pode ser feito de vários metais formando uma liga composta
de CHUMBO + ZINCO + FÓSFORO + ESTANHO. Podem ser utilizadas em guias de
válvulas, bielas, alojamento dos pinos dos balancins, etc.
FIGURA 76 - BUCHA
5. Mancal tipo roletes cônicos: É empregado onde há esforço radial, como nos eixos das
rodas do trem de pouso, onde são usados dois a dois, a fim de manter a roda centralizada.
6. Mancal tipo roletes paralelos ou cilíndricos: Utilizado em eixos que sofrem esforços
radiais.
NOTA: Todos estes mancais, de esferas e roletes, são confeccionados em aço especial e
cementados nas superfícies de trabalho.
2.1.1 Curso
É o deslocamento do êmbolo num único sentido, no interior do cilindro, durante meia
volta do eixo de manivela. O curso pode ser ascendente ou descendente, conforme o sentido do
deslocamento.
.D 2
V .Comprimento do Curso
4
Taxa de compressão, de um modo geral, é a relação entre a pressão dos gases no fim da
compressão e a pressão desses gases no início da compressão.
Onde:
Para se obter a máxima pressão sobre o pistão no momento em que o mesmo atinge o
P.M.A., a centelha da vela de ignição é adiantada com relação ao P.M.A. do pistão para iniciar o
processo de combustão alguns graus antecipadamente. Esta combustão antecipada melhora a
performance do motor e é chamada de avanço de centelha.
No tempo motor, o trabalho fornecido pelos gases começa justamente com o início do
curso descendente do êmbolo, quer a inflamação tenha sido exatamente no P M A, quer antes do
mesmo.
Após a expansão, inicia a exaustão antes do PMB, mas, devido à pressão ainda existente
os gases, continuam a fornecer trabalho até ser atingido o PMB, onde termina o deslocamento do
êmbolo e, consequentemente, o tempo motor.
FIGURA 92
FIGURA 94 - TORQUE
FIGURA 95 -POTÊNCIA
COMBUSTÃO NORMAL
A queima começa quando a centelha é lançada pela vela de ignição, queimando a mistura
ar/combustível, aumentando sua temperatura e pressão e volume dentro do cilindro com rapidez,
mas progressivamente. A ignição deve ser produzida no instante adequado para aproveitar ao
máximo a energia impulsiva dos gases.
2.5.1 Pré-ignição
A combustão neste caso é ainda rápida e suave, mas ocorre prematuramente, devido à
existência de um ponto quente, que pode ser a própria vela superaquecida ou uma pequena
quantidade de carvão incandescente acumulado na câmara de combustão ou na cabeça do pistão.
Como a combustão é antecipada, a energia impulsiva não fica sincronizada com o movimento do
pistão, e o resultado é o superaquecimento e mau rendimento mecânico.
FIGURA 97 - PRÉ-IGNIÇÃO
2.5.2 Detonação
A combustão neste caso é praticamente instantânea, ou seja, explosiva. A energia da
combustão é liberada instantaneamente, causando superaquecimento em vez de potência
mecânica. A detonação é também conhecida como “batida de pinos” devido ao ruído
característico, semelhante a golpes de martelo na carcaça do motor.
FIGURA 98 - DETONAÇÃO
➢ por salpique
➢ por pressão
➢ mista
Neste sistema de lubrificação, o óleo é espalhado dentro do motor pelo movimento das
peças. Na figura a seguir, por exemplo, a cabeça da biela choca-se com o óleo no fundo do cárter,
arremessando-o para todos os lados e lubrificando as peças internas do motor.
Neste sistema, o lubrificante é impulsionado sob pressão para as diversas partes do motor,
através de uma bomba de óleo. No exemplo abaixo, o óleo entra por um orifício no mancal e
atravessa canais dentro do eixo de manivelas e da biela, chegando ao pino do pistão e finalmente,
extravasa pelos lados do pino e lubrifica as paredes do cilindro. Todas as partes do motor no
trajeto do óleo são lubrificadas. Este é um sistema eficiente, porém demasiadamente complexo.
