Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Piñ a parou de andar quando viu seu irmã o mais velho em pâ nico.
O que antes era um teto agora era um pedaço de céu aberto e as estrelas eram
visíveis.
“Mm. O pai decidiu fazer de Ani-sama seu herdeiro. Posso dar um suspiro de
alívio desde que ele decidiu pela sucessã o oficial. Entã o, o que aconteceu agora?”
“Nã o sei o que aquele idiota está pensando, mas ele quer competir com o pai.
Nem ouso dizer de que lado estou.”
P a g e 6 | 212
“Será que eu cometi um erro? Já que Ani-sama vai ser o Imperador um dia, é
natural que o Pai queira supervisioná -lo. Por que competir com ele? O que ele está
tentando fazer?”
“Existem dois tipos de idiotas neste mundo. Alguns idiotas sabem que sã o
estú pidos. Os outros idiotas apenas pensam que sã o espertos. Esse sujeito soa como o
ú ltimo caso.”
“Papai agora está planejando aconselhar Zorzal e quando ele morrer, espera que
Diabo-nii assuma o controle para que o Império possa continuar... pelo menos é o que
eu acho?”
“Ele quer que eu seja o conselheiro daquele idiota? Ninguém me disse nada
parecido. Por que diabos eu tenho que aconselhá -lo!? Merda, meu pai desistiu cedo
demais!”
Cheio de raiva, Diabo socou a parede quebrada. A frá gil camada de tinta se
desprendeu com o impacto e se transformou em poeira que se desfez.
“Ani-sama. Na maioria dos casos, o filho mais velho tem o direito mais convicto
ao trono. As pessoas nã o vã o se importar com sua personalidade ou talentos (ou falta
deles), apenas que ele é o filho mais velho. A mesma coisa se aplica ao exército. Se
perturbarmos essa ordem natural e tentarmos determinar a sucessã o do Imperador
com pura habilidade, pode haver outras pessoas ambiciosas que pensem “Eu também
posso fazer isso” e faça sua oferta. Se isso acontecer, o país mergulhará no caos.
Claro, há exceçõ es a esta regra. É por isso que o Pai se preocupará com sua
decisã o até o fim. No entanto, o país está agora em perigo. Se papai o escolhesse como
imperador, Zorzal se oporia a você e o país correria um perigo ainda maior. Com isso
em mente, foi a decisã o mais sensata deixar Zorzal assumir o trono.
P a g e 7 | 212
Quando Diabo se comparou com o irmã o mais velho, sentiu que seria melhor na
administraçã o. Assim, ele trabalhou incansavelmente para se tornar o pró ximo
imperador, mas esqueceu que seu tio, irmã zinha e irmã ozinho também eram seus
rivais pelo trono.
Zorzal nã o tratava a irmã como rival, pois acreditava que os inimigos de alguém
nã o tentariam se aproximar dela. Portanto, Diabo teve que pensar em como fazer uso
de suas conexõ es e influência. Nesse ponto, Diabo olhou para o outro lado das coisas;
que se o exército inimigo trabalhasse com Piñ a, ela seria um inimigo assustador. Ele
precisava fazer uso dela o mais rá pido possível.
Diabo de repente percebeu que Piñ a era a mais pró xima do trono.
Uma tá tica comum que o Império usava era ajudar um nobre que estava mais
alinhado com os interesses do Império a se tornar rei de seu país, assinando entã o
uma aliança formal com o país que agora tinha os interesses do Império em mente. O
país do Japã o possuía um poder militar esmagador e estava em uma boa posiçã o para
fazer uso dele. Seu pai, o imperador, nã o poderia ter esquecido isso.
Com isso em mente, Diabo tentou ver a situaçã o do ponto de vista do imperador.
Ê nfase em “tentou”.
Ele tinha muito pouca informaçã o para trabalhar, mas depois de adicionar Piñ a
à equaçã o e considerando que Zorzal se tornaria o príncipe herdeiro, ele podia ver
os contornos do futuro tomando forma.
“O Japã o é muito brando como inimigo. Contanto que você nã o lute contra eles
de frente…”
Em outras palavras, bastava mudar a atual relaçã o antagô nica entre o Império e
o Japã o.
Mas como fazer isso? A pessoa chave para esse plano era… Piñ a.
P a g e 8 | 212
Ele precisava criar uma situaçã o em que Piñ a acabasse se opondo ao príncipe
herdeiro.
A melhor maneira de fazer isso era fazer com que Zorzal travasse uma guerra
contra os japoneses. Zorzal faria o papel de belicista. Para que isso acontecesse, eles
precisavam de uma vantagem militar, ainda que temporá ria, e entã o as vitó rias
iniciais e o equívoco da situaçã o levariam à confusã o. Isso exigiria um conjunto de
habilidades que eram completamente diferentes da política...
Se ele pudesse colocar esse plano em prá tica, poderia ter o Japã o aliado a Piñ a
para a justa causa de acabar com a guerra. O poder militar do Japã o eliminaria
Zorzal e Piñ a assumiria o trono.
Dessa forma, o Japã o, que até entã o era seu inimigo, passaria a ser um aliado de
Piñ a, ou seja, um aliado do Império. Depois disso, o Japã o ajudaria a sustentar a
autoridade do Império e eles poderiam absorver a cultura e o conhecimento
japoneses mais rapidamente do que os outros países. De certa forma, Zorzal seria
um sacrifício por esse futuro, enquanto ele pudesse ficar em um lugar seguro.
Quanto a Piñ a, ela nã o poderia ignorar o pai, mesmo que se tornasse imperatriz.
Além disso, ela nã o tinha ninguém especializado em administraçã o nacional ao seu
lado. Tudo o que ela podia fazer era usar as pessoas que seu pai lhe dera... o que
significava que havia uma chance de que ele pudesse dar as ordens por de trá s do
trono.
“Umu~”
Embora Zorzal quisesse competir com o pai, o fato é que sua imaginaçã o estava
muito atrá s da do pai. Mais importante, ele nã o tinha o poder de fazer sua vontade se
tornar realidade.
Diabo sentiu como se tivesse acordado de repente das mentiras de seu irmã o
mais velho.
P a g e 9 | 212
Se isso continuasse, seria perigoso ser aliado de Zorzal. E mesmo que Zorzal se
tornasse o imperador e Diabo seu aliado, sua vida também seria incerta… No final,
tudo o que ele podia fazer era se tornar um conselheiro de Piñ a, o fantoche de seu
pai.
Como Diabo estava de olho no trono, ele começou a pensar em como poderia se
colocar no lugar de Piñ a. Em outras palavras, ele precisava recuperar o atraso em
seu relacionamento com o Japã o. Nesse campo específico, ele havia ficado muito
para trá s.
Sendo assim, o que Diabo poderia fazer era se tornar uma quarta facçã o. Entã o,
quando chegasse a hora certa, ele poderia lançar um voto de desempate para se
tornar o pró ximo sucessor.
Ao perceber que Piñ a estava olhando para ele, Diabo escondeu seus planos e
respondeu que quem estava confuso era Piñ a.
“Quem é, afinal? Quem foi que colocou aquele grande idiota do Zorzal lá em
P a g e 10 | 212
cima?”
“Bem, se você o está chamando de idiota... na verdade, você nã o acha que Zorzal-
nii-sama pode realmente ter a habilidade pra ter sucesso, e que ele estava apenas
escondendo até agora?”
“Bem, nii-sama, você nã o acha que isso é um pouco demais? Talvez ele
simplesmente estivesse muito feliz por se tornar o príncipe herdeiro, entã o nã o
conseguiu se controlar por um momento.”
“De qualquer forma, ele é um verdadeiro idiota! Isso nã o pode ser mudado! E se
ele é realmente tã o idiota quanto pensamos, quem sabe que coisas tolas ele fará !
Ouça, Piñ a. Aquele grande idiota é muito assustador. A pior parte disso é sua
inteligência mesquinha!! Há muitos comerciantes idiotas que sã o tolos e estupidos.
Quem sabe, eles podem ser apenas um fio de cabelo separado dos gênios. O
problema é que grandes idiotas arrastam todos ao seu redor.
Essas ú ltimas palavras podem muito bem ter sido um aviso para Piñ a que dizia:
“O Império girará em torno de você no futuro. As pessoas atrá s de você (incluindo o
pró prio Diabo) observarã o para ver como você move o Império.”
“Você, você tem? Bem, como esperado, nã o há como você nã o pensar nisso.”
Como esperado, ela tinha o trono em vista. Sua irmã era realmente alguém para
se observar. No entanto, a batalha nã o seria decidida até o final. Diabo cerrou os
punhos e resolveu nã o perder. E entã o, a resposta de Piñ a nã o foi bem o que Diabo
esperava.
P a g e 11 | 212
“Eu quero ser uma protetora das belas artes!”
A maneira como ela respondeu foi como se ela nã o percebesse sua situaçã o.
******
Tyuule tirou o colar de couro em volta do pescoço, antes de jogá -lo fora com
nojo. Entã o, ela desabou de bruços em sua cama simples, em seu quarto pessoal
apertado.
“.......”
Ela suspirou suavemente. Depois disso, uma voz abafada e rouca veio de baixo de
sua cama.
“O que é?”
Ela era grata pela lealdade de seus subordinados, mas agora estava muito
cansada. Até o parente mais pró ximo se sentiria um estranho neste momento.
Bouro nã o tinha outras obrigaçõ es além de entregar o relató rio, entã o Tyuule
esperava que ele fosse embora. No entanto, o servo leal de Tyuule permaneceu onde
estava.
Tyuule zombou em seu coraçã o e murmurou baixinho sobre por que ele ainda
nã o havia partido. Ela quase começou a mandá -lo embora. No entanto, Bouro era seu
P a g e 12 | 212
ú nico lacaio. Sem Bouro, Tyuule se tornaria verdadeiramente o pá ssaro engaiolado de
Zorzal. Portanto, ela nã o poderia rejeitá -lo com muita severidade.
O que esse macho feio queria era uma recompensa. E, de fato, a lealdade
merecia uma recompensa adequada. No entanto… Tyuule estava cansada disso.
Primeiro Zorzal. E agora este homem.
Tyuule agarrou a cabeça dela, virou-a para que ela ficasse deitada de costas e
entã o deixou uma perna balançar no chã o.
Você é forte e justo. É claro que seus gestos magníficos atrairão a inveja dos
outros. Você está, não, apenas você está verdadeiramente correto.
Você é perfeito. Seus métodos são muito revolucionários, então os plebeus não
podem entendê-los.
Um gênio não precisa fazer como um plebeu. Faça o que quiser. O seu é o caminho
certo.
O imperador teme você, então não é que ele não o nomeou príncipe herdeiro, mas
ele não poderia. O Imperador é um homem temível que matou seu irmão jurado. Ser
temido por uma pessoa tão temível prova que você é um ser perfeito. Para não ser
assassinado como seu irmão jurado, você precisa ficar à espreita. Esconda seu talento.
Esconda sua habilidade. Finja ser um homem inútil. Agora, você só pode desempenhar
o papel de uma pessoa inútil.
Tyuule sussurrou essas palavras cobertas de mel nos ouvidos de Zorzal entre
seus doces gemidos, e foi assim que ela capturou a alma dele.
Ele acreditava naquelas mentiras agradá veis, e com elas como base acreditava
P a g e 13 | 212
ainda mais mentiras, e entã o mentiu para si mesmo porque acreditava naquelas
doces mentiras. Nesse está gio, ele nã o suspeitava mais dela. Seu ego e confiança se
expandiram sem base para tal, e ele até reivindicou as ideias de outras pessoas como
suas. Ou melhor, ele tratou isso como se outras pessoas roubassem suas ideias.
“Nã o vale a pena temer os guerreiros covardes do outro mundo”, ela sussurrou,
e quando o futuro imperador a ouviu, o que ele pensou foi: “Como você veio a
conhecer meus pensamentos?”
“Entã o, eu tenho uma boa ideia. Mate o escravo Nihon. Eles destruíram o prédio
do Senado depois de descobrir que alguns de seu povo foram escravizados. Se eles
soubessem que o resto foi morto, eles ficariam loucos de raiva.”
“Eles atacaram apenas porque um ou dois de seu povo foram feitos escravos…”
Quando Tyuule ouviu essas palavras, a irritaçã o inominá vel em seu peito tornou-
se raiva. Quando ela mesma foi escravizada, ninguém veio ajudá -la. Ninguém a salvou.
Ninguém simpatizava com ela. Ninguém pensou nela.
E entã o, ela ouviu que aqueles de seu povo que sobreviveram realmente
acreditaram nas mentiras de que ela traiu sua raça e juraram vingança contra ela.
Ela havia se sacrificado por sua casa. Mas ninguém pensou em recompensá -la
por isso. Ninguém a amava por isso e, simplesmente, ela nunca os perdoaria por sua
tolice. E agora sua raiva iria se espalhar para Noriko, que estava na mesma situaçã o
que ela.
O homem feio que lambia a panturrilha de Tyuule tinha um rosto que parecia
um cruzamento entre um porco e um cachorro. Seus olhos brilharam enquanto suas
feiçõ es feias se contorciam em um sorriso.
“Deixe comigo, Tyuule-sama. Vou quebrar a cabeça por você. Como tal, por
favor, nã o se esqueça do nosso acordo. Eeheeheeheehee…”
******
Esta foi uma reuniã o dos Ministros das Relaçõ es Exteriores dos Estados Unidos,
Canadá , Reino Unido, França, Alemanha, Itá lia, Rú ssia, China e Japã o. Kanou Taro
estava lá , mas seu fone de ouvido fervia em sua orelha, causando dor.
Ele puxou o fone, que transmitia palavras traduzidas, e tentou vá rias vezes
esfriar as orelhas. No entanto, seu corpo era do tipo que esquentava com facilidade
e, como as palavras trocadas pelos diplomatas o excitaram, sua temperatura voltou a
subir. Ele teve que dominá -la por pura força de vontade.
Kanou suspirou e falou com o Ministro das Relaçõ es Exteriores da Rú ssia, cujo
nome era Vladimir.
“Nã o podemos aceitar um pedido como esse. Ginza está situada no coraçã o do
nosso distrito econô mico em Tó quio. Nã o podemos aceitar um estacionamento
incondicional de forças armadas estrangeiras lá . Sem falar que nosso país nã o tem
motivos para confiar na Rú ssia. Afinal, a invasã o da Ossétia do Sul na Geó rgia nã o foi
uma ocorrência recente?”
“Bem, tudo o que vi foram soldados russos apontando suas armas para
membros da imprensa…”
No entanto, uma vez que aprenderam sobre os vastos recursos escondidos além
do Portal, eles ignoraram as desvantagens que ele trazia consigo (em outras
P a g e 16 | 212
palavras, a guerra) e se concentraram inteiramente em seus benefícios.
Cada país estava basicamente dizendo a mesma coisa: “Nã o monopolize tudo,
compartilhe um pouco conosco”. Além dos países do G8, havia outros países
interessados no Portã o, como Coreia, Índia, Taiwan, Brasil, México, Austrá lia,
Cingapura, entre outros. (Nota do Tiulau: A gente tem que levar o jeitinho brasileiro
pra lá )
Essa foi a principal demanda que Kanou e Natsume fizeram durante a reuniã o
do Gabinete. O Gabinete concordou no final, mas acrescentou suas pró prias
restriçõ es ao plano antes de aprová -lo.
“Por favor, fique à vontade. Desde que o Japã o foi derrotado na Segunda Guerra
Mundial, nos tornamos um país democrá tico. Jamais cometeríamos atrocidades
como a repressã o militar e os subsequentes massacres de uigures e tibetanos. De
fato, nosso país convidou os residentes da Regiã o Especial para compartilhar suas
opiniõ es perante a Dieta Nacional e fornecer provas da açã o justa do JSDF. Se ainda
P a g e 17 | 212
tiver dú vidas e insistir em visitar pessoalmente a Regiã o Especial, nã o é um pedido
impossível, embora tenhamos que estipular algumas condiçõ es antecipadamente.”
Estes foram os pontos principais dos termos ditados aos Chanceleres dos
diversos países:
Além disso, ao passar pelo territó rio japonês, o pessoal das vá rias naçõ es deve
obedecer à s leis de nosso país. Nosso país regulamenta fortemente a posse de armas
de fogo, lâ minas e outras armas sã o estritamente proibidas.
As violaçõ es serã o punidas de acordo com as leis do nosso país. Além disso,
para fazer cumprir essas condiçõ es, os visitantes serã o submetidos a revistas de
bagagem. A recusa dessas buscas também estará sujeita a puniçã o.
Além disso, esses valores serã o pagos à nossa naçã o na forma de um depó sito.
Assim, para o envio de tropas à Regiã o Especial, será necessá rio um depó sito, cujo
valor varia de acordo com o nú mero de efetivos enviados. Se houver dez pessoas, o
depó sito será de dez milhõ es de dó lares americanos e, se houver 100 pessoas, o
depó sito será de 100 milhõ es de dó lares.”
P a g e 18 | 212
A essa altura, os rostos dos ministros dos vá rios países eram má scaras severas.
Na verdade, esses dois países há muito desistiram de ganhar qualquer territó rio
e benefícios do Portã o. Muito parecido com os EUA, eles perceberam a dificuldade de
enviar e apoiar um grande exército através do minú sculo canal do Portã o. Portanto,
eles decidiram fornecer suporte ao Japã o em troca de outras contraprestaçõ es.
O problema agora era a França, com suas grandes colô nias ultramarinas, a
Rú ssia militar que poderia lançar uma invasã o, assim como a China, que
impiedosamente reivindicava territó rio e reprimia minorias. Esses três países
balançaram a cabeça amargamente para o Japã o.
Assim como haviam feito um século atrá s, esses países planejavam dedicar uma
grande quantidade de poder de combate para garantir os direitos das colô nias.
Uma vez que eles transferissem seu povo para lá , eles poderiam assumir o
controle da regiã o com forças militares sob o pretexto de proteger seu povo. No
entanto, o Japã o certamente exigiria um depó sito ruinosamente enorme para
transferir seu povo, entã o a China nã o concordaria.
“Eu recuso.”
“Perdã o?”
“Absolutamente nã o!”
“Você jura que as tropas francesas que serã o enviadas além do Portã o nã o
causarã o problemas em Ginza?”
“Claro.”
P a g e 20 | 212
Entã o, Kanou respondeu, confiante de que o problema havia sido resolvido.
******
Ele tinha um mau pressentimento sobre isso. Foi uma sensaçã o muito ruim.
A loira Elfa que Yanagida mencionará só poderia ser Tuka. Ninguém mais se encaixa
nessa descriçã o neste lugar.
Itami nã o desgostava de Tuka. Nã o, na verdade, ela era do tipo que ele gostava...
ok, ele gostava muito dela.
Ela era linda e nã o precisava de maquiagem para ser atraente. Seu rosto era
bonito, seu cabelo era de um tom dourado mel, sua pele era macia e sedosa, seus
membros eram esbeltos e assim por diante. Ela fazia as pessoas quererem vesti-la
como uma boneca viva.
Seus olhos azul centá urea possuíam um encanto misterioso ao qual Itami nã o
resistiu.
Se ela tivesse problemas, isso só o faria querer falar com ela ainda mais. No
entanto, Itami sentiu que havia uma parede intransponível entre eles, entã o ele nã o
o fez.
Aquela parede era como uma gigante bomba nã o detonada em sua mente. “Vá
ver a elfa loira.”
P a g e 21 | 212
Itami a tratou gentilmente até agora para nã o deixar aquela bomba explodir.
Ele sabia o que aconteceria com ela. Foi por isso que ele tentou negar. Desviou
os olhos dela porque nã o queria vê-la.
Ele tinha que verificar Tuka. No entanto, se a situaçã o se tornou aquela que ele
mais temia, de repente ele nã o queria se aproximar dela. Enquanto ele oscilava para
frente e para trá s, levou 25 minutos para chegar ao seu destino. Ele deve ter
parecido um perseguidor.
Ele era um menino cerca de dois a três anos mais novo que Lelei.
Ele estava segurando uma caixa cheia de escamas de Wyvern lavadas. Itami sabia
por que ele trabalhava até tarde.
À medida que mais e mais pessoas vinham para o ALC, assim como novos
membros... bem, era uma sensaçã o complicada para eles. Claro, eles precisavam de
pessoas para ajudá -los, mas todos achavam que deveriam dar um bom exemplo
fazendo o trabalho primeiro. Portanto, era difícil para os trabalhadores fazer
bobagem enquanto o patrã o nã o estava olhando. Ou melhor, se eles relaxassem
enquanto as crianças se esforçavam ao má ximo para ganhar dinheiro, eles seriam um
fracasso como adultos.
Quem diria, pode ser por isso que este lugar foi chamado de “Céu” ou “O melhor
local de trabalho”. Sendo assim, as tarefas administrativas importantes eram
realizadas por Lelei, Tuka, Rory e Kato, para que ninguém pudesse tentar explorá -las
por meio de brechas. E eles também tinham o JSDF para segurança.
Bem, enquanto este homem estava sendo transferido para um emprego onde
nã o teria contato com dinheiro, ele tentou violência contra uma dark elf, o que
resultou em sua demissã o e envio para Itá lica para julgamento.
Por causa disso, o macho Harpia que estava trabalhando com o menino entrou
em pâ nico e disse: “Ah, jovem mestre, deixe-me levar isso de volta para você”, e
entã o ele carregou a caixa de balanças de volta ao armazém. O menino, agora com as
mã os vazias, correu até Itami e fez a mesma pergunta de agora pouco: “O que há de
errado?” com um olhar travesso no rosto.
Agora, este era um garoto precoce. Ainda assim, se ele fosse dois anos mais
novo que Lelei, ele teria 13. Nã o foi muito surpreendente ouvir essas palavras de um
menino à beira da maturidade. O que um adulto normal faria agora? Repreendê-lo?
Ou liberá -lo?
Itami estava curioso para saber de onde ele havia aprendido essas palavras.
Entã o ele respondeu: “Bem, nã o,” para o menino. Depois disso, ele continuou em um
tom mais sério: “Você pode pensar isso, mas nã o diga. Se rumores estranhos
circularem, será ruim para a garota de quem você está falando.”
P a g e 23 | 212
“Entã o, novamente, você quer dizer que nã o fará nada? O quarto de Sua
Santidade fica na parte de trá s, enquanto o quarto de Lelei-neesan fica do lado
oposto… ou você vai atacar Tuka-san? Você nã o?”
“Oi oi, se eu tocar na Lelei, vai ser crime. O Japã o tem leis de bem-estar infantil e
legislaçã o para adolescentes ou algo assim. E para constar, estou procurando Tuka,
mas nã o para fazer coisas safadas.”
Ele nã o teria mencionado Rory, mas ela cumpria o requisito de idade mínima.
Ainda assim, o garoto parecia insinuar que Lelei era de Itami, embora tivesse um
motivo para nã o tocá -la. Foi uma surpresa, mas ele sentiu que tinha que protestar
contra isso.
“O que é isso?”
Antes de ouvir uma resposta, parado em frente ao alojamento temporá rio, ele
imaginou uma cena que nã o queria ver de jeito nenhum.
O que ele viu foi sua mã e do passado. Seu rosto cinza estava coroado por cabelos
desgrenhados, e ela batia a testa contra a parede repetidamente, como um espírito
inquieto. Um arrepio percorreu sua espinha ao vê-la.
“Ainda vivo” “Sim. Ainda vivo” “Ainda vivo” “Porque nada aconteceu” “Porque o
assassinato nunca aconteceu” “Isso mesmo, nunca aconteceu” “Mas, nã o aqui” “Nã o
aqui” “Entã o onde” “Eu tenho que encontrá -lo” “Encontrá -lo” "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
P a g e 24 | 212
Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” d ele” “Encontre-o” “Encontre-
o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o” “Encontre-o”
“Encontre-o” “Encontre-o” "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o" Encontre-o" "Encontre-o" "Encontre-o"
"Encontre-o"
“Yo, Tu…”
Ele planejou cumprimentar Tuka, mas quem o cumprimentou foi Lelei. Dentro da
sala iluminada, ele podia ver Rory, vestindo sua roupa gó tica preta.
"Entre…"
A inexpressiva Lelei falava de uma forma que sugeria que ela estava com medo
P a g e 25 | 212
de ser ouvida. Itami entendeu a dica e entrou rapidamente.
Depois que ele entrou, ele deslizou o ferrolho para casa depois de fechar a porta.
E entã o, três pessoas olharam para Itami.
Uma delas era Rory. Ela parecia tensa, mas depois de ver Itami, ela relaxou um
pouco.
Outra era Lelei. Seu rosto inexpressivo parecia um tanto inquieto. A ú ltima foi
Tuka.
Ela estava sentada em uma cama de madeira, e seu cabelo estava despenteado e
bagunçado, como se ela estivesse com medo de alguma coisa. Ela parecia assustada e
frá gil, mas quando viu Itami abriu um sorriso. Com lá grimas escorrendo de seus
olhos, ela se levantou para abraçar Itami.
P a g e 26 | 212
Entã o, ainda abraçada a Itami, ela se virou para Lelei e Rory.
“...”
“...”
Rory parecia magoada, enquanto o olhar de Lelei passou por Tuka e pousou em
Itami mais uma vez.
Itami estava confuso porque nã o sabia o que estava acontecendo. Tudo o que ele
pô de fazer foi perguntar: “O que aconteceu? O que está acontecendo?” Mas Tuka
chegou antes dele.
“Sério, vocês dois, deve haver um limite para as piadas. Vou ficar bravo se você
for longe demais. E entã o... aquela Dark Elf mentirosa! Depois eu preciso ter um
conversinha com ela! Vou expulsá -la da cidade!
"É tipo isso. Aquelas duas, elas disseram que o pai estava morto. Engraçado,
certo?"
“Pai... morreu?”
Itami voltou seus olhos suplicantes de Tuka para Rory e Lelei. No entanto, Rory
se virou, como se tivesse sido esfaqueada, enquanto Lelei simplesmente encontrou o
olhar de Itami e observou seus movimentos.
“Sim. Mas nã o foi culpa delas. A Dark Elf é a culpada. ”E a Dark Elf é...?"
