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“Piñ a!

"Diabo-nii-sama... qual é o problema?"

Piñ a parou de andar quando viu seu irmã o mais velho em pâ nico.

Finalmente, eles terminaram aquela perda de tempo da reuniã o. Depois disso, os


senadores iriam discutir o futuro rumo que tomariam. Quando Piñ a se virou e parou,
seus movimentos foram contra o fluxo dos políticos se retirando, o que criou um
bloqueio frustrante em um dos corredores do prédio do Senado.

O que antes era um teto agora era um pedaço de céu aberto e as estrelas eram
visíveis.

A paralisaçã o repentina fez os senadores colidirem uns com os outros, e os


impactos espalharam faíscas das tochas que seguravam sobre os senadores jovens e
velhos. Entã o, eles lançaram olhares de reprovaçã o para Piñ a e passaram por ela.

Diabo, que encontrou Piñ a no meio da multidã o de senadores, conduziu-a a uma


pequena sala para evitar ouvidos indiscretos. Esta foi uma das salas menos
danificadas do prédio do Senado; ainda tinha três paredes de pé. Isso foi o suficiente
para ter privacidade.

“Você sabe sobre Zorzal?”

“Mm. O pai decidiu fazer de Ani-sama seu herdeiro. Posso dar um suspiro de
alívio desde que ele decidiu pela sucessã o oficial. Entã o, o que aconteceu agora?”

“Nã o sei o que aquele idiota está pensando, mas ele quer competir com o pai.
Nem ouso dizer de que lado estou.”

Diabo narrou o que aconteceu no quarto de Zorzal. No entanto, Piñ a precisou de


algum tempo para digeri-lo.

“…Bem, o Ani-sama nã o é sempre assim? Talvez ser nomeado herdeiro tenha


subido à cabeça. Algo astuto como isso soa errado para ele.”

“Concordo… do que se trata, afinal?”

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“Será que eu cometi um erro? Já que Ani-sama vai ser o Imperador um dia, é
natural que o Pai queira supervisioná -lo. Por que competir com ele? O que ele está
tentando fazer?”

“No momento, ele parece estar apenas observando e esperando.”

“O que significa que ele nã o vai continuar assistindo para sempre?”

Diabo parecia prestes a cuspir um grã o de areia na boca.

“Existem dois tipos de idiotas neste mundo. Alguns idiotas sabem que sã o
estú pidos. Os outros idiotas apenas pensam que sã o espertos. Esse sujeito soa como o
ú ltimo caso.”

“Papai agora está planejando aconselhar Zorzal e quando ele morrer, espera que
Diabo-nii assuma o controle para que o Império possa continuar... pelo menos é o que
eu acho?”

“Ele quer que eu seja o conselheiro daquele idiota? Ninguém me disse nada
parecido. Por que diabos eu tenho que aconselhá -lo!? Merda, meu pai desistiu cedo
demais!”

Cheio de raiva, Diabo socou a parede quebrada. A frá gil camada de tinta se
desprendeu com o impacto e se transformou em poeira que se desfez.

“Ani-sama. Na maioria dos casos, o filho mais velho tem o direito mais convicto
ao trono. As pessoas nã o vã o se importar com sua personalidade ou talentos (ou falta
deles), apenas que ele é o filho mais velho. A mesma coisa se aplica ao exército. Se
perturbarmos essa ordem natural e tentarmos determinar a sucessã o do Imperador
com pura habilidade, pode haver outras pessoas ambiciosas que pensem “Eu também
posso fazer isso” e faça sua oferta. Se isso acontecer, o país mergulhará no caos.

Claro, há exceçõ es a esta regra. É por isso que o Pai se preocupará com sua
decisã o até o fim. No entanto, o país está agora em perigo. Se papai o escolhesse como
imperador, Zorzal se oporia a você e o país correria um perigo ainda maior. Com isso
em mente, foi a decisã o mais sensata deixar Zorzal assumir o trono.

Diabo-nii-sama, nã o há muitas pessoas como Zorzal-nii-sama, mas há muitos nos


tribunais que o apoiam.”

As palavras calmas e ló gicas de Piñ a clarearam a cabeça de Diabo. Ela havia


crescido enquanto ele nã o estava olhando. Suas palavras foram muito persuasivas.

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Quando Diabo se comparou com o irmã o mais velho, sentiu que seria melhor na
administraçã o. Assim, ele trabalhou incansavelmente para se tornar o pró ximo
imperador, mas esqueceu que seu tio, irmã zinha e irmã ozinho também eram seus
rivais pelo trono.

O que sua irmã zinha faria quando percebesse isso?

Zorzal nã o tratava a irmã como rival, pois acreditava que os inimigos de alguém
nã o tentariam se aproximar dela. Portanto, Diabo teve que pensar em como fazer uso
de suas conexõ es e influência. Nesse ponto, Diabo olhou para o outro lado das coisas;
que se o exército inimigo trabalhasse com Piñ a, ela seria um inimigo assustador. Ele
precisava fazer uso dela o mais rá pido possível.

Ao pensar nisso, um arrepio percorreu sua espinha.

Diabo de repente percebeu que Piñ a era a mais pró xima do trono.

Uma tá tica comum que o Império usava era ajudar um nobre que estava mais
alinhado com os interesses do Império a se tornar rei de seu país, assinando entã o
uma aliança formal com o país que agora tinha os interesses do Império em mente. O
país do Japã o possuía um poder militar esmagador e estava em uma boa posiçã o para
fazer uso dele. Seu pai, o imperador, nã o poderia ter esquecido isso.

Com isso em mente, Diabo tentou ver a situaçã o do ponto de vista do imperador.
Ê nfase em “tentou”.

Ele tinha muito pouca informaçã o para trabalhar, mas depois de adicionar Piñ a
à equaçã o e considerando que Zorzal se tornaria o príncipe herdeiro, ele podia ver
os contornos do futuro tomando forma.

“O Japã o é muito brando como inimigo. Contanto que você nã o lute contra eles
de frente…”

Ao relembrar as palavras do imperador, Diabo percebeu que isso implicava que


os japoneses eram facilmente manipulados. Eles amavam seu povo, eram amigos da
justiça e confiavam demais. Como alguém faria uso de inimigos assim? Nã o, como
alguém poderia fazer aliados deles?

Em outras palavras, bastava mudar a atual relaçã o antagô nica entre o Império e
o Japã o.

Mas como fazer isso? A pessoa chave para esse plano era… Piñ a.
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Ele precisava criar uma situaçã o em que Piñ a acabasse se opondo ao príncipe
herdeiro.

A melhor maneira de fazer isso era fazer com que Zorzal travasse uma guerra
contra os japoneses. Zorzal faria o papel de belicista. Para que isso acontecesse, eles
precisavam de uma vantagem militar, ainda que temporá ria, e entã o as vitó rias
iniciais e o equívoco da situaçã o levariam à confusã o. Isso exigiria um conjunto de
habilidades que eram completamente diferentes da política...

Se ele pudesse colocar esse plano em prá tica, poderia ter o Japã o aliado a Piñ a
para a justa causa de acabar com a guerra. O poder militar do Japã o eliminaria
Zorzal e Piñ a assumiria o trono.

Dessa forma, o Japã o, que até entã o era seu inimigo, passaria a ser um aliado de
Piñ a, ou seja, um aliado do Império. Depois disso, o Japã o ajudaria a sustentar a
autoridade do Império e eles poderiam absorver a cultura e o conhecimento
japoneses mais rapidamente do que os outros países. De certa forma, Zorzal seria
um sacrifício por esse futuro, enquanto ele pudesse ficar em um lugar seguro.

Quanto a Piñ a, ela nã o poderia ignorar o pai, mesmo que se tornasse imperatriz.
Além disso, ela nã o tinha ninguém especializado em administraçã o nacional ao seu
lado. Tudo o que ela podia fazer era usar as pessoas que seu pai lhe dera... o que
significava que havia uma chance de que ele pudesse dar as ordens por de trá s do
trono.

“Umu~”

Depois de pensar no assunto com calma, ele decidiu abandonar o plano de


Zorzal de “o imperador aposentado contra o atual imperador Zorzal”. Em vez disso,
seria mais prá tico transformar o Japã o, que era uma das cartas escondidas de Pina,
em um aliado.

Embora Zorzal quisesse competir com o pai, o fato é que sua imaginaçã o estava
muito atrá s da do pai. Mais importante, ele nã o tinha o poder de fazer sua vontade se
tornar realidade.

Diabo sentiu como se tivesse acordado de repente das mentiras de seu irmã o
mais velho.

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Se isso continuasse, seria perigoso ser aliado de Zorzal. E mesmo que Zorzal se
tornasse o imperador e Diabo seu aliado, sua vida também seria incerta… No final,
tudo o que ele podia fazer era se tornar um conselheiro de Piñ a, o fantoche de seu
pai.

Como Diabo estava de olho no trono, ele começou a pensar em como poderia se
colocar no lugar de Piñ a. Em outras palavras, ele precisava recuperar o atraso em
seu relacionamento com o Japã o. Nesse campo específico, ele havia ficado muito
para trá s.

Diabo continuou pensando.

Mais uma vez, ele tentou pensar como o imperador.

Ele acrescentou Piñ a e o Japã o ao plano simples do imperador se opondo a


Zorzal e depois pensou em como se tornar o fulcro sobre o qual girariam todos os
seus relacionamentos.

Sendo assim, o que Diabo poderia fazer era se tornar uma quarta facçã o. Entã o,
quando chegasse a hora certa, ele poderia lançar um voto de desempate para se
tornar o pró ximo sucessor.

A questã o agora era com quem ele poderia se aliar.

Talvez ele pudesse se aliar à s naçõ es vassalas do Império. Naturalmente, já que


ele iria se juntar à batalha pelo trono, certamente desejaria um poder que pudesse
lutar contra o Exército Imperial. Se nã o houvesse forças como essa, o que
aconteceria se ele olhasse através do Portã o, dentro do Japã o ou em países além do
Japã o? Deve haver uma facçã o poderosa o suficiente por aí, certo?

“…? Nii-sama, você está perdido em pensamentos de novo?”

Qualquer um acharia estranho se outra pessoa pensasse por tanto tempo.

“Embora eu entenda que a falta de consideraçã o de Zorzal-nii-sama é


preocupante, Diabo-niisama também está pensando demais no assunto.”

Ao perceber que Piñ a estava olhando para ele, Diabo escondeu seus planos e
respondeu que quem estava confuso era Piñ a.

“Quem é, afinal? Quem foi que colocou aquele grande idiota do Zorzal lá em
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cima?”

“Bem, se você o está chamando de idiota... na verdade, você nã o acha que Zorzal-
nii-sama pode realmente ter a habilidade pra ter sucesso, e que ele estava apenas
escondendo até agora?”

"Impossível! Ele é um idiota. Basta considerar o seguinte. Se ele tinha medo do


pai, deveria ter escondido seus talentos até que o pai falecesse. Mas ele os expô s em
um momento como este; isso nã o faz dele um idiota?”

“Bem, nii-sama, você nã o acha que isso é um pouco demais? Talvez ele
simplesmente estivesse muito feliz por se tornar o príncipe herdeiro, entã o nã o
conseguiu se controlar por um momento.”

“De qualquer forma, ele é um verdadeiro idiota! Isso nã o pode ser mudado! E se
ele é realmente tã o idiota quanto pensamos, quem sabe que coisas tolas ele fará !

O fato é que enquanto se fazia de idiota e fazia bobagens, Zorzal acabou


acreditando que era um verdadeiro gênio quando na verdade era um grande idiota!!

Ouça, Piñ a. Aquele grande idiota é muito assustador. A pior parte disso é sua
inteligência mesquinha!! Há muitos comerciantes idiotas que sã o tolos e estupidos.
Quem sabe, eles podem ser apenas um fio de cabelo separado dos gênios. O
problema é que grandes idiotas arrastam todos ao seu redor.

Nã o é mais apenas um problema dele. Também envolve você, Piñ a. É melhor


você pensar no que fazer depois disso.”

Essas ú ltimas palavras podem muito bem ter sido um aviso para Piñ a que dizia:
“O Império girará em torno de você no futuro. As pessoas atrá s de você (incluindo o
pró prio Diabo) observarã o para ver como você move o Império.”

“Na verdade, tenho pensando nisso há muito tempo.”

“Você, você tem? Bem, como esperado, nã o há como você nã o pensar nisso.”

Como esperado, ela tinha o trono em vista. Sua irmã era realmente alguém para
se observar. No entanto, a batalha nã o seria decidida até o final. Diabo cerrou os
punhos e resolveu nã o perder. E entã o, a resposta de Piñ a nã o foi bem o que Diabo
esperava.

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“Eu quero ser uma protetora das belas artes!”

A maneira como ela respondeu foi como se ela nã o percebesse sua situaçã o.

******

Tyuule tirou o colar de couro em volta do pescoço, antes de jogá -lo fora com
nojo. Entã o, ela desabou de bruços em sua cama simples, em seu quarto pessoal
apertado.

Ela cobriu o rosto, coberto de hematomas e marcas de mordidas, com as duas


mã os. Ela os pressionou com os dedos, mas sabia que as marcas ainda estavam lá .
Mesmo sabendo que eles nã o iriam desaparecer quando pressionadas, ela ainda nã o
conseguia se conter.

“.......”

Ela suspirou suavemente. Depois disso, uma voz abafada e rouca veio de baixo de
sua cama.

“Tyuule-sama. Sou eu Bouro.”

Ainda de bruços em sua cama, Tyuule respondeu como se estivesse falando


dormindo.

“O que é?”

“Este é o relató rio que recebemos de seu subordinado em Arnus.”

“É só isso. Coloque-o de lado. Vou ler depois.”

Ela era grata pela lealdade de seus subordinados, mas agora estava muito
cansada. Até o parente mais pró ximo se sentiria um estranho neste momento.

Bouro nã o tinha outras obrigaçõ es além de entregar o relató rio, entã o Tyuule
esperava que ele fosse embora. No entanto, o servo leal de Tyuule permaneceu onde
estava.

“Tyuule-sama. Como Zorzal agora é o príncipe herdeiro, o fim do Império é


apenas uma questã o de tempo.”

Tyuule zombou em seu coraçã o e murmurou baixinho sobre por que ele ainda
nã o havia partido. Ela quase começou a mandá -lo embora. No entanto, Bouro era seu
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ú nico lacaio. Sem Bouro, Tyuule se tornaria verdadeiramente o pá ssaro engaiolado de
Zorzal. Portanto, ela nã o poderia rejeitá -lo com muita severidade.

O que esse macho feio queria era uma recompensa. E, de fato, a lealdade
merecia uma recompensa adequada. No entanto… Tyuule estava cansada disso.
Primeiro Zorzal. E agora este homem.

Tyuule agarrou a cabeça dela, virou-a para que ela ficasse deitada de costas e
entã o deixou uma perna balançar no chã o.

Em pouco tempo, um som líquido e pingando subiu de baixo dela, acompanhado


pela sensaçã o de uma língua lambendo seus pés. Tyuule cerrou os dentes contra a
sensaçã o desagradá vel e falou calmamente.

“Puxa o saco daquele bastardo tem sido uma á rdua tarefa.”

Você é um grande homem, mas outras pessoas o subestimam, apesar de seu


grande talento. É por isso que os gênios não podem ser compreendidos por aqueles que
estão abaixo deles. Deixe-os falar o que quiserem. Pelo menos, eu entendo você.

Você é forte e justo. É claro que seus gestos magníficos atrairão a inveja dos
outros. Você está, não, apenas você está verdadeiramente correto.

Você é perfeito. Seus métodos são muito revolucionários, então os plebeus não
podem entendê-los.

Um gênio não precisa fazer como um plebeu. Faça o que quiser. O seu é o caminho
certo.

O imperador teme você, então não é que ele não o nomeou príncipe herdeiro, mas
ele não poderia. O Imperador é um homem temível que matou seu irmão jurado. Ser
temido por uma pessoa tão temível prova que você é um ser perfeito. Para não ser
assassinado como seu irmão jurado, você precisa ficar à espreita. Esconda seu talento.
Esconda sua habilidade. Finja ser um homem inútil. Agora, você só pode desempenhar
o papel de uma pessoa inútil.

Tyuule sussurrou essas palavras cobertas de mel nos ouvidos de Zorzal entre
seus doces gemidos, e foi assim que ela capturou a alma dele.

Ele acreditava naquelas mentiras agradá veis, e com elas como base acreditava
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ainda mais mentiras, e entã o mentiu para si mesmo porque acreditava naquelas
doces mentiras. Nesse está gio, ele nã o suspeitava mais dela. Seu ego e confiança se
expandiram sem base para tal, e ele até reivindicou as ideias de outras pessoas como
suas. Ou melhor, ele tratou isso como se outras pessoas roubassem suas ideias.

“Nã o vale a pena temer os guerreiros covardes do outro mundo”, ela sussurrou,
e quando o futuro imperador a ouviu, o que ele pensou foi: “Como você veio a
conhecer meus pensamentos?”

“No entanto, nã o devo ser descuidado. Preciso encontrar uma maneira de


sabotar as negociaçõ es de paz. Nã o importa o que aconteça, tenho que fazer a guerra
continuar. Devo alimentar o fogo da guerra. Deixe todos os humanos nesta terra se
odiarem, amaldiçoarem, massacrarem, saquearem e destruírem uns aos outros, até
que o Império caia. Deixe o Império queimar, deixe as ruas queimarem, deixe as
aldeias queimarem, deixe os humanos desaparecerem da face da terra. Eles nã o
receberã o um ú nico fragmento de misericó rdia. Só entã o minha vingança será
completa.”

“Entã o, eu tenho uma boa ideia. Mate o escravo Nihon. Eles destruíram o prédio
do Senado depois de descobrir que alguns de seu povo foram escravizados. Se eles
soubessem que o resto foi morto, eles ficariam loucos de raiva.”

“Eles atacaram apenas porque um ou dois de seu povo foram feitos escravos…”

Quando Tyuule ouviu essas palavras, a irritaçã o inominá vel em seu peito tornou-
se raiva. Quando ela mesma foi escravizada, ninguém veio ajudá -la. Ninguém a salvou.
Ninguém simpatizava com ela. Ninguém pensou nela.

E entã o, ela ouviu que aqueles de seu povo que sobreviveram realmente
acreditaram nas mentiras de que ela traiu sua raça e juraram vingança contra ela.

Ela nunca poderia perdoar isso.

Ela havia se sacrificado por sua casa. Mas ninguém pensou em recompensá -la
por isso. Ninguém a amava por isso e, simplesmente, ela nunca os perdoaria por sua
tolice. E agora sua raiva iria se espalhar para Noriko, que estava na mesma situaçã o
que ela.

"Ingênuo. Muito ingênuo. Eu nã o posso fazer isso sozinha. Preciso implicar um


membro da família real. A melhor escolha seria Piñ a. Mas se isso nã o for possível,
Diabo também serve. Noriko precisa ser morta de alguma forma. Entã o a guerra
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continuará . Ela continuará para sempre. A guerra atrairá todos ao seu redor. Os
humanos se matarã o uns aos outros e seus cadá veres cobrirã o a terra. Zorzal e o
Império que matou meu pai, minha mã e, meu irmã o e minha tribo serã o destruídos.
Tudo será destruído. E ai ficarei satisfeita. E entã o, Bouro, vou conceder o seu
desejo…”

O homem feio que lambia a panturrilha de Tyuule tinha um rosto que parecia
um cruzamento entre um porco e um cachorro. Seus olhos brilharam enquanto suas
feiçõ es feias se contorciam em um sorriso.

“Deixe comigo, Tyuule-sama. Vou quebrar a cabeça por você. Como tal, por
favor, nã o se esqueça do nosso acordo. Eeheeheeheehee…”

******

Esta foi uma reuniã o dos Ministros das Relaçõ es Exteriores dos Estados Unidos,
Canadá , Reino Unido, França, Alemanha, Itá lia, Rú ssia, China e Japã o. Kanou Taro
estava lá , mas seu fone de ouvido fervia em sua orelha, causando dor.

Ele puxou o fone, que transmitia palavras traduzidas, e tentou vá rias vezes
esfriar as orelhas. No entanto, seu corpo era do tipo que esquentava com facilidade
e, como as palavras trocadas pelos diplomatas o excitaram, sua temperatura voltou a
subir. Ele teve que dominá -la por pura força de vontade.

Kanou suspirou e falou com o Ministro das Relaçõ es Exteriores da Rú ssia, cujo
nome era Vladimir.

“Nã o podemos aceitar um pedido como esse. Ginza está situada no coraçã o do
nosso distrito econô mico em Tó quio. Nã o podemos aceitar um estacionamento
incondicional de forças armadas estrangeiras lá . Sem falar que nosso país nã o tem
motivos para confiar na Rú ssia. Afinal, a invasã o da Ossétia do Sul na Geó rgia nã o foi
uma ocorrência recente?”

Demorou algum tempo para os tradutores traduzirem as palavras de Kanou


para o russo. Kanou aproveitou para tomar um gole de uma garrafa de á gua mineral
em sua mesa. O rosto de Vladimir mudou de cor ao ouvir as palavras de Kanou, e ele
começou a falar com força em Kanou. No entanto, Kanou nã o falava russo, entã o
esperou com uma expressã o vazia enquanto os tradutores faziam seus trabalhos.

A mensagem traduzida foi:


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“Nã o toleraremos sua calú nia maliciosa contra nossa naçã o. As açõ es do meu
país na Ossétia do Sul foram tomadas para proteger nosso povo. Quem deveria ser
censurado sã o os georgianos, que queriam fazer uma limpeza étnica. As açõ es
militares do meu país foram justificadas e estã o acima de qualquer crítica!”

Kanou deu de ombros e disse: “Eu estava brincando”, e o vice-ministro das


Relaçõ es Exteriores se virou para olhar para ele. O vice-ministro nã o mostraria sua
habilidade aqui ... em outras palavras, ele estaria lidando com as negociaçõ es
secretas pelas costas das pessoas (em outras palavras, negociaçõ es por baixo dos
panos). Depois de receber a aprovaçã o dos representantes americanos, britâ nicos e
alemã es, ele rabiscou em um bloco de notas e mostrou a Kanou.

O bloco de notas dizia: “Amplo acordo. Detalhes a serem definidos.”

“Bem, tudo o que vi foram soldados russos apontando suas armas para
membros da imprensa…”

Enquanto os tradutores faziam seu trabalho, eles de alguma forma conseguiram


transmitir o tom de Kanou de uma maneira muito agressiva.

Vladimir bateu na mesa e se levantou, as pontas das orelhas vermelhas. “Essas


sã o mentiras da mídia ocidental!”

“As transmissõ es ao vivo sã o difíceis de falsificar. Acredito que as novas


“evidências” fornecidas pelo governo russo post facto sã o as falsificaçõ es. De qualquer
forma, nosso país nã o pode confiar no seu. Portanto, o Japã o rejeita o pedido russo.”

O chanceler russo olhou para os representantes dos outros países, cerrando o


punho.

Esta cú pula do G8 foi convocada para discutir problemas econô micos e


políticos. Naturalmente, o Portã o que apareceu em Tó quio, no Japã o, foi um desses
tó picos.

O incidente aconteceu no Japã o, entã o deveria ser um problema do Japã o. E a


gestã o do Portã o também deve ser responsabilidade do Japã o.

No entanto, uma vez que aprenderam sobre os vastos recursos escondidos além
do Portal, eles ignoraram as desvantagens que ele trazia consigo (em outras
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palavras, a guerra) e se concentraram inteiramente em seus benefícios.

Cada país estava basicamente dizendo a mesma coisa: “Nã o monopolize tudo,
compartilhe um pouco conosco”. Além dos países do G8, havia outros países
interessados no Portã o, como Coreia, Índia, Taiwan, Brasil, México, Austrá lia,
Cingapura, entre outros. (Nota do Tiulau: A gente tem que levar o jeitinho brasileiro
pra lá )

O primeiro-ministro Morita cedeu à pressã o de todos esses países e decidiu


fazer uma grande concessã o.

Claro, o Japã o nã o poderia simplesmente estender o tapete vermelho para eles.


Eles tinham que cuidar de seus pró prios interesses também. Nã o se podia
simplesmente entrar na casa de outra pessoa com sapatos enlameados. Eles tinham
que dizer o que precisava que ser dito e recusar o que tinha que ser recusado.

Essa foi a principal demanda que Kanou e Natsume fizeram durante a reuniã o
do Gabinete. O Gabinete concordou no final, mas acrescentou suas pró prias
restriçõ es ao plano antes de aprová -lo.

E assim, o uso do Portã o e a quantidade de intervençã o que o Japã o aceitaria em


seu solo seriam decididos pelas oito naçõ es daqui.

Agora, foi a vez do ministro das Relaçõ es Exteriores do Japã o falar.

“Nosso país está profundamente preocupado com as ameaças feitas ao Japã o


pela Regiã o Especial, ou seja, pelo Exército Imperial. Por favor, acredite que agimos
com a defesa e segurança de Tó quio em mente. O que desejamos é entrar na Regiã o
Especial, observar o exército japonês e fornecer a presença militar mínima
necessá ria para proteger os interesses de nosso país. Uma recusa neste ponto
apenas atrairá suspeitas sobre sua reticência em divulgar suas atividades. Por favor,
lembre-se disso.”

Kanou lembrou que a Embaixada da Coreia havia dito algo semelhante.

“Por favor, fique à vontade. Desde que o Japã o foi derrotado na Segunda Guerra
Mundial, nos tornamos um país democrá tico. Jamais cometeríamos atrocidades
como a repressã o militar e os subsequentes massacres de uigures e tibetanos. De
fato, nosso país convidou os residentes da Regiã o Especial para compartilhar suas
opiniõ es perante a Dieta Nacional e fornecer provas da açã o justa do JSDF. Se ainda
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tiver dú vidas e insistir em visitar pessoalmente a Regiã o Especial, nã o é um pedido
impossível, embora tenhamos que estipular algumas condiçõ es antecipadamente.”

Estes foram os pontos principais dos termos ditados aos Chanceleres dos
diversos países:

“Para começar, como o Portal está em Tó quio, qualquer viagem à Regiã o


Especial deve passar por Tó quio. No entanto, nenhum país permitiria que militares
estrangeiros passassem por seus centros econô micos. Esperamos que vocês
reconheçam esse fato.

Além disso, ao passar pelo territó rio japonês, o pessoal das vá rias naçõ es deve
obedecer à s leis de nosso país. Nosso país regulamenta fortemente a posse de armas
de fogo, lâ minas e outras armas sã o estritamente proibidas.

De acordo com os regulamentos de nosso país sobre explosivos e ingredientes


que possam ser usados para fazer explosivos sã o proibidos de serem levados para a
Regiã o Especial. Se houver necessidade de transportar tais itens, será feito de
acordo com os métodos do nosso país. Além disso, obedeça à s nossas leis de
trâ nsito.

As violaçõ es serã o punidas de acordo com as leis do nosso país. Além disso,
para fazer cumprir essas condiçõ es, os visitantes serã o submetidos a revistas de
bagagem. A recusa dessas buscas também estará sujeita a puniçã o.

No caso imprová vel de militares estrangeiros armados serem encontrados em


Ginza por qualquer motivo, eles serã o vistos como infratores de acordo com as leis
de nosso país e serã o imediatamente alvejados pelas tropas da JSDF. Quaisquer
veículos ofensivos serã o destruídos. Além disso, solicitaremos uma compensaçã o
dos países de origem dos soldados infratores, no valor de um milhã o de dó lares
americanos por infrator. Se quaisquer edifícios ou outros ativos de nosso país forem
danificados no processo, solicitaremos uma quantia adequada de compensaçã o por
eles também.

Além disso, esses valores serã o pagos à nossa naçã o na forma de um depó sito.
Assim, para o envio de tropas à Regiã o Especial, será necessá rio um depó sito, cujo
valor varia de acordo com o nú mero de efetivos enviados. Se houver dez pessoas, o
depó sito será de dez milhõ es de dó lares americanos e, se houver 100 pessoas, o
depó sito será de 100 milhõ es de dó lares.”

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A essa altura, os rostos dos ministros dos vá rios países eram má scaras severas.

Apenas o ministro das Relaçõ es Exteriores americano estava sorrindo. O


TMCSUSJ permitia que soldados americanos portassem armas em solo japonês, entã o
as condiçõ es acima eram irrelevantes para eles. Quanto ao dinheiro do depó sito, nã o
havia necessidade de os EUA se preocuparem em recuperá -lo, dada a relaçã o entre os
EUA e o Japã o. Além disso, a quantia era uma ninharia em comparaçã o com os
benefícios potencialmente vastos que eles poderiam obter com o Portal.

<TD Nota: Tratado de Cooperação Mútua e Segurança entre os Estados Unidos e o


Japão>

Os ministros do Reino Unido e da Alemanha permaneceram impassíveis, mas


estavam rabiscando notas um para o outro em algum tipo de discussã o.

Na verdade, esses dois países há muito desistiram de ganhar qualquer territó rio
e benefícios do Portã o. Muito parecido com os EUA, eles perceberam a dificuldade de
enviar e apoiar um grande exército através do minú sculo canal do Portã o. Portanto,
eles decidiram fornecer suporte ao Japã o em troca de outras contraprestaçõ es.

Se fosse esse o caso, eles nã o precisariam de muito poder de fogo ou pessoal de


inteligência para vigiar os japoneses. O depó sito que eles precisariam pagar seria
correspondentemente mínimo.

Os canadenses e italianos pareciam consultar seus embaixadores. Eles podem


estar se comunicando com seus países. Negociaçõ es clandestinas também estavam
ocorrendo, pois cada um deles apresentava seu caso e ouvia os outros antes de
chegar a uma decisã o que todos estavam dispostos a cumprir.

O problema agora era a França, com suas grandes colô nias ultramarinas, a
Rú ssia militar que poderia lançar uma invasã o, assim como a China, que
impiedosamente reivindicava territó rio e reprimia minorias. Esses três países
balançaram a cabeça amargamente para o Japã o.

Assim como haviam feito um século atrá s, esses países planejavam dedicar uma
grande quantidade de poder de combate para garantir os direitos das colô nias.

A França ainda tinha muito em que pensar em relaçã o ao problema de


reabastecimento, mas como a China e a Rú ssia estavam mais pró ximas do Japã o,
suas cadeias de abastecimento eram curtas e como naturalmente priorizavam suas
forças armadas, nã o precisavam se preocupar muito com a natureza ú nica das
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estradas do Japã o.

Além disso, a China queria resolver seu problema de superpopulaçã o


exportando seu povo para a Regiã o Especial.

Uma vez que eles transferissem seu povo para lá , eles poderiam assumir o
controle da regiã o com forças militares sob o pretexto de proteger seu povo. No
entanto, o Japã o certamente exigiria um depó sito ruinosamente enorme para
transferir seu povo, entã o a China nã o concordaria.

“Meu país nã o tomará medidas que afetem a economia ou a política do Japã o.


Portanto, sentimos que esse depó sito excessivo é desnecessá rio. Além disso,
sentimos que a execuçã o sumá ria de pessoal armado é muito bá rbara. Por favor,
reconsidere seus termos.

Kanou respondeu ao ministro das Relaçõ es Exteriores da França.

“Eu recuso.”

Embora ele nã o entendesse o que Kanou estava dizendo, fogos de artifício


pareciam explodir atrá s dos olhos do francês.

“Perdã o?”

“Por favor, permita-nos recusar educadamente. O grande depó sito destina-se a


impedir o movimento excessivo de força militar para a Regiã o Especial. Isso porque
nosso país nã o deseja desestabilizar a Regiã o Especial. Em particular, estamos
atualmente em negociaçõ es com as forças armadas do local. Se o caos estourar
durante esse período, a situaçã o pode evoluir para um conflito armado. Ou a França
pretende causar estragos em nossos distritos políticos e econô micos e aproveitar a
confusã o para lançar um ataque?”

“Absolutamente nã o!”

“Você jura que as tropas francesas que serã o enviadas além do Portã o nã o
causarã o problemas em Ginza?”

“Claro.”

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Entã o, Kanou respondeu, confiante de que o problema havia sido resolvido.

“Como o pessoal francês nã o entrará em Ginza portando armas, nã o há


necessidade de se preocupar com execuçõ es sumá rias, porque nã o há como eles
cometerem crimes que exijam essas execuçõ es. Estou correcto? Ou há planos para
cometer crimes assim que chegarem lá ?”

Quando Kanou disse essas palavras, as deliberaçõ es do dia terminaram.

******

Em outro lugar, indiferente à opiniã o do mundo e ao que acontecia nos


bastidores, Itami estava tateando cegamente na cidade de Arnus.

Ele tinha um mau pressentimento sobre isso. Foi uma sensaçã o muito ruim.
A loira Elfa que Yanagida mencionará só poderia ser Tuka. Ninguém mais se encaixa
nessa descriçã o neste lugar.

Itami nã o desgostava de Tuka. Nã o, na verdade, ela era do tipo que ele gostava...
ok, ele gostava muito dela.

Ela era linda e nã o precisava de maquiagem para ser atraente. Seu rosto era
bonito, seu cabelo era de um tom dourado mel, sua pele era macia e sedosa, seus
membros eram esbeltos e assim por diante. Ela fazia as pessoas quererem vesti-la
como uma boneca viva.

Seus olhos azul centá urea possuíam um encanto misterioso ao qual Itami nã o
resistiu.

Se ela tivesse problemas, isso só o faria querer falar com ela ainda mais. No
entanto, Itami sentiu que havia uma parede intransponível entre eles, entã o ele nã o
o fez.

Aquela parede era como uma gigante bomba nã o detonada em sua mente. “Vá
ver a elfa loira.”

Ele se lembrou do rosto irritante de Yanagida e de suas palavras.

Ele pensou em Tuka e naquela bomba nã o detonada que poderia explodir a


qualquer momento.

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Itami a tratou gentilmente até agora para nã o deixar aquela bomba explodir.

Se algo acontecesse, se ela perdesse o equilíbrio em seu coraçã o, o que


aconteceria com ela? Nã o, isso estava errado.

Ele sabia o que aconteceria com ela. Foi por isso que ele tentou negar. Desviou
os olhos dela porque nã o queria vê-la.

Depois que Yanagida saiu, Itami e companhia. dirigiram-se para o bairro


residencial da cidade de Arnus, que foi quando ele começou a se atrapalhar.

Ele tinha que verificar Tuka. No entanto, se a situaçã o se tornou aquela que ele
mais temia, de repente ele nã o queria se aproximar dela. Enquanto ele oscilava para
frente e para trá s, levou 25 minutos para chegar ao seu destino. Ele deve ter
parecido um perseguidor.

Qualquer um suspeitaria da maneira como ele chegou tã o perto do quarto de


uma garota. No entanto, todos no ALC, das crianças aos idosos, conheciam Itami.
Entã o, quando eles o viram fazendo algo estranho, eles o cumprimentaram em
silêncio.

“Itami-ojisan, boa noite… o que aconteceu?”

Ele era um menino cerca de dois a três anos mais novo que Lelei.

Ele estava segurando uma caixa cheia de escamas de Wyvern lavadas. Itami sabia
por que ele trabalhava até tarde.

A ALC cresceu bastante e o nú mero de pessoas que eles empregavam aumentou.


Mesmo assim, os moradores da Aldeia Coda nã o pararam de trabalhar. Talvez nã o
tivessem certeza de sua posiçã o, mas nã o pensaram em contratar pessoas para
trabalhar para eles.

À medida que mais e mais pessoas vinham para o ALC, assim como novos
membros... bem, era uma sensaçã o complicada para eles. Claro, eles precisavam de
pessoas para ajudá -los, mas todos achavam que deveriam dar um bom exemplo
fazendo o trabalho primeiro. Portanto, era difícil para os trabalhadores fazer
bobagem enquanto o patrã o nã o estava olhando. Ou melhor, se eles relaxassem
enquanto as crianças se esforçavam ao má ximo para ganhar dinheiro, eles seriam um
fracasso como adultos.

Além disso, el\s tinham naturezas simples. Elas respeitavam muito os


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especialistas que podiam fazer coisas que elas nã o podiam, como mercená rios,
comerciantes, engenheiros e outras profissõ es que exigiam conhecimento
especializado. Elas diriam “E entã o, quando você faz isso, isso se resolve.” “Uau, você
é incrível, oji-san!” ou algo assim. A essa altura, quem nã o queria trabalhar
provavelmente estava sendo teimoso.

Quem diria, pode ser por isso que este lugar foi chamado de “Céu” ou “O melhor
local de trabalho”. Sendo assim, as tarefas administrativas importantes eram
realizadas por Lelei, Tuka, Rory e Kato, para que ninguém pudesse tentar explorá -las
por meio de brechas. E eles também tinham o JSDF para segurança.

No passado, um homem desonesto tentou enganar as pessoas, mas em face das


terríveis técnicas de cá lculo mental dos MPs JSDF (na Regiã o Especial, a maioria das
pessoas que podiam fazer cá lculos mentais estavam fazendo trabalhos mais
importantes), seu esquema desmoronou e ele ficou encharcado de suor frio.

Bem, enquanto este homem estava sendo transferido para um emprego onde
nã o teria contato com dinheiro, ele tentou violência contra uma dark elf, o que
resultou em sua demissã o e envio para Itá lica para julgamento.

Por causa disso, o macho Harpia que estava trabalhando com o menino entrou
em pâ nico e disse: “Ah, jovem mestre, deixe-me levar isso de volta para você”, e
entã o ele carregou a caixa de balanças de volta ao armazém. O menino, agora com as
mã os vazias, correu até Itami e fez a mesma pergunta de agora pouco: “O que há de
errado?” com um olhar travesso no rosto.

“Nada está errado. É só … uma coisinha.”

“Por coisinha que você quer dizer… um ataque noturno?”

Agora, este era um garoto precoce. Ainda assim, se ele fosse dois anos mais
novo que Lelei, ele teria 13. Nã o foi muito surpreendente ouvir essas palavras de um
menino à beira da maturidade. O que um adulto normal faria agora? Repreendê-lo?
Ou liberá -lo?

Itami estava curioso para saber de onde ele havia aprendido essas palavras.
Entã o ele respondeu: “Bem, nã o,” para o menino. Depois disso, ele continuou em um
tom mais sério: “Você pode pensar isso, mas nã o diga. Se rumores estranhos
circularem, será ruim para a garota de quem você está falando.”

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“Entã o, novamente, você quer dizer que nã o fará nada? O quarto de Sua
Santidade fica na parte de trá s, enquanto o quarto de Lelei-neesan fica do lado
oposto… ou você vai atacar Tuka-san? Você nã o?”

“Oi oi, se eu tocar na Lelei, vai ser crime. O Japã o tem leis de bem-estar infantil e
legislaçã o para adolescentes ou algo assim. E para constar, estou procurando Tuka,
mas nã o para fazer coisas safadas.”

Ele nã o teria mencionado Rory, mas ela cumpria o requisito de idade mínima.
Ainda assim, o garoto parecia insinuar que Lelei era de Itami, embora tivesse um
motivo para nã o tocá -la. Foi uma surpresa, mas ele sentiu que tinha que protestar
contra isso.

E entã o, o menino inclinou a cabeça deliberadamente.

“………….Será que oji-san nã o sabe sobre a regra das três noites?”

“O que é isso?”

“…………..Ah, é impossível, acabei com esse cara.”

Enquanto Itami observava o menino se afastar com um hmph, Itami se


perguntou: por que você está bravo? Entã o ele o tirou da cabeça. Ainda assim, sua
breve conversa com o garoto ajudou-o a tomar a decisã o de ir para o quarto de Tuka,
porque nã o queria ficar matutando isso.

Ele bateu à porta de Tuka.

Antes de ouvir uma resposta, parado em frente ao alojamento temporá rio, ele
imaginou uma cena que nã o queria ver de jeito nenhum.

O que ele viu foi sua mã e do passado. Seu rosto cinza estava coroado por cabelos
desgrenhados, e ela batia a testa contra a parede repetidamente, como um espírito
inquieto. Um arrepio percorreu sua espinha ao vê-la.

“Ainda vivo” “Sim. Ainda vivo” “Ainda vivo” “Porque nada aconteceu” “Porque o
assassinato nunca aconteceu” “Isso mesmo, nunca aconteceu” “Mas, nã o aqui” “Nã o
aqui” “Entã o onde” “Eu tenho que encontrá -lo” “Encontrá -lo” "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
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Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” d ele” “Encontre-o” “Encontre-
o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o"

Ele balançou a cabeça para limpar as imagens horríveis de sua mente.

Nã o estava frio lá fora, mas seus cabelos estavam arrepiados.

Depois de um tempo, a porta se abriu por dentro.

“Yo, Tu…”

Ele planejou cumprimentar Tuka, mas quem o cumprimentou foi Lelei. Dentro da
sala iluminada, ele podia ver Rory, vestindo sua roupa gó tica preta.

"Entre…"

A inexpressiva Lelei falava de uma forma que sugeria que ela estava com medo

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de ser ouvida. Itami entendeu a dica e entrou rapidamente.
Depois que ele entrou, ele deslizou o ferrolho para casa depois de fechar a porta.
E entã o, três pessoas olharam para Itami.

Uma delas era Rory. Ela parecia tensa, mas depois de ver Itami, ela relaxou um
pouco.

Outra era Lelei. Seu rosto inexpressivo parecia um tanto inquieto. A ú ltima foi
Tuka.

Ela estava sentada em uma cama de madeira, e seu cabelo estava despenteado e
bagunçado, como se ela estivesse com medo de alguma coisa. Ela parecia assustada e
frá gil, mas quando viu Itami abriu um sorriso. Com lá grimas escorrendo de seus
olhos, ela se levantou para abraçar Itami.

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Entã o, ainda abraçada a Itami, ela se virou para Lelei e Rory.

“Viu, eu te disse. Ele voltou.”

“...”

“...”

Rory parecia magoada, enquanto o olhar de Lelei passou por Tuka e pousou em
Itami mais uma vez.

Itami estava confuso porque nã o sabia o que estava acontecendo. Tudo o que ele
pô de fazer foi perguntar: “O que aconteceu? O que está acontecendo?” Mas Tuka
chegou antes dele.

“Sério, vocês dois, deve haver um limite para as piadas. Vou ficar bravo se você
for longe demais. E entã o... aquela Dark Elf mentirosa! Depois eu preciso ter um
conversinha com ela! Vou expulsá -la da cidade!

Os braços que abraçavam Itami apertaram um pouco. Ela parecia realmente


zangada, entã o Itami perguntou nervosamente:

“Ah, sobre isso, Tuka… o que exatamente aconteceu?”

"É tipo isso. Aquelas duas, elas disseram que o pai estava morto. Engraçado,
certo?"

“Pai... morreu?”

Itami voltou seus olhos suplicantes de Tuka para Rory e Lelei. No entanto, Rory
se virou, como se tivesse sido esfaqueada, enquanto Lelei simplesmente encontrou o
olhar de Itami e observou seus movimentos.

“Sim. Mas nã o foi culpa delas. A Dark Elf é a culpada. ”E a Dark Elf é...?"

“Você nã o sabe? Ela é famosa na cidade. Ela veio implorar pela ajuda dos
Homens de Verde para salvar sua tribo e seu lar. Mas depois que ela foi rejeitada
pelo JSDF... bem, fiquei com pena dela e dei-lhe um lugar para dormir, mas ela
acabou sendo uma pessoa ingrata. Nã o sei o que estava pensando, mas, de repente,
ela disse que o Pai foi morto pelo Dragã o de Chamas. Ela queria que eu admitisse e
disse que, depois de admitir, deveria pedir aos Homens de Verde que se vingassem.
Que rude.”

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"…Vingar-se?"

“Isso mesmo. Nã o importa o quanto você precise de ajuda, você nã o deve


mentir.”

“Mentiras?”

“Sim, sobre o pai estar morto e tudo mais. Comido por um Dragã o de Chamas,
quã o estú pido é isso? Ele está vivo e bem, nã o está , padre?”

Tuka olhou para Itami com seus olhos verde azulados e chamou Itami de “Pai”.

Ela estava sorrindo quando olhou para Itami, mas seus olhos nã o o viam. Eles
estavam cheios de loucura. E isso despertou as memó rias que estavam seladas no
fundo da mente de Itami.

Naquele instante, o estô mago de Itami revirou.

Tudo o que ele havia comido e bebido enquanto Yanagida estava tratando subiu
de seu estô mago.

Ele nã o conseguia segurar nem com as mã os. Movendo-se rapidamente, ele


escancarou a porta do quarto de Tuka e vomitou na hora. Ele vomitou tudo o que
pô de até que seu estô mago estivesse vazio, como se alguém tivesse amarrado uma
corda em volta dele. Depois disso, ele vomitou sua bile, mas ainda nã o conseguia
parar de vomitar.

“O que diabos está acontecendo?!”