3. Lubrificação mista
Os motores radiais, linha invertida, V invertido e Vertical Opostos são equipados com
reservatório de liga de alumínio rebitado. Algumas aeronaves de combate utilizam tanque de
óleo tipo auto vedação semelhante em construção, aos usados para combustível. Isto reduz
grandemente o perigo de falta de lubrificação no motor ao perfurar o reservatório de óleo.
O radiador troca o calor proveniente do óleo que passa interno aos tubos, com o do vento
que recebe da hélice e passa externo aos tubos. O óleo entra no radiador com baixa viscosidade e
alta temperatura, e sai mais frio e mais viscoso.
3.2.4 Filtro
Serve para reter as impurezas do óleo por meio de um elemento filtrante que pode ser:
uma fina tela metálica, discos ranhurados ou papelão especial corrugado. O filtro deve ser
periodicamente limpo ou substituído antes que seu elemento filtrante fique obstruído.
O tipo de filtro mais utilizado nos aviões leves é o descartável, de formato semelhante ao
dos automóveis. O mecânico deve examinar os elementos filtrantes quando desmontar os filtros
(no caso dos descartáveis, pode-se cortar e remover o elemento filtrante), a fim de verificar se
existem partículas metálicas retidas, indicando um desgaste anormal ou iminente falha de algum
componente do motor.
3.2.5 Decantador
Em alguns aviões, o óleo que circulou pelo motor escoa por gravidade até um pequeno
tanque chamado decantador ou colhedor.
A seguir, o óleo passa por um filtro e uma bomba o envia ao reservatório. Em muitos
aviões não existe decantador, pois o próprio reservatório desempenha sua função.
2. Unidirecional – esta válvula dá livre passagem ao óleo num sentido e impede o fluxo no
sentido contrário. O elemento de vedação pode ser uma esfera, cone, flape, poppet, etc.
3. By-pass – é uma válvula que se abre acima de uma determinada pressão, com a
finalidade de oferecer um caminho alternativo para o óleo. É muito usada nos filtros de
óleo, a fim de permitir o fluxo do lubrificante quando o filtro estiver obstruído (é melhor
permitir que o motor funcione com óleo não filtrado do que sem nenhum óleo).
5. Dreno – As válvulas dreno encontram-se nos reservatórios, cárter, filtros e linha. Esses
são os pontos mais baixos do sistema e podem ser usados para drenar parcialmente ou
totalmente o óleo, quando necessária a manutenção.
Quando utilizado no cárter, serve também para retorno do vapor de óleo, do interior do
motor diretamente para o reservatório, evitando a perda de óleo.
O óleo é fornecido por um tanque externo à bomba de pressão de óleo, localizada no lado
direito da caixa de acessórios do motor. O tanque possui ainda uma linha de ventilação para
facilitar a saída de óleo. O corpo da bomba incorpora um filtro de fluxo total (baixa perda de
carga), uma check valve (para impedir o fluxo de óleo do tanque para o decantador quando o
motor estiver parado), e uma válvula de alivio regulada para manter a pressão de óleo operando
dentro dos limites (65 a 85 PSI).
A amostra de óleo recolhida, dos motores e acessórios, na Unidade Aérea deve ser
encaminhada ao laboratório regional através de Sedex, e os resultados obtidos deverão ser
encaminhados à unidade aérea no prazo máximo de 24 horas.
O responsável pelo P.A.E.O. nas Unidades Aéreas será o Oficial Chefe de Manutenção, e
os técnicos dos laboratórios de análise de óleo devem ser, em princípio, suboficial ou sargento
BMA, como prevê a IMA 66-10.
O óleo é coletado dez minutos após o corte do motor, com o óleo ainda agitado e
aquecido, e antes de completar o nível de óleo tomando as devidas precauções para evitar
contaminação por agentes externos. Qualquer descuido que haja na retirada e manuseio das
amostras pode causar sua contaminação e, como consequência, deve apresentar valores errôneos
de concentração do metal/material gasto. Para a coleta, devem-se observar os seguintes
procedimentos:
➢ Limpar a área em torno do local de coleta da amostra (bujão do tanque, bujão do dreno,
etc);
➢ Estacionar, para coleta de amostra em local afastado de outras aeronaves que devem
rodar motores, para evitar poeiras;
A amostra de óleo retirada será válida se houver circulação do óleo suficiente para
acumular uma concentração de metal gasto. Normalmente, são necessárias cerca de 5 horas de
operação após a troca de óleo, para que o óleo novo atinja o equilíbrio em relação ao
metal/material gasto. Então, amostras retiradas imediatamente após a troca de óleo não têm valor
para o método em questão. Da mesma forma, amostras tomadas de um tanque, imediatamente
após ser completado o nível de óleo terão pouco valor.