“Você nã o sabe? Ela é famosa na cidade. Ela veio implorar pela ajuda dos
Homens de Verde para salvar sua tribo e seu lar. Mas depois que ela foi rejeitada
pelo JSDF... bem, fiquei com pena dela e dei-lhe um lugar para dormir, mas ela
acabou sendo uma pessoa ingrata. Nã o sei o que estava pensando, mas, de repente,
ela disse que o Pai foi morto pelo Dragã o de Chamas. Ela queria que eu admitisse e
disse que, depois de admitir, deveria pedir aos Homens de Verde que se vingassem.
Que rude.”
P a g e 28 | 212
"…Vingar-se?"
“Mentiras?”
“Sim, sobre o pai estar morto e tudo mais. Comido por um Dragã o de Chamas,
quã o estú pido é isso? Ele está vivo e bem, nã o está , padre?”
Tuka olhou para Itami com seus olhos verde azulados e chamou Itami de “Pai”.
Ela estava sorrindo quando olhou para Itami, mas seus olhos nã o o viam. Eles
estavam cheios de loucura. E isso despertou as memó rias que estavam seladas no
fundo da mente de Itami.
Tudo o que ele havia comido e bebido enquanto Yanagida estava tratando subiu
de seu estô mago.
Tuka gemeu, e foi dar um tapinha nas costas de Itami com uma cara
preocupada. Itami moveu a mã o dela pra longe, mas seu estô mago ainda doía, o
suficiente para que ele nã o pudesse se mover.
Atrá s dele, Lelei estava cantando um feitiço com sua voz de coro solo.
P a g e 29 | 212
Depois disso, a consciência de Itami desapareceu na escuridã o
*****
A primeira coisa que viu ao acordar foi o teto do alojamento temporá rio.
Da janela, parecia ser tarde da noite. Mas a luz de uma lamparina iluminava o
quarto, e essa mistura de luz e escuridã o parecia ser tudo o que restava do mundo.
Rory sorriu para ele de onde ela estava sentada na cabeceira da cama. Atrá s de
Rory estava Tuka, que respirava devagar.
Itami percebeu que devia estar deitado na cama do pai de Tuka. Tuka ficava
trocando os lençó is e cobertores mesmo que ninguém usasse.
“Lelei colocou Youji para dormir. E aí, a Tuka ficou bem preocupada... ela falou
‘papai vai morrer’.”
Lelei estava ao lado de Rory. Sua bochecha esquerda estava vermelha e seu lá bio
cortado.
“O que aconteceu?”
Felizmente, sua vomitadeira anterior tinha sessado. Seu estô mago ainda doía
pelo jeito que ele o esvaziou.
Rory olhou para Lelei, para indicar que ela podia falar por si mesma. Lelei
reconheceu o olhar e deu um passo à frente.
Pela explicaçã o de Lelei, tudo começou quando Lelei trouxe a Dark Elf, chamou
Yao e deu a ela um quarto.
P a g e 30 | 212
“Yao?”
Itami relembrou aquela vez em que estava bebendo com Rory, e a Dark Elf que
apontou sua espada para ele.
Ela veio implorar aos Homens de Verde para salvar sua aldeia do Dragã o de Fogo
que a atacou. No entanto, o JSDF rejeitou seu pedido.
“Eu ouvi muito de Yanagida. Mas por que ela disse a Tuka que seu pai estava
morto? ”
Uma mulher Dark Elf apareceu na porta. Há quanto tempo ela estava lá ?
Ela desfez o turbante que escondia seu rosto. Ela tinha um olhar em sua face que
ia além do destemor e ia direto para a maldade.
Rory estalou a língua e pegou sua alabarda, enquanto Lelei trouxe seu cajado
para perto dela. as duas irradiavam hostilidade.
“É um pouco tarde para saudaçõ es, mas… oh Homem de Verde, meu nome é Yao.
Eu sou uma Dark Elf da tribo Ducy na Floresta Schwarz. Eu sou a filha de Dehan, Yao
Ha Ducy.”
“Eu vejo. Peço desculpas por aquela vez. Confundi Rory-dono com uma jovem e
pensei que um homem perverso estava tentando tirar vantagem de uma criança. Por
favor me perdoe.”
“Entã o, por que você disse todas essas besteiras para Tuka?”
Itami sentou-se na cama de sua posiçã o supina, olhando diretamente para Yao.
P a g e 31 | 212
“Entã o, deixe-me perguntar. Por que você disse
a ela a verdade?”
Malícia?
“Sim, malícia. Que outro motivo poderia haver? ...Eu ouvi sobre vocês três pelo
Sr. Yanagida. Eles dizem que vocês três vã o quebrar todas as regras para salvar as
pessoas. O que significa que nã o tive escolha além de fazer isso.
Itami olhou para Lelei e ela disse baixinho: “Eu traduzi para ela”.
“Foi por isso que eu a quebrei. Se você quiser salvar o coraçã o desta elfa, você
nã o tem escolha a nã o ser dizer a ela que seu pai foi morto pelo Flame Dragon e
entã o acabar com isso. Pois bem, Homem de Verde. O que você vai fazer? Você vai
deixar aquela Elfa como ela está ? Ou você vai pegar em armas e lutar?”
Eles fizeram um som rangente quando ele cerrou os dentes com raiva, e ele
olhou friamente para Yao.
Entã o, Yao ficou de joelhos e pressionou a cabeça no chã o na frente de Itami. "Eu
te imploro. Mesmo que seja apenas por causa dessa garota, por favor, salve meu povo.
Eu te imploro."
Yao continuou dizendo que ofereceria seu corpo como pagamento. Ela faria
qualquer coisa que ele dissesse a ela também. Ela nem reclamaria se ele ordenasse
que ela se despedaçasse.
P a g e 33 | 212
Pela aparência das coisas, o plano de Yao e Yanagida foi um fracasso completo.
Tudo o que ela podia fazer era cerrar os dentes de raiva. De sua parte, Itami já havia
aceitado a Tuka quebrada.
“Papa♪”
Depois de tratá -lo como seu pai, ela parecia ter se afastado da beira da loucura, e
ele reagiu apropriadamente a ela.
Claro, isso estava apenas evitando o problema. Ou melhor, estava fugindo dele.
Nã o era impossível que eles recebessem uma ordem de retirada amanhã . Quando
chegasse a hora, ele obviamente nã o poderia trazer Tuka de volta com ele. Tudo o que
poderia fazer era deixá -la ali, e isso seria o mesmo que matá -la.
Ainda...
O que posso fazer? O que posso dizer? Itami cerrou os dentes e tentou conter as
lá grimas, o invez disso forçou um sorriso antes de se virar.
Depois que os dois terminaram a refeiçã o, Itami disse que tinha trabalho a fazer,
entã o voltaria para o “time”. De sua parte, Tuka tinha trabalho a fazer para o ALC,
entã o ela se dirigiu para a floresta pró xima.
Ao anoitecer, Tuka esperou que Itami voltasse depois de preparar o jantar. Essa
vida falsa e pacífica durou dez dias.
P a g e 34 | 212
“Bem, esta cidade cresceu bastante, entã o temos que fazer o trabalho que o JSDF
nos designa. Nã o é o mesmo para todos nó s?”
“Além disso, irei para a Capital amanhã . Você precisa cuidar da casa.”
Itami era o guardiã o de Tuka, mas, no fundo, ele ainda era um soldado da JSDF.
Ele nã o tinha o direito de recusar quaisquer ordens que lhe fossem dadas. Portanto,
ele precisava mentir conforme apropriado.
“Nã o fique assim. Eu saí por vá rios dias vá rias vezes no passado. De repente, as
sobrancelhas de Tuka franziram e ela estremeceu quando uma dor de cabeça tomou
conta dela.
Nã o importa o quanto Tuka tentasse tratar Itami como seu pai, eles eram
pessoas diferentes. Havia pequenas diferenças em sua fala e há bitos.
Além disso, Itami nã o sabia nada sobre o pai de Tuka, Hodoryu Ray Marceau. Se
ele tivesse alguma ideia de como ele era, poderia pelo menos melhorar sua atuaçã o,
mas sem nenhuma informaçã o sobre seu pai, Itami nã o pô de deixar de entrar em
conflito com a impressã o mental de Tuka sobre ele.
Esses conflitos foram onde a fantasia quebrou. Tuka se afastava deles para se
proteger. Entã o, ela ignoraria esses conflitos. Ela nã o pensaria, nã o veria, nã o ouviria
e nã o os entenderia.
Morar, comer e conviver com Tuka foi aumentando aos poucos os desvios da
imagem idealizada de seu pai. Quando os conflitos com a realidade aumentavam até
Tuka nã o suportá -los, isso a atormentava com dores de cabeça e outros sinais de
P a g e 35 | 212
desconforto corporal. E com o passar dos dias, a frequência desses ataques e a dor
que acompanhava cada um deles aumentava.
Ele nã o podia fazer nada. Ele estava gastando todo o seu esforço apenas para
manter a situaçã o atual. Enquanto Itami pensava sobre isso, ele saiu do quarto de
Tuka, mas assim que saiu para a rua, viu Yao, que estava esperando por ele.
“…”
Itami sentiu uma pontada de culpa quando ela o encarou com seus olhos odiosos,
e ele desviou o olhar. Entã o, ele virou a cabeça para o lado com raiva e passou por
Yao, ignorando-a.
Na maioria das histó rias de heró is, uma bela donzela implorava em lá grimas a
ajuda do heró i, e ele partia com a espada na mã o. Itami odiava essas histó rias.
Isso porque a batalha era algo que se vencia vivendo e se perdia morrendo.
Como as histó rias eram histó rias, o guerreiro venceria, ganharia sua recompensa
e ganharia uma amante. Mas, na realidade, acontecia o contrá rio. Na maioria das
vezes, o cadá ver do guerreiro se espalhava pelo campo.
A coisa toda parecia que alguém estava procurando por um idiota que estava
disposto a jogar sua vida fora por uma pequena compensaçã o paga apó s o fato. Entã o,
se ele conseguisse, eles o pintariam como um heró i.
Itami nã o queria morrer. Embora sua maneira de viver até agora nã o fosse muito
boa, ele nã o achava que sua vida era inú til o suficiente para descartá -la por capricho
de outra pessoa.
P a g e 36 | 212
Ele havia sido casado (embora tivesse terminado em divó rcio), mas sentia que
havia conhecido mais mulheres. Ele estava ansioso para ver o que aconteceria a
seguir.
No entanto…
“Ei, Itami. Entã o, por quanto tempo você pretende brincar de casinha?”
*****
A voz de Yanagida veio de trá s de Itami, enquanto ele estava sentado na frente
de seu PC. Ele estava zombando dele sobre Tuka.
“Ah, esquece. Contanto que você esteja de boa com isso, eu também estou. Mais
importante, o primeiro lote de prisioneiros que estamos repatriando está vindo do
Japã o. O assessor da PM também vai com eles. Eles vã o começar as negociaçõ es em
breve, usando os presos como garantia.”
“E as pessoas sequestradas?”
"É mesmo…?"
Ele nunca gostou de falar com Yanagida em primeiro lugar, e agora esse
sentimento se intensificou.
“Se eu fizer isso, a maioria das pessoas que vã o comigo morrerã o. Eu nã o posso
fazer isso. Eu gosto da Tuka, mas gosto dos meus caras também. Nã o posso sacrificar
nenhum deles.
Nishina reclama sobre como sua esposa recém-casada o domina com seu
trabalho, mas secretamente, acho que ele gosta disso.
Kuribayashi também precisa sair com os caras que eu apresentei a ela. Ela é
bastante exigente também, acho que ela disse algo sobre ‘nenhum dos homens é
meu tipo’.
Kurokawa ainda é uma idealista como sempre, mas ela melhorou apó s o
incidente com Tuka. Ela está indo muito bem.”
Tomita está namorando Bozes, que veio para as aulas de idiomas. Há até
rumores de que eles estã o quebrando os regulamentos ao se encontrarem à noite. Se
eles forem pegos, ele será punido.
P a g e 38 | 212
Kurata é totalmente dedicado à quela empregada da Casa formal chamada
Pérsia. Ele trabalha muito sempre que é escolhido para missõ es em Itá lica.
As habilidades financeiras de Tozu estã o ficando cada vez melhores. Ele sempre
demonstrou uma compreensã o anormal das açõ es e foi elogiado por seu trabalho
com as finanças da ALC.
Azuma está prestes a terminar seu treinamento para ser designado para uma
unidade de combate. Depois que terminar o curso, será Sargento.
Furuta nunca para de aprimorar suas habilidades culiná rias e sempre pensa em
como fazer novos pratos com os ingredientes deste lado do Portã o.
Bem, como você pode ver, eles sã o todos um bando de caras interessantes.
Embora fosse diferente se fosse uma missã o adequada, se eu pudesse escolher, nã o
gostaria de levá -los a nenhum lugar perigoso.”
“Só estou dizendo que esse assunto envolve diamantes e petró leo. Eles sã o um
benefício imenso para uma naçã o carente de recursos como a nossa. De qualquer
forma, pense nos interesses do país. Se o lugar onde os Elfos Negros vivem tem
recursos como esse, precisamos colocá -los em dívida conosco. Depois, extrair esses
recursos será fá cil.”
Itami estava dizendo que Yanagida também era um homem da JSDF. Ele tinha
que sair e sujar as mã os em vez de grudar a bunda em uma cadeira o dia todo.
“Infelizmente, nã o tenho homens sob meu comando. Ou quer dizer que vai me
emprestar seu pessoal, Itami?”
P a g e 39 | 212
“Até parece. Você pode ir sozinho.”
“Bem, se uma pessoa pudesse lidar com isso sozinha, eu gostaria de fazer isso
também. No entanto, é um dragã o. O que posso fazer contra ele?”
Bem, isso assumindo que o Dragã o era igual a um helicó ptero de ataque.
No final, lutar ainda era um problema. Entã o, e se ele imaginasse seu oponente
como um tanque voador? Seria bom combatê-lo em um espaço apertado onde nã o
pudesse se virar facilmente. Atraia o dragã o para um terreno assim e depois o
derrubaria com um LAM. Poderia funcionar.
“Bem, seu oponente é uma criatura viva. Você pode envenenar sua comida,
emboscá -lo enquanto ele dorme, e assim por diante…”
“Bem, Itami, apenas me avise quando estiver pronto para ir. Vou cuidar da
papelada para você .”
******
Naquela noite, Itami trouxe Tuka para a cantina para que ela pudesse beber com
todos.
Tuka sentiu que Kurokawa tinha uma aparência profissional ao seu redor. Como
resultado, Tuka ficou com uma expressã o que dizia: “Será que ela tem uma queda por
mim…”
Embora provavelmente nã o fosse tanto, pode-se dizer que ela tinha sentimentos
de admiraçã o.
E assim, Kurokawa sentou-se ao lado de Tuka, e Tuka disse a Itami: “Pai, venha
sentar-se comigo”. Itami, por outro lado, estava sentado em outra mesa e bebendo
com Lelei e Rory.
“Como é ter uma filha mais velha que você?” Rory sorriu. Itami sorriu
amargamente para ela.
Itami tinha plena consciência de que os dois esperariam até que ele tomasse
uma decisã o. Sendo assim, nã o havia necessidade de estragar o clima assim. Era para
ser uma ocasiã o feliz.”
P a g e 41 | 212
“Oi, desculpe a espera.”
A Catgirl parecia um pouco vacilante ao trazer a comida. Ela deve ser nova aqui.
— O que aconteceu com Delilah?
“Sempai recebeu uma carta de sua cidade natal, entã o ela está dando um tempo.”
“Entendo…”
Rory ergueu o copo e brindou com Itami do lado oposto da mesa. Sentada ao lado
de Itami, Lelei ergueu o copo de bebida nã o alcoó lica do Japã o e também brindou com
ele.
Mulheres assim eram muito raras, fossem elas amantes ou apenas amigas. As
mulheres que nã o sabiam muito desconsideravam a situaçã o e adotavam
egoisticamente uma atitude irritante ou aborrecida.
Pensando nisso, Rory e Lelei eram excelentes garotas. Ele tinha que valorizá -las.
Depois de perceber isso, Itami começou a pensar no que poderia fazer e no que
deveria fazer.
******
Para deter o marido, cada vez mais violento, ela pegou uma faca na cozinha.
Ela continuou se castigando, embora nã o houvesse nada a ser feito sobre isso.
Isso a rasgou, a dor de perder seu amado marido, sua raiva e ó dio pela “pessoa”
que matou seu amado marido e o desconforto pelo futuro de seu filho.
O caminho que sua mã e escolheu para salvar sua alma foi negar a realidade. Essa
era a ú nica coisa que ela podia fazer. Itami agora sabia como ela conseguiu continuar
vivendo de alguma forma.
P a g e 42 | 212
Mas naquela época, Itami nã o entendia por que ela havia feito isso.
Todas as manhã s, todas as noites, ele via um lugar preparado para seu pai. Isso o
deixou preocupado, depois com raiva e entã o...
“Papai está morto. Você o matou.” Se ao menos ele nã o tivesse dito isso.
Muitas vezes, ele se imaginou voltando à quele momento, como uma daquelas
light novels onde as pessoas podem viajar no tempo. Ele também havia sonhado
consigo mesmo naquela época. Ele desejou, implorou e rezou para poder voltar ao
passado. Se ao menos pudesse ter voltado à quela época, teria feito algo diferente. Ele
poderia, ele deveria ter. Ele ficou pensando nisso. No entanto, a realidade nã o poderia
ser rebobinada. Era por isso que era realidade.
Se ele pudesse enlouquecer como sua mã e, tudo bem também. Mas ele nã o
conseguiria.
No final, ela foi internada à força, porque havia medo de que ela colocasse em
risco a si mesma ou a outras pessoas.
Sua hospitalizaçã o foi determinada pela lei. Portanto, foi feito sem o
consentimento dela ou de seus parentes. Quando o ô nus de pagar suas taxas
hospitalares era muito grande, era assumido pelo governo.
Tudo o que Itami, o colegial, pô de fazer foi observar sua mã e gritar: "Nã o quero
ficar aqui, quero receber alta!" Mas era demais para ele viver com sua mã e quebrada.
Portanto, a palavra “mandado” foi um alívio para ele. Ele nã o precisava mais se sentir
culpado por sua hospitalizaçã o.
O som pesado e metá lico do portã o de ferro fechando ainda ecoava nos ouvidos
de Itami até hoje.
P a g e 43 | 212
Sim, este nã o era um hospital comum.
Como nã o estavam fisicamente doentes, seus corpos eram saudá veis e a maioria
usava roupas normais. Eles nã o faziam nada além de ficar no hospital enquanto o
tempo passava.
Ao caminhar pela rodovia, viam-se tios e tias fumando como marginais, usando
uma lata vazia de suco de tomate como cinzeiro.
Estes eram os pacientes mais está veis. À s vezes, pode-se ver os casos mais
graves. Por exemplo, aqueles que falaram com o nada.
Haviam homens com estetoscó pios que faziam exames nas enfermeiras. Havia
garotas que corriam nuas.
Havia um homem que estava amarrado à cama, vestindo uma fralda, e gritando
até que sua garganta estava prestes a rasgar.
No final, Itami abandonou sua mã e em um mundo como este. Era tudo o que ele
podia fazer.
Tudo o que podia fazer era prescrever medicamentos para aliviar os sintomas.
Pessoas incurá veis nã o podiam ser salvas. A ú nica coisa que poderia ser feita era
alimentá -las com remédios e esperar que eles melhorassem.
Itami levou mais de dez anos para entender isso. Portanto, ele sentiu que se fosse
salvar Tuka, teria que fazer isso agora.
Naquele dia no passado, ele nã o podia fazer nada. Naquela época, ele era apenas
uma criança.
Talvez se Tuka derrubasse o Flame Dragon que matou seu pai, isso poderia
ajudar a aliviar sua loucura. Talvez se ela aceitasse a morte de seu pai e o vingasse,
isso poderia parar seu ó dio.
No entanto, esta era uma aposta arriscada e era do tipo mais desastroso. Para
começar, ele nã o podia apostar a vida de ninguém nisso.
Itami tinha apenas uma ficha para apostar, aquela que pertencia somente a ele.
Ele pegou aquela ficha e colocou em cima da de Tuka, e depois deslizou as duas na
mesa de jogo verde.
No entanto—
Embora ele já tivesse aceitado que nã o tinha outra escolha, lutar contra um
Dragã o de Fogo ainda era uma perspectiva aterrorizante.
P a g e 45 | 212
******
A brisa da noite soprou. Itami agarrou sua cabeça e murmurou: “O que devo
fazer...?”
Quatro ou cinco minutos depois, ele ouviu um estalo metá lico se aproximando
dele. Uma silhueta surgiu da escuridã o e parou na frente dele.
A silhueta era de um velho. Nã o, ele pode ser mais jovem do que isso. No
entanto, as inú meras rugas que cobriam seu rosto o faziam parecer um homem mais
velho. A razã o pela qual ele fazia um barulho metá lico ao andar era porque sua
perna esquerda era uma pró tese e ele falava na língua da Regiã o Especial, nã o no
Japã o.
Além disso, havia outros bancos ali. Nã o havia necessidade de incomodá -lo se
ele quisesse se sentar.
“Hoooh ~ você realmente fez isso. Eu venho aqui todas as noites. Lembre-se
disso.”
O velho nã o parecia acostumado com suas pró teses e sentou-se depois de muito
esforço.
O homem respirou fundo. Ele parecia bastante impressionado com os ruídos que
seu braço esquerdo artificial fazia quando o movia.
P a g e 46 | 212
“Ainda nã o entendo como objetos tã o requintados sã o feitos. No seu mundo,
todas as pessoas sem braços e pernas usam isso?”
“O médico disse que eu poderia andar normalmente depois de colocar isso, mas
ainda parece suspeito para mim.”
“Existem pessoas com membros artificiais que podem correr mais rá pido do
que pessoas normais.”
O homem ficou chocado e pressionou Itami para obter detalhes. De acordo com
Itami, as pessoas nas Paraolimpíadas poderiam estabelecer recordes com seus
membros artificiais que pessoas normais teriam dificuldade em bater.
“Entendo, entendo. Bem, parece que você pode falar quando se trata de um
tó pico de seu interesse. Tudo bem, vamos deixar por isso mesmo. Diga-me; o que
está te incomodando a ponto de você estar acordado tã o tarde?”
“Hah?”
Itami se perguntou como ele começou a falar com o velho sem perceber. Depois
de organizar seus pensamentos, ele percebeu que tinha algo para discutir com ele.
No entanto, a pessoa que ele procurava era a assistente social psiquiá trica desse
centro de tratamento.
Aquele assistente social nã o se parecia muito com um homem. Em vez disso, ele
parecia bastante andró gino. Seu cabelo era curto e ele usava ó culos redondos.
Embora suas roupas brancas deixassem as pessoas saberem que era médico, ele nã o
tinha o ar de autoridade de um. Em vez disso, as pessoas podem confundi-lo com um
aluno fracote, ou talvez seja melhor dizer que ele tem uma aura gentil.
“Bem, se nã o é o tenente Itami. O que você está fazendo aqui a esta hora?”
P a g e 47 | 212
“Na verdade, eu tinha algo sobre o qual queria a opiniã o de um médico...”
Esse assistente social estava aqui pelo bem da Noriko. Ele estava encarregado de
aconselhá -la e ajudá -la a se recuperar.
Itami ficou bastante surpreso ao saber que a pessoa que apoiava Noriko era um
homem.
A maioria das pessoas que passaram pelo que Noriko passou teria medo dos
homens. E, na verdade, em muitos casos, mulheres vítimas de traumas seriam
melhores tratadas por uma psicó loga. No entanto, para o caso de Noriko, o médico
decidiu que um psicó logo homem seria melhor.
Caso contrá rio, ela pode nunca ser capaz de confiar nos homens, e seu
desconforto com os eles pode se transformar em uma fobia de homens. Se esse ponto
nã o fosse abordado, ela poderia nã o conseguir ter um amante ou se casar e ter filhos.
Claro, seria muito difícil no começo. No entanto, era importante ser capaz de
diferenciar entre homens assustadores e homens nã o assustadores. Essa etapa foi
realizada com bastante facilidade, porque Noriko tinha Itami e os outros.
A propó sito, esse assistente social era uma pessoa estranha que fez um curso de
sargento de infantaria e se aposentou como sargento antes de entrar na universidade.
Ele foi autorizado a passar pelo Portã o depois de ser nomeado militar provisó rio.
Ele contou uma histó ria sobre uma filha cujo pai foi assassinado. Matar o
assassino de seu pai e vingá -lo era a ú nica maneira de salvá -la?
O assistente social deu de ombros e respondeu que tudo o que podia ser feito era
observar a situaçã o e reagir de acordo.
Ele falou, apesar de ser uma opiniã o pessoal. O desejo humano de se vingar de
um inimigo nã o estava relacionado ao instinto.
"De fato. Quem sabe, pode ser realmente sem importâ ncia. No entanto, esse
assunto “sem importâ ncia” pode dar à s pessoas forças para seguir em frente. Se
alguém nã o quer ser acorrentado por coisas sem significado, tudo bem também.
Abra as cortinas sobre o assunto e acabe com isso. O coraçã o de uma pessoa precisa
ser fechado.”
Depois que Itami ouviu isso, ele começou a pensar. Ele tinha que derrotar o
Flame Dragon para salvar Tuka?
Itami olhou para ele novamente e entã o percebeu algo. O velho usava um tapa-
olho e estava coberto de feridas. E seu rosto tinha grandes cicatrizes.
P a g e 49 | 212
“Bem, por causa da localizaçã o, nã o podemos usar muito poder de fogo para
atingi-lo. Se eu for com um pequeno grupo, a maioria de nó s se tornará uma vítima.”
“Isso é verdade. É sensato jogar toda a força contra um oponente forte. Deve
haver apenas um bastardo que envia sua força de luta em pedaços, ou ordena a seus
aliados que ataquem um inimigo sem lhes dizer nada sobre eles.”
“Ei, jovem. Mesmo que você nã o queira se matar, chegará o momento em que
você terá que fazer algo que nã o quer. Para evitar que isso se transforme em
suicídio, você precisa quebrar a cabeça e descobrir alguma coisa.”
O som metá lico veio de sua perna artificial e seus ombros balançaram para
frente e para trá s enquanto ele mancava para frente. Entã o ele colocou a mã o no
ombro de Itami.
“À s vezes, você se depara com uma situaçã o perigosa, mas da qual nã o pode
fugir. À s vezes, você sabe que vai perder, mas precisa avançar de qualquer maneira.
