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6 - RENDIMENTOS E REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS

6.1 - A atividade produtiva e a formação dos rendimentos

Produção: -bens -rendimentos


A produção de bens e serviços constitui um ato económico
indispensável à vida dos indivíduos.
* criação de bens necessários à sobrevivência;
* geradora de riqueza.

Rendimento e valor acrescentado


Para melhor compreender a realidade, características essenciais da atividade produtiva
reparemos nos seguintes exemplos.
* produção de pão
* produção de confeções

A indústria da panificação e da confeção transforma as matérias-primas, através da


utilização do trabalho e tecnologia, em bens com uma utilidade superior.

O bem resultante dessa transformação tem valor e utilidades do que tinha o conjunto
de matérias-primas que lhe deu origem e dos intervenientes na sua produção.

A produção acrescentou algo aos elementos utilizados, que se concretiza na nova


utilidade que os novos produtos detêm e que decorre da possibilidade de satisfazer
algumas das nossas necessidades.

Podemos afirmar que o ato produtivo criou riqueza, o que se deveu ao fato de se ter
acrescentado valor aos bens que a as empresas transformaram durante o processo
produtivo.

O valor acrescentado corresponde, então, ao valor adicional que é gerado em cada


processo produtivo e que representa a riqueza efetivamente criada por cada unidade
produtiva.

Rendimento – é o somatório de valores acrescentados, pelo conjunto de


intervenientes no fator produtivo ou dito de outro modo, resultam dos fluxos da
atividade produtiva através da utilização de capital e trabalho e que, posteriormente,
são distribuídos pelos vários agentes intervenientes.

A atividade produtiva acrescenta valor aos bens que transformou, criando valor
acrescentado que estará na origem dos rendimentos.

Produção:
-Venda da produção
- Rendimentos
- Remuneração dos fatores de produção
-Trabalho e Capital
6.2 - A REPARTIÇÃO FUNCIONAL DOS RENDIMENTOS
Custos de produção
Cada fator produtivo tem uma participação diferente no ato produtivo
-Capital – Uma empresa para se instalar, adquirir tecnologia e realizar o seu trabalho,
necessita de capital
-Poderá recorrer a crédito bancário que empresta o capital a troco do
pagamento de um juro.(Rendimentos Primários)
-A empresa para se fixar necessitará de instalações, muitas conseguem-nas
através de arrendamento, o que pressupõe o pagamento de uma renda. (Rendimentos
Primários)
-Trabalho- Salários – forma de remuneração do trabalho (Rendimentos Primários)
-Matérias-Primas -Nota: Rendimentos secundários – são por exemplo transferências
que o Estado efetua para os agentes económicos, como no caso dos subsídios

6.2.1 – Remuneração do fator trabalho: Salário


-Salário: Forma de remuneração do trabalho dependente. Trabalho que não é realizado
por conta própria, pressupõe um empregador, que remunera em troca da entrega do
esforço físico e/ou intelectual.
-Fixo: Valor fixo, quando se paga é uma quantia certa, estipulada por meio de
um contrato de trabalho.
-Variável: Não está estipulada uma quantia fixa, mas uma percentagem relativa
a um indicador, como por exemplo, volume de vendas.
-Comissão/Prémio:Valor variável a que acresce a uma remuneração fixa.
-Regalias: Viatura, bolsas de estudo, subsídios de alimentação seguros
-Salário: Relativamente à influência do preço dos bens
-Nominal: Quantidade de moeda que um individuo recebe em troca do seu
trabalho
-Real: Quantidade de bens possíveis de adquirir com um salário nominal, tendo
em conta a inflação.

-Salário: Relativamente à dedução de encargos


-Ilíquido ou bruto: É o valor da remuneração antes de serem descontados os
impostos e as contribuições para a segurança social que os indivíduos têm de pagar ao
Estado
-Líquido: Valor efetivamente recebido, depois de deduzidos os impostos e
contribuições para a Segurança Social.