Se por decorrência da análise de óleo um motor for enviado para revisão, deverá ser
informado ao Parque de Material, efetuando-se o lançamento no Livro de Registros da Aeronave
"Logbook". Com isto o Parque de Material poderá, quando da desmontagem, enviar informações
exatas e completas sobre o estado real das partes internas do motor.
Considerando que o laboratório deve ter uma alimentação contínua de informações sobre
os motores, para fazer a correlação com os dados determinados pela análise de óleo, a
contribuição da oficina de revisão do Parque é tal para o sucesso do programa.
3.3.1 Aço
As partículas de aço são provenientes das bielas, válvulas, anéis de segmento, eixo de
acionamento de acessórios, eixo de ressaltos e eixo de manivelas.
3.3.2 Estanho
O estanho, em qualquer quantidade, pode ser desconsiderado. Como o estanho é usado
somente na galvanização de peças (revestimento anticorrosivo) do motor e na espessura máxima
de 0,0005 de polegada, ele não traz prejuízos ao motor.
3.3.3 Alumínio
A presença de partículas de alumínio em forma granular pode ser sinal de defeito no
êmbolo.
3.3.4 Prata
Partículas de prata indicam defeitos nos mancais da biela mestra dos motores radiais.
➢ Segurança de voo.
➢ Economia de tempo e recursos, permitindo chegar com maior segurança e rapidez à fonte
do problema, com o retorno mais rápido do motor ao serviço ativo.
4.1 Descrição
Possui 6 cilindros horizontais opostos três a três, 2 magnetos simples, cárter molhado.
Seu eixo de manivelas é de acionamento direto, isto é, sem redução de rotação para a hélice e
gira no sentido horário.
Refrigerado a ar, sua ordem de fogo é 1-4-5-2-3-6, peso básico é de 215 kg, taxa de
compressão de 8,7:1 e cilindrada total 541,5 pol3.
I=> INJETOR
O=> OPOSTO
K1=> NOSE SECTION (provisions for a prop governor, hollow/solid crankshaft, prop
governor location)
Vistas do motor
Essas duas partes não são permutáveis, sendo identificadas por um número que repete nas
duas metades em sua parte superior.
A intermitência dos impulsos de potência (força aplicada ao êmbolo pela expansão dos
gases queimados) que são transmitidas ao eixo de manivelas provoca no mesmo vibração, que
chamamos de vibração torcional.
A desarmonia das forças que atuam nos contrapesos ocorre quando o motor opera acima
de seu máximo regime de funcionamento, ou por mudanças bruscas na manete de aceleração,
podendo causar danos aos contrapesos e rolamentos, fazendo com que o motor falhe, ou diminua
sua vida útil. Assim os ajustes de potência e a maneira de operar a manete de potência têm
grande efeito sobre a vida do motor, mais especificamente dos contrapesos dinâmicos.
Cilindros – Os cilindros são construídos de uma maneira própria para refrigeração a ar. A
cabeça e o corpo do cilindro são rosqueados um ao outro e parafusados em conjunto ao cárter. A
cabeça é feita de uma liga de alumínio fundido, com a câmara de combustão, totalmente usinada
em sua parte inferior.
Os suportes dos eixos dos balancins são fundidos integralmente na parte superior da
cabeça do cilindro.
Aletas de arrefecimento da cabeça são feitas de alumínio enquanto que as do corpo de aço
cromo, níquel e molibdênio. A tomada de temperatura é conseguida no cilindro de número 5,
sendo que os demais cilindros possuem esta tomada bujonada.