Tuka gemeu, e foi dar um tapinha nas costas de Itami com uma cara
preocupada. Itami moveu a mã o dela pra longe, mas seu estô mago ainda doía, o
suficiente para que ele nã o pudesse se mover.

“Droga! O que diabos é isso!?”

Itami, ainda manchado de vô mito, levantou-se lentamente.

Filho da puta, alguém quebrou Tuka!

Atrá s dele, Lelei estava cantando um feitiço com sua voz de coro solo.

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Depois disso, a consciência de Itami desapareceu na escuridã o

*****

A primeira coisa que viu ao acordar foi o teto do alojamento temporá rio.

Da janela, parecia ser tarde da noite. Mas a luz de uma lamparina iluminava o
quarto, e essa mistura de luz e escuridã o parecia ser tudo o que restava do mundo.

“Entã o você finalmente acordou?”

Rory sorriu para ele de onde ela estava sentada na cabeceira da cama. Atrá s de
Rory estava Tuka, que respirava devagar.

Itami percebeu que devia estar deitado na cama do pai de Tuka. Tuka ficava
trocando os lençó is e cobertores mesmo que ninguém usasse.

“Lelei colocou Youji para dormir. E aí, a Tuka ficou bem preocupada... ela falou
‘papai vai morrer’.”

Lelei estava ao lado de Rory. Sua bochecha esquerda estava vermelha e seu lá bio
cortado.

“O que aconteceu?”

Rory respondeu em nome de Lelei, que nã o conseguiu falar.

“Houveram alguns problemas para fazer Tuka dormir.”

Ainda deitado, Itami suspirou profundamente.

Felizmente, sua vomitadeira anterior tinha sessado. Seu estô mago ainda doía
pelo jeito que ele o esvaziou.

"Você pode me contar o que aconteceu?"

“Como você quer que eu conte isso?”

Rory olhou para Lelei, para indicar que ela podia falar por si mesma. Lelei
reconheceu o olhar e deu um passo à frente.

Pela explicaçã o de Lelei, tudo começou quando Lelei trouxe a Dark Elf, chamou
Yao e deu a ela um quarto.

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“Yao?”

“Nã o foi a mulher que me chamou de pirralho?”

Itami relembrou aquela vez em que estava bebendo com Rory, e a Dark Elf que
apontou sua espada para ele.

“Ahhh, ela, é?”

Ela veio implorar aos Homens de Verde para salvar sua aldeia do Dragã o de Fogo
que a atacou. No entanto, o JSDF rejeitou seu pedido.

“Eu ouvi muito de Yanagida. Mas por que ela disse a Tuka que seu pai estava
morto? ”

“Deixe-me explicar essa parte.”

Uma mulher Dark Elf apareceu na porta. Há quanto tempo ela estava lá ?

Ela desfez o turbante que escondia seu rosto. Ela tinha um olhar em sua face que
ia além do destemor e ia direto para a maldade.

Rory estalou a língua e pegou sua alabarda, enquanto Lelei trouxe seu cajado
para perto dela. as duas irradiavam hostilidade.

“É um pouco tarde para saudaçõ es, mas… oh Homem de Verde, meu nome é Yao.
Eu sou uma Dark Elf da tribo Ducy na Floresta Schwarz. Eu sou a filha de Dehan, Yao
Ha Ducy.”

Depois disso, Yao curvou-se profundamente.

“Eu já sei o seu nome.”

“Eu vejo. Peço desculpas por aquela vez. Confundi Rory-dono com uma jovem e
pensei que um homem perverso estava tentando tirar vantagem de uma criança. Por
favor me perdoe.”

“Entã o, por que você disse todas essas besteiras para Tuka?”

Itami sentou-se na cama de sua posiçã o supina, olhando diretamente para Yao.

“Isso foi um acidente. Eu só estava dizendo a verdade.

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“Entã o, deixe-me perguntar. Por que você disse
a ela a verdade?”

“Isso nã o é ó bvio? Por pura malícia.”

Malícia?

Yao bufou ao ver a expressã o surpresa de Itami.

“Sim, malícia. Que outro motivo poderia haver? ...Eu ouvi sobre vocês três pelo
Sr. Yanagida. Eles dizem que vocês três vã o quebrar todas as regras para salvar as
pessoas. O que significa que nã o tive escolha além de fazer isso.

Eu já fui para seus camaradas. Eu pressionei minha cabeça no chã o e implorei a


eles. Eu disse a eles que se eles pudessem me ajudar, eu faria qualquer coisa que
pudesse por eles. Qualquer pedido, qualquer exigência seria bom... mas cada um
deles me recusou. Neste momento, meu povo está sofrendo e rezando para que
alguém venha com a força nessesari para derrotar o Dragã o das Chamas. Mas todos
os seus camaradas riram e disseram: “Se for Itami, ele pode dar um jeito”.

Itami olhou para Lelei e ela disse baixinho: “Eu traduzi para ela”.

“Foi por isso que eu a quebrei. Se você quiser salvar o coraçã o desta elfa, você
nã o tem escolha a nã o ser dizer a ela que seu pai foi morto pelo Flame Dragon e
entã o acabar com isso. Pois bem, Homem de Verde. O que você vai fazer? Você vai
deixar aquela Elfa como ela está ? Ou você vai pegar em armas e lutar?”

Os dentes de Itami rangeram um contra o outro.

Eles fizeram um som rangente quando ele cerrou os dentes com raiva, e ele
olhou friamente para Yao.

A expressã o de Yao era uma mistura complicada de raiva, tristeza e zombaria, e


havia lá grimas escorrendo por seu rosto.

Ela deu um passo à frente, para Itami. E entã o ela falou.

“Quando os entes queridos de uma pessoa sã o mortos, essa pessoa


definitivamente vai querer se vingar do assassino. Se o culpado for um desastre
natural, tudo o que essa pessoa pode fazer é amaldiçoar os deuses.”
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Os olhos de Yao piscaram em direçã o a Rory por um momento.

“Mas e o Dragã o de Chamas? O assassino está lá , mas nã o há nada que se possa


fazer a respeito. Ninguém pode pegá -lo para puni-lo. No entanto, nã o é um desastre
enviado dos céus. Entã o... entã o para onde essa raiva deveria ser direcionada? Em
quem essa ira pode ser descarregada? Onde pode ser apontado o ó dio pela perda de
um parente?”

Yao deu um passo à frente novamente.

“A vingança é um rito que restaura o espírito de alguém depois de ter sido


devastado pela raiva e ó dio da perda. Essa é a ú nica maneira de curar a alma e se
levantar novamente para enfrentar a realidade. Essa é a ú nica maneira de termos um
amanhã .”

Entã o, Yao ficou de joelhos e pressionou a cabeça no chã o na frente de Itami. "Eu
te imploro. Mesmo que seja apenas por causa dessa garota, por favor, salve meu povo.
Eu te imploro."

Yao continuou dizendo que ofereceria seu corpo como pagamento. Ela faria
qualquer coisa que ele dissesse a ela também. Ela nem reclamaria se ele ordenasse
que ela se despedaçasse.

Yao colocou toda a sua força nessas palavras.

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Pela aparência das coisas, o plano de Yao e Yanagida foi um fracasso completo.
Tudo o que ela podia fazer era cerrar os dentes de raiva. De sua parte, Itami já havia
aceitado a Tuka quebrada.

“Papa♪”

Itami foi junto com aquela triste fantasia dela.

Depois de tratá -lo como seu pai, ela parecia ter se afastado da beira da loucura, e
ele reagiu apropriadamente a ela.

Claro, isso estava apenas evitando o problema. Ou melhor, estava fugindo dele.

Nã o era impossível que eles recebessem uma ordem de retirada amanhã . Quando
chegasse a hora, ele obviamente nã o poderia trazer Tuka de volta com ele. Tudo o que
poderia fazer era deixá -la ali, e isso seria o mesmo que matá -la.

Ainda...

O que posso fazer? O que posso dizer? Itami cerrou os dentes e tentou conter as
lá grimas, o invez disso forçou um sorriso antes de se virar.

“Qual o problema, Tuka?”

Tuka cantarolava alegremente enquanto preparava o café da manhã .

Depois que os dois terminaram a refeiçã o, Itami disse que tinha trabalho a fazer,
entã o voltaria para o “time”. De sua parte, Tuka tinha trabalho a fazer para o ALC,
entã o ela se dirigiu para a floresta pró xima.

Ao anoitecer, Tuka esperou que Itami voltasse depois de preparar o jantar. Essa
vida falsa e pacífica durou dez dias.

“O que você está fazendo hoje?”

“Oh, apenas coisas JSDF.”

“Você deve estar muito ocupado…”

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“Bem, esta cidade cresceu bastante, entã o temos que fazer o trabalho que o JSDF
nos designa. Nã o é o mesmo para todos nó s?”

“Bem, isso é verdade…”

“Além disso, irei para a Capital amanhã . Você precisa cuidar da casa.”

“A capital? Por que isso, pai?”

Parece que eles precisam de alguém para traduzir e liderar o caminho. O 3º


Recon também estará lá , entã o nã o precisa se preocupar.

Itami era o guardiã o de Tuka, mas, no fundo, ele ainda era um soldado da JSDF.
Ele nã o tinha o direito de recusar quaisquer ordens que lhe fossem dadas. Portanto,
ele precisava mentir conforme apropriado.

“Pai, você nã o pode nã o ir? Eu gostaria que você ficasse em casa…”

“Nã o fique assim. Eu saí por vá rios dias vá rias vezes no passado. De repente, as
sobrancelhas de Tuka franziram e ela estremeceu quando uma dor de cabeça tomou
conta dela.

Nã o importa o quanto Tuka tentasse tratar Itami como seu pai, eles eram
pessoas diferentes. Havia pequenas diferenças em sua fala e há bitos.

Além disso, Itami nã o sabia nada sobre o pai de Tuka, Hodoryu Ray Marceau. Se
ele tivesse alguma ideia de como ele era, poderia pelo menos melhorar sua atuaçã o,
mas sem nenhuma informaçã o sobre seu pai, Itami nã o pô de deixar de entrar em
conflito com a impressã o mental de Tuka sobre ele.

Esses conflitos foram onde a fantasia quebrou. Tuka se afastava deles para se
proteger. Entã o, ela ignoraria esses conflitos. Ela nã o pensaria, nã o veria, nã o ouviria
e nã o os entenderia.

O estresse de fazer isso se manifestou como dores de cabeça dolorosas que


varreram Tuka.

Morar, comer e conviver com Tuka foi aumentando aos poucos os desvios da
imagem idealizada de seu pai. Quando os conflitos com a realidade aumentavam até
Tuka nã o suportá -los, isso a atormentava com dores de cabeça e outros sinais de
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desconforto corporal. E com o passar dos dias, a frequência desses ataques e a dor
que acompanhava cada um deles aumentava.

Itami olhou para o rosto bonito de Tuka, agora contorcido em agonia, e


murmurou baixinho: "O que devo fazer?"

Ele nã o podia fazer nada. Ele estava gastando todo o seu esforço apenas para
manter a situaçã o atual. Enquanto Itami pensava sobre isso, ele saiu do quarto de
Tuka, mas assim que saiu para a rua, viu Yao, que estava esperando por ele.

“O que, você de novo? Você ainda nã o se mandou?

“…”

Itami sentiu uma pontada de culpa quando ela o encarou com seus olhos odiosos,
e ele desviou o olhar. Entã o, ele virou a cabeça para o lado com raiva e passou por
Yao, ignorando-a.

Na maioria das histó rias de heró is, uma bela donzela implorava em lá grimas a
ajuda do heró i, e ele partia com a espada na mã o. Itami odiava essas histó rias.

Isso porque a batalha era algo que se vencia vivendo e se perdia morrendo.

Como as histó rias eram histó rias, o guerreiro venceria, ganharia sua recompensa
e ganharia uma amante. Mas, na realidade, acontecia o contrá rio. Na maioria das
vezes, o cadá ver do guerreiro se espalhava pelo campo.

O que a bela donzela faria se isso acontecesse?

A coisa toda parecia que alguém estava procurando por um idiota que estava
disposto a jogar sua vida fora por uma pequena compensaçã o paga apó s o fato. Entã o,
se ele conseguisse, eles o pintariam como um heró i.

Nessas histó rias, a vida do guerreiro era barata.

Itami nã o queria morrer. Embora sua maneira de viver até agora nã o fosse muito
boa, ele nã o achava que sua vida era inú til o suficiente para descartá -la por capricho
de outra pessoa.

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Ele havia sido casado (embora tivesse terminado em divó rcio), mas sentia que
havia conhecido mais mulheres. Ele estava ansioso para ver o que aconteceria a
seguir.

No entanto…

“Ela nã o pode ficar assim para sempre. O fim virá em breve.”

As palavras de Yao eram como uma maldiçã o.

Itami parou e gritou atrá s dela. “Filha da puta!!”

“Ei, Itami. Entã o, por quanto tempo você pretende brincar de casinha?”

*****

A voz de Yanagida veio de trá s de Itami, enquanto ele estava sentado na frente
de seu PC. Ele estava zombando dele sobre Tuka.

“Preciso te contar? Você deveria saber.”

“Ah, esquece. Contanto que você esteja de boa com isso, eu também estou. Mais
importante, o primeiro lote de prisioneiros que estamos repatriando está vindo do
Japã o. O assessor da PM também vai com eles. Eles vã o começar as negociaçõ es em
breve, usando os presos como garantia.”

“E as pessoas sequestradas?”

“Eles vã o providenciar algum tipo de troca de prisioneiros. Esta rodada de


retornos também serve para enviar uma mensagem a Piñ a, de que trataremos bem
nossos cativos. Eles dirã o: ‘Se o resto dos prisioneiros serã o devolvidos depende de
sua atitude. O tratamento deles pode piorar dependendo de como as coisas vã o.'
Entã o o Império nã o terá escolha a nã o ser dizer: 'Vamos trabalhar o mais rá pido
que pudermos' ou algo semelhante.’”

"É mesmo…?"

“É mesmo... Isso nã o é um pouco chato para você? Totalmente diferente do cara


que deu um soco no rosto do Príncipe Herdeiro do Império e o espancou até virar
uma polpa.”
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"Desculpe, estou meio distraído agora."

Itami suspirou e tirou as mã os do teclado.

Ele nã o estava fazendo nenhum progresso. Em vez disso, estava conversando


com Yanagida sobre coisas sem sentido. Por alguma razã o, ele também se sentia
preocupado.

Ele nunca gostou de falar com Yanagida em primeiro lugar, e agora esse
sentimento se intensificou.

"Você está bem?"

“Francamente falando, nã o. Recentemente, meu cérebro está todo bagunçado ”,


disse Itami enquanto fechava o laptop e segurava a cabeça.

“Entã o a soluçã o é simples, certo? Mate o Dragã o e todos os seus problemas


acabarã o.”

“Se eu fizer isso, a maioria das pessoas que vã o comigo morrerã o. Eu nã o posso
fazer isso. Eu gosto da Tuka, mas gosto dos meus caras também. Nã o posso sacrificar
nenhum deles.

Você sabia? A filha do sargento-mor Kuwabara vai se casar. Ele estava me


dizendo o quanto queria brincar com o neto depois que ele se aposentasse.

Nishina reclama sobre como sua esposa recém-casada o domina com seu
trabalho, mas secretamente, acho que ele gosta disso.

Kuribayashi também precisa sair com os caras que eu apresentei a ela. Ela é
bastante exigente também, acho que ela disse algo sobre ‘nenhum dos homens é
meu tipo’.

Kurokawa ainda é uma idealista como sempre, mas ela melhorou apó s o
incidente com Tuka. Ela está indo muito bem.”

Tomita está namorando Bozes, que veio para as aulas de idiomas. Há até
rumores de que eles estã o quebrando os regulamentos ao se encontrarem à noite. Se
eles forem pegos, ele será punido.

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Kurata é totalmente dedicado à quela empregada da Casa formal chamada
Pérsia. Ele trabalha muito sempre que é escolhido para missõ es em Itá lica.

Katsumoto está preocupado com as crianças do ALC.

As habilidades financeiras de Tozu estã o ficando cada vez melhores. Ele sempre
demonstrou uma compreensã o anormal das açõ es e foi elogiado por seu trabalho
com as finanças da ALC.

Azuma está prestes a terminar seu treinamento para ser designado para uma
unidade de combate. Depois que terminar o curso, será Sargento.

Sasagawa participa de concursos de fotografia. Ele também os leva a sério.

Furuta nunca para de aprimorar suas habilidades culiná rias e sempre pensa em
como fazer novos pratos com os ingredientes deste lado do Portã o.

Bem, como você pode ver, eles sã o todos um bando de caras interessantes.
Embora fosse diferente se fosse uma missã o adequada, se eu pudesse escolher, nã o
gostaria de levá -los a nenhum lugar perigoso.”

Yanagida puxou uma cadeira pró xima e sentou-se nela.

“Só estou dizendo que esse assunto envolve diamantes e petró leo. Eles sã o um
benefício imenso para uma naçã o carente de recursos como a nossa. De qualquer
forma, pense nos interesses do país. Se o lugar onde os Elfos Negros vivem tem
recursos como esse, precisamos colocá -los em dívida conosco. Depois, extrair esses
recursos será fá cil.”

“Entã o, Yanagida-san, por que você nã o vai sozinho?”

Itami estava dizendo que Yanagida também era um homem da JSDF. Ele tinha
que sair e sujar as mã os em vez de grudar a bunda em uma cadeira o dia todo.

Yanagida simplesmente deu de ombros, aparentemente despreocupada.

“Infelizmente, nã o tenho homens sob meu comando. Ou quer dizer que vai me
emprestar seu pessoal, Itami?”
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“Até parece. Você pode ir sozinho.”

“Eu, sozinho? Sem chance…”

“Yanagida-san. A ú nica coisa que os humanos podem usar livremente sã o suas


pró prias vidas. Se você acha que vale a pena aricar sua vida em diamantes e
petró leo, entã o use a si mesmo como aposta. Afinal, o prêmio é um diamante do
tamanho de uma cabeça humana e uma bela Elfa Negra também.”

“Bem, se uma pessoa pudesse lidar com isso sozinha, eu gostaria de fazer isso
também. No entanto, é um dragã o. O que posso fazer contra ele?”

Itami estreitou os olhos e disse: “Bem, os LAMs funcionam contra o Dragã o… se


você conseguir acertá -lo.”

Mesmo um tanque teria problemas para enfrentar um dragã o em um campo


aberto. No entanto, em um local com cobertura densa e muita desordem no solo,
como uma floresta, uma ú nica pessoa pode ser capaz de fazer isso.

Bem, isso assumindo que o Dragã o era igual a um helicó ptero de ataque.

No final, lutar ainda era um problema. Entã o, e se ele imaginasse seu oponente
como um tanque voador? Seria bom combatê-lo em um espaço apertado onde nã o
pudesse se virar facilmente. Atraia o dragã o para um terreno assim e depois o
derrubaria com um LAM. Poderia funcionar.

“Bem, seu oponente é uma criatura viva. Você pode envenenar sua comida,
emboscá -lo enquanto ele dorme, e assim por diante…”

“......................Eu poderia. Pode até funcionar.”

Surpreso, Yanagida olhou para Itami, que estava perdido em pensamentos e


pouco receptivo. Ele se levantou abruptamente para abortar o assunto.”

“Bem, Itami, apenas me avise quando estiver pronto para ir. Vou cuidar da
papelada para você .”

Itami nã o se virou para olhar para Yanagida.


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“…………...Ah, estarei contando com você, então.”

******

Naquela noite, Itami trouxe Tuka para a cantina para que ela pudesse beber com
todos.

Normalmente, os elfos nã o se misturavam com as pessoas porque eram


arrogantes por natureza. No entanto, Itami estava preocupado que pudessem
entender mal a situaçã o, se as pessoas nas ruas os vissem juntos. Ao mesmo tempo,
isso significava que Itami poderia parar de desempenhar o papel de pai. Isso deu a
Itami tempo para pensar.

Os habitantes da cidade e o 3º Recon se reuniram em torno de Tuka, e Kurokawa


sentou-se ao lado dela para ajudar.

Tuka sentiu que Kurokawa tinha uma aparência profissional ao seu redor. Como
resultado, Tuka ficou com uma expressã o que dizia: “Será que ela tem uma queda por
mim…”

Embora provavelmente nã o fosse tanto, pode-se dizer que ela tinha sentimentos
de admiraçã o.

E assim, Kurokawa sentou-se ao lado de Tuka, e Tuka disse a Itami: “Pai, venha
sentar-se comigo”. Itami, por outro lado, estava sentado em outra mesa e bebendo
com Lelei e Rory.

“Como é ter uma filha mais velha que você?” Rory sorriu. Itami sorriu
amargamente para ela.

"É complicado. Muito complicado."

Nã o demoraria muito para que a ilusã o acabasse. As palavras de Itami também


carregavam uma sugestã o de querer acabar com essa farsa. Lelei e Rory sabiam
disso, por isso nã o lhe responderam.

Itami e Tuka estavam correndo em direçã o à beira de um penhasco. Mas se


parassem no meio do caminho, Tuka quebraria. Portanto, Itami nã o poderia desistir.

Itami tinha plena consciência de que os dois esperariam até que ele tomasse
uma decisã o. Sendo assim, nã o havia necessidade de estragar o clima assim. Era para
ser uma ocasiã o feliz.”
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“Oi, desculpe a espera.”

A Catgirl parecia um pouco vacilante ao trazer a comida. Ela deve ser nova aqui.
— O que aconteceu com Delilah?

“Sempai recebeu uma carta de sua cidade natal, entã o ela está dando um tempo.”

“Entendo…”

Rory ergueu o copo e brindou com Itami do lado oposto da mesa. Sentada ao lado
de Itami, Lelei ergueu o copo de bebida nã o alcoó lica do Japã o e também brindou com
ele.

Os dois tinham um ar radiante sobre eles.

Mulheres assim eram muito raras, fossem elas amantes ou apenas amigas. As
mulheres que nã o sabiam muito desconsideravam a situaçã o e adotavam
egoisticamente uma atitude irritante ou aborrecida.

Pensando nisso, Rory e Lelei eram excelentes garotas. Ele tinha que valorizá -las.

Depois de perceber isso, Itami começou a pensar no que poderia fazer e no que
deveria fazer.

******

A mã e de Itami adoeceu quando ele ainda estava no ensino médio.

Para deter o marido, cada vez mais violento, ela pegou uma faca na cozinha.

Foi legítima defesa. Nã o tinha como evitar.

A polícia, advogados, detetives e pessoas de um centro de aconselhamento


feminino vieram confortá -la. No entanto, sua mã e nã o conseguia parar de se odiar.

Ela continuou se castigando, embora nã o houvesse nada a ser feito sobre isso.

Isso a rasgou, a dor de perder seu amado marido, sua raiva e ó dio pela “pessoa”
que matou seu amado marido e o desconforto pelo futuro de seu filho.

O caminho que sua mã e escolheu para salvar sua alma foi negar a realidade. Essa
era a ú nica coisa que ela podia fazer. Itami agora sabia como ela conseguiu continuar
vivendo de alguma forma.
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Mas naquela época, Itami nã o entendia por que ela havia feito isso.

Certo ou errado, era importante manter o equilíbrio. Afinal, salvar todos no


mundo era impossível. No entanto, o jovem Itami nã o entendia essa ló gica.

Todas as manhã s, todas as noites, ele via um lugar preparado para seu pai. Isso o
deixou preocupado, depois com raiva e entã o...

“Papai está morto. Você o matou.” Se ao menos ele nã o tivesse dito isso.

Muitas vezes, ele se imaginou voltando à quele momento, como uma daquelas
light novels onde as pessoas podem viajar no tempo. Ele também havia sonhado
consigo mesmo naquela época. Ele desejou, implorou e rezou para poder voltar ao
passado. Se ao menos pudesse ter voltado à quela época, teria feito algo diferente. Ele
poderia, ele deveria ter. Ele ficou pensando nisso. No entanto, a realidade nã o poderia
ser rebobinada. Era por isso que era realidade.

Se ele pudesse enlouquecer como sua mã e, tudo bem também. Mas ele nã o
conseguiria.

E assim, Itami viu sua mã e desmoronar lentamente. Se alguém jogasse um sapo


em á gua fervente, ele pularia imediatamente. Mas se colocá -lo em á gua fria e aquecê-
lo lentamente, ele permaneceria lá . Dessa forma, sua loucura crescia e crescia, e era
difícil saber quando ela explodiria. Entã o, com o passar do tempo, ela quebrou na
frente dos olhos de Itami. A mã e ateou fogo em si mesma.

No final, ela foi internada à força, porque havia medo de que ela colocasse em
risco a si mesma ou a outras pessoas.

Sua hospitalizaçã o foi determinada pela lei. Portanto, foi feito sem o
consentimento dela ou de seus parentes. Quando o ô nus de pagar suas taxas
hospitalares era muito grande, era assumido pelo governo.

Tudo o que Itami, o colegial, pô de fazer foi observar sua mã e gritar: "Nã o quero
ficar aqui, quero receber alta!" Mas era demais para ele viver com sua mã e quebrada.
Portanto, a palavra “mandado” foi um alívio para ele. Ele nã o precisava mais se sentir
culpado por sua hospitalizaçã o.

“É compulsó rio, entã o nã o se pode evitar. Afinal, é a lei.”

O som pesado e metá lico do portã o de ferro fechando ainda ecoava nos ouvidos
de Itami até hoje.

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Sim, este nã o era um hospital comum.

Podia-se ver os pacientes conversando entre si pelos corredores do hospital.

Como nã o estavam fisicamente doentes, seus corpos eram saudá veis e a maioria
usava roupas normais. Eles nã o faziam nada além de ficar no hospital enquanto o
tempo passava.

Eles tomavam café da manhã , conversavam, almoçavam e depois esperavam pelo


jantar.

E entã o, quando eles percebessem, dez ou talvez vinte anos se passariam. Nã o,


para alguns deles, trinta anos se passaram na realidade. No entanto, suas idades
mentais ainda estavam paradas em seus 20 ou 30 anos, quando foram internadas.
Afinal, nã o tiveram a chance de acumular a experiência de vida que as pessoas de sua
idade deveriam ter. Já era difícil o suficiente apenas tentar suportar a dor que suas
doenças lhes traziam.

Os hospitais psiquiá tricos naquela época eram enfermarias que pareciam


grandes quartos japoneses, onde as pessoas se deitavam no chã o e dormiam em
fileiras. Chamar uma sala como esta de enfermaria parecia muito errado. No entanto,
era isso. Foi apenas recentemente que os hospitais regulares começaram a dar a cada
paciente seu pró prio leito.

Ao caminhar pela rodovia, viam-se tios e tias fumando como marginais, usando
uma lata vazia de suco de tomate como cinzeiro.

Estes eram os pacientes mais está veis. À s vezes, pode-se ver os casos mais
graves. Por exemplo, aqueles que falaram com o nada.

Haviam pessoas que ficavam subindo em lugares altos e adolescentes que


gritavam com raiva em telefones pú blicos.

Haviam mulheres drogadas com remédios poderosos e perambulavam pelos


corredores, com expressõ es patetas e sedadas no rosto.

Haviam homens com estetoscó pios que faziam exames nas enfermeiras. Havia
garotas que corriam nuas.

Havia um homem que estava amarrado à cama, vestindo uma fralda, e gritando
até que sua garganta estava prestes a rasgar.

Havia um cheiro ú nico no ar do hospital, e nã o era apenas fumaça de cigarro.


Para evitar suicídios, as portas dos banheiros eram baixas e feitas com um
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grande vã o do chã o, para que as pessoas pudessem ver se havia alguém lá dentro.

No final, Itami abandonou sua mã e em um mundo como este. Era tudo o que ele
podia fazer.

Quando Tuka agarrou intimamente o braço de Kurokawa enquanto ela sorria e


ria com os soldados ao seu redor e com as garotas PX, nã o havia nenhum sinal de que
ela estava ficando louca. Mas se Itami a deixasse sozinha assim, ela poderia acabar
como sua mã e. Nã o, ela definitivamente acabaria assim.

E, lamentavelmente, a psiquiatria moderna ainda nã o havia encontrado uma


cura.

Tudo o que podia fazer era prescrever medicamentos para aliviar os sintomas.
Pessoas incurá veis nã o podiam ser salvas. A ú nica coisa que poderia ser feita era
alimentá -las com remédios e esperar que eles melhorassem.

Itami levou mais de dez anos para entender isso. Portanto, ele sentiu que se fosse
salvar Tuka, teria que fazer isso agora.

Naquele dia no passado, ele nã o podia fazer nada. Naquela época, ele era apenas
uma criança.

Entã o, e quanto a ele agora?

Ele ainda era incapaz de fazer qualquer coisa?

Talvez se Tuka derrubasse o Flame Dragon que matou seu pai, isso poderia
ajudar a aliviar sua loucura. Talvez se ela aceitasse a morte de seu pai e o vingasse,
isso poderia parar seu ó dio.

No entanto, esta era uma aposta arriscada e era do tipo mais desastroso. Para
começar, ele nã o podia apostar a vida de ninguém nisso.

Itami tinha apenas uma ficha para apostar, aquela que pertencia somente a ele.
Ele pegou aquela ficha e colocou em cima da de Tuka, e depois deslizou as duas na
mesa de jogo verde.

No entanto—

“Isso é tudo que posso fazer?”

Embora ele já tivesse aceitado que nã o tinha outra escolha, lutar contra um
Dragã o de Fogo ainda era uma perspectiva aterrorizante.
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******

Era quase meia-noite e Itami estava sentado em um dos bancos em frente à s


portas do centro de tratamento.

A brisa da noite soprou. Itami agarrou sua cabeça e murmurou: “O que devo
fazer...?”

Quatro ou cinco minutos depois, ele ouviu um estalo metá lico se aproximando
dele. Uma silhueta surgiu da escuridã o e parou na frente dele.

“Jovem, posso me sentar aqui?”

A silhueta era de um velho. Nã o, ele pode ser mais jovem do que isso. No
entanto, as inú meras rugas que cobriam seu rosto o faziam parecer um homem mais
velho. A razã o pela qual ele fazia um barulho metá lico ao andar era porque sua
perna esquerda era uma pró tese e ele falava na língua da Regiã o Especial, nã o no
Japã o.

Assustado com a presença do velho, Itami imediatamente deslizou para abrir


espaço.

Além disso, havia outros bancos ali. Nã o havia necessidade de incomodá -lo se
ele quisesse se sentar.

“Hoooh ~ você realmente fez isso. Eu venho aqui todas as noites. Lembre-se
disso.”

O velho nã o parecia acostumado com suas pró teses e sentou-se depois de muito
esforço.

“Entã o, jovem. Com o que você está se preocupando e a essa hora?”

“Provavelmente nã o tem nada a ver com você, vovô .”

"É mesmo. Entã o esquece. Se nã o quiser falar, tudo bem.”

O homem respirou fundo. Ele parecia bastante impressionado com os ruídos que
seu braço esquerdo artificial fazia quando o movia.
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“Ainda nã o entendo como objetos tã o requintados sã o feitos. No seu mundo,
todas as pessoas sem braços e pernas usam isso?”

Embora Itami estivesse bastante irritado com o homem tentando puxar


conversa, ele nã o podia envergonhar o JSDF sendo rude, entã o ele teve que entretê-
lo. "Mm. Bem, nem todo mundo, mas na maioria das vezes as pessoas usam.”

“O médico disse que eu poderia andar normalmente depois de colocar isso, mas
ainda parece suspeito para mim.”

“Existem pessoas com membros artificiais que podem correr mais rá pido do
que pessoas normais.”

O homem ficou chocado e pressionou Itami para obter detalhes. De acordo com
Itami, as pessoas nas Paraolimpíadas poderiam estabelecer recordes com seus
membros artificiais que pessoas normais teriam dificuldade em bater.

“Entendo, entendo. Bem, parece que você pode falar quando se trata de um
tó pico de seu interesse. Tudo bem, vamos deixar por isso mesmo. Diga-me; o que
está te incomodando a ponto de você estar acordado tã o tarde?”

“Hah?”

“Um homem nã o deve ficar enrolando. É vergonhoso.”

Itami se perguntou como ele começou a falar com o velho sem perceber. Depois
de organizar seus pensamentos, ele percebeu que tinha algo para discutir com ele.

No entanto, a pessoa que ele procurava era a assistente social psiquiá trica desse
centro de tratamento.

Aquele assistente social nã o se parecia muito com um homem. Em vez disso, ele
parecia bastante andró gino. Seu cabelo era curto e ele usava ó culos redondos.
Embora suas roupas brancas deixassem as pessoas saberem que era médico, ele nã o
tinha o ar de autoridade de um. Em vez disso, as pessoas podem confundi-lo com um
aluno fracote, ou talvez seja melhor dizer que ele tem uma aura gentil.

“Bem, se nã o é o tenente Itami. O que você está fazendo aqui a esta hora?”

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“Na verdade, eu tinha algo sobre o qual queria a opiniã o de um médico...”

Esse assistente social estava aqui pelo bem da Noriko. Ele estava encarregado de
aconselhá -la e ajudá -la a se recuperar.

Itami ficou bastante surpreso ao saber que a pessoa que apoiava Noriko era um
homem.

A maioria das pessoas que passaram pelo que Noriko passou teria medo dos
homens. E, na verdade, em muitos casos, mulheres vítimas de traumas seriam
melhores tratadas por uma psicó loga. No entanto, para o caso de Noriko, o médico
decidiu que um psicó logo homem seria melhor.

Caso contrá rio, ela pode nunca ser capaz de confiar nos homens, e seu
desconforto com os eles pode se transformar em uma fobia de homens. Se esse ponto
nã o fosse abordado, ela poderia nã o conseguir ter um amante ou se casar e ter filhos.

Claro, seria muito difícil no começo. No entanto, era importante ser capaz de
diferenciar entre homens assustadores e homens nã o assustadores. Essa etapa foi
realizada com bastante facilidade, porque Noriko tinha Itami e os outros.

Itami e Tomita representavam os homens nã o assustadores em seu coraçã o. Para


transmitir essa posiçã o simbó lica, Itami a apresentou formalmente ao assistente
social, e foi assim que Itami o conheceu.

A propó sito, esse assistente social era uma pessoa estranha que fez um curso de
sargento de infantaria e se aposentou como sargento antes de entrar na universidade.
Ele foi autorizado a passar pelo Portã o depois de ser nomeado militar provisó rio.

Itami sentou-se em frente ao assistente social e explicou tudo lentamente.

Ele contou uma histó ria sobre uma filha cujo pai foi assassinado. Matar o
assassino de seu pai e vingá -lo era a ú nica maneira de salvá -la?

O assistente social deu de ombros e respondeu que tudo o que podia ser feito era
observar a situaçã o e reagir de acordo.

“Porque, alguém me disse isso antes.”

Ele falou, apesar de ser uma opiniã o pessoal. O desejo humano de se vingar de
um inimigo nã o estava relacionado ao instinto.

Para capturar o inimigo e puni-lo. Nos dias de hoje, as vítimas de um crime e


seus familiares teriam seus sentimentos purificados quando a polícia prendesse o
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culpado, o entregasse a um juiz para julgamento e ele fosse finalmente condenado e
a sentença fosse executada.

Claro, isso nã o descartava a nobre ideia de perdoar um transgressor, mas isso


geralmente só acontecia se a vítima tivesse alguma formaçã o religiosa ou filosó fica
que o permitisse. Nesse caso, quando as vítimas e suas famílias perdoassem o
perpetrador, seus coraçõ es seriam purificados.

“Em outras palavras, se vingar nã o é nem um pouco importante.”

"De fato. Quem sabe, pode ser realmente sem importâ ncia. No entanto, esse
assunto “sem importâ ncia” pode dar à s pessoas forças para seguir em frente. Se
alguém nã o quer ser acorrentado por coisas sem significado, tudo bem também.
Abra as cortinas sobre o assunto e acabe com isso. O coraçã o de uma pessoa precisa
ser fechado.”

Depois que Itami ouviu isso, ele começou a pensar. Ele tinha que derrotar o
Flame Dragon para salvar Tuka?

Quando percebeu, o velho estava compartilhando sua opiniã o sobre o assunto


de Tuka.

“Sinto o mesmo que ele. Talvez se vingar vá acalmar seu coraçã o. Se eu


soubesse que os inimigos de alguém estã o à solta, fazendo o que bem entendem,
ficaria tã o zangado que nã o conseguiria nem comer.’

“Ainda assim, o inimigo é muito forte.”

“Do que você tem medo?”

“Mmm. Sim, porque é um Dragã o… nã o, em suas palavras, seria um Dragã o de


Fogo.”

“O que você disse! O Dragã o de Fogo apareceu?” As sobrancelhas do velho


franziram.

Itami olhou para ele novamente e entã o percebeu algo. O velho usava um tapa-
olho e estava coberto de feridas. E seu rosto tinha grandes cicatrizes.

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“Bem, por causa da localizaçã o, nã o podemos usar muito poder de fogo para
atingi-lo. Se eu for com um pequeno grupo, a maioria de nó s se tornará uma vítima.”

“Isso é verdade. É sensato jogar toda a força contra um oponente forte. Deve
haver apenas um bastardo que envia sua força de luta em pedaços, ou ordena a seus
aliados que ataquem um inimigo sem lhes dizer nada sobre eles.”

Essa ú ltima frase pareceu ter tocado nele.

“Mesmo se eu trouxesse Tuka junto, nó s dois sozinhos nã o poderíamos ganhar.”

“Ohhh eu vejo. Você nã o quer envolver pessoas inocentes nisso. No entanto, ir


apenas com vocês dois é simplesmente suicídio.”

"É por isso. Eu sei que é impossível, e isso está me incomodando.”

“Ei, jovem. Mesmo que você nã o queira se matar, chegará o momento em que
você terá que fazer algo que nã o quer. Para evitar que isso se transforme em
suicídio, você precisa quebrar a cabeça e descobrir alguma coisa.”

O velho levantou-se enquanto falava.

O som metá lico veio de sua perna artificial e seus ombros balançaram para
frente e para trá s enquanto ele mancava para frente. Entã o ele colocou a mã o no
ombro de Itami.

“À s vezes, você se depara com uma situaçã o perigosa, mas da qual nã o pode
fugir. À s vezes, você sabe que vai perder, mas precisa avançar de qualquer maneira.
Se você nã o pode ser um homem inteligente, entã o deveria ser o homem mais
estú pido de todos. O que você acha?"

******

No dia seguinte, Itami e o 3º Recon estavam no Chinook.

Como de costume, Yanagida estava trazendo as coisas que enviariam para a


Capital Imperial. Depois de se certificar de que seu pessoal estava sentado, ele
também se sentou.

O piloto estava falando com Yanagida.


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Tuka chegou para se despedir. Ela estava do lado de fora do heliporto, com Rory
e Lelei.

Itami sentiu uma onda de frustraçã o ao ver o rosto choroso de Tuka. Mas isso
era natural. Sua missã o era liderar seu povo enquanto eles estivessem na Capital
Imperial e proteger os diplomatas. Entã o ele voltaria e ficaria um pouco antes de sua
pró xima missã o. Isso era tudo.

Ele só poderia ficar um pouco.

Depois que Yanagida terminou, ele desceu do helicó ptero.

Quando a porta traseira se fechou, o peito de Itami ferveu de frustraçã o.

“Entã o, estamos partindo.”

No meio do anú ncio do piloto, Itami de repente xingou: “Droga!” e virou-se para
o sargento-mor Kuwabara ao lado dele.

“Desculpe, vovô . Eu nã o posso ir.”

No entanto, o barulho das hélices girando para a decolagem abafou a voz de


Itami.

“O que você disse?”

“Vou descer! Vou deixar o resto com você!”

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Itami decidiu desistir de seu comando e saltou para fora da escotilha traseira
pouco antes de fechar.

E entã o, o helicó ptero voou lentamente.

Itami observou os membros do 3º Recon enquanto eles saíam.

P a g e 54 | 212
“O que aconteceu?”

Enquanto Itami observava o helicó ptero partir, ele se virou para Tuka, que
tentava sorrir em meio à s lá grimas, e disse: “Nã o vou para a Capital Imperial”.

Tirou as luvas e pô s de lado o capacete pesado.

Depois disso, ele sentiu como se tivesse sido libertado de alguma coisa. Bem, ele
provavelmente se arrependeria mais tarde. No entanto, agora, ele decidiu nã o se
preocupar com essas coisas irritantes. Parecia que nada mais importava.

“Tudo bem?”

Pela aparência de Tuka, ela devia estar preocupada em criar problemas para seu pai.
No entanto, sua alegria de nã o ter que cuidar da casa sozinha prevaleceu, e ela
caminhou lentamente na frente de Itami antes de se deitar contra seu peito.

“Bem, o mais importante para mim é proteger seu sorriso. Eu vou ficar com você,
entã o você tem que trabalhar duro também.

Itami estava se sentindo muito bem depois de se livrar de todas as suas


responsabilidades. Por causa disso, ele poderia até usar uma linha de fala
embaraçosa como essa de uma forma completamente natural.

“O-o quê?! Eu-é isso que você deveria dizer para sua pró pria filha?”

Até a voz de protesto de Tuka vacilava, graças ao tremor em seu coraçã o. Itami
sorriu amargamente e respondeu: “Como isso soou?”

Na verdade, ele nã o quis dizer isso. Tudo o que ele queria era torcer por Tuka,
que viveu uma vida difícil até agora.

O problema era que um homem cabeça-dura como ele nã o fazia ideia do tipo de
efeito que suas palavras causavam nas mulheres. Alguma mulher nã o desmaiaria ao
saber que um homem de quem ela gostava queria proteger seu sorriso e ficar ao seu
lado?

P a g e 55 | 212
Tuka encostou a testa no peito de Itami e disse baixinho: “Idiota”.

Infelizmente, Itami estava em seu equipamento de batalha completo, entã o ele


nã o podia sentir seu corpo macio e quente através de sua roupa. Seu colete à prova de
balas, com placas de trauma de metal inseridas, bloqueava seu corpo e a sensaçã o
dela.

Em outras palavras, a ú nica coisa que Itami podia fazer era acariciar a cabeça
dela, como faria com um gato.

As mechas finas e macias de seu cabelo fluíram por entre os dedos dele. Entã o ele
deu um tapinha com a palma da mã o em sua linda cabeça. Quando seus dedos
roçaram as pontas de suas longas orelhas. Tuka estremeceu, depois relaxou. Tuka
parecia ser do tipo muito sensível, e deve ter sido bom para ela.

Depois de controlar a respiraçã o, Itami exalou baixinho e disse a Tuka para se


preparar para uma jornada.

“Vamos juntos.”

Tuka tinha uma vaga ideia do que seu pai planejava fazer.

Nos mais de 30 anos de experiência de vida de Itami, convidar uma mulher para
viajar com ele era uma tarefa difícil. As pessoas o rejeitariam, se sentiriam
incomodadas com ele, o olhariam com nojo, e no final ele teria que rir dizendo que era
uma piada.

Portanto, quando ele disse isso para Tuka em um tom que soava como seu pai,
parecia acertar o alvo. Com uma expressã o encantada no rosto, ela perguntou: “Para
onde iremos?”

Ela pareceu agradavelmente surpresa. Embora Itami nã o conhecesse o homem,


ele ainda tentou imitar uma voz paternal, ou seja, a voz do pai de Tuka, Hodoryu.
Como um homem que carecia da autoridade de um pai, ele teve que se forçar a
desempenhar o papel de pai. Em vez disso, o tom que ele produziu fez Tuka tratar o
pai como um homem que ela poderia amar.

O sorriso inocente de Tuka perfurou a consciência de Itami. A fim de reprimi-lo,


ele se forçou a sorrir para ela.

“Estamos indo para o sul. Por quê? Você nã o gosta?”

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“Mm! Eu vou, eu vou! Vou a qualquer lugar, desde que seja com o papai! Estou muito
feliz por estarmos viajando juntos!! Vamos sair agora?”

“Preciso fazer alguns preparativos primeiro. Depois disso, partiremos


imediatamente. ”

“Entã o, termine rapidamente. Quero ir antes do meio-dia.”

Depois que Tuka terminou, ela relutantemente se separou do corpo de Itami. Ela
deu alguns passos para trá s, virando-se apenas quando estava fora do alcance de seus
dedos.

“Vou me preparar imediatamente!” Tuka gritou por cima do ombro antes de


correr para o quarto.

“Itami, você é um idiota? Nã o, eu tive esse sentimento por um tempo, e parece


que eu estava certo.”

Yanagida, que assistia do lado de fora, foi o primeiro a falar depois que Tuka saiu
correndo.

“Entã o você nã o está apenas abandonando sua missã o, mas planeja enfrentar o
Flame Dragon sozinho? Isso é muito imprudente. Que tipo de motivo vou inventar
para você sair sozinho?”