Como se determina o salário real num determinado ano.


Exercício:
Em 2012, o salário nominal de um trabalhador era de 1000€;
Nesse ano o IPC foi 105;

Salário Real = Salário nominal/ IPC × 100


Salário Real =1000/105 × 100 = 952,4 €

Em 2012 o Salário real do trabalhador em causa foi de 952,4€


Consideremos então a relação que se estabelece, para um dado ano, entre a taxa de
variação do IPC e a taxa de variação dos salários nominais.
Assim, poderá verificar-se uma das seguintes situações (consideremos tudo o resto
constante, exceto os salários e os preços.

A taxa de variação do IPC ser superior à taxa de variação dos salários


nominais.
- verifica-se redução do poder de compra;
- valor do salário não é suficiente para adquirir a mesma quantidade de
bens, uma vez que os preços aumentaram mais que o salário nominal.

6.2.2 – Remuneração do fator capital: renda e Juro


- Lucro: Refere-se à parte do rendimento que cabe aos empresários por terem
investido o seu capital na atividade produtiva.
Lucro Bruto = Preço de venda – Custo de Produção
Lucro Líquido = Lucro Bruto - Amortizações
- Renda: Remuneração auferida pelos capitalistas que cedem em regime de
arrendamento a quem delas necessite. O capitalista denomina-se de proprietário.
-Juro: É o rendimento do capital cedido sob a forma de empréstimo e o dono do
capital, neste caso, tem a denominação particular de capitalista.
O montante do juro depende de três fatores:
* Taxa de juro fixada;
* Do tempo de duração do empréstimo;
* Do montante do capital emprestado
JURO
Juro= capital(C) x tempo(n) x taxa(i)

Vejamos alguns exemplos:


-Imaginemos que pretendíamos calcular quanto nos renderia um depósito de 1000
euros num banco, durante um ano, a uma taxa de juro de 7%, em regime de juros
simples. Para proceder ao cálculo do juro produzido pelo referido depósito teríamos de
fazer:
C-1000 €; n= 1 ano; ¡= 7%
Juro = 1000 x 1 x 0,07 = 70 €
- E se o período de tempo daquele depósito, em vez de um ano, fosse de três meses,
qual seria o montante de juros?
C= 1000 €; n=3 meses =3/12 ano; i=7%
J= 1000 x(3/12)× 0,07 = 17,5 €
- E se fosse um depósito de 181 dias, que juro renderia?
C= 1000 €; n= 181 dias= 181/365 ano; i=7%
J= 1000 x(181/365) x0,07 = 34,71 €
Nota: Pode ser considerado o ano comercial (360 dias).
LUCRO

Lucro Bruto = Preço de Venda – Preço de custo


Lucro Bruto - O lucro bruto considera somente os custos variáveis da empresa, que
estão diretamente ligados à produção, por isso, também é conhecido como lucro
operacional. Um exemplo é o custo com matéria-prima, que aumentam quanto mais é
produzido.
Preço de Venda – o preço de venda de um produto ou serviço que permita a obtenção
de uma margem de lucro, é necessário fazer um cálculo tendo em conta diferentes
variantes.
Preço de Custo – Valor que corresponde ao preço de produção.

Lucro Líquido= Lucro Bruto - Amortizações


Lucro Líquido – valor gerado pela empresa após serem deduzidos os encargos com a
reposição de capital.
Amortizações – valor do capital fixo que foi consumido durante o processo produtivo e
que é necessário para manter inalterável a capacidade produtiva

SÍNTESE
O rendimento é repartido pelos fatores de produção (trabalho e capital). A
remuneração do fator trabalho é constituída pelos salários e a remuneração do
fator capital é constituída pelas rendas, juros e lucros.