Se você nã o pode ser um homem inteligente, entã o deveria ser o homem mais
estú pido de todos. O que você acha?"
******
Itami sentiu uma onda de frustraçã o ao ver o rosto choroso de Tuka. Mas isso
era natural. Sua missã o era liderar seu povo enquanto eles estivessem na Capital
Imperial e proteger os diplomatas. Entã o ele voltaria e ficaria um pouco antes de sua
pró xima missã o. Isso era tudo.
No meio do anú ncio do piloto, Itami de repente xingou: “Droga!” e virou-se para
o sargento-mor Kuwabara ao lado dele.
P a g e 51 | 212
Itami decidiu desistir de seu comando e saltou para fora da escotilha traseira
pouco antes de fechar.
P a g e 54 | 212
“O que aconteceu?”
Enquanto Itami observava o helicó ptero partir, ele se virou para Tuka, que
tentava sorrir em meio à s lá grimas, e disse: “Nã o vou para a Capital Imperial”.
Depois disso, ele sentiu como se tivesse sido libertado de alguma coisa. Bem, ele
provavelmente se arrependeria mais tarde. No entanto, agora, ele decidiu nã o se
preocupar com essas coisas irritantes. Parecia que nada mais importava.
“Tudo bem?”
Pela aparência de Tuka, ela devia estar preocupada em criar problemas para seu pai.
No entanto, sua alegria de nã o ter que cuidar da casa sozinha prevaleceu, e ela
caminhou lentamente na frente de Itami antes de se deitar contra seu peito.
“Bem, o mais importante para mim é proteger seu sorriso. Eu vou ficar com você,
entã o você tem que trabalhar duro também.
“O-o quê?! Eu-é isso que você deveria dizer para sua pró pria filha?”
Até a voz de protesto de Tuka vacilava, graças ao tremor em seu coraçã o. Itami
sorriu amargamente e respondeu: “Como isso soou?”
Na verdade, ele nã o quis dizer isso. Tudo o que ele queria era torcer por Tuka,
que viveu uma vida difícil até agora.
O problema era que um homem cabeça-dura como ele nã o fazia ideia do tipo de
efeito que suas palavras causavam nas mulheres. Alguma mulher nã o desmaiaria ao
saber que um homem de quem ela gostava queria proteger seu sorriso e ficar ao seu
lado?
P a g e 55 | 212
Tuka encostou a testa no peito de Itami e disse baixinho: “Idiota”.
Em outras palavras, a ú nica coisa que Itami podia fazer era acariciar a cabeça
dela, como faria com um gato.
As mechas finas e macias de seu cabelo fluíram por entre os dedos dele. Entã o ele
deu um tapinha com a palma da mã o em sua linda cabeça. Quando seus dedos
roçaram as pontas de suas longas orelhas. Tuka estremeceu, depois relaxou. Tuka
parecia ser do tipo muito sensível, e deve ter sido bom para ela.
“Vamos juntos.”
Tuka tinha uma vaga ideia do que seu pai planejava fazer.
Nos mais de 30 anos de experiência de vida de Itami, convidar uma mulher para
viajar com ele era uma tarefa difícil. As pessoas o rejeitariam, se sentiriam
incomodadas com ele, o olhariam com nojo, e no final ele teria que rir dizendo que era
uma piada.
Portanto, quando ele disse isso para Tuka em um tom que soava como seu pai,
parecia acertar o alvo. Com uma expressã o encantada no rosto, ela perguntou: “Para
onde iremos?”
P a g e 56 | 212
“Mm! Eu vou, eu vou! Vou a qualquer lugar, desde que seja com o papai! Estou muito
feliz por estarmos viajando juntos!! Vamos sair agora?”
Depois que Tuka terminou, ela relutantemente se separou do corpo de Itami. Ela
deu alguns passos para trá s, virando-se apenas quando estava fora do alcance de seus
dedos.
Yanagida, que assistia do lado de fora, foi o primeiro a falar depois que Tuka saiu
correndo.
“Entã o você nã o está apenas abandonando sua missã o, mas planeja enfrentar o
Flame Dragon sozinho? Isso é muito imprudente. Que tipo de motivo vou inventar
para você sair sozinho?”
“Bem, já que a visita diplomá tica acabou, você provavelmente nã o será demitido
por isso, mas isso nã o vai melhorar suas chances com nosso pessoal. Sua puniçã o pelo
incidente anterior ainda nã o foi aplicada; você ainda pode ser suspenso, rebaixado e
transferido para outro lugar.”
“Argh, eu me preparei para tudo isso, mas ainda é uma droga ouvir sendo dito…”
Ele nã o aguentava mais a dor no estô mago. Uma vez que ele foi removido da
Regiã o Especial, se nã o fosse jogado nas austeras guarniçõ es do norte, ele seria
enviado para uma ilha distante. Naturalmente, ele nunca mais poderia ver Tuka
P a g e 57 | 212
novamente, entã o teria e que se preparar para isso.
“Entã o, eu nã o vou dizer isso. No momento, o que você precisa fazer é alcançar
o 3º Recon, entã o, depois de completar sua missã o, você pode levar sua equipe para
derrubar o Flame Dragon. Acho que posso explicar assim.”
“Nã o seja assim, você está sendo muito cabeça quente. Você nã o acha que ter
mais equipamento aumentará suas chances de sucesso?”
“Desculpe por causar problemas novamente”, disse ele antes de bater palmas.
“Droga. Droga, estou realmente chateado. Será que aquela Elfa loira realmente
vale tudo isso? Há muitas mulheres boas neste mundo. Com sua reputaçã o e
conexõ es, você pode persuadir os locais a vender seus direitos de petró leo e
mineraçã o e ganhar dinheiro no setor financeiro. Quando isso acontecer, as garotas
estarã o se jogando em você.”
Itami era um homem saudá vel e de sangue quente. Ele havia imaginado orgias
com garotas que eram exatamente o seu tipo. No entanto, suas fantasias eram muito
irrealistas. Por exemplo, como ele poderia ser abraçado por uma horda de garotas
seminuas?
Ele balançou a cabeça para limpar aquela imagem mental. Afinal, nã o era um
protagonista de mangá nem nada. Ele teve que enfrentar a realidade com frieza e
calma. Sim, precisava ser realista ao planejar seus movimentos futuros. Mesmo que
fosse difícil, ele tinha que visualizar um futuro realista.
No entanto, o pró ximo pensamento que veio à mente foi ele estar cercado por
P a g e 58 | 212
recepcionistas e mulheres lindas que estavam longe de seus gostos, de ir a talk
shows apó s deixar o JSDF, participar de um evento de autó grafos de um livro
chamado “O Heró i do Nijubashi” (e ele nem sabia quem o escreveu), ou ingressar em
um partido conservador e concorrer à s eleiçõ es.
No entanto, ele ainda podia imaginar todas as coisas maravilhosas que Yanagida
estava descrevendo, até certo ponto. Ele nã o tinha a capacidade de criar ou produzir
coisas, nem tinha a capacidade de imaginar um futuro que faria se sacrificando. Mas
ele nã o poderia abandonar o futuro de Tuka por esses motivos. Seria muito cruel.
Yanagida agarrou sua cabeça e olhou para o céu enquanto dizia: "Espere,
espere", entã o ele rapidamente tirou um caderno e uma caneta do bolso e anotou os
pedidos de Itami em uma lista.
“Que armas você vai precisar? E de quanta raçã o você vai querer?”
P a g e 59 | 212
“Ahhh, ela? Quem se importa com ela? Yanagida-san, por essa ló gica, isso faria
de você um segundo culpado também, certo?
Yanagida tossiu. “Huh, parece que o tiro saiu pela culatra. Eu vou fazer a minha
parte, entã o nã o fique falando sobre isso, ok? Além disso, raçõ es para dois, certo?”
Depois de confirmar com Itami, Yanagida olhou por cima do ombro de Itami e
para trá s dele.
“…”
A visã o diante de seus olhos mudou repentinamente para o céu aberto e quando
ele voltou a si, já estava deitado de costas.
Itami tossia sem parar com o impacto repentino e de repente, a visã o de Rory em
sua saia gó tica preta com bordas de renda pairava sobre ele, junto com suas pernas
deliciosas que desapareciam nas profundezas de sua saia.
Ela usava meias pretas sob suas botas pretas, e depois o que parecia ser uma
cinta-liga preta, mas ele nã o podia ver claramente porque estava escuro. Mais acima,
tudo o que ele podia ver era escuridã o. Enquanto tentava tirá -los de sua linha de
visã o, ele fixou os olhos em Rory.
P a g e 60 | 212
Rory sentou-se na barriga de Itami e socou o peito de Itami com seu punho
minú sculo.
“É por isso que eu disse que você está nos tratando como estranhas. Vamos, o
que há de tã o ruim em nos envolver?”
“Posso?”
“Nã o diga isso. Isso me faz sentir solitá ria.” Rory continuou batendo no peito de
Itami.
Enquanto Rory sorria, Itami podia ver uma luz demoníaca e faminta por batalha
em seus olhos. Itami sentiu como se fosse devorá -lo de uma só vez.
“Seu idiota. Se você nã o for sincero quando convidar uma mulher para jogar
jogos perigosos com você, ela ficará esperando para sempre”.
“Mas, nó s vamos exterminar o Dragã o de Fogo. Quer dizer que vai morrer
comigo?”
"Claro que nã o. Um suicídio duplo é muito ruim. Já que tenho mais 40 anos neste
meu corpo, quero aproveitar meu tempo com ele antes de abandoná -lo.”
“Nã o me diga que você estava planejando perder desde o início. Você pretendia
se matar?”
Itami balançou a cabeça. Ele sentiu que, mesmo em meio ao perigo suicida, havia
um leve vislumbre de uma chance de que ele pudesse voltar vivo.
“....................................”
P a g e 61 | 212
“....................................”
“....................................”
Itami sentou-se para evitar o segundo soco de Rory e no final, seu rosto foi
recebido pelo busto esguio dela.
“Tudo bem. Eu definitivamente voltarei. Vou reivindicar sua alma depois que
você morrer e transformá -lo em um familiar.”
Rory ignorou o rosto lamentá vel de Itami. Depois de um rá pido olhar sobre o
corpo dele, ela agarrou seu braço direito e o mordeu.
Itami gemeu como se estivesse sendo devorado, e Rory libertou o braço de sua
boca.
“Contrato estabelecido.”
Entã o, ela arrancou sua alabarda do chã o. Ela levantou três dedos para Yanagida
e disse: “Três pessoas”. Entã o ela voltou para seu quarto, para se preparar para a
P a g e 62 | 212
viagem.
Lelei olhou desapaixonadamente para Itami e disse: “Isso nã o era ó bvio?” Seu
tom era frio, como se ela estivesse falando com um idiota. Entã o, ela continuou
severamente: “O sol nã o nasce de manhã ? Os objetos nã o caem no chã o?” enquanto
ela o encarava.
“…”
Como ele já havia concordado em deixar Rory vir junto, nã o havia razã o para
deixar Lelei de fora. A raiva de uma garota que nã o demonstrava suas emoçõ es era
bastante assustadora.
Embora Itami tivesse pensado em recusá -la com “Você é muito jovem” ou “Você é
uma parte importante do ALC, Lelei provavelmente responderia como se estivesse
repreendendo um bebê. Pior, podia adicionar combustível ao fogo.
Lelei parecia muito feliz com a resposta de Itami quando ela saiu. Ela
provavelmente iria se preparar.
Ela chegou sem dizer uma palavra e entã o caiu de joelhos na frente de Itami.
Ambas as palmas das mã os estavam pressionadas em seus ombros opostos, e ela se
curvou profundamente para ele.
P a g e 63 | 212
“Nã o importa quais ordens você tenha, meu corpo será seu para sempre. Vou
obedecer a toda e qualquer ordem que você fizer. Se você deseja que eu tire minha
vida agora, farei isso sem demora.”
Itami suspirou ao ouvir Yao jurar lealdade a ele. A força absoluta com que ela
declarou sua disposiçã o de cometer suicídio era muito opressiva.
“De qualquer forma, se você morrer aqui, será inconveniente para mim. Lidere
o caminho. Vou assumir o trabalho de destruir aquele Dragã o de Fogo.”
“Eu entendo. Se você deseja me confinar, por favor, dê a palavra.” Ele podia
sentir o desejo de Yao de ser punida em suas palavras.
Sua auto-zombaria e seu desejo de ser punida devem ter sido algum tipo de
defesa emocional de ser repreendida por outros. Yao estava profundamente ciente de
sua pró pria culpa e da raiva de Itami.
Nesse estado, mesmo que Itami punisse Yao, ela nã o poderia odiá -lo por isso. Ela
só podia aceitar isso como parte do trabalho.
Talvez punir aqueles que desejam ser punidos os deixasse felizes. Se Yao tivesse
uma consciência, nã o importa o quã o severa ela fosse castigada ou punida, nã o teria
sentido.
A questã o era que Itami ainda estava muito chateado. Ele sentiu que tudo isso
era um pé no saco. O oposto do amor nã o era raiva ou ó dio, mas ignorâ ncia. Quando
ele lidasse com ela, ele congelaria seu coraçã o.
Se Itami soubesse mais sobre Yao, ele poderia ter se sentido diferente. Mas para
Itami, essa Dark Elf chamada Yao foi quem apontou sua espada para ele sem motivo, e
foi a principal culpada por quebrar Tuka.
Yao sentiu que Itami estava deliberadamente mantendo distâ ncia. Como
resultado, culpa e remorso inundaram sua consciência. “nã o posso evitar”, ela pensou,
e parecia um tipo especial e gentil de inferno para ela.
Ser usada e descartada pelos pecados que cometeu seria natural. Era assim que
seus dias terminariam, como costumava acontecer com o infortú nio. No entanto, ela
ainda queria ser punida. Ela queria sofrer e ser repreendida. Ela queria ser humilhada
e degradada.
No fundo do coraçã o de Yao, ela sabia que queria ser abusada. O pensamento
disso a fez estremecer de alegria.
P a g e 64 | 212
“Entã o, no final, você vai precisar do suficiente para cinco pessoas.”
Yanagida, que tinha visto tudo isso, disse essas palavras como se estivesse
cuspindo grã os de areia. Por alguma razã o, ele parecia muito infeliz.
“Eu digo, Itami. Agora que estamos assim, é melhor eu confessar. Te odeio.
Sempre te odiei e agora te odeio ainda mais.”
Assim como ele estava se perguntando o que ele diria, Yanagida saiu cuspindo
uma torrente de insultos. Entã o guardou a caneta-tinteiro e o caderno de volta no
bolso da camisa e olhou para Yao, ajoelhada diante de Itami.
"Quem diabos você pensa que é? Você está completamente desmotivado, mas
chegou ao meu posto por acaso? Se for esse o caso, para que diabos eu tenho
trabalhado? Certamente, o JSDF é uma organizaçã o militar, e recompensar o sucesso
nas operaçõ es reais é natural. Mas você nã o acha que um sujeito como você, que faz
o que quer e zomba do meu trabalho duro pelas minhas costas, está sendo muito
astuto? É por isso que espero que você tenha dificuldade. Espero que você continue
se deparando com situaçõ es problemá ticas. Espero que você encontre perigo.
Espero que você tenha que escrever cartas para os pais de seus subordinados,
dizendo: “Infelizmente, seu filho teve infortú nio na Regiã o Especial e faleceu”! Isso
deve combinar com o meu trabalho á rduo. você nã o acha? Huh?
Mas agora, o que é isso? Por ser um assunto pessoal, você nã o pode envolver
P a g e 65 | 212
seu pessoal?
Você está fazendo isso para o benefício da naçã o? Ou você está apenas dizendo
isso para salvar sua pró pria cara?
Depois que a gente sai da unidade, a gente nã o consegue fazer nada sozinho.
Seria engraçado se pudéssemos! Mas você, por que as pessoas ainda te seguem?
Por que você, e somente você, pode encontrar pessoas dispostas a acompanhá -lo?!
Merda, estou chateado. Droga."
******
Tuka franziu a testa ao ver Yao e Itami disse: “Esta mulher deveria fazer muitas
coisas, mas agora ela desistiu e está voltando para sua aldeia. Já que está no caminho,
vamos dar uma carona para ela.”
Nem Rory nem Lelei falaram nada sobre a mentira. Yao concordou ansiosamente
com a histó ria de Itami, abaixando a cabeça e dizendo: “Estarei sob seus cuidados por
um tempo.”
Tuka estava infeliz porque o que ela pensava que seria uma viagem para duas
pessoas havia juntado um monte de companheiras de viagem ao longo do caminho.
No entanto, Rory e Lelei eram amigas íntimos, entã o ela estava feliz por poder viajar
com elas. Era um tipo de alegria diferente de apenas viajar com o pai, entã o seu â nimo
logo se recuperou.
P a g e 66 | 212
O povo de Arnus Town se reuniu para despedir Tuka, Lelei e Rory, que estavam
fazendo as malas.
Lelei deixou a direçã o do ALC para Kato e disse as crianças que, se tivessem
algum problema financeiro ou administrativo, deveriam conversar com Kato.
Nesse momento, o som de uma buzina fez a parede de pessoas que os cercava
ceder. Depois disso, Yanagida parou o HMV que dirigia na frente de Itami.
“Ei, Itami. Eu fiz você ver um lado embaraçoso de mim agora. Por favor,
esqueça.”
“Isso serve.”
Depois que Yanagida terminou, ele desligou o motor e saiu do veículo. Como se
o substituísse, Lelei subiu no banco traseiro, enquanto Rory se sentava
nervosamente no HMV. Naturalmente, o assento do comandante do veículo era o de
Tuka.
“Estou pronta.”
P a g e 67 | 212
E assim, essas pessoas partiram de Arnus em um HMV.
******
Podia-se ver a cidade de Arnus das enfermarias. O velho, deitado em sua cama,
observava o veículo sair da cidade.
Seu olho que havia perdido a luz estava coberto com um tapa-olho. Seu braço e
perna esquerdos foram feitos pelo homem. Depois de se vestir, apertou o botã o para
chamar a enfermeira.
“O que aconteceu?”
“Nada, só quero dizer que tenho escondido algo sobre mim por um tempo.”
“Nã o é nada, eu apenas senti que, como o jovem já mostrou sua coragem, como
um velho como eu poderia continuar me escondendo aqui?”
******
Os capatazes anõ es tinham orgulho das casas que construíam. Eles estavam
confiantes de que nã o eram inferiores ao alojamento temporá rio do JSDF.
P a g e 68 | 212
O chã o era de pedra e a cama de madeira. A primeira vez que ela o viu levou um
choque, porque o lugar que deveria estar cheio de palha estava cheio de travesseiros
e cobertores de algodã o.
Além disso, este lugar ainda tinha mó veis como uma pequena escrivaninha e
armá rios, e uma pequena cozinha também. As janelas foram penduradas com cortinas
coloridas. Mas o mais inacreditá vel era que tudo isso era para uso pessoal de Delilah.
Quando ela pensou sobre este lugar, ela ficou tã o comovida que teve vontade de
chorar.
Era difícil acreditar que uma Coelhinha Guerreira como ela pudesse ter tanta
sorte.
Mesmo na Casa Formal, que era conhecida por tratar bem os demi-humanos, as
empregadas ainda tinham que dormir juntas em um grande dormitó rio, e mesmo as
pessoas mais velhas tinham que dividir um quarto para duas pessoas.
Depois disso, Delilah foi designada para treinar as novatas e assim, ela se tornou
a garçonete-chefe. O novo título veio com um aumento de salá rio e um quarto
pró prio.
Além disso, ela podia se orgulhar das cartas que escrevia para os amigos em
casa. Para nã o sobrecarregá -los com o custo da resposta, ela também incluia o selo
de retorno junto a elas.
P a g e 69 | 212
Ela havia enviado uma carta de recomendaçã o à House Formal, esperando que
eles pudessem recomendar suas amigas para empregos em Arnus.
Pela manhã , ela acordou um pouco mais tarde do que de costume para fazer a
cama, e abriu as portas do refeitó rio quando já era quase meio-dia. Ela trabalhava
muito, conversava com os clientes, fechava por volta da meia-noite e voltava para
casa para dormir.
Ela nã o precisava se preocupar de onde viria sua pró xima refeiçã o. Ela também
nã o precisava se preocupar com um lugar para dormir.
Na verdade, ter muito tempo livre era frustrante. Ela vivia cada dia como se
estivesse sonhando.
No entanto, a carta que ela recebeu ontem à noite foi completamente diferente
de suas expectativas.
“Por que, por que Italica enviaria um pedido como este para mim?”
“Por que?!”
Por que a Casa Formal emitiu uma ordem como essa? Era impossível para eles,
com seus vínculos com o JSDF, fazer tal coisa. Além disso, estavam supervisionando o
processo de paz com o Japã o, entã o uma ordem como essa era duplamente
impossível.
Isso porque era um comando emitido pelos agentes secretos da Casa Formal.
P a g e 70 | 212
Delilah considerou a ordem conflitante, sua situaçã o atual e sua pró pria felicidade, e
tudo o que pô de fazer foi segurar a carta diante dela sem se mover.
Ela precisava falar com alguém sobre isso. Mas a quem ela poderia recorrer?
Seus colegas? Nã o. Seu chefe, o chefe de cozinha? Nã o. Seria melhor ela procurar
Itami e os oficiais do ALC.
Assim que ela pensou isso, o som do motor do HMV veio de fora de sua janela.
Mas quando Delilah abriu a janela, o veículo com Itami havia sumido.
P a g e 71 | 212
“Oh deuses. Ó apó stolos que separam os céus e a terra. Eu ofereço a você esta
oraçã o. Minha carne eu ofereço para se tornar um ser de chama sacrificial.”
Enquanto Delilah recitava sua oraçã o, ela encarou o pequeno altar em sua mesa.
Ela caiu de joelhos diante da vela que representava os deuses. As pontas de suas
longas orelhas de coelho quase tocavam o chã o.
Seu belo rosto estava coberto de maquiagem camuflada e ela segurava uma
espada curta enegrecida por carvã o.
Nesta sociedade, sua rainha de sangue puro tinha autoridade absoluta sobre as
P a g e 72 | 212
tribos, assim como muitos subordinados dos Coelhinhos Guerreiros. Havia também
um pariato de nobres que existia para apoiar a rainha. No entanto, isso apenas
representava sua posiçã o e linhagem, ao contrá rio dos patrícios do Império, cujo
status era transmitido por linhagem familiar. Isso porque os Coelhinhos Guerreiros
nã o tinham o conceito de família. Havia muito poucos homens nascidos para
sustentar uma linha familiar adequada. Os Coelhinhos Guerreiros eram uma raça
extremamente fértil, mas produziam muito poucos machos. Assim, os machos eram
raros e por serem raros, todos os descendentes de sangue puro nascidos dos machos
de uma tribo se tornariam imediatamente candidatos reserva para a rainha.
No entanto, seu país foi destruído pela traiçã o de sua rainha. O Império os
atacou.
Nã o foi uma ofensiva militar, mas foi mais como uma caçada. De fato, o objetivo
do Império nã o era territó rio ou riqueza, mas os pró prios Coelhinhos Guerreiros.
Eles começaram uma guerra para capturar as belas Coelhinhas Guerreiras para que
pudessem vendê-las e usá -las como escravas.
P a g e 73 | 212
pelos soldados imperiais e entã o suas orelhas foram cortadas ao meio no lugar de
uma marca de escravos. Depois disso, eram vendidos como escravos nos mercados,
como vegetais.
Eles abandonaram suas casas e se espalharam aos quatro ventos para escapar
da captura pelo Exército Imperial. Sobreviver dia apó s dia exigia todas as suas
forças. Eles roubaram e venderam seus corpos apenas para obter a comida de que
precisavam para sobreviver. Alguns deles preferiram cortar as orelhas e se render a
viver uma vida tã o miserá vel.
Ninguém sabia se era um hobby ou porque ele tinha a mente aberta, mas quem o
conhecia geralmente concordava: “Deveria ser um hobby”. Isso porque ele preferia
belezas demi-humanas a garotas humanas.
Na verdade, foram vá rias Catgirls e Medusas que receberam suas afeiçõ es. No
entanto, quando questionadas sobre o conde, todas sorriam alegremente, mas com
uma pitada de amargura, e nã o diziam nada. Como tal, a verdade estava envolta em
mistério.
Mais tarde, quando Myui tinha idade suficiente para herdar a Casa, ela ouviu das
empregadas mais velhas sobre o pensamento de seu pai e as coisas tolas que ele
disse. No entanto, Myui nã o pô de divulgar essas palavras. Afinal, ela tinha que
proteger a reputaçã o de seu pai, entã o ela nã o poderia repeti-los casualmente.
A partir disso, ela poderia concluir uma coisa. Ele nã o havia abusado de sua
posiçã o e poder para tirar vantagem delas. Mesmo gostando de demi-humanos, ele
respeitava seu livre arbítrio e tinha a mente bastante aberta. Nã o seria errado ter
P a g e 74 | 212
uma boa opiniã o dele.
Eles decidiram como um grupo que fariam qualquer coisa para retribuir essa
bondade, nã o importa o custo.
Portanto, de acordo com as ordens da Casa Formal, ela tomou sua decisã o final.
Delilah parou de pensar e abandonou suas dú vidas. Ela agarrou a espada curta
que havia recebido para terminar sua missã o.
******
Yanagida observou Itami sair, mas seu rosto nã o tinha mais uma expressã o de
raiva. Depois de um tempo, ele deu de ombros e disse: “Cheh, nã o posso fazer nada
com ele”, antes de voltar sua mente para o modo de trabalho diá rio.
Yanagida voltou para seu escritó rio, para lidar com o trabalho extra que Itami
lhe dera.
“Em outras palavras, 'o tenente Itami recebeu informaçõ es importantes sobre
P a g e 75 | 212
recursos subterrâ neos de um morador local e devido à sua importâ ncia e urgência,
entregou seu comando ao sargento-mor Kuwabara e seguiu para as fronteiras do
Reino do Elba sob a orientaçã o do referido morador local. ' Isso está certo?"
"De fato. Desde o início, a chefia ordenou que Itami usasse suas conexõ es para
coletar informaçõ es sobre recursos e outras coisas. Esta açã o foi tomada de acordo
com esta diretiva.”