“Yanagida-san, você nã o pode dizer isso. Você nã o me prometeu que cuidaria da


papelada?”

“Mesmo se você disser isso…” Yanagida balançou a cabeça.

“Bem, já que a visita diplomá tica acabou, você provavelmente nã o será demitido
por isso, mas isso nã o vai melhorar suas chances com nosso pessoal. Sua puniçã o pelo
incidente anterior ainda nã o foi aplicada; você ainda pode ser suspenso, rebaixado e
transferido para outro lugar.”

“Argh, eu me preparei para tudo isso, mas ainda é uma droga ouvir sendo dito…”

Itami agarrou sua barriga e franziu a testa.

Ele nã o aguentava mais a dor no estô mago. Uma vez que ele foi removido da
Regiã o Especial, se nã o fosse jogado nas austeras guarniçõ es do norte, ele seria
enviado para uma ilha distante. Naturalmente, ele nunca mais poderia ver Tuka
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novamente, entã o teria e que se preparar para isso.

“Entã o, eu nã o vou dizer isso. No momento, o que você precisa fazer é alcançar
o 3º Recon, entã o, depois de completar sua missã o, você pode levar sua equipe para
derrubar o Flame Dragon. Acho que posso explicar assim.”

“Yanagida-san, você nã o precisa continuar. Nã o pretendo envolvê-los em meus


assuntos pessoais. Nã o tenho tempo para hesitar. Nã o quero me arrepender porque
escolhi lidar com esse assunto mais tarde. Portanto, vou me mandar agora mesmo.”

“Nã o seja assim, você está sendo muito cabeça quente. Você nã o acha que ter
mais equipamento aumentará suas chances de sucesso?”

“Vou dar um jeito. Desculpe.”

Itami apertou as mã os e encarou Yanagida. Entã o, ainda nessa postura, ele se


voltou para o QG em Arnus Hill e fez um gesto de oraçã o ao tenente-general Hazama.

“Desculpe por causar problemas novamente”, disse ele antes de bater palmas.

“Droga. Droga, estou realmente chateado. Será que aquela Elfa loira realmente
vale tudo isso? Há muitas mulheres boas neste mundo. Com sua reputaçã o e
conexõ es, você pode persuadir os locais a vender seus direitos de petró leo e
mineraçã o e ganhar dinheiro no setor financeiro. Quando isso acontecer, as garotas
estarã o se jogando em você.”

De fato, isso parecia ó timo.

Itami era um homem saudá vel e de sangue quente. Ele havia imaginado orgias
com garotas que eram exatamente o seu tipo. No entanto, suas fantasias eram muito
irrealistas. Por exemplo, como ele poderia ser abraçado por uma horda de garotas
seminuas?

Ele balançou a cabeça para limpar aquela imagem mental. Afinal, nã o era um
protagonista de mangá nem nada. Ele teve que enfrentar a realidade com frieza e
calma. Sim, precisava ser realista ao planejar seus movimentos futuros. Mesmo que
fosse difícil, ele tinha que visualizar um futuro realista.

No entanto, o pró ximo pensamento que veio à mente foi ele estar cercado por
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recepcionistas e mulheres lindas que estavam longe de seus gostos, de ir a talk
shows apó s deixar o JSDF, participar de um evento de autó grafos de um livro
chamado “O Heró i do Nijubashi” (e ele nem sabia quem o escreveu), ou ingressar em
um partido conservador e concorrer à s eleiçõ es.

Sua imaginaçã o era bastante escassa.

No entanto, ele ainda podia imaginar todas as coisas maravilhosas que Yanagida
estava descrevendo, até certo ponto. Ele nã o tinha a capacidade de criar ou produzir
coisas, nem tinha a capacidade de imaginar um futuro que faria se sacrificando. Mas
ele nã o poderia abandonar o futuro de Tuka por esses motivos. Seria muito cruel.

Em contrapartida, imaginou-se continuando sua vida de militar, trazendo Tuka,


Rory, Lelei, Piñ a e Bozes para um Comiket, e aí fazendo uma grande confusã o. Ele
gostava mais daqueles dias felizes.

“Eu acho… nã o posso fazer isso, afinal”, disse Itami.

A resposta de Yanagida foi um encolher de ombros. Itami nã o sabia se significava


“Você é um idiota incurá vel” ou “Nã o entendo”. No entanto, mesmo que Yanagida nã o
aceitasse os motivos de Itami, ele o apoiaria até o fim.

“É assim que é, Yanagida-san. Vou deixar o planejamento e os preparativos para


você. Além disso, precisarei de um veículo, armas e explosivos. Ah, e algum
combustível extra e provisõ es.”

Yanagida agarrou sua cabeça e olhou para o céu enquanto dizia: "Espere,
espere", entã o ele rapidamente tirou um caderno e uma caneta do bolso e anotou os
pedidos de Itami em uma lista.

“Que armas você vai precisar? E de quanta raçã o você vai querer?”

“Preciso de pelo menos 10 LAMs, quanto mais melhor. Quanto à alimentaçã o,


como vamos só eu e o Tuka, comida para duas pessoas deve ser suficiente.”

"Oi, tudo bem nã o levar Yao junto?"

“Yao? Quem é esse?”

“A principal culpada. A mulher Dark Elf.

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“Ahhh, ela? Quem se importa com ela? Yanagida-san, por essa ló gica, isso faria
de você um segundo culpado também, certo?

Yanagida tossiu. “Huh, parece que o tiro saiu pela culatra. Eu vou fazer a minha
parte, entã o nã o fique falando sobre isso, ok? Além disso, raçõ es para dois, certo?”

Depois de confirmar com Itami, Yanagida olhou por cima do ombro de Itami e
para trá s dele.

“Ah, sim, para dois.”

“Isso realmente será suficiente?”

“Algo está errado?”

“…”

Yanagida nã o conseguia falar. Seus olhos pareciam dizer: "Nã o se arrependa"


enquanto olhava para Itami. Só entã o, uma força poderosa varreu as pernas de Itami
debaixo dele.

A visã o diante de seus olhos mudou repentinamente para o céu aberto e quando
ele voltou a si, já estava deitado de costas.

Itami tossia sem parar com o impacto repentino e de repente, a visã o de Rory em
sua saia gó tica preta com bordas de renda pairava sobre ele, junto com suas pernas
deliciosas que desapareciam nas profundezas de sua saia.

Ela usava meias pretas sob suas botas pretas, e depois o que parecia ser uma
cinta-liga preta, mas ele nã o podia ver claramente porque estava escuro. Mais acima,
tudo o que ele podia ver era escuridã o. Enquanto tentava tirá -los de sua linha de
visã o, ele fixou os olhos em Rory.

“Você nã o acha que está nos tratando como estranhas?”

A ponta pontiaguda da alabarda bateu no chã o, bem ao lado da orelha de Itami.


Ao lado dela, Lelei observava o supino Itami.

“É porque, nã o, na verdade, entenda, eu senti que nã o deveria envolver vocês.”

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Rory sentou-se na barriga de Itami e socou o peito de Itami com seu punho
minú sculo.

“É por isso que eu disse que você está nos tratando como estranhas. Vamos, o
que há de tã o ruim em nos envolver?”

“Posso?”

“Nã o diga isso. Isso me faz sentir solitá ria.” Rory continuou batendo no peito de
Itami.

“Mas vai ser muito perigoso. Podemos nã o voltar com segurança.”

“Bem, isso parece divertido. Agora estou animada.”

Enquanto Rory sorria, Itami podia ver uma luz demoníaca e faminta por batalha
em seus olhos. Itami sentiu como se fosse devorá -lo de uma só vez.

“Mas, veja bem, isso…”

“Seu idiota. Se você nã o for sincero quando convidar uma mulher para jogar
jogos perigosos com você, ela ficará esperando para sempre”.

“Mas, nó s vamos exterminar o Dragã o de Fogo. Quer dizer que vai morrer
comigo?”

"Claro que nã o. Um suicídio duplo é muito ruim. Já que tenho mais 40 anos neste
meu corpo, quero aproveitar meu tempo com ele antes de abandoná -lo.”

"O que significa que você nã o vai?"

“Nã o me diga que você estava planejando perder desde o início. Você pretendia
se matar?”

Itami balançou a cabeça. Ele sentiu que, mesmo em meio ao perigo suicida, havia
um leve vislumbre de uma chance de que ele pudesse voltar vivo.

"Entã o, isso significa que você nã o quer se matar comigo?"

“....................................”

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“....................................”

“....................................”

“Ei. Entã o você deveria ser mais honesto.”

Rory deu um soco forte na barriga de Itami. O golpe ultrapassou a proteçã o de


seu colete à prova de balas com placas de metal.

“Uuu, entendi, entendi, vou dizer. Espere um pouco.”

Itami sentou-se para evitar o segundo soco de Rory e no final, seu rosto foi
recebido pelo busto esguio dela.

“Rory, você pode vir comigo?”

O ar de perigo desapareceu quando Rory sorriu. Itami se perguntou, como ela


podia sorrir tã o docemente…

“Vai sair caro, você sabe.”

“Entã o eu devo a você primeiro. Embora eu nã o saiba se posso pagar de volta.”

“Tudo bem. Eu definitivamente voltarei. Vou reivindicar sua alma depois que
você morrer e transformá -lo em um familiar.”

“Você é um demô nio?!”

Rory ignorou o rosto lamentá vel de Itami. Depois de um rá pido olhar sobre o
corpo dele, ela agarrou seu braço direito e o mordeu.

“Ow! Ow! Ow!”

Itami gemeu como se estivesse sendo devorado, e Rory libertou o braço de sua
boca.

“Contrato estabelecido.”

Havia marcas de mordidas ó bvias no braço direito de Itami. Rory lambeu o


sangue que escorria delas.

Entã o, ela arrancou sua alabarda do chã o. Ela levantou três dedos para Yanagida
e disse: “Três pessoas”. Entã o ela voltou para seu quarto, para se preparar para a
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viagem.

Enquanto observava Rory sair, ouviu Lelei dizer: “Quatro pessoas”.

“Ei, ei, Lelei, você vem também?”

Lelei olhou desapaixonadamente para Itami e disse: “Isso nã o era ó bvio?” Seu
tom era frio, como se ela estivesse falando com um idiota. Entã o, ela continuou
severamente: “O sol nã o nasce de manhã ? Os objetos nã o caem no chã o?” enquanto
ela o encarava.

Isso significava que ele nã o entenderia se ela nã o explicasse? E entã o:

“A magia é necessá ria para aumentar suas chances de sobrevivência. Eu quero


permissã o para ir … ” Os olhos de Lelei pareciam dizer, mais alguma coisa? Do outro
lado daqueles olhos sem emoçã o, Itami podia sentir todos os tipos de emoçõ es
escondidas dentro de Lelei. E entã o, ele percebeu que ela estava com muita raiva.

“L-Lelei-san? Pode ser… você está brava?

“…”

E entã o, Itami disse, “Quatro pessoas, por favor” para Yanagida.

Como ele já havia concordado em deixar Rory vir junto, nã o havia razã o para
deixar Lelei de fora. A raiva de uma garota que nã o demonstrava suas emoçõ es era
bastante assustadora.

Embora Itami tivesse pensado em recusá -la com “Você é muito jovem” ou “Você é
uma parte importante do ALC, Lelei provavelmente responderia como se estivesse
repreendendo um bebê. Pior, podia adicionar combustível ao fogo.

Lelei parecia muito feliz com a resposta de Itami quando ela saiu. Ela
provavelmente iria se preparar.

E agora, Yao apareceu na frente de Itami.

Ela chegou sem dizer uma palavra e entã o caiu de joelhos na frente de Itami.
Ambas as palmas das mã os estavam pressionadas em seus ombros opostos, e ela se
curvou profundamente para ele.

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“Nã o importa quais ordens você tenha, meu corpo será seu para sempre. Vou
obedecer a toda e qualquer ordem que você fizer. Se você deseja que eu tire minha
vida agora, farei isso sem demora.”

Itami suspirou ao ouvir Yao jurar lealdade a ele. A força absoluta com que ela
declarou sua disposiçã o de cometer suicídio era muito opressiva.

“De qualquer forma, se você morrer aqui, será inconveniente para mim. Lidere
o caminho. Vou assumir o trabalho de destruir aquele Dragã o de Fogo.”

“Eu entendo. Se você deseja me confinar, por favor, dê a palavra.” Ele podia
sentir o desejo de Yao de ser punida em suas palavras.

Sua auto-zombaria e seu desejo de ser punida devem ter sido algum tipo de
defesa emocional de ser repreendida por outros. Yao estava profundamente ciente de
sua pró pria culpa e da raiva de Itami.

Nesse estado, mesmo que Itami punisse Yao, ela nã o poderia odiá -lo por isso. Ela
só podia aceitar isso como parte do trabalho.

Talvez punir aqueles que desejam ser punidos os deixasse felizes. Se Yao tivesse
uma consciência, nã o importa o quã o severa ela fosse castigada ou punida, nã o teria
sentido.

A questã o era que Itami ainda estava muito chateado. Ele sentiu que tudo isso
era um pé no saco. O oposto do amor nã o era raiva ou ó dio, mas ignorâ ncia. Quando
ele lidasse com ela, ele congelaria seu coraçã o.

Se Itami soubesse mais sobre Yao, ele poderia ter se sentido diferente. Mas para
Itami, essa Dark Elf chamada Yao foi quem apontou sua espada para ele sem motivo, e
foi a principal culpada por quebrar Tuka.

Yao sentiu que Itami estava deliberadamente mantendo distâ ncia. Como
resultado, culpa e remorso inundaram sua consciência. “nã o posso evitar”, ela pensou,
e parecia um tipo especial e gentil de inferno para ela.

Ser usada e descartada pelos pecados que cometeu seria natural. Era assim que
seus dias terminariam, como costumava acontecer com o infortú nio. No entanto, ela
ainda queria ser punida. Ela queria sofrer e ser repreendida. Ela queria ser humilhada
e degradada.

No fundo do coraçã o de Yao, ela sabia que queria ser abusada. O pensamento
disso a fez estremecer de alegria.
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“Entã o, no final, você vai precisar do suficiente para cinco pessoas.”

Yanagida, que tinha visto tudo isso, disse essas palavras como se estivesse
cuspindo grã os de areia. Por alguma razã o, ele parecia muito infeliz.

“Eu digo, Itami. Agora que estamos assim, é melhor eu confessar. Te odeio.
Sempre te odiei e agora te odeio ainda mais.”

Assim como ele estava se perguntando o que ele diria, Yanagida saiu cuspindo
uma torrente de insultos. Entã o guardou a caneta-tinteiro e o caderno de volta no
bolso da camisa e olhou para Yao, ajoelhada diante de Itami.

“Sabe, me formei na Academia de Defesa Nacional e entrei no JSDF com notas


excelentes. Você poderia até dizer que eu fazia parte da elite. Mas sabe, nada tã o
bom já aconteceu comigo antes. Trabalhei duro para estudar assuntos militares,
direito e todo tipo de coisa, fui sincero e honesto com meus colegas e superiores.
Abaixei a cabeça quando deveria abaixar, beijei todas as bundas necessá rias, fiz
bonito com os engravatados do QG e até consegui resolver todos os seus
complicados problemas políticos e financeiros. Trabalhei muito para sobreviver
neste mundo competitivo, até agora. É por isso que posso dizer com seriedade e
sinceridade que te odeio. Deixe-me ser claro sobre isso. Eu desprezo você. Um
preguiçoso que coloca seus hobbies em primeiro lugar? Nã o me faça rir.

Enquanto Yanagida continuava repreendendo-o, Itami podia ouvir seu orgulho


como membro da elite. No entanto, seu tom sério fez Itami querer continuar
ouvindo.

"Quem diabos você pensa que é? Você está completamente desmotivado, mas
chegou ao meu posto por acaso? Se for esse o caso, para que diabos eu tenho
trabalhado? Certamente, o JSDF é uma organizaçã o militar, e recompensar o sucesso
nas operaçõ es reais é natural. Mas você nã o acha que um sujeito como você, que faz
o que quer e zomba do meu trabalho duro pelas minhas costas, está sendo muito
astuto? É por isso que espero que você tenha dificuldade. Espero que você continue
se deparando com situaçõ es problemá ticas. Espero que você encontre perigo.
Espero que você tenha que escrever cartas para os pais de seus subordinados,
dizendo: “Infelizmente, seu filho teve infortú nio na Regiã o Especial e faleceu”! Isso
deve combinar com o meu trabalho á rduo. você nã o acha? Huh?

Mas agora, o que é isso? Por ser um assunto pessoal, você nã o pode envolver
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seu pessoal?

Você está fazendo isso para o benefício da naçã o? Ou você está apenas dizendo
isso para salvar sua pró pria cara?

Nó s, soldados, só podemos trabalhar com os subordinados que nos sã o dados!


Nossos subordinados sã o o que nos sã o atribuídos com base em nossa classificaçã o.
Isso é natural! Todos cumprem as ordens que recebem para que possamos as
atribuir nossos pró prios subordinados! Estou errado?

Depois que a gente sai da unidade, a gente nã o consegue fazer nada sozinho.
Seria engraçado se pudéssemos! Mas você, por que as pessoas ainda te seguem?
Por que você, e somente você, pode encontrar pessoas dispostas a acompanhá -lo?!
Merda, estou chateado. Droga."

Yanagida chutou o chã o enquanto ele se virava.

Itami observou os ombros de Yanagida tremerem por um tempo, e entã o


recuperou o fô lego e falou.

“Bem deixa pra lá . Como devo dizer isso... sinto muito?”

“Cale a boca, só estou desabafando, nã o diga nada!”

******

“O que, estamos levando esta mulher também?”

Tuka franziu a testa ao ver Yao e Itami disse: “Esta mulher deveria fazer muitas
coisas, mas agora ela desistiu e está voltando para sua aldeia. Já que está no caminho,
vamos dar uma carona para ela.”

Nem Rory nem Lelei falaram nada sobre a mentira. Yao concordou ansiosamente
com a histó ria de Itami, abaixando a cabeça e dizendo: “Estarei sob seus cuidados por
um tempo.”

Tuka estava infeliz porque o que ela pensava que seria uma viagem para duas
pessoas havia juntado um monte de companheiras de viagem ao longo do caminho.
No entanto, Rory e Lelei eram amigas íntimos, entã o ela estava feliz por poder viajar
com elas. Era um tipo de alegria diferente de apenas viajar com o pai, entã o seu â nimo
logo se recuperou.

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O povo de Arnus Town se reuniu para despedir Tuka, Lelei e Rory, que estavam
fazendo as malas.

Lelei deixou a direçã o do ALC para Kato e disse as crianças que, se tivessem
algum problema financeiro ou administrativo, deveriam conversar com Kato.

Rory cumprimentou seu rebanho e seus companheiros de bebida, enquanto Yao


olhou para as tropas JSDF e os PMs que cuidaram dela.

Nesse momento, o som de uma buzina fez a parede de pessoas que os cercava
ceder. Depois disso, Yanagida parou o HMV que dirigia na frente de Itami.

“Ei, Itami. Eu fiz você ver um lado embaraçoso de mim agora. Por favor,

esqueça.”

“Do que você está falando? Nã o me lembro de nada assim.”

“Isso serve.”

Depois que Yanagida terminou, ele desligou o motor e saiu do veículo. Como se
o substituísse, Lelei subiu no banco traseiro, enquanto Rory se sentava
nervosamente no HMV. Naturalmente, o assento do comandante do veículo era o de
Tuka.

“Eu carreguei tudo o que você pediu.”

Itami sentou no banco do motorista.

“Todas, vocês estã o prontas?” Itami perguntou à s meninas no veículo. “Tudo


bem vamos lá !”

“Estou pronta.”

“Qualquer hora é bom.”

“Eu, eu estou bem com isso.”

Em seguida, Itami pisou no acelerador.

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E assim, essas pessoas partiram de Arnus em um HMV.

******

Instalação de Tratamento de Arnus Hill

Podia-se ver a cidade de Arnus das enfermarias. O velho, deitado em sua cama,
observava o veículo sair da cidade.

“Entã o, o jovem partiu.”

Seu olho que havia perdido a luz estava coberto com um tapa-olho. Seu braço e
perna esquerdos foram feitos pelo homem. Depois de se vestir, apertou o botã o para
chamar a enfermeira.

“O que há de errado, Sr. Duran?”

O velho deu de ombros ao ouvir a voz da enfermeira pelo interfone. “Desculpe


por isso, mas você poderia trazer a pessoa de mais alto escalã o aqui?”

“O que aconteceu?”

“Nada, só quero dizer que tenho escondido algo sobre mim por um tempo.”

“Você mudou de ideia? No passado, você apenas dizia: ‘sou apenas um


fazendeiro’ toda vez que perguntá vamos sobre o sua vida.”

“Nã o é nada, eu apenas senti que, como o jovem já mostrou sua coragem, como
um velho como eu poderia continuar me escondendo aqui?”

“Eu entendo, vou chamar o médico imediatamente.”

******

Arnus Living Community, Alojamento dos Trabalhadores

Os capatazes anõ es tinham orgulho das casas que construíam. Eles estavam
confiantes de que nã o eram inferiores ao alojamento temporá rio do JSDF.

Entre essas casas estava o quarto da garçonete-chefe da cantina, Delilah.

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O chã o era de pedra e a cama de madeira. A primeira vez que ela o viu levou um
choque, porque o lugar que deveria estar cheio de palha estava cheio de travesseiros
e cobertores de algodã o.

Além disso, este lugar ainda tinha mó veis como uma pequena escrivaninha e
armá rios, e uma pequena cozinha também. As janelas foram penduradas com cortinas
coloridas. Mas o mais inacreditá vel era que tudo isso era para uso pessoal de Delilah.

Quando ela pensou sobre este lugar, ela ficou tã o comovida que teve vontade de
chorar.

Era difícil acreditar que uma Coelhinha Guerreira como ela pudesse ter tanta
sorte.

Mesmo na Casa Formal, que era conhecida por tratar bem os demi-humanos, as
empregadas ainda tinham que dormir juntas em um grande dormitó rio, e mesmo as
pessoas mais velhas tinham que dividir um quarto para duas pessoas.

E agora, ela tinha um quarto só dela.

As pessoas entrando e saindo da cidade de Arnus aumentaram, e as mesas da


cantina apertada também aumentaram. Naturalmente, Delilah e Dora estavam com
falta de mã o de obra. Como tal, seu salá rio também aumentou.

Depois disso, Delilah foi designada para treinar as novatas e assim, ela se tornou
a garçonete-chefe. O novo título veio com um aumento de salá rio e um quarto
pró prio.

Dalila ficou surpresa e encantada.

Ela abria e fechava as janelas sem nenhum motivo específico, ou espanava as


cortinas, e se enchia de admiraçã o e elogios quando mostrava seu quarto a seus
colegas e substitutos. O ú ltimo diria: “Sempai, é tã o incrível!” enquanto eles andavam
entusiasmados pela sala.

Nã o havia necessidade de se preocupar com colegas de quarto e ela podia andar


nua ou cantar como quisesse. Ela nunca se sentiu tã o feliz e livre antes.

Além disso, ela podia se orgulhar das cartas que escrevia para os amigos em
casa. Para nã o sobrecarregá -los com o custo da resposta, ela também incluia o selo
de retorno junto a elas.
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Ela havia enviado uma carta de recomendaçã o à House Formal, esperando que
eles pudessem recomendar suas amigas para empregos em Arnus.

Delilah esperava desesperadamente que suas amigas respondessem que


poderiam se juntar a ela aqui.

Pela manhã , ela acordou um pouco mais tarde do que de costume para fazer a
cama, e abriu as portas do refeitó rio quando já era quase meio-dia. Ela trabalhava
muito, conversava com os clientes, fechava por volta da meia-noite e voltava para
casa para dormir.

Ela nã o precisava se preocupar de onde viria sua pró xima refeiçã o. Ela também
nã o precisava se preocupar com um lugar para dormir.

Na verdade, ter muito tempo livre era frustrante. Ela vivia cada dia como se
estivesse sonhando.

No entanto, a carta que ela recebeu ontem à noite foi completamente diferente
de suas expectativas.

“Por que, por que Italica enviaria um pedido como este para mim?”

Delilah achou difícil aceitar o conteú do desta carta. Se ela cumprisse as


instruçõ es incluídas, seria impossível para ela trabalhar na cidade de Arnus depois
disso. Nã o apenas isso, significaria que todos os demi-humanos da cidade perderiam
seus empregos. Era uma açã o absolutamente imperdoá vel que ela estava sendo
solicitada a fazer.

“Por que?!”

Por que a Casa Formal emitiu uma ordem como essa? Era impossível para eles,
com seus vínculos com o JSDF, fazer tal coisa. Além disso, estavam supervisionando o
processo de paz com o Japã o, entã o uma ordem como essa era duplamente
impossível.

No entanto, ela teria que agir como ordenada.

Isso porque era um comando emitido pelos agentes secretos da Casa Formal.
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Delilah considerou a ordem conflitante, sua situaçã o atual e sua pró pria felicidade, e
tudo o que pô de fazer foi segurar a carta diante dela sem se mover.

Ela precisava falar com alguém sobre isso. Mas a quem ela poderia recorrer?
Seus colegas? Nã o. Seu chefe, o chefe de cozinha? Nã o. Seria melhor ela procurar
Itami e os oficiais do ALC.

Assim que ela pensou isso, o som do motor do HMV veio de fora de sua janela.

“Ah, chefe Itami!”

Mas quando Delilah abriu a janela, o veículo com Itami havia sumido.

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“Oh deuses. Ó apó stolos que separam os céus e a terra. Eu ofereço a você esta
oraçã o. Minha carne eu ofereço para se tornar um ser de chama sacrificial.”

Emroy, Deus da Guerra.

“Hardy, deus do submundo. Deldort, Deus das Alianças. Palapan, Deus da


Vingança.”

Enquanto Delilah recitava sua oraçã o, ela encarou o pequeno altar em sua mesa.

Ela caiu de joelhos diante da vela que representava os deuses. As pontas de suas
longas orelhas de coelho quase tocavam o chã o.

Ela estava usando seu vestido de batalha.

Seu belo rosto estava coberto de maquiagem camuflada e ela segurava uma
espada curta enegrecida por carvã o.

“Livra-me do medo, da misericó rdia, do amor, da confusã o. Este corpo deve,


com esta espada, neste momento, reivindicar a vida do inimigo. Que sua borda seja
ungida com o vermelho do sangue fresco. Juro por minha alma que minha lealdade
nã o mudará nem será destruída.”

Esta foi a oraçã o dos Coelhinhos Guerreiros.

Uma vez, os Coelhinhos Guerreiros tinham um pequeno reino nas planícies do


norte do continente.

De acordo com os registros, eles eram cruéis e ferozes, apaixonados e lascivos.


No entanto, esses eram registros humanos, que eram tendenciosos contra eles. Ainda
assim, os registros existiam por um motivo. Dentro de seu domínio, as tribos lutavam
entre si constantemente. Depois disso, eles se acasalariam com machos de fora de
suas tribos para procriar a pró xima geraçã o, e essa impressã o vívida ficou impressa
nas mentes dos historiadores.

Nesta sociedade, sua rainha de sangue puro tinha autoridade absoluta sobre as

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tribos, assim como muitos subordinados dos Coelhinhos Guerreiros. Havia também
um pariato de nobres que existia para apoiar a rainha. No entanto, isso apenas
representava sua posiçã o e linhagem, ao contrá rio dos patrícios do Império, cujo
status era transmitido por linhagem familiar. Isso porque os Coelhinhos Guerreiros
nã o tinham o conceito de família. Havia muito poucos homens nascidos para
sustentar uma linha familiar adequada. Os Coelhinhos Guerreiros eram uma raça
extremamente fértil, mas produziam muito poucos machos. Assim, os machos eram
raros e por serem raros, todos os descendentes de sangue puro nascidos dos machos
de uma tribo se tornariam imediatamente candidatos reserva para a rainha.

Como havia tã o poucos machos em cada tribo, as outras fêmeas se reproduziam


com os machos de outras espécies para obter sua semente e sua prole. E como nã o
tinham noçã o de marido e mulher, viviam com quem quisessem e iam embora
quando ficavam entediados. Eles fizeram todas essas coisas alegremente. E assim,
cada tribo poderia funcionar como uma família. A pró pria Delilah foi criada pelas
mulheres de sua tribo e cresceu sob sua tutela.

No entanto, seu país foi destruído pela traiçã o de sua rainha. O Império os
atacou.

Nã o foi uma ofensiva militar, mas foi mais como uma caçada. De fato, o objetivo
do Império nã o era territó rio ou riqueza, mas os pró prios Coelhinhos Guerreiros.
Eles começaram uma guerra para capturar as belas Coelhinhas Guerreiras para que
pudessem vendê-las e usá -las como escravas.

Os Coelhinhos Guerreiros resistiram bravamente ao Império, é claro. Cada um


deles era muito mais forte do que qualquer soldado imperial individual. No início da
guerra, eles brincaram com o Exército e deram a eles uma dura luta. No entanto, isso
era tudo que eles podiam fazer.

O Exército Imperial era superior em nú mero e equipamento, e há muito


refinava a arte de organizar e usar o poder militar. As tribos dos Coelhinhos
Guerreiros em todos os Reinos foram completamente subjugadas pelos contra-
ataques imperiais. Suas linhas de batalha foram constantemente penetradas, até que
sua ofensiva perdeu força e estagnou. Sob repressã o de todos os lados, eles foram
finalmente derrotados.

Os ú ltimos Coelhinhos Guerreiros que ainda resistiram foram mortos depois de


brincarem com eles. Os que ficaram sem forças e se renderam foram degradados

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pelos soldados imperiais e entã o suas orelhas foram cortadas ao meio no lugar de
uma marca de escravos. Depois disso, eram vendidos como escravos nos mercados,
como vegetais.

Claro, nem todos foram capturados. Alguns deles conseguiram escapar. No


entanto, esses fugitivos tiveram uma vida mais difícil do que os escravos.

Eles abandonaram suas casas e se espalharam aos quatro ventos para escapar
da captura pelo Exército Imperial. Sobreviver dia apó s dia exigia todas as suas
forças. Eles roubaram e venderam seus corpos apenas para obter a comida de que
precisavam para sobreviver. Alguns deles preferiram cortar as orelhas e se render a
viver uma vida tã o miserá vel.

Quando eles tomavam essa decisã o, ninguém os impedia. Sua determinaçã o


estava vacilando. Em vez de levar uma vida miserá vel por alguns poucos restos de
dignidade, eles podem muito bem se tornar escravos e ter uma vida marginalmente
mais fá cil.

Portanto, aqueles que permaneceram foram os fortes que se recusaram a


abandonar sua honra e dignidade, mesmo diante da morte. Eles foram mantidos por
seu ressentimento com a rainha que os traiu. Eles sobreviveram através do ó dio e da
honra.

E entã o, eles conheceram o mestre anterior da Casa Formal, Colt.

Ninguém sabia se era um hobby ou porque ele tinha a mente aberta, mas quem o
conhecia geralmente concordava: “Deveria ser um hobby”. Isso porque ele preferia
belezas demi-humanas a garotas humanas.

Na verdade, foram vá rias Catgirls e Medusas que receberam suas afeiçõ es. No
entanto, quando questionadas sobre o conde, todas sorriam alegremente, mas com
uma pitada de amargura, e nã o diziam nada. Como tal, a verdade estava envolta em
mistério.

Mais tarde, quando Myui tinha idade suficiente para herdar a Casa, ela ouviu das
empregadas mais velhas sobre o pensamento de seu pai e as coisas tolas que ele
disse. No entanto, Myui nã o pô de divulgar essas palavras. Afinal, ela tinha que
proteger a reputaçã o de seu pai, entã o ela nã o poderia repeti-los casualmente.

A partir disso, ela poderia concluir uma coisa. Ele nã o havia abusado de sua
posiçã o e poder para tirar vantagem delas. Mesmo gostando de demi-humanos, ele
respeitava seu livre arbítrio e tinha a mente bastante aberta. Nã o seria errado ter
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uma boa opiniã o dele.

De qualquer forma, a Casa Formal reuniu os Coelhinhos Guerreiros, Povo Gato,


Harpias, Medusas e vá rios outros Demi-humanos que enfrentavam a opressã o em
seus territó rios e os protegeu, além de proibir a venda deles. Como resultado, dentro
do domínio da Casa Formal, os demi-humanos receberam direitos humanos bá sicos.

O que os Coelhinhos Guerreiros receberam do Conde foi um pedaço de terra


difícil de cultivar. No entanto, este era o ú nico lugar onde eles poderiam viver em paz.
Eles construíram pequenas casas e eventualmente um assentamento e chamaram seu
povo. Eles trataram este lugar como uma segunda casa.

Além disso, o conde à s vezes os salvava da pobreza contratando voluntá rias


como suas criadas. Por causa disso, suas vidas lentamente deram uma guinada para
melhor.

Eles decidiram como um grupo que fariam qualquer coisa para retribuir essa
bondade, nã o importa o custo.

Portanto, de acordo com as ordens da Casa Formal, ela tomou sua decisã o final.

Delilah parou de pensar e abandonou suas dú vidas. Ela agarrou a espada curta
que havia recebido para terminar sua missã o.

******

Yanagida observou Itami sair, mas seu rosto nã o tinha mais uma expressã o de
raiva. Depois de um tempo, ele deu de ombros e disse: “Cheh, nã o posso fazer nada
com ele”, antes de voltar sua mente para o modo de trabalho diá rio.

O povo da cidade de Arnus voltou aos seus empregos. As meninas do PX


voltaram para o PX, enquanto a cozinheira-chefe e as garçonetes voltaram para a
cantina, enquanto os capatazes anõ es voltaram para seus canteiros de obras.

Yanagida voltou para seu escritó rio, para lidar com o trabalho extra que Itami
lhe dera.

Ele relatou os movimentos de Itami ao Major Higaki, cujo rosto estava


contorcido em frustraçã o, e entã o a pasta que ele mostrou a ele deixou o Major ainda
mais irritado.

“Em outras palavras, 'o tenente Itami recebeu informaçõ es importantes sobre
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recursos subterrâ neos de um morador local e devido à sua importâ ncia e urgência,
entregou seu comando ao sargento-mor Kuwabara e seguiu para as fronteiras do
Reino do Elba sob a orientaçã o do referido morador local. ' Isso está certo?"

"De fato. Desde o início, a chefia ordenou que Itami usasse suas conexõ es para
coletar informaçõ es sobre recursos e outras coisas. Esta açã o foi tomada de acordo
com esta diretiva.”

“Ah, esqueça, já que se trata de recursos subterrâ neos como petró leo e
diamantes, nã o podemos fazer muito a respeito.”

"Mm. Desde que começamos, o Gabinete está latindo: 'Encontre, encontre, ainda
nã o o encontrou?' Todas as equipes de reconhecimento aqui que falam o idioma
local estã o trabalhando o tempo todo por causa da Capital Imperial, entã o eles
tiveram sem tempo para fazer qualquer prospecçã o ou sei lá , apesar de ser um
objetivo extremamente importante.”

“É bom como objetivo, mas o problema é a urgência. É importante o suficiente


termos que desviar recursos ou abandonar nossos esforços na Capital Imperial?”

"Sim. A situaçã o no Japã o está ficando sombria. Em pouco tempo, a América, a


UE, a China, a Rú ssia e vá rios países de todo o mundo estarã o entrando na Regiã o
Especial, se nã o identificarmos com precisã o a localizaçã o desses recursos, nosso
país perderá a vantagem. Esta é uma parte vitalmente importante de nossa
estratégia nacional e nó s absolutamente temos que fazer isso. É por isso que senti
que a decisã o de Itami foi correta.

“Ainda assim, nã o é perigoso ir sozinho? Também ouvi dizer que dragõ es foram
avistados lá .”

“Aquele sujeito se preparou para isso.”

"É bem. Se preparou…”

Quando o Major Higaki disse isso, ele fechou os olhos e estendeu a mã o para o
carimbo.

“Tudo bem. Vamos aceitar isso assim.”

Yanagida guardou o documento e cumprimentou o major Higaki antes de partir.


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Só entã o, o Major Higaki falou de repente com Yanagida.

“Eu sempre me perguntei, no que exatamente esse cara está pensando?”

Yanagida girou 180 graus conforme o manual, e entã o ele respondeu.

“Desde o começo, pensei nele como um idiota. Agora, minhas suspeitas estã o
totalmente confirmadas.”

O Major Higaki olhou para fora da janela e entã o falou como se estivesse falando
consigo mesmo.

“Por que entã o, como esse cara pode ser tã o estú pido?” Yanagida ignorou a
pergunta de Higaki.

“As regras e os regulamentos existem para serem seguidos. No entanto, se


alguém seguir cegamente as regras, algum dia, a humanidade como espécie será
suplantada por má quinas equipadas com IA.”

"O que é isso? Algum tipo de ficçã o científica?

“Nã o. Acredito que será um problema para nó s no futuro pró ximo.”

“Sério. Se for esse o caso, qual é o valor de uma vida humana? Qual é seu
propó sito?”

“O valor da humanidade reside em sua capacidade de escapar dos limites das


regras e regulamentos. Em certos momentos, as regras e regulamentos devem ser
quebrados. Quando eles forem quebrados, poderemos ver o valor da humanidade.”

Higaki suspirou alto o suficiente para Yanagida ouvir.

“Aquela garota Yao se prostrou diante de mim e me implorou para salvar seu
povo. Ela até abraçou minha perna. E ela era uma garota tã o bonita. Quando a ouvi
chorar, meu coraçã o doeu. Naquela época, eu estava confuso. Mas eu nã o agi. Eu nã o
poderia atuar. Tenho uma família para alimentar e meus subordinados têm suas
pró prias famílias. Eu nã o poderia agir casualmente.”

“Major, isso é normal.”

“Se aquele cara fizer o que você disse e mostrar o valor da humanidade… eu vou
ficar com inveja dele.”

Depois que Higaki disse isso, ele virou as costas de sua cadeira girató ria para
Yanagida. Yanagida continuou falando para suas costas.
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“Major. Isso é só porque sua hora ainda nã o chegou.”

******
Yanagida continuou seu trabalho.

“Tudo bem, o pró ximo é…”

Depois de uma corrida rá pida, ele alcançou o Quartel-general da Força


Expedicioná ria da Regiã o Especial JGSDF – 2ª Divisã o da Unidade de Estado-Maior de
Operaçõ es.

O responsá vel pela 2ª Vara era o Coronel Imazu, responsá vel pelas operaçõ es de
inteligência na Regiã o Especial.

Embora a maioria de seus subordinados fossem soldados uniformizados, ele


também estava encarregado de alguns processos da Intel Branch, bem como homens
da Agência de Segurança Pú blica, do Ministério das Relaçõ es Exteriores e da polícia.
De certa forma, a 2ª Filial foi o destino final de pessoas de muitas outras unidades.

E entã o, eles seriam implantados de acordo com suas especialidades para coletar
informaçõ es na Regiã o Especial, realizar aná lises e avaliaçõ es de dados ou determinar
a direçã o de operaçõ es futuras. E o trabalho do coronel Imazu era coordenar tudo o
que eles faziam.

“Chefe Imazu, tenho alguns documentos para você aprovar.”

Imazu olhou para os formulá rios de solicitaçã o que Yanagida apresentou a ele.
Eram documentos post facto destinados a apoiar a legalidade da operaçã o solo do
Itami. O carimbo de Higaki já estava nesses documentos. Tudo o que Imazu precisava
fazer era assinar.

Imazu leu cada um antes de assinar.

“Ianagida. Isso pode envolver recursos naturais, mas você nã o acha que é um
pouco precipitado? Parece que está sendo apressado.”

“Atualmente, as equipes de reconhecimento restantes foram todas enviadas para


a Capital Imperial para realizar as operaçõ es da 2ª Filial. Nessas condiçõ es, nã o
podemos nos dar ao luxo de fazer o que quisermos.”

“Entã o pense em algo. Embora possamos perguntar a estudiosos como Kato-


sensei ou Lelei-chan sobre informaçõ es, ou obter vigilâ ncia aérea de voos de
reconhecimento da JASDF, ainda precisamos ter botas no chã o para realizar
investigaçõ es. Embora as conversas sejam importantes, nosso trabalho também é
muito importante. Estou contando com você.”
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Na verdade, havia um nú mero muito limitado de pessoas que falavam o idioma
local e faziam investigaçõ es, entre outras coisas. A fim de garantir que houvesse
pessoas suficientes para as atividades na Capital Imperial, a missã o de prospecçã o
de recursos foi adiada a tal ponto que nenhum progresso foi feito.

Normalmente, Yanagida faria ajustes com base nos desejos de cada filial e para
permitir que as unidades operacionais concluíssem sua missã o com sucesso, ele
poderia ter que negar certos pedidos. No entanto, ele simplesmente nã o conseguia
pensar em uma soluçã o para a situaçã o atual. Portanto, no final, ele teve que se
adaptar à situaçã o e tentar ganhar algum tempo de reaçã o.

“Bem, quando você pensa sobre isso, você nã o acha que as açõ es de Itami sã o
uma soluçã o para você?”

“O que você quer dizer?”

“Bem, pense nisso. Um oficial do JSDF contrata de três a quatro moradores


locais e depois viaja por todo o local fazendo reconhecimento. Isso nã o resolverá o
problema de mã o de obra? Escolha uma ou duas pessoas de cada uma das seis
equipes e assim, você terá pessoas suficientes para seis equipes de prospecçã o de
recursos. Além disso, uma equipe de reconhecimento deve ser capaz de se sair bem
com apenas uma ou duas pessoas.

De fato, essa linha de pensamento nã o era ruim.

A prospecçã o de recursos basicamente significava encontrar a localizaçã o de um veio


de minério. Se eles encontrassem inimigos, eles poderiam simplesmente fugir. Dessa
forma, seria necessá rio apenas um par de soldados por equipe.

Certo, era mais perigoso operar com menos membros, mas eles poderiam usar
locais confiá veis para compensar o deficit de nú meros. Na papelada, eles seriam
guias. Em outras palavras, exatamente como o Itami estava fazendo.

O principal era que eles precisavam garantir que as equipes pudessem chamar
reforços se algo acontecesse. Se eles pudessem usar o SFGp e a West Brigade, seria
uma ó tima ideia.

“Por favor, considere a ideia. Nã o há necessidade de você decidir imediatamente,


mas espero que você possa refletir sobre isso.”
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Yanagida estava pensando nos pelotõ es de prospecçã o de recursos quando
deixou o 2º Regimento.

******

A corneta para o hasteamento da bandeira soou.

O sol estava se pondo no oeste. O treinamento das unidades de combate e outros


trabalhos terminaram. Cada unidade retornou ao seu quartel e relatou ao seu
comandante antes de trabalhar em suas armas em preparaçã o para devolvê-las ao
arsenal. Depois comiam, tomavam banho, lavavam as roupas e engraxavam as botas.
Depois disso, eles arrumaram seus quartos e seus equipamentos pessoais e de resto,
passaram o tempo.

Naturalmente, o pessoal que trabalhava à noite e à noite nã o fazia parte dessa


peça. Como tinham que patrulhar os arredores, tiveram que retirar armas e muniçõ es
do arsenal.

Yanagida era uma dessas pessoas cujo trabalho ainda nã o havia sido feito à quela
hora tardia.

Ele ainda tinha que mostrar seus documentos ao homem mais poderoso do JSDF,
explicá -los a ele e em seguida, pedir educadamente que colocasse seu carimbo neles.

“Entendo, entã o o tenente Itami soube de possíveis recursos no Reino do Elba e


levou vá rios moradores locais para orientá -lo enquanto fazia sua prospecçã o. É isso?"

Diante do tom pesado de Hazama, Yanagida endireitou as costas e assentiu


silenciosamente.

A atmosfera severa do escritó rio do General deixou Yanagida desconfortá vel.


Isso porque os líderes do 1º, 2º, 4º, 5º e 6º Grupos de Combate, bem como os quatro
pilotos do JASDF estavam todos na mesma sala que ele.

Em particular, o coronel Kamo (comandante do 1º Grupo de Combate) e o


coronel Kengun (comandante do 4º Grupo de Combate) o fitavam com olhares
penetrantes. Parecia que eles iam pular nele a qualquer momento. Yanagida estava
sob tanto estresse que nã o conseguia falar. A hostilidade deles era claramente
dirigida a ele.

O que eu fiz para deixá-los tão bravos? Seu nervosismo e tensã o estavam
aumentando. Nã o importa o quã o elite Yanagida se sentisse, agora, ele era um mero
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primeiro-tenente.

Yanagida cerrou os dentes e respondeu a Hazama: “Sim, é exatamente isso!”

“O que diabos aquele sujeito está pensando?”

“o Itami estava agindo de acordo com a Diretiva 5-304 de nosso ministério,


‘Direçã o Estratégica de Regiã o Especial: Investigaçã o de Recursos’!”

