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A batalha final pela Terra dos Fae está aqui!

A guerra chegou a Terra dos Fae,


e não tem como escapar da batalha final.

Pensamos que estávamos prontos para qualquer coisa.

Nós estávamos errados.

Eu não podia mudar quem era, então Destiny interveio,


me forçando a me tornar o que a Terra dos Fae
precisava para enfrentar nossos inimigos.

Posso perdoar o que aconteceu e


superar as mentiras e traições? Ou vou destruir
um mundo para deixar o homem que amo de joelhos,
exigindo que nos tornemos os monstros
que o mundo quer que sejamos?

Essa é a parte final da batalha e encerra a história da e do


, além de ler todos livros dessa série, ela está ligada a um universo maior,
o . Portanto, é obrigatória a leitura na sequência da grande série.
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Isso tudo estava errado. Tudo parecia errado e invertido, e nada
fazia sentido. Eu não tinha nenhuma memória de alguma vez entrar
neste cintilante mundo dos Fae, mas não tinha como negar que
estávamos na Terra dos Fae.
Um grupo de homens Fae estava do outro lado do cômodo, falando
baixinho entre si, olhando para mim de vez em quando, enquanto
Adam e eu sentávamos sozinhos numa mesa no canto. Ele passou as
últimas duas horas tentando explicar as coisas pela terceira vez, mas
estava falando um monte de bobagens que não podiam ser verdade.
Era evidente para mim que ele teve a mente fodida pelos Fae, e eles
estavam o usando para foder a minha também. Essa era a única
explicação que eu poderia inventar para justificar a estúpida história
maluca que ele esperava que eu acreditasse.
Comecei a me desligar de Adam enquanto meu olhar deslizava para
o maior homem Fae, que parecia estar observando cada coisa que eu
fazia com interesse. Isso me incomodou e fez meu corpo esquentar de
uma forma que nunca tinha antes. Me senti excitada com Adrian e
ainda me sentia, mas esse homem? Pingava feromônios que me fizeram
doer só com os olhares acalorados que deslizou sobre meu corpo.
Se eu me movesse, aquelas profundidades cintilantes de ônix e ouro
me seguiam como se eu fosse a presa que estava caçando. Pior do que
isso, meu corpo respondeu como se quisesse que ele me perseguisse, e
isso me irritou. Como se aquele ogro peido de fada tivesse amarrado
um cordão invisível na minha vagina e quando puxou, estremeci com
a necessidade dele puxar com mais força. Foi nojento. Senti minhas
bochechas corarem e fiz uma careta quando um sorriso mortal enfeitou
sua boca. Meus olhos se arregalaram e os mamilos se animaram como
se precisassem ter certeza de que ele percebeu que existiam. Corpos
eram coisas estúpidas e traiçoeiras que ficavam felizes em nos trair.
Dispensando o Fae, voltei minha atenção para Adam.
— Precisamos encontrar Larissa e Adrian e sair daqui agora. —
Sussurrei. — Nada do que você disse faz sentido, Adam. Estamos em
perigo, grande perigo. Tipo, se não sairmos agora, seremos Refeições
Felizes para esses idiotas. — Adam recostou na cadeira e suspirou. —
Por que não está em pânico? Me ajude a nos tirar daqui e pare de
mentir. — Murmurei, olhando para o Fae de olhos dourados que me
observava com seu olhar intenso. Eu odiava seu rosto sexy e o poder
que emanava dele em ondas turbulentas. Estava rolando por mim,
criando uma dor profunda e insaciável que pulsou até que tive medo
de explodir em orgasmos espontâneos e me tornar uma idiota total.
O idiota ainda não tinha tirado os olhos de mim e parecia que me
conhecia de uma forma realmente íntima. Se fosse esse o caso, isso
significava que eu também poderia estar comprometida. Acordei em um
campo usando um vestido fino com Adam me segurando no meio de
uma campina de fantasia, completa com um castelo ao fundo, e
nenhuma memória de como eu tinha chegado lá.
Meus seios foram empurrados para cima enquanto eram mantidos
no lugar pelo corpete que eu estava usando, que acenaram para o idiota
que não parava de olhar para mim. Era muito possível que eu tivesse
estado em um tipo de situação comprometida até as bolas, tão horrível
que a bloqueei.
Nunca tinha usado uma merda como essa. Eu tinha padrões e uma
roupa que expõe as partes do meu corpo estava na lista de coisas que
jamais me permitiria usar, não importa qual missão a Aliança planejou
para nós. Não me importava se eles queriam que eu me despisse, eles
poderiam chupar minha bunda antes que eu conscientemente fizesse
algo do tipo.
A menos que fosse vida ou morte, minha bússola moral dirigia
minhas decisões. Considerando que esta era na verdade uma situação
de vida ou morte... se me despir para o meu terno de como vim ao
mundo significasse tirar meu time daqui, eu faria muito bem. Só
esperava que não seria isso que fosse o necessário, mas considerando
o olhar faminto que permaneceu preso no meu, eu estava suando, pois
poderia chegar a esse ponto, ou pior.
— Syn, muita coisa aconteceu. — Adam desconfortavelmente se
mexeu enquanto esfregava a nuca, me estudando.
— Como o quê? — Me recostei na cadeira, refletindo a postura de
Adam enquanto examinava sua linguagem corporal, observando quão
nervoso e inquieto estava no momento. — Por que parece que alguém
morreu?
— Alguém morreu, Syn. — Ele sussurrou através de emoções fortes
que fizeram seu pomo de Adão balançar para cima e para baixo
enquanto engolia em seco. — Foi Lari.
Lágrimas picaram atrás dos meus olhos, queimando para serem
liberadas e balancei a cabeça. Limpei a garganta, ignorando o aperto
em torno do meu coração, apertando dolorosamente. Adam balançou a
cabeça, esfregando o rosto com a mão enquanto se ajustava na cadeira.
— Isso não é nada engraçado, Adam. — Sibilei enquanto as lágrimas
corriam pelo meu rosto.
— Syn, nós pegamos a missão de ajudar os Fae, e coisas
aconteceram. Algumas coisas boas e ruins ocorreram no ano passado.
Coisas boas como você ser uma mãe. Você tem três filhos. — Ele tinha
perdido a cabeça. Minhas sobrancelhas se ergueram quando dei a ele
um olhar inexpressivo, e seus olhos se estreitaram.
— Acho que saberia se tivesse filhos, especialmente três. Este corpo
parece ter dado à luz alguma coisa? — Franzi a testa profundamente,
puxando o vestido vistoso que usei e olhando para minha barriga lisa,
sem nenhuma estria estragando.
Sim, Adam estava comprometido. Deixei o corpete se encaixar de
volta no lugar, estudando cuidadosamente, notando a maneira como
ele tinha falado com convicção. Ele acreditava que o que estava dizendo
era verdade, o que significava que estava me alimentando com qualquer
história que o Fae queria que ele vendesse. Ótimo, por que sempre,
quando precisava que minha equipe estivesse alerta, se distraíam e
agiam como um bando de gatos rolando num campo de erva-do-gatos?
— Você sofreu uma lavagem cerebral, Adam. Pode calar sua boca
porque não acredito em nada que saia da sua língua. Pare de me
alimentar com o que eles querem que diga. Lari não está morta; ela não
pode estar. — Sibilei com raiva, olhando para ele enquanto sua boca
abria e fechava repetidamente antes dele se sentar e balançar a cabeça.
Passos pesados soaram no chão de pedra do lado de fora do
corredor, e me virei lentamente, observando quando um novo homem
entrou na sala e então parou. — Oh, graças a Deus. — Sussurrei sem
fôlego, me levantando e correndo para Adrian.
Me jogando sobre ele, passei os braços em volta dele e reivindiquei
sua boca com urgência. Ele girou sua cabeça na direção do Fae de olhos
dourados e riu contra meus lábios. Ele me puxou para mais perto, me
beijando profundamente, gemendo quando minha língua empurrou em
sua boca e um gemido escapou da minha garganta.
Seus braços baixaram para descansar na minha cintura e sua boca
se afastou da minha enquanto ele me estudava com curiosidade.
Recuei, segurando suas mãos nas minhas, e sorri em seus lindos olhos
turquesa, percebendo o charme malandro que me atraiu a ele. Dei um
passo à frente e me encostei ao ouvido dele, sussurrando baixinho para
não ser ouvida.
— Precisamos sair daqui agora. — Minha bochecha roçou contra
sua sombra de 5 horas, e meus mamilos endureceram com a memória
de como me senti entre as coxas quando ele me levou para o céu.
Adrian se afastou um pouco e olhou para mim, confuso.
— Adam passou por uma lavagem cerebral e acho que os Fae estão
usando o controle da mente para fazer ele me dizer coisas que não
podem ser verdade, Adrian. Preciso de sua ajuda para tirar Adam e eu
daqui antes que eles nos comam.
Balancei a cabeça na direção do Fae enquanto deslizei para baixo
em seu corpo, olhando para as profundezas turquesa que me
estudavam como se eu tivesse perdido a cabeça. Ele estreitou os olhos,
olhou para Adam, então para o Fae, e fiz uma careta. Sua expressão
estava cheia de dor enquanto meu corpo descansava rente ao dele.
— Você quebrou a porra do cérebro dela, idiota? — Ele perguntou
com raiva, girando em direção ao Fae de olhos dourados, aquele que os
outros chamavam de Ryder. — Que merda você fez com ela?
— Bolas! Você também está comprometido? — Fiz uma careta
preocupada, recuando ainda mais, me virando para olhar mortalmente
para o homem chamado Ryder, que cruzou os braços. Ele olhou para
Adrian como se quisesse matá-lo. Adrian encontrou seu brilho de frente
e balancei a cabeça vigorosamente.
— Muita coisa aconteceu, Adrian. — Ryder bufou. — Nada bom,
receio.
— Não. Não olhe nos seus olhos. Olhe para mim, bebê. — Falei
suavemente, puxando seu rosto de volta para o meu. Meus lábios
roçaram os dele e estremeci, recuando quando senti o gosto de sangue
cobre em meu lábio. Minha mão foi levantada para sua boca, segurando
aberta, e encarei os incisivos gêmeos. Puxei a mão para trás e dei um
tapa forte, o barulho ecoando pela sala enquanto meu coração
trovejava contra a caixa torácica. — Você tem um grande problema
dentário! — Um sorriso curvou seus lábios generosos enquanto sua
cabeça se inclinava, me observando, então dei um tapa nele de novo,
desta vez com mais força.
— Sim, eu sou um vampiro, Synthia. — Adrian me observou com os
olhos arregalados enquanto as lágrimas enchiam os meus, e a negação
saiu de meus lábios na forma de um soluço. — Não. Não, olhos de anjo.
Não faça isso. Não chore. — Ele estendeu a mão para mim e recuei,
recuando com seu toque. — Porra, uma ajudinha aqui? — Todos na
sala só o encararam, como se ninguém quisesse intervir.
— O mundo inteiro enlouqueceu? O que está acontecendo? — Exigi,
me afastando lentamente dele com lágrimas rolando pelo rosto. Meu
batimento cardíaco ecoou nos ouvidos, o coração apertou de dor com o
significado daquelas presas. Adrian estava morto, como um morto-vivo.
Eu tinha que acabar com seu sofrimento. — O que você fez para nós?
— Perguntei com os lábios trêmulos, voltando a atenção para Ryder.
Seus olhos se estreitaram em mim, um flash de algo como
arrependimento entrando em suas belas profundezas antes de
balançar a cabeça e abrir a boca para responder. Eu o venci enquanto
a raiva substituía a tristeza, e minha espinha estalou no lugar.
— Não fiz o que você acha que fiz. — Ryder bufou, beliscando a
ponta de seu nariz enquanto Adrian olhava entre nós em confusão.
— Se você não nos deixar ir, toda a porra da Aliança de Spokane vai
cair na sua bunda! Me ouviu? Vou te colocar de joelhos e tirar sua linda
cabeça de seus ombros, sua fada filho da puta.
— De alguma forma, duvido que a Aliança venha, animalzinho.
A raiva ferveu dentro de mim e apontei o dedo para Ryder enquanto
enunciava cada palavra com os dentes cerrados. — Eu. Não. Sou. A.
Porra. De. Um. Animal! Meu nome é Synthia Raine McKenna, e você
faria bem em se lembrar disso, já que serei eu quem vai te matar,
bastardo.
Suspirando, Ryder se virou para olhar para os homens ao lado dele,
nenhum dos quais lhe ofereceu qualquer apoio. Se voltando para mim,
ele sorriu levemente.
— Você vai tentar, tenho certeza. Mas não hoje. Hoje você é só uma
executora que está no meu mundo agora e não vai embora até que eu
decida o contrário. — Seu sorriso aumentou quando ele caminhou até
a frente da mesa e se encostou nela. — Além disso, não posso deixar
minha garota escapar agora, não quando ela está planejando me matar,
o que é quente pra caralho. Estou ansioso para brincar com você, doce
esposa.
Minha cabeça se inclinou e bufei alto. Cruzei os braços sobre o
vestido branco berrante para olhar para ele, levantando uma
sobrancelha delicada até a linha do meu cabelo com raiva.
— Acha que estou comprando a merda que Adam está vendendo
hoje? Sou inteligente o suficiente para descobrir que foi comprometido,
e que você está alimentando ele com mentiras para me dizer, idiota.
Também não sou sua nada. Você não me possui. Não é nada para mim.
Caralho, tenho certeza que não teria tropeçado e caído no seu pau e
ficado grávida. Você nem mesmo é bonito o suficiente para me atrair
para aquela coisinha patética em suas calças. — Falei, acenando meu
dedo em um círculo, indicando sua virilha. — Sou mais inteligente do
que a maioria das mulheres e com certeza não caio num pau só porque
ele está preso a um rosto bonito, garoto fada. Quer dizer, sério! Adam
disse que eu morri. Eu pareço morta? Garanto a você, estou muito viva.
Dando um passo à frente, corri as mãos pelos lados do meu corpo e
olhei para Ryder.
— Este corpo parece ter criado trigêmeos? E se tivesse, por que
diabos eu iria querer voltar para você? Você é só um idiota patético que
precisa de mim para comprar as mentiras que você está vendendo,
porque não pode me manter neste mundo sem elas. Os Fae têm leis e
devem obedecer. Garanto que não sigo regras e com certeza não quebrei
nenhuma que permitisse que você me segurasse aqui. Vai me deixar
sair deste lugar e vai me ver sair pela sua porta de uma forma ou de
outra. Como eu me saio, bem, isso é com você. Com sua cabeça, ou
sem ela, mas de qualquer forma, vou para casa.
— Acho que gosto mais de você quando só queria ser fodida por um
pau aleatório.
— O que? Eu não transaria com um pau aleatório e tenho certeza
que as bolas-azuis de Fae não foderiam você. Prefiro fingir de morta do
que tocar em você. Você quer foder um cadáver, traga ele, Fada.
— Claramente. — Ele riu com a voz rouca, me olhando como se não
tivesse medo de minhas ameaças. Idiota.
Eu tinha derrubado monstros maiores do que este idiota antes
mesmo de cortar os dentes. Girei nos calcanhares, jogando meu cabelo
e dispensando Ryder. Voltei para Adam, olhando por cima do ombro
para Adrian, que me observava com a boca ainda aberta, suas presas
à mostra.
— Adrian é um pau morto. Preciso encontrar uma estaca de verdade
e libertar ele daquela casca em que está preso. — Minha garganta se
apertou e lutei contra as lágrimas que queimaram os olhos enquanto
meu coração se despedaçava com a realidade do que isso significava.
Eu perderia Adrian para sempre assim que o libertasse. — Não
podemos deixar ele assim. Adrian odiaria ser um vampiro por toda a
eternidade, nos observando envelhecer enquanto ele permanecia
eternamente amaldiçoado. — A emoção apertou minha garganta
quando a dor ecoou em meu peito, a sensação familiar de perder mais
pessoas me atingiu com força, ameaçando me engolir por inteiro de
novo.
— Na verdade, Adrian escolheu esta vida, Synthia. — Adam
encolheu os ombros como se não fosse grande coisa. Meu olhar se
concentrou na carranca puxando os cantos de sua boca enquanto ele
continuava olhando para o Fae como se eles tivessem as respostas que
ele estava procurando. — Não vamos empurrar nenhuma estaca em
seu peito ainda, ok? Pelo menos espere até que ele irrite você primeiro,
então você pode libertar ele.
— Está tudo errado. Estamos dentro da Terra dos Fae. — Fechei a
distância entre nós e agarrei sua mão, impedindo de me deixar. — Tem
que lutar contra esse controle que eles têm sobre você. Me ouviu? O
que quer que o Fae tenha te feito, você é forte o suficiente para lutar
contra eles, Adam. Você tem que fazer. Preciso que me ajude a
descobrir o que eles fizeram com Lari. Acha que eles estão segurando
ela lá em cima? Se estiverem, posso tentar seduzir o grande e sexy Fae
que quer que eu acredite que somos casados. Posso usar ele para
chegar lá e verificar.
Adam colocou a mão na testa enquanto seus dedos apertavam seus
olhos como se estivesse sofrendo de uma dor de cabeça extrema. Não
tínhamos tempo para isso. Me virei para olhar para o Fae, e todos eles
estavam tentando agir ocupados, mas eu poderia dizer que estavam
observando cada movimento nosso.
— Temos que fazer isso agora, Adam, antes que todos nós acabemos
sendo transformados em seres sem mente. Quero dizer, e se eles
transformarem Lari em uma vampira, assim como fizeram com Adrian?
Ele sorriu com força. A dor encheu seu olhar enquanto se levantava.
— Eu já volto, ok?
Agarrei sua mão antes que ele se afastasse e sussurrasse baixo.
— Não olhe nos olhos deles. Não sabemos o suficiente sobre este
tipo de Fae, e eles podem ser os desagradáveis. Eles obviamente não
são Fae da Escuridão, nem de Sangue. Fae da Luz já teriam tentado
me seduzir à submissão, e odeio dizer isso, mas olhando em volta, acho
que podemos estar no Reino da Horda, o que significa que temos que
escapar tipo agora, de verdade. — Ele tentou se afastar de mim, mas
apertei sua mão com força enquanto o puxava para baixo, forçando a
fazer contato visual. — Nossas vidas estão em perigo, então precisa sair
de tudo o que diabos está acontecendo dentro de sua cabeça.
Precisamos encontrar um caminho de volta para casa, nos reagrupar e
voltar para os outros. Compreende?
— Acho que precisamos trazer Alden aqui. — Ele afirmou, e meus
olhos se arregalaram, e então uma carranca franziu minha testa. Meu
coração batia forte nos ouvidos com a ideia de trazer um Ancião tão
perto do Fae. Muito menos aquele ancião em particular, que eu
considerava uma família. Se morreríamos, seria melhor para Alden
permanecer onde estava: a salvo desses monstros. Tinha regras, e se
caíssemos neste castelo de merda, faríamos em nossos termos e não
levaríamos mais ninguém conosco.
— Não podemos trazer um Ancião para a Terra dos Fae, está louco?
Se precisar, vou derrubar Ryder, o grande com olhos dourados; ele
parece estar no comando aqui. Eles não vão correr o risco de perder ele
com a partida do Rei da Horda. Eles têm que ser capazes de seguir
alguém enquanto ele está em sua caminhada, ou o que quer que ele
esteja fazendo. A Aliança pensa que o poder abastece a Horda e que a
criatura é poderosa. Posso sentir isso me acariciando agora mesmo.
— Derrubar ele, como, Synthia? — Adam sorriu. Ele falou quase um
sussurro enquanto seus olhos brilhavam com malícia.
— Não sei, minhas armas sumiram. — Dei de ombros, como se esse
conhecimento devesse ser fácil de descobrir. — Eu poderia usar um
feitiço e fazer ele se afogar na saliva, o que pode causar confusão
suficiente para que possamos escapar enquanto eles tentam salvar ele.
— Me virei para espiar por cima do ombro enquanto as sobrancelhas
escuras de Ryder abaixavam enquanto travava meu olhar. — Acho que
ele pode nos ouvir. Vamos tentar isso. — Instruí, colocando as mãos
sobre as orelhas de Adam enquanto olhava diretamente em seus olhos
verde-esmeralda.
Me concentrei no feitiço que entregaria o canal telepático onde
poderíamos conversar, mas não foi à voz de Adam que ouvi em minha
cabeça.
— Você é tão deliciosa pra caralho quando está planejando me matar,
menina doce. Meu pau está duro de antecipação para você me
experimentar, porra. — Uma voz profunda e rica de barítono entrou em
minha mente, e puxei minhas mãos de Adam, me virando para olhar
para Ryder. Um sorriso curvou seus lábios e abri a boca para
repreender ele, mas meu corpo doía, pulsando de necessidade
enquanto seu olhar me engolia por inteiro. — Sua boceta se lembra de
mim. Não é? Posso sentir o cheiro me implorando para encher ela até que
você doa de tanto.
— Fique longe da minha cabeça, idiota. A única resposta do meu
corpo a você é a repulsão. — Estreitei meus olhos para ele e o encarei.
— Ou você fará o quê? Me afogar com água? Minha saliva? Qual é,
bruxa?
Me levantei, chamando minha magia para mim e pisquei
repetidamente quando nada aconteceu. Encarei minhas mãos em
descrença porque minha magia nunca falhou em vir quando chamada.
Eu estava impotente aqui! Bufei. Minha boca abriu e fechou e cruzei os
braços, olhando como punhais para Ryder, onde, sem dúvida, a culpa
deveria ser colocada. levantei uma sobrancelha, desafiando a fazer um
movimento contra mim. Foda-se. Plano B. Rasgaria sua garganta se ele
tentasse me tocar e o faria gritar.
— Mesmo sem minha magia, ainda vou chutar o seu traseiro. —
Avisei incisivamente, estudando a forma como as pessoas ao redor da
sala riam.
Olhos escuros sorriram para os meus. Seus lábios pecaminosos se
curvaram em um sorriso malicioso que eu queria dar um tapa em seu
rosto lindo demais. Numerosas marcas de ouro e obsidiana dançaram
em seus braços e, por um momento, fiquei hipnotizada por elas.
Eu não conseguia desviar o olhar do jeito que elas puxavam, me
chamando para sua teia pecaminosamente carnal que me consumiria
por completo. Minhas mãos bateram em meus olhos enquanto eu me
virava, me sentando perto de Adam.
— Isso é muito ruim. Temos que fugir logo. Aquele Fae está soltando
sexo de seus malditos poros, e meu corpo está respondendo de
maneiras que tenho vergonha de admitir para mim mesma, quanto
mais para você. Quanto antes sairmos deste lugar, melhor. Estou
supondo que ele está só deixando aqueles poderes trabalharem até aqui
até que eu seja incapaz de negar como eles estão me afetando. Se eles
me transformarem em FIZ, você tem que sair daqui; me prometa que
vai escapar. Entende o que estou te dizendo? — Eu estava dizendo a
Adam para me abandonar e viver. Me deixar aqui para este destino
infernal, onde eu seria tornada estúpida e forçada a deitar em uma
cama esperando a luxúria deste monstro, sem saber.
— Sim. — Adam respondeu com cuidado. De pé, ele olhou para mim
antes de levantar os olhos para o céu, como se estivesse tentando
descobrir como lidar com a situação. — Eu volto já. Não estaque Adrian
enquanto eu estiver fora, certo? Você realmente está bem com Adrian
sendo um vampiro, Synthia.
— Tanto faz, vou esperar, mas não podemos deixar ele assim.
Observei Adam enquanto ele cruzava a sala, estreitando meus olhos
quando ele parou na frente do homem chamado Ryder. Ele não era só
lindo de morrer. O olhar de Ryder queimou com uma intensidade que
corroeu minha alma, consumindo minha vontade enquanto destruía
minha determinação até que nada restasse.
Aqueles olhos seguraram os meus, e eu engoli repetidamente,
tentando ignorar o desejo que corria por mim, envolvendo em torno de
mim, fazendo meu sexo apertar com a necessidade. Queria gritar de
frustração porque Adrian nunca teve esse efeito em mim. Ele nunca fez
minha calcinha precisar ser trocada. Tinha certeza de que se entrasse
no banheiro, poderia realmente torcer ela. Examinei Ryder
cuidadosamente enquanto Adam sussurrava em seu ouvido.
— Bolas. — Murmurei enquanto esfregava a tensão em minhas
têmporas por estar mais apertada do que uma corda de arco.
A comoção começou no corredor e continuou até as portas. Virando,
assisti com horror quando Alden entrou, olhando através da sala antes
de se mover para Ryder. Eu estava de pé, correndo antes que pudesse
me convencer do contrário.
Pulei no ar, caindo no alto das costas de Ryder, e então passei meus
braços ao redor de seu pescoço, segurando. Ele fez um som
estrangulado de surpresa quando todos os outros observaram, mas não
se moveram de onde estavam.
— Corra, Alden! — Gritei, me oferecendo como um sacrifício para
ele sobreviver.
— Por que eu correria, garota? — Confuso, ele olhou de mim para
Ryder, depois de volta enquanto franzia a testa. — Que merda está
acontecendo?
— Você tem que escapar. Agora!
— Mudou de lado na guerra? Ryder, qual a porra do problema dela?
Bufei, notando que Ryder nem estava lutando contra mim, só
bufando também. Deslizei para baixo em suas costas e o examinei
rindo de mim.
Rosnei e dei uma joelhada nas bolas dele, observando cair antes de
me ajoelhar na frente dele. Meu dedo ergueu seu queixo enquanto eu
olhava em seus lindos olhos e sorria friamente. Seus lábios se ergueram
em um sorriso de escárnio, o primeiro sinal de raiva que ele exibiu
desde que eu acordei no campo.
— Você pode ter comprometido minha equipe, mas nunca vai me
comprometer, sua fada filho da puta. — Sibilei.
— Animalzinho, eu engravidei você e rasguei essa boceta bonita até
que visceralmente soubesse quem era o dono. Escrevi meu maldito
nome na sua alma e garanto- que farei isso de novo até que se lembre
de que é minha esposa. Você já me sente. Pode me odiar, mas me sente
dentro de você, mas tudo bem. Posso esperar você sair. Tenho certeza
de que planejo te lembrar por que você é minha, vividamente, em todos
os sentidos sexuais que você está nos imaginando juntos nessa sua
linda cabeça. — Seus olhos dourados me encararam desafiadoramente.
— Foda-se, Fada.
— Nah, garotinha. — Ele sussurrou roucamente, lambendo os
lábios, o que me manteve hipnotizada enquanto eu imaginava como
seriam contra minhas partes femininas. Seu dedo levantou meu queixo
até que fui forçada a perscrutar suas profundezas estreladas, perdida
nas galáxias de constelações que brilhavam e queimavam para mim e
apenas para mim.
— Eu não sou garotinha.