O corpo dos cilindros é forjado em uma liga de aço cromo, níquel e molibdênio.
As braçadeiras não são permutáveis, sendo identificadas por um carimbo que serve de
guia na montagem.
Pistões – Confeccionados forjados em liga de alumínio. Os pinos dos pistões são do tipo
flutuante e são presos por dois bujões, localizados um em cada extremidade dos pinos.
Por meio de engrenagens, o eixo de ressaltos recebe comando do eixo manivelas e então
atua nos tuchos hidráulicos. Os tuchos hidráulicos comandam as hastes de comando, que atuam
os balancins, e estes as válvulas.
Mesmo que o motor esteja parado, sempre haverá óleo na câmara inferior.
A mola do pistão menor força-o para fora do tucho, para que o encaixe da haste de
comando das válvulas também seja forçado para fora do tucho, deslocando levemente a haste de
comando das válvulas, eliminando assim qualquer folga do mecanismo de comando das
válvulas.
Quando o ressalto do eixo de ressaltos acionar o tucho, o corpo do tucho será deslocado.
Internamente o corpo do tucho possui um encosto, que será contatado com o pistão,
fazendo então com que todo o conjunto do tucho seja deslocado, comandando a haste de
comando das válvulas.
Esta ação faz com que o óleo contido na câmara superior force a válvula unidirecional
voltar para o seu alojamento.
Nesta situação, o óleo contido, na câmara superior, passa a atuar como amortecedor.
Entre o pistão e o corpo do cilindro, existe um espaço que permite passagem de óleo que
não entra em contacto com a câmara superior, é usado para lubrificação de todo o mecanismo de
comando das válvulas.
Após a lubrificação dos terminais das hastes e das cabeças dos balancins, o óleo retorna
ao Cárter do motor por gravidade através dos envelopes das hastes de comando das válvulas e de
uma tubulação especial, localizada no alojamento dos balancins.
Para a verificação do claro de válvulas, é necessário que elementos internos dos tuchos
sejam retirados de seus alojamentos e esvaziados (secos).
Com o motor frio e os tuchos esvaziados, verifique a folga entre a extremidade da válvula
e o balancim, usando um calibrador.
O claro de válvulas neste motor Lycoming é de 0.028 a 0.080 po1. O ajuste é feito
trocando-se a haste de comando, maior ou menor, de acordo com necessidade. Usando uma
maior do que a instalada, a folga do claro de válvulas diminuirá. Usando uma haste menor do
que a instalada, a folga do claro de válvulas aumentará.
NOTA 1: Não usar ímã para extrair do motor os conjuntos dos pistões dos tuchos
hidráulicos, pois tal procedimento poderá imantar as esferas das válvulas unidirecionais das
câmaras superiores, tornando os conjuntos inoperantes.
NOTA 2: Cada conjunto de pistões dos tuchos hidráulicos é montado com peças
ajustadas seletivamente, por esta razão não são intercambiáveis. É absolutamente necessário que
os componentes de cada conjunto sejam mantidos juntos, sem a possibilidade de mistura com os
componentes dos demais conjuntos. Caso aconteça a mistura entre as peças de conjuntos
diferentes, deve ser instalado um conjunto novo.
Girar o parafuso de ajuste no sentido horário para aumentar a pressão, ou no sentido anti-
horário para diminuí-la. Se não conseguir o ajuste, substituir a bomba.
c) Nitrade Hardened Steel (nitrificado) ............... Azul - nas aletas do cilindro abaixo
do furo das velas.
d) 0.010 pol – Oversize (sobre medida) .............. Verde - quando aplicado em revisão
geral pelo operador.
NOTA 1: A cor amarela, quando usada, indica que as velas de ignição, que estão sendo
usadas, são mais longas.
NOTA 2: O uso inadequado de anéis dos pistões e de velas de ignição longas resultará
em sérios danos ao motor.
4.2.1 Componentes:
➢ Caixa de ar
➢ Válvulas By-pass
➢ Filtro de ar
➢ Traqueia
➢ Seção difusora
➢ Tubos de admissão
Na caixa de ar, estão instaladas as duas válvulas BY-PASS de passagens alternativas de ar,
quando houver obstrução do filtro de ar.