"Eu sei que. Nã o estou falando sobre o motivo oficial. Você sabe o que eu quero
dizer?"

"Nã o sei. Seja oficial ou nã o oficial, Itami saiu para procurar recursos!”

As roupas de camuflagem de Yanagida pareciam ter sido encharcadas de á gua.


Talvez se alguém as apertasse, eles poderiam encher um ou dois copos com seu suor.

"É assim mesmo. Entã o é isso.”

Hazama olhou para os documentos que Yanagida ficava espiando. Depois de se


sentar na cadeira, ele pediu a opiniã o dos comandantes.

"Cavalheiros. O que vocês acham?"

Kengun respondeu: "Faremos o que o General ordenae."

“Nó s também, estamos prontos para partir a qualquer momento.”

Depois que o tenente-coronel Kamikoda respondeu, Ltc. Kurihama, Ltda.


Nishimoto e o Maj. Mizuhara ergueram seus peitos em apoio.

“Bom. Muito bom.” Hazama levantou-se.

“Deixando a China atual de lado, a China antiga tinha muitas pessoas e histó rias
que devemos respeitar. Por exemplo, Shen Baoxu. Ele foi um ministro de Chu durante
o Período da Primavera e Outono da China antiga. Quando o país de Chu estava à
beira da destruiçã o pelo exército Wu, ele foi ao reino de Qin para pedir reforços. O rei
Qin disse: 'A destruiçã o de Chu é problema seu. Por que, entã o, devo sacrificar os
soldados de Qin por você?' Depois disso, Shen Baoxu chorou no pá tio do palá cio Qin
por sete dias enquanto implorava por ajuda. O rei Qin foi comovido e enviou seu
exército como reforços. O que você acha?”

Ltda. Kamikoda do JASDF respondeu primeiro.

“Acho que foi tolice enviar o exército Qin para morrer por outra naçã o. Só um
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idiota faria isso.”

“De fato. No entanto, temos um idiota como esse em nosso meio.” Ltda. Kurihama
exalou e falou.

“Ele pode ser um idiota, mas ainda é um cidadã o japonês. Nã o podemos deixá -lo
solto por aí.”

“Exatamente. Senhores, nã o deixem aquele idiota morrer. Coronel Kamo!”

“Senhor!”

Kamo levantou-se como uma vareta, empurrando o peito para a frente.

“Ordene que o 1º Grupo de Combate fique de prontidã o. Em seguida, selecione


tropas apropriadas para fornecer reforço para as investigaçõ es de recursos do Tenente
Itami. Em seguida, tenente-coronel Kamikoda!”

“Senhor!”

“Desejo solicitar apoio aéreo. Prepare-se para todas as emergências que possam
acontecer, por exemplo, um encontro com a Besta Perigosa Tipo A da Regiã o Especial.”

“Entendido!”

Cada um dos comandantes partiu do gabinete do general.

Embora ele meio que entendesse o que tinha acontecido na sua frente, Yanagida
ainda estava rígido. Entã o, ele fez uma pergunta nervosa a Hazama.

“Isso… eu pensei que tínhamos decidido nã o agir porque isso envolveria


cruzarmos a fronteira do Reino do Elba? Por que você decidiu mover nossas forças
para fora?”

Yanagida estava operando com a suposiçã o de que Itami seria queimado até a
morte. Se eles estivessem tã o dispostos a enviar suas tropas desde o início, Yao nã o
precisaria levar Tuka ao limite.

Hazama olhou para Yanagida.

“Bem, isso nã o importa agora. Desde que Itami começou a se mover, tudo vai se
voltar contra ele. Yanagida, acredito que você fala o idioma da Regiã o Especial?”
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“Mm. Posso manter uma conversa simples.”

“Entã o, preciso que você vá até o centro de tratamento. Eu quero que você conheça
alguém. Sua missã o é ouvir os termos dele e depois retransmitir os nossos.”

“Eu entendo. Mas, quem eu vou encontrar?”

Ao ouvir a pergunta de Yanagida, Hazama tossiu alto e tirou o casaco encharcado


de suor antes de responder.

******

“O Rei do Elba está atualmente em nosso centro de tratamento?” Yanagida nã o


conseguiu esconder sua surpresa com as palavras de Hazama.

E pensar que uma pessoa tã o importante estava tã o perto. Se isso fosse verdade,
esse incidente poderia levar ao desenvolvimento de relaçõ es entre o Reino do Elba e
o Japã o em um caminho vantajoso.

"Isso... isso é verdade?"

“Ah, é. Agora mesmo, Bozes-san nos contatou. Aparentemente, ela e um dos


estudantes de idiomas chamado Suisses-san falaram com ele pessoalmente. Nã o há
erro nisso. Elas também ficaram bastante chocadas quando descobriram.”

Hazama providenciou para que os estudantes de idiomas determinassem se o rei


era verdadeiro. Ele pensou que a nobreza imperial deveria conhecer a realeza dos
vassalos do Império e, no final, ele estava certo.

E assim, Yanagida se dirigiu ao centro de tratamento para visitar uma


determinada enfermaria.

O que Yanagida viu foi um homem caolho com uma das mã os, jantando em sua
cama. Ele tinha um bom apetite pra alguém que parecia que deveria ter sido
hospitalizado.

“Ahhh, você veio. Enquanto esperava, escrevi uma carta ao príncipe, que está
cuidando dos assuntos de Estado em meu lugar. No entanto, duvido que ele fique
feliz em ouvir de mim. Ele provavelmente pensa que estou morta.

Quando Duran viu Yanagida, ele começou a explicar as circunstâ ncias atuais,
bem como a fazer a autorrepresentaçã o que ele havia se recusado firmemente a dar
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até agora.

Yanagida parecia ter uma boa compreensã o da situaçã o, entã o ele permaneceu
firme. Duran entã o decidiu voltar sua atençã o para a comida em vez dele. Ele parecia
querer controlar o fluxo da conversa, mas em vez disso o perdeu.

Yanagida decidiu abandonar sua postura dura de negociaçã o. Nã o importa quã o


pequeno fosse seu reino, Duran ainda era o homem que liderava seu exército. Ele
nã o podia ser subestimado. Depois disso, Duran decidiu comentar sobre a comida
que estava comendo.

“Nã o fiquei muito feliz porque nã o podia beber, mas como as enfermeiras e os
médicos continuam me importunando, nã o tive escolha a nã o ser aguentar. No
entanto, a partir desta noite, poderei retirar minha comida da cantina e comê-la
aqui. Essas pessoas de Arnus estã o comendo coisas realmente boas. Parece que todo
dia é dia de festa. Essa é a verdadeira medida da felicidade de um povo.”

Sua bandeja estava cheia de carne frita e legumes.

Embora nã o estivesse claro o que ele havia comido, a cantina em Arnus Town
deveria ter vendido refeiçõ es prontas comuns. Uma vez que os ingredientes frescos
da Regiã o Especial foram aromatizados com especiarias e temperos do Japã o, o
resultado foi delicioso. No entanto, era muito difícil imaginar que alguém chamado
de “Sua Majestade” ficaria tã o entusiasmado com uma comida tã o comum.

No entanto, a comida do hospital deve ter sido horrível. Ele nã o sabia as


circunstâ ncias exatas, mas pela aparência das coisas, Duran deve ter passado muito
tempo no hospital, comendo as mesmas refeiçõ es insípidas dos pacientes todos os
dias. Depois disso, a comida normal teria um sabor vá rias vezes melhor do que
realmente era.

“Bem, a cidade abaixo também é mantida pelo meu país, entã o isso é natural.”

Depois de elogiar o Japã o neste assunto indireto, ele perguntou a Duran por que
o príncipe deixado para trá s em seu país ficaria infeliz porque o rei ainda estava
vivo.

“Ahhh, bem, aquele sujeito parece estar se afastando cada vez mais de mim a
cada dia. A vida seria muito mais fá cil para ele se eu nã o estivesse por perto. Ele nã o

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pareceu feliz quando viu meus mensageiros.

"Entã o é assim…"

Mesmo que um rei aprovasse uma força militar cruzando suas fronteiras, isso
nã o significava nada, a menos que o povo concordasse. Era crucial informar ao Reino
do Elba que nã o se tratava de uma invasã o.

“Dê essas cartas ao duque Cremsan e ao duque Watt. Eles sã o meus amigos
íntimos e suas localizaçõ es estã o marcadas no mapa.”

Duran entregou as cartas e o mapa desenhado à mã o para Yanagida.

"Diga a essas pessoas para chamar os membros ú teis da nobreza para ajudar."

Yanagida nã o aceitou esses itens. Em vez disso, ele acenou com as duas mã os
em recusa. "Como eu poderia? Nã o queremos interferir nas lutas de sua família. Isso
nã o tem nada a ver com o meu país.”

“Nã o diga isso. O Reino de Elba era meu para começar. Eu simplesmente preciso
de sua ajuda para recuperá -lo para mim.”

Yanagida franziu a testa com o pedido de Duran e respondeu: “Talvez seja


melhor pedir ajuda ao Império.”

A decepçã o se arrastou pelo rosto de Duran quando ele disse: “Eu odeio o
Império”. Pela aparência das coisas, ele parecia alimentar um profundo
ressentimento contra eles.

“Bem, mesmo que Vossa Majestade nos forneça sua ajuda, como isso beneficiará
meu país?”

“Bem, posso permitir que você cruze minhas fronteiras para matar o Dragã o de
Chamas. Que tal isso?”

Yanagida balançou a cabeça. Entã o uma expressã o perversa floresceu em seu


rosto.

“Gostaria de enviar sua cabeça ao príncipe, embalada em sal. Com sua

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permissã o, é claro.”

Duran fez “Cheh”.

“Que sujeito irritante. Você quer embalar minha cabeça em sal? Há pessoas que
apostam suas vidas para exterminar o Flame Dragon, e entã o há você. Qual de vocês
vem do Nihon?”

Yanagida respondeu que ambos eram japoneses e duas pessoas nã o poderiam


representar todo o Japã o. Todos os japoneses tinham suas pró prias personalidades e
nã o se poderia julgá -los a todos pelo exemplo de apenas um indivíduo.

Seu diá logo ameaçador era apenas uma guerra de palavras travada pelos
interesses de seus países.

Normalmente, esse seria o trabalho de um diplomata, e nã o de um oficial como


ele. No entanto, agora Yanagida sabia que se isso se arrastasse, eles poderiam perder
os benefícios que poderiam ter ganho. O fato é que o governo japonês perdeu muitas
chances porque nã o as aproveitou a tempo, e à s vezes isso até levou a perdas. No
entanto, devido ao trabalho diá rio de Yanagida, ou talvez por causa de sua
personalidade, ele era do tipo que usaria seu intelecto astuto para extrair o má ximo
de benefícios que pudesse, por menores que fossem as chances.

Yanagida entendeu que essa era a diferença entre ele e Hazama, e foi por isso
que este enviou Yanagida para garantir que as negociaçõ es fossem em uma direçã o
favorá vel.

"Entã o o que você quer?"

Por fim, Duran decidiu parar de bancar o tolo e decidiu ir direto ao ponto para
ouvir os pedidos de Yanagida. Duran reconheceu que nã o tinha nada com o que
negociar.

Yanagida decidiu dizer honestamente o que queria.

“Queremos direitos sobre os recursos subterrâ neos em seu reino. Sem impostos,
é claro.”

“As minas de ouro e cobre sã o a fonte da riqueza do meu país.”

“Bem, eu nunca disse que você tinha que dar todos eles para nó s.”

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“Mas—”

“Entã o, metade de ouro, prata e cobre. E, pegaremos todos os recursos valiosos


além desses três.”

“Um momento. Você quer dizer metade das atuais minas de ouro?”

“Entã o, metade das minas de ouro, prata e cobre recém-descobertas e tudo mais
além delas.”

“Isso é difícil de responder…”

“Por que isso?”

“Bem, primeiro me diga o que você quer com essas coisas além de ouro, prata e
cobre. Está ficando na minha mente. Se existem coisas valiosas além de ouro, prata e
cobre no solo do meu país, entã o por que nã o as conheço?”

"Bem, mesmo se você quira saber, por que eu diria a você?"

Duran respondeu enquanto deixava sua tensã o ir. “Nã o quero perder.”

Yanagida murmurou que fazê-lo perder era o ponto, e entã o ele se virou para
Duran.

“Se você nã o sabe sobre eles, entã o é tã o bom quanto nã o tê-los. Por favor,
continue na sua ignorâ ncia. A menos que você queira que eu prepare o sal…”

“Eu entendi, eu entendi. Metade das minas de ouro, cobre e prata e tudo o mais
no subsolo. É que tudo bem?"

Yanagida se levantou e estendeu a mã o para Duran enquanto dizia: “Por favor,


nã o se esqueça da isençã o de impostos”. Sem isso, os lucros do petró leo e dos
minerais, bem como de todas as formas de comércio, estariam sujeitos a impostos e
tarifas massivas.

“Cheh, que sujeito irritante. Bem, nã o tenho escolha.”

"Tudo bem entã o. Em troca, o JSDF irá escoltar Vossa Majestade de volta ao seu
reino. Quanto ao extermínio do Dragã o, esperamos que você também possa ajudar.”
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"Bem bem. Nesse ritmo, meu país se tornará um aliado de Nihon.”

“Vamos fazer isso, entã o. Infelizmente, sou apenas um oficial subalterno, mas os
diplomatas retornarã o da Capital Imperial em alguns dias. Nesse momento, eles
discutirã o os detalhes com você.”

“O que é isso? Um sujeito tã o pouco confiá vel…”

Para Duran, que queria permanecer independente do Império, desde que essa
condiçã o fosse atendida, eles poderiam obter a proteçã o do Japã o.

Duran resmungou em insatisfaçã o, mas Yanagida nã o prestou atençã o.

“Enquanto Sua Majestade honrar o acordo de recursos subterrâ neos, você


poderá manter bons laços entre seu país e o Japã o.”

*****

Havia uma razã o pela qual o centro médico de Arnus era chamado de “centro de
tratamento”. No Japã o, havia regulamentos para a nomeaçã o de instalaçõ es médicas.
Aqueles com menos de 19 leitos eram denominados “clínicas” ou “centros de
tratamento”, enquanto aqueles com mais de 20 leitos eram denominados “hospitais”.

O centro de tratamento de Arnus foi projetado para acomodar mais de 100


pessoas. Nesse sentido, era compará vel aos hospitais gerais da cidade. No entanto,
eles estavam usando apenas 5 leitos agora. De acordo com os regulamentos, eles
deveriam ter apenas pessoal suficiente para atender aos padrõ es de uma “clínica”.
No entanto, se o designassem como uma clínica, em caso de emergência, nã o seriam
capazes de acomodar mais de 20 pessoas. Nã o havia como prever quando uma
grande onda de baixas chegaria a uma zona de combate, entã o era um problema
frustrante.

Portanto, para contornar as limitaçõ es de uma clínica, decidiram chamá -lo de


“centro de tratamento” e abrir caminho blefando. Por mais sofisticado que parecesse
por fora, ainda era projetado como um hospital temporá rio em uma á rea de
desastre.

Dito isto, parecia bastante chamativo do lado de fora.

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Haviam bancos colocados perto da entrada do centro de tratamento e uma
garota estava sentada em um deles.

O nome dela era Noriko.

O céu estava coberto de inú meras estrelas.

Ela havia saído de sua enfermaria no hospital escuro porque nã o podia fumar lá .
Em vez disso, teve que ir para uma á rea designada para fumantes. Assim, era bastante
comum ver muitos pacientes de pijamas reunidos na entrada para fumar.

Isso nã o era para ser um elogio, mas os pacientes de bom humor nã o


acumulavam estresse com facilidade. Portanto, desde que fosse permitido em suas
condiçõ es atuais, os médicos e enfermeiras dariam consentimento tá cito e
permitiriam que seus pacientes fumassem.

No entanto, havia apenas cinco pessoas neste centro de tratamento, e apenas


Noriko era fumante entre elas. Normalmente, o velho chamado Duran, com o braço e
a perna artificiais, estaria aqui pra conversar, como se nã o quisesse que ela ficasse
entediada. No entanto, ele nã o apareceu esta noite, entã o Noriko estava aqui fumando
sozinha e em paz.

Foi uma sorte. Só por esta noite, ela queria ficar sozinha.

Hoje, com a aprovaçã o do médico e da assistente social, eles a informaram.

Isso significava: “Nã o conseguimos entrar em contato com seus pais apó s o
Incidente de Ginza. Tememos que eles nã o estejam mais neste mundo.”

“De jeito nenhum…”

“…...”

Naturalmente, Noriko imediatamente duvidou, mas o médico só conseguiu


balançar a cabeça e entã o entregou a ela um telefone celular.

“O que é isso, você nã o disse que as linhas telefô nicas estavam desligadas?
Mentiroso.”

Como esperado, Noriko imediatamente ligou para casa. No entanto, a chamada


nã o foi conectada. Ela ligou para os irmã os, mas quem atendia eram pessoas que ela
nã o conhecia.

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“Estranho. Este telefone está quebrado?”

Depois disso, ela tentou ligar para seus amigos da universidade.

No entanto, os nú meros de seus amigos mais pró ximos estavam em seu celular,
que havia desaparecido há muito tempo. Ela também nã o conseguia se lembrar
mentalmente de seus nú meros, entã o nã o podia contatá -los.

A sorte foi que ela lembrou que um de seus conhecidos tinha um nú mero de
telefone que terminava em 1111, entã o ela apertou nervosamente o teclado
numérico.

Depois disso, o amigo ficou chocado com a ligaçã o de Noriko. Depois de se


alegrar por Noriko estar bem, a amiga contou o que havia acontecido com sua
família apó s seu desaparecimento. Entã o ela prometeu espalhar a notícia aos amigos
de Noriko que ela estava bem e que nenhum deles poderia entrar em contato com
sua família. Finalmente, ela ouviu que sua casa havia pegado fogo. Ela estava
abandonada há vá rios meses e pegou fogo por causa de um eletrodoméstico
superaquecido.

Quando submetidas a um choque mental intenso, as mentes das pessoas


acionavam algo como um disjuntor para que nã o sentissem nada.

Agora, as ú nicas coisas que ela podia sentir eram o quã o cansada e esgotada ela
estava.

Embora fosse bom que ela nã o se sentisse triste, ela nã o estava completamente
sem tristeza.

Agora, ela provavelmente parecia um desastre. Se fosse um programa de TV, um


anime ou um mangá , ela provavelmente choraria no travesseiro até ficar todo
molhado. Com isso em mente, ela provavelmente deveria mostrar uma expressã o em
seu rosto que combinasse com sua condiçã o atual. Isso seria uma cara triste, neste
caso. No entanto, nã o importa o que fizesse, ela nã o conseguia fazer aquela cara.
Tudo isso parecia ter acontecido com outra pessoa. Por causa disso, a coisa toda de
repente parecia muito risível.

Nã o importa o que ela fizesse, nã o sentia nada. Se batesse em algo duro com a
mã o, deveria doer, mas agora sua mã o parecia nã o estar associada a ela. Havia dor,
mas nã o era a dor dela. Talvez pudesse dizer que nã o conseguia sentir a si mesma.
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Ela se sentia leve e flutuante, como se seu corpo nã o pudesse se acomodar em um só
lugar. Na cama, numa cadeira, olhando uma á rvore, socando uma parede, batendo a
cabeça, nada disso adiantou.

E entã o, Noriko percebeu. “Parece que nã o sou mais eu mesma.”

Quando ela pensou sobre isso, fez sentido. Ela nã o tinha ideia do que aconteceu
com seu amante que foi sequestrado junto. Ela pensava nele todos os dias e apó s o
resgate, descobriu que toda a sua família estava morta e ela nem tinha mais casa. Nã o
seria estranho se ela tivesse mudado.

A mente de Noriko chegou a essa conclusã o.

Certo, é apenas natural mudar. Enquanto Noriko pensava sobre isso, ela decidiu
tentar se acalmar caminhando até a entrada do centro de tratamento e fumando um
cigarro.

Ela cuspiu o cigarro enquanto exalava, e entã o pensou. “Eu poderia muito bem
morrer agora.”

E pensar que ela realmente disse isso, e em um tom tã o casual. Ela se perguntou
por que pensaria em tal coisa. Ela tentou pensar na maneira como morreria, para que
estremecesse, mas no final nem isso aconteceu. Apenas-

“Entã o, você quer morrer? Isso é bom,” a voz de uma mulher disse em um tom
reconfortante.

Felizmente, ela aprendeu o idioma da Regiã o Especial para sobreviver depois de


ser sequestrada. Foi assim que Noriko conseguiu entender o que a dona da voz estava
tentando dizer.

“Quem é?”

“Falando nisso, você se chama Noriko? Vai ser problemá tico se você nã o for…”

Uma coelha guerreira estava na frente de Noriko. Ela estava vestida com um
disfarce assustador, e as linhas femininas de seu corpo irradiavam um ar fascinante.

“Falando francamente, se você nã o quisesse morrer, eu nã o iria querer te matar,


mas já que você quer. Posso te ajudar.”

“Você vai me matar?”

"Mm. Há uma razã o para isso.

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“Entendo... vou morrer...”

Noriko ficou diante da mulher que estava envolta na sombra da morte. No


entanto, seu coraçã o nã o vacilou. Nã o havia medo, nem nojo, nem mesma alegria.
Tudo o que ela podia sentir era 'ah, então é assim'. Portanto, Noriko olhou a mulher
nos olhos. Ela observou silenciosamente o que aconteceria com seu corpo.

A Coelhinha Guerreira puxou a lâ mina preta de fuligem de sua cintura e a


segurou como um taco de bilhar, mirando na garganta de Noriko.

“Desculpe. Eu realmente sinto muito. Pode doer um pouco, entã o, por favor,
aguente. Nã o dó i tanto assim.”

“Pera ai o que você quer dizer? Eu nã o gosto de dor.”

Entã o, ela sentiu algo afiado tocando sua garganta.

“Argh. Eu nã o sei como torná -la indolor. O que devo fazer... bem, eu poderia
tentar te matar o mais rá pido possível. Tudo bem?”

“Quã o rá pido é o mais rá pido possível?”

“Ahhh, que saco. O que devo fazer?”

O Coelhinho Guerreiro parecia bastante preocupado com isso.

“Eu esperava que você resistisse ou fugisse porque nã o queria morrer, e estava
preparada para persegui-la e matá -la, mas nunca esperei que você me dissesse para
fazer isso.”

Ela parecia tentar dizer alguma coisa, a julgar pelo jeito que estava coçando a
parte de trá s das orelhas.

Por alguma razã o, esse movimento lembrou Noriko da outra Coelhinha Guerreira
que ela tinha visto antes, e Noriko riu.

“Hehe. Por alguma razã o, você se parece com Tyuule.”

O nome que Noriko mencionou sem pensar fez a outra mulher congelar. “Você...
qual nome você acabou de dizer?”

A espada pressionada contra sua garganta ficou lá , sem se mover, até que Noriko
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olhou para a mulher à sua frente novamente e perguntou: “O que há de errado?”

Entã o-

“Você aí, o que está fazendo?!” A Coelhinha Guerreira moveu-se por reflexo.

Yanagida apontou sua pistola 9mm para o alvo e puxou o gatilho três vezes, sem
hesitar. No entanto, os movimentos á geis da Coelhinha Guerreira foram muito mais
rá pidos do que Yanagida esperava. Ela deu uma cambalhota no ar e evitou as balas, e
entã o balançou sua espada para baixo para ele.

Ele evitou o golpe por pura sorte.

Enquanto seguia o alvo pulando em seu campo de visã o, ele perdeu o equilíbrio.
O meio passo que deu para trá s salvou sua vida.

A ponta afiada da espada cortou seu queixo e acertou a ponta de sua bota.
Yanagida deu um chute na Coelhinha agachada, que tinha quase a altura de sua
barriga. As tampas de aço em suas botas qualificavam-se como uma arma letal. No
entanto, ela saiu do caminho e ficou fora do alcance da espada dele.

Yanagida apontou sua pistola para o Coelhinho Guerreiro novamente, mas ele
nã o conseguiu mantê-la sob sua mira. Ela evitou seu objetivo como se desviasse de
uma espada ou lança. Embora nã o pudesse fugir de uma bala depois de disparada, a
pessoa que segurava a arma era um humano e ela podia se mover mais rá pido do
que ele poderia mirar. Essa era uma técnica possível para um mestre espadachim.

“Cheh—”

Yanagida sabia que nã o acertaria, mas atirou mesmo assim.

Para evitar o cano de sua arma, a Coelhinha Guerreira caiu no chã o e entã o
disparou para frente em Yanagida, apontando sua lâ mina para a cintura dele.

Por atacar por baixo dele, Yanagida nã o conseguiu reagir a tempo.

Já era bastante difícil tentar se desvencilhar, e ele sentiu algo queimando em


sua cintura.

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“Aí está você!”

O impacto o fez puxar o gatilho. Mas, felizmente, sua mira estava apontanda
para as costas de seu oponente. Yanagida nã o precisava mirar, entã o ele continuou
puxando o gatilho, nã o parando nem mesmo depois que seu pente estava vazio.

Ele continuou puxando o gatilho até desmaiar.

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O depó sito subterrâ neo escuro era iluminado à luz de velas. O ar estava pesado
de umidade, e as paredes de pedra geladas sugavam o calor do corpo. A luz e o som
eram mantidos do lado de fora por paredes grossas e resistentes. Aqui embaixo
havia apenas a escuridã o infernal. Nesse lugar, a ú nica coisa que poderia parecer
familiar era...

– uma cadeira meio apodrecida.

Apó s longos anos de uso, toda a cadeira rangeu. Além disso, havia ficado muito
tempo onde estava, entã o havia uma espessa camada de poeira sobre ela.

O antigo mordomo da Casa Formal estava sentado nesta cadeira que estava
prestes a desmoronar. O suor escorria de sua testa e ele ofegava pesadamente. Ele
parecia estar olhando para a escuridã o.

“Eu, eu nã o sei de nada!”, ofegou.

Vá rias pessoas surgiram da escuridã o, e uma delas deu um tapa forte no velho
mordomo.

“Ai!”

O tapa ecoou na parede, seguido pelo grito do mordomo. O lado de seu lá bio se
partiu, vazando sangue vermelho vivo.

“Bartolomeu. Já sabemos que você enviou uma carta falsa em nome de Lady
Myui.

A empregada de ó culos com orelhas de gato, Persia, agarrou o mordomo


silencioso pelas lapelas e o ergueu. Atrá s dela, a criada-chefe observou
impassivelmente a expressã o de dor no rosto do velho, antes de fazer outra
pergunta.

“Eu, eu nã o sei. Nã o fui eu. Definitivamente nã o fui eu. Por favor acredite em
mim!"
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“Por favor, diga a verdade. Ainda nã o é tarde demais.

Depois disso, o mordomo foi espancado vá rias vezes, mas mesmo assim se recusou a
falar.

“Realmente nã o fui eu, nã o sei de nada! Além disso, por que você está
suspeitando de mim? Trabalho aqui há mais tempo do que todos os outros. Deve
haver muito mais pessoas que sã o mais suspeitas do que eu. Qualquer um poderia ter
entrado no estudo!”

“Mas você era o responsá vel pelo selo da casa. Estou errada?”

Vendo o olhar da velha criada, Persia começou a espancar o mordomo


novamente. Ela nã o atacou para matar, apenas para fazê-lo sofrer.

No entanto, o mordomo recusou-se teimosamente a falar. “Apenas deixe-me ler


sua mente!”

Á urea deu um passo à frente. Como uma Medusa, seu cabelo podia absorver a
energia de suas vítimas e ao mesmo tempo, sondar seus pensamentos e memó rias. O
problema era que absorver tanta energia de alguém iria matá -lo.

No entanto, a velha empregada a impediu.

“Sua leitura de mente nã o serve como evidência. Precisamos fazê-lo falar.”

A empregada chefe olhou para o canto do depó sito subterrâ neo, para a figura
sombria que parecia supervisionar o interrogató rio.

O objetivo desse interrogató rio era mostrar que a Casa Formal e sua fiadora Piñ a
eram inocentes. No mínimo, eles tiveram que convencer todos os presentes. Embora
Aurea insistisse: “Se eu ler sua mente, saberemos a verdade!” eles nã o seriam capazes
de convencer ninguém sem provas.

Mamina, que estava do outro lado da sala, tremia de raiva. Entã o, ela falou com
uma voz irada.

“Pérsia, vamos trocar! Eu vou fazer isso!”

Mamina, a Coelhinha Guerreira, interveio e deu um soco no mordomo. Delilah


era de sua tribo e era sua amiga íntima. Ela culpou o mordomo pelas açõ es violentas
de Delilah e nã o havia como reprimir a raiva que fervia dentro dela.

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"Por favor pare! Ele é apenas um suspeito. O que aconteceria se você o matasse
por raiva? As pessoas podem pensar que está vamos tentando silenciar uma
testemunha!”

As palavras da criada detiveram os punhos de Mamina.

O velho mordomo e a cadeira estavam caídos no chã o, e ele gemia de dor.

Mamina estalou a língua em frustraçã o, entã o deu um passo para trá s, seus
ombros e orelhas balançando antes de se encostar na parede.

O que Delilah fez abalou toda a cidade de Arnus. Embora fosse uma cidade em
desenvolvimento, todos sabiam de tudo quando os PMs começaram a investigar o
quarto de Delilah no albergue dos trabalhadores.

Depois disso, todos começaram a especular: “Parece que Dalila fez alguma
coisa”, e entã o o aprendiz de Anã o no hospital disse: “Uma Coelhinha Guerreira e
Yanagida entraram no hospital, cobertos de sangue!” e "Delilah esfaqueou
Yanagida!". Depois de reunir essas informaçõ es, elas começaram a se espalhar como
fogo.

Kikuchi, dos MPs, veio entrevistar o chefe de cozinha depois que este o
contatou, e o chef disse: “Mm, desde o início, ela estava sempre ansiosa para xeretar
por aí”.

“Entã o… seremos expulsos da cidade?”

O chef e as garotas do PX abaixaram a cabeça. Eles temiam que o que sua


companheira fez os afetasse também. No entanto, Kikuchi, o MP, inclinou a cabeça e
perguntou: “Por que faríamos isso? Este assunto nã o tem nada a ver com você. A
menos que você esteja dizendo que está envolvido?

Essas palavras deixaram o povo de Arnus respirar aliviado. Era como se um


grande peso tivesse sido tirado de seus ombros.

No entanto, a Casa Formal nã o poderia fazer isso. Os PMs encontraram uma carta
no quarto de Delilah que ordenava que ela realizasse um assassinato. A carta foi
escrita em papel timbrado exclusivo da Casa Formal e carimbada com o selo dela,
ordenando que ela matasse uma garota chamada Noriko.

Era absolutamente ridículo, mas ninguém estava rindo.

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Atualmente, a Casa Formal era um territorio neutro entre o Império e o Japã o.
Essa neutralidade permitiu que ela permanecesse pacífica e pró spera. Portanto,
qualquer tentativa de sabotar sua relaçã o com o Japã o seria como atirar nos
pró prios pés.

Além disso, na remota possibilidade de que uma ordem como essa tivesse que
ser dada, eles nunca permitiriam que alguém soubesse, mas a cumpririam
diretamente. Na Regiã o Especial, deixar para trá s a prova escrita de uma ordem de
assassinato era o cú mulo da estupidez. No entanto, quando ela ouviu a verdade, a
empregada-chefe nã o pô de deixar de pensar que a Casa Formal estava condenada.

Houve inú meros exemplos de tais incidentes na histó ria da Terra e da Regiã o
Especial. Por exemplo, pessoas deixando para trá s espadas com brasõ es de família
na cena de um assassinato, ou cartas amaldiçoando o rei de um país, e até mesmos
suspeitos sem memó ria do crime foram usados como evidência. Além disso, também
era fato que Delilah era uma espiã da Casa Formal. No entanto, eles nunca teriam
ordenado que ela matasse uma garota japonesa. A Casa Formal foi inflexível quanto
a isso. Afinal, eles nem sabiam que havia uma garota chamada Noriko. No entanto,
com isso em mente, eles nã o conseguiram descobrir quem deu a Delilah suas falsas
ordens.

Ltda. Youga, líder do 401º Esquadrã o do 4º Grupo de Combate, abordou a


empregada chefe com uma carta em mã os. Essa carta era a mesma encontrada no
quarto de Delilah, agora uma prova. Ele perguntou: “Você enviou esta carta?” e pediu
a ela para “Por favor, descubra a verdade.” Depois disso, a empregada-chefe
começou a investigar todos na casa.

No final, o ú nico suspeito era o mordomo do conde, Bartholomew. A razã o era


porque ele estava encarregado do selo da casa.

Claro, o mordomo nunca admitiria ter enviado aquela carta. Ele era um membro
da casa do Conde, e se um desastre acontecesse na Casa Formal, ele também seria
pego. No entanto, certamente ele seria o ú nico com a chance de usar o selo da casa e a
papelaria da Casa Formal, certo?

No momento em que Persia procurava um lugar intocado no corpo do mordomo


para machucar, os homens que supervisionavam o interrogató rio agiram.

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"É o suficiente."

Ltda. Youga estava acompanhado de um sargento do 1º Reconhecimento, que


seria seu intérprete.

Os dois homens tinham expressõ es impassíveis em seus rostos. Persia, Mamina e


a empregada-chefe estavam preocupadas com a atitude fria que o Japã o estava
mostrando para a Casa Formal.

“Nã o, nã o podemos parar agora, ainda nã o descobrimos a verdade.”

A criada-chefe estava ficando desesperada. Ela tinha que entregar a verdade e o


verdadeiro culpado para Youga, nã o importa o custo. Contanto que eles pudessem
encontrar o verdadeiro culpado, eles poderiam esclarecer o mal-entendido. Em
outras palavras, era seu ú nico raio de esperança.

“Mas este homem se recusa a falar.”

“Nã o, tenho certeza de que podemos fazê-lo falar.”

“Empregada-chefe, você está perdendo tempo.”

Desperdiçando tempo. Essas palavras soaram como uma sentença de morte


para a Casa Formal.

“Como isso poderia—”

Assim que Youga estava prestes a falar, uma batida veio da porta do armazém.

“Tenente-coronel, você ligou?”

“Oh, nó s deixamos você esperando. Entre.”

“Onde é esse lugar? Está tã o escuro…”

O homem cuja excitaçã o estava fora de lugar nesta masmorra sombria e sinistra
era um oficial médico (1º Tenente) no JGSDF. No entanto, suas palavras pareciam
aliviar a atmosfera opressiva aqui. A empregada chefe e as outras criadas se
perguntaram o que Youga faria.

“Desculpe, você poderia nos dar uma mã o?”


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O oficial médico assentiu com um “Hmph, entendi” e entã o retirou uma seringa
de sua bolsa. Entã o ele pegou uma ampola, quebrou a cabeça e encheu a seringa com
uma droga.

“E agora…”

Youga pediu a Persia e à s empregadas que recuassem e entã o olhou para o rosto
do velho mordomo.

“Nã o vamos bater em você.”

Isso fez o mordomo gemer: “É , é mesmo. Entã o, por favor, me escute. Eu, eu nã o
sei de nada.”

Enquanto o intérprete traduzia para Youga, ele retirou um pedaço de papel de


sua mochila. Este nã o foi o papel enviado a Delilah, mas uma fotocó pia. Além disso,
também mostrou as impressõ es digitais das pessoas que o tocaram.

“Entã o, você disse que nã o reconhece a carta que foi enviada para Delilah, certo?”

"Claro. Eu nunca vi isso antes.

"É assim? Se você se lembra, você deve nos dizer agora. Aqui, olhe mais de perto.
Youga indicou as impressõ es digitais na carta.

“Essas marcas devem ser familiares para você como, hm, como devo dizer... ah,
marcas de garras. Estas sã o impressõ es das pontas dos dedos. A presença deles em
um objeto indica que o dono dessas impressõ es digitais já tocou nele antes.”

Ao ouvir as palavras traduzidas, o mordomo empalideceu e seu corpo começou a


tremer.

“As impressõ es digitais em vermelho pertencem a Delilah. Depois, há duas outras


impressõ es digitais que nã o pertencem a ela. Agora, se essas impressõ es digitais nã o
pertencem a você, tudo ficará bem.”

Enquanto ele dizia isso, Youga agarrou firmemente a mã o do mordomo. O


intérprete trouxe uma almofada de impressõ es digitais e uma folha de papel.

O corpo do velho ficou rígido e ele lutou loucamente para resistir.

“O que é isso? Por que você está resistindo a nó s? Vai acabar em um momento se
você apenas cooperar. Tudo o que você precisa fazer é provar que essas impressõ es
digitais nã o sã o suas e você será absolvido de culpa.”

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O velho mordomo cerrou os dentes, tentando desesperadamente manter as mã os
fechadas.

“Pessoal, vocês podem me ajudar?”

Mamina e Persia ficaram muito felizes em ajudar Youga. Elas seguraram a mã o


do mordomo, abriram seus dedos e obtiveram impressõ es digitais de todos os dez
dedos.

“Nã o fui eu. Nã o fui eu. Nã o fui eu, realmente nã o fui eu,” o mordomo murmurou
enquanto ela tremia incontrolavelmente.

Na frente dele, Youga comparou as impressõ es digitais do mordomo com as da


carta fotocopiada. Bem, ele fez isso, mas na escuridã o da masmorra, nã o havia como
fazer uma comparaçã o adequada. Entã o, basicamente, isso foi feito para assustar o
mordomo.

No entanto, mesmo antes da comparaçã o, já era possível descobrir a verdade a


partir de sua reaçã o enquanto tiravam suas impressõ es digitais.

“Hmm ~ bem, isso é uma pena. Parece que você contou uma mentira. Você
poderia nos dizer por quê?”

O trêmulo mordomo ainda era surpreendentemente teimoso. Ele balançou a


cabeça freneticamente como se tivesse uma convulsã o, negando Youga sem palavras.

“Talvez ele tenha algum motivo para nã o poder falar.”

Depois de ouvir essas palavras do intérprete, Youga voltou-se para o médico. O


homem deu um passo à frente e amarrou um torniquete de borracha no braço e
depois desinfetou os braços do mordomo com á lcool.

O mordomo nã o sabia o que o médico ia fazer e olhou surpreso para seus braços.

Nesta fase, Persia e Mamina estavam dispostas a ajudar em qualquer tarefa. Elas
prenderam os braços do mordomo para que nã o pudessem se mover. A criada-chefe
observava em silêncio. Ela teve a sensaçã o de que Youga poderia arrancar a verdade
dele.

Depois que o torniquete fez aparecer as veias do mordomo, o médico pressionou


a ponta de uma agulha cirú rgica nele. Entã o, ele enroscou a seringa na outra ponta.
Assim, mesmo que o mordomo estremecesse, ele nã o teria que se preocupar com a
saída da ponta da agulha. Essa era uma técnica comum usada em hospitais
psiquiá tricos, a fim de administrar tranquilizantes a pacientes confusos que se
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debatiam.

O oficial médico falou com ele em um tom travesso.

“Esta é uma droga chamada amobarbital. Uma vez injetada em seu corpo, você
perderá a capacidade de pensar e responderá a todas as perguntas,
independentemente de sua vontade. Nada mal, certo? Nã o importa o que você queira
fazer, esta droga vai fazer você falar. Entã o você nã o estará quebrando seu acordo
com quem o empregou.”

Claro, esta droga nã o era um soro da verdade. No entanto, depois de ver as


evidências e ser informado de que “nã o importa o que você queira fazer, esta droga
vai fazer você falar”, o mordomo finalmente cessou sua resistência.

O oficial médico baixou lentamente o êmbolo da seringa e injetou a droga nas


veias do mordomo. Entã o soltou o torniquete de borracha e deixou a droga circular
pelo corpo dele. A consciência do mordomo ficou turva e, no final, sua mente ficou
nublada.

O oficial médico continuou a pressionar o êmbolo, até o fundo da seringa. O


amobarbital era um tranquilizante, e injetar uma grande quantidade dele de uma só
vez faria o mordomo dormir. Foi uma tarefa muito difícil manter o mordomo deste
lado da consciência, mas o oficial médico realizou essa tarefa com habilidade.

"Vá em frente."

Juntamente com o oficial médico, Youga começou seu interrogató rio.

*****

O Coronel Imazu, do Quartel-General da Força Expedicioná ria da Regiã o


Especial JGSDF – 2ª Divisã o da Unidade de Equipe de Operaçõ es, leu o relató rio de
Youga e estalou a língua.

O relató rio dizia: Existe uma organização clandestina que busca prejudicar as
negociações de paz entre o Japão e o Império. Este incidente foi instigado por alguém
que enviou uma ordem falsa a um dos espiões da Casa Formal.

Depois de questionar o velho mordomo, eles tiveram certeza de que foi ele
quem vazou o papel de carta da Casa Formal. No entanto, seu contato em Itá lica
havia fugido. Havia alguns vestígios, mas essa linha da investigaçã o terminou em um
beco sem saída.

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Manter a compostura em um estado de confusã o.

Nenhum amador poderia fazer isso. Imazu sentiu profundamente a importâ ncia
da inteligência humana, além de outras formas de coleta de informaçõ es.

Para interromper os incidentes antes que acontecessem, eles precisavam ser


mais rá pidos que o inimigo. O fato de terem impedido o assassinato de Noriko por
Delilah foi porque Yanagida estava lá por pura coincidência. Ainda assim, agora que
sabiam que havia um inimigo, podiam começar a formular respostas a eles.

“A questã o é: quem é nosso inimigo?”

Ele trabalhou duro para reunir pessoas adequadas para isso, como ternos do
Ministério da Defesa, diplomatas, oficiais de gabinete, bem como homens do
Departamento de Segurança Pú blica. Imazu os reuniu aqui hoje para pedir suas
opiniõ es.

“Também precisamos planejar nosso contra-ataque contra o inimigo, uma vez


que saibamos quem eles sã o.”

“Bem, como eu disse antes, o inimigo conhece e pode descrever Noriko.”

"Certo. Ela nã o é uma atriz ou uma celebridade. Ela é alguém que quase
ninguém na Regiã o Especial conheceria, o que reduz bastante a lista de suspeitos.
Além disso, o inimigo conhece seu rosto bem o suficiente para uma descriçã o, entã o
nã o pode ser uma questã o de olhar rá pido.”

“Príncipe herdeiro Zorzal. Ele é o suspeito mais prová vel.

"De fato. No entanto, também precisamos considerar que é isso que a oposiçã o
quer que pensemos. Precisamos considerá -lo e todos ao seu redor. Perguntaremos a
Mochizuki Noriko sobre quaisquer relacionamentos que ele possa ter com outras
pessoas e em seguida, os investigaremos minuciosamente.”

Imazu assentiu e um de seus subordinados começou os preparativos.

“Deve haver pessoas que estã o insatisfeitas com as negociaçõ es de paz entre o
Império e o Japã o.”

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“Ainda acho que é Zorzal.”

"É verdade, esse sujeito é bastante suspeito."

Eles leram os relató rios de Sugawara sobre os patrícios e como tal, sabiam que
Zorzal fazia parte da facçã o pró -guerra e nã o queria a paz com o Japã o.

Enquanto arriscavam adivinhar a identidade de seu inimigo, eles riam


maliciosamente.

“Ah, outra coisa. Nosso inimigo também sabe que a Casa Formal enviou espiõ es
para Arnus.”

“Aquele nã o era o mordomo Bartholomew?”

“Bartolomeu foi apenas um peã o de sacrifício nisso. Uma rá pida olhada teria
desenterrado muitas coisas suspeitas. Na verdade, o mais suspeito é que ele nã o
fugiu”.

“Em outras palavras, há outro agente inimigo na Casa Formal.”

De acordo com o relató rio de Youga, a fraqueza de Bartolomeu eram suas dívidas
e mulheres. Comerciantes viajantes podiam comprar papel em branco com o brasã o
da Casa Formal por um preço alto e depois que o inimigo o encurralava, podiam
manipulá -lo à vontade. Portanto, o inimigo também era aquele que poderia agarrar e
tirar proveito de suas dívidas e de seu desejo por mulheres.

“Se investigarmos a Casa Formal, devemos ser capazes de erradicar qualquer


pessoa ligada ao inimigo. Quem sabe, poderemos pegar a trilha novamente de onde
esfriou.”

“Nã o é apenas no House Formal. Podemos ter agentes inimigos em Arnus


também.”

“Falando nisso, quanto tempo a informaçã o leva para viajar de Itá lica até a
Capital?”

“Ahh, é irritante quando nã o temos informaçõ es. Pela distâ ncia, eu diria, 10 a 13
dias?”

“Isso nã o inclui eles se movendo à noite, mas deve ser mais ou menos isso.”