— Vou te foder com tanta força que toda vez que você se sentar
amanhã, essa boceta vai doer deliciosamente enquanto você se lembra
de quem diabos a fez pulsar enquanto aperta com a necessidade de ser
fodida de novo. Vai se lembrar de mim te rasgando enquanto você
gritava por mais, se desfazendo em torno de mim até que seja uma
bagunça trêmula que implora para ser fodida repetidamente porque
você sempre faz isso, porra. Você é insaciável, assim como eu, Synthia.
Se você for uma boa garota, posso até dar a você algumas vezes, sem
fazer você implorar.
Ri abertamente em seu rosto com o absurdo de suas palavras.
— Oh, você é histérico se pensa que isso está acontecendo. Continue
sonhando! Como se eu fosse implorar pelo seu pau. Prefiro tocar a
campainha do diabo sozinha do que deixar você me tocar.— Bufei, me
virando para olhar para Alden. — Não posso acreditar que ele atingiu
você também! De todas as merdas estúpidas que você nos ensinou!
Deveria ser a única pessoa maluca que ele não conseguia alcançar,
meu velho! Que merda estava pensando vindo aqui? E por que diabos
você pisaria na Terra dos Fae? Você nos ensinou que se um Coven fosse
puxado para a Terra dos Fae, eles seriam uma causa perdida. Mas não,
aqui está você! Dentro. Da. Terra dos Fae. Velho! — Joguei as mãos
para cima, pisoteando de volta para o outro lado da sala com desespero
que me consumiu enquanto minha mente corria em torno de cenários
de como poderíamos ter acabado aqui, e nenhum deles era bom.
— Você está realmente me dando o que fazer agora? — As
sobrancelhas de Alden dispararam para a testa enquanto ele olhava ao
redor da sala. — Que merda está acontecendo? Syn? Ryder? — Ele
perguntou, virando seus olhos cor de aço entre nós em confusão. —
Por que você soa como a velha Syn?
— Não sou velha! Bolas! — Me afastei mais de Alden, bufando
enquanto me sentava na cadeira, lançando adagas para o enorme
Neandertal que agora estava falando com Alden. Observei quando
Alden jogou a cabeça para trás, rindo do que quer que o idiota estivesse
dizendo. Olhei com raiva, ficando mais irritada a cada momento.
— Bem, agora você sabe como é perder todas as lembranças de
quem você era e de quem eles esperam que você se torne de novo. Não
é uma sensação agradável ser quebrado. Agora você teve um gostinho
do que tenho lidado nos últimos meses. — Uma linda ruiva deslizou ao
meu lado para a cadeira vazia. Seu poder deslizou sobre mim e estudei
seu olhar azul. Ela era mais poderosa do que qualquer outra pessoa na
sala, embora tivesse diminuído sua energia.
— Você não é Fae. O que você é? — Perguntei sem rodeios.
— O que eu sou? — Ela riu, batendo os dedos na mesa. — Um pouco
de tudo, mas agora? Sou uma amiga. Você pode não se lembrar disso,
mas quando precisei de uma amiga, você estava lá para mim, Synthia.
Minhas memórias também estão espalhadas, então, de todos aqui, eu
entendo mais o que você está passando. Não importa o quanto eu finja
o contrário, ainda posso acessar só uma pequena porcentagem das
minhas memórias. Além disso, também sou a Deusa da Guerra e é bom
ter ela ao seu lado. — Ela balançou as sobrancelhas, me entregando
uma garrafa.
— Não estou aceitando comida ou bebida de qualquer Fae.
— Eu não sou Fae, sou? Você precisa de uma bebida, e não preciso
que me digam que você não bebe álcool na idade que seu cérebro diz
que você tem. Você não era a boa garota da Aliança. Eu sei. Alden me
contou histórias de terror sobre você que pessoalmente me fizeram
gostar de você ainda mais.
— Ótimo, desde quando o Fae se tornou capaz de comprometer os
Deuses? Não admira que tudo esteja tão fodido. — Pegando a garrafa,
inclinei ela para trás, bebendo profundamente para aliviar a dor em
meu peito. Observei o homem que me criou me estudando ao lado
daquele Fae frustrante, que assentiu, sorrindo presunçosamente. —
Eu vou matar ele.
— Bem, pelo menos, definitivamente deveria chutar a bunda dele.
— Acho que vou gostar de você. — Anunciei, lhe entregando a
garrafa de uísque.
— Ei, já somos amigas. Não que eu me oponha a começar de novo,
mas espero que minha amiga volte logo, Synthia. Ela é durona e
precisamos dela para lutar nesta guerra.
— Que guerra? — Exigi.
— Aquela em que estamos mergulhados até as bolas, e incapazes de
parar sem ela. — Admitiu, me passando o uísque de novo.
— Incrível, simplesmente incrível pra caralho. — Gemi, sem saber
em quem acreditar.
Minha equipe passou por uma lavagem cerebral, assim como o
próprio Alden. Inferno, eu não tinha certeza de que neste momento eu
não estava comprometida também. Meu corpo doía com a necessidade
de ser tocado e nunca fiquei necessitada. Nunca desejei sexo, mas aqui
estava eu, molhada de antecipação pelo idiota que mantinha algum
controle invisível sobre meu corpo. Tudo dentro de mim se iluminava
como uma árvore de Natal em dezembro toda vez que aqueles olhos
salpicados de ouro pousavam em mim.
Ryder riu roucamente, puxando minha atenção para aonde ele
estava, me observando com um sorriso malicioso nos lábios. Meus
mamilos endureceram com antecipação, acenando para ele provar.
Minha buceta apertou, chorando para ser preenchida. Eu tinha caído
em uma toca de coelho, e naquela toca de coelho, eu era uma vadia que
queria que aquele monstro me espalhasse e me fodesse até que eu não
me importasse mais em escapar desse universo alternativo no qual
tinha acordado. As narinas de Ryder dilataram e me encolhi para longe
de seu olhar, rezando para Hécate para que ele não pudesse sentir o
cheiro da excitação que encharcou meu núcleo. O olhar faminto em
seus olhos me disse que podia, e corei como uma estúpida colegial se
apaixonando pelo valentão que a empurrou. Eu era uma idiota.
Alden tentou me explicar tudo lentamente. O problema era que era
precisamente a mesma história que Adam tentou me convencer ser
verdade. Meus olhos literalmente não podiam rolar mais porque
realmente doíam. Balancei a cabeça, carrancuda através de um
grunhido de frustração enquanto olhava para o mais velho que era
como um pai para mim.
Alden e Adam passaram as últimas duas horas me contando
mentiras e comecei a bloquear eles enquanto olhava mortalmente para
o homem que agora estava sentado ao lado de outros homens Fae,
olhando para mim como se estivéssemos em algum tipo de impasse de
fada do caralho. Ele se sentou um pouco à frente, com os dedos
entrelaçados à sua frente, exalando confiança de que não devia.
— Por que eu casaria com aquela coisa? — Exigi, jogando a mão na
direção do idiota que eles esperavam que acreditasse que eu queria me
casar. Até parece! Nem tinha idade suficiente para querer me casar,
muito menos o fato de que nunca me casaria com uma criatura como
Ryder. Ele era Fae, e eu odiava cada detalhe sobre sua raça. Eu tinha
padrões elevados, ou pelo menos mais altos do que isso!
— Porque você ama ele. — Alden encolheu os ombros e suspirou
enquanto me observava revirando os olhos pela centésima vez em
aborrecimento e descrença. Esfregou seu rosto e olhou na direção de
Adam, que grunhiu enquanto balançava a cabeça morena.
— Não, eu nem o conheço. Se conhecia, com certeza não me casaria
com ele. Você também disse que eu morri e, claramente, não estou
morta. Sem mencionar que se eu fosse realmente algum tipo de Deusa,
não teria poderes? E se eu tivesse poderes, não os usaria para sair
deste lugar e voltar para a Aliança?
— Qual é a última coisa que você lembra? — Adrian perguntou de
uma distância segura de mim. Tentei sem sucesso libertar ele do traje
de carne que usava já três vezes. Eles finalmente removeram todas as
estacas, ou itens que poderiam ser transformados em estacas, do meu
alcance, infelizmente.
— Você e eu, nas catacumbas. — Respondi, corando quando um
sorriso apareceu nos lábios pecaminosamente quentes de Adrian.
— A última coisa que você lembra é de eu tirar sua virgindade? —
Ele ergueu as sobrancelhas e deslizou seu olhar pelo meu corpo
enquanto engolia em seco.
— Sim, mas você tinha pulso quando deixei você me tocar, idiota.
— Eu o dispensei e desviei o olhar.
— Puta merda! Ela tem dezessete anos. — Os olhos de Adrian se
arregalaram e então ele se virou para olhar para Adam, que de repente
ficou imóvel.
— Estamos fodidos. — Adam gemeu, esfregando os olhos com os
dedos. — Você se lembra dela aos dezessete?
— Sim, infelizmente. — Alden gemeu, passando a mão pelo cabelo.
— Nunca escrevi tantos relatórios de acidentes em toda a minha vida.
— Alguém atravessou a sala, entregando fotos a Alden, e ele as colocou
sobre a mesa na minha frente.
Estudei aquela com Ryder me beijando num vestido que eu nunca
usaria em um milhão de anos. Parecíamos felizes juntos nas fotos do
casamento com Photoshop. Quem quer que tenha trabalhado para que
pareça real, fez um trabalho incrível. Suas mãos embalaram meu rosto
enquanto olhávamos nos olhos um do outro, a felicidade se aquecendo
neles. Peguei outra foto da pilha, olhando para as crianças que estavam
ao redor de Ryder e eu, causando um a dor latejava entre meus olhos.
Rapidamente escondi debaixo do outro, ignorando o aperto no peito
que seus rostinhos criaram. A próxima foto era da Aliança, e mais uma
vez, Ryder estava na foto com vários outros homens, mas ele não se
encaixava na foto. Ele e seus homens, que obviamente foram editados
na imagem, não sorriam. A próxima éramos mais velhos e eu fiz uma
careta, me virando para olhar para Alden.
— Onde está Adrian nisso? Nunca nos separamos.
— Ele, uh... ele morreu, Syn. Adam, você pode querer voltar para as
próximas fotos.
— Eu posso lidar com isso. — Disse Adam, apoiando a mão no joelho
que saltou nervosamente.
Alden me entregou uma pasta e retirei as fotos e as joguei no chão
enquanto eu ficava de pé, balançando a cabeça. A náusea agitou minha
barriga enquanto eu repetidamente movia minha cabeça de um lado
para o outro.
Lágrimas queimaram e picaram em meus olhos. Um soluço saiu de
meus lábios enquanto balançava por mim. Bati as mãos na mesa e
olhei para a expressão chocada de Alden. A raiva borbulhou em meu
peito e gritei com ele, rosnando até que todo o meu corpo tremeu de
horror com as imagens grotescas contidas no arquivo.
— Por que você mostraria isso para mim? Onde ela está? — Exigi,
andando enquanto a negação e o medo pulsavam por mim, apertando
minha barriga até que eu estava confiante de que vomitaria em todos
os lugares.
— Se acalme, Synthia. — Alden murmurou, apertando o nariz em
frustração.
— Onde está Lari? Essa não é ela! — Apontei para as fotos enquanto
um soluço explodiu de meus lábios. — Não pode ser! Eu me lembraria
disso! — Minhas mãos foram para o cabelo antes de me mudar para a
mesa, destruindo as fotos antes de jogar elas nos homens sentados lá.
— Você está mentindo! Ela não está morta! Ela não pode estar! Vocês
todos são pessoas horríveis.
— Lari morreu, Syn. Você foi ao apartamento e ela estava sendo
torturada. Você também foi torturada e ela foi morta enquanto você
assistia. — Adam ficou parado como se fosse me confortar. Coloquei as
mãos sobre os ouvidos e balancei a cabeça enquanto as lágrimas
corriam pelo meu rosto. — Ela se foi.
— Não! Vocês são doentes! Você está doente! Isso não é um jogo,
onde ela está?! O que você fez com ela? — Exigi, olhando para Ryder,
que me estudou sem a petulância que mostrou antes.
Seus olhos continham arrependimento e suas mãos se apertaram
como se quisesse me confortar com a dor e, pior, eu ansiava por isso
dele. Ao contrário do meu Coven, ele não estava tentando me mostrar
fotos horrendas que mostravam minha melhor amiga cortada e partes
faltando em seu corpo.
— Synthia, muita coisa aconteceu. Precisa lembrar quem você é
agora. — Alden falou enquanto se levantava. — Estamos tentando te
ajudar a se lembrar, mas tem que querer voltar disso. Nos deixe ajudar.
— Não, você está comprometido e sob o controle deles. Todos vocês
estão! Você precisa acordar e lutar contra isso! Suas tatuagens
deveriam estar funcionando. A minha está! As tatuagens de Titus são
uma droga. Te avisei para substituir aquele perdedor semanas atrás.
— Isso não está funcionando. — Adam disse com um suspiro de
descontentamento, me olhando com os olhos marejados, sem vontade
de olhar para a mesa onde Alden tinha devolvido os pedaços rasgados
das fotos.
Sua falta de vontade de olhar para elas fez meu estômago revirar.
Ele sempre teve uma queda por Larissa, e se eles estavam me afetando
tanto, mesmo se virando contra mim, ele estava tendo dificuldade em
olhar as fotos falsas.
— O que você esperava? Ela tem dezessete anos! A última coisa que
ela lembra é do meu pau e das catacumbas, que tenho certeza que não
vão impressionar seu marido. — Adrian zombou.
— O que acabou de dizer? — Ryder perguntou, e pisquei, olhando
para ele.
— Ela tem dezessete anos, e foi então que eu a deflorei. Fodi ela.
Levei ela para as catacumbas e estalei aquela cereja suculenta, idiota.
— Adrian parecia estar tendo um grande prazer em repetir os detalhes
de nossa primeira experiência sexual enquanto presunçosamente
sorria para Ryder.
Pisquei repetidamente, observando a raiva que se formou no rosto
de Ryder enquanto fechava a distância entre ele e Adrian num
movimento fluido. Ele estendeu a mão para Adrian, e a sala explodiu
em ação enquanto todos os separavam.
Me virei, olhando para a cadeira de madeira em que me sentei
enquanto todos lutavam para proteger Adrian de Ryder enquanto eles
lutavam. Arranquei a perna dela e engoli a agonia da minha decisão.
Me voltando para os corpos emaranhados enquanto eles rolavam
pelo chão, atacando uns aos outros, fechei os olhos, lutando por forças
antes de enviar uma oração silenciosa a Hécate. Avancei em direção ao
menino que amava, com a intenção de acabar com seu sofrimento.
— Essa é minha esposa. Se beijar ela de novo, porra, vou arrancar
suas malditas presas.
— Ela foi minha primeiro, e então você a tirou de mim, filho da puta.
Não posso mudar que a tive primeiro, nem mudaria. — Adrian
retrucou, virando os olhos vermelhos para mim enquanto eu segurava
a estaca e corria para ele.
A mão de Ryder disparou, tirando a estaca da minha antes que ele
sorrisse, jogando a cabeça para trás e rindo. Seu olhar queimava com
o calor nu enquanto se fixava em mim, um sorriso maroto e bonito
puxando seus lábios enquanto ele exalava a tensão.
— Eu não tenho que matar você. Synthia vai fazer isso por mim.
— Syn, não me estaqueia! Você gosta de mim assim, lembra? Sou
seu namorado. — Adrian disse, estendendo os braços enquanto um
rosnado profundo saía dos pulmões de Ryder.
Ao nosso redor, as pessoas riam e meu coração estava se partindo.
Meus olhos se encheram de lágrimas de raiva enquanto meu estômago
se revirava, apertando enquanto meu pulso ecoava nos ouvidos até que
eu o senti na veia acima do meu olho. Tudo e todos estavam errados
aqui.
Era como se eu tivesse entrado no pior episódio da Twilight Zone e
não pudesse escapar. Lágrimas rolaram pela minha bochecha, o que
Ryder pareceu notar primeiro. Sua mão se ergueu e seu polegar
enxugou as lágrimas.
Sua mão contra minha bochecha enviou uma onda de choque de
calor percorrendo meu corpo e se acumulando entre minhas coxas. Seu
cheiro bateu contra mim, inebriante enquanto meu corpo se apertou,
aquecendo de uma forma que me apavorou. Me afastei de seu toque.
Seus olhos se arregalaram e depois se estreitaram, permanecendo
travados nos meus.
— Se você realmente quiser, vou segurar Adrian para que você possa
matar ele, animalzinho.
— Quero ir para casa. — Sussurrei com os lábios trêmulos. — Só
quero sair daqui com meus amigos. Vamos, vou fazer tudo o que quiser.
— Que tal isso, você me dá algumas noites para mostrar quem eu
sou. Depois disso, se ainda quiser ir para casa, vou te deixar ir.
— Qual o jogo que você está jogando? — Perguntei, observando ele
cuidadosamente enquanto eu repetia suas palavras, garantindo que
não estava tentando me manipular ou enganar.
— Vou levar você e seus amigos para o portal. Vou deixar você se
afastar de mim se ainda quiser, depois que eu te lembrar de quem você
é e o que sou para você. Me dê algumas noites. Mas nas minhas regras.
— Vai me estuprar se eu concordar com seus termos?
— Nunca te estuprei ou forcei a me foder. Amo você, mulher.
— Pensei que os Fae não pudessem contar mentiras? — Perguntei,
inclinando minha cabeça enquanto chupava meu lábio inferior entre
os dentes, o que fez seus olhos baixarem para a minha boca.
O sorriso de Ryder aumentou. Seu olhar intenso me observou
enquanto eu me perdia em suas profundezas, incapaz de desviar o
olhar. Ele não respondeu, e eu mentalmente me sacudi do torpor que
sua perfeição tinha me trancado.
Estudei minha equipe que dependia de mim para tirar eles daqui.
Bem, o que restou dela, foi isso. Todos eles acenaram para mim de
forma encorajadora e eu os encarei.
Bastardos.
Claro, concordaram em me usar como isca para libertar eles. Eles
não tinham ideia da estupidez induzida pelo sexo que esse idiota estava
criando dentro de mim. Minha vagina estava toda agitada e chamando
ele para brincar de esconde-esconde com seu pau.
Liberando minha respiração, eu relutantemente levantei dois dedos.
— Dois dias.
— Não vou negociar dias, Synthia. Não com quão teimosa você é.
— Quantos dias eu tenho que ficar aqui com você então?
— Uma semana. No final da semana, se você não me amar de novo,
ou se lembrar de quem eu sou, você pode ir embora. Inferno, quando
você se lembrar quem eu sou, você ainda pode querer ir embora.
— Por quê? Se eu realmente te amasse, por que quereria te deixar,
Ryder? — Coloquei a mão em meu quadril, inclinei a cabeça e o estudei,
com cautela.
Suas pupilas se contraíram quando seu nome saiu da minha língua.
Suas palavras eram densas, cheias de emoção. — Porque eu estraguei
tudo com você. — Ele levantou a mão para tocar meu rosto, só para se
afastar quando eu vacilei. — Deixei meu maior amor em um buraco
cheio de monstros, e ela saiu de lá como alguém que nem lembra quem
eu sou. Não tenho mais certeza se mereço o amor dela.
— Por que diabos faria isso com alguém que você deveria amar?
Você é um pau.
— Sim, mas esse pau é uma das coisas que te fez minha. — Ele
balançou as sobrancelhas, sem dúvida tentando melhorar meu humor.
— Estamos falando de metáforas aqui?
— Não, você ama meu pau. — O olhar de satisfação presunçosa foi
o suficiente para me fazer vomitar.
— Oh, isso é estranho, mas eu não tocaria no seu pau com o de
Adrian, e eu realmente gostei do pau dele.
Ryder se abaixou e estendeu à estaca.
— Tente de novo. Prometo não interferir e salvar Adrian desta vez.
— Sério? — Peguei a estaca, ele ergueu as mãos e deu um passo
para trás.
— Sério, filho da puta? Sabe que ela era uma foda total aos dezessete
anos. Certo? — Adrian gemeu quando me virei, sorrindo tristemente
quando dei um passo em direção a ele. — Vamos, isso é tão errado em
tantos níveis, Ryder!
— Você beijou minha esposa, então estou disposto a ajudar ela. —
Ryder riu, sentando e colocando os braços atrás da cabeça, observando
como Adrian começou a avançar.
— Oh, isso é fofo. — Falei, inclinando a cabeça, estudando Adrian.
Ele me observou, notando cada movimento sutil que fiz. Ele era tão
bonito, mesmo sem pulso. — Bebê, você não gostaria de viver assim.
— Oh, não, estou totalmente bem com isso. Presas são um ímã de
garotas. — Ele encolheu os ombros antes de suas mãos se erguerem
em rendição simulada quando minhas sobrancelhas levantaram, e eu
o perfurei com um olhar de raiva.
— Sério, idiota? Você deveria ser meu namorado. Sabe disso, certo?
— Adrian, corra! — Adam se dobrou de tanto rir, observando
enquanto eu me lançava em Adrian. Adrian pegou meu braço e bufou,
agarrando minha mão que segurava a estaca sobre minha cabeça. Os
olhos da cor dos mares do Caribe se enrugam enquanto ria. Ele sabia
cada movimento que eu poderia fazer desde que treinamos juntos
enquanto crescíamos.
— Me ajude, idiota! — Adrian gritou com Adam. — Não quero
machucar Syn. Ela tem só dezessete anos.
— Ela não tem dezessete anos, seu idiota, ela é uma fodida Deusa.
— Adam riu, segurando seu estômago enquanto gritava e as lágrimas
corriam de seus olhos. — Ou lute de volta, ou você está prestes a virar
cinzas, vampiro.
Adrian me levou para o chão, me rolando até que a estaca estivesse
ao meu lado, então um rolo final terminou comigo em cima dele, suas
mãos segurando meu pulso contra o meu peito enquanto ele sorria. Ele
ergueu os quadris e meus lábios se separaram enquanto ele me
observava.
— Vocês são estúpidos. — Falei, me afastando para olhar Adrian,
que jogou à estaca para longe e colocou as mãos em meus quadris.
— Você quer montar? — Ele perguntou antes de ser pego e jogado
de lado por Ryder. — Desculpe, mas ela é minha no momento. Eu sou
o namorado dela. — Adrian sorriu, então olhou para mim sério. —
Deus, mulher, o que eu não daria para voltar no tempo com você e fazer
você ver que valia muito mais do que eu poderia te dar.
— Sim? Isso funcionou bem para você da última vez? — Ryder
perguntou, notando a forma como meu olhar aquecido deslizou para
ele. Mesmo com Adrian presente, fui atraída pela fada que se virou.
Isso é irritante.
— Não ameace meu namorado! — Chamei Ryder, me levantando
para encarar os olhos de obsidiana que me estudavam.
Seu sorriso era todo de lobo, e eu tinha certeza que ele poderia
seguir com uma mordida infernal. Galáxias giravam dentro de seus
olhos, e eu estava perdida nelas enquanto me aproximava, olhando
para ele. Minha boca se abriu quando algo se formou no fundo da
minha mente. Antes que eu pudesse pensar melhor, minhas mãos
repousaram contra seu peito coberto de músculos sólidos, o calor
encontrando minhas palmas.
— Vê algo que você gosta, pequena?
— Você roubou as estrelas? — Sussurrei sem fôlego enquanto meu
coração batia forte contra minha caixa torácica.
— Não, mas por você, eu roubaria todas elas. — Ele proferiu,
segurando meu queixo. — Você dorme comigo esta noite, bruxinha.
— O caralho que vou, pervertido! — Suas palavras me arrancaram
do feitiço que ele estava tecendo sob meus sentidos. Foi como derramar
um balde de gelo derretido sobre minha cabeça. — Eu não sou tão fácil.
Foi uma vez nas catacumbas. Acha que foi fácil para ele me pegar? Não
sou uma prostituta, idiota. Além disso, pretendo me casar com Adrian.
— Completei, cruzando os braços sobre o peito, então me contive
quando lembrei que Adrian agora era um vampiro. — Ou eu ia, mas
agora ele está morto, então isso é um problema.
— Eu me casei com você.
— Não.
— Sim. — Ele disse, sorrindo. — Eu conheço cada centímetro de
você, e tudo que você gosta feito para aquele corpo lindo na cama. Eu
sei o seu gosto na ponta da minha língua quando você goza, e como
grita quando estico essa boceta apertada com meu pau. Prometo. Você
vai se lembrar de mim. Talvez não hoje, mas logo vai lembrar de quem
eu sou, mulher.
— E a garota que você deixou na cova?
— Oh, ela vai caçar minha bunda e provavelmente chutar por foder
com ela. Ela é uma fogueira e a mulher mais bonita do mundo.
— Cara, você é um idiota total. Você quer me levar para a sua cama,
mas ainda assim a ama.
— Sim, eu sou um idiota, mas estou bem com isso. Você me
prometeu uma semana e, se quiser, pode sair daqui com seu Coven.
Agora, mexa nisso.
Estendi a mão, observando enquanto ele engolia a minha. Idiota, ele
não tinha ideia de que eu nunca concordaria com nada a menos que
tivesse um contrato envolvido, ou eu não conseguia ver uma saída para
a situação através de uma brecha esquecida. Sorri enquanto seus olhos
se estreitaram.
— Vou precisar de um contrato com você.
— Bolas.
Sentei em uma mesa enorme cheia de comida, e cada vez que Adam
ou Alden tentava pegar algo, eu batia em suas mãos e olhava para eles.
Ryder, o bastardo teimoso que se sentou à nossa frente, me observou
como se eu fosse o banquete. O calor em seus olhos sozinho foi o
suficiente para me assar viva, e tinha uma necessidade visceral dentro
de mim em deixar. Sua presença ofendeu cada parte sensível de mim
enquanto aquecia as partes delicadas até que eu tivesse certeza de que
explodiria em chamas a qualquer momento.
Tirando o olhar do dele, me virei a tempo de assistir Alden enchendo
seu prato de comida que o Fae tinha fornecido.
— Você sabe que não deve comer comida na Terra dos Fae! —
Assobiei, batendo seus talheres longe de sua mão enquanto seus olhos
se arregalaram. — Eles podem fazer coisas ruins com você se aceitar e
comer qualquer coisa que lhe derem.
— A comida pode fazer coisas ruins para você? — Alden perguntou,
se inclinando para sussurrar.
— Não, os Fae. — Murmurei por trás da mão. Ryder me observou
com os lábios apertados, como se estivesse lutando contra um sorriso,
ou pior, uma risada. Todos pareciam estar rindo de nós. — Diz que se
eles te oferecerem comida ou bebida, e você consumir qualquer coisa,
eles podem te manter para sempre. Portanto, pare de colocar comida
no seu prato. Não importa o que eles tenham feito ao seu cérebro, você
deve se lembrar dessa regra de ouro. Afinal, foi você quem nos ensinou,
idiota. Pare de ser estúpido!
Ele deu de ombros e colocou mais comida no prato, ignorando
completamente o meu aviso.