FATORES DE PRODUÇÃO: -Capital -Força de trabalho


RENDIMENTOS PRIMÁRIOS: -Rendas, juros e lucros(capital) -Salários(trabalho)
DESTINATÁRIOS: -Rendas: proprietário -Juros: capitalista -Lucros: Empresário -
Salários: trabalhador

6.3 – A REPARTIÇÃO PESSOAL DOS RENDIMENTOS

Fornece informação sobre:


▪ a situação individual sobre as famílias, independentemente da função que
estas possam desempenhar no processo produtivo.
▪ a repartição dos rendimentos pelos diversos agregados familiares que
compõem uma economia.

Pois é com o seu rendimento que as famílias vão adquirir os bens e serviços de que
necessitam, o que irá determinar o seu nível de vida, ou seja, o acesso à satisfação
das suas necessidades.
6.3.1 – AS DESIGUALDADES NA REPARTIÇÃO PESSOAL DOS RENDIMENTOS

Importa, agora, observar como se reparte o rendimento pelas pessoas que compõem a
comunidade, fazendo, deste modo, uma analise da repartição do rendimento numa
perspetiva pessoal.

A soma de cada uma das componentes do rendimento familiar, por forma de


rendimento permite conhecer a composição Nacional Bruto por tipo de rendimento.

Que fatores podem levar a estas desigualdades?


A diferente distribuição da propriedade;
-Quanto maior for a propriedade maior será o rendimento a obter
-Quanto maior for o valor da quota da empresa
maior será a participação nos lucros
-Proprietário de imoveis valiosos, maior será o valor obtido em rendas. Posso ter
muitos imoveis num bairro degradado e receber rendas baixas se tiver um só imóvel
em zona nobre posso receber uma renda maior
As desigualdades salariais.
-Ramo de atividade -Dimensão da empresa -Região -Género -Tipo de Profissão
-Qualificações -Experiência -Idade

6.3.2 – O LEQUE SALARIAL COMO INDICADOR DA DESIGUALDADE SALARIAL


-Indicador para medir as desigualdades salariais, evidenciando a relação existente
entre o salário mínimo praticado num determinado país, num dado momento.

O leque salarial obtém-se a partir da seguinte relação:


-Leque Salarial =Salário Máximo/ Salário Mínimo
- Resposta: o salario máximo é X vezes maior que o salario mínimo

-Leque Salarial =Salário Mínimo/ Salário Máximo


- Resposta: o salario mínimo é 1/X do salario máximo (resultado apresentado
em forma de fração)
EXERCÍCIO

1 – Dá uma noção de repartição pessoal do rendimento.


Rendimento – é o somatório de valores acrescentados, pelo conjunto de
intervenientes no fator produtivo ou dito de outro modo, resultam dos fluxos da
atividade produtiva através da utilização de capital e trabalho e que, posteriormente,
são distribuídos pelos vários agentes intervenientes.

2 - «As mulheres ganham em média 16,4% menos do que os homens em toda a U E, e


as disparidades salariais entre homens e mulheres variam entre 4,4% e os 27,6% nos
Estados –Membros.»
2.1 – Se um homem na União Europeia ganha 1000€ por mês, refere quanto ganha
uma mulher tendo em conta a disparidade salarial média existente.
-1000x0,044= 44€; 1000-44= 956€
2.2 – Refere três fatores que poderão originar desigualdades sociais para além do
género.
- O tipo de Profissão, a experiência e a idade

6.3.3 – MEDIÇÃO DAS DESIGUALDADES NA REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS

Uma das formas de conhecer e comparar os diferentes padrões de distribuição dos


rendimentos num dado país ao longo dos anos entre vários países ou entre várias
regiões de um mesmo país, é através das curvas de Lorenz ou curvas da concentração
de rendimentos.

A curva de Lorenz relaciona a percentagem acumula da população de um país (eixo


das abcissas), ordenada de forma crescente dos seus rendimentos, e a percentagem
acumulada do Rendimento Nacional (eixo das ordenadas) que essa população recebe.