“O agente inimigo sabia que Delilah entraria em açã o hoje. No entanto, ele nã o
sabe como terminou. Portanto, o inimigo deve tentar reunir o má ximo de informaçõ es
possível.”
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“Ahh…”

“Enquanto o inimigo nã o tiver algum meio especial de transmitir informaçõ es,


os relató rios deste incidente devem chegar à Capital em 10 a 13 dias.”

Depois de ouvir tudo isso, Imazu teve uma boa ideia de sua direçã o-geral. No
entanto, ele nã o poderia tomar essa decisã o sozinho. Portanto, ele perguntou a todo
o 2º Ramo: “O que devemos fazer?”

Os engravatados responderam apó s alguma discussã o.

“Embora provavelmente haja espiõ es na Casa Formal, seu nú mero deve ser
limitado. Sendo assim, devemos alimentar o conde com informaçõ es falsas. Depois
disso, seguiremos as pistas e descobriremos onde o inimigo está escondido. É antigo,
mas bom.”

“Talvez você nã o precise enganá -los. Primeiro, divulgamos a informaçã o de que


o assassinato falhou. Em seguida, informamos a eles que os delegados para a
negociaçã o chegarã o em breve à Regiã o Especial. Entã o você vaza informaçõ es de
que a primeira rodada de negociaçõ es e o primeiro lote de repatriaçã o de cativos
acontecerá em Itá lica. O fato de que Shirayuri Reiko, o assessor do PM, está vindo
com o primeiro lote de cativos nã o deve ser de conhecimento pú blico, entã o
podemos usar isso contra eles também.”

“Isso deve assustá -los. Quem sabe, eles podem até tomar medidas diretas
contra as negociaçõ es.”

“Sugestã o. Enquanto está vamos investigando as pessoas ao redor do príncipe


herdeiro Zorzal, seguimos as trilhas até um beco sem saída. No entanto, se
divulgarmos informaçõ es falsas, devemos ser capazes de ver quem é nosso homem
observando quem morde a isca. No entanto, se fizermos isso, precisaremos escolher
um de nosso pessoal para ser nosso homem de dentro.”

Ao dizer isso, ele produziu uma lista de nomes do pessoal despachado para a
Capital Imperial.

“Certo. Esse cara deve ser utilizá vel.”

Um dos membros da equipe tirou um relató rio da montanha de documentos em


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uma mesa pró xima.

“Esta é a informaçã o coletada das senhoras envolvidas em” “vocaçõ es especiais”


em Akusho. Inclui vá rias fofocas sobre filhos e filhas patrícios, bem como escâ ndalos
sobre os senadores, fornecidos por suas pró prias criadas. Porque estes eram em
grande parte boatos, nã o havia nenhum uso real para isso antes de hoje. No entanto,
agora podemos ter a chance de transformar essas pessoas em colaboradores.”

Os homens se entreolharam, como crianças prestes a pregar uma peça. Imazu


levantou-se para fazer seu resumo.

“Delilah era uma boa menina. Ela era a flor da nossa cantina.”

Todos assentiram em uníssono. Todos já haviam falado com ela antes na


cantina.

“Senhores, devemos encontrar aqueles que a enganaram e derramaram o


sangue de nossos compatriotas. O inimigo tem a vantagem do solo, mas nó s temos a
vantagem da velocidade. No mínimo, seremos dez dias mais rá pidos que eles. Nã o
devemos perder aqui. Você entende?”

E assim, silenciosamente, começou a operaçã o antiterrorista liderada pelo 2º


Ramo.

*****

“Essa bebida que eles chamam de “brandy” é realmente outra coisa. É


definitivamente material de primeira linha. Parece que alguém o deu de presente e,
ultimamente, todos os patrícios estã o implorando por mais. Eu experimentei, claro,
porque todo mundo queria e é bom. Nã o é de admirar que aquelas pessoas que se
empanturram de cozinha gourmet continuem querendo mais disso.”

ALC – Filial da Capital Imperial.

Era aqui que os comerciantes da Capital Imperial traziam suas mercadorias.

Kurata se ocupou em ajudar o gato e as garotas com orelhas de cachorro na loja.


Ele falou calorosamente com os comerciantes e depois tentou mudar o assunto para
o príncipe herdeiro Zorzal.
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“No entanto, informaçõ es sobre as pessoas da corte sã o mais lucrativas do que
informaçõ es sobre os patrícios comuns. Por exemplo, as pessoas ao redor do
príncipe herdeiro estã o comprando coisas. Se for para consumo pessoal, pode
aumentar o preço.”

“O Príncipe Herdeiro-dono, nã o é? Bem, é difícil. As pessoas que fazem negó cios


em nome dele sã o todas muito teimosas, quase nã o deixam aberturas.”

“Entã o é impossível, hein.”

Kurata suspirou. Até agora, ele nã o conseguiu superar o obstá culo dos
comerciantes imperiais. Até chegar perto deles era difícil. Ele estava sem ideias.

De repente, um comerciante falou com ele.

“Ei, ei, nã o desista tã o cedo. Estou prestes a começar.

“Você quer dizer…?”

“Na verdade, Sua Alteza tem organizado banquetes em vá rias casas de patrícios.
Como nã o sã o oficiais, até mesmo um comerciante menor como eu tem a chance de
fazer negó cios. Você deve saber o resto, certo?”

“Entendo, entendo. Entã o, um pequeno desconto?”

“Ah, sim. Isso basta.” Os dois homens apertaram as mã os.

“Vou dar prioridade à s coisas que você pediu. Entã o, quando você quer que eu
envie? E a localizaçã o? Seus caras vã o entregá -lo ao chef, certo?”

“O que você quer dizer? Essa é uma maneira estranha de fazer uma transaçã o…”

"Olha. Já que estamos enviando bebidas e ingredientes, por que nã o entregamos


aos especialistas? Dessa forma, mostrará o valor de nossos produtos. Você dá essas
coisas para um chef habilidoso, ele faz uma boa comida e atrai seus clientes, e assim
ganhamos mais dinheiro, certo?

“Oho, meu espírito de vendedor está queimando! Estou contando com você. Se
isso continuar, estarei envolvido, mesmo que seja apenas um monte de sobras.
Negó cio FECHADO!”

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Os dois apertaram as mã os novamente.

** ****

“Furuta-san, sua carne de Ma Nuga é muito popular! Você poderia me ensinar


como fazer isso mais tarde?”

Furuta estava virando e torcendo uma frigideira em frente ao fogo da cozinha.

Ele havia se infiltrado nesta cozinha como chef substituto. As empregadas com
quem ele estava conversando estavam ocupadas correndo de um lado para o outro
entre a cozinha e as mesas dos convidados. Furuta respondeu:

“Tudo bem. Em troca, por que você nã o me apresenta alguns dos convidados? A
maioria dos entendidos tem seus pró prios gostos preferidos. As senhoras, por
exemplo, preferem coisas mais doces. E, se possível, espero que você possa entrar
em detalhes, além de me dizer de onde eles sã o.”

“Yay~ bem, os convidados de hoje sã o em sua maioria militares. Isso é


suficiente?”

“Mais detalhes seria melhor. Oficiais jovens geralmente preferem sabores mais
salgados, enquanto você precisa reduzir o ó leo e o sal para soldados mais velhos e
temperar com especiarias. Se possível, gostaria de saber seus nomes também.”

"Mm. Entendi. Entã o, vou manter meus ouvidos abertos.

Depois que a empregada terminou, ela pegou a bandeja de carne que Furuta
acabara de assar e a levou de volta ao banquete.

Depois disso, um Zorzal muito rude invadiu a cozinha.

“Quem fez esta carne de Ma Nuga ?!”

O grande grito assustou Furuta por um momento. Afinal, ele era um infiltrado,
entã o tinha que ter cuidado para nã o ser descoberto. O medo de ser exposto apertou
seu coraçã o.

E entã o, Zorzal percebeu que os outros chefs estavam olhando para Furuta. Ele
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caminhou em sua direçã o com uma velocidade surpreendente.

'Nada de bom. Ele suspeita de mim? Meu disfarce foi descoberto?'

Quanto mais pensava nisso, mais sua mã o se aproximava da pistola 9mm


guardada sob o avental.

No entanto, parece que suas preocupaçõ es foram equivocadas. Zorzal deu um


tapinha no ombro de Furuta.

“Foi você, entã o?”

“S-sim. Sim, eu consegui!”

“Eu estive procurando por você por um tempo. Acho que você cozinhou na festa
da Piñ a, certo? Nã o, eu sei disso. Nã o consigo esquecer esse sabor.”

“Eh, ah, sim, já cozinhei para a princesa Piñ a antes.” Furuta se endireitou e ficou
parado.

“Eu sabia. Este sabor é fantá stico. Na verdade, tenho um trabalho para você.
Venha ao palá cio amanhã . Você pode fazer isso, certo?”

Isso era o mesmo que dizer: “Nã o aceito nã o como resposta”. Já há algum
tempo, a atitude de Zorzal era de um orgulho que nã o admitia recusa. Entã o Zorzal
pegou a carne recém-preparada de Ma Nuga e foi embora.

Furuta estava rígido de tensã o. Apenas observar Zorzal partir era tudo o que ele
podia fazer.

Depois disso, a Coelha Guerreira que Zorzal estava puxando atrá s dele deu a
Furuta um olhar que parecia mais uma avaliaçã o.

“Ah, quem é?”

A empregada que acabara de voltar para a cozinha deu de ombros.

“Você quer dizer aquela Coelhinha Guerreira? Eu nã o faço ideia. Ela é


provavelmente uma escrava do prazer de quem sua Alteza gostou. Normalmente, ele
a arrasta para todos os lugares. Mas seus olhos sã o muito arrogantes. Nã o sei o que
Sua Alteza fez com ela, mas ela é apenas uma Coelhinha Guerreira.”

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A julgar pelo que a empregada disse, Furuta nã o era o ú nico a quem ela olhava
daquele jeito.

******
Dois jatos Phantom voaram pelo céu da Regiã o Especial, como espadas de prata.
Acima das nuvens.

O sol brilhava sobre eles, tendo como pano de fundo um céu azul. Sem nada para
bloquear a luz do sol, as peles de metal dos jatos Phantom esquentaram sob os raios
escaldantes do sol.

“Atualmente em angels 10.”

O vô o de dois aviõ es manteve sua alta altitude.

Vá rias linhas apareceram no HUD do copiloto. Kurihama, o copiloto, ajustou seu


curso em resposta ao consumo de combustível.

O piloto Kamikoda manteve sua consciência situacional com eficiência mecâ nica.
Atrá s e ao lado, seus companheiros de aeronave estavam encarregados de determinar
seu rumo.

“Kamikoda, 10 minutos até a fronteira. Nossa velocidade é de 280 nó s, direçã o


190. Vire a proa agora.

"Oh..."

“Roger.”

Seu companheiro de voo seguiu a curva lindamente. “Completo.”

Kurihama ajustou os sistemas de voo com a eficiência de um computador, a


ponto de as pessoas normais ficarem frustradas por terem que fazer o esforço
absoluto que Kurihama estava fazendo.

Porém, dessa forma, eles nã o precisariam se preocupar em sair do curso porque


haviam perdido o rumo. Além disso, esta decisã o trouxe a maior habilidade do aviã o,
o que aliviou Kamikoda.

Eles voaram através do céu virgem.

Como nã o havia rede de navegaçã o GPS aqui, eles tiveram que confiar em mapas
e pontos de referência, bem como em sua posiçã o calculada por seus instrumentos.
Depois disso, eles determinariam sua direçã o e finalmente, traçariam seu curso com
base nos boletins meteoroló gicos e no consumo de combustível. Kurihama lidou com
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tudo isso, exceto para operaçõ es de combate.

Por causa disso, eles poderiam mostrar todo o poder dos Phantoms. Por causa
disso, Kamikoda e os outros podem estar aqui.

“Já faz três dias. Devemos ser capazes de vê-lo agora, certo?”

“Bem, se você ver, nã o lance um ataque. Vamos apenas avaliar sua capacidade de
luta.”

“Entendi.”

“Bem, nó s dizemos isso, mas se o inesperado acontecer, contaremos com você,


Kamikoda-san.”

A voz de Mizuhara da nave parceira veio de seus fones de ouvido.

“Ei, chega, jii-san, você está muito velho para palavras como essa. Cuide-se um
pouco, ok?”

Assim que Nishimoto fez sua piada, houve um ping nos sensores.

“Contato radar, direçã o 127. Altitude 3250. Manobras de combate, pronto!”

“Oh.”

Kamikoda fez mençã o de apertar um botã o e inclinou os flaps de sua nave,


abaixando o nariz. Os motores fizeram um grande barulho quando ele acelerou ao
má ximo.

O horizonte surgiu à sua frente como uma parede. Isso estava correto. Era como
uma parede. As poderosas forças G esmagaram seus corpos enquanto eles
mergulhavam em direçã o ao solo através de um buraco nas nuvens.

“Huh. Alvo em 180, altitude inalterada. Está perto e definitivamente está vivo. Os
retornos do radar sã o muito fracos. Seu RCS é pequeno o suficiente para ser
considerado uma aeronave furtiva.”

“Hmm, em outras palavras, precisamos nos aproximar. Tudo bem, faremos isso
seguindo as regras e atacando por trá s”.

Ele respirou com o diafragma para resistir aos Gs e ao mesmo tempo, terminou
seus preparativos, junto com seu copiloto.

O outro aviã o estaria orbitando bem acima para observar a batalha. Além disso,
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dariam suporte caso fosse necessá rio. Além disso, nã o se moveria muito para
completar sua missã o.

O Phantom rasgou o ar e seu motor rugiu.

O corpo em escala vermelha do Dragã o apareceu no centro do HUD (heads-up


display). A maneira como deslizava nas correntes de ar era estranhamente bela.

"É esse mesmo."

“Alvo avistado. Identificado como Regiã o Especial Tipo A Dangerous Beast, AKA
Dragon. Alvo confirmado.”

Neste mundo, os fortes devoram os fracos.

De certo modo, o dragã o estava apenas se alimentando. Atribuir-lhe o ró tulo de


“Besta Perigosa” por suas atividades foi apenas arrogâ ncia humana. Neste mundo, o
Dragã o era simplesmente um predador no topo da cadeia alimentar.

No entanto, a humanidade desconsiderou esse fato e o caçou. Eles nã o


permitiriam que ele andasse por aí e matasse pessoas. Isso também foi uma razã o
puramente humana.

“Se quisermos, devemos ser capazes de atingi-lo.”

“Mesmo se o atingirmos, nã o seremos capazes de derrubá -lo. O 20mm será tã o


eficaz contra ele quanto uma pistola de á gua. Nã o faça ataques inú teis. Nã o
queremos mostrar todas as nossas cartas ao inimigo.

“Roger.”

Conforme planejado, Kamijoda abriu o acelerador do aviã o ao má ximo e se


aproximou do Dragã o por trá s antes de passar por ele de perto. Em outras palavras,
ele estava provocando isso.

Preso no poderoso turbilhã o do jato, o assustado Dragã o perdeu brevemente o


controle de seus membros.

Kamikoda deu uma cambalhota e acabou nas proximidades do Dragã o,


mantendo a mesma velocidade e direçã o que ele. Era como bater na cabeça de um
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cachorro – isso atacaria você. A interrupçã o de seu vô o parecia ter ferido o orgulho
do Dragã o, e ele imediatamente perseguiu o Fantasma.

“Ei, acho que deixamos ele puto.”

15.000 pés acima do solo, Nishimoto observou enquanto o Dragã o perseguia


Kamikoda antes de falar com Mizuhara.

“Tem um raio de curva apertado.”

“Isso porque ele pode flexionar seu corpo. Parece que nã o podemos brigar com
ele.

“Em seguida, veremos o quã o bem ele pode escalar.”

Kamikoda abriu o acelerador e começou a ganhar altitude.

O Dragã o continuou sua perseguiçã o. Kamikoda provocou ele deixando-o quase


alcançá -lo, e entã o ele aplicou mais força para avançar. O tempo todo, ele estava
observando os limites da criatura.

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“Ainda subindo em 3600, 3700, 3800 com asas. Seu impulso para a frente é
muito maior do que o esperado.”

“Em seguida, descida repentina.”

O jato subindo de repente angulou seu nariz para baixo em um mergulho


íngreme.

Atraído pela gravidade, o aviã o começou a cair livremente. O Dragã o também


parou de bater suas asas, colocando-as perto de seu corpo enquanto despencava
atrá s do Phantom.

“Merda! Kamikoda, mais impulso!”

Essa era a vantagem da capacidade do dragã o de controlar livremente o fluxo


de ar com suas asas. Encurtou a distâ ncia em instantes.

“Altitude, 1000, 700, 500”

Embora o alarme de bloqueio nã o soasse na cabine, os dois sentiram uma onda


de tensã o bem pró xima. Em uma tentativa de sacudir o dragã o, Kamikoda deslizou
pelo chã o e parou depois disso.

Como esperado, o dragã o deu início à perseguiçã o, mas parecia entender que
nã o poderia subir rá pido o suficiente, entã o desistiu da perseguiçã o e pairou no ar.

“Ele pode pairar…”

“É compatível com uma aeronave VSTOL, com certeza.”

“Pela sua mobilidade, parece ser o mesmo que um helicó ptero de ataque. Muito
inteligente também.

Kamikoda nivelou seu aviã o e manteve sua altitude em 2.000 pés.

“Kurihama, acabou com suas avaliaçõ es?

“Ah, basicamente.”

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“Hm, entã o agora deve ser a nossa vez.”

“Pelo menos, é o que quero dizer isso.”

O queixo de Kurihama estava tremendo quando ele disse isso. Afinal, Kamikoda
havia levado a fuselagem ao seu limite vá rias vezes.

“As batalhas nã o sã o vencidas com o desempenho da fuselagem. Você também


precisa de espírito. Precisamos ver o que esse sujeito pode fazer. Além disso, nã o
podemos nos acovardar e deixar o trabalho pela metade. Certo?"

Assim que Kamikoda disse isso, ele dirigiu seu aviã o até que estivesse de frente
para o Dragã o. O caça Phantom estava se aproximando rapidamente dele.
Ele podia ver o rosto do Dragã o no HUD.

“Parece que só tem um olho. Coloque-nos em rota de colisã o.” O corpo do dragã o
cresceu rapidamente em seu campo de visã o.

“Esta é uma boa informaçã o”, disse Kurihama. Dito isso, ele nã o sabia o quã o ú til
seria aquele ponto cego do Dragã o quando eles se aproximassem.

Aceleraçã o total e, em seguida, pó s-combustores.

A barreira do som quebrou, criando uma explosã o e uma onda de choque. Isso foi
um jogo de galinha.

O Dragã o abriu suas asas preguiçosamente enquanto mantinha seu corpo


imó vel, e entã o se moveu para frente enquanto mantinha seu corpo reto. Movia-se
regiamente, condizente com um rei do cé u.

"Entã o, que tal isso?"

******

O chefe da tripulaçã o de voo encarou Kamikoda e Kurihama.

“Nã o temos muitas peças sobressalentes e muitas delas estã o chegando ao fim
de sua vida ú til.”

“Sim, nó s sabemos disso.”

Os aviõ es de Kamikoda e Kurihama ficaram bem queimados. O vidro do dossel


ficou turvo sob os efeitos de altas temperaturas.
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Embora nã o se pudesse dizer de fora, o radar e outros componentes eletrô nicos
foram danificados pelo calor.

O chefe da tripulaçã o fez sua inspeçã o e confirmou os graves danos sofridos


pelos dois aviõ es. Os sistemas de combustível também mostraram sinais de danos
causados pelo calor.

Foi pura sorte eles terem evitado suas garras afiadas como navalhas. Kamikoda
cerrou os punhos.

“Aquele bastardo trapaceiro, usou sua respiraçã o de fogo em um duelo sem


armas! Quã o pouco masculino é isso?!”

“Seu idiota, você acha que um lagarto gigante se preocupa com isso? Além disso,
esse cara pode ser uma fêmea.

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A chuva caía do céu, transformando a estrada em um rio.

O céu estava escuro e nublado, o que tornava difícil dizer onde estavam os
buracos debaixo d'á gua. Cada vez que uma roda afundava em uma, o HMV balançava
fortemente.

Uma vez atolados na lama, seria difícil sair. Itami julgou que continuar na chuva
seria muito perigoso, entã o desligou os motores do HMV para fazer uma pausa.

“A chuva por aqui está muito forte. Embora estivesse claro pela manhã , acabou
assim em um instante...”

Depois de ouvir Yao dizer isso, Itami decidiu esperar que o tempo melhorasse
antes de seguir em frente.

O barulho do motor havia sumido, e apenas o barulho das gotas de chuva


permanecia.

Itami abriu a porta, fazendo com que a chuva acumulada na lona do telhado
balançasse. As laterais do HMV estavam abertas para os elementos, entã o o vento e a
chuva sopravam de lá . Como o sol nessa regiã o era bem forte, ficar com as laterais
abertas era a melhor opçã o.

A chuva veio de ambos os lados, mas felizmente o veículo era grande e o


interior nã o estava muito encharcado. Os passageiros observavam a tempestade do
lado de fora de suas janelas e esperavam que parasse.

Itami tirou um mapa e uma bú ssola de sua mochila, a fim de confirmar a


pró xima direçã o.

“Nossa localizaçã o atual é PDG・34・RE249.487311.”

Como a latitude e longitude da Regiã o Especial ainda nã o foram determinadas,


os cartó grafos desenharam linhas arbitrá rias nas fotos de reconhecimento aéreo
para uso na navegaçã o.

Ao longo do caminho, Itami perguntou a Yao sobre a rota que ela havia feito
para Arnus, a fim de saber o que os esperava.
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Ela partiu da vila de Modabarden, depois fez uma curva para o sul ao redor da
base do Monte. Colro, passando pelas planícies de Terilia, passando por Metabal,
Gremina, Hebrae e Tongut.

Itami desenhou uma linha curva que conectava todos os lugares que Yao
mencionou. Eles voltariam por esse caminho até a casa de Yao.

Nã o era longe em linha reta, mas as montanhas e vales no caminho significavam


que nã o podiam viajar por ali. No entanto, o caminho que Yao havia feito fazia uma
grande curva ao redor do campo, e foi por isso que ela levou um mês para chegar a
Arnus.

“Nã o tinha o que fazer, eu estava perseguindo os rumores dos Homens de


Verde. Se eu soubesse que você estava em Arnus desde o início, nã o teria me
desviado tanto.”

Rory e Lelei olharam em silêncio para Yao.

Se o que ela disse fosse verdade, isso significava que ela estaria coletando
rumores nas ruas e aldeias, e depois disso ela teria chegado a Arnus um mês depois.
Desse ponto de vista, o tempo que ela passou em Arnus teria sido muito curto.

“Agora estamos nas Planícies de Terilia”, disse Itami enquanto verificava a


localizaçã o no mapa.

“Depois disso, contornei a base do Monte Colro para nã o ser notada pelo Dragã o
e segui o riacho em frente. Bem, nã o importa se você está indo ou vindo, é difícil em
ambas as direçõ es.”

Eles só podiam viajar à luz do dia e nã o podiam se mover rapidamente onde nã o


havia estradas.

Embora fosse chamada de Planície de Terilia, nã o era tã o plana quanto parecia.


Itami esperava fazer algum progresso, mas os enormes pedregulhos em todos os
lugares o forçaram a contorná -los, entã o, no final, eles só se moveram um pouco
mais rá pido do que o normal.

Itami olhou o mapa e calculou quanto tempo levaria para chegar lá .

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Dois terços do leito de carga foram ocupados por latas de combustível e
caixotes contendo LAMs (lançadores de foguetes antitanque de 110 mm), grandes
quantidades de explosivos, todo tipo de equipamento, muniçã o, comida e á gua.

Havia outras coisas também. As meninas empilharam coisas no HMV como se


estivessem fugindo de casa e atualmente, Tuka estava dormindo em um cobertor de
pele grossa nas fendas entre todos os outros itens. Ela parecia bem, mas Itami sabia
que nã o lhe restava muito tempo.

Tuka tinha piorado desde que partiram de Arnus. Entã o, novamente, fazia
sentido quando alguém pensava sobre isso. Como o pai de Tuka poderia operar um
HMV complicado com tanta naturalidade? Isso deve ter causado um grande conflito
em seu coraçã o.

Como Tuka ocasionalmente era atormentada por fortes dores de cabeça, Lelei a
colocou para dormir com magia. Graças a isso, eles podiam falar sobre coisas que
nã o podiam deixar que Tuka ouvisse.

“Sim. O Dragã o foi avistado na Floresta Schwarz, certo?”

Itami indicou um ponto no mapa e Yao assentiu. Ela traçou um círculo em torno
desse ponto com o dedo.

“Estritamente falando, seu territó rio parece abranger toda a á rea sul, que
também inclui a Floresta Schwarz.”

“Tã o grande?”

“Se você quiser encontrar o Flame Dragon, siga para o sul da Floresta Schwarz
até o Vale Lordom. O Flame Dragon caça no mesmo lugar. Podemos emboscá -lo lá .”

O Vale do Lordom era onde a tribo de Yao estava escondida.

“Nosso objetivo é deixar Tuka se vingar do Dragã o de Chamas, nã o salvar seu


povo.”

“No entanto, as pessoas lá sabem onde fica o covil do Dragã o de Fogo.”

“Isso é verdade,” Itami assentiu. Entã o ele decidiu ir para a ravina onde ficava a
tribo de Yao.

Yao sorriu satisfeita e Itami sentiu como se pregos quentes tivessem sido
martelados nele.
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"Deixe-me ver se entendi. Eu nã o vou lutar lá . Se o dragã o pode voar livremente,
estamos em desvantagem.”

“Entã o o que devemos fazer?”

“No momento, o plano é armar uma emboscada em seu ninho. As especificidades


dependerã o do terreno local.”

“Que terreno seria bom?”

“Por exemplo…”

O dragã o nã o podia girar livremente em espaços estreitos. Se seu ninho nã o fosse


um lugar como aquele, eles teriam que escolher outro campo de batalha, atraí-lo para
lá e destruí-lo.”

“Se você precisar de uma isca, me avise. Posso fazer com que meu pessoal ajude.
Yao falou levemente, como se fosse realmente simples assim.”

“Algo parece estranho sobre tudo isso. Por que você simplesmente nã o fugiu?

Assim como os residentes de Coda Village a abandonaram. Houve essa escolha.

Yao respondeu: “Os humanos podem fazer isso, mas os elfos nã o.”

Os elfos só podiam viver em terras que lhes convinham.

Os humanos podiam se movimentar e construir ruas e assentamentos, mas os


elfos nã o. Eles nã o podiam deixar a Floresta Schwarz a que estavam acostumados.
Já era difícil para eles se esconderem em Lordom Valley.

“Viajar é bom, no entanto.”

Yao sorriu, como se estivesse zombando de si mesma.

Itami entendeu a situaçã o deles como poder viajar em um barco, mas nã o


poder viver nele. Algumas pessoas poderiam viver no mar, mas ele nã o. Assim como
os humanos só podiam viver na terra, os Elfos Negros só podiam viver nas florestas.

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Pensando bem, Tuka estava cuidando bem das florestas ao pé da colina de
Arnus.

Para ela, deve ter sido um ambiente necessá rio.

“Ainda assim, está tudo bem?” Rory perguntou enquanto olhava para o Tuka
adormecida.

Claro, eles nã o poderiam dizer a Tuka o verdadeiro propó sito desta jornada.
Tudo o que eles disseram até agora foi que estavam indo para o sul, em direçã o à
aldeia de Yao.

“Ah. Eu estava planejando trazê-la para a frente do Dragã o de Chamas, entã o


dizer a ela ‘Este é o inimigo que matou seu pai’.”

“Ela definitivamente vai ficar brava com você por enganá -la.”

Ela ficaria. Mas o fato é que usar a fantasia de Tuka e fingir ser seu pai já a
estava enganando, de certa forma. Itami sorriu e disse: “Por que você está dizendo
isso agora, depois de tudo que passamos?”

“Se for esse o caso, somos todos cú mplices”, disse Lelei.

“Bem, nã o tem o que fazer. Ela pode nos repreender todos juntos,” Rory sorriu,
antes de dar um tapinha no ombro de Itami.

******

A Floresta Schwarz era um vasto domínio frequentemente chamado de “mar de


á rvores”.

Era muito mais profunda do que qualquer um poderia ter imaginado. Em seus
confins, troncos de á rvores caídos estavam cobertos por pilhas de folhas podres, e
sobre elas cresciam galhos de á rvores gigantescas. As raízes no chã o se sobrepunham
tã o densamente que nã o dava para ver o solo, enquanto acima delas o céu estava
bloqueado pelas copas das á rvores que se espalhavam. Foi como entrar em um
mundo diferente.

Claro, andar por aqui a pé era uma tarefa difícil, para nã o falar de realmente
dirigir um veículo. Eles nã o tinham escolha a nã o ser contorná -la. Depois de fazer
algum progresso em direçã o ao sul, eles decidiram descansar durante a noite. No dia
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seguinte, seguiram a borda da floresta para o oeste, antes de finalmente chegarem ao
vale de Lordom.

Os Elfos Negros estavam escondidos nas cavernas ali.

À primeira vista, parecia um terreno muito bom para uma luta.

Como o nome “vale” sugere, a terra plana foi cortada pelo fluxo de um rio em
uma ravina estreita e sinuosa. Se eles conseguissem fazer o dragã o descer até o fundo
da ravina, poderiam fazer uma emboscada pra ele. No entanto, este lugar era muito
estreito para o dragã o se espremer.

Pensando bem, este lugar era um lugar para os Elfos Negros se esconderem. Se o
Flame Dragon pudesse caber aqui, eles estariam perdidos.

O fundo da ravina era bastante estreito. O rio espalhava pedras grandes e


pequenas por toda parte e parecia um bom local para pescar. No entanto, nã o havia
como os Elfos Negros coletarem comida suficiente deste lugar. Eles precisariam
deixar o Vale eventualmente, e o Flame Dragon estava contando com isso.

Além disso, a chuva repentina e torrencial aumentaria o nível do rio até que ele
penetrasse em suas cavernas. Eles teriam que lutar todos os dias para que seus
pertences e comida nã o fossem levados pela á gua. Seria uma vida difícil.

“Por favor, pare aqui.”

Yao estava esperando por Itami e o resto no topo de um penhasco. Dificilmente


afetada pelo solo lamacento apó s a chuva, ela desceu agilmente até o fundo do vale.
Depois de passar por uma passagem estreita onde só cabia uma pessoa, desceu
outra ladeira e chegou ao fundo.

Itami desligou o motor.

E nesse exato momento, Tuka acordou, esticando os braços como se estivesse


torcendo com “banzai” enquanto se espreguiçava. Entã o, como uma criança, ela
esfregou os olhos de uma forma muito adorá vel.

No entanto, ela imediatamente fez uma careta e disse: “a gasolina fede”.

Tuka dormia no meio das latas de gasolina e das caixas de muniçõ es e


explosivos, entã o era natural que ela dissesse isso. O HMV nã o tinha vidro, exceto o
para-brisa, portanto, quando em movimento, o ar de fora ventilava o interior. No
entanto, quando o veículo estava parado, a fumaça queimava o nariz, embora nã o
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fosse prejudicial.

“Você dormiu bem?”

“Mm, sim dormi”

Depois que Tuka disse isso, ela desceu.

Entã o ela se espreguiçou novamente, tomando uma lufada de ar fresco lá fora.

Apó s examinar a paisagem, Itami pegou sua pistola e desceu do veículo. Já que
este era o territó rio do Flame Dragon, ele tinha que estar preparado. Dito isso,
cartuchos de 7,62 mm eram inú teis contra ele. Ainda assim, ele examinou os
arredores com seus binó culos. Ele prestou muita atençã o ao céu.

"Onde é este lugar?"

Em resposta à pergunta de Tuka, Itami disse: “Aqui é Lordom Valley. O povo de


Yao está se refugiando aqui.”

“Entendo, entã o estamos aqui e finalmente podemos nos livrar daquela Elfa
Negra.”

A opiniã o de Tuka sobre Yao era difícil de explicar em palavras. Quanto a Yao,
ela finalmente estava em casa, entã o ela podia dar um suspiro de alívio.

“Mas pensar que ela mora num lugar assim…”

Tuka olhou nervosamente para a ravina, para o rio que corria muito, muito
abaixo dela. Elfos adoravam o verde da floresta, mas nã o havia nada disso para ser
visto aqui.

O vale só tinha pedras e areia. A coisa mais pró xima da vegetaçã o aqui eram
alguns arbustos e as ervas daninhas que cobriam o solo.

“Por que eles escolheram morar aqui?”

Parece que ela se esqueceu de como Yao e seu povo foram atacados pelo Dragã o.
Ela havia extirpado completamente tudo relacionado ao Dragã o de Fogo de sua
mente. Portanto, tudo o que Itami pô de dizer foi: “Quem sabe? Deve haver uma razã o
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para isso.”

Mesmo enquanto falava, nã o deixava de observar o céu.

“Quem é você e o que está fazendo aqui?”

De repente, sete a oito homens e mulheres elfos negros apareceram na paisagem.


Eles seguravam arcos e cercaram Itami e os outros.

******

“Yao, você finalmente voltou. Mas você esqueceu por que a enviamos?”

Esta era uma caverna bem no fundo do vale, onde a luz do sol nã o chegava. Yao
estava ajoelhada, iluminada pela luz fraca das lanternas pró ximas. Ela estava cercada
por sete dos anciã os de sua tribo em forma de ferradura. Com o rosto voltado para o
chã o, ela responde com cuidado: “Nã o, nã o esqueci”.

“Já se passaram dois meses desde que o enviamos. Muitos de nosso povo
morreram nesta época. Perdemos contato com os outros que se espalharam para
outras terras.”

“Começamos a pensar que você havia desistido de sua missã o depois de nã o ter
voltado por tanto tempo.”

Yao olhou para os três mais importantes entre os anciã os e disse: “Eu trouxe um
Homem de Verde de volta, a fim de ajudar a derrotar o Dragã o de Fogo.”

“Ohhhh!”

‘Os anciã os exclamaram como um. "

Bom trabalho. Mm. Bom trabalho."

“Entã o onde está o Homem de Verde?”

“Deixei-os na entrada do Vale, porque trazê-los aqui causaria transtornos


desnecessá rios”,

A resposta de Yao fez os anciã os franzirem a testa. Entã o eles perguntaram a ela
em tom de surpresa: “Por que você nã o os convidou aqui? Os hó spedes que viajaram
muito nã o devem ser obrigados a esperar. Isso é indelicado."

"De fato. A falta de etiqueta refletirá mal em nossa tribo.”

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Os anciã os se levantaram imediatamente e começaram a sair da caverna. Mas
Yao disparou na frente deles, dizendo: “Por favor, espere, por favor, espere”,
enquanto se preparava para explicar a situaçã o.

“Qual é a razã o para isto?”

“Esta é a razã o pela qual os Homens de Verde se recusaram a derrotar o Dragã o


de Fogo. Eu cometi um pecado grave”.

Yao contou a eles o que ela havia feito em Arnus. Ela prestou atençã o especial
ao que havia feito com Tuka, narrando-o com riqueza de detalhes.

“Do nosso ponto de vista, está vamos realmente perguntando suas razõ es, bem
como o propó sito do que você fez. No entanto, o que queríamos perguntar era: esse
assunto é realmente importante?”

Yao foi questionada sobre suas açõ es porque os anciã os nã o as entenderam. Ela
esperava ser repreendida pelo que havia feito. Afinal, Yao sentiu que havia cometido
um ato antiético e um pecado grave contra Tuka.

Mas os anciã os nã o se importaram como fato. Isso fez Yao sentir que havia algo
errado com seus valores morais.

“Entã o você está dizendo que esse tal de Itami veio para salvar aquela elfa.”

“Sim. Este Itami também é um dos Homens de Verde.”

“Uma pessoa sá bia e atenciosa pode decidir deixar um amigo morrer se


determinar que há perigo.”

“No entanto, uma pessoa compassiva pode entrar em perigo, talvez até quebrar
as regras, para salvar um amigo.”

“Mm, ele deve ser um homem e tanto. Se ele nã o for movido pela fama ou desejo
carnal, pode muito bem ser uma pessoa digna de nossa confiança. Entã o, aquela elfa
veio para exterminar o Dragã o de Fogo?”

“Sim. Itami planeja colocar Tuka perante o Flame Dragon e contar a verdade a
ela.” Os anciã os viram a expressã o torturada de Yao. Eles suspiraram e se olharam.

“Yao, você parece incapaz de aceitar o que fez. Se estivéssemos em seu lugar, teríamos
feito o que você fez. Esta foi uma açã o necessá ria para completar sua missã o.
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Independentemente do que as pessoas digam, devemos usar todos os meios
necessá rios para fazê-lo. Essa é a virtude de nó s, Elfos Negros.”

“De fato. Até a malandragem é permitida. Você fez bem, Yao.”

Depois de refletir sobre as açõ es de Yao e sua falta de moralidade, eles a


elogiaram.

“Você acha insuportá veis as açõ es que tomou para cumprir sua missã o? No
entanto, essa culpa nã o é só sua.”

“De fato. Ordenamos que você usasse todo e qualquer meio para completar sua
tarefa.”

“Você estava simplesmente seguindo ordens. Todos nó s dividiremos a


responsabilidade com você.”

Os anciã os viam as açõ es de Yao como representativas de toda a tribo e


começaram a discutir a compensaçã o apropriada para essa tarefa.

“No entanto, tudo isso foi resultado de minhas açõ es. Se for necessá ria uma
compensaçã o, nã o devo ser eu a oferecê-la?”

Os anciã os responderam em tom deprimido a Yao, que insistia que ela deveria
se oferecer para ser a compensaçã o.

“E o que você pretende fazer?”

Com um olhar ansioso no rosto, ela respondeu: “Por favor, deixe comigo.”

“Quanto a você, apostar casualmente que sua vida é vergonhosa. Nã o é


expiaçã o. É simplesmente seguir o caminho mais fá cil e desprezível, e isso só
aumentará seus pecados.”

“Isso soa como algo que você diria. Entã o, se você realmente deseja expiar, nã o
pode escolher um caminho fá cil. Você deve seguir o caminho mais longo e difícil e
nã o pode carregar esse peso sozinha.”

“Entã o o que eu devo fazer?”

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“Obviamente, você deve ajudar a derrotar o Flame Dragon. Além disso, você
deve defender aquela elfa que é tã o preciosa para aquele homem de verde.”

“Naturalmente, vamos reunir nossos guerreiros para ajudar.”

“Além disso, acredito que o Homem de Verde deixou seu exército e veio para cá
por conta pró pria. Para evitar que ele volte a uma situaçã o complicada, que tal
oferecer presentes e nossos agradecimentos aos seus superiores?”

“A gratidã o dos Elfos Negros sozinha nã o será suficiente. O Dragã o de Fogo


açoitou muitos reinos e tribos. Se você reunir todos eles para oferecer suas
recompensas e agradecimentos, pode ser o suficiente para apaziguar a ira de seus
superiores.”

"Mm. Eu farei isso.

Os anciã os decidiram seus planos para o futuro. Ao mesmo tempo, traçaram


planos nos quais a pró pria Yao nem havia pensado.

A maneira de pensar de Yao foi rapidamente demolida pelos anciã os. Ao mesmo
tempo, ela também percebeu que sozinha nã o seria capaz de restaurar a reputaçã o
de Itami, entã o ela ficou de lado e esperou.

“Entã o, vamos dar as boas-vindas ao Homem de Verde.”

"Oh. Iremos receber o Homem de Verde que uma vez expulsou o Dragã o de
Chamas.” Tao seguiu os anciã os para fora da caverna.

Mas neste momento, uma onda de choque veio de uma explosã o estrondosa no
vale.

******

"Fudeu! É o Dragã o de fogo!”

Os gritos dos Elfos Negros se ergueram ao redor deles.

O Dark Elf masculino que se aproximou de Itami e seu grupo para verificá -los foi
arrebatado pelo dragã o de fogo. Suas pernas se debateram entre as aberturas das
presas do Dragã o, e a enorme besta o mastigou e engoliu de um só gole.
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“Aaah, ah, ah, aaaawaah, aah, ah—”

Tuka tinha visto tudo do começo ao fim e congelou. Ficar parado na frente de
um Flame Dragon era nada menos que suicídio.

Os outros elfos começaram a fugir para salvar suas vidas, e alguns deles
ergueram seus arcos para atirar no Dragã o de Fogo. No entanto, suas flechas eram
inú teis contra as escamas semelhantes a armaduras do dragã o.

O Flame Dragon desconsiderou completamente os Elfos. Em vez disso,


concentrou toda a sua atençã o no Tuka congelada. Entã o abriu sua boca manchada
de sangue e investiu contra ela.

Assim como Tuka estava prestes a ser consumida pelas mandíbulas da morte,
um grande estrondo de pedra quebrando ecoou por todo o vale.

Como uma pétala negra trazida pelo vento, Rory Mercury carregou o Dragã o e
desferiu um poderoso golpe com sua alabarda. A enorme placa de aço o atingiu na
mandíbula.

No entanto, mesmo aquele golpe poderoso nã o poderia quebrar as escamas


resilientes do Dragã o de Chamas. Ainda assim, o forte impacto do ataque acertou o
rosto do Dragã o de Chamas.

Era uma cena tã o bizarra quanto uma formiga acertando um elefante.

E entã o, o Dragã o de Chamas desabou no chã o. Ele levantou uma nuvem de


poeira que voou por toda parte. O impacto de sua queda sacudiu o chã o e soou como
um trovã o.

“Tã o forte…”

Os Elfos Negros olharam com admiraçã o.

“duge-main”

Logo apó s Lelei lançar seu feitiço, uma série de anéis feitos de luz má gica se
formou na frente dela.

Lelei estalou os dedos. Em resposta, a poderosa onda de explosã o surgiu em


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linha reta e atingiu o corpo do Dragã o

No entanto, o raio de poder má gico ricocheteou nas escamas e se enterrou no


chã o.

O Flame Dragon agilmente se levantou com a ajuda de suas asas batendo. Ele
sabia que estava em desvantagem em terra, se levantou do chã o e disparou no ar.

Rory tentou persegui-lo, mas a respiraçã o do Dragã o de fogo a levou de volta


para baixo.

A Apó stola de Emroy, Deusa da Guerra, balançou sua alabarda com tanta força
que o vento de sua passagem dividiu a exalaçã o de alta temperatura. No entanto, o
Flame Dragon aproveitou sua guarda baixa e seguiu com um golpe de suas garras
afiadas.

“Kya~an!”

Rory conseguiu escapar das garras, mas seu pequeno corpo ainda foi lançado
voando com a patada do Dragã o.

Ela pousou com os dois pés no chã o, seu impulso cavando duas trincheiras no
chã o enquanto ela desacelerava até parar. Entã o Rory agarrou sua alabarda em uma
postura autoritaria, limpou a lama de seu rosto com as costas da mã o e lambeu o
sangue que escorria de um pequeno corte em seu lá bio.

“Nada mal.”

A batalha foi um impasse. Nenhum dos lados desferiu um golpe decisivo contra
o outro.

Lelei criou uma segunda série de anéis de luz. O Flame Dragon entendeu o que
era e saiu da frente dela

Os anéis de luz eram muito difíceis de reorientar uma vez formados, entã o tudo
o que ela conseguiu fazer foi cavar um buraco no chã o. Lelei estalou a língua de
frustraçã o.

******

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“Ha, haa, haha, haa, haa…”

Tuka estava com dificuldade para respirar e estremecia incontrolavelmente.

Itami agarrou Tuka e a jogou no chã o enquanto Rory golpeava o Dragã o de fogo
poderosamente.

“Ah, ah, awa, naa…”

Itami disse a ofegante Tuka: “Tuka, olhe com cuidado, olhe com cuidado para
isso”

Ele abraçou Tuka por trá s e pressionou as duas mã os no rosto dela e a forçou a
olhar para o Dragã o de Fogo.

“Esse é o Dragã o que matou seu pai. Você entende?”

Tuka fechou os olhos e tentou se virar, mas Itami usou todas as suas forças para
detê-la.

"Olhar! Olhe para ele! Esse é o Dragã o de Fogo que queimou sua vila! É aquele
que matou seu pai!

“Nã o, de jeito nenhum, o pai nã o está morto, porque o pai...—”

“Eu nã o sou seu pai. Eu sou apenas um estranho. Você nã o é minha filha!”

“Hiiiiiiiiii, nã o, por que você está dizendo essas coisas cruéis? Alguém me salve!”

O coraçã o de Tuka estava sendo dilacerado. As palavras de Itami e a fria


realidade diante de seus olhos a agrediram implacavelmente.

A batalha do Flame Dragon contra Lelei e Rory terminou em um instante. Agora,


o Dragã o examinou a cena. Parecia procurar um inimigo em sua memó ria.