— Estou com fome e eles podem nos ouvir, Synthia. — Alden
estendeu o braço por cima de mim e pegou uma pequena tigela de
manteiga. Ele se recostou e começou a espalhar tudo sobre um pedaço
do pão com um cheiro delicioso que acabou de ser colocado na mesa,
junto com carnes assadas e legumes suficientes para alimentar um
pequeno exército.
Tive que admitir, a comida cheirava divina, e meu estômago
começou a roncar em concordância. Seja como for, não ficaria tentada.
Pelo menos um de nós tinha que se manter forte e, claramente, não
seria Alden.
— Então coma, velho. Mas não venha chorar para mim se virar um
brownie ou pior, um Redcap. Esses pequenos idiotas são nojentos, e
não vou hesitar em colocar um boné na sua bunda se você piscar para
mim como um.
— Pôr um boné na minha bunda? — Rindo, ele aceitou um copo
cheio com um líquido âmbar de um dos servidores, segurou para mim
em aplausos falsos e engoliu a bebida. Ótimo. Agora ele tinha comido
e bebido de uma refeição contaminada por Fae.
— Sim, significa atirar em você, duh. — Revirei os olhos e me virei
para Adam, que estava com um prato de comida pela metade sentado
na frente dele e estava atualmente colocando mais comida na boca. —
Você também? Nós nem mesmo sabemos qual casta nos tem, e vocês
estão jogando a cautela ao vento e comendo e bebendo o que quiserem.
Vocês dois perderam a cabeça?
— A Horda. — Ryder respondeu e me sentei, olhando para ele do
outro lado da mesa.
Comecei a suspeitar disso, mas suas palavras criaram uma batida
rápida em meu peito e as mãos começaram a suar. De todas as castas
de Fae na Terra dos Fae, a Horda era a mais cruel e sanguinária de
todas.
Ryder estava me observando, procurando por qualquer sinal de
fraqueza ou medo. Uma pessoa normal provavelmente teria medo da
Horda. Esqueça isso, eles definitivamente deveriam temer a Horda. Mas
eu não era uma pessoa normal. Era uma executora e me recusei a dar
a esse idiota a satisfação de ver qualquer pânico em exibição.
— E o seu Rei voltou de saltitar pelo campo? — Meu tom era
irreverente e sorri maliciosamente. Estava desafiando Ryder a
argumentar que seu Rei não estava fora, ignorando seus deveres
enquanto seu povo inundava nosso mundo sem controle. Alguém
precisava encontrar o Rei da Horda, enfiar uma flor em seu traseiro e
colocá-lo de volta em seu trono.
— De fato, ele tem, Syn. — Por que ele se parecia com o gato que
acabou de comer o canário? — Ele voltou recentemente e se casou logo
depois de subir ao trono.
— Meu nome é Synthia. Só as pessoas que gosto podem me chamar
de Syn, e eu definitivamente não gosto de você.
O calor encheu os olhos de Ryder e olhei para ele quando sua
atenção mergulhou no meu peito. Eu trouxe meu dedo médio contra
meus seios, sacudindo. Sua boca se contraiu em diversão e seus olhos
pousaram mais uma vez no meu rosto.
— Então, Syn, o que gosta de fazer para se divertir? — Dando uma
mordida na carne, ele mastigou lentamente e lambeu os lábios antes
de cortar outro pedaço de carne e repetir o processo. Sentei hipnotizada
enquanto observava sua boca. Ele se inclinou para frente e sorriu, e
assim, o feitiço se quebrou.
— Eu gosto de matar Fae, especialmente Fae da Horda. Eles são tão
divertidos de caçar. — Endireitei os ombros e me recusei a quebrar o
contato visual. Dois poderiam jogar esse jogo. — Se o seu Rei voltou,
onde ele está?
Não tinha certeza se queria conhecer, mas quem poderia dizer que
tinha realmente visto o Rei da Horda? Nenhum dos Anciões da Aliança
tinha visto, exceto Alden. Agora ele iria ver pela primeira vez, comigo.
Ele acenou com o garfo em um movimento circular.
— Ele está por aí.
— Por aí onde? — Me inclinei para frente e pisquei os cílios grossos
nele. Na Aliança, aprendemos a seduzir cedo para que pudéssemos
usar nos Fae.
— Perto. — Ele imitou minha pose, apoiando os cotovelos na mesa
para me estudar. — Gostaria de conhecer? — O canto de sua boca se
inclinou um pouco como se ele tivesse algum grande segredo e fosse
compartilhar comigo, provavelmente por um preço que eu não estava
disposta a pagar.
— Na verdade, sim. — Desafiei através dos lábios trêmulos. Que
porra eu estava fazendo? Ele poderia peneirar e eu seria um caso
perdido! Eu não tinha armas. Eles até tiraram todos os meus talheres,
exceto a minha colher, porque eu tentei esfaquear Ryder com meu garfo
no momento em que ele se sentou. — Me apresente.
Teve um baque alto, como o som de um guarda-chuva abrindo
enquanto as asas se expandiram nas costas de Ryder. Gritei, me
afastando da mesa, jogando a cadeira no chão para me esconder atrás.
Teve um momento de silêncio e então toda a sala explodiu em
gargalhadas incontroláveis.
— Puta merda! — Gritei, olhando por cima da cadeira quando o
poder irrompeu pela sala e o corpo de Ryder cresceu.
Engoli um grito feminino e olhei para baixo, percebendo que tinha
comida em cima de mim. Levantei a cabeça, boquiaberta para a
criatura na minha frente, então fiquei de pé com as pernas trêmulas
enquanto olhava para as enormes asas que sua cadeira parecia
acomodar surpreendentemente bem.
— Você gostaria de um pouco de molho para acompanhar as batatas
em seus seios? — Se inclinando para frente, olhou para mim como se
estivesse morrendo de fome e eu fosse uma refeição de quatro pratos.
— Eu ficaria feliz em lamber se você quiser.
— Não... não é um problema. Eu amo batatas! — Recuei, pegando
um pouco da batata do meu peito e jogando no chão. Olhei para Alden
e ele ainda estava comendo. — Alden, por que não está pirando, porra?
— Assobiei.
— Porque você se casou com o Rei da Horda, e ele é um amigo agora?
— Ele respondeu num tom seco antes de colocar mais comida na boca
e mastigar.
— Vocês estão confusos! Isso explica muito! — Falei, olhando para
as asas.
— Quer tocar elas? — Ryder perguntou, observando onde meu olhar
permaneceu bloqueado.
— Sim... não! — Alterei rapidamente. — Isso é estranho pra caralho.
— Fui sentar e perdi a cadeira virada, fazendo com que todos rissem
de mim de novo. Me levantei e fiz uma careta, olhando para Ryder. —
Eu preciso usar o banheiro feminino.
— Não, não precisa. Você não está escapando pela janela e
procurando um portal.
— Você pode ler minha mente? — Comecei a me sentar de novo, só
para lembrar que a cadeira não estava bem posicionada. Arrumei,
sentando com cuidado, olhando para ele de uma distância segura,
vários metros de distância da mesa.
— Hmm, isso não seria interessante se eu pudesse? — Ele deu de
ombros enquanto colocava uma bola de sobremesa entre os lábios e
mastigava, me estudando.
Me imaginei esfaqueando ele mil vezes e comendo os pedaços de seu
cadáver. Sua boca se curvou nos cantos, pecaminosamente sexy. Ele
se recostou, me observando enquanto eu cruzava os braços, levantando
o queixo em desafio.
— Está me imaginando nu, pequena? Posso fazer dessa fantasia sua
nova realidade.
— Não estou! — Um rubor cobriu minhas bochechas enquanto eu
olhava feio para ele. Ufa, pelo menos ele não conseguia ler minha mente
porque essa era a última coisa que eu estava precisando.
— Agora você está tirando a roupa também? Droga, você é uma
garota suja para uma garota de dezessete anos. — Seus olhos estavam
encobertos e sua voz gotejava sexo. — Tire tudo isso, pequena.
Corei até as raízes e balancei a cabeça vigorosamente. Meu corpo
aqueceu, fazendo meus olhos ficarem redondos e arregalados de
vergonha enquanto os hormônios corriam através de mim. Minhas
mãos levantaram, cobrindo meus olhos antes de espalhar meus dedos,
olhando para ele, porque agora eu estava nos imaginando nus. Ele era
incrivelmente construído na minha imaginação, e não importa o quanto
eu tentasse, não conseguia tirar a imagem da minha mente.
— Você está…? Oh, meus Deuses, leve tudo. — Ele gemeu quando
começou a alcançar entre as pernas.
Pulei da cadeira, me lançando sobre ele por cima da mesa, fazendo
com que pratos e comida voassem ao nosso redor enquanto
pousávamos juntos no chão.
— Eu não sou uma garota suja! — Dei um tapa em seu rosto e ele
sorriu. — Eu não estou imaginando você nu, fada do caralho! Leve de
volta! — As mãos de Ryder agarraram meus quadris onde eu estava
sentada acima dele, pressionando contra sua metade inferior enquanto
minhas mãos seguravam firmemente em torno de sua garganta. Seus
quadris rolaram, e fiquei boquiaberta com ele. Tentei sair de cima dele,
mas ele me segurou no lugar, fazendo com que olhasse para onde ele
estava duro e pendurado como um cavalo. — Isso é uma pedra no seu
bolso? O que é isso? — Deixei a mão cair entre suas pernas para sentir
o que estava duro em suas calças contra o meu sexo. Ele cresceu
continuamente quando eu o toquei. Meu rubor se intensificou quando
a compreensão do que eu segurava me ocorreu. — Oh, bolas.
— Na verdade, esse é um pau, que você já teve muitas vezes antes.
Ele empurrou seus quadris para frente e pulei para cima e para
longe dele como se estivesse pegando fogo. Todos riram de mim,
forçando minha raiva a aumentar com o absurdo de suas palavras e
ações.
Me virei, notando que usava comida suficiente para acabar tão
ferrada quanto Alden e Adam sem nem mesmo dar uma mordida. Então
um arrepio subiu pela minha espinha quando compreendi que acabei
de enfrentar o Rei da Horda e ele estava rindo de mim. Ele não tinha
me batido ou atacado por agredir sua pessoa. Este dia inteiro foi
extremamente louco com Scooby Snacks.
— Adam?
— Sim, Syn?
— Brincamos com ácido de novo? — Essa foi à única explicação
lógica. Isso explicaria muito se esta fosse só uma chapada ruim.
Explicaria todas as belas cores e carnes e cheiros exóticos. Isso também
justificaria as asas de Ryder e por que Alden foi tão blasé com toda a
situação.
— Um... — Adam coçou o pescoço, se virando para estremecer ao
ver a expressão no rosto de Alden.
— Tenho que estar viajando. Quer dizer, acabei de enfrentar o Rei
da Horda e apalpar seu pau bastante grande. — Ri nervosamente
quando indiquei seu tamanho presumido, então abaixei as mãos para
não me envergonhar mais. — Tenho certeza de que isso seria o
suficiente para me matar se este cenário fosse real. — Coloquei a mão
no pescoço e pressionei os dedos na pele. — Posso sentir meu pulso, o
que significa que ainda estou viva. Eu disse que não podíamos brincar
com ácido quando estamos na Aliança!
— Você usou ácido na Aliança? — Alden disparou.
— Bolas.
— Tínhamos dezessete anos. — Adam gemeu, cobrindo a boca
enquanto me observava. — Você não está viajando, Syn. Isso tudo está
realmente acontecendo. — Ele balançou a cabeça como se estivesse
tendo dificuldade em acreditar em suas próprias palavras. — Você não
disse bolas desde que Adrian morreu.
— Ele acabou de morrer, duh. — Bufei, recuando quando o Rei da
Horda se levantou. Ele se elevou sobre mim, fazendo meu pescoço doer
quando me inclinei para trás para segurar seu olhar, me perdendo nele.
— Eu não queria pegar seu pênis.
— Você fez muito mais do que isso com meu pênis, mulher.
— Você pode mentir! Sei que não tinha aquela coisa perto de mim,
eu morreria!
Sua risada rouca fez o calor passar por mim, ecoando o fogo que
iluminou seus olhos.
— Você não morreu do meu pau. Não foi isso que te matou,
animalzinho. Você pega a coisa toda e me implora por mais, com
bastante frequência.
— Mentiroso. — Encarei Ryder por mais um momento e bocejei,
fingindo exaustão. Se eu não podia ir ao banheiro sozinha, talvez
pudesse escapar pela janela de um quarto. — Estou cansada. Alguém
que não seja o Rei da Horda pode me mostrar onde dormir esta noite?
— Tem certeza que está pronta? Porque você vai dormir comigo esta
noite. — Ele meditou com um brilho de lobo em seu olhar.
Minhas partes femininas deram uma cambalhota e eu
imediatamente desliguei.
— Surpreendentemente, não estou mais cansada. — Me encolhi e
ele fechou a distância entre nós, me empurrando contra a mesa
enquanto colocava as mãos em cada lado meu, me prendendo.
— Você está sentada no meu prato. A menos que esteja se
oferecendo para ser meu jantar, sugiro que volte para o seu lado da
mesa, esposa. Garanto, depois de assistir você hoje, não há nada mais
que eu queira fazer do que te lembrar de a quem diabos você pertence.
Engoli o caroço que apertou minha garganta com suas palavras.
Assisti quando o lado predador dele foi exposto para eu ver, e foi
emocionante e assustador ao mesmo tempo.
— Se mova, então eu não tenho que tocar em você?
— Não. — Ele sorriu maliciosamente, me inspecionando com os
olhos fortemente encobertos.
Me inclinei mais perto, em direção a sua boca deliciosa, observando
como seus olhos se fixaram na minha língua que se arrastava pelos
lábios como se ele tivesse implantado a ideia de me beijar. No momento
em que nossos lábios se tocaram, e sua língua escorregou para fora
como se fosse mergulhar entre a minha, eu ri, me abaixando sob seus
braços para me afastar.
— Como se eu fosse beijar você? Bleh, por favor, você nem é meu
tipo. — Sorri até que um homem bloqueou meu caminho, sua
expressão consumida pela dor enquanto me observava. Só ele foi o
único que não riu do que estava acontecendo comigo aqui.
— Flor. — O homem de olhos prateados disse. Parei no meio do
caminho, atraída pelo que era exibido abertamente em seus olhos.
Tinha uma tristeza nele que puxou meu coração e me fez parar.
Eu conhecia aquele olhar porque o usei bem quando sua espécie
assassinou meus pais.
— Você está sofrendo e com uma dor imensa por sua perda.
Ele balançou a cabeça lentamente.
— Perdi alguém que eu amava muito.
— Você é Fae. Todo mundo sabe que os Faes não se amam.
Ele sorriu e procurou meu rosto antes de bufar.
— Engraçado. Vindo de você, isso é realmente irônico e quase
hilário. Desculpe, Flor. — Ele deu a volta em mim e saiu da sala
silenciosamente.
Lágrimas picaram em meus olhos, mas eu não entendia por que me
sentia mal por ele ou sua espécie. Algo dentro de mim parecia pensar
que eu deveria. Virei nos calcanhares, me movendo de volta ao redor
da mesa. Sentando, levantei meus olhos para Ryder e examinei a dor
passando por suas feições antes que ele falasse suavemente.
— Você deve deixar Ristan sozinho. — Ryder disse suavemente.
— Os Faes não amam. Não entendem a emoção ou o que significa
se importar com alguém. Se sim, é só um ato de atrair suas vítimas
como um estratagema. É exatamente por isso que eu não teria me
casado com você. — Apontei, observando seus olhos se estreitarem com
minhas palavras. — Você nunca poderia me amar. Você, de todos os
Fae, não é capaz de amar nada porque é o mais maligno de todos, Rei
da Horda.
O silêncio encontrou minha declaração, e todos os olhos se
moveram de mim para Ryder. Suspirando, ele se recostou na cadeira e
bateu o dedo indicador algumas vezes na mesa, parecendo imerso em
pensamentos.
— Eu também acreditava nisso, até que alguém que valia a pena
amar me bateu no traseiro e alterou minha maneira de pensar. Ela
mudou tudo.
— Parece que ela não teve tanto sucesso se você ainda está tentando
me comer no jantar, Fada. — Dei de ombros, olhando a torta. Quer
dizer, eu já estava vestindo meu jantar. O que machucaria um pedaço
de torta?
— Com fome? Você estava morrendo de fome antes. — Ryder
perguntou, uma sobrancelha levantada em questão.
— Na verdade, perdi o apetite. — Acho que também não comeria a
torta. Idiota.
— Bom, vamos para a cama.
Quase engoli a língua tentando pensar em algo que impedisse de
ficar sozinha com ele, mas Alden também se levantou, bocejando, e
acenou com a cabeça admitindo exaustão. Adam se levantou também,
me deixando com Ryder e o outro Fae. Todos na sala me observaram
até Ryder limpar a garganta, e então todos eles desapareceram de uma
vez, nos deixando sozinhos.
Ryder levantou, se movendo ao redor da mesa até onde eu estava,
sua mão estendida, e ele sorriu quando o calor acendeu em seus olhos
dourados. — Venha comigo, animalzinho.
— Eu realmente não acho que seja uma boa ideia.
— Eu sei, mas prometo não morder ou fazer você dançar para mim.
— As pessoas fazem isso por você? — Perguntei, e quando ele sorriu,
elaborei o que quis dizer. — Dançar, quero dizer.
— Uma garota fez, e eu me perdi nela naquele momento.
— Esqueceu onde você estava?
— Não. Eu sabia onde estava e quem eu era, mas a maneira como
ela se movia e o gosto de seus lábios me fez sentir bêbado do fogo que
ela criou dentro de mim.
— Tenho um mau pressentimento de que você está falando de mim.
Acho que devo ter uma ordem de restrição ou algo assim.
— Me dê sua mão.
— Eu não posso transportar, e você não pode me transportar. Vai
me fazer vomitar ou pior. Ouvi que uma vez esta garota foi agarrada
por um Fae, que tentou transportar ela, mas só parte dela realmente
saiu. Boom, ela morreu instantaneamente.
— Vamos caminhar então. — Ele encolheu os ombros. — Mão,
agora, mulher.
Levantei a mão para dar a ele, mas o ar ficou mais espesso, e então
ele se moveu. Ao invés de onde ele estava, a pés de mim, oferecendo
sua mão, Ryder foi pressionado contra meu corpo e seus lábios tocaram
minha testa. Parecia estranhamente familiar e reconfortante. Meus
olhos se ergueram para os dele, e ele me observou, me tocando com os
dedos mais macios enquanto eles deslizavam sobre meus braços.
— Você tem comida por toda parte.
— Mas nenhum passou pelos meus lábios ou foi consumido. — Eu
sorri vitoriosamente.
— Percebeu que comer comida daqui é seguro, já que é a Rainha?
— Não quero ser uma Rainha. Quero viver uma vida entediante na
Aliança e matar coisas. — Ele estendeu a mão e os lábios se contraíram.
— De todas as coisas que eu esperava estar fazendo, cortejar uma
porra de uma versão de dezessete anos de você não era uma delas,
Synthia. Devo admitir, porém, que você é divertida e totalmente
deliciosa em sua inocência. Eu pessoalmente adoro quando você diz
“bolas”. Isso faz com que a minha aperte com antecipação.
— Eca, você é um pervertido. Percebe isso, certo? — Coloquei a mão
na dele, então instantaneamente, tudo mudou, e estávamos em um
grande quarto lindamente decorado. — Oh, meu doce Jesus! Você me
transportou. Você poderia ter me matado!
— Você viveu.
— Mas eu poderia ter morrido!
— Mas não morreu. — Ele me observou brevemente antes de seus
olhos se voltarem para a cama. — Tem um chuveiro no banheiro. Use
ou a banheira, que normalmente prefere. Todas as suas coisas estão
no seu armário. Você deve estar pronta. Venha para a cama quando
terminar.
Encarei meu reflexo, notando algumas mudanças sutis em meu
rosto. Não tinha certeza do que era diferente ou quando mudei, mas
não parecia comigo. Eu parecia mais velha e exausta. Ainda tinha
minhas tatuagens. As estrelas estavam em meus ombros, e as palavras
escritas na parte interna de meus antebraços também estavam lá, mas
eu estava desligada. Quanto mais me aproximava do espelho, mais
ficava claro que tinha algo realmente errado com a imagem.
Os pensamentos passaram por minha mente. Coisas como, eu foi
capturada e transformada em FIZ por um longo período de tempo? Era
plausível. Considerando o que a Aliança agora sabia sobre habilidades
Fae, eu podia ver algo assim acontecendo.
Por outro lado, meus seios estavam fora do gancho e muito maiores
do que antes. Continuei agarrando e testando seu peso, me
perguntando se eles ficariam assim depois que eu fugisse desse lugar
infernal. Minha barriga era plana e eu tinha músculos que eram
elegantes e definidos, e a bunda ainda mantinha a forma de bolha que
Adrian adorava agarrar.
Adrian... ele era uma causa perdida. Ele foi transformado em um
morto-vivo, e eu não poderia deixar ele aqui assim. Ele não gostaria de
ser deixado para se alimentar de humanos como um fodido sugador de
sangue de Fae. Meu peito doeu com a realização, mas algo formigou no
fundo da minha mente quanto mais eu tentava descobrir como libertar
ele, e quanto mais eu cutucava, mais doía.
Adam estava mais do que provável em algum estado de negação, e
o senhor sabia o que mais. Ele não era FIZ. Estaria estúpido, incapaz
de falar ou funcionar. Me apavorou que eles pudessem ter sido
transformados em zumbis induzidos por Fae. Quando minha mãe virou
FIZ, ela se tornou uma assassina e tentou me matar. Não era inédito
ser capaz de falar só algumas palavras simples ao ser transformado.
Eu sabia por causa da minha mãe.
A pior parte de toda a provação foram as fotos que me mostraram.
Não tinha como a garota nessas fotos ser Lari. Eu saberia se minha
melhor amiga estivesse morta. Sentiria em meu coração... a menos que
o Fae tirasse essa memória de mim para ter certeza de que eu era mais
complacente. Mas isso não explicava por que Adam parecia tão triste.
Não conseguia pensar nisso agora. Tinha que passar esta noite com o
Rei da Horda e encontrar uma maneira de escapar.
O Rei da Horda era outro assunto. Ele olhou para mim como se me
conhecesse carnalmente, o que era insano. Eu era muito mais
inteligente do que isso. tinha que estar presa em algum pesadelo louco
do qual ainda não tinha acordado. nunca concordaria em me casar com
alguém tão condescendente ou vil como o Rei da Horda.
Ryder estava enfurecido com as palavras suaves que escorriam de
sua língua como mel. Eu também não dormiria com ele porque aquela
coisa em suas calças não era certa. Era como uma cobra king-size, e
aquele otário escorregou e se moveu quando me sentei nele... e toquei!
Apertei os olhos para a minha imagem no espelho, e então bati
minha testa contra ela, examinando meus olhos. Meu coração disparou
e minha boca abriu e fechou várias vezes antes de me virar, gritando
enquanto corria nua para fora do quarto. Meu rosto bateu em algo duro
e imóvel, e caímos no chão em uma massa de membros juntos.
— Qual problema? — Ryder olhou por cima do meu ombro para
encontrar o que me assustou.
— Meus olhos! — Chorei, o choque passando por mim com o que eu
tinha visto em meu reflexo.
— Seus olhos são lindos. — Ryder me rolou debaixo dele em um
movimento suave e medido, me deixando enjaulada contra o chão e seu
corpo duro e musculoso em cima de mim. — E você está muito nua,
minha linda animalzinho. — Ele procurou minha expressão
horrorizada enquanto sexo gotejava de seu olhar de ônix, um sorriso
pecaminosamente delicioso curvando-se contra sua boca generosa.
— Tenho olhos de Fae. — Sussurrei com os lábios trêmulos.
— Sim, você tem. — Lentamente, ele começou a abaixar os lábios
na direção dos meus.
— O que você está fazendo? — Engasguei, notando que o apêndice
entre suas pernas tinha crescido e estava firmemente sentado contra
minha barriga. — Oh, minha palavra, esse é o seu pênis?
— Pênis? — Seus ombros tremeram enquanto ele ria.
— Sim, você sabe, a coisa lá embaixo. — Respondi com a voz rouca
enquanto meu corpo respondia à sua magia. — Desligue agora! Não me
deixe estúpida. — Estremeci, sem saber o que estava acontecendo
comigo.
O que quer que estivesse acontecendo, era ruim, muito ruim. O Fae
tinha imensas habilidades mágicas para te deixar sem sentido com a
necessidade, sugando sua alma enquanto faziam você pensar que
queria. Tentei rolar, mas era como tentar mover uma árvore inteira
ainda enraizada no chão. Ele estava firmemente plantado em cima de
mim, sorrindo e se recusando a ceder enquanto me observava lutar
embaixo dele.
— Por que está molhado aí? — Perguntei, sentindo umidade entre
minhas coxas, junto com calor na minha barriga.
— Essa é sua boceta, Synthia. Se meu pau estivesse molhado, você
sentiria em todo o seu estômago.
— Não sou eu que estou molhada. — Zombei, tentando empurrar
ele de cima de mim. Ele levantou, e eu rapidamente agarrei seus
ombros, puxando de volta para baixo, só para perceber meu erro. Meus
olhos se arregalaram e uma carranca puxou minha boca.
— Qual é o problema, Syn? — Seu sorriso me disse que ele sabia
exatamente qual era o problema e que estava gostando do fato de eu
estar desconfortável. Idiota.
— Estou nua. — Gemi.
— Muito. — Ele sorriu e tentou se inclinar para trás, mas eu o puxei
para baixo de novo até que seu peito tocasse meus seios. Ele sorriu de
novo, esfregando seu peito contra o meu.
— Você está nu. — Apontei como uma idiota.
— De novo, muito nu, mas não vejo isso como um problema. — Ele
se mexeu um pouco mais e olhei para ele, o que o fez sorrir ainda mais.
— Isto é estranho. Eu nem gosto de você, e agora estamos nus
juntos, e você é a porra de um Fae.
— Você também é a porra de um Fae. — Tentei me desvencilhar
dele, mas acabei dando a sua cobra gigante melhor acesso as minhas
partes de senhora. — Puta que pariu. — Ele rosnou. — Você me fode
como uma mulher possuída indo para a guerra por seus pecados, e
pequena, nós nascemos para pecar juntos.
— Não quero ser uma Fae estúpida. — Sussurrei enquanto as
lágrimas enchiam meus olhos.
— Você nunca quis, mas aprendeu a aceitar e a abraçar o seu
destino. Precisa se lembrar de mim, Synthia. Se lembre de nós.
— Mas você é velho e eu amo Adrian. Amo ele, e agora tenho que
matar ele.
— Não, você amava. Ele escolheu se tornar o que é e está feliz com
sua decisão. Você está bem com isso agora também.