6.3.3 – MEDIÇÃO DAS DESIGUALDADES NA REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS A CURVA


DE LORENZ E O ÍNDICE DE GINI

À medida que a desigualdade na repartição dos rendimentos aumenta, a distância à


reta de equidistribuição aumenta também, formando-se uma área de concentração
que nos indica as desigualdades, em termos de repartição dos rendimentos, existentes
nesse país, em dado ano. Quanto maior for o afastamento da curva obtida em relação
à reta de equidistribuição maior será a desigualdade verificada na repartição dos
rendimentos.

Curva de Lorenz: é um diagrama que representa, por classes percentuais, a parte do


rendimento que cabe a cada grupo da população, permitindo avaliar as desigualdades
de uma sociedade.
Índice de Gini: medida da desigualdade do rendimento que varia entre o (menor
concentração e maior igualdade) e 100 (maior concentração e maior desigualdade).
EXERCÍCIO
Anos Índice de Gini
UE - 27 Portugal
2008 30,7 35,8
2009 30,4 35,4
2010 30,5 33,7

1 – Interpreta o valor do índice de Gini registado em Portugal em 2010.


-No ano de 2010, o valor do índice de Gini em Portugal foi de 33,7. Um valor
superior ao da UE-27, o que significa que em Portugal existe uma maior desigualdade
entre os rendimentos do que a média da UE-27.

2 – Justifica a afirmação seguinte, a partir dos valores do quadro:


«Entre 2008 e 2010, Portugal registou sempre uma maior desigualdade na repartição
dos rendimentos do que a média da UE-27.»
-Existiu uma maior desigualdade entre Portugal e a UE-27 entre 2008 e 2010,
porque o índice de Gini apresenta valores superiores por Portugal. Embora a evolução
da diminuição dessa desigualdade tenha sido maior em Portugal face à UE-27.

DESIGUALDADE DA DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS INTERPRETAÇÃO DOS RÁCIOS -


S90/S10 E S80/S20
-Os rácios S90/S10 e S80/S20 são indicadores que permitem medir as desigualdades
na distribuição dos rendimentos.

S90 corresponde ao rendimento monetário líquido recebido pelos 10% da população


que detém níveis mais elevados de rendimento (decil do topo) e o S10 corresponde
ao rendimento recebido pelos 10% com menor nível de rendimento (decil da base)

Segundo o INE, o rácio S90/S10 «é um indicador de desigualdades na distribuição do


rendimento, definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido
pelos 10% da população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido
pelos 10% de menores rendimentos.»

Este rácio permite que se conheça quantas vezes é que o rendimento dos 10% da
população com maiores recursos é superior aos 10% da população com mais baixos
recursos.

Vejamos o seguinte exemplo, relativo a Portugal, em 2015


Quadro 1 – Proporção do rendimento auferido pelos 10% da parte superior (S90) e
pelos 10% (S10) da distribuição, em Portugal (2015). Em percentagem
S90 S10 S90/S10
25,9 2,6 9,96
Conclusões
- A partir do quadro 1 podemos observar que, em Portugal, os 10% da população com
maiores recursos (decil topo) concentravam maior rendimento, correspondente a
25,9% dos rendimentos.
- Por sua vez os, o decil da base (os 10% da população com mais baixos recursos)
apenas detinha 2,6% do rendimento total.
- Podemos determinar o valor do rácio S90/S10 do seguinte modo: S90/S10= 25,9/2,6 =
9,96
- É possível concluir que em Portugal, em 2015, apresentava um nível de desigualdade
elevado entre o rendimento do 10% mais ricos e o rendimento dos 10% mais pobres. O
rácio S90/S10 era 9,96, ou seja, o rendimento dos mais ricos era 9,96 vezes superior ao
dos 10% mais pobres.

DESIGUALDADE DA DISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS INTERPRETAÇÃO DOS RÁCIOS -


S90/S10 E S80/S20

Segundo o INE, o rácio S80/S20 «é um indicador de desigualdades na distribuição do


rendimento, definido como o rácio entre a proporção do rendimento total recebido
pelos 20% da população com maiores rendimentos e a parte do rendimento auferido
pelos 20% de menores rendimentos.»