“Ah, esqueça, já que se trata de recursos subterrâ neos como petró leo e
diamantes, nã o podemos fazer muito a respeito.”
"Mm. Desde que começamos, o Gabinete está latindo: 'Encontre, encontre, ainda
nã o o encontrou?' Todas as equipes de reconhecimento aqui que falam o idioma
local estã o trabalhando o tempo todo por causa da Capital Imperial, entã o eles
tiveram sem tempo para fazer qualquer prospecçã o ou sei lá , apesar de ser um
objetivo extremamente importante.”
“Ainda assim, nã o é perigoso ir sozinho? Também ouvi dizer que dragõ es foram
avistados lá .”
Quando o Major Higaki disse isso, ele fechou os olhos e estendeu a mã o para o
carimbo.
“Desde o começo, pensei nele como um idiota. Agora, minhas suspeitas estã o
totalmente confirmadas.”
O Major Higaki olhou para fora da janela e entã o falou como se estivesse falando
consigo mesmo.
“Por que entã o, como esse cara pode ser tã o estú pido?” Yanagida ignorou a
pergunta de Higaki.
“Sério. Se for esse o caso, qual é o valor de uma vida humana? Qual é seu
propó sito?”
“Aquela garota Yao se prostrou diante de mim e me implorou para salvar seu
povo. Ela até abraçou minha perna. E ela era uma garota tã o bonita. Quando a ouvi
chorar, meu coraçã o doeu. Naquela época, eu estava confuso. Mas eu nã o agi. Eu nã o
poderia atuar. Tenho uma família para alimentar e meus subordinados têm suas
pró prias famílias. Eu nã o poderia agir casualmente.”
“Se aquele cara fizer o que você disse e mostrar o valor da humanidade… eu vou
ficar com inveja dele.”
Depois que Higaki disse isso, ele virou as costas de sua cadeira girató ria para
Yanagida. Yanagida continuou falando para suas costas.
P a g e 77 | 212
“Major. Isso é só porque sua hora ainda nã o chegou.”
******
Yanagida continuou seu trabalho.
O responsá vel pela 2ª Vara era o Coronel Imazu, responsá vel pelas operaçõ es de
inteligência na Regiã o Especial.
E entã o, eles seriam implantados de acordo com suas especialidades para coletar
informaçõ es na Regiã o Especial, realizar aná lises e avaliaçõ es de dados ou determinar
a direçã o de operaçõ es futuras. E o trabalho do coronel Imazu era coordenar tudo o
que eles faziam.
Imazu olhou para os formulá rios de solicitaçã o que Yanagida apresentou a ele.
Eram documentos post facto destinados a apoiar a legalidade da operaçã o solo do
Itami. O carimbo de Higaki já estava nesses documentos. Tudo o que Imazu precisava
fazer era assinar.
“Ianagida. Isso pode envolver recursos naturais, mas você nã o acha que é um
pouco precipitado? Parece que está sendo apressado.”
Normalmente, Yanagida faria ajustes com base nos desejos de cada filial e para
permitir que as unidades operacionais concluíssem sua missã o com sucesso, ele
poderia ter que negar certos pedidos. No entanto, ele simplesmente nã o conseguia
pensar em uma soluçã o para a situaçã o atual. Portanto, no final, ele teve que se
adaptar à situaçã o e tentar ganhar algum tempo de reaçã o.
“Bem, quando você pensa sobre isso, você nã o acha que as açõ es de Itami sã o
uma soluçã o para você?”
Certo, era mais perigoso operar com menos membros, mas eles poderiam usar
locais confiá veis para compensar o deficit de nú meros. Na papelada, eles seriam
guias. Em outras palavras, exatamente como o Itami estava fazendo.
O principal era que eles precisavam garantir que as equipes pudessem chamar
reforços se algo acontecesse. Se eles pudessem usar o SFGp e a West Brigade, seria
uma ó tima ideia.
******
Yanagida era uma dessas pessoas cujo trabalho ainda nã o havia sido feito à quela
hora tardia.
Ele ainda tinha que mostrar seus documentos ao homem mais poderoso do JSDF,
explicá -los a ele e em seguida, pedir educadamente que colocasse seu carimbo neles.
O que eu fiz para deixá-los tão bravos? Seu nervosismo e tensã o estavam
aumentando. Nã o importa o quã o elite Yanagida se sentisse, agora, ele era um mero
P a g e 80 | 212
primeiro-tenente.
"Eu sei que. Nã o estou falando sobre o motivo oficial. Você sabe o que eu quero
dizer?"
"Nã o sei. Seja oficial ou nã o oficial, Itami saiu para procurar recursos!”
“Deixando a China atual de lado, a China antiga tinha muitas pessoas e histó rias
que devemos respeitar. Por exemplo, Shen Baoxu. Ele foi um ministro de Chu durante
o Período da Primavera e Outono da China antiga. Quando o país de Chu estava à
beira da destruiçã o pelo exército Wu, ele foi ao reino de Qin para pedir reforços. O rei
Qin disse: 'A destruiçã o de Chu é problema seu. Por que, entã o, devo sacrificar os
soldados de Qin por você?' Depois disso, Shen Baoxu chorou no pá tio do palá cio Qin
por sete dias enquanto implorava por ajuda. O rei Qin foi comovido e enviou seu
exército como reforços. O que você acha?”
“Acho que foi tolice enviar o exército Qin para morrer por outra naçã o. Só um
P a g e 81 | 212
idiota faria isso.”
“De fato. No entanto, temos um idiota como esse em nosso meio.” Ltda. Kurihama
exalou e falou.
“Ele pode ser um idiota, mas ainda é um cidadã o japonês. Nã o podemos deixá -lo
solto por aí.”
“Senhor!”
“Senhor!”
“Desejo solicitar apoio aéreo. Prepare-se para todas as emergências que possam
acontecer, por exemplo, um encontro com a Besta Perigosa Tipo A da Regiã o Especial.”
“Entendido!”
Embora ele meio que entendesse o que tinha acontecido na sua frente, Yanagida
ainda estava rígido. Entã o, ele fez uma pergunta nervosa a Hazama.
Yanagida estava operando com a suposiçã o de que Itami seria queimado até a
morte. Se eles estivessem tã o dispostos a enviar suas tropas desde o início, Yao nã o
precisaria levar Tuka ao limite.
“Bem, isso nã o importa agora. Desde que Itami começou a se mover, tudo vai se
voltar contra ele. Yanagida, acredito que você fala o idioma da Regiã o Especial?”
P a g e 82 | 212
“Mm. Posso manter uma conversa simples.”
“Entã o, preciso que você vá até o centro de tratamento. Eu quero que você conheça
alguém. Sua missã o é ouvir os termos dele e depois retransmitir os nossos.”
******
E pensar que uma pessoa tã o importante estava tã o perto. Se isso fosse verdade,
esse incidente poderia levar ao desenvolvimento de relaçõ es entre o Reino do Elba e
o Japã o em um caminho vantajoso.
O que Yanagida viu foi um homem caolho com uma das mã os, jantando em sua
cama. Ele tinha um bom apetite pra alguém que parecia que deveria ter sido
hospitalizado.
“Ahhh, você veio. Enquanto esperava, escrevi uma carta ao príncipe, que está
cuidando dos assuntos de Estado em meu lugar. No entanto, duvido que ele fique
feliz em ouvir de mim. Ele provavelmente pensa que estou morta.
Quando Duran viu Yanagida, ele começou a explicar as circunstâ ncias atuais,
bem como a fazer a autorrepresentaçã o que ele havia se recusado firmemente a dar
P a g e 83 | 212
até agora.
Yanagida parecia ter uma boa compreensã o da situaçã o, entã o ele permaneceu
firme. Duran entã o decidiu voltar sua atençã o para a comida em vez dele. Ele parecia
querer controlar o fluxo da conversa, mas em vez disso o perdeu.
“Nã o fiquei muito feliz porque nã o podia beber, mas como as enfermeiras e os
médicos continuam me importunando, nã o tive escolha a nã o ser aguentar. No
entanto, a partir desta noite, poderei retirar minha comida da cantina e comê-la
aqui. Essas pessoas de Arnus estã o comendo coisas realmente boas. Parece que todo
dia é dia de festa. Essa é a verdadeira medida da felicidade de um povo.”
Embora nã o estivesse claro o que ele havia comido, a cantina em Arnus Town
deveria ter vendido refeiçõ es prontas comuns. Uma vez que os ingredientes frescos
da Regiã o Especial foram aromatizados com especiarias e temperos do Japã o, o
resultado foi delicioso. No entanto, era muito difícil imaginar que alguém chamado
de “Sua Majestade” ficaria tã o entusiasmado com uma comida tã o comum.
“Bem, a cidade abaixo também é mantida pelo meu país, entã o isso é natural.”
Depois de elogiar o Japã o neste assunto indireto, ele perguntou a Duran por que
o príncipe deixado para trá s em seu país ficaria infeliz porque o rei ainda estava
vivo.
“Ahhh, bem, aquele sujeito parece estar se afastando cada vez mais de mim a
cada dia. A vida seria muito mais fá cil para ele se eu nã o estivesse por perto. Ele nã o
P a g e 84 | 212
pareceu feliz quando viu meus mensageiros.
"Entã o é assim…"
Mesmo que um rei aprovasse uma força militar cruzando suas fronteiras, isso
nã o significava nada, a menos que o povo concordasse. Era crucial informar ao Reino
do Elba que nã o se tratava de uma invasã o.
“Dê essas cartas ao duque Cremsan e ao duque Watt. Eles sã o meus amigos
íntimos e suas localizaçõ es estã o marcadas no mapa.”
"Diga a essas pessoas para chamar os membros ú teis da nobreza para ajudar."
Yanagida nã o aceitou esses itens. Em vez disso, ele acenou com as duas mã os
em recusa. "Como eu poderia? Nã o queremos interferir nas lutas de sua família. Isso
nã o tem nada a ver com o meu país.”
“Nã o diga isso. O Reino de Elba era meu para começar. Eu simplesmente preciso
de sua ajuda para recuperá -lo para mim.”
A decepçã o se arrastou pelo rosto de Duran quando ele disse: “Eu odeio o
Império”. Pela aparência das coisas, ele parecia alimentar um profundo
ressentimento contra eles.
“Bem, mesmo que Vossa Majestade nos forneça sua ajuda, como isso beneficiará
meu país?”
“Bem, posso permitir que você cruze minhas fronteiras para matar o Dragã o de
Chamas. Que tal isso?”
P a g e 85 | 212
permissã o, é claro.”
“Que sujeito irritante. Você quer embalar minha cabeça em sal? Há pessoas que
apostam suas vidas para exterminar o Flame Dragon, e entã o há você. Qual de vocês
vem do Nihon?”
Seu diá logo ameaçador era apenas uma guerra de palavras travada pelos
interesses de seus países.
Yanagida entendeu que essa era a diferença entre ele e Hazama, e foi por isso
que este enviou Yanagida para garantir que as negociaçõ es fossem em uma direçã o
favorá vel.
Por fim, Duran decidiu parar de bancar o tolo e decidiu ir direto ao ponto para
ouvir os pedidos de Yanagida. Duran reconheceu que nã o tinha nada com o que
negociar.
“Queremos direitos sobre os recursos subterrâ neos em seu reino. Sem impostos,
é claro.”
“Bem, eu nunca disse que você tinha que dar todos eles para nó s.”
P a g e 86 | 212
“Mas—”
“Um momento. Você quer dizer metade das atuais minas de ouro?”
“Entã o, metade das minas de ouro, prata e cobre recém-descobertas e tudo mais
além delas.”
“Bem, primeiro me diga o que você quer com essas coisas além de ouro, prata e
cobre. Está ficando na minha mente. Se existem coisas valiosas além de ouro, prata e
cobre no solo do meu país, entã o por que nã o as conheço?”
Duran respondeu enquanto deixava sua tensã o ir. “Nã o quero perder.”
Yanagida murmurou que fazê-lo perder era o ponto, e entã o ele se virou para
Duran.
“Se você nã o sabe sobre eles, entã o é tã o bom quanto nã o tê-los. Por favor,
continue na sua ignorâ ncia. A menos que você queira que eu prepare o sal…”
“Eu entendi, eu entendi. Metade das minas de ouro, cobre e prata e tudo o mais
no subsolo. É que tudo bem?"
"Tudo bem entã o. Em troca, o JSDF irá escoltar Vossa Majestade de volta ao seu
reino. Quanto ao extermínio do Dragã o, esperamos que você também possa ajudar.”
P a g e 87 | 212
"Bem bem. Nesse ritmo, meu país se tornará um aliado de Nihon.”
“Vamos fazer isso, entã o. Infelizmente, sou apenas um oficial subalterno, mas os
diplomatas retornarã o da Capital Imperial em alguns dias. Nesse momento, eles
discutirã o os detalhes com você.”
Para Duran, que queria permanecer independente do Império, desde que essa
condiçã o fosse atendida, eles poderiam obter a proteçã o do Japã o.
*****
Havia uma razã o pela qual o centro médico de Arnus era chamado de “centro de
tratamento”. No Japã o, havia regulamentos para a nomeaçã o de instalaçõ es médicas.
Aqueles com menos de 19 leitos eram denominados “clínicas” ou “centros de
tratamento”, enquanto aqueles com mais de 20 leitos eram denominados “hospitais”.
P a g e 88 | 212
Haviam bancos colocados perto da entrada do centro de tratamento e uma
garota estava sentada em um deles.
Ela havia saído de sua enfermaria no hospital escuro porque nã o podia fumar lá .
Em vez disso, teve que ir para uma á rea designada para fumantes. Assim, era bastante
comum ver muitos pacientes de pijamas reunidos na entrada para fumar.
Foi uma sorte. Só por esta noite, ela queria ficar sozinha.
Isso significava: “Nã o conseguimos entrar em contato com seus pais apó s o
Incidente de Ginza. Tememos que eles nã o estejam mais neste mundo.”
“…...”
“O que é isso, você nã o disse que as linhas telefô nicas estavam desligadas?
Mentiroso.”
P a g e 89 | 212
“Estranho. Este telefone está quebrado?”
No entanto, os nú meros de seus amigos mais pró ximos estavam em seu celular,
que havia desaparecido há muito tempo. Ela também nã o conseguia se lembrar
mentalmente de seus nú meros, entã o nã o podia contatá -los.
A sorte foi que ela lembrou que um de seus conhecidos tinha um nú mero de
telefone que terminava em 1111, entã o ela apertou nervosamente o teclado
numérico.
Agora, as ú nicas coisas que ela podia sentir eram o quã o cansada e esgotada ela
estava.
Embora fosse bom que ela nã o se sentisse triste, ela nã o estava completamente
sem tristeza.
Nã o importa o que ela fizesse, nã o sentia nada. Se batesse em algo duro com a
mã o, deveria doer, mas agora sua mã o parecia nã o estar associada a ela. Havia dor,
mas nã o era a dor dela. Talvez pudesse dizer que nã o conseguia sentir a si mesma.
P a g e 90 | 212
Ela se sentia leve e flutuante, como se seu corpo nã o pudesse se acomodar em um só
lugar. Na cama, numa cadeira, olhando uma á rvore, socando uma parede, batendo a
cabeça, nada disso adiantou.
Quando ela pensou sobre isso, fez sentido. Ela nã o tinha ideia do que aconteceu
com seu amante que foi sequestrado junto. Ela pensava nele todos os dias e apó s o
resgate, descobriu que toda a sua família estava morta e ela nem tinha mais casa. Nã o
seria estranho se ela tivesse mudado.
Certo, é apenas natural mudar. Enquanto Noriko pensava sobre isso, ela decidiu
tentar se acalmar caminhando até a entrada do centro de tratamento e fumando um
cigarro.
Ela cuspiu o cigarro enquanto exalava, e entã o pensou. “Eu poderia muito bem
morrer agora.”
E pensar que ela realmente disse isso, e em um tom tã o casual. Ela se perguntou
por que pensaria em tal coisa. Ela tentou pensar na maneira como morreria, para que
estremecesse, mas no final nem isso aconteceu. Apenas-
“Entã o, você quer morrer? Isso é bom,” a voz de uma mulher disse em um tom
reconfortante.
“Quem é?”
“Falando nisso, você se chama Noriko? Vai ser problemá tico se você nã o for…”
Uma coelha guerreira estava na frente de Noriko. Ela estava vestida com um
disfarce assustador, e as linhas femininas de seu corpo irradiavam um ar fascinante.
P a g e 91 | 212
“Entendo... vou morrer...”
“Desculpe. Eu realmente sinto muito. Pode doer um pouco, entã o, por favor,
aguente. Nã o dó i tanto assim.”
“Argh. Eu nã o sei como torná -la indolor. O que devo fazer... bem, eu poderia
tentar te matar o mais rá pido possível. Tudo bem?”
“Eu esperava que você resistisse ou fugisse porque nã o queria morrer, e estava
preparada para persegui-la e matá -la, mas nunca esperei que você me dissesse para
fazer isso.”
Ela parecia tentar dizer alguma coisa, a julgar pelo jeito que estava coçando a
parte de trá s das orelhas.
Por alguma razã o, esse movimento lembrou Noriko da outra Coelhinha Guerreira
que ela tinha visto antes, e Noriko riu.
O nome que Noriko mencionou sem pensar fez a outra mulher congelar. “Você...
qual nome você acabou de dizer?”
A espada pressionada contra sua garganta ficou lá , sem se mover, até que Noriko
P a g e 92 | 212
olhou para a mulher à sua frente novamente e perguntou: “O que há de errado?”
Entã o-
“Você aí, o que está fazendo?!” A Coelhinha Guerreira moveu-se por reflexo.
Yanagida apontou sua pistola 9mm para o alvo e puxou o gatilho três vezes, sem
hesitar. No entanto, os movimentos á geis da Coelhinha Guerreira foram muito mais
rá pidos do que Yanagida esperava. Ela deu uma cambalhota no ar e evitou as balas, e
entã o balançou sua espada para baixo para ele.
Enquanto seguia o alvo pulando em seu campo de visã o, ele perdeu o equilíbrio.
O meio passo que deu para trá s salvou sua vida.
A ponta afiada da espada cortou seu queixo e acertou a ponta de sua bota.
Yanagida deu um chute na Coelhinha agachada, que tinha quase a altura de sua
barriga. As tampas de aço em suas botas qualificavam-se como uma arma letal. No
entanto, ela saiu do caminho e ficou fora do alcance da espada dele.
Yanagida apontou sua pistola para o Coelhinho Guerreiro novamente, mas ele
nã o conseguiu mantê-la sob sua mira. Ela evitou seu objetivo como se desviasse de
uma espada ou lança. Embora nã o pudesse fugir de uma bala depois de disparada, a
pessoa que segurava a arma era um humano e ela podia se mover mais rá pido do
que ele poderia mirar. Essa era uma técnica possível para um mestre espadachim.
“Cheh—”
Para evitar o cano de sua arma, a Coelhinha Guerreira caiu no chã o e entã o
disparou para frente em Yanagida, apontando sua lâ mina para a cintura dele.
P a g e 93 | 212
“Aí está você!”
O impacto o fez puxar o gatilho. Mas, felizmente, sua mira estava apontanda
para as costas de seu oponente. Yanagida nã o precisava mirar, entã o ele continuou
puxando o gatilho, nã o parando nem mesmo depois que seu pente estava vazio.
P a g e 94 | 212
O depó sito subterrâ neo escuro era iluminado à luz de velas. O ar estava pesado
de umidade, e as paredes de pedra geladas sugavam o calor do corpo. A luz e o som
eram mantidos do lado de fora por paredes grossas e resistentes. Aqui embaixo
havia apenas a escuridã o infernal. Nesse lugar, a ú nica coisa que poderia parecer
familiar era...
Apó s longos anos de uso, toda a cadeira rangeu. Além disso, havia ficado muito
tempo onde estava, entã o havia uma espessa camada de poeira sobre ela.
O antigo mordomo da Casa Formal estava sentado nesta cadeira que estava
prestes a desmoronar. O suor escorria de sua testa e ele ofegava pesadamente. Ele
parecia estar olhando para a escuridã o.
Vá rias pessoas surgiram da escuridã o, e uma delas deu um tapa forte no velho
mordomo.
“Ai!”
O tapa ecoou na parede, seguido pelo grito do mordomo. O lado de seu lá bio se
partiu, vazando sangue vermelho vivo.
“Bartolomeu. Já sabemos que você enviou uma carta falsa em nome de Lady
Myui.
“Eu, eu nã o sei. Nã o fui eu. Definitivamente nã o fui eu. Por favor acredite em
mim!"
P a g e 95 | 212
“Por favor, diga a verdade. Ainda nã o é tarde demais.
Depois disso, o mordomo foi espancado vá rias vezes, mas mesmo assim se recusou a
falar.
“Realmente nã o fui eu, nã o sei de nada! Além disso, por que você está
suspeitando de mim? Trabalho aqui há mais tempo do que todos os outros. Deve
haver muito mais pessoas que sã o mais suspeitas do que eu. Qualquer um poderia ter
entrado no estudo!”
“Mas você era o responsá vel pelo selo da casa. Estou errada?”
Á urea deu um passo à frente. Como uma Medusa, seu cabelo podia absorver a
energia de suas vítimas e ao mesmo tempo, sondar seus pensamentos e memó rias. O
problema era que absorver tanta energia de alguém iria matá -lo.
A empregada chefe olhou para o canto do depó sito subterrâ neo, para a figura
sombria que parecia supervisionar o interrogató rio.
O objetivo desse interrogató rio era mostrar que a Casa Formal e sua fiadora Piñ a
eram inocentes. No mínimo, eles tiveram que convencer todos os presentes. Embora
Aurea insistisse: “Se eu ler sua mente, saberemos a verdade!” eles nã o seriam capazes
de convencer ninguém sem provas.
Mamina, que estava do outro lado da sala, tremia de raiva. Entã o, ela falou com
uma voz irada.
P a g e 96 | 212
"Por favor pare! Ele é apenas um suspeito. O que aconteceria se você o matasse
por raiva? As pessoas podem pensar que está vamos tentando silenciar uma
testemunha!”
Mamina estalou a língua em frustraçã o, entã o deu um passo para trá s, seus
ombros e orelhas balançando antes de se encostar na parede.
O que Delilah fez abalou toda a cidade de Arnus. Embora fosse uma cidade em
desenvolvimento, todos sabiam de tudo quando os PMs começaram a investigar o
quarto de Delilah no albergue dos trabalhadores.
Depois disso, todos começaram a especular: “Parece que Dalila fez alguma
coisa”, e entã o o aprendiz de Anã o no hospital disse: “Uma Coelhinha Guerreira e
Yanagida entraram no hospital, cobertos de sangue!” e "Delilah esfaqueou
Yanagida!". Depois de reunir essas informaçõ es, elas começaram a se espalhar como
fogo.
Kikuchi, dos MPs, veio entrevistar o chefe de cozinha depois que este o
contatou, e o chef disse: “Mm, desde o início, ela estava sempre ansiosa para xeretar
por aí”.
No entanto, a Casa Formal nã o poderia fazer isso. Os PMs encontraram uma carta
no quarto de Delilah que ordenava que ela realizasse um assassinato. A carta foi
escrita em papel timbrado exclusivo da Casa Formal e carimbada com o selo dela,
ordenando que ela matasse uma garota chamada Noriko.
P a g e 97 | 212
Atualmente, a Casa Formal era um territorio neutro entre o Império e o Japã o.
Essa neutralidade permitiu que ela permanecesse pacífica e pró spera. Portanto,
qualquer tentativa de sabotar sua relaçã o com o Japã o seria como atirar nos
pró prios pés.
Além disso, na remota possibilidade de que uma ordem como essa tivesse que
ser dada, eles nunca permitiriam que alguém soubesse, mas a cumpririam
diretamente. Na Regiã o Especial, deixar para trá s a prova escrita de uma ordem de
assassinato era o cú mulo da estupidez. No entanto, quando ela ouviu a verdade, a
empregada-chefe nã o pô de deixar de pensar que a Casa Formal estava condenada.
Houve inú meros exemplos de tais incidentes na histó ria da Terra e da Regiã o
Especial. Por exemplo, pessoas deixando para trá s espadas com brasõ es de família
na cena de um assassinato, ou cartas amaldiçoando o rei de um país, e até mesmos
suspeitos sem memó ria do crime foram usados como evidência. Além disso, também
era fato que Delilah era uma espiã da Casa Formal. No entanto, eles nunca teriam
ordenado que ela matasse uma garota japonesa. A Casa Formal foi inflexível quanto
a isso. Afinal, eles nem sabiam que havia uma garota chamada Noriko. No entanto,
com isso em mente, eles nã o conseguiram descobrir quem deu a Delilah suas falsas
ordens.
Claro, o mordomo nunca admitiria ter enviado aquela carta. Ele era um membro
da casa do Conde, e se um desastre acontecesse na Casa Formal, ele também seria
pego. No entanto, certamente ele seria o ú nico com a chance de usar o selo da casa e a
papelaria da Casa Formal, certo?
P a g e 98 | 212
"É o suficiente."
Assim que Youga estava prestes a falar, uma batida veio da porta do armazém.
O homem cuja excitaçã o estava fora de lugar nesta masmorra sombria e sinistra
era um oficial médico (1º Tenente) no JGSDF. No entanto, suas palavras pareciam
aliviar a atmosfera opressiva aqui. A empregada chefe e as outras criadas se
perguntaram o que Youga faria.
“E agora…”
Youga pediu a Persia e à s empregadas que recuassem e entã o olhou para o rosto
do velho mordomo.
Isso fez o mordomo gemer: “É , é mesmo. Entã o, por favor, me escute. Eu, eu nã o
sei de nada.”
“Entã o, você disse que nã o reconhece a carta que foi enviada para Delilah, certo?”
"É assim? Se você se lembra, você deve nos dizer agora. Aqui, olhe mais de perto.
Youga indicou as impressõ es digitais na carta.
“Essas marcas devem ser familiares para você como, hm, como devo dizer... ah,
marcas de garras. Estas sã o impressõ es das pontas dos dedos. A presença deles em
um objeto indica que o dono dessas impressõ es digitais já tocou nele antes.”
“O que é isso? Por que você está resistindo a nó s? Vai acabar em um momento se
você apenas cooperar. Tudo o que você precisa fazer é provar que essas impressõ es
digitais nã o sã o suas e você será absolvido de culpa.”