— Não acredito em você. — Observei sua boca pecaminosa,
lambendo seus lábios por um momento antes de roçar nos meus.
— Me diga que não se lembra do meu toque, mulher. — Ele rosnou,
reivindicando minha boca com fome. Sua língua mergulhou em meus
lábios, criando um gemido estrangulado de necessidade enquanto seus
quadris balançavam contra os meus. A carne grossa e aveludada
pressionada contra mim, logo abaixo do meu umbigo.
Fechei os olhos contra a multidão de sensações que seu beijo criou
dentro de mim. Não fui capaz de negar o gosto, o exotismo, o prazer de
seu abraço ou a sensação dele contra mim. A porra do Fae estava me
transformando em FIZ e eu estava dando uma assistência para ele.
Ele não beijava como Adrian. Não tinha a incerteza que Adrian
tinha. Ryder reivindicou minha língua com precisão letal, atraindo e
me persuadindo à sedução. Suas mãos me seguraram lá, presas para
fazer qualquer outra coisa além de pegar o que ele me deu. Seus
quadris se ajustaram e eu o senti contra a minha abertura, o que fez
tudo dentro de mim gritar.
— Não! Não, por favor, não. — Sussurrei com os lábios trêmulos. —
Podemos conversar? Nem te conheço. Não sou o tipo de garota que pula
na cama com qualquer um e ainda não sei nada sobre você.
Um rosnado agravado retumbou em seu peito, enviando um arrepio
pela minha espinha. Sua testa descansou suavemente contra a minha
e sua respiração desacelerou. Juntos, lutamos para acalmar a
necessidade que corria por nós. A cabeça de Ryder se levantou e ele
olhou nos meus olhos, procurando por algo antes de sorrir com força e
gemer. O cheiro de sândalo encheu meus sentidos, e choraminguei
quando ele empurrou contra minha buceta para se levantar.
— Você me conhece. — Ele lembrou suavemente, embora eu não
conseguisse me lembrar de nenhuma memória dele por minha vida.
Mas seu beijo. De alguma forma, eu sabia que já tinha provado isso
antes. Eu sabia disso como conhecia as costas da minha mão; parecia
familiar. Até mesmo agora, ansiava por ter ele de volta contra minha
boca, me beijando sem sentido enquanto tirava a escolha de mim.
— Talvez, mas não me lembro de você. — Admiti suavemente.
Desejo intenso cresceu em suas belas profundezas enquanto seus
olhos percorriam meu corpo nu. Corei e ele sentou de cócoras, me
puxando para cima com ele enquanto se levantava. Uma vez lá, Ryder
me puxou contra o calor que seu corpo liberou enquanto suas mãos
embalaram meus quadris.
Os dedos cravaram em minha pele, beliscando meus quadris antes
de soltarem.
Lentamente, eles se arrastaram pelos meus lados, criando arrepios
com a precisão habilidosa que esta criatura mantinha no departamento
de sedução. Chupei meu lábio inferior entre os dentes para não gemer
alto quando minha boceta apertou com a necessidade.
Ryder deu um passo para trás e meus olhos mergulharam para o
grande pau aninhado em cachos grossos e escuros. Eles se alargaram
conforme ele saltava com cada movimento que fazia, fazendo com que
minhas sobrancelhas se projetassem para a linha do cabelo.
Minha mão se moveu antes que meu cérebro pudesse deter,
agarrando o membro de aço aveludado que tinha chamado minha
atenção. Ele gemeu. A ponta brilhava com uma gota perolada de sêmen,
e sua cabeça caiu para trás enquanto eu o acariciava, testando o peso
na mão antes que ele falasse com voz rouca, sexo pingando no tom.
— Toque muito e vai quebrar o fio que está me impedindo de te
dobrar te lembrando o quanto você gosta do meu pau.
Puxei a mão de volta, ofegando por palavras e falhando. Ryder
suspirou e nos vestiu com sua magia. Fiquei olhando para a camisola
transparente que agora usava, depois para sua calça de moletom
enquanto o observava se afastar, suas calças fazendo muito pouco para
esconder o pau duro através do tecido macio.
Adrian nunca teve esse problema, e eu o tinha visto suando muitas
vezes antes ou depois do treino. Ou eu não o tinha excitado, o que seria
um duro golpe para o meu ego, considerando que eu estava apaixonada
por ele. Mas Ryder? Seu pacote estava marcado como entrega especial
e grande porte em letras vermelhas piscantes.
— Essa coisa dói? — Chocada que eu realmente disse isso em voz
alta, bati a mão na boca.
— Eu vou viver. Não será a primeira vez de bolas azuis que você me
deu, mulher.
— Onde estão suas asas? — Ele se moveu ligeiramente e, quando
elas se desenrolaram, um arrepio percorreu meu corpo. — Elas são
terrivelmente bonitas.
— A sua também, doce menina. — Ele ronronou através de uma fina
camada de cascalho que roçou minha pele. Observei enquanto ele
permitia que suas asas se estendessem até que eu estivesse banhada
em suas sombras. — Quer tocar? — Seus olhos se estreitaram quando
seus lábios se curvaram nos cantos, formando um sorriso sedutor
quando se aproximou, me desafiando a aceitar o desafio que estava
lançando.
— Não tenho asas. — Falei casualmente enquanto lutava para
controlar a respiração. Me aproximando, estremeci violentamente
contra o poder que ele irradiava, sentindo me atraindo como se eu fosse
uma mariposa dançando contra sua chama. — Como sente elas?
— Como asas, mas não. Elas são sensíveis, mas fortes. — Ryder
encolheu os ombros largos, fazendo suas asas tremularem um pouco,
despenteando meu cabelo solto.
Observei cuidadosamente, olhando para elas enquanto ele fechava
a distância entre nós e se ajoelhava diante de mim. Seu olhar se ergueu
e minha respiração ficou rígida. Estendendo a mão, que tremia
enquanto eu escovava os dedos sobre as pontas afiadas. Mesmo
ajoelhado, ele era enorme, e eu estava altamente ciente de cada
centímetro dele.
A presença de Ryder me lembrou de estar ao lado de uma linha de
energia caída após a tempestade. A magnitude da eletricidade que
chiava no ar enquanto deslizava uma corrente mortal era hipnotizante.
Lentamente, me aproximei e abaixei a mão para a parte áspera e
coriácea delas, e ele assobiou, enviando um hálito quente sobre meus
mamilos. Puxei a mão para trás e me afastei dele abruptamente
enquanto meu corpo respondia ao simples ato.
Ele era lindo, mas era uma beleza letal, predatória, como um leão.
Você sabia que iriam te comer inteiro e cuspir seus ossos, mas ainda
queria chegar perto o suficiente para tocar.
Ryder se levantou, me deixando ver o tamanho dele enquanto se
transformava em uma versão mais alta de si mesmo. Suas marcas
etéreas pulsaram, e observei a batida hipnótica de ouro e obsidiana
dançando em seus braços e no peito nu.
— Você é a máquina de matar perfeita, né? Foi primorosamente
construído para atrair uma mulher com sua beleza letal. No momento
em que ela é capturada e enlaçada por ele, tudo que precisa fazer é se
alimentar dela até que ela não saiba mais nada. Posso sentir isso, o
desejo de me despir e permitir que me prove. Meu corpo está
literalmente doendo com a necessidade de deixar você se alimentar de
mim. — Sussurrei sem fôlego.
— E ainda assim está se segurando? — Sua voz sedosa acariciou e
lavou sobre mim, despertando algo dentro de mim que derramou
minhas inibições e queria seguir Ryder em pecado carnal. — Você é a
única que desejo atrair para mim, mulher.
A Aliança me moveria para cima na classificação quando tudo isso
acabasse. Ninguém acreditaria que eu tinha tocado as asas do Rei da
Horda! Se meu plano funcionasse, eu teria essa cabeça de otário como
troféu em breve. A coisa era, eu precisava atrair Ryder para a cama, e
então quando ele baixasse a guarda, eu o mataria.
Seus olhos se estreitaram como se estivesse tentando descobrir o
que eu estava pensando. Fiz a única coisa que podia fazer. Comecei a
flertar como os outros vigaristas da Aliança. Sorri, piscando os cílios
na hora, assim como fomos ensinados.
Sorrindo timidamente, mordi distraidamente o lábio enquanto ele
me examinava. Suas narinas dilataram como se pudesse cheirar minha
excitação, que, infelizmente, eu não estava controlando ou fingindo.
Meus instrutores disseram que falhei nas aulas de sedução, mas aqui
estava eu, com o Rei da Horda, e ele estava olhando para mim como se
eu fosse seu banquete para a Caçada Selvagem. Meus dentes soltaram
o lábio inferior, fazendo um som de estalo que atraiu seus olhos.
Deixei Ryder sentir a excitação do meu corpo enquanto considerava
silenciosamente para onde poderia ir a partir daqui. Se ele assumisse
que eu o queria, poderia fazer com que baixasse a guarda e partisse
para a matança. O mais importante primeiro, porém, eu precisava de
uma arma. Não poderia dominar ele, isso era um dado, mas eu poderia
superar, já que seu cérebro era tudo sobre bocetas. Para nossa sorte,
isso tornava os Fae alvos fáceis quando se alimentavam.
Deliberadamente, deixei os olhos vagarem pelo quarto, procurando
por qualquer coisa que pudesse usar e descobri que faltava algo afiado
o suficiente para empalar ele. Me voltando para a cama, notei a espada
que estava encostada na parede perto da cabeceira da cama.
Pisquei e inclinei a cabeça, lentamente olhando para a besta que me
observava. Como eu poderia seduzir ele sem virar FIZ? E se eu tentar
e falhar? E se eu tentar e não falhar? Eu seria famosa por derrubar ele.
Estendi as mãos trêmulas e retirei a camisola lentamente. Olhos de
ônix preto me estudaram, caindo gradualmente para meus seios nus.
Ryder não respondeu como eu presumi que faria, então fui forçada a
ficar lá sem jeito e, pior, nua. Me aproximei, o que ele permitiu, sorrindo
maliciosamente enquanto fechava a distância entre nós.
— Você me quer? — Murmurei roucamente.
— Isso nunca foi uma questão, mulher. Eu queria você desde o
primeiro momento em que te vi. — Ele sorriu tristemente e perdi um
pouco da bravata que senti segundos atrás. — Vem aqui, animalzinho.
— Não sou um animal, sabe. Sou uma pessoa com sentimentos.
— Estou muito ciente desse fato. — Tinha tristeza em seus olhos
que puxou meu coração. Fechei a distância entre nós e coloquei as
mãos em seu abdômen. Ele parecia quase humano, sem o poder que
pulsava sob sua pele.
Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, puxando meu corpo
contra o dele até que a respiração se tornou difícil. Minha boca se
ergueu e ele a reivindicou, gentilmente a princípio, pedindo permissão,
o que, considerando quem ele era, foi inesperado.
Me afastei depois de um momento, com medo do que tinha
começado com este ser. Ele se aproximou enquanto eu me movia para
trás, e dançamos assim até que minhas costas tocassem em algo sólido
e frio. Suas mãos me prenderam contra a parede enquanto sua boca
abaixou para pairar contra a minha.
— Tem certeza de que é isso que quer? — Ele perguntou com voz
rouca, seu timbre profundo e rico enviando um arrepio através de mim
para latejar no meu ápice.
— Você me apavora, mas também me excita. Eu deveria estar
fugindo de você, mas em vez disso, quero te provar em meus lábios.
— É mesmo? — Ryder murmurou, enviando um redemoinho de
calor em um enxame de borboletas na minha barriga. O homem era a
encarnação do sexo, e eu estava perdendo a cabeça aqui. Mas, nunca
rejeitei um desafio ainda, e não estava prestes a deixar essa criatura
vencer este sobre mim.
A Aliança nos avisou sobre enfrentar um inimigo forte demais para
lidar sozinho, mas meu time estava comprometido e eu estava sozinha
com ele. Eu poderia fazer isso. Poderia derrubar o maior Fae de seu
mundo inteiro. Isso enviaria uma mensagem para todas as criaturas lá
fora, de que não deveriam estar mexendo com os executores da Aliança.
— Você está brincando com fogo, pequena.
— Não tenho medo de me queimar. — Levei minhas mãos até seu
peito e deixei seu poder chiar contra minhas palmas. Levantei na ponta
dos pés, reivindicando sua boca, gemendo quando ele me pegou, me
segurando entre ele e a parede enquanto meus dedos se enroscavam
em seu cabelo.
Era macio como seda, e ainda assim ele era duro como aço quando
me jogou contra a parede, me devorando. Ele rosnou roucamente
enquanto puxava sua boca da minha, mordendo meu lábio até que um
grito escapou de meus pulmões.
— Achei que você amava outro? — Seu sorriso tímido me lembrou
que eu disse que amo Adrian duas vezes agora.
— O amor é só uma mentira que dizemos a nós mesmos para que,
quando fizermos coisas que não deveríamos, não tenhamos que nos
sentir mal depois disso. Fodi ele, então sussurrei as palavras para
apaziguar meu ego depois que eu o deixei me ter. Se quiser, posso dizer
que também te amo, e podemos fingir que é real até terminarmos.
— Me diria que me ama? — Ele provocou, me movendo para a cama.
— É isso que quer? — Tentei acalmar a batida rápida do meu
coração que ecoou ensurdecedora dentro dos meus ouvidos. Eu poderia
dizer a este idiota qualquer coisa e dizer isso porque eu pretendia ver
ele morto antes do sol nascer pela manhã.
— Não, porque quando você me disser que me ama de novo, você
realmente dirá isso. — Ele me colocou na cama com cuidado.
As mãos grandes de Ryder empurraram meus joelhos para cima e
separados, expondo meu núcleo para ele. Galáxias de estrelas dançam
em profundas obsidianas antes de sua boca abaixar, e gemi quando o
prazer disparou por mim de forma chocante.
Meu corpo inteiro zumbia de necessidade e minhas mãos se
fecharam contra os cobertores enquanto ele fazia meu corpo cantar
para ele. Sua língua deslizou sobre minha pele e meus nervos se
levantaram e perceberam, já que nenhum homem jamais os tinha
acordado antes.
Os dedos de Ryder empurraram em meu sexo e estremeci em torno
deles, me virando para medir a distância de nós até a espada. Precisava
ficar acima dele, o que significava que precisaria ganhar alguma
aparência de controle para ficar por cima. O problema era que eu não
queria que sua boca parasse o que estava fazendo.
Isso foi mais fácil dizer do que fazer quando sua boca apertou contra
meu clitóris e explodi sem aviso. Luzes explodiram em minha visão.
Eventos cataclísmicos ocorreram em meu corpo e gritei quando gozei
desequilibrada, fechando as mãos nos cobertores enquanto ele me
levava para um abismo de euforia.
Seu gemido foi sexy. A maneira como vibrou contra minha boceta
me fez avançar em direção ao penhasco de novo. Sentei abruptamente,
percebendo que estava prestes a ser transformada em um ser sem
mente. O movimento o derrubou enquanto eu corria meus dedos por
seus cabelos, beijando forte e rápido enquanto o levava para a cama.
Ele permitiu com um sorriso revestido de minha excitação, que eu
provei enquanto o devorava com um beijo. Montei em seus quadris
enquanto minha buceta esfregava contra a dureza de seu pau rígido
que empurrava contra minha abertura convidativa.
Ryder me levantou, empurrando uma polegada sólida em minha
abertura enquanto eu balançava contra ele. Abaixei a boca em seus
lábios de novo, reivindicando enquanto minha mão deslizava pela
cama. Avancei lentamente em direção à espada que descansava contra
a borda da mesa de cabeceira. Meus dedos se fecharam em torno do
punho e a levantei, gritando enquanto ele empurrava em meu corpo.
Foi brutal, e ainda assim minha buceta apertou em torno de seu
pau vorazmente, levando até que ele estivesse enterrado dentro de mim
até a base. Levantei a espada e bati em seu corpo; só que não perfurou
sua pele. Encarei a rosa vermelha agora esmagada contra seu coração,
e então deslizei meu olhar para onde seu pau estava enterrado no meu
corpo. Me esticou e doeu e ardeu enquanto ele me segurava ali, me
observando de perto. Suas mãos levantaram meus quadris antes de me
jogar de volta em seu pau duro e grosso.
— Só um de nós será empalado esta noite, doce diabinha. — Ele riu
enquanto um fogo acendeu em seu olhar e a vitória gravada nas linhas
finas de seu rosto.
Gemi, balançando contra ele para parar a dor que criou enquanto
enchia cada centímetro do meu corpo com seu pau enorme. Suas mãos
levantaram, colocando meus seios antes de arrastar seus polegares
sobre a dureza dos meus mamilos. Dedos beliscaram a pele delicada, e
meu corpo apertou mais forte, ordenhando seu pau sedoso enquanto
meu estômago se apertava com a necessidade de gozar de novo.
— Me sente agora, esposa? — Ele perguntou, me rolando embaixo
dele enquanto seus quadris balançavam lentamente.
— Acabei de tentar matar você, e está preocupado que eu sinta você?
— Choraminguei, ofegando com a sensação dele sentado em meu corpo
até que ele começou a mover seus quadris.
Foi erótico e a coisa mais sexy que já experimentei, mas então eu
explodi e ele me fodeu com força. A maneira como ele bateu em meu
núcleo foi intensa, usando a excitação que revestiu minha boceta para
esticar minhas entranhas para acomodar tudo dele.
— Porra, você é muito apertada para foder devagar, mulher. — Ele
rosnou, observando enquanto me mandava inclinando em direção à
borda com precisão. — Se lembra disso, animalzinho? A maneira como
sua boceta gananciosa me ordenha enquanto estico essa boceta
apertada? A maneira como seus lindos olhos ficam pesados enquanto
faço você ser minha?
— Não sou a porra do seu animalzinho, idiota. — Argumentei
enquanto minha boca se abria e gritei, me desfazendo. Ele sibilou e
diminuiu a velocidade, ficando tenso quando chegou ao limite comigo.
— Bolas! Você gozou dentro de mim, idiota. Saia de perto de mim!
— Com medo de que eu engravide você de novo?
— De novo? Você não me engravidou uma primeira vez. Isso foram
só mais mentiras. Acho que me lembraria de ter dado à luz e de ter
filhos. Agora saia de cima de mim, sua fada peidorreira do tamanho de
um ogro.
— Não terminei com você ainda, bruxinha. — Ele riu, me virando de
bruços, entrando em mim com força.
Meu rosto empurrou contra o colchão e abri a boca, gritando de
prazer enquanto ele me fazia gozar de novo e de novo até que eu estava
muito fraca e exausta para fazer qualquer coisa além de dormir.
Estudei Ryder em silêncio enquanto estava deitado ao meu lado na
cama. Eu doía em todos os lugares e estava oficialmente confiante de
que ele tinha usado sua magia Fae em mim. Ele violou meu corpo por
horas e implorei por mais, o que significava que definitivamente me
manipulou com sua magia. Agarrei os cobertores com força contra meu
pescoço, onde me cobri de seu olhar aquecido. Podia sentir a memória
dele em mim, ainda encharcando minha buceta com sua essência.
A Aliança deveria ter nos dito como sair da sedução que deu errado,
ao invés de se concentrar só em como atrair os machos para cama.
Tinha quase certeza de que essa era a parte fácil e, de acordo com meu
corpo, não foi a experiência mais desagradável, mas na manhã seguinte
foi horrível. Foi estranho, e ele me olhou como se esperasse que eu
entrasse em choque, e eu não tinha certeza se não o desapontaria.
— Existe algum tipo de controle de natalidade Fae ou, eu não sei,
uma coisa do dia seguinte? A menos, claro, que eu possa ir agora. A
Aliança terá algo. Um sobrenatural... idiota, talvez? — Proferi, quase
inaudível para meus próprios ouvidos além do bater dos meus dentes.
— Acabei de te comer por horas, e acha que pode ir embora agora?
— Eu esperava que sim.
— Acha que a Aliança vai te receber com esses lindos olhos azuis e
violetas tricolores?
— Acho que assim que eu colocar distância suficiente entre nós, sua
magia não vai funcionar mais em mim. Vou voltar a ser quem eu era
antes de acordar naquela clareira, e meu corpo vai parar de latejar de
repulsa pelo que permiti que você fizesse comigo.
— É por isso que está doendo? Pensei que tinha fodido sua doce
boceta com muita força, e ela estava desejando mais. Ela quer mais,
não é? — Ele perguntou, olhando para mim. — Você sempre foi uma
foda insaciável; essa bocetinha gananciosa não se cansa de mim.
— Você é tão rude. — Rolei e coloquei as costas em direção a ele
enquanto me sentava, estremecendo com a dor entre minhas coxas.
— Sim? Me conta, seu amante adolescente alguma vez te fez gritar
assim? Seu corpo já tremeu tanto quando ele fez sua boceta gozar?
— Isso não é da sua conta. — Rebati, cruzando os braços sobre os
seios nus. Tentei impedir ele de ver as pontas endurecidas que
respondiam ao seu tom sonolento, sexy pra caralho.
Isso fez com que meu núcleo se apertar de necessidade, o que era
insano, já que minha buceta poderia ser descrita por novas palavras
esta manhã. Palavras como possuída pra caralho, e oh ei, molhada e
dolorida pra caralho ou a minha favorita, fodida e faminta por mais pau
Fae. Cada movimento simples me lembrava exatamente o que minha
bunda maluca tentou fazer com o Rei da Horda. Na verdade, tudo que
eu consegui fazer foi escorregar e pegar um pau grande e gordo onde
ele nunca deveria ter ido.
— Dolorida? — Seu sorriso satisfeito e presunçoso era irritante. Ele
me observou ficar de pé e o apêndice entre suas pernas saltou enquanto
se espreguiçava, anunciando sua situação endurecida. Ele sorriu e me
pediu para consertar sua situação como se isso fosse fisicamente
possível para mim esta manhã. Eu estava inchada e ele estava
totalmente ciente disso, mas eu queria montar Ryder de novo.
— Guarde essa coisa. Não é seguro.
— Não é seguro para quê?
— Minha sanidade!
— Sim? Porque já quer pedalar por horas de novo? Talvez se eu fizer
isso, você ceda às necessidades básicas contra quais está lutando? —
Ele balançou os quadris e minha boca abriu enquanto os olhos
grudavam o pau enorme que estava balançando livremente. — Tipo
isso?
— Guarde essa coisa antes de arrancar um olho ou algo assim!
— Oh, estamos chateados porque nossa feitiçaria de vagina não
funcionou para derrubar o Rei da Horda? Vamos tentar de novo. Talvez
eu sucumba a essa magia de boceta, garotinha. Pode me foder até o
esquecimento. Vou até deixar.
— Não tenho uma boceta mágica!
— Você está errada aí pra caralho, Synthia. É mágica, e garanto, me
rendo a isso frequentemente, e você me implora por mais.
— Até parece. — Bufei, olhando para ele de onde me sentei na cama
de novo, sem querer deixar ele me ver mancando com a dor que tinha
criado. — Sabe, talvez se você disser o suficiente, eu possa realmente
acreditar em você. Vamos, seu idiota lambedor de maminhas de ogro
de fada, vamos ouvir. Quanto minha boceta te faz gozar?
Minha mão percorreu meu corpo até deslizar pela bagunça molhada
da buceta enquanto seus olhos se estreitaram, me observando.
Estremeci e seus lábios se curvaram num sorriso triunfante masculino,
que era muito sexy e fez meu núcleo apertar com força.
— Nem um pouco dolorida, hein? — Perguntou, levantando uma
sobrancelha incisivamente enquanto observava a buceta vermelha e
inchada.
— Adrian fez pior. — Provoquei, mentindo entre os dentes, o que fez
seu sorriso cair, e sua sobrancelha se ergueu. — Oh, qual é o
problema? Deixe seu ego dobrar porque meu amante humano fodeu
com o grande e mau Fae? Acredite ou não, você não é um presente de
Deus para as mulheres. É só um idiota arrogante que pensa que só
porque tem um pau grande, pode usar sua arrogância para deixar uma
vadia toda irritada.
Seus olhos baixaram para meus dedos que estavam encharcados de
excitação. Fiz uma careta, olhando para baixo antes de afastar a mão.
— De alguma forma, duvido pra caralho, já que estou muito ciente
de como ele era carente quando você era criança, esposa.
— Caso em questão, me deixo mais molhada do que você. — Falei
altivamente com um encolher de ombros.
— Isso é um desafio? Porque gosto de vencer, animalzinho. Deve
saber que cada vez que me desafiou, eu venci. Não gosto de perder, e
tenho a fodida certeza de que faço você gozar com mais força do que
qualquer homem com quem já esteve antes. Sei como você gosta dessa
buceta lambida e esbofeteada para causar uma picada, o que te impede
de ficar agitada demais rápido. Sei como gosta que meus dentes raspem
esses lindos mamilos rosa antes de puxar suavemente. Sei o jeito que
gosta que suas pernas sejam afastadas, e o movimento perfeito de meus
quadris que leva para atingir sua boceta naquele ponto doce especial
dentro de você que seu namorado de infância nunca tocou antes.
Caminhando em minha direção, Ryder colocou a mão sob meu
queixo, levantando até que nossos olhos se encontraram.
— Sei como seus olhos se iluminam antes de seu corpo cantar para
o meu. A forma como suas mãos apertam contra minha pele, alinhadas
com a forma como sua buceta aperta meu pau enquanto grita meu
nome para os Deuses como se fosse a porra duma bênção. Te conheço
porque te amo, Synthia Raine. Amo tudo em você, e isso? Isso, vamos
passar juntos. Vou trazer você de volta para mim. Pode me odiar
quando voltar, mas não vou deixar de te amar, nunca. Você está
impressa na própria medula dos meus ossos e na essência do meu ser,
mulher. Então, quer me esquecer? Que pena, garotinha. Não consegue
me esquecer, nem mesmo se lembrar significa que você me odeia. Agora
se vista porque estou com vontade de te ajudar a matar Adrian.
Encarei Ryder quando minha cabeça começou a doer. Minhas mãos
se levantaram, pressionando contra minhas têmporas enquanto ele me
observava.
— Synthia?
— Estou bem.
— Você não está bem, nada disso está bem. Esta viagem com você
pela estrada da memória é fofa, mas preciso da Deusa durona de volta,
mesmo que ela não queira voltar para mim. Preciso de minha esposa
porque ela é minha parceira e não posso salvar este mundo sem ela.
Venha para casa para mim, Syn. Volte e fique ao meu lado. — Seus
olhos estavam implorando, penetrando em minha alma, e a dor em
minha cabeça aumentou.
— Você é maluco. — Soltei minhas mãos e me virei para ele. —
Quero ver Adam e Alden.
— Se vista, então. Suas roupas estão no armário.
— As minhas roupas? — Confusa, girei para ver se ele estava
brincando. Ele não estava.
Ele apontou para porta do lado oposto do quarto e me virei, olhando
para o armário. Lentamente me movi naquela direção e abri as portas.