A traqueia de ar deve ser instalada com a seta direcional voltada para o servo. Essa
medida evita a soltura da malha interna da mesma.
4.2.2 Funcionamento:
O ar admitido é filtrado, passa pela traqueia e segue até o servo. De acordo com a
abertura da borboleta, será admitido na proporção ideal com o combustível medido pelo servo.
Passa pela seção difusora onde é pré aquecido (troca calor com o óleo). É dividido em partes
iguais nesta e segue para os cilindros através dos tubos de admissão.
O motor recebe combustível vindo da bomba auxiliar (Parede de fogo) que é do tipo
palhetas rotativas e chega até a bomba mecânica (palhetas rotativas) na caixa de acessórios do
motor que o envia sob uma pressão mínima de 16 PSI (na marcha lenta), e de 20 PSI à 28 PSI
(conforme o regime de voo) para a unidade medidora de combustível no servo injetor, que, após
estabelecer um fluxo de combustível proporcional ao fluxo de ar, envia-o para a válvula
distribuidora, e daí para os bicos injetores nas antecâmaras localizadas na cabeça de cada cilindro
do motor. Na válvula de distribuição, há uma ligação para o fluxômetro que mede o fluxo em l/h
(litros/hora), de 0 a 110 l/h.
4.5.1 Componentes
4.5.2 Funcionamento
O óleo é succionado pela bomba de óleo através da linha de sucção que está na parte mais
baixa do cárter. Passa pelo filtro de sucção (1º chance). Após o óleo passar pela bomba, todo seu
percurso será feito com pressão adquirida na bomba.
Passa pelo filtro principal ao qual está instalada a válvula by-pass. Nos casos de
obstrução do filtro, ela permite que o óleo flua por ela, ainda que não filtrado. O óleo é
conduzido até a válvula termostática, que de acordo com sua temperatura, determina o curso a
percorrer. A válvula de alívio regula a pressão e permite o retorno do óleo para o cárter (abre com
100 PSI) a fim de manter constante a pressão de trabalho normal. Há um ponto de aspersão na
parte superior da caixa de acessórios que permite a lubrificação das engrenagens e mancais ali
alojados. Ainda, na caixa de acessórios, uma linha de pressão é tomada para lubrificação da
bomba de vácuo.
Uma linha de pressão de óleo entra pelos tuchos hidráulicos, passa pelo interior das
hastes de comando, e depois pelo interior dos balancins, lubrificando os eixos dos balancins,
molas, pratos, hastes das válvulas e retorna por gravidade para o cárter.
Os bicos ejetores lançam o óleo na parte traseira dos pistões para lubrificação do mancal
superior da biela / pino do pistão e camisa do cilindro. Estes são perfurados o que permite a
passagem do óleo para lubrificação da camisa. O anel de lubrificação tem importante papel de
distribuição deste óleo de modo o mais homogêneo possível.
O ramal esquerdo envia óleo também para o governador da hélice. Este triplica a pressão
de óleo e controla o fluxo de óleo enviado para o cubo da hélice para mudança de ângulo da pá
da hélice, conforme a necessidade da aeronave em voo.
CONCLUSÃO
Prezado aluno, durante o nosso estudo dessa apostila instrucional, compreendemos uma
parte dos motores de aviação, os motores convencionais. Conhecemos seu histórico,
classificação, todos seus componentes internos e suas localizações, funções, sistemas e
conhecemos as características do motor convencional utilizado em aeronave na Força Aérea
Brasileira, o IO-540 K1D5.
Com estes aprendizados, por certo, seus conhecimentos com relação aos motores
convencionais foram ampliados.
Tenho certeza de que ao término dessa apostila de motores de aviação, tenhamos atingido
nossos objetivos que eram identificar, classificar e interpretar o funcionamento das principais
partes e sistemas de um motor convencional.
Aprimore sempre seus conhecimentos, siga em frente! Dentro de pouco tempo você irá
“voar e fazer voar”.
REFERÊNCIAS
Guston, Bill. World Encyclopedia of Aero Engines, 5Th Edition. Ed. Sutton. 2006.