P a g e 100 |
212
O velho mordomo cerrou os dentes, tentando desesperadamente manter as mã os
fechadas.
“Nã o fui eu. Nã o fui eu. Nã o fui eu, realmente nã o fui eu,” o mordomo murmurou
enquanto ela tremia incontrolavelmente.
“Hmm ~ bem, isso é uma pena. Parece que você contou uma mentira. Você
poderia nos dizer por quê?”
O mordomo nã o sabia o que o médico ia fazer e olhou surpreso para seus braços.
Nesta fase, Persia e Mamina estavam dispostas a ajudar em qualquer tarefa. Elas
prenderam os braços do mordomo para que nã o pudessem se mover. A criada-chefe
observava em silêncio. Ela teve a sensaçã o de que Youga poderia arrancar a verdade
dele.
“Esta é uma droga chamada amobarbital. Uma vez injetada em seu corpo, você
perderá a capacidade de pensar e responderá a todas as perguntas,
independentemente de sua vontade. Nada mal, certo? Nã o importa o que você queira
fazer, esta droga vai fazer você falar. Entã o você nã o estará quebrando seu acordo
com quem o empregou.”
"Vá em frente."
*****
O relató rio dizia: Existe uma organização clandestina que busca prejudicar as
negociações de paz entre o Japão e o Império. Este incidente foi instigado por alguém
que enviou uma ordem falsa a um dos espiões da Casa Formal.
Depois de questionar o velho mordomo, eles tiveram certeza de que foi ele
quem vazou o papel de carta da Casa Formal. No entanto, seu contato em Itá lica
havia fugido. Havia alguns vestígios, mas essa linha da investigaçã o terminou em um
beco sem saída.
P a g e 102 |
212
Manter a compostura em um estado de confusã o.
Nenhum amador poderia fazer isso. Imazu sentiu profundamente a importâ ncia
da inteligência humana, além de outras formas de coleta de informaçõ es.
Ele trabalhou duro para reunir pessoas adequadas para isso, como ternos do
Ministério da Defesa, diplomatas, oficiais de gabinete, bem como homens do
Departamento de Segurança Pú blica. Imazu os reuniu aqui hoje para pedir suas
opiniõ es.
"Certo. Ela nã o é uma atriz ou uma celebridade. Ela é alguém que quase
ninguém na Regiã o Especial conheceria, o que reduz bastante a lista de suspeitos.
Além disso, o inimigo conhece seu rosto bem o suficiente para uma descriçã o, entã o
nã o pode ser uma questã o de olhar rá pido.”
"De fato. No entanto, também precisamos considerar que é isso que a oposiçã o
quer que pensemos. Precisamos considerá -lo e todos ao seu redor. Perguntaremos a
Mochizuki Noriko sobre quaisquer relacionamentos que ele possa ter com outras
pessoas e em seguida, os investigaremos minuciosamente.”
“Deve haver pessoas que estã o insatisfeitas com as negociaçõ es de paz entre o
Império e o Japã o.”
P a g e 103 |
212
“Ainda acho que é Zorzal.”
Eles leram os relató rios de Sugawara sobre os patrícios e como tal, sabiam que
Zorzal fazia parte da facçã o pró -guerra e nã o queria a paz com o Japã o.
“Ah, outra coisa. Nosso inimigo também sabe que a Casa Formal enviou espiõ es
para Arnus.”
“Bartolomeu foi apenas um peã o de sacrifício nisso. Uma rá pida olhada teria
desenterrado muitas coisas suspeitas. Na verdade, o mais suspeito é que ele nã o
fugiu”.
De acordo com o relató rio de Youga, a fraqueza de Bartolomeu eram suas dívidas
e mulheres. Comerciantes viajantes podiam comprar papel em branco com o brasã o
da Casa Formal por um preço alto e depois que o inimigo o encurralava, podiam
manipulá -lo à vontade. Portanto, o inimigo também era aquele que poderia agarrar e
tirar proveito de suas dívidas e de seu desejo por mulheres.
“Falando nisso, quanto tempo a informaçã o leva para viajar de Itá lica até a
Capital?”
“Ahh, é irritante quando nã o temos informaçõ es. Pela distâ ncia, eu diria, 10 a 13
dias?”
“Isso nã o inclui eles se movendo à noite, mas deve ser mais ou menos isso.”
“O agente inimigo sabia que Delilah entraria em açã o hoje. No entanto, ele nã o
sabe como terminou. Portanto, o inimigo deve tentar reunir o má ximo de informaçõ es
possível.”
P a g e 104 |
212
“Ahh…”
Depois de ouvir tudo isso, Imazu teve uma boa ideia de sua direçã o-geral. No
entanto, ele nã o poderia tomar essa decisã o sozinho. Portanto, ele perguntou a todo
o 2º Ramo: “O que devemos fazer?”
“Embora provavelmente haja espiõ es na Casa Formal, seu nú mero deve ser
limitado. Sendo assim, devemos alimentar o conde com informaçõ es falsas. Depois
disso, seguiremos as pistas e descobriremos onde o inimigo está escondido. É antigo,
mas bom.”
“Isso deve assustá -los. Quem sabe, eles podem até tomar medidas diretas
contra as negociaçõ es.”
Ao dizer isso, ele produziu uma lista de nomes do pessoal despachado para a
Capital Imperial.
“Delilah era uma boa menina. Ela era a flor da nossa cantina.”
*****
Kurata suspirou. Até agora, ele nã o conseguiu superar o obstá culo dos
comerciantes imperiais. Até chegar perto deles era difícil. Ele estava sem ideias.
“Na verdade, Sua Alteza tem organizado banquetes em vá rias casas de patrícios.
Como nã o sã o oficiais, até mesmo um comerciante menor como eu tem a chance de
fazer negó cios. Você deve saber o resto, certo?”
“Vou dar prioridade à s coisas que você pediu. Entã o, quando você quer que eu
envie? E a localizaçã o? Seus caras vã o entregá -lo ao chef, certo?”
“O que você quer dizer? Essa é uma maneira estranha de fazer uma transaçã o…”
“Oho, meu espírito de vendedor está queimando! Estou contando com você. Se
isso continuar, estarei envolvido, mesmo que seja apenas um monte de sobras.
Negó cio FECHADO!”
P a g e 107 |
212
Os dois apertaram as mã os novamente.
** ****
Ele havia se infiltrado nesta cozinha como chef substituto. As empregadas com
quem ele estava conversando estavam ocupadas correndo de um lado para o outro
entre a cozinha e as mesas dos convidados. Furuta respondeu:
“Tudo bem. Em troca, por que você nã o me apresenta alguns dos convidados? A
maioria dos entendidos tem seus pró prios gostos preferidos. As senhoras, por
exemplo, preferem coisas mais doces. E, se possível, espero que você possa entrar
em detalhes, além de me dizer de onde eles sã o.”
“Mais detalhes seria melhor. Oficiais jovens geralmente preferem sabores mais
salgados, enquanto você precisa reduzir o ó leo e o sal para soldados mais velhos e
temperar com especiarias. Se possível, gostaria de saber seus nomes também.”
Depois que a empregada terminou, ela pegou a bandeja de carne que Furuta
acabara de assar e a levou de volta ao banquete.
O grande grito assustou Furuta por um momento. Afinal, ele era um infiltrado,
entã o tinha que ter cuidado para nã o ser descoberto. O medo de ser exposto apertou
seu coraçã o.
E entã o, Zorzal percebeu que os outros chefs estavam olhando para Furuta. Ele
P a g e 108 |
212
caminhou em sua direçã o com uma velocidade surpreendente.
“Eu estive procurando por você por um tempo. Acho que você cozinhou na festa
da Piñ a, certo? Nã o, eu sei disso. Nã o consigo esquecer esse sabor.”
“Eh, ah, sim, já cozinhei para a princesa Piñ a antes.” Furuta se endireitou e ficou
parado.
“Eu sabia. Este sabor é fantá stico. Na verdade, tenho um trabalho para você.
Venha ao palá cio amanhã . Você pode fazer isso, certo?”
Isso era o mesmo que dizer: “Nã o aceito nã o como resposta”. Já há algum
tempo, a atitude de Zorzal era de um orgulho que nã o admitia recusa. Entã o Zorzal
pegou a carne recém-preparada de Ma Nuga e foi embora.
Furuta estava rígido de tensã o. Apenas observar Zorzal partir era tudo o que ele
podia fazer.
Depois disso, a Coelha Guerreira que Zorzal estava puxando atrá s dele deu a
Furuta um olhar que parecia mais uma avaliaçã o.
P a g e 109 |
212
A julgar pelo que a empregada disse, Furuta nã o era o ú nico a quem ela olhava
daquele jeito.
******
Dois jatos Phantom voaram pelo céu da Regiã o Especial, como espadas de prata.
Acima das nuvens.
O sol brilhava sobre eles, tendo como pano de fundo um céu azul. Sem nada para
bloquear a luz do sol, as peles de metal dos jatos Phantom esquentaram sob os raios
escaldantes do sol.
O piloto Kamikoda manteve sua consciência situacional com eficiência mecâ nica.
Atrá s e ao lado, seus companheiros de aeronave estavam encarregados de determinar
seu rumo.
"Oh..."
“Roger.”
Como nã o havia rede de navegaçã o GPS aqui, eles tiveram que confiar em mapas
e pontos de referência, bem como em sua posiçã o calculada por seus instrumentos.
Depois disso, eles determinariam sua direçã o e finalmente, traçariam seu curso com
base nos boletins meteoroló gicos e no consumo de combustível. Kurihama lidou com
P a g e 110 |
212
tudo isso, exceto para operaçõ es de combate.
Por causa disso, eles poderiam mostrar todo o poder dos Phantoms. Por causa
disso, Kamikoda e os outros podem estar aqui.
“Já faz três dias. Devemos ser capazes de vê-lo agora, certo?”
“Bem, se você ver, nã o lance um ataque. Vamos apenas avaliar sua capacidade de
luta.”
“Entendi.”
“Ei, chega, jii-san, você está muito velho para palavras como essa. Cuide-se um
pouco, ok?”
Assim que Nishimoto fez sua piada, houve um ping nos sensores.
“Oh.”
O horizonte surgiu à sua frente como uma parede. Isso estava correto. Era como
uma parede. As poderosas forças G esmagaram seus corpos enquanto eles
mergulhavam em direçã o ao solo através de um buraco nas nuvens.
“Huh. Alvo em 180, altitude inalterada. Está perto e definitivamente está vivo. Os
retornos do radar sã o muito fracos. Seu RCS é pequeno o suficiente para ser
considerado uma aeronave furtiva.”
“Hmm, em outras palavras, precisamos nos aproximar. Tudo bem, faremos isso
seguindo as regras e atacando por trá s”.
Ele respirou com o diafragma para resistir aos Gs e ao mesmo tempo, terminou
seus preparativos, junto com seu copiloto.
O outro aviã o estaria orbitando bem acima para observar a batalha. Além disso,
P a g e 111 |
212
dariam suporte caso fosse necessá rio. Além disso, nã o se moveria muito para
completar sua missã o.
“Alvo avistado. Identificado como Regiã o Especial Tipo A Dangerous Beast, AKA
Dragon. Alvo confirmado.”
“Roger.”
“Isso porque ele pode flexionar seu corpo. Parece que nã o podemos brigar com
ele.
P a g e 113 |
212
“Ainda subindo em 3600, 3700, 3800 com asas. Seu impulso para a frente é
muito maior do que o esperado.”
Como esperado, o dragã o deu início à perseguiçã o, mas parecia entender que
nã o poderia subir rá pido o suficiente, entã o desistiu da perseguiçã o e pairou no ar.
“Pela sua mobilidade, parece ser o mesmo que um helicó ptero de ataque. Muito
inteligente também.
“Ah, basicamente.”
P a g e 116 | 212
“Hm, entã o agora deve ser a nossa vez.”
O queixo de Kurihama estava tremendo quando ele disse isso. Afinal, Kamikoda
havia levado a fuselagem ao seu limite vá rias vezes.
Assim que Kamikoda disse isso, ele dirigiu seu aviã o até que estivesse de frente
para o Dragã o. O caça Phantom estava se aproximando rapidamente dele.
Ele podia ver o rosto do Dragã o no HUD.
“Parece que só tem um olho. Coloque-nos em rota de colisã o.” O corpo do dragã o
cresceu rapidamente em seu campo de visã o.
“Esta é uma boa informaçã o”, disse Kurihama. Dito isso, ele nã o sabia o quã o ú til
seria aquele ponto cego do Dragã o quando eles se aproximassem.
A barreira do som quebrou, criando uma explosã o e uma onda de choque. Isso foi
um jogo de galinha.
******
“Nã o temos muitas peças sobressalentes e muitas delas estã o chegando ao fim
de sua vida ú til.”
Foi pura sorte eles terem evitado suas garras afiadas como navalhas. Kamikoda
cerrou os punhos.
“Seu idiota, você acha que um lagarto gigante se preocupa com isso? Além disso,
esse cara pode ser uma fêmea.
P a g e 118 | 212
A chuva caía do céu, transformando a estrada em um rio.
O céu estava escuro e nublado, o que tornava difícil dizer onde estavam os
buracos debaixo d'á gua. Cada vez que uma roda afundava em uma, o HMV balançava
fortemente.
Uma vez atolados na lama, seria difícil sair. Itami julgou que continuar na chuva
seria muito perigoso, entã o desligou os motores do HMV para fazer uma pausa.
“A chuva por aqui está muito forte. Embora estivesse claro pela manhã , acabou
assim em um instante...”
Depois de ouvir Yao dizer isso, Itami decidiu esperar que o tempo melhorasse
antes de seguir em frente.
Itami abriu a porta, fazendo com que a chuva acumulada na lona do telhado
balançasse. As laterais do HMV estavam abertas para os elementos, entã o o vento e a
chuva sopravam de lá . Como o sol nessa regiã o era bem forte, ficar com as laterais
abertas era a melhor opçã o.
Ao longo do caminho, Itami perguntou a Yao sobre a rota que ela havia feito
para Arnus, a fim de saber o que os esperava.
P a g e 119 | 212
Ela partiu da vila de Modabarden, depois fez uma curva para o sul ao redor da
base do Monte. Colro, passando pelas planícies de Terilia, passando por Metabal,
Gremina, Hebrae e Tongut.
Itami desenhou uma linha curva que conectava todos os lugares que Yao
mencionou. Eles voltariam por esse caminho até a casa de Yao.
Se o que ela disse fosse verdade, isso significava que ela estaria coletando
rumores nas ruas e aldeias, e depois disso ela teria chegado a Arnus um mês depois.
Desse ponto de vista, o tempo que ela passou em Arnus teria sido muito curto.
“Depois disso, contornei a base do Monte Colro para nã o ser notada pelo Dragã o
e segui o riacho em frente. Bem, nã o importa se você está indo ou vindo, é difícil em
ambas as direçõ es.”
P a g e 120 | 212
Dois terços do leito de carga foram ocupados por latas de combustível e
caixotes contendo LAMs (lançadores de foguetes antitanque de 110 mm), grandes
quantidades de explosivos, todo tipo de equipamento, muniçã o, comida e á gua.
Tuka tinha piorado desde que partiram de Arnus. Entã o, novamente, fazia
sentido quando alguém pensava sobre isso. Como o pai de Tuka poderia operar um
HMV complicado com tanta naturalidade? Isso deve ter causado um grande conflito
em seu coraçã o.
Como Tuka ocasionalmente era atormentada por fortes dores de cabeça, Lelei a
colocou para dormir com magia. Graças a isso, eles podiam falar sobre coisas que
nã o podiam deixar que Tuka ouvisse.
Itami indicou um ponto no mapa e Yao assentiu. Ela traçou um círculo em torno
desse ponto com o dedo.
“Estritamente falando, seu territó rio parece abranger toda a á rea sul, que
também inclui a Floresta Schwarz.”
“Tã o grande?”
“Se você quiser encontrar o Flame Dragon, siga para o sul da Floresta Schwarz
até o Vale Lordom. O Flame Dragon caça no mesmo lugar. Podemos emboscá -lo lá .”
“Isso é verdade,” Itami assentiu. Entã o ele decidiu ir para a ravina onde ficava a
tribo de Yao.
Yao sorriu satisfeita e Itami sentiu como se pregos quentes tivessem sido
martelados nele.
P a g e 121 | 212
"Deixe-me ver se entendi. Eu nã o vou lutar lá . Se o dragã o pode voar livremente,
estamos em desvantagem.”
“Por exemplo…”
“Se você precisar de uma isca, me avise. Posso fazer com que meu pessoal ajude.
Yao falou levemente, como se fosse realmente simples assim.”
“Algo parece estranho sobre tudo isso. Por que você simplesmente nã o fugiu?
Yao respondeu: “Os humanos podem fazer isso, mas os elfos nã o.”
P a g e 122 | 212
Pensando bem, Tuka estava cuidando bem das florestas ao pé da colina de
Arnus.
“Ainda assim, está tudo bem?” Rory perguntou enquanto olhava para o Tuka
adormecida.
Claro, eles nã o poderiam dizer a Tuka o verdadeiro propó sito desta jornada.
Tudo o que eles disseram até agora foi que estavam indo para o sul, em direçã o à
aldeia de Yao.
“Ela definitivamente vai ficar brava com você por enganá -la.”
Ela ficaria. Mas o fato é que usar a fantasia de Tuka e fingir ser seu pai já a
estava enganando, de certa forma. Itami sorriu e disse: “Por que você está dizendo
isso agora, depois de tudo que passamos?”
“Bem, nã o tem o que fazer. Ela pode nos repreender todos juntos,” Rory sorriu,
antes de dar um tapinha no ombro de Itami.
******
Era muito mais profunda do que qualquer um poderia ter imaginado. Em seus
confins, troncos de á rvores caídos estavam cobertos por pilhas de folhas podres, e
sobre elas cresciam galhos de á rvores gigantescas. As raízes no chã o se sobrepunham
tã o densamente que nã o dava para ver o solo, enquanto acima delas o céu estava
bloqueado pelas copas das á rvores que se espalhavam. Foi como entrar em um
mundo diferente.
Claro, andar por aqui a pé era uma tarefa difícil, para nã o falar de realmente
dirigir um veículo. Eles nã o tinham escolha a nã o ser contorná -la. Depois de fazer
algum progresso em direçã o ao sul, eles decidiram descansar durante a noite. No dia
P a g e 123 | 212
seguinte, seguiram a borda da floresta para o oeste, antes de finalmente chegarem ao
vale de Lordom.
Como o nome “vale” sugere, a terra plana foi cortada pelo fluxo de um rio em
uma ravina estreita e sinuosa. Se eles conseguissem fazer o dragã o descer até o fundo
da ravina, poderiam fazer uma emboscada pra ele. No entanto, este lugar era muito
estreito para o dragã o se espremer.
Pensando bem, este lugar era um lugar para os Elfos Negros se esconderem. Se o
Flame Dragon pudesse caber aqui, eles estariam perdidos.
Além disso, a chuva repentina e torrencial aumentaria o nível do rio até que ele
penetrasse em suas cavernas. Eles teriam que lutar todos os dias para que seus
pertences e comida nã o fossem levados pela á gua. Seria uma vida difícil.
Apó s examinar a paisagem, Itami pegou sua pistola e desceu do veículo. Já que
este era o territó rio do Flame Dragon, ele tinha que estar preparado. Dito isso,
cartuchos de 7,62 mm eram inú teis contra ele. Ainda assim, ele examinou os
arredores com seus binó culos. Ele prestou muita atençã o ao céu.
“Entendo, entã o estamos aqui e finalmente podemos nos livrar daquela Elfa
Negra.”
A opiniã o de Tuka sobre Yao era difícil de explicar em palavras. Quanto a Yao,
ela finalmente estava em casa, entã o ela podia dar um suspiro de alívio.
Tuka olhou nervosamente para a ravina, para o rio que corria muito, muito
abaixo dela. Elfos adoravam o verde da floresta, mas nã o havia nada disso para ser
visto aqui.
O vale só tinha pedras e areia. A coisa mais pró xima da vegetaçã o aqui eram
alguns arbustos e as ervas daninhas que cobriam o solo.
Parece que ela se esqueceu de como Yao e seu povo foram atacados pelo Dragã o.
Ela havia extirpado completamente tudo relacionado ao Dragã o de Fogo de sua
mente. Portanto, tudo o que Itami pô de dizer foi: “Quem sabe? Deve haver uma razã o
P a g e 125 | 212
para isso.”
******
“Yao, você finalmente voltou. Mas você esqueceu por que a enviamos?”
Esta era uma caverna bem no fundo do vale, onde a luz do sol nã o chegava. Yao
estava ajoelhada, iluminada pela luz fraca das lanternas pró ximas. Ela estava cercada
por sete dos anciã os de sua tribo em forma de ferradura. Com o rosto voltado para o
chã o, ela responde com cuidado: “Nã o, nã o esqueci”.
“Já se passaram dois meses desde que o enviamos. Muitos de nosso povo
morreram nesta época. Perdemos contato com os outros que se espalharam para
outras terras.”
“Começamos a pensar que você havia desistido de sua missã o depois de nã o ter
voltado por tanto tempo.”
Yao olhou para os três mais importantes entre os anciã os e disse: “Eu trouxe um
Homem de Verde de volta, a fim de ajudar a derrotar o Dragã o de Fogo.”
“Ohhhh!”
A resposta de Yao fez os anciã os franzirem a testa. Entã o eles perguntaram a ela
em tom de surpresa: “Por que você nã o os convidou aqui? Os hó spedes que viajaram
muito nã o devem ser obrigados a esperar. Isso é indelicado."
P a g e 126 | 212
Os anciã os se levantaram imediatamente e começaram a sair da caverna. Mas
Yao disparou na frente deles, dizendo: “Por favor, espere, por favor, espere”,
enquanto se preparava para explicar a situaçã o.
Yao contou a eles o que ela havia feito em Arnus. Ela prestou atençã o especial
ao que havia feito com Tuka, narrando-o com riqueza de detalhes.
“Do nosso ponto de vista, está vamos realmente perguntando suas razõ es, bem
como o propó sito do que você fez. No entanto, o que queríamos perguntar era: esse
assunto é realmente importante?”
Yao foi questionada sobre suas açõ es porque os anciã os nã o as entenderam. Ela
esperava ser repreendida pelo que havia feito. Afinal, Yao sentiu que havia cometido
um ato antiético e um pecado grave contra Tuka.
Mas os anciã os nã o se importaram como fato. Isso fez Yao sentir que havia algo
errado com seus valores morais.
“Entã o você está dizendo que esse tal de Itami veio para salvar aquela elfa.”
“No entanto, uma pessoa compassiva pode entrar em perigo, talvez até quebrar
as regras, para salvar um amigo.”
“Mm, ele deve ser um homem e tanto. Se ele nã o for movido pela fama ou desejo
carnal, pode muito bem ser uma pessoa digna de nossa confiança. Entã o, aquela elfa
veio para exterminar o Dragã o de Fogo?”
“Sim. Itami planeja colocar Tuka perante o Flame Dragon e contar a verdade a
ela.” Os anciã os viram a expressã o torturada de Yao. Eles suspiraram e se olharam.
“Yao, você parece incapaz de aceitar o que fez. Se estivéssemos em seu lugar, teríamos
feito o que você fez. Esta foi uma açã o necessá ria para completar sua missã o.
P a g e 127 | 212
Independentemente do que as pessoas digam, devemos usar todos os meios
necessá rios para fazê-lo. Essa é a virtude de nó s, Elfos Negros.”
“Você acha insuportá veis as açõ es que tomou para cumprir sua missã o? No
entanto, essa culpa nã o é só sua.”
“De fato. Ordenamos que você usasse todo e qualquer meio para completar sua
tarefa.”
“No entanto, tudo isso foi resultado de minhas açõ es. Se for necessá ria uma
compensaçã o, nã o devo ser eu a oferecê-la?”
Os anciã os responderam em tom deprimido a Yao, que insistia que ela deveria
se oferecer para ser a compensaçã o.
Com um olhar ansioso no rosto, ela respondeu: “Por favor, deixe comigo.”
“Isso soa como algo que você diria. Entã o, se você realmente deseja expiar, nã o
pode escolher um caminho fá cil. Você deve seguir o caminho mais longo e difícil e
nã o pode carregar esse peso sozinha.”
P a g e 128 | 212
“Obviamente, você deve ajudar a derrotar o Flame Dragon. Além disso, você
deve defender aquela elfa que é tã o preciosa para aquele homem de verde.”
“Além disso, acredito que o Homem de Verde deixou seu exército e veio para cá
por conta pró pria. Para evitar que ele volte a uma situaçã o complicada, que tal
oferecer presentes e nossos agradecimentos aos seus superiores?”
A maneira de pensar de Yao foi rapidamente demolida pelos anciã os. Ao mesmo
tempo, ela também percebeu que sozinha nã o seria capaz de restaurar a reputaçã o
de Itami, entã o ela ficou de lado e esperou.
"Oh. Iremos receber o Homem de Verde que uma vez expulsou o Dragã o de
Chamas.” Tao seguiu os anciã os para fora da caverna.
Mas neste momento, uma onda de choque veio de uma explosã o estrondosa no
vale.
******
O Dark Elf masculino que se aproximou de Itami e seu grupo para verificá -los foi
arrebatado pelo dragã o de fogo. Suas pernas se debateram entre as aberturas das
presas do Dragã o, e a enorme besta o mastigou e engoliu de um só gole.
P a g e 129 | 212
“Aaah, ah, ah, aaaawaah, aah, ah—”
Tuka tinha visto tudo do começo ao fim e congelou. Ficar parado na frente de
um Flame Dragon era nada menos que suicídio.
Os outros elfos começaram a fugir para salvar suas vidas, e alguns deles
ergueram seus arcos para atirar no Dragã o de Fogo. No entanto, suas flechas eram
inú teis contra as escamas semelhantes a armaduras do dragã o.
Assim como Tuka estava prestes a ser consumida pelas mandíbulas da morte,
um grande estrondo de pedra quebrando ecoou por todo o vale.
Como uma pétala negra trazida pelo vento, Rory Mercury carregou o Dragã o e
desferiu um poderoso golpe com sua alabarda. A enorme placa de aço o atingiu na
mandíbula.
“Tã o forte…”
“duge-main”
Logo apó s Lelei lançar seu feitiço, uma série de anéis feitos de luz má gica se
formou na frente dela.