Meus olhos saltaram para a extensa coleção de esmaltes da OPI. Entrei
e caminhei até a prateleira, pegando minhas cores favoritas antes de
colocar de volta na mesa.
As roupas eram lindas, mas muito maduras pra mim. Eu as folheei,
puxando um par de jeans e uma blusa, em seguida, coloquei um casaco
com capuz preto sólido. Me virei em direção à porta, encontrando Ryder
lá me observando enquanto se encostava no batente da porta com os
braços cruzados, silenciosamente me levando para dentro.
— Engraçado, você realmente trouxe isso com você quando veio aqui
pela primeira vez. Apropriado que os escolheria para usar enquanto
tenta me deixar.
Ele encostou a cabeça na porta, e notei o cobertor dobrado
cuidadosamente na prateleira, e fui atraída por ele por algum motivo.
O tecido estava coberto de pequenos animais em rosa, verde e azul.
Percebi como era incrivelmente macio enquanto acariciava o topo,
então distraidamente o peguei, empurrando contra o rosto enquanto
inalava profundamente. Cheirava a inocência, e o cheiro familiar
intensificou a dor na minha cabeça.
Agarrei o braço de Ryder e tive uma visão dele comigo. Ryder estava
me segurando com três bebês ao nosso redor, rastejando sobre nós
enquanto ríamos e brincávamos de esconde-esconde com o cobertor.
Os pequenos se agarraram a cada um de nós enquanto sorriam
alegremente.
Balancei a cabeça, tentando dissipar as imagens. Não funcionou. Ao
invés disso, olhos dourados olharam para mim, enquanto um
minúsculo dedo envolveu o meu. Lágrimas queimaram meus olhos e
um soluço escapou de minha boca enquanto uma dor violenta queimou
minha cabeça.
— Oh, doce menina, eu estraguei tudo. — Ryder passou os braços
em volta de mim e me segurou com força.
— Minha cabeça dói. — Admiti num sussurro enquanto a dor batia
por mim, se estabelecendo atrás dos olhos. Me inclinei contra ele,
aceitando seu conforto.
— Eu te amo. Se você não tirar nada de mim quando me deixar, se
lembre disso, pelo menos. — Ryder sussurrou, se movendo para me
ajudar a levantar quando quase perdi o equilíbrio. — Eu te amo pra
caralho.
Minha visão ficou turva, me fazendo recuar daonde ele me
endireitou antes que eu pudesse cair no chão. Seu toque me enervou,
enviando cada parte feminina minha em um alvoroço com uma única
carícia. Eu ansiava por arrancar suas roupas e transar com ele até que
gritasse por mim e, pior, eu o queria visceralmente.
Seus olhos estudaram e aprenderam, me separando como se ele
conhecesse cada camada da minha alma. Uma mão se levantou,
esfregando meu braço nu enquanto eu observava as emoções passando
por suas feições.
— Algum problema? — Ele perguntou suavemente, seu tom
indicando que já sabia que eu estava com dor.
— O que você está fazendo comigo? — Exigi, dando mais alguns
passos para longe dele, tentando escapar de seu toque e da necessidade
crua e quente pulsando através de mim.
Sua presença por si só tornava impossível pensar, mas a magia
escorrendo de seus poros era imensa, e meu ápice continuamente se
apertava dolorosamente, implorando para que eu o montasse. Mamilos
duros como pedra pressionados contra a blusa que eu usava, alertando
para o fato de que eu estava sem sutiã. Eu normalmente não teria, mas
essas não eram minhas coisas, e eu não estava balançando o sutiã de
outra pessoa.
— Não estou fazendo nada. — Ele ficou na porta, tornando
impossível escapar dele. — O que viu? — Ele me olhou com expectativa.
— Você, morrendo repetidamente. — Falei indiferente, encolhendo
os ombros. — Eu estava bem com isso.
Seus lábios se torceram em um sorriso malicioso que puxou meus
mamilos e ápice. Era como se segurasse algum fio invisível preso aos
meus órgãos sexuais, que ele puxava continuamente. Belisquei meu
braço, usando uma técnica que a Aliança nos ensinou para
redirecionar a dor, e ainda assim a pulsação dentro da minha cabeça
não diminuiu. Estava crescendo, pulsando até que senti entre meus
olhos. Estava deslizando pela minha cabeça enquanto as imagens
passavam como se tivesse uma tela dentro de mim, velhos filmes de
família girando.
— Synthia, não lute contra isso. — Ele implorou com ternura em
seus olhos.
— Está usando magia em mim, não está? — Perguntei, sentindo as
lágrimas enquanto elas deslizavam livres para correr pelo meu rosto.
— Isso dói.
Ele examinou antes que meus olhos pudessem se ajustar e capturou
meu rosto entre as palmas das mãos. Ele me segurou como se eu fosse
a flor mais delicada, algo que amava acima de tudo. Descansou sua
testa contra a minha, colocando as mãos nas laterais do meu rosto,
olhando fixamente nos meus olhos.
— Me diga que você não se lembra disso. — Sua boca esmagou
contra a minha e meus lábios se separaram, permitindo a entrada.
Foi um beijo profundo.
A maneira como sua língua dançava com a minha consumia toda
razão. Antes que eu pudesse pensar melhor, eu o estava puxando para
mais perto, devorando com tudo o que tinha. Dei a ele cada parte de
mim enquanto relaxava em seu abraço. Nós dois estávamos gemendo
com uma necessidade intensa que correu por nós, abrindo feridas que
eu nem tinha percebido que tinha.
Suas mãos soltaram meu rosto, deslizando para minha cintura. Ele
me pegou, me colocando em uma prateleira enquanto continuava a
exigir minha atenção total e exclusiva. Minhas pernas envolveram seus
quadris, puxando para mais perto, e rasguei sua camisa, gemendo e
sem fôlego quando o ar falhou em alcançar meus pulmões
rapidamente.
Ele levantou minha camisa, quebrando o beijo por tempo suficiente
para puxar ela pela minha cabeça. A boca de Ryder bateu contra a
minha violentamente, puxando um grito ofegante dos meus pulmões
enquanto ele a dominava, possuindo como se fosse feito para ser
selvagem, e fui criada para ser destruída. Mãos em forma de concha
em meus seios nus, roçando os polegares sobre meus mamilos
endurecidos enquanto eu me esfregava contra a crescente ereção que
ansiava em suas calças.
Nossas roupas desapareceram, e antes que eu pudesse proferir um
pedido de misericórdia, ele empurrou seu pau no meu corpo
brutalmente. Me preencheu até que gritei contra sua boca e ele engoliu,
dirigindo em mim até que encontrei cada impulso com vigor,
precisando ouvir ele se desfazer por mim.
— Porra, você parece casa. Ryder. — Choraminguei seu nome como
se ele fosse uma cura para as doenças do mundo, incapaz de acomodar
o suficiente dele nesta posição. — Dói, eu preciso de mais. — Gemi com
a voz rouca, permitindo que ele me levantasse e empurrasse seu pau
em minha boceta gananciosa, que apertou com força em comemoração
por ter que se esticar para aceitar.
Meu corpo apertou repetidamente em torno de seu pau grande e
grosso como um torno enquanto o sugava. Ele levantou e me moveu
pelos meus quadris até que eu estava choramingando incoerentemente
enquanto meu corpo cantava de necessidade.
— Porra, pegue meu pau, doce e gananciosa garota. — Rosnou, me
enchendo até que estremeci em torno dele. Ryder me levantou,
tentando olhar nos meus olhos, mas eu não podia tirar os meus de
onde ele fodia meu corpo.
— Mais!
Ryder riu sombriamente, seus lábios se curvando num sorriso
perigoso. Ele era enorme contra a minha abertura, uma criatura
desumana que estava destruindo minha boceta até que se esticou
dolorosamente para tomar o que ele exigia.
— Vê essa boceta gananciosa me chupando? Me sente. Sei que sim.
Seu corpo conhece o meu, e eu conheço o seu. — Ele rosnou, me
levantando até a ponta de seu pênis impressionante antes de me
acertar mais uma vez. — Siiim. — Riu, observando enquanto eu tremia
com a força de múltiplos orgasmos.
— Eu sei como te levar ao limite e te deixar lá, como te levar ao limite
instantaneamente, sem piedade. Sei como segurar você aí, presa no
meu pau enquanto se desfaz por mim, e só por mim, garotinha. Possuo
essa boceta. Não porque você seja minha, mas porque sei como fazer
ela cantar para mim. Como fazer ela gritar de prazer até que você não
seja nada além de uma porra de uma bagunça de nervos que não pode
fazer nada além de gozar para mim.
Tudo explodiu de uma vez. Meus olhos se encheram de cores que
espirraram em minha visão, e meu corpo zumbiu com uma mistura de
felicidade e medo. Senti a combinação interna de nervos disparando do
meu núcleo para a minha barriga. Estava ecoando em meu cérebro que
ele estava me segurando em um orgasmo que não teria fim.
Sempre que eu começava a descer de um orgasmo, ele se movia
lentamente, aumentando a velocidade até que me levantou de novo, me
batendo em seu pênis para começar tudo de novo. Ele não se cansou,
não parou até que eu gemia sem parar. Descansei a cabeça em seu
peito, observando ele me destruir para qualquer outro homem vivo.
As mãos de Ryder seguraram minha bunda, embalando enquanto
me fodia. Foi um orgasmo sem fim após o outro, e tudo dentro de mim
começou a disparar até minha visão escurecer. Os lábios roçaram os
meus, abrindo minha boca e exigindo entrada. Seu beijo me consumiu,
forçando minha mente a repetir imagens que não eram minhas para
tirar.
A besta estava me destruindo, porra, me esticando até que eu nunca
mais fosse a mesma. Queimava com quão cheia eu estava para aceitar
seu pau, e ainda assim, ficou mais longo e mais largo. Ele me colocou
na cama, agarrando meu cabelo, e me forçou a olhar entre minhas
coxas, onde ele me arruinou.
— Se você fosse a porra de uma bruxa, poderia fazer isso? — Ele
perguntou e abri a boca para gritar, mas sua risada forte e malandra
me parou. — Olhe para essa boceta gananciosa e me diga que não é
minha. Diga, Synthia, poderia fazer isso se não fosse criada para mim?
Quer mais, não é? Anseia por isso, mesmo que não entenda por quê.
Você me conhece, animalzinho. Você caminhou pela porra do corredor
e me tomou como seu companheiro. Você disse sim, embora eu não te
merecesse. Me deu filhos e vida. Eu estava me afogando em
responsabilidades, e você me trouxe de volta por querer destruir tudo.
Você é a porra do meu mundo, e ele não vai mudar sem você nele.
Preciso que volte para mim. — Sua expressão era suplicante enquanto
ele inclinava minha cabeça para baixo para que eu pudesse continuar
a ver ele me foder sem misericórdia e, caramba, eu queria mais. Queria
tudo que ele pudesse me dar.
Ele era imensamente construído, e meu corpo o levou facilmente
enquanto implorava por mais ainda. Peguei tudo o que exigia, aceitava
e porra, sim, eu ansiava por mais. Queria tudo dele. Era um orgasmo
sem fim que flutuava nas ondas suaves que chegavam à praia, mesmo
quando se transformavam em ondas violentas que implacavelmente
golpeavam a praia.
O som da minha buceta sugando contra seu pau era intensamente
erótico. Ele soltou meu cabelo e eu caí para trás, balançando a bunda
enquanto o fodia de volta enquanto ele observava. Segurei meus seios,
beliscando os mamilos, e ele rosnou roucamente em aprovação. Seus
olhos ficaram lânguidos, se estreitando com o que fiz por ele, atraindo
com minhas mãos enquanto eu tocava em todos os lugares que ele
tinha, precisando substituir os meus pelos dele.
— Você é tão gostosa, mulher. Olhe para você, garota gananciosa.
Essa buceta está encharcada para mim, não é? Essa é a minha garota
suja. — Ronronou, me olhando foder enquanto ele ficava parado, me
permitindo assumir o controle.
— Eu nem gosto de você.
— Sim, você diz muito isso, e então monta meu pau assim depois
que essas palavras saem dessa fodida língua talentosa. Diga, parece
familiar eu destruir essa boceta bonita? Nós parecemos familiar?
— Porque você me fodeu como Fae. — Choraminguei quando ele
bateu em meu corpo.
— Um, eu não posso te foder; você é uma fodida Deusa. Dois, eu
nunca poderia te foder. Sua boceta me fez desejar muito, mas mesmo
assim, eu não precisei usar magia para te foder porque você me deu
livremente, assim como está agora. Três, você é muito forte para ser
transformada em outra coisa senão carente do meu pau. Quatro, você
me odeia pra caralho, e você me fode da mesma forma, e ainda assim
você me ama mais do que deveria.
— Você me ama destruindo esta boceta bonita, escrevendo meu
nome em suas entranhas até que seja impotente para negar o que eu
dou a você, Synthia. Estou disposto a dar a você cada parte de mim.
Você é minha. Não é um ser de mente fraca. É uma fodida Deusa, então
lute contra isso. Lute por mim. Não posso ser a única coisa que destrói
você. Preciso que volte para mim.
— Foda-se. — Rosnei, empurrando meu corpo contra o dele com
uma necessidade de igualar a dor se intensificando em minha cabeça.
— Estou te fodendo. — Ele riu perversamente, levantando meus
quadris com as mãos antes de bater no meu corpo implacavelmente,
me enviando cambaleando pelo limite. Lutei de volta, resistindo e
balançando contra seu pau grosso para garantir que ele me batesse
exatamente onde eu precisava dele. — Pegue esse pau, doce menina.
Pegue o que precisa e então leve mais pra mim, pequena Deusa
gananciosa. — Ele cresceu mais até que eu estava presa no lugar,
incapaz de superar a dor e o prazer que ele criou ao me esticar até meus
limites.
Levantei, olhando para onde meu corpo o prendia avidamente,
pulsando em torno de seu pau. Eu o estava ordenhando, apertando e
liberando o pau desumano que estava aninhado entre minhas coxas
enquanto ele me observava. Olhos dourados se ergueram, travando nos
meus enquanto a dor atravessava meu cérebro.
— Você está me matando.
— Não, estou me recusando a deixar a mulher que amo desaparecer
deste mundo. Porra, você não vai desistir de mim. Fiz isso com você, e
vou te salvar, caralho. — Ele prometeu, ficando tenso quando um
gemido escapou de seus pulmões, terminando num grunhido agressivo
que o levou ao limite. Observei quando ele se desfez, meu corpo
torcendo cada grama de esperma dele até que rosnou como uma besta
enlouquecida, olhando para onde estávamos juntos.
— Você gozou dentro de mim de novo! — gemi.
— Eu gozo nesta boceta sempre que posso, mulher. quero mais
bebês com você. quero meninos de olhos dourados e filhas de olhos
violetas. quero ver seu estômago inchar com nosso filho protegido
dentro de seu lindo corpo. Anseio ver suas mãos seguindo seus
pezinhos enquanto o chutam por dentro. Quero você em casa. Quero
que volte para mim. Preciso que você volte, Synthia. Retire suas
malditas memórias. Você não é fraca. Você é a mulher mais forte que
conheço. Agora dê o fora dessa porra.
— Não posso. Nem sei quem diabos você pensa que eu sou. Seu pau
dói e está tudo errado. Sou uma executora e estou presa no seu pau
grande! — Tentei me mover, mas não consegui me afastar do apêndice
que estava literalmente preso em meu corpo. — Tire seu pau de mim,
monstro!
— Não posso. — Ele rosnou, olhando para onde estava preso dentro
do meu corpo. — Relaxa, mulher.
— Não consigo relaxar! Você está preso na minha vagina! Encolha
essa coisa já.
Ele balançou os quadris e gemi, fazendo com que seus olhos
levantassem e travassem nos meus. Obsidiana se transformou em
ouro, e ouro enviou mais dor ecoando por meu cérebro até que
ameaçou me consumir, me engolindo por inteiro. Abri a boca e
sussurrei as palavras que entraram em minha mente.
— Onde você estava?
— O quê? — Ryder perguntou confuso. Me estudou enquanto eu
pisquei para limpar minha visão da dor.
— Quando eu precisei de você... você me deixou... para morrer. —
Tudo começou a ficar embaçado quando a dor passou pela minha
cabeça. Meu corpo estremeceu e Ryder gritou, me segurando enquanto
o mundo escurecia e a agonia rasgava minha cabeça.
ã
Encarei a escuridão e então olhei de volta para abertura do buraco
em que pulei. Dias se passaram, virando semanas. Lutei todos os dias
para manter os monstros sob controle, mas força não era algo que eu
tinha mais, não neste lugar de horrores.
Eu não tinha magia e, por mais que tentasse, não conseguia
encontrar. Me senti mundana. O coração ecoou, descontroladamente
batendo em meus ouvidos quando me virei em direção a um som na
caverna onde os olhos piscaram, me observando das sombras.
Os monstros se reuniram, esperando que eu baixasse a guarda.
Ryder levaria um chute na bunda por me deixar aqui embaixo. Alguns
dias, eu teria entendido. Ele estava tão zangado e amargo que falhei em
aceitar o que seu mundo me oferecia, mas não sabia o que me impedia.
Eu tinha certeza de que não era minha humanidade. Fui colocada com
os humanos para ganhar essa parte de mim, para ver o mundo através
de seus olhos.
Durante dias, refleti sobre isso, não porque ele disse, mas porque
eu sabia que dançava longe da magia que nasci para fazer. Deusa, sim,
tudo bem, se tornar uma com a Terra dos Fae? Não foi tão fácil.
E se eu me perder? E se eu me transformasse em um monstro e
matasse o mundo que fui criada para salvar? Ou se eu fodesse tudo e
todos que contavam comigo morressem porque eu não conseguia
corresponder às suas expectativas ou ao exagero do que eu deveria ser?
Matar criaturas era fácil, provavelmente por isso que Danu tinha
me dado a Aliança para ser criada entre os Executores. Essa parte de
mim, sim, eu estava bem em manter. Poderia estourar magos como
uma bolha, mas não numa escala grande o suficiente para terminar
essa luta tão rápido quanto eles pareciam pensar que eu poderia.
Ryder... e se ele morresse? Onde eu me encaixaria neste mundo sem
ele ao meu lado? Eu não iria. Estava aqui por causa dele; por causa
das pessoas, ele me fez amar. Ok, então ele não me fez. Eles eram fáceis
de amar quando você rompia seus modos taciturnos, obtusos e idiotas.
Gritei seu nome de novo quando as sombras começaram a se mover.
Isso era uma loucura. Eu estava congelando, morrendo de fome e tudo
doía. Observei Ryder me encarando por horas depois que ele voltou, me
dizendo que eu não era nada para ele. Que eu morreria neste buraco e
ninguém jamais saberia ou mesmo se importaria que eu tivesse
partido.
Fiquei com o coração partido ao pensar que Ryder se sentiria assim
ou me deixaria aqui por semanas a fio. Então, comecei a me lembrar
de minhas conversas com Asher sobre a prisão Seelie da qual ele tinha
escapado. Tive uma sensação persistente de que não era Ryder falando
comigo, e que o tempo mudou de forma diferente aqui.
Recuando para as sombras, me virei lentamente, olhando para os
olhos infinitos que me observavam. Dedos gelados deslizaram ao redor
do meu pescoço e tremi com as sensações que passaram por mim.
Seelie não era o mesmo que Unseelie. Seus poderes sexuais eram
mais fortes, consumindo tudo. No momento em que este me tocou, eu
assobiei e tentei lutar contra a isca para sucumbir a ele. Não estava
funcionando.
— Tão, tão bonita e abandonada por aqueles que te amavam. — Ele
sibilou passando por presas serrilhadas. — Eles não queriam você, mas
nós queremos. — Seus dedos empurraram a pele da minha nuca,
incapaz de se mover no instante em que ele me tocou.
Outros rastejaram para fora das sombras, sussurrando e
murmurando sobre quão bonita eu era enquanto este monstro me
segurava. Fiquei presa pelo veneno de suas unhas que estavam
cravadas em mim. Sua boca baixou para a minha, e gritei enquanto ele
se deliciava com minha boca, arrancando meu lábio enquanto olhava
nos meus olhos.
— Você não sente dor, só prazer. — A criatura sussurrou enquanto
acariciava suavemente o lado do meu rosto.
A dor parou. Suas palavras mudaram tudo. Outros saíram das
sombras, se juntando a ele enquanto devorava e brincava com meu
corpo. Não fiz nada para deter eles porque estava paralisada, incapaz
de me mover, mas ainda capaz de sentir. Foi prazer misturado com dor.
Observei quando ele baixou os dentes para os meus seios nus,
rasgando. Algo quente e úmido empurrou entre minhas coxas
enquanto as mãos as mantinham abertas. Choraminguei enquanto o
sangue corria pelo meu rosto.
— Amanhã, vamos mais devagar com você, mas hoje estamos
morrendo de fome, meu lindo brinquedo novo. — Ele explicou, e eu
assenti. — Ficamos sem sustento por tanto tempo, e você é um deleite
muito saboroso para ser saboreado desta primeira vez.
Isso era errado, totalmente errado. Algo entrou em meu corpo, e eu
encarei enquanto ele ria perversamente, observando quando uma das
mãos cutucou meu estômago, abrindo ele. Sua mão embalou meu
queixo, levantando meu olhar para olhar em seus olhos.
— Você gosta, é bom, não é? — Outro Seelie apareceu das sombras,
acariciando meu cabelo enquanto segurava meu rosto, me forçando a
olhar em seus olhos. — Não vou me alimentar de sua carne como os
outros. Vou me alimentar de suas emoções e, oh, doce menina, você
está cheia de emoção.
— Está começando a doer. — Sussurrei passando o sangue que
encheu minha garganta.
— Isso é porque ele está comendo suas entranhas, e você está
prestes a sangrar. Veja, estamos com tanta fome e você é tão poderosa.
Chamei Ryder em um soluço.
O canal que usamos parecia vazio, e só uma risada rouca encontrou
meus apelos sussurrados. Cedi contra a criatura que me pegou. Ele me
ergueu do monstro que estava se alimentando de minhas entranhas.
Olhei por cima de seu ombro maciço para onde minhas pernas estavam
deitadas, separadas do meu corpo enquanto caminhávamos.
— Ai. Eu preciso disso.
— Você vai se curar. Nada morre aqui, e amanhã vamos começar de
novo com você. Vai se acostumar com isso e eventualmente, não vai se
importar mais quando eles a comerem. Pode até mesmo começar a
amar, mas no final, não fará diferença. Você é minha agora.
Seu nome era Malachi e ele não estava errado. Eventualmente, eu
aprendi a ansiar pela morte e a felicidade que ela ofereceria para
escapar da realidade deste lugar infernal. Ele parou de desligar a dor
enquanto os outros comiam partes de mim. Eles se banqueteavam com
minha carne e ele comia minhas memórias e emoções até que eu
sucumbisse a uma morte feliz, noite após noite.
Lutei com eles, mas logo descobri que eles gostavam de lutar e caçar
suas vítimas para consumir enquanto descobriam que o corredor
branco dos labirintos era infinitamente sem esperança. Tinha
quilômetros deles, túneis que serpenteavam e se transformavam em
salas que prendiam você assim que entrasse. Era um mundo inteiro de
labirintos sem saída discernível. Mas Asher encontrou uma maneira de
escapar.
Eventualmente, comecei a usar as paredes para marcar os dias.
Semanas se transformaram em meses, e os meses se transformaram
em anos, e entendi a fria realidade do que tinha acontecido. Ryder tinha
me deixado aos monstros que estavam me atormentando sem parar.
Se eu quisesse sair, teria que me salvar. Ele garantiu que eu nunca
mais voltaria para ele, e aquelas palavras que ele sussurrou dos
penhascos ecoaram em minha mente. Alguém mais percebeu que eu
tinha partido? Todo mundo me odiava o suficiente para me deixar aqui
embaixo para suportar esse destino? Adam não percebeu que eu estava
desaparecida agora, ou Ryder se livrou dele também?
Finalmente escapei na pior noite do décimo ano de minha prisão.
Minha espinha foi quebrada ao meio, e eu estava deitada em uma poça
de sangue enquanto Malachi pintava sobre minha pele. Seus dedos
trouxeram a sensação de volta, da qual ele estava muito ciente.
Outro Seelie me provou docemente, me dizendo o quanto eu gostaria
dele, e por um momento, gostei. Gozei para o monstro enquanto
Malachi assistia das sombras, meu corpo finalmente quebrando, dando
a ele a única coisa que eu recusei. Eu dei ao Seelie um pedaço de mim.
Eles levavam mais e mais, e todas as noites, toques suaves eram
usados enquanto Malachi deixava os monstros me destruir. Ele me
arruinou, permitindo que eles usassem meu corpo enquanto pegava as
memórias que ele queria. Suas emoções me alimentaram e eu o
alimentei com partes da minha mente, que ele comia com gula.
Não me importei que ele permitisse que os outros mutilassem meu
corpo.
Me importava que ele estuprasse minha alma, permitindo que ele a
tirasse de mim, e quando fez, tudo sobre mim mudou. Eu o procuraria
só para sentir algo, para lembrar o que tinha perdido. Eu dependia de
Malachi para me fazer sentir a dor que já não me tocava quando Ryder
não voltou para mim depois de quinze anos.
Eventualmente, Malachi pegou todas as memórias que me fizeram
feliz. Elas permaneceram ilusórias em minha mente, como se
estivessem fora do meu alcance. Fiz tudo o que ele pediu, ansiando pelo
toque do outro Seelie para saber aquelas memórias que Malachi tinha
roubado de mim. Eu tinha ido de boa vontade até eles, só para ver
aqueles olhos dourados que queimavam minha alma, ou o que restava
de minha alma.
Foi assim que eu finalmente escapei deles. Montei o monstro que
amava minha buceta, sabendo que Malachi não estava lá para me
assistir, cavando em minhas emoções para descobrir quais ele queria,
e quais memórias ele tiraria desta vez.
Me inclinei, beijando a garganta deste monstro familiar, sabendo
que ele amava meus lábios contra seu pulso, e com meus dentes, eu
rasguei sua garganta. Ele sangrou tão gloriosamente com o
sangramento arterial que pintou meu rosto. Arrastei ele para a entrada,
deixando seu cadáver lá antes que eu voltasse para os outros que
tinham tomado partes de mim, incluindo Malachi.
Na marca do vigésimo ano, eu tinha corpos suficientes de meus
inimigos para construir uma escada, e fiz isso adicionando meus
próprios cadáveres à estrutura. Fiz isso lentamente, apreciando cada
osso e ligamento que o Seelie tinha tão voluntariamente doado à minha
causa.
Usei minhas garras para alcançar a terra, cavando cada vez mais
fundo, até atingir o ponto intermediário. Lá, fiz um túnel para dentro,
empurrando a sujeira para as runas mágicas que foram colocadas ao
redor do poço. Eu os retirei, um por um, dia após dia, até que o poder
que nos mantinha, monstros dentro do fosso, fosse removido, me
permitindo escapar da prisão em que meu marido tinha me deixado.