O rendimento total recebido pelos 20% da população com maiores rendimentos


corresponde ao quinto quintil e parte do rendimento auferido pelos 20% de menores
rendimentos corresponde ao primeiro quintil.
Vejamos o seguinte exemplo, relativo a Portugal, em 2015:

Quadro 2 – Proporção do rendimento auferido pelos 20% da parte superior (S80) e


pelos 20% (S20) da distribuição, em Portugal (2015). Em percentagem
S80 S20 S80/S20
41,4 7,0 5,9

Conclusões
- Podemos determinar o valor do rácio S80/S20 do seguinte modo: S80/S20= 41,4/7,0 =
5,9
- É possível concluir que em Portugal, em 2015, o rendimento dos 20% mais ricos
(quinto quintil) era 5,9 vezes superior ao dos 20% mais pobres (primeiro quintil). Os
20% mais ricos detinham 41,4% dos rendimentos e os 20% mais pobres, apenas 7%.

O limiar de pobreza:
-É o limiar do rendimento abaixo do qual se considera que uma família se encontra em
risco de pobreza.
-Este valor foi convencionado pela Comissão Europeia como sendo o correspondente a
60% da mediana do rendimento por adulto equivalente de cada país.
-Mediana: valor que divide o rendimento em duas partes iguais
-O rendimento por adulto equivalente, de acordo com o INE, é obtido dividindo o
rendimento líquido de cada família pela sua dimensão em número de
adultos equivalentes e o seu valor atribuído a cada membro da família.
6.3.4 – RENDIMENTO PER CAPITA

-Indicador utilizado na medição das desigualdades verificadas na repartição dos


rendimentos (per capita= por habitante).
-Utilizado para efetuar comparações entre países, entre regiões.
-Calcula-se:

Rendimento Nacional per capita = Rendimento Nacional/ População Total


-Indica-nos uma média, partindo da hipótese de igualdade.
A analise da sua evolução, indica-nos a ocorrência, ou não, de crescimento do
rendimento num dado país.

LIMITAÇÕES DESTE INDICADOR:


-O facto de ser uma média esconde, ou encobre, as desigualdades que se verificam na
repartição do rendimento e, por isso, no acesso à satisfação das necessidade e níveis
de bem-estar;
-Não tem em conta os rendimentos gerados no âmbito da economia informal, como é
o caso do trabalho voluntário e do trabalho doméstico;
-Não tem em conta a economia subterrânea, como é o caso dos rendimentos gerados
por atividades ilícitas;
-Não contabiliza os danos ambientais provocados pela produção ou pelo consumo de
bens poluentes;
-Não tem em conta a forma como a riqueza gerada no país distribuída por todos os
cidadãos, de forma a melhorar o nível e a qualidade de vida de todos os cidadãos sem
exceção.