Tuka viu a flecha cravada no olho do Dragã o.

O que ela viu a seguir foi a imagem de seu pai desaparecendo enquanto ela
mergulhava no poço, e os dentes afiados das mandíbulas do Dragã o de fogo atrá s
dele.

“Isso, isso é—”

“Isso mesmo, aquele bastardo matou seu pai! Dispare! Derrube-o, mate-o! Bota
tudo pra fora!”
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“Sem chance! Eu nã o posso fazer isso. Ninguém pode vencer um monstro assim!”

Ainda segurando Tuka, Itami desceu do HMV e pegou um LAM da pilha nas
costas. Ele nã o sabia quando o inimigo apareceria, entã o preparou um deles para usar
a qualquer momento.

“Este LAM arrancou um dos braços!”

Quando Tuka viu o LAM, o Flame Dragon uivou e deu um pontapé no chã o,
voando no ar. O grande grito roubou a força de suas pernas. Como Itami já havia
passado por isso antes, ele nã o congelou completamente.

“Merda, aquele bastardo se lembra da surra que levou disso!”

Assim que o Dragã o de Chamas levantasse voo, a alabarda de Rory nã o seria


capaz de alcançá -lo. A magia de Lelei era inú til contra alvos em movimento rá pido.

Rory tentou pular e atacar o Flame Dragon vá rias vezes, mas ela foi repelida por
sua pata direita ou por um fluxo de chamas.

A magia de Lelei era muito destrutiva, mas nã o era instantâ nea e portanto,
facilmente evitada.

E entã o, as flechas dos Elfos Negros nã o causavam dano, mesmo quando


acertavam.

Eles pensaram que tudo o que podiam fazer era esperar que o Flame Dragon
fosse embora.

O Flame Dragon subiu para o céu, onde Rory nã o podia alcançá -lo, e
vagarosamente abriu suas asas para se manter pairando no ar enquanto virava as
costas para eles.

No entanto, Itami levantou o LAM e segurou Tuka logo atrá s.

Para nã o deixá -la fugir da realidade novamente, ele nã o poderia mostrar sua
impotência diante do Dragã o de Chamas.

Ele mirou nas costas do Flame Dragon no ar e pressionou o dedo de Tuka no


gatilho. Ela tinha que fazer isso sozinha.

"Você consegue. Olhe atentamente. Esse é o inimigo. Use sua força e puxe o
gatilho. Faça isso!"

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Itami estava gritando no ouvido de Tuka.

“Eu nã o posso, eu nã o posso fazer isso!”

Itami conteve com força o choroso Tuka, que estava tentando o seu melhor para
se livrar de seu alcance, enquanto ajustava a mira do LAM para que nã o errasse.

“Já chega, puxe o gatilho!”

Assustado com a voz gritando em seu ouvido, flutuando em uma paisagem de


sonho nebulosa, Tuka apertou fortemente a empunhadura.

Ela puxou o gatilho e um jato de chamas saiu do motor do foguete, levando sua
ogiva antitanque para baixo.

Como esperado, o tiro errou. No entanto, atingiu o lado da parede do vale. Sua
explosã o estrondosa enviou uma onda de choque pelo Vale.

******

Assim que souberam que o Dragã o de Chamas havia sido expulso, todos os Elfos
Negros emergiram. De onde eles estavam se escondendo.

“Os Homens de Verde chegaram! E tem Rory Mercury e a garota feiticeira!”

Para os Elfos Negros, que haviam sido caçados e predados unilateralmente, esta
era uma notícia maravilhosa. Agora era a hora de exterminar o Dragã o de fogo e
retornar à s suas vidas pacíficas na Floresta Schwarz, entã o todos eles levantaram
suas armas.

Eles tinham ouvido falar de como o Dragã o de fogo foi expulso. O Homem de
Verde poderia fazê-lo. E contou com a ajuda da Apó stola de Emroy e de uma maga da
escola de Lindon.

E assim, os Elfos Negros escondidos nas colinas pró ximas, planícies e montanhas
se reuniram em Lordom Valley com vingança em seus coraçõ es. À meia-noite, o vale
estreito estava cheio de Elfos. Ainda mais pessoas chegaram quando o sol nasceu.

Os anciã os estavam pensando: “Pensar que havia tanta gente”, ou “Pensar que
restavam tã o poucos”. Por quanto tempo eles se esconderam? No entanto, os dias de
espera pela extinçã o terminaram. A batalha que decidiria o destino dos Elfos Negros
estava pró xima.
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Eles abriram os preciosos estoques de alimentos para receber Itami e as
guerreiras. Os cozinheiros faziam o possível com os parcos ingredientes de que
dispunham para produzir bons pratos.

Em outro lugar, Yao, que os trouxe aqui, recebeu elogios de seus amigos e
parentes.

Yao, que já foi apelidada de “Azarada”, nunca havia tido uma recepçã o como
esta antes. Ela simplesmente nã o conseguia se acalmar.

Yao nã o se sentia digna de receber o elogio de todos, pelo menos nã o antes de


expiar seus pecados. No entanto, sua ideia pra expiar seus pecados foi descartada
pelos anciã os por considerá -la leviana, entã o agora ela nã o sabia o que deveria fazer.

Embora ela estivesse segura agora, muitas pessoas tiveram uma ideia errada de
sua ausência.

“O que aconteceu com Todorom?”

“Ele foi comido. Aconteceu logo depois que você saiu”

“Como pode ser isso, mesmo que ele morreu?”

“Ele era o ú nico competindo com você para ser o mensageiro. Ah, que pena.”

Uma rá pida olhada revelou que havia muito menos pessoas de sua idade do que
antes. Depois de perceber que tantas pessoas morreram, até mesmo Yao, que estava
acostumada com o infortú nio, nã o pô de deixar de abaixar os ombros.

“Yao, sua idiota! Por que você nã o voltou mais cedo? Se sim, Medosa…
Medosa…!”

Yao suportou silenciosamente o grito de desespero de uma de suas amigas, que


havia perdido seu amante.

“Yao, sua idiota! Você…!”

Qualquer um que visse Yao suportar silenciosamente o castigo injusto de seus


amigos estaria inclinado a perdoá -la. Mas para Yao, aquele abuso desenfreado era o
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que ela merecia agora.

Além disso, havia o homem que fugiu com a amiga dela. Agora ele veio até ela e
disse que sua esposa estava morta.

Na verdade, Yao nã o se importou em abraçá -lo novamente. No entanto, ela nã o


conseguia perdoar seu primeiro amor, que fugiu com sua melhor amiga. Ela deveria
tê-lo recusado. No entanto, ela sentiu que seria bom lhe conceder o conforto que ele
procurava. E entã o, ela ficou surpresa por se sentir assim.

Ela percebeu que era bastante masoquista.

No entanto, Yao nã o estava mais em uma situaçã o em que pudesse decidir o que
aconteceria consigo mesma.

Yao pensou nisso, e entã o ela disse, “Eu, eu pertenço ao Homem de Verde.” E
entã o ela se virou e fugiu de seus amigos.

******

Agora, Itami parecia muito desmoralizado. “Droga.”

Tuka estava enrolada perto da lareira, dormindo no colo de Itami. Ela estava
cansada de tanto chorar.

Os anciã os Elfos Negros que vieram ver como ela estava, sentiram que ela havia
selado seu coraçã o para manter o equilíbrio em seu espírito. Quando ela de repente
entendeu o que estava acontecendo, suas emoçõ es reprimidas explodiram de uma só
vez. A dor era pior do que o normal, e Tuka nã o aguentou. Portanto, ela fugiu da
realidade e deixou Itami se tornar seu pai.

Agora, um movimento em falso pode levar a uma situaçã o irrecuperá vel. O sono
que ela estava tendo agora era um sinal de alerta disso.

Itami agarrou sua cabeça enquanto se perguntava como lidar com Tuka.

“Itami-dono, você está com problemas?”

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Itami suspirou em resposta à pergunta de Yao.

“Estou pensando em Tuka. Toda a sua mente está ocupada com Pai isso, Pai
aquilo, e nã o importa o quanto eu tente negar, ela nã o vai ouvir. Eu me sinto tã o...
impotente.”

“Certa vez, quando perdi meu noivo, fiquei deprimida por vá rios meses. Meu
coraçã o ainda dó i de vez em quando, quando penso nele.”

“O que, você tinha um noivo?”

Yao fez um beicinho e respondeu: “Sim, isso é estranho?”

Itami balançou a cabeça para indicar que nã o era o caso, e entã o voltou o assunto
para Tuka.

“Esqueça. Nã o importa, eu preciso trazê-la para a frente do Dragã o de fogo


novamente, mesmo que eu tenha que arrastá -la.”

Yao assentiu em resposta à ideia de Itami.

“Eu pertenço a Itami agora. Estou pronta para obedecer à qualquer ordem que
você tenha.”

Depois que Yao disse isso, ela se sentou ao lado de Itami, como se esperasse por
instruçõ es dele.

******

“Ahhhh, que saco, o fio da alabarda nã o vai conseguir cortar ele!” Rory
resmungou enquanto afiava sua alabarda.

Ela havia considerado apenas usar a alabarda como um objeto de concussã o.


Quem sabe, ela pode ser capaz de dar um bom golpe. Claro, o dragã o nã o iria ficar lá e
deixá -la usá -lo como um saco de pancadas. Mesmo com um braço, ainda era forte e
á gil o suficiente para acompanhar Rory.

Ela nã o achava que perderia, mas também nã o achava que poderia ganhar. The
Flame Dragon foi uma das piores lutas para Rory.

“Bater nele até a morte nã o é nada divertido...”

Ela nã o gostava da sensaçã o de esmagar as pessoas até a morte. Cortar as


pessoas no meio era muito melhor. Assim como Rory estava murmurando para si
mesma, um anciã o Dark Elf veio ante dela.
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“Sua Santidade. Estamos profundamente gratos por você ter vindo a este lugar
desagradá vel.” Rory parou de polir sua alabarda e apontou para o anciã o.

"Tudo bem. Eu nã o vim por você.”

“Eu entendo isso claramente. No entanto, rezo para que você nã o fique aqui. Por
favor, entre.”

O anciã o conduziu Rory para uma caverna. “Vai ser mais confortá vel aqui do
que na beira do rio.”

No entanto, Rory balançou a cabeça em recusa. Ela tinha um olhar de desgosto


em seu rosto.

“Você sabe que eu nã o posso ir para o subsolo, certo?”

"Ouvi dizer que você teve uma disputa com nosso deus antes, é por isso?"

“…”

“Nã o, eu rezo para que você nã o fique com raiva, mas... ouvi dizer que nã o foi
uma coisa boa.”

“Por que eu tenho que ser a noiva daquela criatura? Além disso, tudo o que ela
quer é usar uma semideusa encarnada como peã o. Nã o quero desperdiçar meus 40
anos restantes com coisas chatas como essa. Bem, consegui conhecer um homem
interessante como resultado.”

“Oi? Posso saber em quem Vossa Santidade está de olho?”

“Eu pretendo ficar com aquele sujeito até que ele envelheça e morra.” A linha de
visã o do Elfo Negro seguiu a de Rory até Itami.

Itami agora estava sentado, e Tuka dormia em seu colo. E Yao estava ao lado de
Itami, conversando com ele.

“Ainda assim, por que Hardy abriu um buraco tã o grande em Arnus?”

Quando Rory disse isso, Yao sentou-se ao lado de Itami. Rory franziu a testa, e
entã o ela se levantou.

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“Um buraco? Arno?

O anciã o abandonado nã o tinha ideia do que Rory estava falando.

******

Lelei estava frustrada com as fraquezas de sua magia.

Uma vez que seu alvo começasse a se mover, seria muito difícil mirar.

O Flame Dragon nã o iria ficar parado enquanto ela preparava seu ataque. Isso
significava que nã o funcionaria a menos que ela pudesse prendê-lo.

Claro, dadas as habilidades atuais de Lelei, ela nã o poderia fazer isso.

Lelei sentiu que precisava da ajuda de Itami e Rory, entã o começou a procurá -
los. Entã o ela o viu sentado, imprensado entre Yao e Rory enquanto Tuka dormia em
seu colo. Isso deixou Lelei enjoada e ela se levantou.

******

Ninguém sabia quando começou, mas as pessoas começaram a se reunir em


torno de Itami.

Embora fosse natural que Rory, Lelei e Yao ficassem ao seu lado, os anciã os Dark
Elf e os guerreiros das vá rias tribos começaram a se agrupar nas proximidades.

Os anciã os disseram a Itami que os guerreiros das tribos o acompanhariam


quando ele partisse. No entanto, para Itami, saber a localizaçã o do covil do Dragã o de
Fogo já era bom o suficiente. Por isso, procurou explicar aos mais velhos os perigos
do lugar para onde iriam, além de muitas outras coisas. Os anciã os simplesmente
sorriram para ele de uma forma que sugeria que nã o podiam aceitar um nã o como
resposta.

"Amanhã de manhã , entã o."

"Desculpe por isso. Entã o, preciso do seu pessoal para me ajudar a carregar
algumas coisas.”

"Isso é exelente. Todos que querem ir com você para exterminar o Dragã o já
estã o aqui. Informe-nos se precisar de mais ajuda. Ninguém vai recusar.

"De fato, de fato. Todos os jovens estã o preparados para isso. Todos sentem que
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amanhã será um dia especial.

“Bem, você diz isso, mas talvez nã o consigamos terminar em um dia. Chegar ao
objetivo levará de dois a três dias, mais tempo se algo acontecer.”

Os anciã os sorriram com as palavras de Itami.

“Nó s entendemos. Como você planeja atacar o ninho vazio, nã o poderá fazer
nada se o dono estiver em casa. No entanto, os Homens de Verde sã o bastante há beis
em tá ticas astutas, ao que parece.”

O plano de Itami para atacar o Flame Dragon era plantar 75 quilos de explosivo
plá stico C4 em seu ninho e explodi-lo quando chegasse em casa para dormir. Foi um
plano maligno e desprezível.

Itami nã o estava interessado em lutar de frente como um heró i tradicional.


Afinal, a especialidade de Itami era fugir das dificuldades e encontrar maneiras de
fazer isso.

Se isso nã o fosse suficiente para matá -lo, eles lançariam LAMs nele. O Flame
Dragon sofreria bastante dano no processo e poderia levar a situaçã o a uma direçã o
favorá vel.

Os anciã os nã o tinham ideia do que Itami queria dizer com “explosivos” e


“explosõ es”. Eles simplesmente pensaram que, se os Homens de Verde falavam
deles, deviam ser muito poderosos.

“Por que nã o deixar os jovens observarem e aprenderem?”

Ele disse isso, mas quando Itami olhou para as pessoas que os mais velhos
consideravam “jovens”, todos eram mais velhos que ele.

Por exemplo, Yao parecia uma encantadora mulher de 30 anos, mas, na


verdade, ela tinha 315 anos. Itami teve sentimentos confusos sobre isso quando
descobriu pela primeira vez. Mas quando pensou no problema da idade, lembrou-se
das muito jovens Tuka e Rory e decidiu pensar em outra coisa.

“Falando nisso, a forma como o Dragã o de fogo continua caçando nos mesmos
lugares nã o parece tã o inteligente quanto um humano. Será que ele nã o é muito
esperto?”

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Lelei respondeu à pergunta de Itami.

“O Flame Dragon tem ciclos ativos e de hibernaçã o muito longos. Quanto mais
comida ele adquire e consome, mais tempo fica em hibernaçã o. Nã o achamos que
isso deva ser um problema.”

“Entendo… e por quanto tempo ele fica ativo?”

“Ao certo, ele nã o deveria ter acordado por, pelo menos, mais 50 anos.”

“E o que ele faz quando hiberna?”

“Bem, ele dorme do jeito que alguns animais hibernam no inverno. Há registros
em livros acadêmicos.”

“Quando está ativo, ele come. Quando está hibernando, ele dorme. Que vida
agradá vel ele leva. Se ao menos eu fosse um dragã o…”

Itami estava com muita inveja disso. Para Itami, cuja vida foi uma longa pausa,
ser capaz de adicionar brincadeiras a esse ciclo seria sua forma de vida ideal.

“Nã o é um modo de vida agradá vel. Todas as criaturas vivas têm muito o que
fazer durante seu período ativo. Por exemplo, além de pegar comida, eles também
têm que construir ninhos, brigar por territó rio e assim por diante.”

As palavras de Lelei fizeram todos congelarem.

Neste mundo, havia algumas pessoas que te assustariam se você dissesse


“Ahhhh” quando as conhecesse.

Por exemplo, quando um dentista queria perfurar seus dentes.

Por exemplo, quando um cabeleireiro assistente cortou errado.

Para um cliente, eles normalmente relaxam e deixam o corte de cabelo para o


cabeleireiro. Mas se ouvissem a palavra “Ah”, entrariam em pâ nico.

Ou talvez quando o capitã o de um voo de passageiros estava conversando com


seus passageiros e foi interrompido no meio do caminho por um “Este aviã o nã o está
voando normalmente”. Qualquer um sentiria um frio na espinha.
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Da mesma forma, as palavras de Lelei fizeram Itami e os Elfos se endireitarem.

Havia uma falha fatal que eles nã o haviam notado, mas que logo seria revelada.
Seus corpos estremeceram de medo.

“O que está errado?” Lelei perguntou nervosamente.

“Se, assim como um animal, ele se reproduz durante seu período ativo e cria
filhos.”

“Oi, oi, oi, nã o diga isso, nã o quero conhecer os filhotes do Dragã o de fogo.”

“Bem, Young Dragons nã o deveriam ser tã o ruins quanto Flame Dragons.”

“Entã o, quã o ruins eles sã o?”

“Dragõ es Antigos > Dragõ es Jovens > (subespécies maduras) > Wyverns.”

A situaçã o nã o havia mudado em nada. Ao ouvir isso, Itami se levantou


repentinamente.

“Esqueci uma coisa, estou voltando para pegar”, disse Itami ao iniciar os
preparativos para voltar.

Yao estava soluçando ao lado dele: “Como você pode fazer isso depois de vir até
aqui?” e os anciã os estavam em pâ nico.

Rory, que estava segurando Tuka, falou com Itami.

"E quanto a essa garota?"

Itami exalou profundamente.

“Os dragõ es põ em apenas um ou dois ovos de cada vez. Além disso, os Dragõ es
Antigos só se reproduzem uma vez por século.”

Lelei continuou explicando, como se quisesse acalmar todos, e Itami relaxou, de


vá rias maneiras.

"Isso mesmo, as chances devem ser bem baixas."

“De fato, Itami-dono. Eu só vi um dragã o.”

"Isso é verdade. Duvido que seriamos realmente tã o azarados. Itami se sentiu


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mais aliviado ao dizer isso.

No entanto, todos os Elfos Negros ao redor estremeceram e olharam diretamente


para Yao quando Itami disse “azar”.

“O que? O que aconteceu?”

Itami podia sentir a mudança na sala e perguntou sobre isso. “Nada, isso, nã o é
nada… ahahahaha…”

Yao começou a suar frio desde que alguém mencionou a palavra “azar”.

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Ficou claro que ninguem sabia muito sobre o Flame Dragon, mas, mesmo assim, eles
tiveram que pegar suas armas e lutar. Isso era o que significava ser um guerreiro.

Os Elfos Negros equiparam-se com os equipamentos com os quais estavam


familiarizados - sabres, katars, arcos e flechas e sua marca registrada, a armadura de
couro preto.

“Havia algo ... especial sobre a armadura bondage justa que eles usavam.
Seria uma coisa se apenas as mulheres a usassem, mas mais da metade do grupo
eram homens e usavam a mesma armadura que suas colegas femininas.”

Eu não quero ser visto nesses caras… Itami pensou enquanto olhava ao redor
como um herbívoro cauteloso.

“Itami-dono, nó s nove iremos acompanhá -lo em sua missã o.”

Yao cumprimentou Itami como representante desses homens e mulheres. Talvez


ela pudesse ter entendido como ele se sentia. Depois disso, eles começaram a se
apresentar.

Dos machos, Crow parecia um homem humano na casa dos 40 anos, enquanto
Meto, Ban, Fen e Nokk pareciam ter a mesma idade de Yao. Kom parecia um
adolescente. Depois de ouvi-los conversando entre si, Kom parecia ser o mais novo do
grupo, com apenas 154 anos. Por alguma razã o, ele sentiu que tinha que respeitar
todos eles como os mais velhos. Quanto à s mulheres, Seimy e Nayu pareciam um
pouco mais jovens que Yao.

De qualquer forma, eles se reuniram e disseram: “Por favor, cuidem de nó s”, e


entã o o Itami começou a distribuir o equipamento no HMV. O referido equipamento
referia-se aos LAMs e aos explosivos plá sticos, bem como bobinas de cordã o
detonador.

"É isso que eles chamam de 'Vara de Aço'…?"

O longo tubo de metal parecia pesado e potente para os Elfos Negros, e eles se
entusiasmaram com ele.

“Ouvi dizer que isso nã o é um item má gico, mas algo chamado arma… Devemos
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ser capazes de usá -lo também, certo?”

“Ah, sim, vou te ensinar a usar agora.”

Como os Elfos Negros eram seres inteligentes, Itami nã o apenas tinha que
distribuir o equipamento entre eles, mas como estava confiando-lhes armas, ele
também deveria ensinar aos Elfos a maneira correta de usá -las. Se fossem cavalos,
nã o haveria necessidade de se preocupar com eles mexendo acidentalmente na
engrenagem, mas como eram sencientes, se cometessem um erro ou mexessem nela
descuidadamente, havia o risco de uma explosã o que mandaria todos eles pra acima.

Por isso, Itami explicou cuidadosamente o funcionamento do lançador de


foguetes antitanque LAM 110mm.

Uma vez que os Dark Elves aprenderam a usá -lo, eles podem pensar: “Podemos
vencer o Flame Dragon agora”. Era ó bvio pelo olhar deles que odiavam
amargamente o Dragã o de Fogo, e havia o risco de serem dominados por suas
emoçõ es e disparar um foguete descontroladamente no momento em que o vissem,
especialmente porque a posse das armas os fazia pensar, “Nó s temos que matar o
Flame Dragon desta vez, nã o importa o quê”. Ainda assim, esse entusiasmo foi ú til,
embora seu objetivo final fosse derrotar o Dragã o de fogo e deixar Tuka dar o golpe
final. Os dois primeiros pontos que ele deixou claro foram “Nã o toque no gatilho se
você nã o estiver pronto para atirar” e “Nã o atire se alguém estiver atrá s de você”.

Primeiro, eles precisariam extrair o LAM de sua embalagem de transporte,


puxando-o pela ogiva, devagar e com cuidado. Depois de remover a cobertura
protetora do tubo do lançador, eles teriam que prender o conjunto de disparo e a
mira da arma. Os Dark Elves nã o estavam familiarizados com ferramentas, entã o
seria mais rá pido para Itami fazer isso sozinho. Enquanto Itami estava montando um
LAM, ele podia ouvir os Elfos Negros ao seu redor contando piadas sujas.

A pessoa ao lado de Itami que disse “Se uma coisa tã o grossa entrasse em mim,
eu quebraria” deve ter sido Seimy, e Ban orgulhosamente retrucou “O meu é maior”.
Parece que os Elfos Negros eram uma tribo sexualmente aberta. Ele nã o sabia se isso
era bom ou ruim, mas se ele ficasse envergonhado, as pessoas poderiam pensar que
ele era um esquisito.

Os Elfos Negros nã o conseguiram ler as instruçõ es e avisos no tubo do lançador.


Portanto, Itami contornou esse problema demonstrando pessoalmente como
configurar o iniciador. Primeiro, ele puxou a longa sonda na ponta da ogiva, removeu
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a tampa protetora e depois a virou na direçã o apontada pela seta. Entã o ele explicou
que contra tanques (ou blindados), a sonda precisaria ser estendida. Contra os
humanos, poderia ficar como estava. Naturalmente, contra o Flame Dragon eles
precisariam retirá -la.

“Entã o, como você faz a coisa na frente disparar?” Fen perguntou enquanto
levantava o LAM. Ele era musculoso e muito mais imponente fisicamente do que
Itami, entã o quando colocou no ombro, ele parecia bem legal.

“Quando a ogiva toca em algo, ela explode. Apenas dizer a você é problemá tico,
entã o eu provavelmente deveria deixar você experimentar isso. Além disso, para
neutralizar o recuo da arma, o LAM dispara uma contra-massa pelas costas com
grande força quando você dispara. É muito perigoso, entã o certifique-se de que
ninguém esteja atrá s de você quando disparar.”

“Mm, entendo…”

Os Elfos Negros escolheram alvos adequados e começaram a praticar posturas


de tiro. Como a ogiva era muito pesada, todos perceberam que era difícil rastrear um
alvo mó vel.

“Entã o, e aqueles caixotes e aquela corda?”

Kom, o Dark Elf que parece um menino, mas que tinha 154 anos, olhou para o
resto do equipamento. Contando o peso dos LAMs e outras coisas, cada um deles
carregaria 20 quilos de equipamentos.

“Oh, isso é o explosivo e o primer. Você pode carregá -los normalmente.


Honestamente falando, esse explosivo é mais importante que os LAMs.”

Depois de se camuflar com grama e folhas, Itami começou a escalar as


montanhas Tyuba. Ele até pintou o rosto com tinta de camuflagem verde e marrom,
enquanto todas as partes metá licas de suas armas foram embrulhadas para evitar que
fizessem barulho ao esbarrar em algo. Embora ele nã o soubesse muito sobre a vida
diá ria do Dragã o de Fogo, ele era uma fera selvagem, entã o deveria ter sentidos
aguçados. Seria melhor tomar as medidas apropriadas contra isso.
Depois disso, Itami carregou a Tuka adormecida nas costas.

“Pai, estou com medo. Algo está vindo”, disse Tuka.

Como ela parecia completamente apavorada, Lelei a colocou para dormir.


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No entanto, Tuka estava bastante ó bvia em suas roupas habituais, entã o Itami a
envolveu em seu colete à prova de balas. Servia para camuflá -la, e as placas de trauma
de liga de titâ nio a protegeriam do perigo. Entã o, novamente, era questioná vel o quã o
ú til seria contra um ataque do Flame Dragon.

Atrá s dele estavam Rory, Lelei e os nove Elfos Negros os seguindo. Todos eles se
camuflaram, como fez Itami.

“Ugh, isso tem um cheiro nojento.”

O Crow beliscou o nariz enquanto resmungava.

Yao respondeu: “Itami-dono nos disse para fazer isso, entã o nã o podemos
descordar.”

Foi por isso que todos cobriram todas as partes expostas de seus corpos com
ó leos de animais.

“Eu sei que isso deveria esconder nosso odor, mas o cheiro nã o vai nos deixar mais
ó bvios?” Nokk disse enquanto subia.

Nã o haviam trilhas nesta montanha e o terreno era acidentado. O HMV nã o podia


passar por eli, entã o eles tiveram que ir a pé. Mantiveram-se abaixados enquanto se
moviam, até quase roçar no chã o, e passaram por trincheiras, depressõ es e sombras
de grandes á rvores. Eles mudaram a camuflagem para combinar com o terreno atual
e acamparam à noite, movendo-se apenas na manhã seguinte.

Por mais lenta que seja a caminhada, eles eventualmente alcançariam seu
objetivo se continuassem seguindo em frente.

Na noite do terceiro dia, finalmente alcançaram as encostas do Monte. Tyuba. O


odor de enxofre pairava pesado no ar, negando a camuflagem de cheiro.

Todos se transformaram em um padrã o de camuflagem do tipo areia e rocha.


Itami escureceu a lama que ele e Tuka usaram para camuflar as mã os e os pés, a fim
de esconder a ó bvia cor verde.

Itami ordenou que todos se deitassem e entã o sinalizou com as mã os para que
Crow viesse à frente do grupo. Crow tinha estado aqui antes, entã o ele seria seu guia.

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"O que está errado?"

Crow agachou-se ao lado de Itami.

“O Dragã o de Chamas entra por aquela cratera?”

"Sim. Seu ninho está em um dos afloramentos que se projetam do lado da boca
do vulcã o”, explicou Crow.

Ele havia vindo a este lugar antes para coletar o enxofre encontrado perto do
vulcã o. Quando queimada, a fumaça do enxofre conservava os frutos secos por mais
tempo, além de parecerem mais frescos.

Embora tivesse vindo apenas para coletar enxofre, ele se deparou com uma
caverna durante suas buscas. Essa caverna levava a um afloramento no interior do
vulcã o, onde o Dragã o de Fogo dormia.

“Tive um mau pressentimento quando vi, entã o corri.”

Itami questionou Crow sobre o interior do vulcã o, particularmente a condiçã o do


ar dentro dele.

De acordo com Crow, a boca do vulcã o aparentemente nã o tinha fundo, entã o


ele nã o sabia nada sobre o que havia abaixo. No entanto, o interior era bem
ventilado devido à gruta que dava para o exterior e ao contrá rio do exterior, que
cheirava a enxofre, a qualidade do ar no interior era muito boa.

“Entã o o ninho do Dragã o de Fogo está dentro da caverna?”

Rory pareceu bastante chocada quando ouviu isso, mas rapidamente calou a
boca.

“Nã o, está dentro da boca do vulcã o. A caverna simplesmente conecta o exterior


ao interior.”

“Entã o, e se descêssemos do cume do vulcã o?”

"Nã o é possível. O interior da boca do vulcã o é um penhasco íngreme. Acho que


nã o conseguiríamos descer de lá de cima.”

Rory franziu a testa, porque ela nã o podia ir para baixo da terra. Itami sorriu e
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disse: “Nã o se preocupe.”

“Tudo bem, Rory pode ficar do lado de fora. Tudo o que estamos fazendo é
verificar se o Flame Dragon está dentro. Se ele voltar, ela pode entrar em contato
conosco.”

De acordo com o plano, eles entrariam na caverna e verificariam se o Flame


Dragon estava lá . Se ele sumisse, eles plantariam os explosivos e se estivesse dentro,
eles recuariam imediatamente e esperariam que fosse embora. Se tudo corresse
bem, Rory nã o precisaria fazer nada.

“Nã o deveríamos impedi-lo de sair?”

“Mm. Nã o queremos que ele suspeite. Vamos nos esconder e esperar que saia
primeiro.”

Itami murmurou: “Rory sabe como usar isso?” enquanto ele mexia no fone de
ouvido e no microfone. Rory rapidamente puxou o microfone para a boca e Itami
testou a conexã o sem fio com Lelei e Rory.

“Nó s vamos entrar.”

Itami colocou Tuka no cã o. Seu plano era entrar com um rifle. Quando ele estava
prestes a fazer isso, no entanto, Yao e os outros Elfos Negros o encorajaram a ficar.

“Deixe-nos lidar com essas tarefas triviais.”

Itami ficou muito feliz em deixar Yao e Crow entrarem em vez dele.

Demorou um pouco até que voltassem, e Itami instruiu os outros a descansarem,


enquanto jantavam raçõ es de viagem secas. O aroma de comida era encoberto pelo
cheiro de enxofre, mas esse mesmo cheiro tornava difícil abrir o apetite.

Ainda assim, considerando o que aconteceria em breve, eles nã o sabiam quando


teriam a pró xima chance de comer. Felizmente, todos entenderam isso e comeram
com gosto, independentemente de sua localizaçã o atual.

Lelei e Rory pegaram, cada um, um conjunto de Raçõ es de Combate JSDF Tipo II
(curry de carne / salada de atum / legumes em conserva / arroz), bem como pacotes
de aquecimento que precisava apenas adicionar á gua.
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Os elfos tinham peixe seco do vale, frutas secas, feijõ es e afins, mas ficaram
fascinados com os alimentos processados de Rory e Lelei. Eles ficaram bastante
surpresos com a forma como os pacotes de aquecimento imediatamente produziram
vapor quando a á gua era adicionada.

Tuka dormia tranquilamente ao lado do grupo.

Itami a carregou durante todo esse tempo, mas ela era tã o leve que ele mal se
sentia cansado. Dito isso, a tensã o o estava cansando. Como nã o sentia muita fome,
comia devagar.

“Você deveria deixar a Tuka comer também, senã o ela vai chorar quando
acordar.”

“Oh, bem, o que podemos fazer?”

Lelei disse isso enquanto pegava uma colher de curry. Só entã o, Yao e Crow
voltaram.

“Como foi?”

“Mm, a caverna e o poço do vulcã o estã o conectados, e há um ninho em um


afloramento de rocha. O dragã o nã o está , deve ter saído.”

“Excelente.”

Depois de ouvir o relato de Yao, Itami pegou Tuka.

Por fim, eles estavam entrando na caverna. Todos ficaram tensos, sabendo que
estavam entrando em territó rio inimigo. Eles até falaram mais baixo.

“Entã o, Rory, estamos contando com você.”

“Tudo bem, vou ficar de vigia perto da boca do vulcã o.” Rory bateu em seu
microfone.

“Isto está ligado?”

“Ouvindo você alto e claro. Ah, dane-se os protocolos de comunicaçã o. Ok, eu


ouvi você.”

Eles se despedem de Rory na entrada da caverna.


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Segurando sua alabarda com força, Rory desapareceu na encosta da montanha
vermelha com passos á geis, enquanto Itami e seus amigos se dirigiam para a caverna
depois que eles se separaram dela.

O interior da caverna era tã o grande que pensaram que deviam estar sonhando.

A lava fluiu e tornou-se só lida quando esfriou. Depois disso, mais lava fluiria e
solidificaria também. Apó s inú meras repetiçõ es desse processo, as camadas de
pedra pareciam uma escada.

A maneira como as camadas de pedra se espalhavam pareciam as escadas que


levavam a um santuá rio. As paredes nã o eram uma folha só lida; pareciam mais um
conjunto gigante de cortinas. Chamar este lugar de santuá rio nã o estaria fora de
questã o. Ele ostentava um longo corredor, uma plataforma de observaçã o alta e até
mesmo uma estrutura semelhante a um altar. O poder da natureza nã o deveria ser
subestimado.

Se eles trouxessem um homem santo aqui, ele poderia estabelecer uma igreja
no local.

Itami iluminou seus arredores com uma lanterna, entã o deixou o nã o-altar para
trá s e se aprofundou na caverna.

Os Elfos Negros iluminaram seus arredores com tochas flamejantes. Os ecos


feitos pelos ambientes pró ximos e as sombras tremeluzentes feitas por suas fontes
de luz contribuíram para a atmosfera assustadora.

“Itami-dono, por aqui.”

Itami podia ver a luz vindo à sua frente.

Ele colocou Tuka no chã o e avançou nervosamente, segurando seu rifle. Acima
dele, ele podia ver o céu noturno estrelado através da boca do vulcã o.

Havia um afloramento ali.

Embora fosse chamado de afloramento, na verdade era bastante amplo. A


caldeira do vulcã o tinha aproximadamente o tamanho de um campo de beisebol e
era mais ou menos em forma de tigela. Em seu centro, um buraco descia até o poço

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principal, e o afloramento estava localizado ali.

O afloramento tinha mais ou menos o tamanho de duas quadras de basquete, e


a mistura de areia e pedras lembrava a beira-mar. O ninho do Dragã o parecia uma
formaçã o de pedras em uma praia.

Crow confirmou que este era o covil do Flame Dragon, e que ele estava
descansando ali antes.

Embora eles nunca tivessem visto um ninho de dragã o antes, esse layout era
muito simples e os deixou desconfiados.

Ainda assim, quando eles estavam lá , eles podiam acreditar que a grande coisa
diante deles era onde seu inimigo fez seu covil.

Havia fragmentos do que pareciam cascas de ovos quebradas espalhadas pelo


chã o, bem como enormes pegadas que só poderiam ter sido feitas por um dragã o.

“As cascas dos ovos sã o frescas. Parece que os jovens dragõ es eclodiram
recentemente e deixaram o ninho logo apó s a eclosã o.”

A conclusã o de Lelei apó s inspecionar os fragmentos deixou todos à vontade.

Havia coisas que pareciam pedras na areia, mas um olhar mais atento revelou
que eram os restos do que antes foram capacetes. Ninguém sabia há quanto tempo
essas coisas estavam ali, mas eles também encontraram armas brilhantes como
espadas e similares, meio enterradas na areia.

“E isso é?”

Yao pegou o elmo e a espada, sentindo-os em suas mã os.

“Acho que pertenciam aos heró is ao longo da histó ria que vieram desafiar o
Dragã o de Fogo.”

“Bem, esta é uma espada má gica, afinal.”

Os olhos de Nokk estavam brilhando enquanto ele se concentrava naquela


espada. Ele respirou: “Isso valeria muito se a levá ssemos de volta…”
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Os Elfos Negros fecharam os olhos em oraçã o silenciosa por aqueles que
carregavam essas armas e armaduras. As quais que pertenciam à queles corajosos o
suficiente para apostar suas vidas contra o Dragã o de Fogo devem ter sido obra de
um mestre.

“Tudo bem, vamos trabalhar. Lelei, ajuda-me a cuidar da Tuka. Todos, ajudem-
me a iluminar os arredores.”

Depois de ouvir as instruçõ es de Itami, eles trouxeram seus equipamentos.

Itami desempacotou o que pareciam ser blocos de queijo das caixas. No total,
eram 75 quilos.

“Parece um pouco com queijo.”

O jovem Kom ficou fascinado com as coisas que Itami estava desempacotando
das caixas. Ele pegou um pedaço para colocar na boca, mas Itami o arrancou de sua
mã o.

“Essa coisa é venenosa. Nem lamba.

Assustado com a mençã o de veneno, Kom imediatamente colocou a peça de


volta.

Itami pegou a peça e a aproximou da tocha de Kom. A substâ ncia branca


queimou silenciosamente quando Itami a colocou na chama da tocha. Essa reaçã o
inesperadamente pacífica era diferente da impressã o comum que se pode ter de
explosivos.

“Essa coisa só vai queimar se você acender. Você precisa de algum trabalho para
fazê-lo explodir.”

Itami colocou uma lona no chã o e colocou a substâ ncia branca sobre ela, como se
fosse um escultor.

Nos filmes, ao plantar C4, os atores colocavam detonadores elétricos nos


explosivos embrulhados, mas isso resultaria em uma detonaçã o incompleta na vida
real. Para extrair totalmente o poder dos explosivos plá sticos, ele precisava ser bem
amassado. Sem amassamento suficiente, os explosivos podem até nã o detonar.

As mã os de Itami ficaram amarelas apó s amassar o explosivo.


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Seria demais esperar que uma pessoa amassasse 75 quilos de C4, entã o todos
contribuíram. No final, eles moldaram em tijolos.

Itami tocou o chã o e tirou um pequeno dispositivo. Era chamado de detonador


eletrô nico.

Ele tocou o chã o para descarregar sua eletricidade está tica. Isso porque
eletricidade está tica suficiente poderia iniciar uma detonaçã o. Ao tocar no solo, ele se
ancorou e removeu sua carga de eletricidade está tica.

A pró xima parte exigia muito conhecimento especializado. Apenas Itami poderia
fazê-lo. Ele pegou o carretel de cabo e um alicate, cortou vá rios pedaços de fio do
carretel e começou a transformá -los em circuitos auxiliares.

Ele desmontou o invó lucro do cabo na ponta e depois juntou os fios de dentro
nos contatos do detonador.

Itami trabalhou em silêncio, enquanto Yao segurava uma tocha acima dele para
fornecer luz. “Existe algo em que possamos ajudar?”

"Sim. Cave um buraco no ninho do Dragã o. Mais ou menos desta profundidade.

Depois de receber suas instruçõ es, Ban, Fen e Nokk começaram a cavar.

A testa de Itami estava escorregadia de suor, mas ele produziu um bom


trabalho, sem erros. Ele emendou os comprimentos do cabo e depois os juntou ao
circuito de detonaçã o final.

Normalmente, apenas engenheiros estudariam essas técnicas de manipulaçã o


de explosivos. No entanto, eles faziam parte do currículo bá sico do SFG e Itami os
havia aprendido. Ele dificilmente era um aluno diligente, mas, assim como na escola,
sentia que “falhar em suas tarefas significa falhar na vida”. Sua determinaçã o o
ajudou a dominar essa habilidade, e essa determinaçã o agora fazia parte dele.

De repente, ele relembrou de seus instrutores xingando-o e batendo em sua


cabeça.

Itami interrompeu seu trabalho, desligou os detonadores com cuidado e


apertou o botã o do microfone.

"Rory, você pode me ouvir?"


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Ele ligou para Rory vá rias vezes, mas nã o houve resposta. Talvez o sinal sem fio
nã o tenha conseguido penetrar na rocha espessa. Se fosse esse o caso, nã o havia
sentido em torná -la uma sentinela.

Droga. Ainda assim, eles estavam perto da conclusã o. É melhor terminar de uma
vez.

“Cheh, isso vai ser um saco... Todos, olhos no céu. Lelei, a recepçã o aqui parece
muito ruim. Tente entrar em contato com Rory."

Depois de dizer isso, Itami voltou a trabalhar.

Entã o ele desligou o microfone e tirou o fone de ouvido. Interruptores


eletrô nicos podem causar faíscas, e ele começou a suar frio ao perceber que estava
manuseando os explosivos e detonadores com o fone de ouvido.

O que os outros pensariam se soubessem o quã o perto ele esteve de explodi-los?


Ele olhou em volta para avaliar as reaçõ es dos outros.

Felizmente, ninguém pareceu entender o significado do olhar de Itami. Eles


simplesmente disseram "hein?" em confusã o.

Depois disso, era hora de colocar o explosivo processado.

Ele empilhou os blocos de C4 no buraco que Ban havia feito, colocando-os em


camadas uns sobre os outros. Entã o, ligou os detonadores nos tijolos. Em seguida,
desenrolou cuidadosamente o cabo da bobina, para nã o emaranhar o cordã o de
detonaçã o em nada.

“Dê-me aquela espada ali.”

“?”

Yao e os outros inclinaram a cabeça enquanto observavam Itami colocar a


espada má gica em cima dos explosivos.

Quando os terroristas usavam explosivos plá sticos, eles frequentemente os


polvilhavam com parafusos para aumentar seu poder de matar. O fato é que um
explosivo normal nã o era tã o poderoso quanto as pessoas pensavam. Os fragmentos
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causados pela onda de choque da explosã o eram as que causavam muitos danos
colaterais. Eles estavam colocando as espadas má gicas e outras armas magistrais nos
explosivos pelo mesmo motivo. Se funcionasse, as espadas dos guerreiros que
falharam em sua missã o feririam o Dragã o, garantindo aos seus mestres falecidos
uma pequena medida de paz.

Os explosivos ficaram cobertos por uma fina camada de areia e terra, e outra
camada apagou suas pegadas. Eles retiraram o fio da bobina e voltaram para a
caverna do afloramento. Claro, o fio nã o podia ser exposto, entã o tinha que ser
enterrado superficialmente.

Por fim, juntaram o fio ao gatilho da detonaçã o.

E assim, os preparativos para a demoliçã o foram concluídos. O que Itami pensou


ter levado apenas um tempo, na verdade levou quase cinco horas, o que o chocou
quando olhou para o reló gio.

Seus ombros e cintura doíam de tanto ficar agachado. Ele respirou fundo e disse:
“Ok, o trabalho está feito.” No entanto, quando ele olhou em volta, todos estavam
congelados.

"O que está errado?"

Ele enxugou o suor de sua cabeça e olhou para trá s, e o Flame Dragon apareceu
diante dele.

******

Rory foi designada para procurar o Flame Dragon perto da cratera do vulcã o.
No entanto, ela acabou olhando para o céu cheio de estrelas assim que o sol se pô s.

Nã o muito tempo depois, ela avistou um Dragã o de Fogo no céu noturno. Estava
voando perto dali.

Como eles tinham um plano, ele tinha que ser seguido. Rory se escondeu para
que o Flame Dragon nã o a visse e ela tentou avisar Itami sobre. No entanto, nã o
houve resposta.

"Mm? Isso está realmente certo? E se eu falhar? Um arrepio percorreu a espinha


de Rory.

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Pensando bem, Itami também era responsá vel por isso. Na maioria das vezes, ele
falava a mesma língua que Rory, entã o eventualmente começou a tratá -la como uma
japonesa. Para um japonês que usa os aparelhos sem fio, se a recepçã o for ruim, a
prá tica aceita seria ir para um local com melhor recepçã o, como uma janela. Talvez o
ú nico lugar para as pessoas no topo e no fundo da boca de um vulcã o se comunicarem
seja na borda da cratera. No entanto, Rory correu em direçã o à caverna para se
aproximar de Itami. Fazer isso aumentou a espessura da rocha pela qual o sinal teria
que passar, o que só piorou as coisas.

“Ei, me responda!”

Rory gritou desesperadamente por Itami. No entanto, o Flame Dragon se


aproximou da boca do vulcã o e desceu para dentro dele.

Se isso continuasse, o Flame Dragon atacaria o indefeso Itami e os outros. O que


ela deveria fazer?