Na beira do buraco, olhei para o abismo, para os cadáveres sem
olhos empilhados no chão coberto de terra. Alcancei o poder deles, mas
não foi o poder que recebi. Foi algo totalmente diferente. Algo... infinito.
Minhas garras se alongaram e asas gigantes se desenrolaram da
minha espinha enquanto eu ficava ali, lembrando por que fui criada, e
quem me tornei agora.
A vingança entrou em minha mente, mas não era isso que eu queria.
Eu consegui isso daqueles que me machucaram ou torturaram.
Meu coração batia forte no meu peito enquanto olhos dourados
enchiam minha mente. Cujos olhos, eu não conseguia lembrar, mas
eles fizeram meu coração literalmente doer. Minhas garras enfiaram no
meu peito, retirando a coisa que me fazia doer enquanto me lembrava
daqueles olhos lindos e perversos.
Minha mente repetia as palavras em um loop, sem parar na
repetição. Nunca consegui lembrar quem as disse, ou por quê. Eu só
sabia que estava sozinha, e sozinha, era intocável.
Eu era Sorcha, a Deusa dos Fae, e estava morrendo de fome.
Minhas asas se espalharam enquanto meus dedos pintavam na
parede. Escrevi com meu próprio sangue, enviando um lembrete para
quem me colocou naquele buraco de que eu não era fraca. Eu era uma
Deusa. Quem quer que tenha me colocado naquele buraco pagaria com
seu sangue.
Um sonho me tirou do sono. Tinha sido Ryder, parado sobre mim,
implorando para que eu o perdoasse e voltasse para casa. Engoli o grito
que ameaçou borbulhar, expondo minha localização aos monstros
dentro da prisão.
Silenciosamente, esperei pela pontada familiar de dor e medo que
me rasgaria. Meu captor e algoz gostava de tentar me fazer pensar que
estava segura. No momento em que baixasse a guarda, me atacariam
para me lembrar que eu não estava segura e nunca estaria de novo.
Olhando ao redor do quarto, lentamente me sentei, colocando os pés
descalços no chão frio antes de esticar bem os braços. Sufoquei um
bocejo, em seguida, estremeci com a dor entre minhas coxas. Eu estava
vestida com uma camisola macia de algodão e, aparentemente, dentro
de uma das minhas memórias.
Inalei profundamente, saboreando o cheiro de Ryder que minhas
memórias tinham evocado. Sua mistura única de sândalo e
masculinidade crua fez cócegas no meu nariz, me lembrando do que
perdi quando ele me deixou. Meus olhos varreram o quarto, observando
os detalhes íntimos que o monstro tinha arrancado da minha mente
para replicar perfeitamente, e fiquei maravilhada com quão longe
Malachi iria para promover minha tortura.
Ele estava ficando melhor em tirar imagens da minha cabeça e fazer
parecer reais. O cheiro de Ryder estava em toda parte. Pegando um
cobertor, segurei contra o nariz, fazendo com que lágrimas rolassem de
meus olhos. Essas eram as memórias que ansiava com a visão e os
cheiros que me faziam lembrar de meu marido e nossos filhos.
— Chega, você me entedia, monstro. — Sussurrei roucamente,
incapaz de esconder o tom de dor em minha voz. — Estou esperando...
—continuei, olhando para a porta apreensivamente. — Quer jogar?
Vamos jogar. — Não me intimidei com o fato de que ele estava me
provocando.
Ele tinha feito muito isso comigo. Para ganhar minhas memórias,
tive que mostrar elas a Malachi, e ele as usou contra mim, curtindo os
jogos mentais que fazia algo feroz.
Para aliviar o sofrimento infinito do que nunca poderia ser de novo,
desisti. Não porque eu queria que ele consumisse as memórias, mas
porque ele nunca se cansava, e ele era um mestre da tortura. Girando
a maçaneta, saí para o corredor vazio e engoli a sensação de
afundamento que se instalou em meu estômago como uma rocha.
Conhecia esse jogo. Encontraria Ryder e faríamos amor. Acordaria
com menos memória e menos pedaços da minha anatomia, resultado
do monstro permitir que seus amigos me comessem enquanto minha
guarda estava baixa.
Se eu quisesse sentir minha família, deveria permitir que ele me
usasse. Fiz isso para lembrar por que eu tive que escapar deste lugar
porque, quando Malachi as tirou da minha mente, ele estava me
transformando em algo frio e insensível – como ele.
Eu ansiava pelo gosto do beijo de Ryder, o calor de seu olhar, e para
conseguir isso, faria algumas merdas desagradáveis, mesmo por meros
segundos. De tudo que perdi nos vinte anos que estive aqui, o que mais
senti falta foi de Ryder e a maneira como seu toque me trouxe à vida.
Não tinha vida aqui.
Tinha só tormento e tortura sem fim que eu suportava diariamente.
Não conseguia entender a magia porque, nesta prisão, não tinha
nenhuma.
Você era poderoso ou não era.
Você era mais forte do que os monstros, ou não era.
O Seelie estava aqui há tempo suficiente para aprender maneiras de
contornar os feitiços que os prendiam nesta jaula. Eu não tinha.
Levaria décadas para me tornar forte o suficiente para lutar, o que eles
me provocavam sem parar enquanto me separavam.
Comecei a descer o corredor, meus pés descalços se arrastando
enquanto me dirigia para a minha próxima execução. Não era estúpida
o suficiente para pensar que poderia escapar de Malachi. Não, porque
de todos os monstros nesta prisão, ele governou através do poder e sua
habilidade de usar sua magia contra suas vítimas.
Esta miragem de memórias era aterrorizante com quão familiar
parecia. O cheiro da magia e dos corredores estava certo. A imagem era
intensa e perfeitamente posicionada.
Entrando no grande salão, parei, olhando para os rostos familiares
enquanto as lágrimas queimavam meus olhos. Quantas vezes ele me
mostrou isso e depois tirou de mim? Algumas centenas ou mais de mil
vezes? O cheiro de pão recém assado virou minha cabeça. Olhando
para a mesa cheia de comida, caminhei em direção a ela, notando mais
rostos que reconheci.
— Syn. — Zahruk disse cuidadosamente, e balancei a cabeça para
ele.
Não fale com eles.
Não olhe muito de perto, porque então eles escurecem e os monstros
vão voltar.
Sorri com força, esperando a dor começar quando ele se aproximou
de mim. Olhos de safira me estudaram e então se estreitaram como se
estivesse prestes a quebrar a memória e começar a coisa realmente
divertida.
— Você está bem? — Zahruk inclinou a cabeça e estudou meu rosto
enquanto suas sobrancelhas se juntaram.
Balancei a cabeça, pegando o pão, levando ao nariz antes de colocar
de volta. Ele segurou meu olhar e se afastou, se virando para dar
espaço para Ryder se aproximar de onde eu estava.
Malachi tinha saído de seu caminho para replicar os detalhes desta
memória, até as manchas pretas e douradas nos olhos de Ryder. Me
aproximei, cheirando ele com cautela. Parecia tão real que as lágrimas
se soltaram, escorrendo pelo meu rosto.
— Você está bem. — Ele proferiu com voz rouca, com as mãos
apoiadas nos meus ombros, e endureci com seu toque. Puxei um para
longe, com medo das garras afiadas que certamente cortariam minha
carne a qualquer momento.
O toque de Ryder parecia tão real que quase não queria estragar a
memória. O chiar de faíscas que irrompeu de seu toque fez meu corpo
apertar, e ainda assim eu sabia que a qualquer momento, ele me
rasgaria e me lembraria quão fraca eu era. Estremeci, desfrutando da
sensação dele e do prazer que eu sabia que não duraria. Um gemido
suave borbulhou na minha garganta e meu corpo aqueceu com as
memórias que correram pela minha mente com o toque.
Sua boca baixou para a minha testa e fechei os olhos, esperando a
dor chegar. Eu ansiava pelo toque de seus lábios como uma droga que
não poderia destruir meu sistema rápido o suficiente. Não me
importava se apodrecesse meus dentes ou rasgasse minha carne com
feridas, desde que pudesse sentir meu marido.
— Faça agora. — Implorei.
— Fazer o quê? — Ryder enrijeceu e desviei o olhar, fechando os
olhos, incapaz de assistir o homem que eu amava se transformar em
um monstro que me devoraria.
— Me rasgue em pedaços. Estou pronta. Isso é muito doloroso. Faça
isso, por favor. — Respondi, precisando de mais ossos para terminar a
escada que comecei a criar com cadáveres. Logo, eu teria o suficiente
para sair deste inferno, mesmo que eu tivesse que fazer isso com minha
carne e ossos apodrecendo.
— Você está segura. — Ele rosnou, se afastando para olhar para
mim. — Animalzinho? — Perguntou enquanto procurava meus olhos.
Seus polegares levantaram meu queixo e abri os olhos, olhando nos
dele para mais um vislumbre dessa memória. Eu sabia que o monstro
demoraria um pouco para reconstruir a imagem, considerando quanta
magia ele usou desta vez para criar a réplica perfeita de Ryder.
— Você está de volta agora. Está segura comigo.
Sorri e minha cabeça se inclinou enquanto me afastei de seu toque.
— Estou cansada de seus malditos jogos, criatura. Só faça! Me
estupre, mate ou deixe seus amigos comerem minhas porras de dentro,
tanto faz. Só termine logo com isso.
Ele engoliu em seco, me observando enquanto sua boca se abriu e
ele balançou a cabeça. Eu o estudei meticulosamente, observando
como cada detalhe era perfeito, até a forma como as manchas douradas
em seu olhar queimavam. Ele estendeu a mão para mim e recuei,
odiando que ele parecesse tão real, tão bem contra a minha pele.
— Você está em casa. — Ryder sussurrou com voz rouca. — Você
não está mais na prisão Seelie, animalzinho. Você escapou.
— Mentiroso. — Ri friamente. — Não tem como escapar de você. Não
vou correr mais. Me entende? Quer que eu corra para que você possa
me caçar e me rasgar enquanto eu imploro e imploro por misericórdia.
Foda-se você. Não vou fazer isso. Acabe com isso agora, Malachi!
Ele recuou e inclinei a cabeça para o outro lado, estudando ele. Que
esperou quando eu gritei, não com a necessidade de me ensinar quem
estava no controle aqui. Normalmente, ele me deixava vislumbrar as
memórias, mas desta vez estava me permitindo viver em uma por muito
mais tempo do que antes. O poder irradiou através da sala, e meu foco
mudou para as asas negras que se estendiam das costas de Ryder.
— Syn? — A voz de Adrian entrou na sala e me virei, olhando para
ele. Ele hesitou, e então olhou lentamente ao meu redor. — Sem estaca,
certo? Não vou salvar minha alma nos próximos minutos?
— Adrian. — Vlad avisou, e dei um passo para trás, observando
quantas pessoas estavam ao meu redor. Normalmente, cada pessoa
que entrava em minha memória era outro monstro que o devorador de
almas convidou para jantar em meu corpo.
— Porra, Syn? — Adrian se aproximou de mim.
— Faça isso. — Assobiei.
— Fazer o quê? — Adrian respondeu enquanto seus olhos se
estreitaram em mim.
— Acabe com isso.
— Acabar com o quê?
— Adrian, se afaste dela, porra. — O tom de Vlad não negociou
nenhum argumento, e Adrian enrijeceu, fazendo como ele foi instruído.
— Ela não está bem agora.
Observei as armas sendo sacadas enquanto todos esperavam que
eu fizesse um movimento. Armas? Os Seelie não usavam armas. Eles
usaram suas garras e dentes afiados para me dilacerar. Minhas garras
se estenderam e meus olhos voltaram para Ryder.
Erguendo meu nariz, inalei seu cheiro enquanto ele me observava.
Eu estava farta desses jogos. Não deixaria esse monstro pensar que
venceu só porque poderia sugar minhas memórias e reproduzir para
mim em detalhes vívidos. Só que ele nunca foi capaz de segurar por
tanto tempo, então o que diabos estava acontecendo?
— Você está melhorando ou estou sonhando. — Sussurrei em meio
às lágrimas. — Só me mate, por favor? Você prometeu parar de fazer
isso durar muito. Isso é tortura. Eu acredito em você. Sei que Ryder me
jogou fora. Por favor, termine com isso. Prefiro morrer a sentir isso.
— Synthia, eu não te joguei fora. — Ryder disse densamente.
— Sim, você fez! Você me deixou com os monstros. É isso que quer?
Para eu continuar com seu jogo doentio? Vai terminar mais rápido se
eu fizer? Vamos jogar, idiota. — Rosnei com os lábios trêmulos. — Por
favor, dói muito quando eles me levam. Você prometeu que os Seelie
não teriam mais permissão para me comer viva se eu te desse o que
você queria. Por favor, não faça isso, Malachi.
— Jesus Cristo, que merda eles fizeram com ela? — Adrian
perguntou com raiva.
— Você sabe o que faz comigo, todos vocês.
— Puta que pariu. — Rebateu Asher, entrando no corredor. Ele me
olhou e seus olhos se encheram de dor. — Olhe para mim, Synthia. —
Exigiu, e eu fiz, odiando as vibrações de me foda que escorriam pela
minha pele. — Você está fora desse inferno, eu prometo. Os Seelie não
estão aqui, nem podem tocar em você.
— Vai se foder. — Assobiei com veemência.
— Synthia, se acalme. — Ryder sussurrou, com as mãos expostas.
— Não vou entrar neste jogo de novo. Quer me convencer de que
estou aqui? Sangre por mim, vadia.
— Bizarro como isso é, e acrescente o fato de que você já tentou
montar meu pênis na frente de seu marido, eu estabeleço o limite no
jogo de sangue. Prefiro voltar para você no meu pênis, mas, de novo,
você é casada.
— Eu não escapei. — Sibilei enquanto a raiva pulsava por mim,
fechando as mãos em punhos ao meu lado. — Eu me lembraria se
fizesse, você não acha?
— Acho que Malachi tirou suas memórias, e elas estão voltando,
mas elas não são iguais a antes. Estou supondo que pensa que isso é
algo que os Seelie estão fazendo com você porque eles foram capazes
de tirar essas mesmas memórias de você. Pode nunca se lembrar de
tudo o que ele pegou porque aquele filho da puta asqueroso se
alimentou delas, Synthia. No entanto, isso não é eles fodendo com você.
Você saiu da prisão por conta própria. Veio aqui procurando o que
perdeu. Você voltou para casa para o seu marido.
Minha respiração ficou difícil quando a dor começou entre meus
olhos, envolvendo minha cabeça para imitar uma enxaqueca. Eu não
conseguia desviar o olhar de Ryder porque não queria que ele
desaparecesse. Se o fizesse, quanto tempo demoraria para que Malachi
pudesse fazer ele parecer tão real de novo? Memórias mentiram. Eles
distorceram as imagens e a verdade para aquele que os segurava. Esta
era vívida, e até mesmo seu cheiro estava no ponto.
Quantas vezes implorei para Ryder me salvar antes de desistir?
Quantas vezes implorei a ele para me tirar daqui? Quantas vezes ele
riu e me disse que eu estava exatamente onde ele me queria, sendo
lentamente desconstruída para nada mais do que uma memória?
Dei um tapa em Asher no momento em que ele estava perto o
suficiente para me alcançar, rindo metodicamente do que certamente
viria a seguir, e observei sua mão se mover para seu rosto. Seus olhos
se arregalaram enquanto ele segurava a marca vermelha que minha
mão deixou em sua pele iridescente. Ele me atacaria agora. Eles nunca
me permitiram machucar eles, nunca. Eu estava abaixo deles. Eu era
sua fonte de alimento e diversão, nada mais.
— Ai, filho da puta. Isso não foi bom, Synthia. — Ele retrucou.
— Por que você não está me machucando? — Assobiei quando o
desejo pelo nada me encheu.
As memórias eram uma dor.
A dor me lembrou que Ryder me deixou aqui. Ele devia saber o que
tinha dentro da caverna. Ele saberia que eu nunca poderia escapar e
que seria feita em pedaços.
Abuso, eu poderia lidar. Sendo dilacerada todas as noites, tanto faz,
mas sentir? Sentir as emoções me lembrava quem eu foi, e às vezes eu
queria, e outras vezes, ansiava pelo vazio que me tornei.
— Porque você está livre desse inferno! Não sou um monstro
fingindo ser outra pessoa. Nenhum de nós é Synthia. — Asher estalou,
sua mão ainda contra sua bochecha enquanto ele me estudava.
— Prove para ela que é você, Ryder. — Adrian exigiu, impotente.
— Ele não pode. — Falou Asher, murchando enquanto seus olhos
multicoloridos me examinavam. — Ela pensa que somos monstros. Ela
assume que estamos fodendo com ela e pretendemos machucar ela.
Acho que era como eles se alimentavam de suas emoções. Eles a
forçaram a reviver suas memórias repetidamente até que fossem
completamente consumidas. Eles costumavam fazer isso com as
garotas, forçando elas a sobreviver à tortura assim que começaram a
quebrar elas. Eventualmente, uma vez que roubassem o suficiente de
suas mentes, eles poderiam tirar coisas das profundezas de seu
subconsciente. Ela acha que isso é uma memória e todos nós estamos
esperando para lhe causar dor. Não é isso, doce menina?
Ryder empurrou Asher para longe e agarrou meu rosto entre as
mãos, me segurando com a aspereza de suas palmas. Eu podia sentir
o gosto do licor em seu hálito, uma vez que se espalhou contra minha
boca. Suas mãos caíram e ele me puxou para mais perto, roçando seus
lábios nos meus.
— Isso parece que eu quero te machucar? — Ele perguntou com voz
rouca. Seu olhar procurou o meu antes de sua boca esmagar meus
lábios. Eu permiti, segurando mais perto até que pudesse sentir o calor
de seu corpo se misturando ao meu, aquecendo minhas entranhas até
que um gemido escapou da minha garganta. — Mulher, eu te amo.
Malachi nunca deixou as memórias irem tão longe. Ele nunca
deixou Ryder dizer essas palavras.
Me afastei, olhando para ele antes de levantar o joelho rapidamente,
acertando nas bolas. Eu o mandei voando pelo ar e batendo na parede.
Fiquei parada como uma estátua enquanto o via desmoronar sobre ele,
respirando irregularmente.
Ninguém se moveu enquanto eu caminhava lentamente para frente,
alerta e totalmente no controle. Ryder se levantou, tirando a poeira da
parede quebrada de seus ombros antes de se virar, olhando para mim.
— Aí está minha garota. Bem-vinda ao lar. — Seus lábios se
curvaram em um sorriso, indiferente que eu estava prestes a destruir
ele e pulverizar aquele sorriso.
— Vai se foder, fada. — Sussurrei, mal alto o suficiente para ele
ouvir o aviso. Algo vibrou atrás de mim, virei a cabeça ligeiramente para
o lado e vi que tinha asas.
Isso era novo.
Assisti enquanto elas se desenrolavam completamente e sorri, me
virando para encarar Ryder. Ele desapareceu, e eu o segui através do
jato de seus movimentos.
Ele pensou que poderia simplesmente voltar e dizer que me amava?
Ele que se foda. Ele me deixou lá para morrer e ser eternamente
torturada por vinte malditos anos da minha vida. Sorri friamente,
estudando as imagens que passavam pelo riacho comigo.
Caí diante dele, o chutando nas costas e vendo ele rolar pelo chão
até ficar agachado antes de se transportar.
— É melhor você correr mais rápido do que isso, idiota.
Ryder se materializou ao lado da piscina das fadas, e caí na frente
dele, chutando quando ele se virou para mim. Ele saltou por cima do
meu pé quando ele saiu para derrubá-lo. Me inclinei, com a intenção
de rasgar seu peito para tomar seu coração, mas ele agarrou minhas
mãos.
— Que porra é essa, Synthia? — Ele rosnou.
— Vai se foder! — Sibilei, sentindo os outros conforme eles
apareciam ao nosso redor.
— Era para estar vazia. — Ele admitiu e soltou minha mão.
O chão tremeu ao nosso redor quando tirei a terra de seus pés, o
fazendo navegar em direção à água. Me transportei, chutando ele no
estômago com um grunhido de raiva antes mesmo que ele aparecesse.
Ele se transportou, sem atacar como eu queria, mas aparecendo na
costa. Respirando pesadamente, eu lentamente saí da água em direção
a ele.
— Achei que estava vazia.
— Não estava, de forma alguma.
Me transportei, mas ele desapareceu um momento antes de eu
alcançar. Os homens ao redor me encararam, seus olhos se estreitando
em minhas asas e nas marcas pulsantes que cobriam meus ombros,
escorrendo pelos meus braços e envolvendo meu torso.
Desapareci, aparecendo na floresta. Olhei em volta enquanto
caminhava lentamente pelo mato com os pés descalços, vestindo
apenas o vestido frágil com que acordei. Eu podia sentir ele observando,
seu cheiro enchendo a floresta circundante.
— Você me deixou para morrer. — Acusei, sentindo os outros antes
que eles entrassem na área, me observando de uma distância segura.
— Eu te deixei lá para se tornar isso. — Ele moveu a mão para cima
e para baixo para indicar meu corpo e eu sorri.
— Sim, tudo que eu tive que fazer foi desistir de tudo que sou, certo?
Sabe que tipo de monstros estavam lá? Comedores de almas,
retalhadores, comedores de carne e meu favorito, aqueles que rasgam
sua vagina para comer seus ovários, porque, oh, você sabe, eles são tão
deliciosos para sua espécie. Milhares de monstros estavam lá embaixo,
e meu doce e amoroso marido fada me abandonou com eles para que
eu pudesse me livrar de minha humanidade? Parabéns! Ela se foi, mas
sua esposa também, idiota. — Rosnei, olhando para o céu escuro.
Assobiei e expirei um suspiro, observando enquanto as chamas
saltavam nas árvores ao redor. O cheiro de madeira queimada e
agulhas de pinheiro encheu o ar da floresta enquanto eu observava.
Meus olhos fecharam quando trovões e relâmpagos caíram ao nosso
redor. O vento aumentou, uivando pela floresta enquanto as árvores
começaram a se desenraizar até que Ryder finalmente saiu de trás de
uma.
— Vinte. Fodidos. Anos — Rebati.
— Três dias. — Ryder rebateu com firmeza, seus olhos vagando por
mim enquanto eu olhava para ele.
— É isso que acha que suportei? Três dias foram gastos tentando
rastejar pelas paredes daquela caverna. Três dias de você sussurrando
como eu era indigna de estar ao seu lado. Três dias para substituir
minha bunda insignificante no trono. Sabe, no começo, duvidei que
fosse você.
— Então, conforme os dias se transformavam em semanas, e as
semanas se transformavam em meses, e os anos se passavam... eu
sabia que você tinha me abandonado exatamente como eles disseram.
Oh, como eu tentei segurar a esperança, mas a esperança é uma coisa
inútil pra caralho lá embaixo. A esperança me deixou fraca, porque eu
aguentei, pensando que talvez, só talvez você percebesse seu erro. Mas
a raiva era boa. Foi útil. Isso me fez lutar contra as sombras, tentando
permanecer na luz o máximo que pude.
Me transportei, caindo bem atrás dele, empurrando meus dedos por
sua coluna para envolver minha mão em torno de seu coração batendo.
O gole nauseante de sua carne fez o monstro dentro de mim rugir para
que eu o removesse, e ainda assim eu não o queria morto. Queria que
ele soubesse como era a dor.
— Você não pode me matar. — Ele disse suavemente, a dor gravando
seu tom enquanto falava.
— Oh, Ryder, não quero matar você. Quero te despedaçar para que
você saiba como é. Sabe o que acontece quando eles começam a
remover quem você é? A sensação e consciência de estar totalmente
ciente de que está sendo desconstruído para nada mais do que uma
coisa fria e sem alma?
— Me deixe te contar como os monstros me dissecaram. Tiraram
minha carne, pouco a pouco. Em seguida, eles devoraram meus órgãos,
mas só aqueles que eu não precisava para viver. A morte não é
concedida. Para remover o que você é, precisa suportar a tortura com
vida e permanecer consciente durante todo o tempo. Em seguida
vieram meus olhos, a porta de entrada para a alma. Esses foram
removidos antes de removerem meus membros para que eu não
pudesse escapar ou lutar. Minha língua foi a próxima, então não pude
gritar.
— Eles fazem coisas tão perversas com você quando suas partes
estão expostas, e você não pode discutir isso. Coisas tão escuras e
deliciosas que você quase anseia porra, porque quando fazem, todas as
feridas que eles criaram se abrem e você espera que a morte venha e
acabe com seu sofrimento. — Liberei seu coração e o virei para me
encarar. No momento em que ele o fez, empurrei a mão em seu peito,
segurando seu coração e apertando mais uma vez enquanto as
lágrimas corriam pelo meu rosto. Ryder fez uma careta de dor, e seu
olhar assombrado nunca deixou o meu.
— Mas eles não deixam você sangrar. — Olhei para minha mão no
peito de Ryder e sorri. — Malachi tinha dedos de borboleta e tanta
precisão que até as coisas mais dolorosas se transformavam em arte.
Aprendi a ouvir e dar o que ele queria para que parasse de me
compartilhar entre seus amigos. Dei pedaços de minha alma porque
era a única coisa que eu tinha para negociar. Foi a única coisa que você
me deixou.
— Primeiro, ele levou meus pais e o Reino de Sangue, ou a maioria
de suas memórias. Não era o suficiente, então ele cavou mais fundo.
Ele levou os amigos e familiares que eu fiz aqui. Ele retalhou minha
alma enquanto te apagava da minha mente, e em seu lugar, ele colocou
monstros. Me tornei seu fodido brinquedo só para que eu pudesse me
lembrar de você. Três dias? Não, eu fiquei lá por vinte anos, e por vinte
anos, ao bater da meia-noite, eu morri. Eu me levantaria no próximo
amanhecer só para reviver a tortura sem fim uma e outra vez.
— Três dias se passaram aqui, e todos os dias eu ficava na boca
daquele poço para vigiar você. — Seus olhos imploraram para que eu
entendesse, mas parei de olhar para aqueles olhos para encontrar
minha paz.
Eu ri friamente, erguendo meu olhar morto para ele.
— Três dias depois, fui arrastada para as sombras e dilacerada em
pedaços sangrentos, rasgada ao meio, vendo criaturas comerem meus
órgãos enquanto eu era compelida a aproveitar. Acordei, totalmente
curada e pensei que era só um pesadelo, mas então aquela mesma
criatura me despedaçou de novo e de novo. Perdi a esperança lá
embaixo. Perdi minha humanidade, e isso é algo com que você não
deveria ter fodido.
