Você está na página 1de 3

10/04/23, 13:06 Os segredos da guerra pela bauxita na Amazônia - INESC

Os segredos da guerra pela bauxita na


Amazônia
08/24/2016, 4:11 PM | Estimated reading time: 5 min

Reportagem especial da Agência Pública revela a briga de quilombolas e


comunidades tradicionais contra os interesses de grandes mineradoras.

Encravado no meio da região amazônica, Porto Trombetas, distrito da


cidade de Oriximiná, no Pará, e às margens do rio Trombetas, é a meca
brasileira de um dos minérios mais valiosos do mundo atual, a bauxita,
com que se faz o alumínio e, por consequência, computadores,
celulares, panelas, latas, e mais uma infinidade de produtos da vida
moderna. Para ter acesso à bauxita, abundante na região amazônica,
vale de tudo um pouco: derrubar árvores, poluir rios, grilar terras,
expulsar indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais de suas
terras, sonegar impostos e até matar.

https://www.inesc.org.br/en/os-segredos-da-guerra-pela-bauxita-na-amazonia/?cn-reloaded=1 1/7
10/04/23, 13:06 Os segredos da guerra pela bauxita na Amazônia - INESC

A Agência Pública revela os meandros da exploração da bauxita na


Amazônia em uma ampla reportagem especial, “A Guerra Secreta pela
Bauxita“, publicada esta semana, detalhando a intensa briga existente
no Pará entre a população local e grandes mineradoras, como a
Mineração Rio do Norte, bem como a frágil – e por vezes negligente –
atuação do Instituto Chico Mendes na região, já objeto inclusive de
investigação do Ministério Público.

A reportagem informa que a riqueza gerada pela bauxita à empresa


Mineração Rio do Norte é inversamente proporcional aos impactos
ambientais causados na região.

A preocupação dos 6 mil moradores de Porto Trombetas,


funcionários ou parentes de funcionários da Mineração Rio do
Norte (MRN), traduz-se em recordes de produção. O último, do ano
passado, foi de 18,3 milhões de toneladas embarcadas, que se
converteram num lucro líquido de R$ 361 milhões.

Essa riqueza, que se avoluma desde que a mineração chegou por


lá, no fim da década de 1970, tem causado impactos irreversíveis
numa região de rica biodiversidade, secularmente habitada por
quilombolas. Descendentes de escravos fugidos que, nos idos do
século 18, se estabeleceram às margens do rio Trombetas e há
décadas brigam pela posse daquelas terras.

A disputa das férteis terras da região colocam em permanente conflito


quilombolas, a mineradora e ambientalistas. Segundo a reportagem, há
duas unidades de conservação que sobrepõem ao território das minas
e dos quilombos.

https://www.inesc.org.br/en/os-segredos-da-guerra-pela-bauxita-na-amazonia/?cn-reloaded=1 2/7
10/04/23, 13:06 Os segredos da guerra pela bauxita na Amazônia - INESC

Legalmente, essas áreas de preservação não podem ter um


proprietário privado, o que inviabiliza a posse de terras aos
quilombolas. O ICMBio, contudo, pode ter ido além das questões
legais, tomando atitudes que, em última instância,
negligenciam a existência das comunidades e favorecem a MRN.
De acordo com documentos obtidos com exclusividade pela
Pública, o Ministério Público Federal (MPF) de Santarém iniciou
uma investigação, que corre em segredo de justiça, para apurar a
conduta da instituição.

Leia aqui a íntegra da reportagem especial da Agência Pública.

Category: NOTÍCIA

Share

Related content

Políticas de financiamento são debatidas e...


Sorry, this entry is only available in Brazilian…

https://www.inesc.org.br/en/os-segredos-da-guerra-pela-bauxita-na-amazonia/?cn-reloaded=1 3/7

Você também pode gostar