Era inú til ficar do lado de fora. Rory decidiu tentar avisar Itami diretamente do
perigo iminente, entã o ela apressou o passo e correu em direçã o à entrada da
caverna.

No entanto-

“……...Impossível!”

Rory ficou chocada e sem fala com a visã o diante dela.

******

Itami cruzou os olhos com o Dragã o de Fogo, suas asas abertas.

O encontro inesperado congelou Itami e seus amigos. O Dragã o nã o esperava que


humanos aparecessem em seu ninho e olhou em choque para esses visitantes nã o
convidados.

Parecia que eles podiam sentir o calor da respiraçã o um do outro. Mas, na


verdade, os dois lados nã o estavam tã o pró ximos. Foi um efeito puramente
psicoló gico.

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Itami recuou lentamente, na ponta dos dedos, alcançando nervosamente sua
pistola no coldre da coxa. Itami sabia que poderia muito bem estar brandindo uma
arma de brinquedo na frente de um dragã o, mas havia colocado seu rifle em outro
lugar enquanto trabalhava.

O lugar estava tã o quieto que ele podia até ouvir alguém engolindo em seco. Se
corressem o bicho ia pegar. Como dizia o velho ditado, naquele momento todos
pensaram a mesma coisa e ficaram parados.

Ninguém sabia quanto tempo se passou. Pode ter sido um instante ou


pode ter sido uma eternidade. Se um segundo tivesse 75 instantes, incluindo o
tempo gasto em cada respiraçã o, quando calculado como instantes, seria um nú mero
tremendo.

Kom nã o sabia quanto tempo isso duraria, mas nã o conseguia suportar a


maneira como os dois lados se encaravam. Ele gritou como um louco e levantou seu
LAM.

“Uwaaaaaaaaaaaaaaah!”

A esse sinal, o silêncio foi quebrado pelo clamor. Itami correu.

Lelei arrastou Tuka de volta para a caverna para protegê-la. Ao mesmo tempo,
Yao correu para proteger Tuka.

Depois disso, os Dark Elves e Kom levantaram seus LAMs.

O menino disparou seu LAM, a uma distâ ncia tã o curta que nã o poderia errar.
Apó s a breve igniçã o do motor do foguete, a ogiva antitanque atingiu a garganta do
Dragã o e explodiu, inundando a cratera com uma luz ofuscante e nuvens de fumaça
espessa.

“Peguei ele!”

De repente, o Flame Dragon e sua garra direita emergiram da fumaça, abortando


sua alegria de curta duraçã o. O corpo do menino foi rasgado ao meio em um golpe, e
sua parte superior do tronco voou para longe.

O que respingou na parede nã o era mais reconhecível como um elfo.

Pior ainda, quando Kom disparou seu LAM, havia pessoas atrá s dele, que foram
gravemente feridas pela explosã o da arma. Ban e Nayu morreram instantaneamente,
seus corpos despedaçados pela contra massa ejetada pelo LAM à queima-roupa.
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As pessoas um pouco mais distantes também foram afetadas e caíram no chã o.
Esta foi uma boa notícia para eles, no entanto. A varredura da cauda do Flame Dragon
deveria ter atingido todos, mas as pessoas caídas nã o foram atingidas. Apenas a parte
inferior do corpo de Kom foi esmagada.

O Dragã o de Fogo rugiu, sacudindo o interior da boca do vulcã o.

Os Elfos Negros se levantaram novamente, carregando seus LAMs. Eles haviam


esquecido tudo o que Itami lhes ensinou em meio ao rugido estrondoso do dragã o.

Nokk nã o virou sua trava de segurança de S para F. Em seu pâ nico, tudo o que
ele fez foi apertar o gatilho cegamente.

Crow lembrou de desligar a trava de segurança, mas esqueceu de retirar a


sonda e seu ataque nã o foi eficaz. A fim de alcançar o efeito Neumann e romper as
escamas semelhantes a tanques do Flame Dragon, a sonda teria que ser retirada.
Além disso, a detonaçã o da ogiva a curta distâ ncia nã o apenas feriria a si mesmo,
mas também a seus companheiros de equipe.

"A sonda! Puxe a sonda!”

Ninguém ouviu a voz de Itami através do rugido do Dragã o e das explosõ es.
Lelei arrastou Tuka para a caverna, enquanto Yao percebeu Itami e gritou: “Vá para
a caverna!”

Itami ignorou Yao e agarrou o LAM que ela estava segurando.

Neste momento, um Dark Elf morreu, e outro logo o seguiu.

Nokk foi mastigado pelas presas afiadas do Dragã o de Chamas, enquanto Meto
foi pulverizado por um golpe de sua pata.

Claro, o Flame Dragon nã o saiu ileso. A explosã o do LAM causou dor intensa,
mas infelizmente foi só isso.

Entã o o Flame Dragon cuspiu fogo nas pessoas que estavam fugindo
desesperadamente, planejando acabar com todos eles.

A razã o pela qual os ataques normais nã o poderiam desferir um golpe letal em


um Dragã o de Fogo nã o era apenas porque suas escamas eram robustas e
resistentes, mas também porque elas se sobrepunham. Essa lacuna entre as escamas
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e o corpo era como uma armadura espaçada nos tanques, que amortecia os
impactos.

Para o Dragã o, esse bando de pequenas criaturas odiosas estava empunhando


bastõ es negros, que criavam um tremendo impacto que o atordoava, mas nã o eram
tã o potentes quanto o poder que destruiu seu braço esquerdo.

Seu choque durou apenas um segundo, e entã o o Flame Dragon determinou que
este objeto nã o era uma ameaça para ai. O que ele queria era espantar os vermes que
infestavam seu ninho.

******

Itami puxou a sonda para fora, girou-a na direçã o da seta e entã o a travou no lugar.

Ele a ergueu no ombro e prendeu a respiraçã o enquanto mirava. Ele girou a trava
de segurança de S para F.

E assim que ele estava mirando o LAM, Seimy foi jogado em Itami.

Ele caiu no chã o, amortecendo a queda de Seimy. Itami nã o conseguiu se levantar


por um tempo, tendo sofrido o impacto direto. Seimy estava levemente machucada e
ela pegou o LAM caído.

“Idiota, nã o atire!”

Itami estava logo atrá s dela e correu o mais rá pido que pô de. No que pode ter
sido um golpe de sorte, a ogiva LAM disparada atingiu a perna do Flame Dragon.

Pouco depois, o uivo de agonia do Dragã o de Chamas ecoou pelo vulcã o.

A ogiva de projétil explosivamente forjada do míssil perfurou as escamas do


Dragã o - cuja dureza era superior a 9 na escala de Mohs – e rasgou a coxa

Escamas mutiladas e carne voaram por toda parte, e o Dragã o de Fogo se


debateu de dor.

******

“Tuka, acorde.”
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O descanso confortá vel da menina foi interrompido pela voz do pai.

“Pai, o que aconteceu?”

Tuka esfregou os olhos ao acordar.

Ela olhou em volta e descobriu que estava em sua casa, o que a encheu de
nostalgia. A luz do sol radiante entrava no quarto pelas janelas, e ela sentiu que hoje
seria outro dia de paz.

A voz de seu pai também aqueceu seu coraçã o. Sua cabeça ainda estava um
pouco confusa, mas a voz gentil de seu pai a fazia se sentir feliz. Ao se lembrar dos
terríveis pesadelos que tivera antes, sua felicidade se aprofundou.

Os sons de passos vinham do lado de fora da janela, assim como os sons de gritos
e explosõ es. No entanto, parecia que estava acontecendo em um mundo distante. No
momento, tudo o que ela queria era aproveitar a conversa com o pai.

“Pai, o que há de errado?”

Ela olhou em volta, mas nã o conseguia mais ver seu pai. Em vez disso, ela viu o
Dragã o de Fogo devorando o corpo de uma jovem em um instante.

"Yuno!"

Sua melhor amiga, tã o pró xima a ponto de ser família, foi devorada em um
instante. Tuka nã o sabia quando havia pegado o arco, mas tomou sua decisã o em um
instante, encaixou uma flecha na corda, esticou-a com toda a força, depois mirou e
disparou. Mas, infelizmente, sua flecha foi derrubada.

Ela nã o era a ú nica a disparar flechas. Os guerreiros Elfos por aqui dispararam
uma saraivada de flechas sem fim no gigantesco Dragã o. Explodiram ao acertar, mas
graças à robusta proteçã o de suas escamas, o Dragã o saiu ileso.

A fêmea Dark Elf Seimy foi mastigada em pedaços pelo Dragã o, e o seu olho
errante do iluminou Tuka, selecionando-a como sua pró xima presa.

Quando o Dragã o de Fogo olhou diretamente para ela, o corpo inteiro de Tuka
estremeceu de terror.

Ela queria correr, mas seus pés nã o se moviam. Ela queria gritar, mas sua voz
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tinha sumido.

Nesse momento, Tuka congelou, como se sua alma tivesse sido roubada. Ou
melhor, era mais que ela queria fugir, mas sua mente nã o havia captado a
mensagem. Por que ela desafiou esse monstro? Ela deve ter cometido um erro.
Mesmo que ela direcionasse seu ó dio e raiva para esse monstro, ela nã o teria chance
de vitó ria. Assim, Tuka amaldiçoou sua tolice.

“Tuka, corre!”

Seu pai protegeu a atordoada Tuka. “Você só precisa se esconder aqui, me


escute!”

E entã o, Tuka foi arrastada para dentro da caverna por Lelei e Yao.

No instante antes de entrar na caverna, ela viu a forma do homem que havia
substituído seu pai, arrebatado pelo Flame Dragon - ela o viu morrer por ela, e a
visã o de seu pai sendo comido pelo Flame Dragon.

Ela tentou alcançá -lo desesperadamente, mas nã o tocou em nada.

A forma de seu pai se afastou cada vez mais, cada vez mais longe. Papai morreu
por mim.

“É tudo culpa minha. É tudo culpa minha. É tudo meu, é tudo—”

“Você está errada”

A voz de Lelei falou no ouvido de Tuka.

“Você nã o matou seu pai. O Dragã o de Fogo o fez.”

“Mas-”

“Itami entendeu errado. Para alguém como você, que poderia viver por tanto
tempo, as feridas do coraçã o seriam assuntos triviais. Depois de dez ou cem anos,
sua alma se curaria. Tudo o que você precisava fazer era esperar até que sua auto
aversã o desaparecesse. Portanto, nã o havia necessidade de ele salvá -la. Somente os
humanos, com sua curta vida ú til, sã o levados a resolver todos os problemas que
encontram. É assim que eles vivem.”
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Tuka considerou cuidadosamente as palavras que Lelei disse.

Parece que ela estava apenas reclamando. Lelei soltou uma série de suspiros, e
entã o olhou diretamente para Tuka.

“Você decidiu por conta pró pria que nã o poderia derrotar o Dragã o de Fogo,
entã o direcionou sua raiva para um alvo muito mais acessível – você mesma.”

“Mas, nã o podemos vencê-lo… ou podemos?”

“Se um membro da família é morto por um ladrã o, entã o deve-se odiar o ladrã o.
Mas as pessoas vã o desviar seu ó dio – por que elas deveriam ir para onde o ladrã o se
esconde? Se alguém perde um membro da família por doença, entã o deve odiar a
doença. Nã o é culpa do médico; ainda assim as pessoas vã o odiar o médico.”

“Entã o o que devo amaldiçoar? Em quem devo descontar minha raiva? No final,
tudo volta para mim!”

Assim como Tuka estava gritando, a Dark Elf feminina explodiu na coxa do
Dragã o de Chamas.

A onda de choque da explosã o e fragmentos passou pelo rosto de Lelei. Ela caiu
como se tivesse levado um tapa.

“Tudo bem! Conseguimos!”

Os sobreviventes, Crow, Fen e Yao, respiravam com dificuldade e seus corpos


estavam manchados de sangue fresco. Carregando seus LAMs, eles esqueceram o
medo em meio à emoçã o. Cada um deles foi ferido de maneiras diferentes.

“Este é o ponto de virada entre o sucesso e o fracasso. Você só precisa...” Lelei


ergueu a cabeça. Um fio de sangue escorria de sua testa. “Vou derrubar aquele
dragã o. Você só precisa mantê-lo quieto.

Lelei se levantou, segurando seu cajado. Ela começou a entoar o que era
conhecido como coro de um homem só e começou a “Iniciaçã o”.

A cidade natal de Lelei foi destruída pelo Dragã o, e muitas das pessoas que ela
conhecia foram mortas por ele.

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“Abru-main!”

Enquanto Tuka observava Lelei correndo para frente, ela finalmente percebeu
que o que estava acontecendo diante de seus olhos nã o era um sonho, nem uma
fantasia, mas a realidade.

“Rihommun!!”

Lelei levitou uma espada com sua magia e a lançou.

A espada voou como uma flecha, mas sua agudeza por si só nã o poderia perfurar
as escamas robustas. Com um som oco, a espada ricocheteou. Acelerá -lo com magia
nã o funcionou. Foi inú til.

A perna estava ferida e o Dragã o, impotente perante esta investida, procurou


escapar da explosã o do LAM. No processo, ele se chocou contra o penhasco abaixo da
boca do vulcã o. Depois de recuperar o equilíbrio, abriu as asas.

Os Elfos Negros ficaram encantados com a virada da maré. Eles sorriram quando
viram o Flame Dragon se encolhendo de medo do LAM.

“Nó s podemos fazer isso!” Crow gritou, mas quase nã o havia mais LAMs
sobrando.

Fen pegou o LAM sob o corpo de Nayu, puxou a sonda e colocou-a no ombro. O
processo levou apenas alguns segundos, mas o Flame Dragon nã o perderia essa
chance. Ignorando o fato de que atacaria seu pró prio ninho, ele cuspiu um fluxo
contínuo de chamas em Fen, que se transformou em uma pira ambulante.

O Fen em chamas correu em direçã o ao Flame Dragon, e entã o à queima-roupa,


ele puxou o gatilho.

O Flame Dragon levou seu segundo ferimento do ataque moribundo de Fen.

******

Lelei pensou – como ela poderia acelerar as espadas até que pudesse perfurar
as escamas do dragã o?

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Entã o, ela se lembrou de como Itami havia colocado as espadas no topo do C4.
De fato, usar a força da explosã o seria suficiente.

Lelei pegou uma espada e uma pequena série de anéis cercou o punho da espada.

Ela lançou a espada com magia, e quando tocou o Flame Dragon, ela detonou os
anéis. A explosã o dos anéis a empurrou profundamente na barriga do Dragã o.

Para o Dragã o de Fogo, preparando-se para golpear Yao, este foi um mero
ferimento superficial. Para algo do seu tamanho, ser perfurado por uma espada era
como ser picado por um espinho. Dificilmente doeu.

No entanto, dor à parte, a espada perfurou suas escamas. Foi um golpe


intolerá vel para o orgulho do Dragã o.

Sua armadura até entã o invulnerá vel nã o era mais uma defesa absoluta. O
Dragã o de Fogo voltou seu olhar para Lelei, e entã o para a pequena picada em seu
corpo. Um olhar de descrença se espalhou por seu rosto enquanto analisava esse
evento inconcebível.

Um rugido que mais parecia um lamento passou por Lelei, e ela sorriu
sombriamente. “Fufufufufufufufufu, morra, seu lagarto de merda!”

Lelei levitou todas as espadas na á rea – a espada enferrujada, a espada


arruinada, a espada má gica, a espada sem nome, a espada incrustada de pedras
preciosas, a grande espada, a espada afiada, a espada divina, a espada bá rbara, mais
de dez , nã o, mais de vinte deles.

Os espíritos dos incontá veis guerreiros que desafiaram o Flame Dragon e


morreram em desespero agora habitavam suas armas. E agora, eles flutuavam acima
da cabeça dele, movidas pelo poder total de Lelei.

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“Ooh…”

Itami esfregou a testa enquanto balançava a cabeça, sua visã o voltando


lentamente para ele.

O chã o, que deveria ter permanecido imó vel, parecia girar para frente e para
trá s. Ele tinha caído? Ou algo o derrubou? Ele nã o sabia. Depois de ser atingido por
Seimy e o backblast de seu LAM, os canais semicirculares em seus ouvidos foram
perturbados e seu senso de equilíbrio foi interrompido.

Cada parte de seu corpo que estava suada estava manchada de sujeira e,
combinada com a espessa fumaça preta do escapamento do LAM, Itami parecia um
homem de lama imundo. A areia havia até entrado em sua boca, e a sensaçã o da
poeira preenchendo as lacunas em sua boca era nojenta.

Ele tentou juntar saliva e cuspiu vá rias vezes para limpar a boca. Depois disso,
enquanto sentia um pouco de cuspe no rosto, lembrou-se de como havia sido
derrubado.

Quanto tempo se passou? Um momento? Vá rios segundos? Ou alguns minutos?

O mundo girou diante de seus olhos e, enquanto Itami esperava que sua tontura
passasse, ele olhou em volta.

Agora, o rosto de Seimy estava ao alcance do braço, e seus olhos estavam


olhando para Itami. O fato de seus olhos estarem tã o pró ximos e imó veis o assustou.
O que acontecera com ela? Entã o, enquanto a linha de visã o de Itami descia por seu
lindo pescoço esguio e seus seios amplos e de proporçõ es generosas, ele entendeu.

Seimy era um cadá ver.

Embora ela tenha sido mastigada em pedaços pelo Flame Dragon, ela nã o foi
engolida. A sedutora Seimy foi reduzida a esse estado em poucos segundos, o que
pareceu a Itami antinatural. Essa garota nunca mais se moveria. Seu corpo imó vel
nã o pensaria, nem falaria. Era apenas uma carcaça.

Itami lentamente estendeu a mã o para tocar o rosto dela.

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Seu corpo ainda era macio e havia traços de calor em sua carne. Seu rosto estava
intocado. Quando ele fechou os olhos, ela parecia estar dormindo. No entanto, depois
de olhar para a realidade inimaginá vel abaixo de seus seios, para a ruína carmesim de
sua cintura e o nada que restava do resto de seu corpo, Itami finalmente percebeu
que nunca mais acordaria.

De repente, houve uma explosã o e uma onda de calor carregou uma chuva de
fragmentos sobre Itami.

Ele rapidamente agarrou sua cabeça. Embora tivesse pequenos cortes por todo o
corpo, ele nã o conseguia identificar quais de seus muitos hematomas ou queimaduras
enchiam seu corpo de agonia. A onda de choque que veio com o calor e os fragmentos
atingiram todo o seu corpo. Nã o seria uma surpresa se aquele impacto causasse
grandes danos a ele.

Foi quando Itami percebeu profundamente que sua batalha com o Flame Dragon
estava apenas começando e continuaria.

Dizia-se que quando um homem era decapitado, ele ainda estaria consciente no
breve período antes de suas células cerebrais morrerem. Se isso fosse verdade, entã o
Itami foi a ú ltima coisa que Seimy viu quando seu mundo escureceu.

Se fosse esse o caso, o que ela estava pensando enquanto olhava para Itami? "Eu
tenho que ir."

Itami deu um tapinha na cabeça de Seimy em despedida, e entã o sua convicçã o


estimulou seu corpo a se mover enquanto ele rastejava para frente.

Ele percebeu que seu capacete havia sumido. Como a tira do queixo estava
velha e desgastada, ela quebrou quando foi submetida a um leve impacto e o
capacete voou. Ele deveria estar feliz por sua cabeça ainda estar intacta ou triste por
seu capacete ter falhado com ele?

Agarrando sua cabeça enquanto se esquivava dos fragmentos voadores, das


ondas de choque das explosõ es e das gotas de fogo abrasador do Dragã o de Fogo,
Itami olhou em volta, procurando o gatilho da detonaçã o.

Em pouco tempo, ele o encontrou enterrado sob um pouco de poeira e areia.

Itami estendeu a mã o para pegá -lo, mas nã o parecia um gatilho de detonaçã o, e


ele estalou a língua.

O fio havia sido cortado. Foi por causa da explosã o do LAM ou dos fragmentos
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voadores? Ninguém sabia.

“Porra!”

Todo o seu trabalho duro foi desperdiçado.

Se nã o pudessem usar os explosivos, teriam que apostar tudo nos LAMs. No


entanto, os Elfos Negros se sacrificaram em uma taxa selvagem e descoordenada. Os
ú nicos Elfos Negros restantes foram Crow, Fen e Yao. E os três estavam exaustos. Eles
estavam cobertos de sangue e cortes, e marcas de queimaduras negras por toda parte,
que podem ter sido causadas pela respiraçã o do Dragã o de Chamas ou pelo backblast
do LAM.

Yao pegou um LAM do cadá ver de Ban e mirrou o Flame Dragon. Ela seguiu
fielmente as instruçõ es de Itami. Ela puxou a sonda e colocou a trava de segurança em
F. Se acertasse, explodiria as escamas do dragã o em pedaços sangrentos.

O dragã o enlouquecido se jogou contra as paredes de pedra, pulando como se


para escapar dos foguetes do LAM. Toda vez que seu vasto corpo se chocava contra o
solo e a pedra, o afloramento de pedra tremia violentamente e as rochas das paredes
caíam sobre todos, acompanhadas por uma avalanche de cinzas vulcâ nicas, cascalho e
rocha.

Só entã o, Fen foi consumido pela respiraçã o do Flame Dragon, e com seu ataque
moribundo, ele acertou um golpe decisivo no dragã o.

Itami se levantou, dizendo “Seu idiota!” assim que ele o fez.

Em pouco tempo, os Elfos Negros acumularam um nú mero surpreendente de


baixas. Seimy estava morta, e agora Fen estava morto. Se ele hesitasse por um ú nico
momento, os pró ximos poderiam ser Lelei, Tuka, Yao e Crow. No instante em que
pensou isso, Itami entrou em açã o. Talvez fosse alguma grande resoluçã o, ou sua
convicçã o, mas fosse qual fosse o caso, aquilo o estava comovendo. Ele nã o imaginou
nada, sua mente estava em branco e a ú nica coisa que ele fez foram as açõ es
reflexivas inculcadas nele durante o treinamento. Itami se lançou, agarrou o gatilho
detonador, o carretel do fio, e estava com o alicate na boca.

Ele correu sob os pés do Flame Dragon, procurou o fio de detonaçã o enterrado
e começou a escavar o solo.

Um mero choque de lâ minas nã o era uma batalha. Uma mera troca de armas e
tiros de canhã o também nã o era uma batalha. Cavar, transmitir ordens, armar
explosivos, cada tarefa tinha seu lugar e cada ordem retransmitida tinha que ser
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fielmente executada. Essa era a batalha toda.

A ordem de Itami para si mesmo era garantir que seu trunfo final contra o
Flame Dragon fosse utilizá vel.

Encontrou as pontas cortadas do fio, descascou-as e juntou-as.

Parecia simples, mas o Flame Dragon estava vagando acima dele, cuspindo
chamas de sua boca sangrenta, e as ondas de choque das explosõ es do LAM
abalaram a á rea.

O Dragã o gritou como se estivesse gemendo de dor.

Abriu as duas asas para sair do afloramento — enfim, ia fugir.

A poeira e a areia caindo na cabeça de Itami o fizeram tossir


incontrolavelmente. Ele pegou o carretel e soltou o cordã o de detonaçã o recém-
consertado. Nesse momento, alguém riu com uma estridência zombeteira.

“Fufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufu!”

Ele olhou para trá s — era Lelei.

Suas vestimentas semelhantes a tú nicas sopravam em um vento invisível e seus


olhos esmeralda brilhavam com poder.

Seus braços esguios projetavam-se de seu corpo e suas mã os estendidas


alcançavam o céu. Seus dedos apontaram para a frente, e lá Itami viu incontá veis
espadas flutuando no ar como se tivessem sido penduradas ali, seus nú meros
borrando o céu estrelado além delas.

“Morra, seu lagarto de merda!”

Com sua crueldade incomum como sinal, as espadas caíram como chuva.

Itami de repente percebeu que ser pego nessa chuva de espadas nã o era
brincadeira, e fugiu rapidamente. Yao e Crow também perceberam o perigo e
entraram em pâ nico.

“Fufufu…”

A personalidade de Lelei parecia ter mudado de repente.


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A geralmente calma e sem emoçã o Lelei, como uma folha de papel branco, agora
estava vividamente tingida por emoçõ es variadas.

“Wah! Espere, espere, espere, espere!”

Itami agarrou sua cabeça e se jogou no chã o. Yao e Crow o seguiram até a terra,
suas testas quase se tocando.

Eles cerraram os dentes e esperaram que as espadas caíssem. No entanto, o


impacto que elas criaram nã o foi tã o poderoso quanto eles pensavam que seria.

As espadas flutuantes nã o foram simplesmente puxadas para baixo pela


gravidade. Pela forma como foram lançados, elas foram claramente direcionados aos
olhos do Dragã o. Elas voaram para seu objetivo com mira de precisã o. As espadas
cercaram o dragã o por todos os lados e impediram a sua fuga, e entã o as explosõ es
começaram.

O impulso das explosõ es lançou as espadas para a frente. Muitas foram


despedaçadas e muitas outras ricochetearam, perdendo a aguidade. Claro, alguns
deles perfuraram as duras escamas do dragã o. Mas pela aparência das coisas, isso
era apenas uma pequena fraçã o delas. Em uma estimativa, 10% delas acertaram em
cheio? Ou 5%? A partir disso, pode-se ver quantos mercadores traíram os heró is que
depositaram sua confiança nessas espadas.

No entanto, Lelei controlava muitas espadas.

Talvez apenas uma pequena fraçã o das espadas acertasse o alvo, mas mesmo
uma fraçã o de um grande nú mero ainda era uma quantidade impressionante.

As espadas feitas por ferreiros lendá rios perfuraram o corpo do Dragã o de


Fogo. Além disso, o ataque de Lelei também teve como alvo as asas do Flame Dragon
enquanto ele tentava fugir.

Ambas as asas foram despedaçadas e perderam o poder de levantar seu vasto


corpo, e assim ele caiu.

******

Aquele vasto corpo atingiu o afloramento. Fez isso com um impacto incrível.
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O afloramento balançou violentamente e as rachaduras se espalharam pelo leito
rochoso. O Dragã o de Fogo estava tã o ferido quanto a pedra em que caiu e se debatia
em agonia. Suas asas nã o podiam sustentá -lo no ar, e os numerosos ferimentos por
todo o corpo vazavam sangue. Empalado por dezenas de espadas, lanças e lâ minas,
nã o teve forças para se levantar.

Nã o teve forças nem para gemer de dor. “Conseguimos!”

Yao e Crow ficaram exultantes quando viram o Flame Dragon esparramado no


chã o como um cachorro espancado. Cada um deles sacou seus sabres. No entanto,
mesmo que nã o pudesse voar, ainda tinha poder ofensivo e defensivo a par de um
tanque. Ao ver o ataque, Itami percebeu que ainda era perigoso.

“Idiotas! Parem!”

Itami conseguiu agarrar Yao pelos cabelos, mas Crow nã o parou. Além disso,
Lelei desmaiou de exaustã o diante dele. As mã os de Itami estavam ocupadas
segurando Yao e ajudando Lelei a se levantar.

Crow desembainhou sua espada e olhando para frente, ele golpeou o Dragã o de
Fogo com toda a sua força.

Quando a lâ mina ricocheteou com um som metá lico retumbante, Crow


percebeu a dureza nã o natural das escamas do Dragã o, mas a emoçã o de o golpear
com sua espada o consumiu, e ele desferiu golpe apó s golpe contra ele.

"Seu desgraçado! Seu desgraçado!"

Crow parecia ter esquecido todo o resto enquanto brandia sua espada e quando
percebeu que nã o estava funcionando, apunhalou com a ponta. Ele enfiou sua lâ mina
pelas aberturas entre as escamas. Ele planejou trabalhar sua lâ mina e cortar suas
escamas.

No entanto, mesmo à beira da morte, um Flame Dragon ainda era um Flame


Dragon.

Ele levantou a cabeça e olhou para seu corpo em movimento, e ao mesmo


tempo exalou uma gota de fogo sobre o mosquito irritante que o picava, e o Crow
explodiu em chamas.

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“Uwaahhhh!”

“Crow!” Yao gritou estendendo a mã o para ele, mas Itami segurou-a para salvar
sua vida.

“Nã o vá , Yao! Nã o faça isso!”

“Crow! Itami-dono, deixe-me ir!”

“Nã o faça isso, você também será pega!”

Os gritos de Yao foram inú teis, e Crow passou de uma bola de fogo rolando no
chã o para um cadá ver sem vida.

Os olhos do Dragã o de Fogo estavam cheios de sede de sangue. Ele exalava


breves jatos de chamas enquanto intimidava Itami e os outros. Seus olhos estavam
cheios da obstinada determinaçã o de viver que qualquer Dragã o Antigo teria.

“Por quê! Por que você me impediu?!”

“Sua desgraçada estú pida, controle-se e acalme-se!”

Itami nã o conseguia largar a agitada Yao. Seu plano era se afastar do Dragã o de
Fogo que poderia cuspir fogo a qualquer momento e entrar na caverna, e ele
continuou puxando a mã o de Yao enquanto avançava.

******

“Ah, aaah, aahhhhh!”

“Basta roer as unhas e assistir de fora”, disse Lelei zombeteiramente. Tuka só


podia ficar sentada em silêncio e assistir a batalha se desenrolar diante dela.

O Elfo Negro morreu no incêndio.

Yao estendeu a mã o para ajudar seu camarada, mas Itami a segurou e nã o a


soltou. Ele estava firmemente determinado a arrastá -la para longe do Dragã o de
Fogo. Yao, cheia de sede de sangue, continuou resistindo à atraçã o de Itami. Ela
continuou tentando se livrar dele e correr para o Flame Dragon.
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Naquele momento, ela viu seu corpo sobreposto ao de Yao.

Eu sou uma idiota, eu sou uma idiota, eu sou uma idiota, idiota, idiota, idiota,
idiotaidiotaidiotaidiota.

O Dragã o de Fogo diante dela balançou levemente seu corpo e mostrou suas
presas para Itami. As costas de Itami estavam voltadas para o dragã o quando ele
pegou Lelei e puxou a mã o de Yao.

O Dragã o de Fogo abaixou sua mandíbula, revelando suas presas afiadas como
navalhas.

Tuka viu a imagem de seu pai sobre a de Itami, de costas para o Dragã o. “Pai...
está morto.”

E nesse momento, esse pensamento preencheu a mente de Tuka. Ela cerrou os


dentes e deu um passo à frente.

Ela nã o tinha espada ou arco na mã o. A maioria dos elfos estaria indefeso neste
estado. Tuka avançou com as pró prias mã os.

Os elfos da floresta viviam na floresta e tinham afinidade com o vento e a magia


elementar da madeira. E claro, Tuka era uma High Elf, e ela só precisava de dois
versos para invocar sua magia.

“Teruymmun! Hapuriy!”

Esta foi a magia espiritual que convocou um raio.

Saiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Uma lá grima escorreu dos olhos azuis-marinhos de Tuka, e ela terminou o


encantamento de seu feitiço de raio.

Claro, o ataque relâ mpago de Tuka nã o seria fatal para o Flame Dragon. Talvez
se seu pai ou muitos elfos em uníssono lançassem aquele feitiço, eles poderiam ter
derrubado o dragã o.

No entanto, isso foi o suficiente. Isso foi o suficiente para chamar a atençã o do
Flame Dragon. Mesmo que fosse apenas por um momento fugaz, uma fraçã o de
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segundo, um instante, um piscar de olhos, foi o suficiente para o homem cujo corpo
se sobrepô s à imagem de seu pai fugir, escapar da boca aberta e salvar a si mesmo.

Um relâ mpago azul branco brilhou no ar e a terra tremeu.

Quando o raio caiu, Itami agarrou Lelei e puxou Yao em direçã o a Tuka. E entã o,
Tuka os recebeu com os dois braços. Desta forma, Itami trouxe Lelei, Tuka e Yao para
dentro da caverna. Desta vez, Tuka nã o estava sozinha; ela estava com todos, e juntos
eles foram para a segurança da caverna.

Quando a eletricidade atingiu o corpo do dragã o, a corrente que deveria ter


fluído inofensivamente ao longo do corpo e para o solo foi conduzida para dentro
pelas espadas que se projetavam dele.

A eletricidade seguiu o caminho de menor resistência quando viajou e portanto,


apunhalou o corpo do dragã o. Depois disso, Itami armou e disparou o gatilho de
detonaçã o. O impulso eletrô nico correu pelo cordã o de detonaçã o recém-consertado
e pelos incontá veis detonadores presos nos 75 quilos de explosivo plá stico C4
enterrados na terra.

O coraçã o do Dragã o de Chamas disparou.

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E entã o -

O Dragã o de Fogo uivou tristemente, sua agonia explodindo no ar como o rasgo


de uma laje de metal. E entã o, depois do lamento, foi a vez da terra explodir, fazendo
as pessoas pensarem que o vulcã o havia entrado em erupçã o. A parede de som ecoou
pela caverna e a terra estremeceu. A onda de choque explodiu nas orelhas de Itami no
chã o e na Tuka em pé. Para todos, parecia que suas pró prias almas haviam sido
despedaçadas pela explosã o.

O vasto corpo do Flame Dragon foi dilacerado pelo poder destrutivo do C4.

O sangue que jorrou de suas artérias cardíacas explodiu em chamas ao entrar em


contato com o ar.

Cada batida do coraçã o do Dragã o de Fogo jorrou mais sangue de suas artérias, e
no lugar do líquido vermelho que deveria ter fluído por seu corpo, línguas de fogo
voaram no ar. O sangue que espirrou por toda parte começou a queimar, e logo seu
corpo foi consumido pelas chamas.

As robustas escamas do dragã o foram destruídas e o interior de seu corpo era


uma fornalha. Nesta fase, nã o havia como salvar a besta. O Dragã o de Fogo
estremeceu e tremeu, rastros de chamas carmesim saindo dos ferimentos em seu
corpo e incendiando todo o lugar. Enquanto lutava em agonia, o afloramento
finalmente desmoronou e caiu na escuridã o infinita abaixo.

******

E entã o, com isso, o mundo inteiro começou a desmoronar.

******

O teto da caverna começou a desmoronar, como se fosse um poço de mina cujos


suportes tivessem sido derrubados. Rachaduras se espalharam pelo chã o e
cresceram, finalmente se tornando uma fenda escancarada. Parecia que os quatro
seriam arrastados para o inferno.

“Correr!”

Itami deu um tapa no rosto de Yao, entã o pegou a imó vel Lelei e incitou Tuka a
continuar.

O corpo de Tuka foi atingido pelo tremendo impacto e ela estava toda dolorida,
mas nã o teve tempo de reclamar disso. “Corram! Corram! Corram!” Itami gritou, e
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Tuka começou a correr.

O teto da caverna, as estalactites, o chã o, rachaduras apareciam por toda parte e


começavam a desmoronar.

O terremoto nã o parou. Em vez disso, parecia estar ficando mais forte. Se isso
continuasse, o mundo inteiro poderia se desintegrar.

O interior da caverna, onde os degraus pareciam o interior de um templo,


começou a desmoronar atrá s do grupo de Itami enquanto eles passavam correndo.

Os escombros que caíram foram engolidos pelo vazio abaixo deles.

“Kyaaaaaaaaaaaaa!”

O raio de medo que percorreu Tuka quando o chã o sob ela desapareceu no
Abismo a fez gritar.

“Tuka!”

Itami agarrou a mã o esquerda de Tuka com a direita. Ele desesperadamente a


puxou para cima, tentando evitar que ela caísse.

“Se segura!”

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Itami estava pensando em erguê-la quando Yao de repente estendeu a mã o e
segurou seu corpo. Ambas as mã os agarraram as de Tuka com firmeza.

Inú meras rachaduras apareceram ao redor deles, todas levando à terra.

O chã o duro e resistente abaixo deles de repente parecia pedra arenosa. Os


pilares de pedra desabaram. Todos os pilares que sustentam a caverna estalaram e
quebraram.

Era perigoso aqui, era perigoso ali, e dificilmente havia um lugar seguro à vista.

Itami segurou com força a mã o de Tuka e correu pela caverna em colapso.

O grupo correu desesperadamente para a frente, enquanto o chã o desmoronava


apenas um fio de cabelo atrá s de cada passo que davam. Parecia que a caverna em
colapso os perseguia para engoli-los nas profundezas da terra.

O medo da queda e o cansaço do sprint esgotaram as forças de Tuka sem


remorsos.

Seu cabelo comprido e esvoaçante estava manchado de sujeira e enegrecido pela


fumaça. Areia e detritos grudaram em sua pele com o suor como argamassa, e ela
parecia ter rolado em uma poça de lama.

Seu coraçã o batia como uma torre de reló gio marcando meia-noite, e seu peito
parecia que quebraria. Cada respiraçã o que ela dava queimava e a enchia de dor e
miséria.

Uma pedra caiu da boca da caverna. A palavra “colapso catastró fico” seria
apropriada aqui – tudo estava caindo. No entanto, algumas pessoas sobreviveram –
elas enganaram a morte.

Ela estava viva.

Itami estava vivo.

Lelei estava viva.

Yao estava viva.

Tuka agarrou a mã o de Itami e saboreou a realidade – que ela nã o havia morrido


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e que havia vingado o pai.

Antes que ela percebesse, eles conseguiram sair e suas forças voltaram.

******

O grupo emergiu da caverna em colapso com suas vidas. Ao entrar em contato


com o ar externo, o grupo de Itami desmoronou como marionetes cujas cordas
foram cortadas.

Seus ombros se ergueram enquanto eles respiravam fundo e depois tossiam


incontrolavelmente.

Eles haviam respirado o ar escaldante, e isso queimou seus pulmõ es. Seus
membros estavam opacos e pesados como chumbo, e Itami estava zangado e
deprimido com seu estado lamentá vel.

A á rea ao redor da entrada da caverna estava coberta de escombros, e a poeira


no ar baixou lentamente.

O lado oeste do céu ainda brilhava com estrelas, mas o leste estava manchado
de um vermelho onírico.

"Haa, haa, haa... estã o todas bem?"

A pergunta de Itami era simples. Tuka respondeu: “Estou viva”, Yao disse: “De
alguma forma” e Lelei respondeu: “Sem ferimentos significativos”.

“Você com certeza nã o teve pressa” Rory disse em uma voz que era mais um
sussurro.

Parecia que todos estavam seguros, mas pensando bem, todos estavam
cobertos de feridas, entã o chamar isso de “seguro” nã o parecia muito apropriado. De
qualquer forma, depois que Itami confirmou que todos estavam de volta, ele deu um
suspiro de alívio.

“…”

Apó s um breve silêncio, Itami de repente percebeu algo.

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“Rory!”

Itami levantou a cabeça, viu uma boneca esfarrapada, caída no chã o, vestida com
roupas gó ticas pretas rasgadas costuradas com renda.

Seus membros pareciam prestes a se desintegrar e seu corpo estava coberto de


feridas.

Dificilmente havia um ponto nela que estivesse intacto. Uma fina fumaça branca
subiu de suas feridas, como vapor saindo de uma panela quente, e as feridas
cicatrizaram em um instante. Mas para um espectador, essa cura nã o poderia
corresponder ao sangramento e ao dano que ela havia sofrido. O fato de ela ainda
estar viva era bastante surpreendente.

"O que é isso? O que aconteceu?"

Ignorando todos ao seu redor, Itami foi até a Loli e a aninhou em seus braços.

Quando o braço de Rory caiu impotente no chã o, ele entrou em pâ nico. Parece
que seu braço esquerdo estava preso apenas por um pedaço de pele.

Em meio ao pâ nico, Itami conseguiu enfiar o braço dela de volta. Parecia iló gico,
mas desta vez era a coisa certa a fazer – as feridas por todo o corpo começaram a
cicatrizar.

“Realmente, onee-sama, pensar que um humano estaria se preocupando com


você. Parece que você enferrujou.”

Itami se virou, olhando de onde vinha a voz.

Mais acima na encosta estava uma garota em roupas brancas de sacerdotisa,


flanqueada por dois jovens dragõ es.

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A garota usava um conjunto de roupas gó ticas brancas. Ela parecia ter cerca de
20 anos.

Sua pele de um azul profundo estava coberta por um pano branco com bordas de
renda. Um par de seios firmes e empinados brotava de seu peito e empurrava contra
suas roupas, e o espaço de seu decote até o brilhante piercing no umbigo era exibido
para todos verem. As roupas em seu torso eram presas por fitas de renda, que
comprimiam e prendiam sua carne exposta. As mangas de suas roupas pareciam ter
sido arrancadas, enquanto a saia branca de sua roupa estava rasgada e esfarrapada.
Sua saia foi projetada para mostrar todo o comprimento de suas pernas deliciosas. A
pele de sua barriga, braços, pernas e rosto estavam cobertos de tatuagens tribais.
Parecia haver algum significado para elas; talvez todo o seu corpo fosse tatuado.

A garota tinha cabelos grisalhos grossos, suas pupilas douradas eram fendidas
verticalmente e brilhavam com uma luz misteriosa. Ela descansou a haste de uma
enorme foice em seus ombros e lambeu os lá bios. Ela parecia um yakuza descansando
sua espada em seus ombros, até sua atitude confiante e imponente. Quando Itami
percebeu a situaçã o em que se encontrava, teve a sensaçã o de uma desgraça iminente
- ela parecia pronta para sair correndo a qualquer momento e matar todos ao seu
redor.

“Onee-sama, você é a futura noiva da minha mestre, deixar um humano imundo


tocar casualmente seu corpo é muito descuidado.”

Talvez ela nã o estivesse acostumada a falar educadamente, mas quase mordeu


a língua e entã o murmurou, “droga”.

“Que dor, quem quereria ser a esposa daquela mulher?”

Enquanto Rory resmungava, ela tentou erguer rigidamente seu corpo trêmulo.

Depois de juntar as superfícies cortadas de seu braço decepado, seus membros


manchados de sangue puderam finalmente se mover. No entanto, ela ainda nã o
conseguia usar sua força. A alabarda que ela normalmente balançaria como um
palito de fó sforo precisava de toda a sua força apenas para segurá -la na mã o, sem
falar em levantá -la.

“Você nã o está feliz em conhecer minha amante, Onee-sama?”


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“Quantas vezes eu já disse isso… minha deusa deus é Emroy, que governa a
morte, o julgamento, a loucura e a guerra!”

“Haa… é isso que eles chamam de tristeza no casamento? Que triste.”

Depois disso, ela acrescentou um pronunciamento perigoso no final: “Como eu


pensei, vou precisar trazer você de volta à força”.

“O que você quer dizer com casamento triste? O que é triste e nã o triste? Você
nã o está dizendo isso sozinha? E entã o você fica resmungando sozinho por aí!”

E entã o, Rory agarrou-se a Itami como uma criança, com um olhar de “já chega”
no rosto, quase à beira das lá grimas.

Quando a garota de branco viu isso, ela dirigiu um olhar desconfiado para Itami.

Quando a garota de branco falou com Rory, ela estava claramente tentando
transmitir seu respeito, mas quando se tratava de Itami, ficou claro que ela o via e se
dirigia a ele com desprezo.

“Ei, aquele humano ali, será que você está tentando cometer adultério com a
futura noiva da minha mestra? Se for, eu vou te rasgar como um idiota.”

Itami pensou: ‘Por que eu? Adultério?’ Ele estava cheio de vontade de negar essa
acusaçã o ridícula, entã o balançou a cabeça como um chocalho de criança. No
entanto, Rory ainda estava agarrado a ele com força e ela disse: “Nã o posso usar toda
a minha força agora, entã o, por favor, me dê algum tempo”. Itami nã o fez objeçõ es a
isso. Nessas circunstâ ncias, para entender o relacionamento da garota de branco
com Rory, Itami sentiu que precisava se comunicar com ela.

“Pergunta! Pergunta!”

Itami levantou a mã o e a garota de branco resmungou: “O que é, você é um pé


no saco”, antes de estalar a língua e dizer: “Tudo bem, tudo bem, apresse-se!”

“Bem, minha primeira pergunta é, quem sã o… Ah, desculpe por isso. Eu sou da
Força Expedicioná ria da Regiã o Especial JSDF, 3ª Equipe de Reconhecimento, e eu
sou o Primeiro Tenente Itami Youji.”

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A garota de branco tinha um par de grandes asas nas costas. Ela abriu aquelas
asas dracô nicas e deslizou suavemente, pousando silenciosamente diante de Itami e
Rory. Depois disso, ela o olhou de cima a baixo, como se estivesse inspecionando
uma fruta. A maneira como ela o encarava parecia que o estava lambendo com os
olhos. As pupilas esguias da garota de branco e as açõ es fizeram Itami pensar: Ela
deve realmente ser parente dos répteis.

“Chega de apresentaçõ es extravagantes. Meu nome é Giselle e como você pode


ver, sou uma apó stola de Hardy.”