O Flame Dragon agilmente se levantou com a ajuda de suas asas batendo. Ele
sabia que estava em desvantagem em terra, se levantou do chã o e disparou no ar.
A Apó stola de Emroy, Deusa da Guerra, balançou sua alabarda com tanta força
que o vento de sua passagem dividiu a exalaçã o de alta temperatura. No entanto, o
Flame Dragon aproveitou sua guarda baixa e seguiu com um golpe de suas garras
afiadas.
“Kya~an!”
Rory conseguiu escapar das garras, mas seu pequeno corpo ainda foi lançado
voando com a patada do Dragã o.
Ela pousou com os dois pés no chã o, seu impulso cavando duas trincheiras no
chã o enquanto ela desacelerava até parar. Entã o Rory agarrou sua alabarda em uma
postura autoritaria, limpou a lama de seu rosto com as costas da mã o e lambeu o
sangue que escorria de um pequeno corte em seu lá bio.
“Nada mal.”
A batalha foi um impasse. Nenhum dos lados desferiu um golpe decisivo contra
o outro.
Lelei criou uma segunda série de anéis de luz. O Flame Dragon entendeu o que
era e saiu da frente dela
Os anéis de luz eram muito difíceis de reorientar uma vez formados, entã o tudo
o que ela conseguiu fazer foi cavar um buraco no chã o. Lelei estalou a língua de
frustraçã o.
******
P a g e 131 | 212
“Ha, haa, haha, haa, haa…”
Itami agarrou Tuka e a jogou no chã o enquanto Rory golpeava o Dragã o de fogo
poderosamente.
Itami disse a ofegante Tuka: “Tuka, olhe com cuidado, olhe com cuidado para
isso”
Ele abraçou Tuka por trá s e pressionou as duas mã os no rosto dela e a forçou a
olhar para o Dragã o de Fogo.
Tuka fechou os olhos e tentou se virar, mas Itami usou todas as suas forças para
detê-la.
"Olhar! Olhe para ele! Esse é o Dragã o de Fogo que queimou sua vila! É aquele
que matou seu pai!
“Eu nã o sou seu pai. Eu sou apenas um estranho. Você nã o é minha filha!”
“Hiiiiiiiiii, nã o, por que você está dizendo essas coisas cruéis? Alguém me salve!”
O que ela viu a seguir foi a imagem de seu pai desaparecendo enquanto ela
mergulhava no poço, e os dentes afiados das mandíbulas do Dragã o de fogo atrá s
dele.
“Isso mesmo, aquele bastardo matou seu pai! Dispare! Derrube-o, mate-o! Bota
tudo pra fora!”
P a g e 132 | 212
“Sem chance! Eu nã o posso fazer isso. Ninguém pode vencer um monstro assim!”
Ainda segurando Tuka, Itami desceu do HMV e pegou um LAM da pilha nas
costas. Ele nã o sabia quando o inimigo apareceria, entã o preparou um deles para usar
a qualquer momento.
Quando Tuka viu o LAM, o Flame Dragon uivou e deu um pontapé no chã o,
voando no ar. O grande grito roubou a força de suas pernas. Como Itami já havia
passado por isso antes, ele nã o congelou completamente.
Rory tentou pular e atacar o Flame Dragon vá rias vezes, mas ela foi repelida por
sua pata direita ou por um fluxo de chamas.
A magia de Lelei era muito destrutiva, mas nã o era instantâ nea e portanto,
facilmente evitada.
Eles pensaram que tudo o que podiam fazer era esperar que o Flame Dragon
fosse embora.
O Flame Dragon subiu para o céu, onde Rory nã o podia alcançá -lo, e
vagarosamente abriu suas asas para se manter pairando no ar enquanto virava as
costas para eles.
Para nã o deixá -la fugir da realidade novamente, ele nã o poderia mostrar sua
impotência diante do Dragã o de Chamas.
"Você consegue. Olhe atentamente. Esse é o inimigo. Use sua força e puxe o
gatilho. Faça isso!"
P a g e 133 | 212
Itami estava gritando no ouvido de Tuka.
Itami conteve com força o choroso Tuka, que estava tentando o seu melhor para
se livrar de seu alcance, enquanto ajustava a mira do LAM para que nã o errasse.
Ela puxou o gatilho e um jato de chamas saiu do motor do foguete, levando sua
ogiva antitanque para baixo.
Como esperado, o tiro errou. No entanto, atingiu o lado da parede do vale. Sua
explosã o estrondosa enviou uma onda de choque pelo Vale.
******
Assim que souberam que o Dragã o de Chamas havia sido expulso, todos os Elfos
Negros emergiram. De onde eles estavam se escondendo.
Para os Elfos Negros, que haviam sido caçados e predados unilateralmente, esta
era uma notícia maravilhosa. Agora era a hora de exterminar o Dragã o de fogo e
retornar à s suas vidas pacíficas na Floresta Schwarz, entã o todos eles levantaram
suas armas.
Eles tinham ouvido falar de como o Dragã o de fogo foi expulso. O Homem de
Verde poderia fazê-lo. E contou com a ajuda da Apó stola de Emroy e de uma maga da
escola de Lindon.
E assim, os Elfos Negros escondidos nas colinas pró ximas, planícies e montanhas
se reuniram em Lordom Valley com vingança em seus coraçõ es. À meia-noite, o vale
estreito estava cheio de Elfos. Ainda mais pessoas chegaram quando o sol nasceu.
Os anciã os estavam pensando: “Pensar que havia tanta gente”, ou “Pensar que
restavam tã o poucos”. Por quanto tempo eles se esconderam? No entanto, os dias de
espera pela extinçã o terminaram. A batalha que decidiria o destino dos Elfos Negros
estava pró xima.
P a g e 134 | 212
Eles abriram os preciosos estoques de alimentos para receber Itami e as
guerreiras. Os cozinheiros faziam o possível com os parcos ingredientes de que
dispunham para produzir bons pratos.
Em outro lugar, Yao, que os trouxe aqui, recebeu elogios de seus amigos e
parentes.
Yao, que já foi apelidada de “Azarada”, nunca havia tido uma recepçã o como
esta antes. Ela simplesmente nã o conseguia se acalmar.
Embora ela estivesse segura agora, muitas pessoas tiveram uma ideia errada de
sua ausência.
“Ele era o ú nico competindo com você para ser o mensageiro. Ah, que pena.”
Uma rá pida olhada revelou que havia muito menos pessoas de sua idade do que
antes. Depois de perceber que tantas pessoas morreram, até mesmo Yao, que estava
acostumada com o infortú nio, nã o pô de deixar de abaixar os ombros.
“Yao, sua idiota! Por que você nã o voltou mais cedo? Se sim, Medosa…
Medosa…!”
Além disso, havia o homem que fugiu com a amiga dela. Agora ele veio até ela e
disse que sua esposa estava morta.
No entanto, Yao nã o estava mais em uma situaçã o em que pudesse decidir o que
aconteceria consigo mesma.
Yao pensou nisso, e entã o ela disse, “Eu, eu pertenço ao Homem de Verde.” E
entã o ela se virou e fugiu de seus amigos.
******
Tuka estava enrolada perto da lareira, dormindo no colo de Itami. Ela estava
cansada de tanto chorar.
Os anciã os Elfos Negros que vieram ver como ela estava, sentiram que ela havia
selado seu coraçã o para manter o equilíbrio em seu espírito. Quando ela de repente
entendeu o que estava acontecendo, suas emoçõ es reprimidas explodiram de uma só
vez. A dor era pior do que o normal, e Tuka nã o aguentou. Portanto, ela fugiu da
realidade e deixou Itami se tornar seu pai.
Agora, um movimento em falso pode levar a uma situaçã o irrecuperá vel. O sono
que ela estava tendo agora era um sinal de alerta disso.
Itami agarrou sua cabeça enquanto se perguntava como lidar com Tuka.
P a g e 136 | 212
Itami suspirou em resposta à pergunta de Yao.
“Estou pensando em Tuka. Toda a sua mente está ocupada com Pai isso, Pai
aquilo, e nã o importa o quanto eu tente negar, ela nã o vai ouvir. Eu me sinto tã o...
impotente.”
“Certa vez, quando perdi meu noivo, fiquei deprimida por vá rios meses. Meu
coraçã o ainda dó i de vez em quando, quando penso nele.”
Itami balançou a cabeça para indicar que nã o era o caso, e entã o voltou o assunto
para Tuka.
“Eu pertenço a Itami agora. Estou pronta para obedecer à qualquer ordem que
você tenha.”
Depois que Yao disse isso, ela se sentou ao lado de Itami, como se esperasse por
instruçõ es dele.
******
“Ahhhh, que saco, o fio da alabarda nã o vai conseguir cortar ele!” Rory
resmungou enquanto afiava sua alabarda.
Ela nã o achava que perderia, mas também nã o achava que poderia ganhar. The
Flame Dragon foi uma das piores lutas para Rory.
“Eu entendo isso claramente. No entanto, rezo para que você nã o fique aqui. Por
favor, entre.”
O anciã o conduziu Rory para uma caverna. “Vai ser mais confortá vel aqui do
que na beira do rio.”
"Ouvi dizer que você teve uma disputa com nosso deus antes, é por isso?"
“…”
“Nã o, eu rezo para que você nã o fique com raiva, mas... ouvi dizer que nã o foi
uma coisa boa.”
“Por que eu tenho que ser a noiva daquela criatura? Além disso, tudo o que ela
quer é usar uma semideusa encarnada como peã o. Nã o quero desperdiçar meus 40
anos restantes com coisas chatas como essa. Bem, consegui conhecer um homem
interessante como resultado.”
“Eu pretendo ficar com aquele sujeito até que ele envelheça e morra.” A linha de
visã o do Elfo Negro seguiu a de Rory até Itami.
Itami agora estava sentado, e Tuka dormia em seu colo. E Yao estava ao lado de
Itami, conversando com ele.
Quando Rory disse isso, Yao sentou-se ao lado de Itami. Rory franziu a testa, e
entã o ela se levantou.
P a g e 138 | 212
“Um buraco? Arno?
******
Uma vez que seu alvo começasse a se mover, seria muito difícil mirar.
O Flame Dragon nã o iria ficar parado enquanto ela preparava seu ataque. Isso
significava que nã o funcionaria a menos que ela pudesse prendê-lo.
Lelei sentiu que precisava da ajuda de Itami e Rory, entã o começou a procurá -
los. Entã o ela o viu sentado, imprensado entre Yao e Rory enquanto Tuka dormia em
seu colo. Isso deixou Lelei enjoada e ela se levantou.
******
Embora fosse natural que Rory, Lelei e Yao ficassem ao seu lado, os anciã os Dark
Elf e os guerreiros das vá rias tribos começaram a se agrupar nas proximidades.
"Desculpe por isso. Entã o, preciso do seu pessoal para me ajudar a carregar
algumas coisas.”
"Isso é exelente. Todos que querem ir com você para exterminar o Dragã o já
estã o aqui. Informe-nos se precisar de mais ajuda. Ninguém vai recusar.
"De fato, de fato. Todos os jovens estã o preparados para isso. Todos sentem que
P a g e 139 | 212
amanhã será um dia especial.
“Bem, você diz isso, mas talvez nã o consigamos terminar em um dia. Chegar ao
objetivo levará de dois a três dias, mais tempo se algo acontecer.”
“Nó s entendemos. Como você planeja atacar o ninho vazio, nã o poderá fazer
nada se o dono estiver em casa. No entanto, os Homens de Verde sã o bastante há beis
em tá ticas astutas, ao que parece.”
O plano de Itami para atacar o Flame Dragon era plantar 75 quilos de explosivo
plá stico C4 em seu ninho e explodi-lo quando chegasse em casa para dormir. Foi um
plano maligno e desprezível.
Se isso nã o fosse suficiente para matá -lo, eles lançariam LAMs nele. O Flame
Dragon sofreria bastante dano no processo e poderia levar a situaçã o a uma direçã o
favorá vel.
Ele disse isso, mas quando Itami olhou para as pessoas que os mais velhos
consideravam “jovens”, todos eram mais velhos que ele.
“Falando nisso, a forma como o Dragã o de fogo continua caçando nos mesmos
lugares nã o parece tã o inteligente quanto um humano. Será que ele nã o é muito
esperto?”
P a g e 140 | 212
Lelei respondeu à pergunta de Itami.
“O Flame Dragon tem ciclos ativos e de hibernaçã o muito longos. Quanto mais
comida ele adquire e consome, mais tempo fica em hibernaçã o. Nã o achamos que
isso deva ser um problema.”
“Ao certo, ele nã o deveria ter acordado por, pelo menos, mais 50 anos.”
“Bem, ele dorme do jeito que alguns animais hibernam no inverno. Há registros
em livros acadêmicos.”
“Quando está ativo, ele come. Quando está hibernando, ele dorme. Que vida
agradá vel ele leva. Se ao menos eu fosse um dragã o…”
Itami estava com muita inveja disso. Para Itami, cuja vida foi uma longa pausa,
ser capaz de adicionar brincadeiras a esse ciclo seria sua forma de vida ideal.
“Nã o é um modo de vida agradá vel. Todas as criaturas vivas têm muito o que
fazer durante seu período ativo. Por exemplo, além de pegar comida, eles também
têm que construir ninhos, brigar por territó rio e assim por diante.”
Havia uma falha fatal que eles nã o haviam notado, mas que logo seria revelada.
Seus corpos estremeceram de medo.
“Se, assim como um animal, ele se reproduz durante seu período ativo e cria
filhos.”
“Oi, oi, oi, nã o diga isso, nã o quero conhecer os filhotes do Dragã o de fogo.”
“Dragõ es Antigos > Dragõ es Jovens > (subespécies maduras) > Wyverns.”
“Esqueci uma coisa, estou voltando para pegar”, disse Itami ao iniciar os
preparativos para voltar.
Yao estava soluçando ao lado dele: “Como você pode fazer isso depois de vir até
aqui?” e os anciã os estavam em pâ nico.
“Os dragõ es põ em apenas um ou dois ovos de cada vez. Além disso, os Dragõ es
Antigos só se reproduzem uma vez por século.”
Itami podia sentir a mudança na sala e perguntou sobre isso. “Nada, isso, nã o é
nada… ahahahaha…”
Yao começou a suar frio desde que alguém mencionou a palavra “azar”.
P a g e 143 | 212
Ficou claro que ninguem sabia muito sobre o Flame Dragon, mas, mesmo assim, eles
tiveram que pegar suas armas e lutar. Isso era o que significava ser um guerreiro.
“Havia algo ... especial sobre a armadura bondage justa que eles usavam.
Seria uma coisa se apenas as mulheres a usassem, mas mais da metade do grupo
eram homens e usavam a mesma armadura que suas colegas femininas.”
Eu não quero ser visto nesses caras… Itami pensou enquanto olhava ao redor
como um herbívoro cauteloso.
Dos machos, Crow parecia um homem humano na casa dos 40 anos, enquanto
Meto, Ban, Fen e Nokk pareciam ter a mesma idade de Yao. Kom parecia um
adolescente. Depois de ouvi-los conversando entre si, Kom parecia ser o mais novo do
grupo, com apenas 154 anos. Por alguma razã o, ele sentiu que tinha que respeitar
todos eles como os mais velhos. Quanto à s mulheres, Seimy e Nayu pareciam um
pouco mais jovens que Yao.
O longo tubo de metal parecia pesado e potente para os Elfos Negros, e eles se
entusiasmaram com ele.
“Ouvi dizer que isso nã o é um item má gico, mas algo chamado arma… Devemos
P a g e 144 | 212
ser capazes de usá -lo também, certo?”
Como os Elfos Negros eram seres inteligentes, Itami nã o apenas tinha que
distribuir o equipamento entre eles, mas como estava confiando-lhes armas, ele
também deveria ensinar aos Elfos a maneira correta de usá -las. Se fossem cavalos,
nã o haveria necessidade de se preocupar com eles mexendo acidentalmente na
engrenagem, mas como eram sencientes, se cometessem um erro ou mexessem nela
descuidadamente, havia o risco de uma explosã o que mandaria todos eles pra acima.
Uma vez que os Dark Elves aprenderam a usá -lo, eles podem pensar: “Podemos
vencer o Flame Dragon agora”. Era ó bvio pelo olhar deles que odiavam
amargamente o Dragã o de Fogo, e havia o risco de serem dominados por suas
emoçõ es e disparar um foguete descontroladamente no momento em que o vissem,
especialmente porque a posse das armas os fazia pensar, “Nó s temos que matar o
Flame Dragon desta vez, nã o importa o quê”. Ainda assim, esse entusiasmo foi ú til,
embora seu objetivo final fosse derrotar o Dragã o de fogo e deixar Tuka dar o golpe
final. Os dois primeiros pontos que ele deixou claro foram “Nã o toque no gatilho se
você nã o estiver pronto para atirar” e “Nã o atire se alguém estiver atrá s de você”.
A pessoa ao lado de Itami que disse “Se uma coisa tã o grossa entrasse em mim,
eu quebraria” deve ter sido Seimy, e Ban orgulhosamente retrucou “O meu é maior”.
Parece que os Elfos Negros eram uma tribo sexualmente aberta. Ele nã o sabia se isso
era bom ou ruim, mas se ele ficasse envergonhado, as pessoas poderiam pensar que
ele era um esquisito.
“Entã o, como você faz a coisa na frente disparar?” Fen perguntou enquanto
levantava o LAM. Ele era musculoso e muito mais imponente fisicamente do que
Itami, entã o quando colocou no ombro, ele parecia bem legal.
“Quando a ogiva toca em algo, ela explode. Apenas dizer a você é problemá tico,
entã o eu provavelmente deveria deixar você experimentar isso. Além disso, para
neutralizar o recuo da arma, o LAM dispara uma contra-massa pelas costas com
grande força quando você dispara. É muito perigoso, entã o certifique-se de que
ninguém esteja atrá s de você quando disparar.”
“Mm, entendo…”
Kom, o Dark Elf que parece um menino, mas que tinha 154 anos, olhou para o
resto do equipamento. Contando o peso dos LAMs e outras coisas, cada um deles
carregaria 20 quilos de equipamentos.
Atrá s dele estavam Rory, Lelei e os nove Elfos Negros os seguindo. Todos eles se
camuflaram, como fez Itami.
Yao respondeu: “Itami-dono nos disse para fazer isso, entã o nã o podemos
descordar.”
Foi por isso que todos cobriram todas as partes expostas de seus corpos com
ó leos de animais.
“Eu sei que isso deveria esconder nosso odor, mas o cheiro nã o vai nos deixar mais
ó bvios?” Nokk disse enquanto subia.
Por mais lenta que seja a caminhada, eles eventualmente alcançariam seu
objetivo se continuassem seguindo em frente.
Itami ordenou que todos se deitassem e entã o sinalizou com as mã os para que
Crow viesse à frente do grupo. Crow tinha estado aqui antes, entã o ele seria seu guia.
P a g e 147 | 212
"O que está errado?"
"Sim. Seu ninho está em um dos afloramentos que se projetam do lado da boca
do vulcã o”, explicou Crow.
Ele havia vindo a este lugar antes para coletar o enxofre encontrado perto do
vulcã o. Quando queimada, a fumaça do enxofre conservava os frutos secos por mais
tempo, além de parecerem mais frescos.
Embora tivesse vindo apenas para coletar enxofre, ele se deparou com uma
caverna durante suas buscas. Essa caverna levava a um afloramento no interior do
vulcã o, onde o Dragã o de Fogo dormia.
Rory pareceu bastante chocada quando ouviu isso, mas rapidamente calou a
boca.
Rory franziu a testa, porque ela nã o podia ir para baixo da terra. Itami sorriu e
P a g e 148 | 212
disse: “Nã o se preocupe.”
“Tudo bem, Rory pode ficar do lado de fora. Tudo o que estamos fazendo é
verificar se o Flame Dragon está dentro. Se ele voltar, ela pode entrar em contato
conosco.”
“Mm. Nã o queremos que ele suspeite. Vamos nos esconder e esperar que saia
primeiro.”
Itami murmurou: “Rory sabe como usar isso?” enquanto ele mexia no fone de
ouvido e no microfone. Rory rapidamente puxou o microfone para a boca e Itami
testou a conexã o sem fio com Lelei e Rory.
Itami colocou Tuka no cã o. Seu plano era entrar com um rifle. Quando ele estava
prestes a fazer isso, no entanto, Yao e os outros Elfos Negros o encorajaram a ficar.
Itami ficou muito feliz em deixar Yao e Crow entrarem em vez dele.
Lelei e Rory pegaram, cada um, um conjunto de Raçõ es de Combate JSDF Tipo II
(curry de carne / salada de atum / legumes em conserva / arroz), bem como pacotes
de aquecimento que precisava apenas adicionar á gua.
P a g e 149 | 212
Os elfos tinham peixe seco do vale, frutas secas, feijõ es e afins, mas ficaram
fascinados com os alimentos processados de Rory e Lelei. Eles ficaram bastante
surpresos com a forma como os pacotes de aquecimento imediatamente produziram
vapor quando a á gua era adicionada.
Itami a carregou durante todo esse tempo, mas ela era tã o leve que ele mal se
sentia cansado. Dito isso, a tensã o o estava cansando. Como nã o sentia muita fome,
comia devagar.
“Você deveria deixar a Tuka comer também, senã o ela vai chorar quando
acordar.”
Lelei disse isso enquanto pegava uma colher de curry. Só entã o, Yao e Crow
voltaram.
“Como foi?”
“Excelente.”
Por fim, eles estavam entrando na caverna. Todos ficaram tensos, sabendo que
estavam entrando em territó rio inimigo. Eles até falaram mais baixo.
“Tudo bem, vou ficar de vigia perto da boca do vulcã o.” Rory bateu em seu
microfone.
O interior da caverna era tã o grande que pensaram que deviam estar sonhando.
A lava fluiu e tornou-se só lida quando esfriou. Depois disso, mais lava fluiria e
solidificaria também. Apó s inú meras repetiçõ es desse processo, as camadas de
pedra pareciam uma escada.
Se eles trouxessem um homem santo aqui, ele poderia estabelecer uma igreja
no local.
Itami iluminou seus arredores com uma lanterna, entã o deixou o nã o-altar para
trá s e se aprofundou na caverna.
Ele colocou Tuka no chã o e avançou nervosamente, segurando seu rifle. Acima
dele, ele podia ver o céu noturno estrelado através da boca do vulcã o.
P a g e 151 | 212
principal, e o afloramento estava localizado ali.
Crow confirmou que este era o covil do Flame Dragon, e que ele estava
descansando ali antes.
Embora eles nunca tivessem visto um ninho de dragã o antes, esse layout era
muito simples e os deixou desconfiados.
Ainda assim, quando eles estavam lá , eles podiam acreditar que a grande coisa
diante deles era onde seu inimigo fez seu covil.
“As cascas dos ovos sã o frescas. Parece que os jovens dragõ es eclodiram
recentemente e deixaram o ninho logo apó s a eclosã o.”
Havia coisas que pareciam pedras na areia, mas um olhar mais atento revelou
que eram os restos do que antes foram capacetes. Ninguém sabia há quanto tempo
essas coisas estavam ali, mas eles também encontraram armas brilhantes como
espadas e similares, meio enterradas na areia.
“E isso é?”
“Acho que pertenciam aos heró is ao longo da histó ria que vieram desafiar o
Dragã o de Fogo.”
“Tudo bem, vamos trabalhar. Lelei, ajuda-me a cuidar da Tuka. Todos, ajudem-
me a iluminar os arredores.”
Itami desempacotou o que pareciam ser blocos de queijo das caixas. No total,
eram 75 quilos.
O jovem Kom ficou fascinado com as coisas que Itami estava desempacotando
das caixas. Ele pegou um pedaço para colocar na boca, mas Itami o arrancou de sua
mã o.
“Essa coisa só vai queimar se você acender. Você precisa de algum trabalho para
fazê-lo explodir.”
Itami colocou uma lona no chã o e colocou a substâ ncia branca sobre ela, como se
fosse um escultor.
Ele tocou o chã o para descarregar sua eletricidade está tica. Isso porque
eletricidade está tica suficiente poderia iniciar uma detonaçã o. Ao tocar no solo, ele se
ancorou e removeu sua carga de eletricidade está tica.
A pró xima parte exigia muito conhecimento especializado. Apenas Itami poderia
fazê-lo. Ele pegou o carretel de cabo e um alicate, cortou vá rios pedaços de fio do
carretel e começou a transformá -los em circuitos auxiliares.
Ele desmontou o invó lucro do cabo na ponta e depois juntou os fios de dentro
nos contatos do detonador.
Itami trabalhou em silêncio, enquanto Yao segurava uma tocha acima dele para
fornecer luz. “Existe algo em que possamos ajudar?”
Depois de receber suas instruçõ es, Ban, Fen e Nokk começaram a cavar.
Droga. Ainda assim, eles estavam perto da conclusã o. É melhor terminar de uma
vez.
“Cheh, isso vai ser um saco... Todos, olhos no céu. Lelei, a recepçã o aqui parece
muito ruim. Tente entrar em contato com Rory."
“?”
Os explosivos ficaram cobertos por uma fina camada de areia e terra, e outra
camada apagou suas pegadas. Eles retiraram o fio da bobina e voltaram para a
caverna do afloramento. Claro, o fio nã o podia ser exposto, entã o tinha que ser
enterrado superficialmente.
Seus ombros e cintura doíam de tanto ficar agachado. Ele respirou fundo e disse:
“Ok, o trabalho está feito.” No entanto, quando ele olhou em volta, todos estavam
congelados.
Ele enxugou o suor de sua cabeça e olhou para trá s, e o Flame Dragon apareceu
diante dele.
******
Rory foi designada para procurar o Flame Dragon perto da cratera do vulcã o.
No entanto, ela acabou olhando para o céu cheio de estrelas assim que o sol se pô s.
Nã o muito tempo depois, ela avistou um Dragã o de Fogo no céu noturno. Estava
voando perto dali.
Como eles tinham um plano, ele tinha que ser seguido. Rory se escondeu para
que o Flame Dragon nã o a visse e ela tentou avisar Itami sobre. No entanto, nã o
houve resposta.