Tirei a mão de seu peito e materializei minhas espadas. Me movi
para derrubar ele, mas a lâmina de Zahruk parou a minha antes que
eu pudesse pegar a cabeça de Ryder. O Guarda de Elite se aproximou,
me observando enquanto eu girava, com a intenção de lutar contra
Zahruk, mas a fria mordida de aço contra meu pescoço me parou.
Me virei, olhando para Ryder enquanto um sorriso enlouquecedor
cruzava meus lábios. Sua espada foi pressionada contra minha
garganta, uma ameaça silenciosa de proteção contra mim lutando
contra Zahruk. Empurrei a lâmina, observando enquanto ele a puxava
de volta, mas não antes que o dano acontecesse, pois cortou a lateral
do meu pescoço, deixando um ferimento sangrando.
— Eu também não posso ser morta, idiota.
— Você deveria estar lá sozinha. Só deveria estar lá tempo suficiente
para entender que pertence a este mundo. Você é magia e um belo caos,
e ainda assim se absteve de pegar o que estava lá para você, o que era
seu por direito. Eu queria que você percebesse quão indefesa você era
como mortal.
— Eu fiz. Fiz isso, Ryder. Percebi isso quando começaram a me
torturar. Você me deixou lá e implorei que me salvasse, mas não
consegui entrar em contato com você porque não é assim que funciona
aquele lugar. Eu nunca vou te implorar de novo.
— Eu estraguei tudo. Eu sei que estraguei tudo.
— Você não fez merda. Você me quebrou, Ryder. Queria que eu
mudasse, bem, aqui estou. Sou tudo que você esperava que eu fosse?
Ele se aproximou de mim, suas sobrancelhas franzidas e seus lábios
virados para baixo.
Deixei ele chegar mais perto, permitindo que ele tocasse meus
ombros enquanto sua boca deslizava sobre a minha.
— Sinto muito, animalzinho.
— Eu também. — Eu ri.
— Eu te amo. — Ele sussurrou.
— Te odeio pra caralho. — Recuei, olhando para ele e sua expressão
desamparada. — Não olhe para mim como se isso fosse minha culpa.
Você escolheu isso. Eu escolhi deixar você decidir seu destino, e foi
uma escolha. Eu estava tentando te proteger ao te tornar mais forte, e
você? Pretendia me deixar lá embaixo. Nem mesmo considerou a porra
das consequências antes de fazer isso. — Cuspi, me virando para olhar
para seus irmãos. — Todos vocês me abandonaram lá. Nenhum de
vocês se preocupou em perguntar àqueles que estiveram dentro
daquela prisão o que estava realmente fodendo no buraco no chão. Três
dias se passaram para vocês, mas eu? Recebi uma prisão perpétua de
tortura e desespero.
— Esta guerra não acabou, animalzinho.
— Não, não acabou. Mas não estamos lutando a guerra juntos
agora, certo? Você tem lutado enquanto me mantém no escuro, e eu
tenho lutado para te proteger. Sabe como ganhei meus poderes? Daí
daquela fodida prisão com meus próprios ossos misturados com os
monstros que me torturaram. Então você pode ir se foder!
— Precisamos travar essa guerra juntos, e não por conta própria,
mulher. Estamos perdendo. Quer saber por quê? Porque você se
recusou a ganhar seus poderes, e eu não posso estar em todos os
lugares ao mesmo tempo! Sim, eu estraguei tudo. — Ele estalou
asperamente, olhando para mim. — Não posso vencer esta guerra sem
você. Precisava do que você foi criada para ser, não da garotinha
assustada que não tinha certeza se este mundo era dela. Teve seus pés
abrangendo os dois mundos, lutando em duas guerras separadas em
duas frentes de batalha. Esperava que você usasse seus poderes para
escapar daquele buraco, ao invés disso, você recusou. É a porra de uma
Deusa. Você é minha esposa, Synthia. Mudei peças por décadas para
nos trazer aqui, e a única coisa que estava nos segurando era você.
— É mesmo? Eu disse a Alden que não poderia lutar na guerra
deles. Eu estava bem aqui. quer saber o que me impediu? Você. Você
fez, Ryder, não minha humanidade, não seu mundo. Você me impediu
de alcançar o que era meu porque eu não conseguia pensar em nada
além de você. Que merda de lugar eu tenho no seu mundo sem você
nele? O que eu faria sem você? Se eu não estivesse ao seu lado, onde
diabos eu pertenço na Terra dos Fae? Sem você, eu não sabia porque
não poderia me ver aqui sem você. Agora sim, mas acontece que não
me importo mais com a porra de onde pertenço, contanto que não seja
com você. Irônico, não é?
— Eu te amo, e vou te amar até o dia que eu morrer. Lamento o que
fiz e lamento que você tenha sofrido. só queria que você ficasse fria e
sozinha, soubesse que precisava da magia desta terra para se salvar.
Você não deveria sentir nenhuma dor ou ser torturada. Eu nunca teria
deixado você ficar lá se soubesse que não estava sozinha. Preciso saber
onde você está porque nosso povo está morrendo.
— Estou com o povo da Terra dos Fae. Afinal, eu sou a Deusa deles.
— E nós? — Ele perguntou com cuidado.
— Não há mais nós, Ryder. Existe você e existe eu deste ponto em
diante. Você me perdeu quando decidiu me abandonar. Eu nunca teria
me afastado de você. Nunca teria deixado você naquele buraco, não
importa o que tenha feito. Me deixou para morrer, e eu morri, mas pior,
nós morremos. Estarei ao seu lado e vou lutar esta guerra com você,
mas depois, vou deixar a Terra dos Fae para que não nos tornemos
como o deus e a deusa contra os quais lutamos agora para garantir sua
sobrevivência.
— Não vou parar de lutar para ter você de volta. — Ele endireitou os
ombros, desejando que eu visse a promessa em seus olhos.
Bufei, observando ele enquanto seu olhar de obsidiana deslizou
sobre minhas marcas.
— Você não quer lutar comigo, Ryder. Essa seria uma guerra que
você nunca ganharia. Não sou a mesma garota de quem você se afastou
e abandonou. A morte muda uma pessoa e não é para melhor. Estarei
por perto. Foda-se depois, Fada.
Desapareci, me movendo sem esforço para o turbilhão enquanto o
mundo desaparecia ao meu redor. Ryder era o amor da minha vida,
mas ele me deixou quando pulei naquele buraco. Eu tinha certeza de
que ele nunca seria capaz de superar o dano que foi feito a mim,
especialmente porque eu não poderia passar por isso sozinha.
Eu era diferente, mais fria, mas não. Eu estava perdida no fluxo e
refluxo da dor que ainda pairava sobre mim. Eu o amava, mas amar
alguém e ser capaz de perdoar a pessoa não era a mesma coisa. Não
sabia se o perdoaria ou se poderia amar ele o suficiente para enfrentar
o que sofri.
Me senti quebrada.
Poderosa, mas quebrada a ponto de não ser mais eu mesma. Eu era
a Deusa dos Fae, e agora, estava chateada.
Passei dias na Terra dos Fae, me movendo de um lugar para outro
enquanto aprendia meus novos poderes. Pelo caminho, assassinei
milhares de magos e os cacei com uma determinação renovada de
erradicar eles deste mundo. Procurei esquecer e me reencontrar.
Eu sentia falta de Ryder, e ainda não aceitaria que só três dias se
passaram aqui, enquanto uma eternidade se desenrolou na prisão
Seelie para mim. Pior, eu tinha rasgado as runas das paredes e lançado
novos monstros neste mundo. Fiz isso, assumindo que o que tinha
morrido na minha saída continuaria morto. Acreditei que minha
imortalidade me trouxe de volta, mas encontrei três das criaturas Seelie
aqui, caçando meu povo.
Ryder estava salvando pessoas enquanto eu estava sendo
dilacerada. Fiz coisas só para sentir ele ou para vislumbrar a vida que
compartilhei com ele, supondo que me abandonou.
Ele não tinha.
Ryder tinha pensado que estava me dando um amor forte – ou sua
versão disso. Elysian, a irmã de Asher, tinha me encontrado alguns
dias atrás. Ela estava me checando. Já que suportou os mesmos
monstros por muito mais tempo do que eu, ela confidenciou que
ninguém sabia realmente como o tempo funcionava na prisão ou
quanto tinha passado. Também me informou que no momento em que
Ryder soube que a prisão Seelie não estava vazia, ele veio atrás de mim,
mas eu tinha ido embora.
Não tornou nada mais fácil para mim. Nenhuma dessas informações
absolveu Ryder do que ele fez. Fui para aquele inferno sozinha, sim,
mas ele deveria ter tentado me tirar de lá. Ao invés disso, se afastou,
me deixando com os monstros. Ryder era o mesmo, mas eu não.
Derramei minha humanidade, mas removi todo o resto também.
Eu não era a mesma garota, nem poderia ser. E se ele não gostasse
dessa versão de mim? Não gostei disso. Na verdade, não conseguia
suportar a frieza que sentia ou as memórias que enchiam minha
cabeça, mesmo com olhos abertos. Eu tinha assassinado três pessoas
enquanto dormia e isso foi um acidente. E se matasse meu marido?
Olhando para uma vila se preparando para marchar em direção ao
Reino da Horda, examinei distraidamente enquanto Elysian falava
suavemente. Ela me ajudou a caçar três criaturas que atormentavam
incessantemente os Fae, se alimentando deles sem se preocupar com o
dano que causavam.
— Sabe que eventualmente, vai precisar falar sobre o que aconteceu
com você lá embaixo, certo? — Ela murmurou.
— Fiz sexo com um monstro para me lembrar do meu marido. De
boa vontade permiti que isso acontecesse e o procurei várias vezes
porque precisava me lembrar de Ryder. Sem essas memórias, eu não
me importava em escapar, e precisava me importar para sair de lá.
Ela balançou a cabeça como se não me culpasse por fazer algo tão
atroz como fazer sexo com meu algoz só para vislumbrar minhas
memórias.
— Comi monstros, Elysian. Dormi com criaturas que rasgavam meu
corpo para se alimentar noite após noite. Senti eles me fodendo. Senti
se alimentando de mim e não fiz nada para impedir que acontecesse.
— O que poderia ter feito? Você não tinha nenhum poder, nenhuma
magia ou ajuda. Minha primeira semana lá? Chupei vários Príncipes
Seelie que eram meus parentes maternalmente, e engoli seus pênis
como uma prostituta gloriosa só para viver. Fiz o que diabos tinha que
fazer para permanecer viva. Não tinha ninguém e Asher não tinha ideia
de que eu estava lá quando fui trazida pela primeira vez por nossa mãe.
Me tornei uma puta muito boa e fiz minha parte enquanto eles me
faziam em pedaços. Lá embaixo não é o mesmo que aqui, Synthia.
— Você fez tudo o que tinha que fazer para sobreviver. Isso não
significa que queria fazer o que fez. Isso significa que queria viver. Você
saiu, então agora tem que descobrir o que quer. Se deixar isso te
destruir, eles vencem. Se eu pude sobreviver por mais de mil anos lá,
você pode sobreviver por vinte.
— Como posso contar ao meu marido tudo o que aconteceu e os
detalhes do que fiz para sobreviver naquele inferno? — Perguntei
suavemente. — Não fui estuprada, não realmente. Quer dizer, a
primeira vez que fiz sexo com os monstros enquanto o Príncipe Seelie
nos ignorava. Ele era tão poderoso, Elysian. Malachi era o poder
absoluto lá. Se ele estava mesma na sala, eu sucumbi a tudo o que se
queria de mim. Eu acordava com ele me segurando, me tocando. Como
se ele tivesse me mantido viva, mas eu não estava. Ele me segurava lá
por dias, e então me alimentava para os monstros.
— Ele comeu minha alma e presumi que fosse como os outros. Ele
não era. Era velho, frio e, pior, calculista. Me transformou em sua
vadia, e eu deixei, porque ele manteve a dor longe e me alimentou com
memórias de quem eu era, o que me fez lembrar que eu precisava
escapar daquele lugar. Matei ele, mas não. Acho que ele me quebrou
até que comecei a me reconstruir em outra coisa, algo... mais forte. Não
sei por que ele esperou tanto ou quais eram suas intenções. Acho que
ele percebeu que eu seria a única a tirar as runas e libertar todos eles.
Libertei e agora ele está aqui, se alimentando do meu povo. Lancei
monstros neste mundo.
— Malachi é o filho primogênito de Danu e do Rei Oberon, ou assim
dizem. Ele é um amante e adivinho lendário que promete prazer e
entrega. dá prazer absoluto enquanto se alimenta, mas também dá dor.
— Ela bufou enquanto as lágrimas brotavam de seus olhos. — Ele não
é totalmente mal, mas também não é totalmente bom. Você o chamou
de comedor de almas e eu sabia de quem você falava. Fui eu quem
implorou a Asher para deixar Malachi naquela gaiola. Se ele permitiu
que você ficasse lá por tanto tempo, tinha seus motivos. Malachi não
faz nada sem saber o fim e o resultado antes mesmo de começar o jogo.
— Ele machucou você também?
— Ele me fez seu... seu brinquedo pessoal por séculos. Asher
finalmente ouviu um boato de que eu estava lá, e ele e os outros
lutaram contra Malachi para me libertar. Eu sou Seelie, Synthia, e não
era imune a ele. sou poderosa e não afetada por nossa espécie, mas ele
é o filho de Oberon e o Seelie mais mortal em todo o reino. Se eu não
era imune, que chance você teria?
— sinto que traí meu marido lá. me sinto... suja. Imunda, porque se
eu me comportasse, Malachi me deixaria ver minhas memórias. —
Admiti, envergonhada com o que escorregou da minha língua.
— Isso é o que ele faz, Deusa. Ele pega as coisas que você mais ama
e as devolve a você, mas a um preço. Se a Terra dos Fae tivesse um
mascote, seria Malachi.
— Como sabe sobre mascotes? — Perguntei, precisando sair do
assunto por um momento. Odiava ter feito sexo com aqueles monstros
enquanto Malachi assistia. Eu não queria isso, disso eu sabia.
Ele fez a dor ir embora e desejei isso mais do que a humanidade, o
que me fez lembrar que eu não era uma vagabunda que fazia o que os
monstros queriam.
As memórias que ele me permitiu vislumbrar valeram a pena e me
fizeram precisar sobreviver, lutar e voltar para meus filhos, mesmo que
meu marido não me quisesse mais.
— Fodi um mascote. — Ela deu de ombros para mim quando me
virei, boquiaberta enquanto meu rosto escondia um pouco do choque
e horror que senti com o que ela disse. — Ouvi Erie tirando sarro de
sua irmã por foder Lúcifer. O diabo? Enfim, ela mencionou tentáculos
que faziam as coisas mais eróticas, então fui para o reino humano em
busca do diabo. Eu o encontrei em um jogo do colégio, algo a ver com
pé e bola, mas não como chutar alguém nas bolas? Os humanos são
tão estranhos, mas de qualquer maneira. Eles tinham um mascote que
era o diabo, e bem, ele tinha um tentáculo bem grande que montei um
pouco, e ele explicou seu trabalho como mascote. Tiramos algo
chamado selfies porque ele disse que o time de xadrez nunca
acreditaria que ele conquistou uma gata sem eles.
— Ele viveu o suficiente para compartilhar selfies? — perguntei
cuidadosamente, controlando meu tom.
— Inferno, sim, ele era divertido. O menino também podia comer um
pouco de buceta muito bem, o que salvou sua vida. Além disso, ele era
muito idiota. Ele abriu a porta para mim e até me ofereceu um cobertor
como se eu pudesse realmente ficar com frio. Homens assim, este
mundo pode usar um pouco mais deles. De qualquer maneira, de volta
a Malachi. — Ela disse incisivamente, seu tom rouco com um tom de
tristeza e luxúria. — Ele virá por você, tanto quanto ele virá por mim.
Veja, Malachi não permite que seus brinquedos bonitos escapem dele
facilmente.
— Se ele vier atrás de mim aqui, vai morrer. — Sussurrei
roucamente. — Não sou a porra de um brinquedo. Sou Synthia Raine
McKenna, filha de Danu, Deusa dos Fae e Rainha da Horda. Vou rasgar
ele pedaço por pedaço, como permitiu que seu povo fizesse comigo.
Deixe ele vir para mim. Será a última coisa que fará, Elysian.
— Você é Synthia? Porra, e eu aqui pensei que você fosse uma
donzela quebrada que precisava ser lembrada de quem era. Meu
engano, Majestade. Mas, se você é a Rainha da Horda, me pergunto, o
que diabos está fazendo aqui na terra de ninguém, vendo idiotas
correrem como formigas com as cabeças decepadas? — Ela perguntou,
sorrindo friamente.
— Massacrando coisas que não pertencem ao meu mundo. —
Murmurei. — Tudo bem, — falei quando ela ergueu a sobrancelha com
a mentira. Não que fosse uma mentira real, já que eu ainda estava
coberta com o sangue deles — estou me escondendo porque estou
magoada e chateada. Ele me disse que eu era o seu mundo e então me
deixou com os monstros. Nunca quis outra coisa nem ninguém desde
o momento em que conheci aquele Fae irritante, e me apavora ter
desistido de uma parte da minha alma para ver o que tinha com ele.
— Eu não queria lutar contra Malachi porque sabia que lutar contra
ele não me libertaria. Até mesmo agora, não estou livre dele. Ele me
mudou, e não acho que seja para melhor. E se Ryder não gostar de
quem eu me tornei? Ele é o mesmo. Eu não sou.
— Ele queria que você mudasse, não é? Você nunca será capaz de
voltar e desfazer o que foi feito, isso é um fato. Pode escolher se tornar
uma vítima ou pode decidir ser uma sobrevivente. Não pode ser os dois.
Sim, ele não mudou. Ele ainda é o mesmo homem que te ama. A
questão é, Synthia, você pode amar ele o suficiente para perdoar? Pode
amar ele com quem você é agora? Ele fodeu tudo, mas você saiu mais
forte. Saiu daquele buraco como uma maldita fodona que usou seu
próprio sangue para desenhar para ele cartas de amor e asas. Você
arrancou a porra do seu coração e deixou para ele encontrar. Admito,
talvez um pouco longe demais com aquele bônus extra, mas eu tive um
fodido tesão com isso.
— Na verdade, não me lembro dessa parte, só de escalar. Algo
aconteceu lá, algo traumático que me desligou quando parti. Fosse o
que fosse, permitiu que outra parte de mim se ativasse. Você disse que
eu quase fodi Asher, e honestamente, ele é gostoso, mas não sou essa
pessoa. Não durmo por aí, nem quero. Nem me lembro de Thanatos
costurando minha alma de novo.
— É o seguinte, amiga. Você era uma fodona, uma fodona com muito
tesão, mas ainda é a mesma coisa. Não tinha uma alma e, mas,
procurou Ryder porque você e ele têm uma conexão mais profunda do
que qualquer alma poderia alcançar. Você teria levado meu irmão, mas
a voz de Ryder a parou. Mesmo sem seu coração e alma, você era dele.
Digo que você o faça passar por um pequeno inferno e veja como se
sente depois. Afinal, ele deixou você no poço dos monstros. Ele merece
algum retorno, certo?
Encarei Elysian antes de voltar meu olhar para a aldeia, onde as
pessoas se aglomeraram para seguir em direção à fortaleza. Ryder pode
ter fodido tudo, mas estava fazendo o que disse que faria. Ele estava
salvando nosso povo, embora não fosse responsável por eles.
Ele abriu os portões de sua casa para esses seres, que realmente
não valiam a pena salvar. Eles não adicionaram a Terra dos Fae ou
deram à terra. Eles eram só Faes, e a única razão para salvar eles era
que ele sabia que me machucaria se morressem.
— Ele tem um monte de merda para compensar.
— Bem, ele é imortal, então o tempo não é um problema, é? —
Elysian perguntou, afastando seu cabelo loiro de sua pele iridescente.
Ao contrário de Asher, suas marcas eram prata e azul e envolviam seus
braços. — Não pensei que eu gostaria de você. Achei que provavelmente
vivia um estilo de vida luxuoso onde era mimada, mas não é nada como
eu esperava. Ouvi as pessoas no pátio contando histórias sobre o que
você fez e passou, e percebi algumas coisas.
— Como? — Perguntei, olhando para o vale.
— Já passou por um inferno, mas sempre se levanta de novo. Foi
derrotada, mas não vê derrota, vê lições. Foi assassinada e realmente
escolheu salvar a vida de seus filhos, o que para mim pareceu estranho
no início, já que minha mãe tentou matar todos nós. Synthia, você é o
caos e a escuridão, mas tem uma luz que arde tão intensamente dentro
de você que nenhuma quantidade de tortura ou dor, vai diminuir ou
tocar nela.
— Não questiono porque você foi escolhida como a Deusa dos Fae,
não mais. Vejo uma mãe, uma guerreira que nunca vai aceitar a
derrota, e mais, vejo uma mulher que pode ser quebrada, mas nunca
vencida. Eu ficaria feliz em seguir você para a batalha. Pega outras
mulheres, tira o pó de suas coroas e as lembra quem são. Você é a
porra da rainha, e ainda assim colocaria sua coroa na cabeça de outra
mulher se ela precisasse. Você também é poderosa pra caralho e
gostosa pra cacete. Quer dizer, não lambo o taco rosa, como Asher
chama, mas consideraria lamber o seu. Aposto que teria gosto de
sorvete de cereja.
— Uh, você me teve até o taco rosa.
— Sim, provavelmente fui longe demais com isso. Preciso parar de
ouvir os homens quando eles falam. Eles são criaturas estranhas.
— Você é uma bela bagunça, Elysian. Às vezes, as coisas mais
bonitas estão rachadas e quebradas. Só precisam de um pouco de fita
adesiva e de serem lembrados de quem são.
— Onde posso ter esta fita adesiva?
Fiz uma careta, inclinando minha cabeça enquanto a sacudia, e
seus olhos se estreitaram. — Foi metafórico.
— O que é metafórico?
— É como quando você está tentando passar um ponto de vista e
usa uma referência horrível, como tacos cor de rosa. — Respondi,
balançando a cabeça enquanto o riso borbulhava.
— Talvez devêssemos parar de falar em termos metafóricos antes
que eu acabe gravando meu taco rosa quebrado?
— Sua vagina está quebrada? — Estremeci.
— Não, esse é exatamente o ponto. — Ela riu e piscou com os dois
olhos.
— Você e eu precisamos melhorar suas habilidades pessoais.
Seus olhos brilharam de tanto rir.
— Gostaria disso. Estou presa aos meus irmãos desde sempre e
tenho quase certeza de que eles não têm ideia de como se encaixar
neste mundo do qual nos encontramos fazendo parte agora.
— Acho que vai se encaixar muito bem. Estamos todos quebrados,
mas de alguma forma, sempre passamos por isso mais fortes.
— Então qual é o plano?
— Vou lembrar a Ryder quem eu sou e deixar ele ver quem me
tornei. E se ele não gostar, que pena. Não deveria ter me deixado
naquela prisão. É hora de dar uma bronca nele.
— Essa é minha irmã. — Falou Ciara atrás de mim.
Me virei, olhando para as mulheres que estavam vasculhando a
floresta. Ciara sorriu, seus olhos violetas se enchendo de chamas
quando acenou para mim. Fyra baixou a cabeça, um sorriso malicioso
erguendo os cantos de seus lábios. Icelyn bateu palmas lentamente,
seus olhos azul-gelo dançando com esperança, e Lilith mordeu o lábio,
franzindo o nariz enquanto as sombras brincavam ao seu redor.
— Já estava na porra da hora, Synthia. — Erie anunciou. — Eu
estava prestes a admitir a derrota só para escapar de Callaghan e seu
pau. Quase tropecei e caí naquela coisa... duas vezes. Então qual é o
plano?
sorri além das lágrimas em meus olhos enquanto minha garganta
queimava. Elas não me olhavam como uma coisa quebrada, mas como
a Rainha da Horda e Deusa dos Fae. Isso significou tudo para mim. Eu
não queria pena do que tinha ME acontecido, porque no final do dia,
Elysian estava certa. Eu poderia me deitar e morrer como uma vítima,
ou poderia me levantar como um sobrevivente.
— Criar um inferno, senhoras. Vamos? — Perguntei com um sorriso
malicioso curvando meus lábios.
Não deixaria meu tempo na prisão Seelie me destruir, porque isso
não era algo que eu poderia fazer. Enxuguei as lágrimas e contei a elas
tudo o que tinha planejado e o que pretendia fazer a seguir.
Ryder se sentou em seu trono enquanto eu o estudava por trás de
uma barreira invisível. Ele não estava prestando atenção às queixas
sendo discutidas ou aos homens discutindo diante dele. Estava perdido
em pensamentos, o que provavelmente tinha a ver com o fato de eu ter
cortado o vínculo mental que compartilhamos.
Desliguei tudo, incluindo minhas emoções. Ele não podia mais me
sentir, então, para ele, eu simplesmente tinha ido embora. Ele não
tinha ouvido ou sentido nada de mim nos últimos dias, e nenhuma das
mulheres disse a ele onde eu estava, ou que tinham entrado em contato
comigo.
O guarda anunciou os próximos dois homens ao tribunal,
explicando suas queixas um com o outro, e Ryder nem mesmo os
reconheceu. Sua expressão era pensativa e não era aquela que ele
exibia com frequência. Meio que gostei que estivesse consumido pela
preocupação com o que fez e o que perdeu.
— Estes são Jamil e Kar, Vossa Majestade. Kar está discutindo com
Jamil e seu povo matando cavalos para comer, mas desperdiçando a
carne depois. Kar é da Corte de Verão, onde os cavalos são animais de
estimação apreciados e difíceis de encontrar. Jamil é da Corte dos
Pesadelos e diz que pode comer o que quiser, incluindo qualquer
criança que entrar em seu acampamento.
Os homens esperaram que Ryder os reconhecesse, e quando ele não
fez, sorri. Enviei minha magia em busca dele, deslizando sobre suas
pernas para subir por suas coxas, lentamente. Ele tinha feito isso
comigo milhares de vezes, usando seu pau mágico para me levar na
frente de sua corte sem que eles soubessem.
Uma vez ele me fez chorar na presença de uma assembleia inteira
de Alto Fae, e embora eu não tivesse certeza de como funcionava, queria
que ele me sentisse e soubesse como era ser afetado em público.
precisava que ele soubesse que não era o único com poder. Queria
fazer ele suar; fazer ele se sentir desconfortável quando seu pau foi
violado sem que eu o tocasse fisicamente.
Fechando meus olhos, imaginei minhas mãos acariciando
lentamente seu peito enquanto meus lábios roçavam sua boca. Seus
olhos se estreitaram e ele se virou, com os olhos arregalados, olhando
para Zahruk. Minha magia vibrou sobre seu corpo, e ele procurou pela
sala enquanto se reposicionava no trono. Movendo a magia em direção
ao seu pau grosso e maciço, visualizei libertando ele das restrições de
suas calças enquanto minha magia deslizava sobre a ponta salgada,
imitando a sensação da minha língua.