A maneira como ela se curvou e abaixou a cabeça lembrou Itami das garotas
trabalhadoras da cantina de Arnus Town. Rory calmamente disse a Itami que ela era
uma semideusa da raça Dragonkin, e ela também era a mais jovem apó stola neste
mundo.

"Hardy... quero dizer, entã o Hardy-sama é um deus, entã o?"

"Claro. Falando nisso, você deve ser muito ignorante para nã o saber disso.”

Em resposta a ser repreendido por sua falta de noçã o em relaçã o à Regiã o


Especial, Itami simplesmente riu timidamente e disse: “Ehehe, as pessoas costumam
dizer isso sobre mim”, como se ele fosse o tolo em um ato de manzai. Entã o, para
preservar a atmosfera atual, Itami continuou perguntando: “Estou pensando desde
agora - aquele deus Hardy parece ser uma mulher, estou correto? E ela pretende
tomar Rory, também mulher, como esposa. O que é isso?

"Isso mesmo. O que é tã o engraçado? Você tem algum problema com isso?"

"Nã o, nã o, absolutamente nã o. Só estava pensando, do ponto de vista humano,


que uma mulher se casando com outra é novidade para mim. Claro, já ouvi falar
disso em outros países, mas nã o testemunhei pessoalmente, entã o só queria ter
certeza.”

“Todo mundo gosta de coisas diferentes, vovô . Nã o pergunte sobre isso de novo,
jii-san.”

“J…Jii-san?”

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Mesmo Itami tendo idade suficiente para ser chamado de “tio”, esta foi a
primeira vez que alguém disse isso na cara dele. Essa simples palavra foi muito
prejudicial, e Itami a levou direto ao coraçã o. Enquanto ele estava bastante ferido,
escondeu seus sentimentos e voltou para o forte e confiante Itami.

“Que divindade de mente aberta ela é.”

Quando Itami terminou, Giselle disse: “Haaa, o que vou fazer com você?” Entã o
ela estalou o pescoço e deu de ombros.

“Na verdade, nem sei o que minha mestra quer. Embora eu nã o ache que
realmente importe se ela gosta de homens ou mulheres. Se você me perguntar, tudo
que você precisa fazer é aceitar. Claro, em circunstâ ncias normais, quem entenderia
o coraçã o de uma deusa?”

“Nã o eu, com certeza. Só estou interessado em mulheres.”

“De qualquer forma, é assim. Ahhh, que dor… Em todo caso, vai demorar muito
até que os sentimentos da minha mestra sejam aceitos por mais pessoas,” Giselle
disse enquanto suspirava. Entã o, ela olhou para o horizonte, onde o sol estava
nascendo.

“Em outras palavras, essas coisas sã o uma questã o de preferência pessoal.


Entã o, Giselle-san, você gosta de membros do mesmo sexo como Hardy-sama? Ou
você prefere o sexo oposto?”

“Eu? Eu também prefiro os homens.”

“Entã o, como você se sente sobre o que está acontecendo agora? Ignorar a
vontade de alguém, arrastar alguém à força e depois forçá -la a se casar com uma
pessoa do mesmo sexo, de quem nã o gosta. Como você se sentiria se fosse você?”

As palavras de Itami fizeram Giselle franzir as sobrancelhas. Ela desviou o olhar


e estalou a língua.

“Ahhh, o que você disse é tã o irritante. No entanto, trazer de volta onee-sama é


o desejo da minha deusa. Como apó stola, nã o tenho escolha a nã o ser obedecer.
Tudo o que posso fazer é o que ela diz. Você nã o concorda?”

“E por causa disso, você lutou com ela até agora?”


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“Sim. Eu nã o esperava encontrar onee-sama aqui, entã o, quando a vi, já
tínhamos feito isso.”

“Eu sempre senti que Rory era muito forte. Você a espancou até esse estado
sozinha?”

As feridas de Rory eram graves. Claro, elas iriam se curar, mas quando ele a viu
pela primeira vez, ela estava coberta de feridas profundas e sua roupa gó tica estava
encharcada de sangue.

Giselle franziu a testa.

“Você é um idiota? Onee-sama sofreu todos aqueles ferimentos por você.”


Quando Giselle terminou, ela cuspiu na areia.

“Nã o é de admirar, alguém como eu nunca poderia tê-la machucado assim. Se eu


lutasse contra a apó stola de Emroy, deusa da guerra – Rory a ceifeira, o má ximo que
conseguiria seria um empate. Mas entã o como ela acabou assim? Seus movimentos
eram lentos e ela foi ferida antes mesmo de começarmos a lutar… no começo eu
pensei que ela estava me menosprezando. Mais tarde, percebi que onee-sama estava
sofrendo seus ferimentos em seu nome. Depois de olhar mais de perto, vi que seus
corpos e coraçõ es estavam ligados”, disse Giselle.

Itami ficou chocado ao ouvir isso, especialmente depois de perceber que nã o


havia se machucado. Ele abaixou a cabeça para o silencioso Rory e perguntou: “Por
que você fez isso?”

Entã o, Rory mostrou a língua para ele e deu de ombros. “Por que nã o? Nã o foi
ruim nem nada.”

O tom descontraído de Rory fez Itami se sentir impotente, e seu coraçã o parecia
estar sendo esmagado por alguma coisa.

“Bem, podemos resolver tudo isso mais tarde. Desta vez, vou dar tudo de mim na
onee-sama.”

Quando Giselle terminou, ela se virou para os dois Jovens Dragõ es atrá s dela. De
alguma forma, eles se aproximaram sem que ninguém percebesse. Giselle acariciou
seus grandes corpos, e os dois dragõ es pareciam gostar, ronronando profundamente
em suas gargantas.

“Se eu lutasse um contra um, seria um empate. Mas com esses dois caras por
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perto, tenho certeza que poderia derrotar onee-sama.”

Entre os dois Young Dragons, um era vermelho e o outro era preto. Eles
provavelmente eclodiram dos ovos no ninho do Flame Dragon. Suas escamas e a
aura que emitiam faziam pensar na forma selvagem do Dragã o de Fogo. No entanto,
eles nã o tinham a presença assustadora de seus pais e seus corpos eram menores.
Dito isso, eles ainda poderiam ser descritos com a palavra “enormes” e eram
perturbadores de se olhar.

“Você parece q-bastante pró ximo deles. Você nã o está preocupada que eles vã o
se machucar?”

“Ah? Cuido desses dois desde que nasceram. Eu acordei o Dragã o de Fogo
adormecido, fiz com que ele acasalasse com um Dragã o da Á gua, coloquei seus ovos,
entã o quando eles eclodiram, eu os treinei para este estado. Foi realmente cansativo,
mas valeu a pena. A combinaçã o do Flame Dragon, Young Dragons e eu é invencível.
Assim como planejado.”

“E-entã o por que você está começando essa luta de novo?”

“Você é estú pido, nã o é? Meu objetivo é derrotar todos os outros semideuses,


incluindo onee-sama. Falando nisso, Rory-nee-sama, como está seu corpo se
recuperando? Está na hora da segunda rodada, e desta vez você nã o precisará se
conter.”

Como Giselle fez seu desafio, ela assumiu uma posiçã o com sua foice. Os dois
Young Dragons atrá s dela abriram suas asas, assumindo uma postura de ataque
enquanto mantinham distâ ncia.

Rory se separou de Itami e apontou sua alabarda para Giselle. No entanto, o peso
da arma puxou seu corpo e a fez tremer. Embora seu corpo estivesse se regenerando,
os ferimentos graves que ela havia sofrido tiveram um efeito sobre ela.

“Por favor, espere, Santidade. O que você disse era verdade? Você acordou o
Dragã o de Fogo?”

A pergunta de Yao instantaneamente dispersou a crescente tensã o entre os dois


lados.

A maneira como ela questionou Giselle enquanto segurava o braço esquerdo


ferido com a mã o direita e mancava para a frente era digna de respeito.

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“O que? E quem pode ser você?”

“Por quê! Por que você teve que fazer isso!?”

A maneira como Yao gritou essas palavras com raiva pareceu a Giselle bastante
rude. Ela respondeu em um tom baixo e perigoso.

"Você tem algum problema com isso?"

"Claro! Meu povo e eu adoramos Hardy como nosso deusa principal, e temos
sido fiéis seguidores. Em vez disso, nossa deusa nos recompensou com o desastre do
Dragã o de Fogo. Por que é que?"

Giselle estava começando a ficar um pouco irritada e exalou profundamente.

“Você nã o deve questionar nada do que minha mestra diz. Se ela disser que algo
é preto, independentemente de ser branco ou vermelho ou qualquer outra coisa, é
preto. Como crentes, tudo que você precisa fazer é seguir e acreditar. Nã o é para isso
que você serve?

“M-mas—”

“Hardy-sama tem um plano para você.”

“Levar-nos à destruiçã o fazia parte desse plano?”

"Claro. Se a sua fé fosse realmente tã o forte, seria ainda mais ó bvio, você nã o
acha? Vocês devem ficar felizes em poder contribuir com o plano de Hardy-sama.
Mesmo se você morrer, morra em silêncio! A fé é isso, estou errada?”

Ao ouvir a resposta de Giselle “Você tinha que fazer uma pergunta tã o ó bvia?” O
corpo inteiro de Yao estremeceu e ela lamentou miseravelmente.

“Se, se fosse apenas eu, eu obedeceria fielmente ao comando de Hardy-sama.


Mas transformar eu e meu povo em sacrifícios é demais. Hardy-sama realmente
queria que fô ssemos comidos pelo Flame Dragon?”

Giselle riu e bateu palmas ao ouvir Yao falar.

"O que é isso? Ah~~ entã o eram vocês que o Dragã o de Fogo estava comendo.
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Eu estava me perguntando de onde ele estava tirando sua comida. Entã o Elfos
Negros, foi isso. Bem, deve ter sido uma pena para você.

Yao estava ainda mais agitada agora, mas as palavras de Giselle a deixaram
muda.

Os Dark Elves se tornando a comida do Flame Dragon - se fosse a vontade de


Hardy, tudo bem, mas a verdade é que nã o estava claro. Em outras palavras, a
resposta de Hardy à s oraçõ es de seu adorador foi uma ignorâ ncia cega.

"Infeliz? Infeliz, você diz?

Yao caiu de joelhos, com as mã os balançando no chã o.

“Rezei tantas vezes, chorei tantas vezes, me machuquei tantas vezes, implorei a
Hardy tantas vezes, implorei por ajuda tantas vezes e perdi a esperança tantas
vezes… Deus, e eu me animei, me levantei, fui em busca de esperança, deixei minha
casa para trá s e viajei. mas nã o importa quantas vezes eu orei, Hardy nunca
respondeu. Ela pode nem ter ouvido.

O sangue escorrendo pelo rosto de Yao de seu couro cabeludo parecia lá grimas
de sangue. Giselle parecia um pouco sem palavras e franziu a testa antes de
responder a Yao.

“Como os deuses poderiam ouvir cada pequena oraçã o de todos os seus


pequenos adoradores? Coisas como: 'Quero ficar rico', 'Salve-me', 'Deixe-me ganhar
o prêmio má ximo', 'Me conceda uma boa colheita', à s vezes até 'Me conceda a
vitó ria'. se Hardy-sama tivesse que ouvir e conceder a todos cada um dos seus
desejos, quã o ocupada você acha que ela estaria? Pessoas que só podem implorar
ajuda aos outros merecem se tornar almoço para o Dragã o de Fogo.”

Essa foi a gota d'á gua para Yao. A noçã o de que uma oraçã o sincera do fundo de
sua alma poderia ser comparada a um pedido egoísta a enchia de raiva explosiva.

Ela sacou seu sabre e golpeou Giselle.

No entanto, a foice de Giselle foi mais rá pida do que Yao, e sua lâ mina curva se
curvou para ela.

*****
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Num piscar de olhos-

Ao ver Yao prestes a ser cortada pela foice, Itami avançou e a derrubou no chã o.
Se Giselle e Rory começassem a brigar, Itami e Yao seriam atraídos para a luta.

Felizmente, a foice apenas roçou Yao. Rory aproveitou a oportunidade para


balançar sua alabarda em Giselle.

Giselle evitou agilmente o golpe com uma esquiva graciosa. O Dragã o Vermelho
decidiu intervir e lançou suas garras afiadas para Rory. Desta vez, porém, foi a vez de
Rory se esquivar.

Itami abraçou Yao enquanto sacava sua pistola 9mm do coldre da coxa e
disparava três tiros na direçã o do Dragã o Vermelho. As três balas atingiram o Dragã o
Vermelho perseguindo Rory, mas ricochetearam em suas duras escamas. Embora nã o
tenham causado nenhum dano, esses tiros conseguiram conter o avanço do Dragã o.
Infelizmente, isso significava que os Dragõ es e o Semideus agora tratavam Itami e os
outros como inimigos.

Um arco de luz brilhou e entã o ambos os lados se afastaram um do outro.

Rory levantou sua alabarda novamente, e Itami ajudou Yao a se levantar e se


moveu para o lado de Rory. Lelei e Tuka estavam sendo marcadas pelo Dragã o Negro.
Apenas fugir havia esgotado todas as suas forças, e agora as duais nã o tinham como
atacar. Sua resistência havia se esgotado na batalha contra o Flame Dragon e nã o
havia tempo para recuperá -la.

“Droga…”

Ele queria evitar se envolver, mas em vez disso eles estavam brigando. Itami
percebeu que sua pistola era inú til contra o Dragã o, entã o ele a apontou para Giselle.
Ao ver isso, Giselle sorriu e disse: “Oi oi, um mero macho humano pensa que pode me
desafiar? Você tem bons olhos. Eu gosto de pessoas impetuosas como você.”

“Claro, afinal, ele é o homem que derrotou o Dragã o de Fogo,” Rory ofegou, a fim
de preservar a vantagem moral.

“Dizer o quê?... Koff, ah, nã o. Me perdoe. Acho que nã o ouvi direito, eu acredito
que agora Onee-sama disse que derrotou…?”

“O Dragã o de Fogo. Eu disse, ele derrotou o Flame Dragon. Quero dizer, ele saiu
ileso, nã o é?” Rory sussurrou a ú ltima parte para Itami.

Sob o olhar atento de Giselle, Itami quase gritou: “Eu nã o derrotei o Dragã o de
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Fogo.”

Tudo o que Itami fez foi colocar os explosivos plá sticos. A luta real foi feita pelos
Elfos Negros e Lelei, e o golpe final foi dado por Tuka. No entanto, Itami percebeu que
precisava aliviar a carga de Rory, e a maneira de fazer isso era fazer Giselle pensar
que ele era um inimigo digno. Ele usou todo o seu talento como ator para fingir que
estava bem.

E entã o ele murmurou: "Por que estou lidando com coisas assim...?"

O Grupo de Forças Especiais criou histó rias fictícias para encobrir a verdade de
seus membros, e ele se tornou o Heró i de Nijubashi apesar de nã o ter feito nada
fantá stico. A lenda e a verdade sobre ele estavam muito distantes. Quem dentre eles
poderia entender a frustraçã o de ter que ser alguém que nã o era? No entanto, neste
momento, ele se preparou para a ocasiã o. Com facilidade praticada - ou melhor, com
longa experiência em fingir - ele projetava a imagem de um guerreiro veterano.

“Eu nã o estou mentindo. Vá olhar na boca do vulcã o e veja, o cadá ver do Dragã o
de Fogo deve estar lá . Oh, espere, eu destruí o afloramento onde estava o ninho
porque estava no caminho, entã o provavelmente deve estar enterrado sob toneladas
de rocha. Ahahahaha…”

Itami estava tremendo a ponto de explodir, mas ele nã o podia mostrar seu
medo. Rory silenciosamente deu uma cotovelada no lado dele e disse “Bom
trabalho”, em voz baixa, para que ninguém ouvisse.

Giselle ergueu o queixo e o Dragã o Negro levantou voo, voando para investigar
a cratera.

“Hehe, bem, o que eu sei é que você escapou com vida por pouco. Mesmo com a
proteçã o de oneesama, o que um mero humano pode fazer? Enfim, aquele humano
ali. Fale seu nome de novo, eu esqueci agora.”

“Youji. Itami Youji.”

Rory interrompeu antes que Itami pudesse responder. Entã o, ela agarrou a mã o
de Itami, como se o estivesse comprando.

“Eu já fiz um contrato com Youji. Quanto a você, você pode ter dois Young
Dragons, mas meu parceiro é o homem que pode derrotar um Flame Dragon.”

“Entendo… nada mal, onee-sama. Nada mal.


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Só entã o, o Dragã o Negro que voou perto do vulcã o gritou. Foi um grito de
desespero porque sabia que seu pai estava morto.

“Ara, que emocionante! Eu nã o esperava um sujeito como você entre os


humanos. Parece que nã o me tornei apó stola à toa.”

Entã o, Giselle moveu sua foice para uma posiçã o de ataque.

“Você realmente acha que pode derrotar Youji e eu apenas com seus dois Young
Dragons?”

Enquanto Rory trocava farpas com Giselle, Itami orava fervorosamente: “Por
favor, Deus, faça-a ir para casa, faça-a pensar que nã o pode vencer e fugir, vamos,
vamos, saia daqui…” No entanto, a pessoa que ele estava rezando para sair estava
bem na frente dele, e ela — Giselle — já havia dito que “Os deuses nã o ouvirã o cada
pequena oraçã o de seus adoradores”.

“Haa~ bem, isso torna as coisas interessantes. Towat! Mout! Nã o se detenham


sobre eles!”

Em resposta ao comando de GIselle, os dois Young Dragons levantaram voo,


batendo suas asas contra o plano de fundo do sol recém-nascido. Giselle levantou sua
foice e Rory ergueu sua alabarda.

“Aqui vou eu!”

“Foda-se! Eu nunca pedi isso!” Itami nunca teve a intençã o de lutar desde o início. Seu
plano agora era correr, agarrar Rory e fugir.

“Yao! Cuide de Lelei! Tuka, corre!”

Enquanto Itami gritava para ela, Yao pareceu esquecer sua dor e pegou Lelei.
Tuka começou a correr como se tivesse sido lançada de um arco. O que havia sido o
prelú dio de um duelo épico agora se transformou em uma grande fuga. Giselle ficou
completamente surpresa com o processo e ficou parada em confusã o atordoada
enquanto tentava entender o que estava acontecendo.

Um vento frio soprou nas encostas agora vazias do Monte. Tyuba. As rajadas
geladas pareciam vir das fendas entre as rochas, e podia-se ouvir o que soava como
um corvo ao longe.

“Caô …”

Como eles poderiam ter fugido tã o rá pido? Quando Giselle recobrou o juízo,
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Itami e os outros já eram pequenos pontos distantes desaparecendo no horizonte.

“Como, como, como... como isso pode ter acontecido?”

Os Dragõ es Vermelho e Preto olharam para Giselle com um “E agora?” expressã o


em seus rostos.

“Rá pido, pegue-os!”

E assim, os dois dragõ es bateram suas asas, subindo no ar enquanto perseguiam.

Nenhum ser humano poderia esperar fugir da perseguiçã o de um dragã o voador,


nã o importa o quã o rá pido eles corressem.

Eles abriram bem as asas, ganhando velocidade e altitude rapidamente. Depois


disso, se prepararam para cuspir chamas no ar. Mas assim como eles fizeram—

******
Um quarteto de rastros de vapor traçou um caminho serpentino pelo ar e
atingiu os dois Dragõ es.

“Kurihama, o alvo ficou menor desde a ú ltima vez que o vimos?” Kamikoda
perguntou enquanto lançava os Sidewinders (mísseis ar-ar de direçã o
infravermelha) que ele havia travado nos alvos.

“Há dois deles, sã o alvos completamente diferentes!”

“Mas podemos confirmar que o tenente Itami está sendo perseguido por essas
duas formas de vida.” Kamikoda acenou com a cabeça ao ouvir o tenente. A voz de
Mizuhara.

“Potência militar. Armas liberadas. Manobra de combate, vai, vai, vai!”

Como Kurihama disse isso, Kamikoda acrescentou: “Pegue-os!”

“Kamikoda, você tem o alvo vermelho, Nishimoto cuidará do preto.”

Os gatilhos de proximidade para os mísseis ar-ar foram ativados e os Young


Dragons foram envolvidos em explosõ es. No entanto, se ataques como esse
pudessem acabar com eles, esse trabalho nã o seria tã o difícil. Kamikoda bloqueou o
Dragã o Vermelho em seu HUD e apertou o gatilho.

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O canhã o rotativo estilo M61 Vulcan Gatling disparou sua muniçã o de 20 mm a
uma taxa de 6.000 tiros por minuto. A tempestade de chumbo que vinha em sua
direçã o estava muito além da força de um furacã o, e os Young Dragons giraram
como se estivessem em um liquidificador.

Os dois dragõ es perderam o equilíbrio e a capacidade de permanecer no ar e


caíram no chã o.

E entã o, os dragõ es provaram que suas reputaçõ es nã o eram para exibiçã o -


embora seus movimentos fossem lentos, eles subiram novamente e abriram suas
asas em preparaçã o para decolar novamente. Sua capacidade de luta era excelente.
Mesmo sendo Jovens Dragõ es jovens, eles ainda eram membros da raça dos Dragõ es,
que reivindicavam o título de “Governantes do Céu”.

No entanto-

“Projéteis impactando — agora!”

Os projéteis de 15 peças de SPHs (Morteiros Autopropulsados) de 155 mm - um


total de 150 quilos de TNT - explodiram sobre as cabeças dos Dragõ es. A terra e o ar
circundantes - incluindo os Dragõ es foram abalados por explosõ es estrondosas, e os
golpes continuaram chegando, sem um momento de descanso.

******

“fogo a esmo!”

Os anciã os Dark Elf estavam cobrindo seus ouvidos, olhares surpresos em seus
rostos, enquanto olhavam para as chamas saindo dos canos dos Type 75 SPHs. Os
arredores estavam envoltos em fumaça e a visibilidade era quase zero. Em meio à
fumaça, os carregadores começaram a trabalhar.

“O que essas pessoas estã o fazendo?”

“Pode ser algum tipo de ritual?”

Eles nã o perceberam que esses ruídos estrondosos eram o sinal de um ataque


sendo realizado contra um alvo a vá rios quilô metros de distâ ncia.

No entanto, o granizo contínuo de projéteis de obus estava explodindo nas


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encostas do Monte. Tyuba.

“Ohh, que poder magnífico!”

O rei Duran do Reino do Elba estava sentado em um helicó ptero de observaçã o e,


através de seus binó culos, observava o campo de batalha distante, suspirando
continuamente.

As encostas da montanha estavam cobertas pela fumaça lançada pela barragem


de projéteis, e ele observou os dois Jovens Dragõ es sendo cercados e golpeados pelo
impacto e destruiçã o do ataque de artilharia.

“Quando essas coisas aconteceram, eu nã o tinha ideia do que estava havendo. No


entanto, tudo é claro à distâ ncia. Foi um milagre eu ter escapado daquele campo de
batalha.”

O barulho na cabine do helicó ptero era tã o grande que era preciso gritar para ser
ouvido. Entã o parecia que Duran estava latindo com raiva para o coronel Youga, que
estava sentado ao lado dele.

“Essa seria a boa sorte de Vossa Majestade,” Youga respondeu enquanto acenava
com a cabeça.

“Boa sorte? Bem, ainda resta saber se ter permissã o para escapar com vida foi
uma sorte. Entã o, deixe-me ver o que mais você tem reservado.”

Youga apertou um botã o em seu aparelho sem fio e ordenou: “Tudo bem. Vô o
Cobra, engajar!”

E assim, os dois helicó pteros de ataque AH-1 Cobra se inclinaram para a frente e
avançaram em grande velocidade. Os dois helicó pteros de ataque mudaram para a
posiçã o de ataque e entã o lançaram seus mísseis TOW.

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Como eram um modelo mais antigo de mísseis guiados por fio, eles exigiam um
operador humano para rastrear seus alvos com uma mira ó ptica que enviaria sinais
ao míssil que corrigiria seu curso. Dessa forma, o míssil guiado se aproximaria
infalivelmente do alvo.

Esses mísseis foram projetados para destruir MBTs. Quando essas flechas
caíram do céu e atingiram os Jovens Dragõ es, rasgaram seus corpos.

As escamas do Dragã o, famosas por sua resistência, foram retalhadas com


facilidade desdenhosa. Sangue e carne se espalharam por todos os arredores e sob
os efeitos de mais dois ou três mísseis antitanque, os dois dragõ es foram cortados
em pedaços no bloco de corte do Mt. Tyuba.

******

“O que, o que é isso!? Por que isso está acontecendo…!?”

Giselle foi pega na primeira onda de rajadas de granadas e estava meio enterrada
na terra e areia ao redor. Ela assistiu silenciosamente enquanto os Young Dragons
que ela havia criado pessoalmente eram engolidos por explosõ es. Ela estava tã o
perdida em seu desejo de batalha que nã o percebeu nada fora de seu campo de visã o.

Como resultado, quando os projéteis distantes e mísseis guiados sobrevoaram,


seu poder destrutivo roubou sua atençã o. Ela falhou completamente em perceber de
onde essas coisas vieram, entã o ela cometeu um erro -

“É , este é o poder de Itami Youji?”

Se Itami estivesse aqui, ele provavelmente diria “Nã o, nã o” e tentaria corrigir o


equívoco dela. Mas claro, ele nã o estava.

E agora que as explosõ es haviam terminado, ela podia ouvir uma voz
dizendo “Gi~-se~lle~? Onde você está ~?” vindo da direçã o das explosõ es. Quando
Giselle se virou, ela viu a forma de Rory Mercury.

A saia esfarrapada de Rory foi levantada pela corrente descendente de um


helicó ptero, e suas mã os, endurecidas em sangue seco, seguravam sua alabarda
enquanto ela procurava por Giselle.

Vá rias linhas caíram dos helicó pteros e os soldados de infantaria desceram


rapidamente. Os homens que desciam lentamente se aproximaram dos Young
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Dragons, para verificar suas mortes. No entanto, neste ponto, os dois dragõ es
pareciam um prato de frutos do mar.

Com essa cena atrá s dela, Rory sorriu amplamente quando ela deu um passo à
frente. Embora nã o estivesse frio, Giselle ficou arrepiada quando o belo terror se
aproximou dela.

“O-onee-sama…”

Suas pernas tremiam e seus braços tremiam. Ela se achatou no chã o para evitar
ser descoberta e rastejou lentamente para trá s.

“Merda, se isso continuar, eles vã o me encontrar.”

Isso era o que significava alternar entre ataque e defesa. Agora, era sua vez de
ser a presa.

“Gi~-se~lle~? Onde você está ~? Vou prendê-la bem e jogar a chave fora, entã o
saia ~”

Os semideuses nã o envelheceriam ou morreriam, e o outro lado disso era que


eles nã o podiam ser mortos. Isso era uma bênçã o e uma maldiçã o.

Mesmo que seus braços fossem cortados, mesmo que suas pernas fossem
decepadas, mesmo que ela fosse decapitada, Giselle – como uma semideusa – nã o
morreria. Alguns semideuses tiveram seus membros removidos e transformados em
pó , ou queimados ou dado pra animais selvagens, mas seus membros cresceram a
partir dos tocos.

Portanto, em uma batalha entre semideuses, a vitó ria significava remover a


liberdade do oponente. O perdedor teria seus membros amputados, seriam cortados
ao meio, talvez até deixados com a cabeça decepada, ou poderia ser aprisionados em
um templo, onde esperariam, talvez centenas de anos, que alguém os libertasse.

Alguns Semideuses foram aprisionados no subsolo pelos mil anos que levaram
para ser libertados da prisã o de sua carne. Nã o era difícil imaginar que tipo de
divindades malignas esses semideuses (que ficaram presos sob a terra por séculos)
se tornariam.

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Alguns semideuses foram capturados por pessoas cruéis, que comandavam
feras selvagens para despedaçá -los com suas mandíbulas e devorar continuamente
suas entranhas em regeneraçã o. Como tinham corpos, podiam sentir prazer e claro,
dor. Mas como eles nã o podiam morrer, o que aguardava os semideuses derrotados
era um destino pior que a morte.

“Gi~-se~lle~? Onde você está ~?”

Giselle olhou para as pessoas que seguiam Rory. Eles eram Itami, Lelei, Tuka e
Yao. Dois humanos e dois Elfos. Normalmente, eles nã o seriam nada para ela. Agora,
porém, ela nã o tinha esperança de ganhar. Com Itami como seu oponente, o homem
que acabou com o Flame Dragon e que demonstrou o incrível poder que exterminou
os dois Young Dragons, nã o havia como ela esperar vencer.

Giselle decidiu fugir. Ela nã o se importava se seu corpo estava sujo pela terra.
Escapar deste lugar era sua prioridade nú mero um.

*****

Assim terminou a Batalha do Monte Tyuba.

Os homens do 1º Grupo de Combate correram para o chã o e começaram a


verificar os cadá veres dos dois Dragõ es jovens. Os dois F-4 Phantoms em ó rbita
mergulharam duas vezes e voaram.

Depois disso, os soldados que receberam o relató rio de Itami desceram na boca
do vulcã o e descobriram o cadá ver do Dragã o de Fogo. Por fim, eles puderam
confirmar que Tuka havia se vingado.

O JSDF, que estava acostumado a operaçõ es de socorro, recuperou


respeitosamente os cadá veres dos Elfos Negros do vulcã o. Além disso, eles
transportaram os cadá veres do Flame Dragon e dos dois Young Dragons para fins de
pesquisa. Eles transportaram os cadá veres dos dragõ es para baixo de seus
helicó pteros, que prosseguiram sem problemas.

Itami e os outros se apoiaram uns nos outros enquanto observavam a atividade


se desenrolar diante de seus olhos.
Tuka e Lelei descansavam nos ombros de Itami, enquanto Rory dormia nos
joelhos de Itami. Quanto a Yao, ela estava de costas para Itami. Ela sentou-se em
silêncio. A deusa que ela adorava a traiu, e isso foi um duro golpe para ela.

Tanto a alegria quanto a tristeza exigiam energia. Em seu estado de exaustã o, eles nã o
tinham energia para sentir. A ú nica coisa que eles podiam fazer era sentar lá e olhar
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fixamente.

“Nó s sobrevivemos…”

“Sim, nó s sobrevivemos…”

A voz mansa e delicada de Tuka foi a ú nica coisa que respondeu a Itami. Ela era a
menos cansada de todas porque estava dormindo até antes da batalha começar.

“Conseguimos…”

“Mm. Eu me vinguei”, Tuka respondeu concisamente.

“Entã o nã o me chame de pai de novo.”

Tuka virou-se lentamente para Itami, e respondeu sem hesitar. “Nã o.”

“Porque…”

“Estou acostumada com isso.”

“Sério…”

De alguma forma, Itami sentiu que nada mais importava.

******

“Suspenso por duas semanas, descontado o pagamento de um mês…”

Itami recebeu um documento do escritó rio do Maj. Higaki no momento em que


voltou e baixou os ombros. Embora estivesse preparado para aceitar qualquer forma
de puniçã o, receber a intimaçã o para uma corte marcial foi bastante deprimente.

Os outros líderes da Equipe de Reconhecimento mal olhavam para Itami, cada


um deles trabalhando nos documentos que tinham diante deles.

“E também, você está dispensado do comando do 3º Reconhecimento.”

Higaki pegou uma nova pasta e a colocou na frente de Itami — era uma carta de
demissã o.

“Sim…”

“É de se esperar. Nã o importa o motivo, você abandonou seus subordinados e


sumiu.”
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Depois que Higaki terminou, Itami nã o pô de deixar de assentir.

“Isso é tudo para açã o disciplinar”, disse Higaki a Itami.

E entã o - “Atençã o!”

Os passos de trá s fizeram Itami se levantar e todos os outros se levantaram ao


mesmo tempo.

O tenente-general Hazama apareceu no mesmo ritmo dos passos. Ao lado dele,


uma fila de militares da JSDF o seguia, segurando bandejas pretas cheias de
certificados e coisas do gênero.

“Primeiro Tenente Itami. Por seus esforços para libertar o cidadã o japonês
sequestrado, o Ministro da Defesa lhe concedeu a Medalha de Serviços Distintos, 1ª
Classe.”

Hazama entregou o certificado e a condecoraçã o a Itami.

“A seguir serã o as comendas da Regiã o Especial. Primeiro, do Rei Duran do Reino


de Elba, para o governo japonês, e depois para 1LT Itami; uma carta de gratidã o -
“Obrigado por matar o Dragã o de Fogo. Como tal, eu lhe concedo o título de Lorde, e a
partir de hoje você será um nobre em meu reino.' Força Expedicioná ria Regional e a si
mesmo. Você recebeu o título de anciã o tribal honorá rio entre os Elfos Negros, e isso
é para você.

Hazama entregou o diamante bruto que Yao estava carregando com ela para
Itami. O diamante era do tamanho de uma cabeça humana e pesava em suas mã os. Se
fosse trocado por dinheiro, alcançaria um preço quase incalculá vel. Pode muito bem
ser equivalente a ganhar o grande prêmio em dez loterias seguidas.

“O trá fico humano é ilegal no Japã o, entã o é melhor você cuidar bem dessa garota
Yao.” Depois que Hazama terminou, ele entregou a documentaçã o de Yao a Itami. O
trá fico de escravos existia na Regiã o Especial, entã o é claro que Yao teria uma prova
de propriedade anexada a ela.

“Qual é o pró ximo? Rube Village of the Dwarfs... aqui está uma carta de gratidã o
para você. E outro de um lugar chamado Reizobaum. E um de Torte Village. Todos
eles sã o cartas de gratidã o agradecendo por seus feitos heró icos em matar o Dragã o
de Fogo. E entã o…”

Um desfile interminá vel de oficiais do sexo feminino entregou uma infinidade


de pergaminhos, documentos e afins a Itami em bandejas pretas. O item final era um
pedaço de pergaminho preto, amarrado com uma fita preta e lacrado com cera.
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Parecia muito ameaçador.

“Do Santuá rio de Belnago? Esse lugar existe? Bem deixa pra lá …”

Os certificados de premiaçã o, as condecoraçõ es, o diamante bruto, bem como


uma pilha de cartas — eram quase demais para Itami carregar. Portanto, eles
tiveram que apenas colocar o pergaminho preto no resto das outras coisas.

E entã o, uma mulher de serviço final entregou um pedaço de papel para


Hazama.

“Ah, tem isso. Depois de todos os prêmios e elogios que você recebeu, se apenas
o punirmos, isso ficaria mal para nó s. Portanto, você tem uma nova missã o. Primeiro
Tenente Itami, eu o nomeio um Investigador de Recursos da Regiã o Especial.”

“Investigador de recursos?”

“Mm. Seu escopo de trabalho será percorrer a Regiã o Especial e encontrar


recursos ú teis para nó s. Nã o foi isso que você sempre quis?”

“Bem, sim.”

“Assim que sua suspensã o terminar, faça seu trabalho.”

"Sim, entendido, senhor!"

Hazama deu um tapinha no ombro de Itami, e entã o ele saiu, junto com sua
comitiva de oficiais femininas.

Itami ficou sozinho, carregando uma enorme pilha de coisas no centro da sala.
Os outros o trataram como invisível mais uma vez, voltando ao trabalho. No entanto,
desta vez, alguns deles estavam sorrindo secretamente, enquanto outros olhavam
com ciú mes para Itami. Ambas as respostas o deixaram desconfortá vel.

"Ah, desculpe por isso."

Como se fosse uma ordem de Itami, vozes ciumentas ao seu redor gritaram:
“Seu bastardo!”, seguido por uma saraivada de documentos jogados.

******
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“Santuá rio de Belnago?”

Quando Itami fez essa pergunta, Rory deu um leve sorriso. “Isso é um santuá rio
de Hardy.”

Itami estava no banco do co-piloto da van de Risa e ergueu as sobrancelhas


quando ouviu a resposta de Rory. A paisagem dos arredores da regiã o de Kanto
passou pela janela, e havia campos e jardins entre eles. Tinha poucos veículos nessa
estrada e no cruzamento para veículos agrícolas, um trator levantava poeira
enquanto avançava.

“Você quer ir?”

A carta preta do santuá rio era um convite para Itami.

Quando Rory perguntou a ele, Itami balançou a cabeça. Os deuses das Regiõ es
Especiais eram seres que nã o podiam ser julgados pela ló gica padrã o. Ele nã o tinha
ideia do que eles estavam fazendo, entã o Itami queria evitar seus esquemas o má ximo
possível. No entanto, Rory disse que queria ir.

“Este é um convite que eles enviaram, para que possamos entrar, sem medo de
nada no territó rio de Hardy. Meu plano é dizer: ‘Nã o quero ser sua esposa’ e depois
perguntar o que ela está fazendo.”

“O Lindel Campus fica perto de Belnago. Se você vai lá , eu também vou”, disse
Lelei. Ela já havia publicado sua tese e estava se candidatando a um cargo de sá bia.

“Hehe, Kato-sensei permitiu que Lelei passasse do está gio savant e se


candidatasse diretamente para ser um sá bio!” Tuka disse alegremente.

Tornar-se um sá bio significava que alguém era o guardiã o de grandes segredos e


implicava que, como um mago, eles estavam prontos para se tornar um mestre por
seus pró prios méritos. Embora Lelei fosse provavelmente o mais jovem a se
candidatar pra ser uma sá bia, uma maga que poderia ajudar na derrota de um Dragã o
de Fogo nã o deveria ser uma mera aprendiz, entã o Kato concordou.

“Eu testemunharei pessoalmente o momento em que Lelei for reconhecida como


uma sá bia!” As palavras de Tuka refletiam os desejos de todos.

“Se eu tiver a chance de ir ao Santuá rio de Belnago, pretendo informar a Deusa


sobre minha vontade. Portanto, Vossa Santidade Rory, eu tenho um pedido a você…”

“Eu sei, mas está realmente tudo bem?”

“Mm, claro.”
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"Qual é o problema?" Tuka perguntou, e entã o Yao sorriu e respondeu.

“Pretendo mudar meu nome, Yao Ha Ducy, filha de Dehan, da tribo Ducy, da
Floresta Schwarz, para Yao Ro Ducy.”

"Uwah!" Tuka disse, com os olhos arregalados.

“Ah, eu nã o entendo muito bem,” disse Itami, um olhar confuso em seu rosto.
Tuka explicou para ele.

“Bem, por exemplo, meu nome completo é Tuka Luna Marceau. Luna refere-se ao
deus da mú sica, Lunaryur. Isso significa que eu venero Lunaryur como meu deus.”

"Entendo... entã o, o que 'Ro' significa?"

“Refere-se a Sua Santidade, é claro.”

“Eu nã o acho que um Semideus já teve adoradores antes.”

“Bem, em vez de rezar para um deus cego e surdo, os semideuses nã o apenas


podem ouvir as palavras de seus crentes, mas também podem responder a elas, entã o
sã o mais dignos de adoraçã o.”

Yao estufou o peito ao dizer isso.

“Entã o, Rory, quando você ascender à divindade, que tipo de deusa você será ?”

Itami já sabia a resposta para a pergunta de Yao sobre Rory. Desta vez, foi a vez
de Rory responder.

“Emroy governa a Morte, o Julgamento, a Loucura e a Guerra. Seus apó stolos


podem carregar seu portfó lio quando ascendem, ou podem assumir um manto do
qual ninguém está encarregado, ou se tornar a divindade guardiã de um
determinado domínio.”

“Uau…”

“Entã o, de que tipo de domínio Rory vai se encarregar?”

“Morte?”

“Guerra, talvez?”

“O julgamento pode ser uma boa.”


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“Pessoalmente, acho que Loucura combinaria com o estilo dela.”

Como todos começaram com seus palpites, Rory abaixou a cabeça e corou antes
de dar sua resposta em silêncio. Além de Risa, que nã o tinha ideia do que eles
estavam falando, sua resposta congelou todos os outros.

“Oi ~ o que há com vocês?”

Risa se virou para perguntar o que estava acontecendo com eles, mas todos
ficaram parados. Embora Risa achasse tudo isso um pouco ridículo, se o motorista
também tivesse congelado, teria havido um acidente de trâ nsito, entã o isso foi
realmente uma bênçã o disfarçada.

Entã o, a resposta que afetou tanto a todos foi—

“Amor… isso é tã o errado?”

******
E assim…

“Aqui estamos~”

Itami saiu do veículo quando ouviu a voz de Risa.

Eles estavam em um trecho de floresta agrícola e um prédio hospitalar de


tamanho médio apareceu. Parecia velho por fora e parecia que tinha apenas 30 anos
de vida. Talvez se alguém pudesse suportar a idade do edifício, poderia ser um lugar
relaxante.

“A okaa-sama de Itami-dono mora aqui.”

“A mã e de Youji?”

"A mã e do meu pai... deveria ser minha avó , entã o."

"…Sogra…"

Itami nã o conseguiu encontrar forças para dar um passo à frente. Agora, Tuka o
empurrou.

“Vá vê-la.”
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Agora, Tuka havia perdoado Itami por fingir ser seu pai, e também por arrastá -
la para ir exterminar o Dragã o de Fogo, mas a condiçã o era “ir ver sua mã e”.

Claro, Itami havia fingido ser o pai de Tuka por causa dela. Ainda assim, ele se
sentia culpado por isso, e isso estava atrapalhando o relacionamento deles. Portanto,
Tuka usou a desculpa de “Minhas condiçõ es e suas puniçõ es sã o duas coisas
distintas”. Ela deu sua pró pria puniçã o a Itami, porque sentiu que era a ú nica
maneira de remover a lacuna entre eles.

Itami também estava ciente do que ela estava pensando. No entanto, a ideia de
se encontrar com sua mã e o deixou inquieto.

“Eu entendi, eu entendi…”

Itami respirou fundo ao dizer isso. No entanto, sua atitude covarde em relaçã o a
isso irritou a impaciente Risa, para nã o falar de Tuka, Lelei e Rory. As três ú ltimas
chutaram Itami na bunda, com um "Apenas vá logo!" olhe em seus rostos.

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Em primeiro lugar, muito obrigado a todos os meus leitores - se você terminou
“Gate: Assim, o JSDF lutou aqui, vol. 2 Flame Dragon Arc (segunda parte)”, ou se você
está prestes a começar. De qualquer forma, este posfá cio se referirá aos eventos
deste livro.

O que você achou do Arco do Dragã o de Chamas? Na verdade, essa era a parte
do trabalho que eu mais queria escrever.

Eu queria imaginar um confronto em um mundo de fantasia, de “Dragõ es”, as


criaturas mais fortes, contra o armamento moderno. Eu o preencheria com minha
imaginaçã o e fantasia. Hum ficou como eu esperava..

Claro, ao lutar contra uma criatura gigante ou um tanque, e quando as má quinas


de guerra lutam, a ú nica característica definidora desses conflitos é que você precisa
usar grandes armas para esmagá -los em pedaços. Essa é uma regra para operaçõ es
militares, mas eventos como esse nã o mostrarã o como o protagonista luta por sua
vitó ria. Acredito que filmes como Godzilla mostram adequadamente como as
organizaçõ es lutam contra monstros.

Portanto, criei um cená rio onde Itami usou suas habilidades pessoais e a ajuda
de seus amigos para enfrentar o Dragã o de Fogo.

Para mim, já que alguém está lutando contra um Dragã o, quanto menor a arma,
melhor.

Assim, surgiu o “Rod of Steel”, o lançador de foguetes antitanque de 110 mm.

Nesta série de light novels, todos os tipos de armas usadas pelo JSDF
apareceram, mas como “nã o há problema em jogá -las fora em momentos de
emergência”, mostrei apenas as armas mais antigas desta série. Algumas delas sã o
até peças de museu que nem estã o mais em uso. Alguns dos meus leitores com
conhecimento profissional me deram muitos conselhos ú teis e, embora o LAM seja
uma arma mais nova, eu o incluí na histó ria. A razã o é porque o JGSDF o trata como
uma arma de um tiro -- é descartada apó s o uso.

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O LAM conforme descrito no texto é uma arma portá til incrivelmente poderosa,
podendo penetrar 70cm de chapa de aço. O superencouraçado Yamato tinha 41 cm
de armadura de cinto, e a blindagem mais espessa tinha 85 cm de espessura, entã o
você pode ver o poder da arma a partir daí.

O Flame Dragon na obra foi escrito como um “tanque voador” ou “navio de


guerra voador”, mas o LAM tinha o poder de matá -lo.

Imaginei uma cena em que poderia carregar um LAM no ombro e disparar um


foguete contra um Flame Dragon. A ideia “Incrível, agora posso me tornar um
Dragon Slayer em um mundo de fantasia” recusou-se a sair da minha cabeça.

Poder usar armas modernas no jogo “Monster Hunter” seria ó timo, nã o é?

Yanai Takumi

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