P a g e 156 | 212
Pensando bem, Itami também era responsá vel por isso. Na maioria das vezes, ele
falava a mesma língua que Rory, entã o eventualmente começou a tratá -la como uma
japonesa. Para um japonês que usa os aparelhos sem fio, se a recepçã o for ruim, a
prá tica aceita seria ir para um local com melhor recepçã o, como uma janela. Talvez o
ú nico lugar para as pessoas no topo e no fundo da boca de um vulcã o se comunicarem
seja na borda da cratera. No entanto, Rory correu em direçã o à caverna para se
aproximar de Itami. Fazer isso aumentou a espessura da rocha pela qual o sinal teria
que passar, o que só piorou as coisas.
“Ei, me responda!”
Era inú til ficar do lado de fora. Rory decidiu tentar avisar Itami diretamente do
perigo iminente, entã o ela apressou o passo e correu em direçã o à entrada da
caverna.
No entanto-
“……...Impossível!”
******
P a g e 157 | 212
Itami recuou lentamente, na ponta dos dedos, alcançando nervosamente sua
pistola no coldre da coxa. Itami sabia que poderia muito bem estar brandindo uma
arma de brinquedo na frente de um dragã o, mas havia colocado seu rifle em outro
lugar enquanto trabalhava.
O lugar estava tã o quieto que ele podia até ouvir alguém engolindo em seco. Se
corressem o bicho ia pegar. Como dizia o velho ditado, naquele momento todos
pensaram a mesma coisa e ficaram parados.
“Uwaaaaaaaaaaaaaaah!”
Lelei arrastou Tuka de volta para a caverna para protegê-la. Ao mesmo tempo,
Yao correu para proteger Tuka.
O menino disparou seu LAM, a uma distâ ncia tã o curta que nã o poderia errar.
Apó s a breve igniçã o do motor do foguete, a ogiva antitanque atingiu a garganta do
Dragã o e explodiu, inundando a cratera com uma luz ofuscante e nuvens de fumaça
espessa.
“Peguei ele!”
Pior ainda, quando Kom disparou seu LAM, havia pessoas atrá s dele, que foram
gravemente feridas pela explosã o da arma. Ban e Nayu morreram instantaneamente,
seus corpos despedaçados pela contra massa ejetada pelo LAM à queima-roupa.
P a g e 160 | 212
As pessoas um pouco mais distantes também foram afetadas e caíram no chã o.
Esta foi uma boa notícia para eles, no entanto. A varredura da cauda do Flame Dragon
deveria ter atingido todos, mas as pessoas caídas nã o foram atingidas. Apenas a parte
inferior do corpo de Kom foi esmagada.
Nokk nã o virou sua trava de segurança de S para F. Em seu pâ nico, tudo o que
ele fez foi apertar o gatilho cegamente.
Ninguém ouviu a voz de Itami através do rugido do Dragã o e das explosõ es.
Lelei arrastou Tuka para a caverna, enquanto Yao percebeu Itami e gritou: “Vá para
a caverna!”
Nokk foi mastigado pelas presas afiadas do Dragã o de Chamas, enquanto Meto
foi pulverizado por um golpe de sua pata.
Claro, o Flame Dragon nã o saiu ileso. A explosã o do LAM causou dor intensa,
mas infelizmente foi só isso.
Entã o o Flame Dragon cuspiu fogo nas pessoas que estavam fugindo
desesperadamente, planejando acabar com todos eles.
Seu choque durou apenas um segundo, e entã o o Flame Dragon determinou que
este objeto nã o era uma ameaça para ai. O que ele queria era espantar os vermes que
infestavam seu ninho.
******
Itami puxou a sonda para fora, girou-a na direçã o da seta e entã o a travou no lugar.
Ele a ergueu no ombro e prendeu a respiraçã o enquanto mirava. Ele girou a trava
de segurança de S para F.
E assim que ele estava mirando o LAM, Seimy foi jogado em Itami.
“Idiota, nã o atire!”
Itami estava logo atrá s dela e correu o mais rá pido que pô de. No que pode ter
sido um golpe de sorte, a ogiva LAM disparada atingiu a perna do Flame Dragon.
******
“Tuka, acorde.”
P a g e 162 | 212
O descanso confortá vel da menina foi interrompido pela voz do pai.
Ela olhou em volta e descobriu que estava em sua casa, o que a encheu de
nostalgia. A luz do sol radiante entrava no quarto pelas janelas, e ela sentiu que hoje
seria outro dia de paz.
A voz de seu pai também aqueceu seu coraçã o. Sua cabeça ainda estava um
pouco confusa, mas a voz gentil de seu pai a fazia se sentir feliz. Ao se lembrar dos
terríveis pesadelos que tivera antes, sua felicidade se aprofundou.
Os sons de passos vinham do lado de fora da janela, assim como os sons de gritos
e explosõ es. No entanto, parecia que estava acontecendo em um mundo distante. No
momento, tudo o que ela queria era aproveitar a conversa com o pai.
Ela olhou em volta, mas nã o conseguia mais ver seu pai. Em vez disso, ela viu o
Dragã o de Fogo devorando o corpo de uma jovem em um instante.
"Yuno!"
Sua melhor amiga, tã o pró xima a ponto de ser família, foi devorada em um
instante. Tuka nã o sabia quando havia pegado o arco, mas tomou sua decisã o em um
instante, encaixou uma flecha na corda, esticou-a com toda a força, depois mirou e
disparou. Mas, infelizmente, sua flecha foi derrubada.
Ela nã o era a ú nica a disparar flechas. Os guerreiros Elfos por aqui dispararam
uma saraivada de flechas sem fim no gigantesco Dragã o. Explodiram ao acertar, mas
graças à robusta proteçã o de suas escamas, o Dragã o saiu ileso.
A fêmea Dark Elf Seimy foi mastigada em pedaços pelo Dragã o, e o seu olho
errante do iluminou Tuka, selecionando-a como sua pró xima presa.
Quando o Dragã o de Fogo olhou diretamente para ela, o corpo inteiro de Tuka
estremeceu de terror.
Ela queria correr, mas seus pés nã o se moviam. Ela queria gritar, mas sua voz
P a g e 163 | 212
tinha sumido.
Nesse momento, Tuka congelou, como se sua alma tivesse sido roubada. Ou
melhor, era mais que ela queria fugir, mas sua mente nã o havia captado a
mensagem. Por que ela desafiou esse monstro? Ela deve ter cometido um erro.
Mesmo que ela direcionasse seu ó dio e raiva para esse monstro, ela nã o teria chance
de vitó ria. Assim, Tuka amaldiçoou sua tolice.
“Tuka, corre!”
E entã o, Tuka foi arrastada para dentro da caverna por Lelei e Yao.
No instante antes de entrar na caverna, ela viu a forma do homem que havia
substituído seu pai, arrebatado pelo Flame Dragon - ela o viu morrer por ela, e a
visã o de seu pai sendo comido pelo Flame Dragon.
A forma de seu pai se afastou cada vez mais, cada vez mais longe. Papai morreu
por mim.
“Mas-”
“Itami entendeu errado. Para alguém como você, que poderia viver por tanto
tempo, as feridas do coraçã o seriam assuntos triviais. Depois de dez ou cem anos,
sua alma se curaria. Tudo o que você precisava fazer era esperar até que sua auto
aversã o desaparecesse. Portanto, nã o havia necessidade de ele salvá -la. Somente os
humanos, com sua curta vida ú til, sã o levados a resolver todos os problemas que
encontram. É assim que eles vivem.”
P a g e 164 | 212
Tuka considerou cuidadosamente as palavras que Lelei disse.
Parece que ela estava apenas reclamando. Lelei soltou uma série de suspiros, e
entã o olhou diretamente para Tuka.
“Você decidiu por conta pró pria que nã o poderia derrotar o Dragã o de Fogo,
entã o direcionou sua raiva para um alvo muito mais acessível – você mesma.”
“Se um membro da família é morto por um ladrã o, entã o deve-se odiar o ladrã o.
Mas as pessoas vã o desviar seu ó dio – por que elas deveriam ir para onde o ladrã o se
esconde? Se alguém perde um membro da família por doença, entã o deve odiar a
doença. Nã o é culpa do médico; ainda assim as pessoas vã o odiar o médico.”
“Entã o o que devo amaldiçoar? Em quem devo descontar minha raiva? No final,
tudo volta para mim!”
Assim como Tuka estava gritando, a Dark Elf feminina explodiu na coxa do
Dragã o de Chamas.
A onda de choque da explosã o e fragmentos passou pelo rosto de Lelei. Ela caiu
como se tivesse levado um tapa.
Lelei se levantou, segurando seu cajado. Ela começou a entoar o que era
conhecido como coro de um homem só e começou a “Iniciaçã o”.
A cidade natal de Lelei foi destruída pelo Dragã o, e muitas das pessoas que ela
conhecia foram mortas por ele.
P a g e 165 | 212
“Abru-main!”
Enquanto Tuka observava Lelei correndo para frente, ela finalmente percebeu
que o que estava acontecendo diante de seus olhos nã o era um sonho, nem uma
fantasia, mas a realidade.
“Rihommun!!”
A espada voou como uma flecha, mas sua agudeza por si só nã o poderia perfurar
as escamas robustas. Com um som oco, a espada ricocheteou. Acelerá -lo com magia
nã o funcionou. Foi inú til.
Os Elfos Negros ficaram encantados com a virada da maré. Eles sorriram quando
viram o Flame Dragon se encolhendo de medo do LAM.
“Nó s podemos fazer isso!” Crow gritou, mas quase nã o havia mais LAMs
sobrando.
Fen pegou o LAM sob o corpo de Nayu, puxou a sonda e colocou-a no ombro. O
processo levou apenas alguns segundos, mas o Flame Dragon nã o perderia essa
chance. Ignorando o fato de que atacaria seu pró prio ninho, ele cuspiu um fluxo
contínuo de chamas em Fen, que se transformou em uma pira ambulante.
******
Lelei pensou – como ela poderia acelerar as espadas até que pudesse perfurar
as escamas do dragã o?
P a g e 166 | 212
Entã o, ela se lembrou de como Itami havia colocado as espadas no topo do C4.
De fato, usar a força da explosã o seria suficiente.
Lelei pegou uma espada e uma pequena série de anéis cercou o punho da espada.
Ela lançou a espada com magia, e quando tocou o Flame Dragon, ela detonou os
anéis. A explosã o dos anéis a empurrou profundamente na barriga do Dragã o.
Para o Dragã o de Fogo, preparando-se para golpear Yao, este foi um mero
ferimento superficial. Para algo do seu tamanho, ser perfurado por uma espada era
como ser picado por um espinho. Dificilmente doeu.
Sua armadura até entã o invulnerá vel nã o era mais uma defesa absoluta. O
Dragã o de Fogo voltou seu olhar para Lelei, e entã o para a pequena picada em seu
corpo. Um olhar de descrença se espalhou por seu rosto enquanto analisava esse
evento inconcebível.
Um rugido que mais parecia um lamento passou por Lelei, e ela sorriu
sombriamente. “Fufufufufufufufufu, morra, seu lagarto de merda!”
P a g e 167 | 212
“Ooh…”
O chã o, que deveria ter permanecido imó vel, parecia girar para frente e para
trá s. Ele tinha caído? Ou algo o derrubou? Ele nã o sabia. Depois de ser atingido por
Seimy e o backblast de seu LAM, os canais semicirculares em seus ouvidos foram
perturbados e seu senso de equilíbrio foi interrompido.
Cada parte de seu corpo que estava suada estava manchada de sujeira e,
combinada com a espessa fumaça preta do escapamento do LAM, Itami parecia um
homem de lama imundo. A areia havia até entrado em sua boca, e a sensaçã o da
poeira preenchendo as lacunas em sua boca era nojenta.
Ele tentou juntar saliva e cuspiu vá rias vezes para limpar a boca. Depois disso,
enquanto sentia um pouco de cuspe no rosto, lembrou-se de como havia sido
derrubado.
O mundo girou diante de seus olhos e, enquanto Itami esperava que sua tontura
passasse, ele olhou em volta.
Embora ela tenha sido mastigada em pedaços pelo Flame Dragon, ela nã o foi
engolida. A sedutora Seimy foi reduzida a esse estado em poucos segundos, o que
pareceu a Itami antinatural. Essa garota nunca mais se moveria. Seu corpo imó vel
nã o pensaria, nem falaria. Era apenas uma carcaça.
P a g e 168 | 212
Seu corpo ainda era macio e havia traços de calor em sua carne. Seu rosto estava
intocado. Quando ele fechou os olhos, ela parecia estar dormindo. No entanto, depois
de olhar para a realidade inimaginá vel abaixo de seus seios, para a ruína carmesim de
sua cintura e o nada que restava do resto de seu corpo, Itami finalmente percebeu
que nunca mais acordaria.
De repente, houve uma explosã o e uma onda de calor carregou uma chuva de
fragmentos sobre Itami.
Ele rapidamente agarrou sua cabeça. Embora tivesse pequenos cortes por todo o
corpo, ele nã o conseguia identificar quais de seus muitos hematomas ou queimaduras
enchiam seu corpo de agonia. A onda de choque que veio com o calor e os fragmentos
atingiram todo o seu corpo. Nã o seria uma surpresa se aquele impacto causasse
grandes danos a ele.
Foi quando Itami percebeu profundamente que sua batalha com o Flame Dragon
estava apenas começando e continuaria.
Dizia-se que quando um homem era decapitado, ele ainda estaria consciente no
breve período antes de suas células cerebrais morrerem. Se isso fosse verdade, entã o
Itami foi a ú ltima coisa que Seimy viu quando seu mundo escureceu.
Se fosse esse o caso, o que ela estava pensando enquanto olhava para Itami? "Eu
tenho que ir."
Ele percebeu que seu capacete havia sumido. Como a tira do queixo estava
velha e desgastada, ela quebrou quando foi submetida a um leve impacto e o
capacete voou. Ele deveria estar feliz por sua cabeça ainda estar intacta ou triste por
seu capacete ter falhado com ele?
O fio havia sido cortado. Foi por causa da explosã o do LAM ou dos fragmentos
P a g e 169 | 212
voadores? Ninguém sabia.
“Porra!”
Yao pegou um LAM do cadá ver de Ban e mirrou o Flame Dragon. Ela seguiu
fielmente as instruçõ es de Itami. Ela puxou a sonda e colocou a trava de segurança em
F. Se acertasse, explodiria as escamas do dragã o em pedaços sangrentos.
Só entã o, Fen foi consumido pela respiraçã o do Flame Dragon, e com seu ataque
moribundo, ele acertou um golpe decisivo no dragã o.
Ele correu sob os pés do Flame Dragon, procurou o fio de detonaçã o enterrado
e começou a escavar o solo.
Um mero choque de lâ minas nã o era uma batalha. Uma mera troca de armas e
tiros de canhã o também nã o era uma batalha. Cavar, transmitir ordens, armar
explosivos, cada tarefa tinha seu lugar e cada ordem retransmitida tinha que ser
P a g e 170 | 212
fielmente executada. Essa era a batalha toda.
A ordem de Itami para si mesmo era garantir que seu trunfo final contra o
Flame Dragon fosse utilizá vel.
Parecia simples, mas o Flame Dragon estava vagando acima dele, cuspindo
chamas de sua boca sangrenta, e as ondas de choque das explosõ es do LAM
abalaram a á rea.
“Fufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufufu!”
Com sua crueldade incomum como sinal, as espadas caíram como chuva.
Itami de repente percebeu que ser pego nessa chuva de espadas nã o era
brincadeira, e fugiu rapidamente. Yao e Crow também perceberam o perigo e
entraram em pâ nico.
“Fufufu…”
Itami agarrou sua cabeça e se jogou no chã o. Yao e Crow o seguiram até a terra,
suas testas quase se tocando.
Talvez apenas uma pequena fraçã o das espadas acertasse o alvo, mas mesmo
uma fraçã o de um grande nú mero ainda era uma quantidade impressionante.
******
Aquele vasto corpo atingiu o afloramento. Fez isso com um impacto incrível.
P a g e 172 | 212
O afloramento balançou violentamente e as rachaduras se espalharam pelo leito
rochoso. O Dragã o de Fogo estava tã o ferido quanto a pedra em que caiu e se debatia
em agonia. Suas asas nã o podiam sustentá -lo no ar, e os numerosos ferimentos por
todo o corpo vazavam sangue. Empalado por dezenas de espadas, lanças e lâ minas,
nã o teve forças para se levantar.
“Idiotas! Parem!”
Itami conseguiu agarrar Yao pelos cabelos, mas Crow nã o parou. Além disso,
Lelei desmaiou de exaustã o diante dele. As mã os de Itami estavam ocupadas
segurando Yao e ajudando Lelei a se levantar.
Crow desembainhou sua espada e olhando para frente, ele golpeou o Dragã o de
Fogo com toda a sua força.
Crow parecia ter esquecido todo o resto enquanto brandia sua espada e quando
percebeu que nã o estava funcionando, apunhalou com a ponta. Ele enfiou sua lâ mina
pelas aberturas entre as escamas. Ele planejou trabalhar sua lâ mina e cortar suas
escamas.
P a g e 173 | 212
“Uwaahhhh!”
“Crow!” Yao gritou estendendo a mã o para ele, mas Itami segurou-a para salvar
sua vida.
Os gritos de Yao foram inú teis, e Crow passou de uma bola de fogo rolando no
chã o para um cadá ver sem vida.
Itami nã o conseguia largar a agitada Yao. Seu plano era se afastar do Dragã o de
Fogo que poderia cuspir fogo a qualquer momento e entrar na caverna, e ele
continuou puxando a mã o de Yao enquanto avançava.
******
Eu sou uma idiota, eu sou uma idiota, eu sou uma idiota, idiota, idiota, idiota,
idiotaidiotaidiotaidiota.
O Dragã o de Fogo diante dela balançou levemente seu corpo e mostrou suas
presas para Itami. As costas de Itami estavam voltadas para o dragã o quando ele
pegou Lelei e puxou a mã o de Yao.
O Dragã o de Fogo abaixou sua mandíbula, revelando suas presas afiadas como
navalhas.
Tuka viu a imagem de seu pai sobre a de Itami, de costas para o Dragã o. “Pai...
está morto.”
Ela nã o tinha espada ou arco na mã o. A maioria dos elfos estaria indefeso neste
estado. Tuka avançou com as pró prias mã os.
“Teruymmun! Hapuriy!”
Saiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Claro, o ataque relâ mpago de Tuka nã o seria fatal para o Flame Dragon. Talvez
se seu pai ou muitos elfos em uníssono lançassem aquele feitiço, eles poderiam ter
derrubado o dragã o.
No entanto, isso foi o suficiente. Isso foi o suficiente para chamar a atençã o do
Flame Dragon. Mesmo que fosse apenas por um momento fugaz, uma fraçã o de
P a g e 175 | 212
segundo, um instante, um piscar de olhos, foi o suficiente para o homem cujo corpo
se sobrepô s à imagem de seu pai fugir, escapar da boca aberta e salvar a si mesmo.
Quando o raio caiu, Itami agarrou Lelei e puxou Yao em direçã o a Tuka. E entã o,
Tuka os recebeu com os dois braços. Desta forma, Itami trouxe Lelei, Tuka e Yao para
dentro da caverna. Desta vez, Tuka nã o estava sozinha; ela estava com todos, e juntos
eles foram para a segurança da caverna.
P a g e 176 | 212
E entã o -
O vasto corpo do Flame Dragon foi dilacerado pelo poder destrutivo do C4.
Cada batida do coraçã o do Dragã o de Fogo jorrou mais sangue de suas artérias, e
no lugar do líquido vermelho que deveria ter fluído por seu corpo, línguas de fogo
voaram no ar. O sangue que espirrou por toda parte começou a queimar, e logo seu
corpo foi consumido pelas chamas.
******
******
“Correr!”
Itami deu um tapa no rosto de Yao, entã o pegou a imó vel Lelei e incitou Tuka a
continuar.
O corpo de Tuka foi atingido pelo tremendo impacto e ela estava toda dolorida,
mas nã o teve tempo de reclamar disso. “Corram! Corram! Corram!” Itami gritou, e
P a g e 179 | 212
Tuka começou a correr.
O terremoto nã o parou. Em vez disso, parecia estar ficando mais forte. Se isso
continuasse, o mundo inteiro poderia se desintegrar.
“Kyaaaaaaaaaaaaa!”
O raio de medo que percorreu Tuka quando o chã o sob ela desapareceu no
Abismo a fez gritar.
“Tuka!”
“Se segura!”
P a g e 189 | 212
Itami estava pensando em erguê-la quando Yao de repente estendeu a mã o e
segurou seu corpo. Ambas as mã os agarraram as de Tuka com firmeza.
Era perigoso aqui, era perigoso ali, e dificilmente havia um lugar seguro à vista.
Seu coraçã o batia como uma torre de reló gio marcando meia-noite, e seu peito
parecia que quebraria. Cada respiraçã o que ela dava queimava e a enchia de dor e
miséria.
Uma pedra caiu da boca da caverna. A palavra “colapso catastró fico” seria
apropriada aqui – tudo estava caindo. No entanto, algumas pessoas sobreviveram –
elas enganaram a morte.
Antes que ela percebesse, eles conseguiram sair e suas forças voltaram.
******
Eles haviam respirado o ar escaldante, e isso queimou seus pulmõ es. Seus
membros estavam opacos e pesados como chumbo, e Itami estava zangado e
deprimido com seu estado lamentá vel.
O lado oeste do céu ainda brilhava com estrelas, mas o leste estava manchado
de um vermelho onírico.
A pergunta de Itami era simples. Tuka respondeu: “Estou viva”, Yao disse: “De
alguma forma” e Lelei respondeu: “Sem ferimentos significativos”.
“Você com certeza nã o teve pressa” Rory disse em uma voz que era mais um
sussurro.
Parecia que todos estavam seguros, mas pensando bem, todos estavam
cobertos de feridas, entã o chamar isso de “seguro” nã o parecia muito apropriado. De
qualquer forma, depois que Itami confirmou que todos estavam de volta, ele deu um
suspiro de alívio.
“…”
P a g e 183 | 212
“Rory!”
Itami levantou a cabeça, viu uma boneca esfarrapada, caída no chã o, vestida com
roupas gó ticas pretas rasgadas costuradas com renda.
Dificilmente havia um ponto nela que estivesse intacto. Uma fina fumaça branca
subiu de suas feridas, como vapor saindo de uma panela quente, e as feridas
cicatrizaram em um instante. Mas para um espectador, essa cura nã o poderia
corresponder ao sangramento e ao dano que ela havia sofrido. O fato de ela ainda
estar viva era bastante surpreendente.
Ignorando todos ao seu redor, Itami foi até a Loli e a aninhou em seus braços.
Quando o braço de Rory caiu impotente no chã o, ele entrou em pâ nico. Parece
que seu braço esquerdo estava preso apenas por um pedaço de pele.
Em meio ao pâ nico, Itami conseguiu enfiar o braço dela de volta. Parecia iló gico,
mas desta vez era a coisa certa a fazer – as feridas por todo o corpo começaram a
cicatrizar.
P a g e 184 | 212
A garota usava um conjunto de roupas gó ticas brancas. Ela parecia ter cerca de
20 anos.
Sua pele de um azul profundo estava coberta por um pano branco com bordas de
renda. Um par de seios firmes e empinados brotava de seu peito e empurrava contra
suas roupas, e o espaço de seu decote até o brilhante piercing no umbigo era exibido
para todos verem. As roupas em seu torso eram presas por fitas de renda, que
comprimiam e prendiam sua carne exposta. As mangas de suas roupas pareciam ter
sido arrancadas, enquanto a saia branca de sua roupa estava rasgada e esfarrapada.
Sua saia foi projetada para mostrar todo o comprimento de suas pernas deliciosas. A
pele de sua barriga, braços, pernas e rosto estavam cobertos de tatuagens tribais.
Parecia haver algum significado para elas; talvez todo o seu corpo fosse tatuado.
A garota tinha cabelos grisalhos grossos, suas pupilas douradas eram fendidas
verticalmente e brilhavam com uma luz misteriosa. Ela descansou a haste de uma
enorme foice em seus ombros e lambeu os lá bios. Ela parecia um yakuza descansando
sua espada em seus ombros, até sua atitude confiante e imponente. Quando Itami
percebeu a situaçã o em que se encontrava, teve a sensaçã o de uma desgraça iminente
- ela parecia pronta para sair correndo a qualquer momento e matar todos ao seu
redor.
Enquanto Rory resmungava, ela tentou erguer rigidamente seu corpo trêmulo.
“O que você quer dizer com casamento triste? O que é triste e nã o triste? Você
nã o está dizendo isso sozinha? E entã o você fica resmungando sozinho por aí!”
E entã o, Rory agarrou-se a Itami como uma criança, com um olhar de “já chega”
no rosto, quase à beira das lá grimas.
Quando a garota de branco viu isso, ela dirigiu um olhar desconfiado para Itami.
Quando a garota de branco falou com Rory, ela estava claramente tentando
transmitir seu respeito, mas quando se tratava de Itami, ficou claro que ela o via e se
dirigia a ele com desprezo.
“Ei, aquele humano ali, será que você está tentando cometer adultério com a
futura noiva da minha mestra? Se for, eu vou te rasgar como um idiota.”
Itami pensou: ‘Por que eu? Adultério?’ Ele estava cheio de vontade de negar essa
acusaçã o ridícula, entã o balançou a cabeça como um chocalho de criança. No
entanto, Rory ainda estava agarrado a ele com força e ela disse: “Nã o posso usar toda
a minha força agora, entã o, por favor, me dê algum tempo”. Itami nã o fez objeçõ es a
isso. Nessas circunstâ ncias, para entender o relacionamento da garota de branco
com Rory, Itami sentiu que precisava se comunicar com ela.
“Pergunta! Pergunta!”
“Bem, minha primeira pergunta é, quem sã o… Ah, desculpe por isso. Eu sou da
Força Expedicioná ria da Regiã o Especial JSDF, 3ª Equipe de Reconhecimento, e eu
sou o Primeiro Tenente Itami Youji.”
P a g e 186 | 212
A garota de branco tinha um par de grandes asas nas costas. Ela abriu aquelas
asas dracô nicas e deslizou suavemente, pousando silenciosamente diante de Itami e
Rory. Depois disso, ela o olhou de cima a baixo, como se estivesse inspecionando
uma fruta. A maneira como ela o encarava parecia que o estava lambendo com os
olhos. As pupilas esguias da garota de branco e as açõ es fizeram Itami pensar: Ela
deve realmente ser parente dos répteis.