6.4 – A REDISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS

A REDISTRIBUIÇÃO DE RENDIMENTOS
- Visa minimizar e corrigir desequilíbrios resultantes da primeira repartição dos
rendimentos e, ao mesmo tempo, permitir um melhor nível de vida a todas as pessoas.
Resulta da intervenção do Estado através das políticas fiscais e sociais.
➔ Existem assimetrias na repartição dos rendimentos, resultantes da repartição
primária dos rendimentos.
➔ As repartições dos rendimentos analisadas até aqui não conduzem a situações
equilibradas e justas.
Redistribuição dos rendimentos = repartição dos rendimentos primários +
transferências do estado − impostos diretos
DESPESAS PÚBLICAS- Conjunto de pagamentos efetuados pelo Estado.
RECEITAS PÚBLICAS- Receitas (encaixes) obtidos pelo Estado para fazer face às
despesas públicas.
POLÍTICA DE REDISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS- Tem como finalidade a promoção
da equidade, ou seja, a redução das desigualdades sociais originadas na repartição
primária dos rendimentos, através das políticas fiscais e sociais.
➔ O Estado proporciona aos cidadãos inúmeros serviços que satisfazem
necessidades coletivas. (o Estado só pode realizar essas despesas se dispuser
dos meios financeiros necessários à sua realização).
➔ A atividade do Estado exige que sejam arrecadadas receitas (receitas
públicas).
Receitas públicas:
-Patrimoniais ou voluntárias
-Coativas (taxas / impostos - diretos ou indiretos)
-Creditícias ➔ As receitas patrimoniais ou voluntárias apresentam em comum o facto
de resultarem de acordos negociais entre o Estado e os particulares e correspondem ao
valor das vendas efetuadas entre os dois agentes acima referidos.
➔ As receitas coativas são, pelo contrário, fixadas geralmente por via
legislativa, não resultando de qualquer negociação ou acordo travado entre os
particulares e o Estado. Estas receitas são prestações pecuniárias exigidas aos
particulares, que têm de se submeter a essa exigência. (ex.: taxas e impostos).
➔ As receitas creditícias resultam de meios financeiros fornecidos ao Estado
por outros agentes económicos, através do recurso ao crédito. Se o Estado não
conseguir obter todos os rendimentos que necessita para fazer face às despesas
públicas, origina uma dívida pública interna ou externa.

POLÍTICA FISCAL- Traduz-se na criação de impostos sobre bens e serviços e


rendimentos, por exemplo.
-Impostos diretos: -IRC - incide sobre os lucros resultantes de qualquer atividade
agrícola, industrial ou comercial, realizada por pessoa coletiva ou equiparada.
-IRS - recai sobre os rendimentos do trabalho, de capitais, de mais-valias, de
pensões e outros rendimentos (jogo, lotarias, etc), obtidos por pessoas singulares.
-IMI - incide sobre o valor patrimonial dos prédios rústicos e urbanos.
-IMT - recai sobre as transmissões de propriedade de bens imobiliários, quando
feitas a título oneroso.
-Impostos indiretos: -IVA - incide sobre os preços das mercadorias e serviços.
-Imposto de Selo - incide sobre os documentos designados na tabela geral do
imposto de selo.
-Outros impostos indiretos - impostos sobre os Produtos Petrolíferos e
Energéticos, Impostos de Consumo sobre o Tabaco, Imposto sobre o álcool e bebidas
alcoólicas, etc.

-Se sobre os rendimentos mais elevados incidem taxas superiores, a diferença entre os
montantes líquidos recebidos é inferior à existente inicialmente (antes da aplicação do
imposto).
- É através do Orçamento de Estado que são estabelecidas as fontes de receita do
Estado e as despesas a efetuar, durante um ano, para cumprimento das funções do
Estado.
POLÍTICA SOCIAL- A sua finalidade é atenuar as desigualdades sociais existentes entre
os cidadãos, garantir a igualdade de oportunidades, o acesso a meios que permitam a
satisfação das necessidades básicas e prevenir situações de pobreza e exclusão.
O Estado promove o fornecimento de bens e serviços públicos para a satisfação das
necessidades coletivas e efetua transferências sociais, como as pensões e os abonos
de família.
Exemplos de transferências sociais:
-Rendimento nacional de inserção: RNI
-Complemento Solidário para idosos: CSI

6.6 RENDIMENTO DISPONIVEL DOS PARTICULARES


-Corresponde ao rendimento que as famílias podem dispor para utilizar no consumo ou
na poupança
-Corresponde a:
Remunerações do trabalho+ rendimentos de empresa e propriedade+
transferências internas e externas -impostos diretos – contribuições sociais
➔ A totalidade dos rendimentos gerados no processo produtivo de um país,
num período de um ano, designa-se por Rendimento Nacional (RN). Este valor
é repartido pelos fatores produtivos intervenientes na produção.
➔ O RN não indica o rendimento de que um país pode realmente dispor.
➔ O rendimento disponível dos particulares é utilizado no consumo e na
poupança.

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