A maneira como ela se curvou e abaixou a cabeça lembrou Itami das garotas
trabalhadoras da cantina de Arnus Town. Rory calmamente disse a Itami que ela era
uma semideusa da raça Dragonkin, e ela também era a mais jovem apó stola neste
mundo.
"Claro. Falando nisso, você deve ser muito ignorante para nã o saber disso.”
"Isso mesmo. O que é tã o engraçado? Você tem algum problema com isso?"
“Todo mundo gosta de coisas diferentes, vovô . Nã o pergunte sobre isso de novo,
jii-san.”
“J…Jii-san?”
P a g e 187 | 212
Mesmo Itami tendo idade suficiente para ser chamado de “tio”, esta foi a
primeira vez que alguém disse isso na cara dele. Essa simples palavra foi muito
prejudicial, e Itami a levou direto ao coraçã o. Enquanto ele estava bastante ferido,
escondeu seus sentimentos e voltou para o forte e confiante Itami.
Quando Itami terminou, Giselle disse: “Haaa, o que vou fazer com você?” Entã o
ela estalou o pescoço e deu de ombros.
“Na verdade, nem sei o que minha mestra quer. Embora eu nã o ache que
realmente importe se ela gosta de homens ou mulheres. Se você me perguntar, tudo
que você precisa fazer é aceitar. Claro, em circunstâ ncias normais, quem entenderia
o coraçã o de uma deusa?”
“De qualquer forma, é assim. Ahhh, que dor… Em todo caso, vai demorar muito
até que os sentimentos da minha mestra sejam aceitos por mais pessoas,” Giselle
disse enquanto suspirava. Entã o, ela olhou para o horizonte, onde o sol estava
nascendo.
“Entã o, como você se sente sobre o que está acontecendo agora? Ignorar a
vontade de alguém, arrastar alguém à força e depois forçá -la a se casar com uma
pessoa do mesmo sexo, de quem nã o gosta. Como você se sentiria se fosse você?”
“Eu sempre senti que Rory era muito forte. Você a espancou até esse estado
sozinha?”
As feridas de Rory eram graves. Claro, elas iriam se curar, mas quando ele a viu
pela primeira vez, ela estava coberta de feridas profundas e sua roupa gó tica estava
encharcada de sangue.
Entã o, Rory mostrou a língua para ele e deu de ombros. “Por que nã o? Nã o foi
ruim nem nada.”
O tom descontraído de Rory fez Itami se sentir impotente, e seu coraçã o parecia
estar sendo esmagado por alguma coisa.
“Bem, podemos resolver tudo isso mais tarde. Desta vez, vou dar tudo de mim na
onee-sama.”
Quando Giselle terminou, ela se virou para os dois Jovens Dragõ es atrá s dela. De
alguma forma, eles se aproximaram sem que ninguém percebesse. Giselle acariciou
seus grandes corpos, e os dois dragõ es pareciam gostar, ronronando profundamente
em suas gargantas.
“Se eu lutasse um contra um, seria um empate. Mas com esses dois caras por
P a g e 189 | 212
perto, tenho certeza que poderia derrotar onee-sama.”
Entre os dois Young Dragons, um era vermelho e o outro era preto. Eles
provavelmente eclodiram dos ovos no ninho do Flame Dragon. Suas escamas e a
aura que emitiam faziam pensar na forma selvagem do Dragã o de Fogo. No entanto,
eles nã o tinham a presença assustadora de seus pais e seus corpos eram menores.
Dito isso, eles ainda poderiam ser descritos com a palavra “enormes” e eram
perturbadores de se olhar.
“Você parece q-bastante pró ximo deles. Você nã o está preocupada que eles vã o
se machucar?”
“Ah? Cuido desses dois desde que nasceram. Eu acordei o Dragã o de Fogo
adormecido, fiz com que ele acasalasse com um Dragã o da Á gua, coloquei seus ovos,
entã o quando eles eclodiram, eu os treinei para este estado. Foi realmente cansativo,
mas valeu a pena. A combinaçã o do Flame Dragon, Young Dragons e eu é invencível.
Assim como planejado.”
Como Giselle fez seu desafio, ela assumiu uma posiçã o com sua foice. Os dois
Young Dragons atrá s dela abriram suas asas, assumindo uma postura de ataque
enquanto mantinham distâ ncia.
Rory se separou de Itami e apontou sua alabarda para Giselle. No entanto, o peso
da arma puxou seu corpo e a fez tremer. Embora seu corpo estivesse se regenerando,
os ferimentos graves que ela havia sofrido tiveram um efeito sobre ela.
“Por favor, espere, Santidade. O que você disse era verdade? Você acordou o
Dragã o de Fogo?”
P a g e 190 | 212
“O que? E quem pode ser você?”
A maneira como Yao gritou essas palavras com raiva pareceu a Giselle bastante
rude. Ela respondeu em um tom baixo e perigoso.
"Claro! Meu povo e eu adoramos Hardy como nosso deusa principal, e temos
sido fiéis seguidores. Em vez disso, nossa deusa nos recompensou com o desastre do
Dragã o de Fogo. Por que é que?"
“Você nã o deve questionar nada do que minha mestra diz. Se ela disser que algo
é preto, independentemente de ser branco ou vermelho ou qualquer outra coisa, é
preto. Como crentes, tudo que você precisa fazer é seguir e acreditar. Nã o é para isso
que você serve?
“M-mas—”
"Claro. Se a sua fé fosse realmente tã o forte, seria ainda mais ó bvio, você nã o
acha? Vocês devem ficar felizes em poder contribuir com o plano de Hardy-sama.
Mesmo se você morrer, morra em silêncio! A fé é isso, estou errada?”
Ao ouvir a resposta de Giselle “Você tinha que fazer uma pergunta tã o ó bvia?” O
corpo inteiro de Yao estremeceu e ela lamentou miseravelmente.
"O que é isso? Ah~~ entã o eram vocês que o Dragã o de Fogo estava comendo.
P a g e 191 | 212
Eu estava me perguntando de onde ele estava tirando sua comida. Entã o Elfos
Negros, foi isso. Bem, deve ter sido uma pena para você.
Yao estava ainda mais agitada agora, mas as palavras de Giselle a deixaram
muda.
“Rezei tantas vezes, chorei tantas vezes, me machuquei tantas vezes, implorei a
Hardy tantas vezes, implorei por ajuda tantas vezes e perdi a esperança tantas
vezes… Deus, e eu me animei, me levantei, fui em busca de esperança, deixei minha
casa para trá s e viajei. mas nã o importa quantas vezes eu orei, Hardy nunca
respondeu. Ela pode nem ter ouvido.
O sangue escorrendo pelo rosto de Yao de seu couro cabeludo parecia lá grimas
de sangue. Giselle parecia um pouco sem palavras e franziu a testa antes de
responder a Yao.
Essa foi a gota d'á gua para Yao. A noçã o de que uma oraçã o sincera do fundo de
sua alma poderia ser comparada a um pedido egoísta a enchia de raiva explosiva.
No entanto, a foice de Giselle foi mais rá pida do que Yao, e sua lâ mina curva se
curvou para ela.
*****
P a g e 192 | 212
Num piscar de olhos-
Ao ver Yao prestes a ser cortada pela foice, Itami avançou e a derrubou no chã o.
Se Giselle e Rory começassem a brigar, Itami e Yao seriam atraídos para a luta.
Giselle evitou agilmente o golpe com uma esquiva graciosa. O Dragã o Vermelho
decidiu intervir e lançou suas garras afiadas para Rory. Desta vez, porém, foi a vez de
Rory se esquivar.
Itami abraçou Yao enquanto sacava sua pistola 9mm do coldre da coxa e
disparava três tiros na direçã o do Dragã o Vermelho. As três balas atingiram o Dragã o
Vermelho perseguindo Rory, mas ricochetearam em suas duras escamas. Embora nã o
tenham causado nenhum dano, esses tiros conseguiram conter o avanço do Dragã o.
Infelizmente, isso significava que os Dragõ es e o Semideus agora tratavam Itami e os
outros como inimigos.
“Droga…”
Ele queria evitar se envolver, mas em vez disso eles estavam brigando. Itami
percebeu que sua pistola era inú til contra o Dragã o, entã o ele a apontou para Giselle.
Ao ver isso, Giselle sorriu e disse: “Oi oi, um mero macho humano pensa que pode me
desafiar? Você tem bons olhos. Eu gosto de pessoas impetuosas como você.”
“Claro, afinal, ele é o homem que derrotou o Dragã o de Fogo,” Rory ofegou, a fim
de preservar a vantagem moral.
“Dizer o quê?... Koff, ah, nã o. Me perdoe. Acho que nã o ouvi direito, eu acredito
que agora Onee-sama disse que derrotou…?”
“O Dragã o de Fogo. Eu disse, ele derrotou o Flame Dragon. Quero dizer, ele saiu
ileso, nã o é?” Rory sussurrou a ú ltima parte para Itami.
Sob o olhar atento de Giselle, Itami quase gritou: “Eu nã o derrotei o Dragã o de
P a g e 193 | 212
Fogo.”
Tudo o que Itami fez foi colocar os explosivos plá sticos. A luta real foi feita pelos
Elfos Negros e Lelei, e o golpe final foi dado por Tuka. No entanto, Itami percebeu que
precisava aliviar a carga de Rory, e a maneira de fazer isso era fazer Giselle pensar
que ele era um inimigo digno. Ele usou todo o seu talento como ator para fingir que
estava bem.
E entã o ele murmurou: "Por que estou lidando com coisas assim...?"
O Grupo de Forças Especiais criou histó rias fictícias para encobrir a verdade de
seus membros, e ele se tornou o Heró i de Nijubashi apesar de nã o ter feito nada
fantá stico. A lenda e a verdade sobre ele estavam muito distantes. Quem dentre eles
poderia entender a frustraçã o de ter que ser alguém que nã o era? No entanto, neste
momento, ele se preparou para a ocasiã o. Com facilidade praticada - ou melhor, com
longa experiência em fingir - ele projetava a imagem de um guerreiro veterano.
“Eu nã o estou mentindo. Vá olhar na boca do vulcã o e veja, o cadá ver do Dragã o
de Fogo deve estar lá . Oh, espere, eu destruí o afloramento onde estava o ninho
porque estava no caminho, entã o provavelmente deve estar enterrado sob toneladas
de rocha. Ahahahaha…”
Itami estava tremendo a ponto de explodir, mas ele nã o podia mostrar seu
medo. Rory silenciosamente deu uma cotovelada no lado dele e disse “Bom
trabalho”, em voz baixa, para que ninguém ouvisse.
Giselle ergueu o queixo e o Dragã o Negro levantou voo, voando para investigar
a cratera.
“Hehe, bem, o que eu sei é que você escapou com vida por pouco. Mesmo com a
proteçã o de oneesama, o que um mero humano pode fazer? Enfim, aquele humano
ali. Fale seu nome de novo, eu esqueci agora.”
Rory interrompeu antes que Itami pudesse responder. Entã o, ela agarrou a mã o
de Itami, como se o estivesse comprando.
“Eu já fiz um contrato com Youji. Quanto a você, você pode ter dois Young
Dragons, mas meu parceiro é o homem que pode derrotar um Flame Dragon.”
“Você realmente acha que pode derrotar Youji e eu apenas com seus dois Young
Dragons?”
Enquanto Rory trocava farpas com Giselle, Itami orava fervorosamente: “Por
favor, Deus, faça-a ir para casa, faça-a pensar que nã o pode vencer e fugir, vamos,
vamos, saia daqui…” No entanto, a pessoa que ele estava rezando para sair estava
bem na frente dele, e ela — Giselle — já havia dito que “Os deuses nã o ouvirã o cada
pequena oraçã o de seus adoradores”.
“Foda-se! Eu nunca pedi isso!” Itami nunca teve a intençã o de lutar desde o início. Seu
plano agora era correr, agarrar Rory e fugir.
Enquanto Itami gritava para ela, Yao pareceu esquecer sua dor e pegou Lelei.
Tuka começou a correr como se tivesse sido lançada de um arco. O que havia sido o
prelú dio de um duelo épico agora se transformou em uma grande fuga. Giselle ficou
completamente surpresa com o processo e ficou parada em confusã o atordoada
enquanto tentava entender o que estava acontecendo.
Um vento frio soprou nas encostas agora vazias do Monte. Tyuba. As rajadas
geladas pareciam vir das fendas entre as rochas, e podia-se ouvir o que soava como
um corvo ao longe.
“Caô …”
Como eles poderiam ter fugido tã o rá pido? Quando Giselle recobrou o juízo,
P a g e 195 | 212
Itami e os outros já eram pequenos pontos distantes desaparecendo no horizonte.
******
Um quarteto de rastros de vapor traçou um caminho serpentino pelo ar e
atingiu os dois Dragõ es.
“Kurihama, o alvo ficou menor desde a ú ltima vez que o vimos?” Kamikoda
perguntou enquanto lançava os Sidewinders (mísseis ar-ar de direçã o
infravermelha) que ele havia travado nos alvos.
“Mas podemos confirmar que o tenente Itami está sendo perseguido por essas
duas formas de vida.” Kamikoda acenou com a cabeça ao ouvir o tenente. A voz de
Mizuhara.
P a g e 196 | 212
O canhã o rotativo estilo M61 Vulcan Gatling disparou sua muniçã o de 20 mm a
uma taxa de 6.000 tiros por minuto. A tempestade de chumbo que vinha em sua
direçã o estava muito além da força de um furacã o, e os Young Dragons giraram
como se estivessem em um liquidificador.
No entanto-
******
“fogo a esmo!”
Os anciã os Dark Elf estavam cobrindo seus ouvidos, olhares surpresos em seus
rostos, enquanto olhavam para as chamas saindo dos canos dos Type 75 SPHs. Os
arredores estavam envoltos em fumaça e a visibilidade era quase zero. Em meio à
fumaça, os carregadores começaram a trabalhar.
O barulho na cabine do helicó ptero era tã o grande que era preciso gritar para ser
ouvido. Entã o parecia que Duran estava latindo com raiva para o coronel Youga, que
estava sentado ao lado dele.
“Essa seria a boa sorte de Vossa Majestade,” Youga respondeu enquanto acenava
com a cabeça.
“Boa sorte? Bem, ainda resta saber se ter permissã o para escapar com vida foi
uma sorte. Entã o, deixe-me ver o que mais você tem reservado.”
Youga apertou um botã o em seu aparelho sem fio e ordenou: “Tudo bem. Vô o
Cobra, engajar!”
E assim, os dois helicó pteros de ataque AH-1 Cobra se inclinaram para a frente e
avançaram em grande velocidade. Os dois helicó pteros de ataque mudaram para a
posiçã o de ataque e entã o lançaram seus mísseis TOW.
P a g e 198 | 212
Como eram um modelo mais antigo de mísseis guiados por fio, eles exigiam um
operador humano para rastrear seus alvos com uma mira ó ptica que enviaria sinais
ao míssil que corrigiria seu curso. Dessa forma, o míssil guiado se aproximaria
infalivelmente do alvo.
Esses mísseis foram projetados para destruir MBTs. Quando essas flechas
caíram do céu e atingiram os Jovens Dragõ es, rasgaram seus corpos.
******
Giselle foi pega na primeira onda de rajadas de granadas e estava meio enterrada
na terra e areia ao redor. Ela assistiu silenciosamente enquanto os Young Dragons
que ela havia criado pessoalmente eram engolidos por explosõ es. Ela estava tã o
perdida em seu desejo de batalha que nã o percebeu nada fora de seu campo de visã o.
E agora que as explosõ es haviam terminado, ela podia ouvir uma voz
dizendo “Gi~-se~lle~? Onde você está ~?” vindo da direçã o das explosõ es. Quando
Giselle se virou, ela viu a forma de Rory Mercury.
Com essa cena atrá s dela, Rory sorriu amplamente quando ela deu um passo à
frente. Embora nã o estivesse frio, Giselle ficou arrepiada quando o belo terror se
aproximou dela.
“O-onee-sama…”
Suas pernas tremiam e seus braços tremiam. Ela se achatou no chã o para evitar
ser descoberta e rastejou lentamente para trá s.
Isso era o que significava alternar entre ataque e defesa. Agora, era sua vez de
ser a presa.
“Gi~-se~lle~? Onde você está ~? Vou prendê-la bem e jogar a chave fora, entã o
saia ~”
Mesmo que seus braços fossem cortados, mesmo que suas pernas fossem
decepadas, mesmo que ela fosse decapitada, Giselle – como uma semideusa – nã o
morreria. Alguns semideuses tiveram seus membros removidos e transformados em
pó , ou queimados ou dado pra animais selvagens, mas seus membros cresceram a
partir dos tocos.
Alguns Semideuses foram aprisionados no subsolo pelos mil anos que levaram
para ser libertados da prisã o de sua carne. Nã o era difícil imaginar que tipo de
divindades malignas esses semideuses (que ficaram presos sob a terra por séculos)
se tornariam.
P a g e 201 | 212
Alguns semideuses foram capturados por pessoas cruéis, que comandavam
feras selvagens para despedaçá -los com suas mandíbulas e devorar continuamente
suas entranhas em regeneraçã o. Como tinham corpos, podiam sentir prazer e claro,
dor. Mas como eles nã o podiam morrer, o que aguardava os semideuses derrotados
era um destino pior que a morte.
Giselle olhou para as pessoas que seguiam Rory. Eles eram Itami, Lelei, Tuka e
Yao. Dois humanos e dois Elfos. Normalmente, eles nã o seriam nada para ela. Agora,
porém, ela nã o tinha esperança de ganhar. Com Itami como seu oponente, o homem
que acabou com o Flame Dragon e que demonstrou o incrível poder que exterminou
os dois Young Dragons, nã o havia como ela esperar vencer.
Giselle decidiu fugir. Ela nã o se importava se seu corpo estava sujo pela terra.
Escapar deste lugar era sua prioridade nú mero um.
*****
Depois disso, os soldados que receberam o relató rio de Itami desceram na boca
do vulcã o e descobriram o cadá ver do Dragã o de Fogo. Por fim, eles puderam
confirmar que Tuka havia se vingado.
Tanto a alegria quanto a tristeza exigiam energia. Em seu estado de exaustã o, eles nã o
tinham energia para sentir. A ú nica coisa que eles podiam fazer era sentar lá e olhar
P a g e 202 | 212
fixamente.
“Nó s sobrevivemos…”
“Sim, nó s sobrevivemos…”
A voz mansa e delicada de Tuka foi a ú nica coisa que respondeu a Itami. Ela era a
menos cansada de todas porque estava dormindo até antes da batalha começar.
“Conseguimos…”
Tuka virou-se lentamente para Itami, e respondeu sem hesitar. “Nã o.”
“Porque…”
“Sério…”
******
Higaki pegou uma nova pasta e a colocou na frente de Itami — era uma carta de
demissã o.
“Sim…”
“Primeiro Tenente Itami. Por seus esforços para libertar o cidadã o japonês
sequestrado, o Ministro da Defesa lhe concedeu a Medalha de Serviços Distintos, 1ª
Classe.”
Hazama entregou o diamante bruto que Yao estava carregando com ela para
Itami. O diamante era do tamanho de uma cabeça humana e pesava em suas mã os. Se
fosse trocado por dinheiro, alcançaria um preço quase incalculá vel. Pode muito bem
ser equivalente a ganhar o grande prêmio em dez loterias seguidas.
“O trá fico humano é ilegal no Japã o, entã o é melhor você cuidar bem dessa garota
Yao.” Depois que Hazama terminou, ele entregou a documentaçã o de Yao a Itami. O
trá fico de escravos existia na Regiã o Especial, entã o é claro que Yao teria uma prova
de propriedade anexada a ela.
“Qual é o pró ximo? Rube Village of the Dwarfs... aqui está uma carta de gratidã o
para você. E outro de um lugar chamado Reizobaum. E um de Torte Village. Todos
eles sã o cartas de gratidã o agradecendo por seus feitos heró icos em matar o Dragã o
de Fogo. E entã o…”
“Do Santuá rio de Belnago? Esse lugar existe? Bem deixa pra lá …”
“Ah, tem isso. Depois de todos os prêmios e elogios que você recebeu, se apenas
o punirmos, isso ficaria mal para nó s. Portanto, você tem uma nova missã o. Primeiro
Tenente Itami, eu o nomeio um Investigador de Recursos da Regiã o Especial.”
“Investigador de recursos?”
“Bem, sim.”
Hazama deu um tapinha no ombro de Itami, e entã o ele saiu, junto com sua
comitiva de oficiais femininas.
Itami ficou sozinho, carregando uma enorme pilha de coisas no centro da sala.
Os outros o trataram como invisível mais uma vez, voltando ao trabalho. No entanto,
desta vez, alguns deles estavam sorrindo secretamente, enquanto outros olhavam
com ciú mes para Itami. Ambas as respostas o deixaram desconfortá vel.
Como se fosse uma ordem de Itami, vozes ciumentas ao seu redor gritaram:
“Seu bastardo!”, seguido por uma saraivada de documentos jogados.
******
P a g e 205 | 212
“Santuá rio de Belnago?”
Quando Itami fez essa pergunta, Rory deu um leve sorriso. “Isso é um santuá rio
de Hardy.”
Quando Rory perguntou a ele, Itami balançou a cabeça. Os deuses das Regiõ es
Especiais eram seres que nã o podiam ser julgados pela ló gica padrã o. Ele nã o tinha
ideia do que eles estavam fazendo, entã o Itami queria evitar seus esquemas o má ximo
possível. No entanto, Rory disse que queria ir.
“Este é um convite que eles enviaram, para que possamos entrar, sem medo de
nada no territó rio de Hardy. Meu plano é dizer: ‘Nã o quero ser sua esposa’ e depois
perguntar o que ela está fazendo.”
“O Lindel Campus fica perto de Belnago. Se você vai lá , eu também vou”, disse
Lelei. Ela já havia publicado sua tese e estava se candidatando a um cargo de sá bia.
“Mm, claro.”
P a g e 206 | 212
"Qual é o problema?" Tuka perguntou, e entã o Yao sorriu e respondeu.
“Pretendo mudar meu nome, Yao Ha Ducy, filha de Dehan, da tribo Ducy, da
Floresta Schwarz, para Yao Ro Ducy.”
“Ah, eu nã o entendo muito bem,” disse Itami, um olhar confuso em seu rosto.
Tuka explicou para ele.
“Bem, por exemplo, meu nome completo é Tuka Luna Marceau. Luna refere-se ao
deus da mú sica, Lunaryur. Isso significa que eu venero Lunaryur como meu deus.”
“Entã o, Rory, quando você ascender à divindade, que tipo de deusa você será ?”
Itami já sabia a resposta para a pergunta de Yao sobre Rory. Desta vez, foi a vez
de Rory responder.
“Uau…”
“Morte?”
“Guerra, talvez?”
Como todos começaram com seus palpites, Rory abaixou a cabeça e corou antes
de dar sua resposta em silêncio. Além de Risa, que nã o tinha ideia do que eles
estavam falando, sua resposta congelou todos os outros.
Risa se virou para perguntar o que estava acontecendo com eles, mas todos
ficaram parados. Embora Risa achasse tudo isso um pouco ridículo, se o motorista
também tivesse congelado, teria havido um acidente de trâ nsito, entã o isso foi
realmente uma bênçã o disfarçada.
******
E assim…
“Aqui estamos~”
“A mã e de Youji?”
"…Sogra…"
Itami nã o conseguiu encontrar forças para dar um passo à frente. Agora, Tuka o
empurrou.
“Vá vê-la.”
P a g e 208 | 212
Agora, Tuka havia perdoado Itami por fingir ser seu pai, e também por arrastá -
la para ir exterminar o Dragã o de Fogo, mas a condiçã o era “ir ver sua mã e”.
Claro, Itami havia fingido ser o pai de Tuka por causa dela. Ainda assim, ele se
sentia culpado por isso, e isso estava atrapalhando o relacionamento deles. Portanto,
Tuka usou a desculpa de “Minhas condiçõ es e suas puniçõ es sã o duas coisas
distintas”. Ela deu sua pró pria puniçã o a Itami, porque sentiu que era a ú nica
maneira de remover a lacuna entre eles.
Itami também estava ciente do que ela estava pensando. No entanto, a ideia de
se encontrar com sua mã e o deixou inquieto.
Itami respirou fundo ao dizer isso. No entanto, sua atitude covarde em relaçã o a
isso irritou a impaciente Risa, para nã o falar de Tuka, Lelei e Rory. As três ú ltimas
chutaram Itami na bunda, com um "Apenas vá logo!" olhe em seus rostos.
P a g e 209 | 212
Em primeiro lugar, muito obrigado a todos os meus leitores - se você terminou
“Gate: Assim, o JSDF lutou aqui, vol. 2 Flame Dragon Arc (segunda parte)”, ou se você
está prestes a começar. De qualquer forma, este posfá cio se referirá aos eventos
deste livro.
O que você achou do Arco do Dragã o de Chamas? Na verdade, essa era a parte
do trabalho que eu mais queria escrever.
Portanto, criei um cená rio onde Itami usou suas habilidades pessoais e a ajuda
de seus amigos para enfrentar o Dragã o de Fogo.
Para mim, já que alguém está lutando contra um Dragã o, quanto menor a arma,
melhor.
Nesta série de light novels, todos os tipos de armas usadas pelo JSDF
apareceram, mas como “nã o há problema em jogá -las fora em momentos de
emergência”, mostrei apenas as armas mais antigas desta série. Algumas delas sã o
até peças de museu que nem estã o mais em uso. Alguns dos meus leitores com
conhecimento profissional me deram muitos conselhos ú teis e, embora o LAM seja
uma arma mais nova, eu o incluí na histó ria. A razã o é porque o JGSDF o trata como
uma arma de um tiro -- é descartada apó s o uso.
P a g e 210 | 212
O LAM conforme descrito no texto é uma arma portá til incrivelmente poderosa,
podendo penetrar 70cm de chapa de aço. O superencouraçado Yamato tinha 41 cm
de armadura de cinto, e a blindagem mais espessa tinha 85 cm de espessura, entã o
você pode ver o poder da arma a partir daí.
Yanai Takumi
P a g e 211 | 212
P a g e 212 | 212