Ryder continuou inquieto, espalhando ligeiramente as pernas para
permitir um melhor acesso. Minha magia envolveu seu pau, e enviei
sensações de ser lambido e chupado em um ritmo lento e constante.
Ele prendeu a respiração enquanto suas sobrancelhas franziam, o suor
começando a se formar e explodir em seu couro cabeludo enquanto ele
olhava ao redor da sala, procurando a fonte da magia.
Não brinquei. Comecei a simular a sensação de seu pau longo e duro
sendo enterrado no fundo da minha garganta enquanto ondas de magia
beijavam a pele na base de seu eixo. A magia acariciou e pulsou ao
redor de seu pênis repetidamente para o levar ao limite o mais rápido
que pude. Me inclinei contra a parede enquanto meu corpo queimava
de desejo, lágrimas reais escorrendo pelo meu rosto como resultado da
magia que afetou meu corpo.
Ryder se recostou e abriu ainda mais as pernas enquanto suas mãos
apertavam os braços de seu trono. Ele grunhiu, seus dentes rangendo
tão fortemente que o barulho encheu a sala do trono. Aqueles ao seu
redor começaram a notar seu desconforto e a conversa começou a
varrer a multidão.
Encostei a cabeça na parede enquanto minha magia continuava a
bombear seu pênis, e observei enquanto ele lutava contra o que estava
acontecendo com ele. Mesmo estando longe dele, pude ver a
protuberância pressionando contra a calça que ele usava. Imaginei
minhas mãos em torno do eixo grosso, acariciando lentamente
enquanto minha magia trabalhava na ponta, batendo contra a barreira
imaginária, imitando a sensação de estar com a garganta profunda.
Alcançando o meu trono, ele agarrou a almofada, colocando em seu
colo. rosnou quando se desfez para mim. Engoli quando um sorriso
cobriu meus lábios, e juro que pude sentir o gosto de sua essência
salgada, o que foi inesperado... Mas legal. Parecendo mais
desconfortável do que antes, Ryder baixou os olhos, enviando sua
magia pela sala, procurando por mim.
— Ele é um inútil. Sua rainha o deixou, e agora ele não faz nada
além de ficar aqui sentado olhando para longe, ansiando por alguma
vadia inútil. — Jamil bufou, e me transportei, rasgando o tecido do
mundo, aparecendo no meio da sala do trono. Joguei a mão para trás,
fechando a lacuna entre os mundos enquanto caminhava em direção
ao estrado.
O vestido preto transparente que eu usava expôs todas as curvas
enquanto sutilmente cobria cada detalhe do meu corpo. Minha coroa
estava firmemente no lugar enquanto os saltos batiam ruidosamente
no chão. Assim que cheguei a Jamil, meu punho rasgou seu estômago
sem hesitação, retirando o órgão ensanguentado. Virei lentamente,
entregando a Kar, que se afastou da carne inútil que ofereci.
— Achei que você queria seu cavalo de volta? — Sorri friamente
enquanto olhos âmbar me observavam, sem interferir no que eu tinha
acabado de fazer. Kar balançou sua cabeça morena e continuou a
recuar para longe de mim. — O que você queria então?
— Para eles pararem de comer nossos cavalos. — Ele anunciou, o
medo escorrendo de cada palavra. — Não o estômago dele.
— Ele não pode mais comer, pode? Ele parece ter perdido o apetite.
— Bufei, olhando para baixo onde o outro homem estava sangrando no
chão. — E sua vida, por insultar meu Rei e sua vadia inútil. —
Dispensando eles, me movi para ocupar meu lugar no trono.
Zahruk deu um passo ao lado de Ryder e estreitei meus olhos em
advertência. Então, agarrei a almofada no colo de Ryder e inclinei
minha cabeça para olhar para baixo em seu pau duro como pedra com
um olhar aguçado de vitória.
— Isso foi impertinente, Synthia. — Ryder rosnou enquanto tentava
desviar a evidência de sua libertação.
— E? Você costumava ser delicioso pra caralho, e eu precisava
provar um pouco para ver se isso ainda era verdade. — Sorri friamente.
— Você está atrapalhando meu caminho, Zahruk, a menos, é claro, que
esteja me desafiando como Rainha? Se não, então ainda sou a Rainha
da Horda, e meu lugar de direito é nesse trono.
— Ele é meu irmão. — Zahruk avisou.
— E meu marido. — Encarei Zahruk, estudando a indecisão
queimando em seus lindos olhos azuis. — Não quero Ryder morto,
Zahruk. Temos uma guerra para lutar e temos que descobrir uma
maneira de sermos parceiros, agora, não é?
Zahruk vagarosamente se afastou e me sentei em meu trono diante
do tribunal, notando os sorrisos nos rostos das mulheres. Podia sentir
o brilho de Ryder queimando meu rosto e ignorei. Sua mão alcançou a
minha no braço da cadeira e retirei minha mão para meu colo.
Endireitei as costas e olhei para frente, esperando que o próximo
grupo de assuntos fosse anunciado. Meu coração disparou por estar
perto dele e borboletas dançaram em minha barriga. Minha pele chiou
com o poder que ele exalava, e então a tristeza passou por mim.
— Synthia. — Ele proferiu.
— Não. — Avisei friamente. — Estou aqui como sua Rainha, não
como sua amante. O que fez é imperdoável agora. Tenho um monte de
coisas que preciso resolver sozinha antes de sequer pensar em tentar
consertar qualquer coisa que ainda possa ser entre nós.
— Eu posso esperar. — Os músculos pulsaram em sua mandíbula
e ele cruzou as mãos no colo.
— Não sei se você deveria. Me machucou. Me disse que eu era a
porra do seu mundo e então se afastou de mim. Não sou a mesma
garota, Ryder. Sua Synthia, ela morreu. sou o que rastejou para fora
daquele buraco. Você pode até não gostar mais de mim.
— Você está errada. — Inclinando a cabeça, ele sorriu, tentando
mascarar a expressão de dor que mostrou brevemente. — Nada pode
mudar quem você é.
— Te pedi para não fazer isso aqui na presença do tribunal. —
Desviei a atenção dele, olhando para frente, pronta para ouvir a
próxima reclamação do tribunal.
Ryder se recostou lentamente, olhando para a multidão que nos
observava. Os homens avançaram e, um a um, ele proferiu julgamentos
enquanto permaneci em silêncio ao seu lado. Para o bem ou para o mal,
a Horda não acreditava em divórcio e concordei em ser sua esposa,
então permaneceria assim enquanto nós dois vivêssemos. Tínhamos
filhos juntos e, independentemente do que acontecesse, tínhamos que
descobrir como conviver para o benefício deles.
Quando o último julgamento foi proferido, me transportei do trono
e entrei em nosso quarto. Senti Ryder vir atrás de mim, seu poder livre,
e eu sabia, sem perguntar, que pretendia me manter aqui. Ele não me
queria lá fora sozinha, mas não tinha ideia dos poderes que eu possuía
agora. Ele temia que sua esposa fraca fosse massacrada. Bem, ela foi,
e então evoluiu.
— Não vai gostar do que acontecer se tentar me segurar aqui. Sou
prisioneira há vinte anos. Nunca mais serei uma.
— Me diga como consertar isso. — Ele murmurou suavemente.
— Fiz coisas horríveis lá, Ryder. Então, que merda tem para
consertar? — Não adociquei. Deixei escapar e me recusei a olhar para
o ódio que jogava sobre sua beleza dura enquanto eu contava a ele
sobre fazer sexo com os monstros no fosso.
— Não no começo. — Admiti enquanto minha garganta se apertava
com lágrimas. — Nas primeiras vezes fui levada à força, mas depois
Malachi removeu a dor e me mostrou minhas memórias. Ele comeu
minha alma. Se eu quisesse ver você, tinha que estar com os monstros.
Então, fiz sexo com eles porque precisava ser lembrada de quem eu
era, e essa era a única maneira de acessar minhas memórias. Você, as
crianças, este mundo – ele tirou tudo de mim. pegou tudo e depois se
ofereceu para me deixar ver por um preço. Fiz o que tinha que fazer
para me lembrar de nós. A única coisa que eu sabia com certeza era
que você me jogou fora e me deixou entregue ao meu destino naquela
prisão, se recusando a vir atrás de mim quando eu o chamei.
— Malachi me deixou as memórias dolorosas, mas só aquelas que
suportei antes deste mundo. Me prostituí para me lembrar do seu rosto
e do seu toque, e do som de nossas crianças rindo. Eventualmente,
implorei a eles que me fodessem, que me dessem um gostinho das
memórias. Então, me diga, marido, pode dormir comigo, sabendo o que
fiz? — Perfurei Ryder com um olhar frio e morto enquanto levantei o
queixo e cruzei os braços sobre o peito em desafio.
— Você fez o que tinha que fazer para sobreviver. — As linhas ao
redor de seus olhos suavizaram, mas tinha incerteza em seu tom. —
Não me importo com o que aconteceu. Só me importo que esteja aqui
comigo agora.
— Não acho que você compreende o que saiu daquele buraco, Ryder.
— Abri minhas asas, empurrando meus ombros para trás enquanto
olhava para ele. — Sua esposa morreu lá. Minha alma está em
frangalhos. Thanatos pode ter costurado isso, mas não sinto nada, só
raiva e humilhação. Passei dias observando a luta de nosso povo e não
senti nada por eles. Matei milhares de magos e não senti nem um pingo
de remorso. Minha humanidade se foi, mas pior ainda, não sinto nada.
— Nem mesmo sinto desejo ou necessidade. Aquela pequena
exibição na sala do trono era para dar a você uma amostra de como é
ser manipulado e por magia. Parece que o campo de jogo agora é igual.
— Dei um passo à frente e deixei Ryder ver a verdade em minhas
palavras. — Não tenho compaixão ou preocupação se este mundo
sobreviver. Quer dizer, eu sei que preciso, mas não me importo muito
de qualquer maneira.
— Nós vamos consertar isso. — Ele suspirou e esfregou a mão no
rosto enquanto caminhava em minha direção. Coloquei a mão para
cima, interrompendo seu avanço.
— Isso é outra coisa. Não quero ser consertada. Não estou quebrada,
estou mudada.
— Este mundo está ligado ao nosso povo. Pessoas que você nasceu
para salvar.
— Mas por quê? Por que salvar alguns idiotas egoístas que não se
importam em se salvar? Por que salvar um mundo que está decidido a
morrer? Por que eu deveria aceitar uma merda de destino porque uma
fodida deusa decidiu qual seria antes mesmo de eu nascer? Por que eu
deveria fazer qualquer coisa que você e seu povo querem de mim? Você
me tratou como uma estranha. Me segurou com o braço estendido. Sou
sua esposa, mas você não confia em mim para revelar seus segredos.
— Ironicamente, também não confiei em você, o que não me torna
melhor do que você, mas não me importo. Isso só prova que nunca
trabalhamos em equipe. É você contra nossos inimigos e eu contra
nossos inimigos, mas não estamos trabalhando juntos para alcançar
um objetivo comum. Você mentiu para mim desde o primeiro momento
em que te conheci, e em todos os momentos desde então. Escondi o
que Danu me disse para fazer com a essência dela porque não fazia
sentido na hora. Mas então, a ideia de perder você para esta guerra me
atingiu, e eu não poderia viver com os segredos. Ainda te ofereci uma
escolha, Ryder. Me certifiquei de que você pudesse decidir seu próprio
caminho. Nunca planejei tirar essa decisão de você, mas você, por outro
lado, planejou minha vida inteira para se encaixar em seus planos.
Você guarda grandes segredos de mim porque não confia em mim.
— Synthia, podemos resolver isso se me deixar te ajudar.
— Ryder, você me deixou em um buraco, esperando que eu me
recompusesse. Bem, eu tenho meus poderes. Não tenho humanidade e
estou aqui. Porra, isso é tudo que eu tenho agora.
Fechando a distância, Ryder colocou as mãos nos meus ombros, me
puxando para ele e descansando sua testa contra a minha.
— Sei que foi muito mais longo para você, animalzinho, mas três
dias foi tudo o que se passou para o resto de nós. Todo dia sentei bem
no topo daquele buraco, olhando para você, me certificando de que você
estava bem. Te ouvi implorar para que eu a salvasse enquanto estava
deitada no chão, chorando, mas tudo que vi foi que estava suja e com
frio. Pelo que pude ver, estava segura. Você deveria estar bem, porra.
Me afastei dele e recuei quando a resolução fria se espalhou por
mim.
— Sim, o problema é que eu nunca teria implorado pela porra da
sujeira de meus joelhos. Nunca teria me deitado e desistido. Ficaria
furiosa ao ver seu rosto, o que deveria ter ficado evidente quando eu
morri e provado quem eu era ficando de joelhos para mostrar a você
algo que eu normalmente nunca faria.
— Não posso voltar atrás, e mesmo se pudesse, isso não desfaria
nada do que foi feito. Tem muita coisa acontecendo, e fomos duramente
atingidos, Syn. Tão duro que abalou nosso mundo, e você ainda não
alcançaria os poderes que estavam lá para você, implorando para
serem agarrados. Se tivesse aceitado antes de Bilé matar nossa família,
você teria massacrado aquele idiota assassino sem nem mesmo tentar!
— Ryder caminhou na minha frente enquanto passava as mãos pelo
cabelo e ao longo da nuca em frustração. — Você colocou Bilé no chão
prestes a montar em seu pênis enquanto segurava a porra do coração
dele na palma da mão. — Rangeu os dentes cerrados. — A única coisa
que te impediu fui eu, porque não aguentava ver você se sentar no
bastardo que tirou Dristan de mim!
Pisquei repetidamente passando as lágrimas que inundaram meus
olhos.
— Sei que fomos atingidos duramente, Ryder. Eu fui aquela aqui
lutando contra Bilé e os magos. Fiz o que achei certo e entendo que é
minha culpa você ter perdido membros da família. Tive muito tempo
para pensar no que fiz de errado. Passei anos repassando aquela noite,
aceitando meu destino porque sabia que você me culpava por suas
mortes, mas não os matei. Achei que era tudo o que deveria ser, e você
também me fez acreditar. Você me disse que meus poderes viriam, e eu
confiei que viriam. Você é tão culpado quanto eu!
— Eu sei! — Ele gritou, segurando as mãos em punhos enquanto
uma veia pulsava em seu pescoço.
Abri a boca, pronta para argumentar, e então fechei, balançando a
cabeça.
— Não posso estar aqui agora. — Me virei para sair, mas ele me
agarrou, segurando meu braço suavemente.
— Eu te amo, mulher. Te amo desde o momento em que você abriu
aqueles lindos lábios e me disse onde enfiar. Sinto muito, Synthia. Sei
que falhei com você. Fiz o que pensei ser certo naquele momento, mas
estava errado. Se precisa de espaço, tudo bem, você tem. Se precisar
de tempo, aproveite. Mas esta guerra não vai esperar que estejamos
prontos. Vou lutar por você e por nossos filhos. Não me importo com o
que fez para sobreviver porque, no final da porra do dia, você fez o que
precisava fazer, e isso é tudo que importa para mim. Você e nossos
filhos são as únicas luzes na minha vida, e você me faz querer ser uma
pessoa melhor pra caralho. Você perdeu sua humanidade, que merda.
Você é Fae e não humana. Perdeu partes de sua alma, eu também.
Você é minha alma, Synthia. Perdi você e, sem você, também não me
importo com a Terra dos Fae. É uma péssima combinação ter dois
Deuses em um reino que não se importam se a porra do mundo acabar.
— Você se importa. — Me aproximei dele, segurando seu rosto entre
as mãos, roçando meus lábios nos dele suavemente. — Sempre fez o
que era melhor para este mundo. Foi isso que fez me apaixonar por
você. É altruísta, embora não veja isso. Você é a cola que mantém sua
família desfeita unida. Você é um bom homem em uma tempestade. —
Minha mão descansou em seu peito, sentindo seu coração acelerar com
o leve toque. — Vou dormir no meu próprio quarto esta noite. —
Anunciei, parando para me afastar dele. — Não me perturbe, nem
mesmo se me ouvir gritando por você. São memórias residuais da
prisão, algo com que vou lidar sozinha. Boa noite. — Peguei algumas
das minhas coisas e comecei a caminhar para o outro quarto.
— Você não está sozinha.
— Na verdade, eu estou, mas está tudo bem. Aprendi a aceitar isso
anos atrás. Meus demônios vêm, mas não ficam muito tempo. A parte
mais assustadora é, que ocasionalmente, sinto falta deles.
Algo me tocou no sono e um grito saiu da minha garganta, ecoando
pelo quarto. As portas se abriram e tremi violentamente enquanto os
gritos se intensificavam. O pesadelo se agarrou a mim, se repetindo em
minha mente enquanto eu era dilacerada e Malachi observava nas
sombras. Seus olhos azuis seguraram os meus, apreciando a dor e se
alimentando das minhas emoções enquanto me recusei a mostrar
minhas memórias.
Por cinco anos, me apeguei às minhas memórias como uma tábua
de salvação enquanto o Seelie me torturava diariamente até que a
morte me alcançasse. Dedos de borboleta de precisão trabalharam
sobre minha pele, afastando a dor enquanto os monstros sacudiam os
tendões e nervos.
No momento em que Malachi soltou minha mão, toda a dor me
atingiu de uma vez. Ele amou. Implorei por misericórdia, implorando
para ser morta só para escapar do que eles fizeram, e no final de cada
noite, recebia aquele doce sabor da morte.
— Você está bem. — Ryder disse, rastejando na minha cama e me
puxando contra ele enquanto eu lutava para controlar os violentos
tremores do meu corpo. As paredes racharam quando o castelo
estremeceu ligeiramente. — Deuses, Synthia, respire. — Implorou.
Suas mãos alisaram meu cabelo, tocando minha testa enquanto chovia
beijos suaves no meu rosto, onde as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
— Me solta. — Sussurrei através de um soluço que agarrou minha
garganta enquanto tentava me afastar de Ryder, só para ele me segurar
mais forte.
— Não. — Ele rosnou. — Você não está sozinha. Fiz isso com você.
— Ryder... — implorei, lutando contra a dor no peito enquanto meu
estômago se apertava com força.
— Não me importo se você derrubar a porra do castelo na minha
cabeça, mulher. Você não está mais sozinha. Eu tenho você.
— Você é tão teimoso e pertinente, fada!
— Eu sei. — Ele rebateu.
— Eu te odeio!
— Eu sei. — Ele sussurrou, um pouco mais baixo.
— Odeio não te odiar. — Admiti.
— Eu estou bem com isso também.
— Deuses, você é irritante.
— Posso viver com isso.
— Se deite, seu asno.
Ele me soltou, deitado ao meu lado enquanto eu o estudava. Assim
que ele estava de volta contra os travesseiros, me virei, de costas para
ele, deslizando perto o suficiente para sentir o calor de seu corpo sem
realmente ter que tocar nele.
As portas se fecharam quando os guardas saíram, sentinelas
silenciosas quando entraram correndo quando eu gritei. Exalei uma
respiração instável e Ryder levantou a mão, tocando meu quadril,
silenciosamente chegando mais perto. Fingi não notar que ele fez isso.
— Fale comigo. — Ele implorou enquanto seus dedos roçavam meu
quadril.
— Sobre o quê?
— O que você estava sonhando? — Ele perguntou.
— Não.
— Você não pode manter tudo dentro, Synthia.
— Há quanto tempo você é um Deus?
— Desde que eu tinha trezentos e setenta e dois anos. — Admitiu, o
que me surpreendeu.
— Como você se tornou um?
— Entrei no templo e descobri que um frasco cheio de um líquido
azul foi colocado sobre um altar. Senti que estava sozinho dentro do
templo, então me aproximei do altar e estudei a garrafa, sentindo um
imenso poder vindo de dentro dela. Eu sabia que não foi deixada para
mim, mas não pude resistir à oportunidade de agarrar o poder que
poderia libertar minha família do domínio de Alazander. Acho que
Danu tinha a intenção de criar você com isso, mas evitei que isso
acontecesse consumindo o líquido. Bebi tudo e acordei dias depois, de
alguma forma mudado.
— No início, foram pequenas coisas, pequenas mudanças
insignificantes que me alertaram para o que eu estava me tornando.
Eu escondi, escondi o poder que estava ganhando de todos, até mesmo
de meus irmãos. No dia em que matei Alazander, usei o poder que
escondi, misturado com raiva e medo. Depois, quando a besta entrou
em mim ou acordou, o que quer que tenha acontecido quando escolheu
um herdeiro para se tornar rei, usei o poder para controlar a besta para
ter certeza de que não acabaria como meu pai. Foi assim que evitei
enlouquecer, acho. Agora, você pode me contar sobre o seu pesadelo?
Suspirei, percebendo que Ryder não deixaria isso passar até que
falássemos sobre meu sonho.
— Por cinco anos, eles me destruíram. Me recusei a dar minhas
memórias a Malachi. Eles me cortaram e arrancaram os ligamentos dos
meus ossos. Eles expuseram os nervos, e ele segurava minha mão como
se estivesse me confortando. Então, ele me soltou e toda a dor me
atingiu de uma vez. Elysian disse que ele é o poder absoluto, e o
primeiro Príncipe Seelie, nascido de sua mãe e Oberon.
— Depois de cinco anos, perdi a esperança. Não podia mais fazer
isso. Não conseguia morrer, então todas as manhãs eu acordava inteira
e eles me despedaçavam de novo. Não senti os cortes, os membros que
eles removeram ou o dano que eles infligiram até que Malachi me
soltou. Acho que foi isso que me fez querer eles, que a dor fosse embora.
Conforto era só algo que Malachi poderia fornecer, e ele queria as
memórias que eu acessaria durante a dor.
Senti os olhos de Ryder me observando e me virei para olhar para
ele. — Malachi pediu pequenas memórias no início, se alimentando
delas enquanto eu contava a ele sobre minha vida. Assim que elas
foram embora, ele me matou de novo e eu acordei sem elas. Busquei
as memórias para continuar sobrevivendo, mas não estavam mais lá.
— Passei pela mesma tortura diariamente, enquanto lutava para
segurar você e as memórias para mim. Mas, a cada vez, ficava pior. Ele
estudou o que mais me magoou e usou isso. Então, dei a ele mais e
mais, até que não restasse nada. Ele me deixou as memórias da Aliança
por algum motivo. Não acho que o mundo exterior o interessasse muito.
Passávamos pela mesma rotina todos os dias, até que uma manhã, você
e todo esse mundo simplesmente desapareceram de mim. Eu sabia que
perdi algo, alguém.
— Malachi me disse que eu poderia saber o que perdi, mas o que eu
tinha que fazer era algo que prometi nunca fazer. A questão era que eu
não sabia o que era ou por que deveria me importar com uma promessa
que fiz a um ser sem rosto. Não até que eu estivesse desfeita pelos
monstros dele e seu rosto fosse tudo que eu vi enquanto estava com
eles. Soube então que era você que eu sentia falta. Ele mudou o Seelie
em sua forma para que pudesse aprender como eram as emoções
quando o amor estava envolvido. Então, noite após noite, eu estava com
os monstros porque eles se tornaram você. Qualquer parte da minha
alma que permaneceu, ela reconheceu você.
— Vinte anos depois, ele parou de fingir ser outra coisa senão o que
era. Ele me torturaria para saber mais, mas parou de prevenir a dor, e
foi quando mudei. Comecei a usar meus cadáveres e os de outras
criaturas que abati para construir uma escada para escapar, mas só
quando ele me deixou correr porque gostava de me perseguir. Ele
gostava da caça.
— Uma noite, fodi seus monstros, e dei a ele tudo que queria de mim
ou o que eu assumi que ele queria. Eu não me importava mais com o
que acontecia porque era um loop infinito do qual eu não conseguia
escapar. Ele me deixou sozinha para suportar minha dor com um dos
monstros, então me inclinei enquanto fodia o Seelie, e arranquei sua
garganta, matando. Escapei naquela noite. Puxei as runas das paredes
da prisão e saí da gaiola usando meus ossos como escada. Quando
cheguei ao topo, Malachi estava lá, me observando das sombras. Ele
sabia que eu seria a única a libertar ele. Eu os libertei porque presumi
que os tinha matado.
— Mas você não pode ser morto na prisão Seelie. Eu pensei que
tinha sobrevivido por causa da minha imortalidade, que eu acreditava
que os Seelie não teria que proteger eles.
— Eu estava louca quando escapei, dilacerada e parcialmente
destruída pelos monstros que lutavam de volta. Não sei se alguma vez
saí daquela jaula. Acho que uma parte de mim ficou e outra parte
tomou o seu lugar. Sei que quando rastejei para fora daquele buraco,
eu não era eu. Era meu corpo, mas tinha só uma concha oca que
ansiava pelo que estava faltando.
— Você tentou tirar meu coração e o de Asher. Você quase matou
um Deus, animalzinho. Você teria terminado a porra da guerra sem
sequer tentar. Se eu não tivesse dito algo...
— Eu teria fodido todo mundo e depois os matado. Eu teria me
odiado mais do que agora.
— Se odiar pelo quê? Por sobreviver? Você não consegue se odiar
por isso. Não é sua culpa, nem eu te culpo. Também sou culpado pelo
que aconteceu com você. Para não mencionar, eu sou a razão pela qual
você foi criada em primeiro lugar. Forcei sua mãe a criar você, Synthia.
Tenho planejado tirar este mundo dos Deuses por eras. Os monstros
nessas jaulas, bem, eles são mais velhos do que isso.
— Fiz coisas das quais não me orgulho durante esses cinco anos,
Ryder. Implorei para eles me matarem. Pensei que o Seelie estava
dando prazer e implorei por isso. Não me lembro nem da metade do
que aconteceu nos primeiros cinco anos. Não sei quantos deles me
usaram ou o que fizeram quando implorei que fizessem. Eles eram
Seelie, em uma gaiola que deveria ter deixado eles impotentes, e ainda
assim me transformaram em minha mãe adotiva. Deitei no chão,
implorando para que eles me machucassem, assim como ela fez antes
de darem suas ordens para matar qualquer um que entrasse naquele
quarto. Malachi era poderoso e eu era fraca. Eu era quase humana lá,
como você queria. Então, como diabos ele tinha poderes, e não eu?
— Porque Oberon viveu há milhares de anos, Synthia. — Explicou
suavemente, tocando minha bochecha para afastar os cabelos perdidos
que estavam grudados no meu rosto com as lágrimas silenciosas. —
Ele viveu quando as primeiras criaturas foram criadas, as do templo.
Dizem que ele está entre as vítimas na piscina, aquela que lhe mostrei
quando te pedi em casamento. A tradição diz que ele acasalou com uma
dos primeiros Fae criados.
— Eu estou supondo que ele acasalou com a Rainha Seelie, e eles
tiveram um filho. Se ele é filho deles, já está lá há mais de dez mil anos.
Asher disse que levaram quase mil anos para aprender a exercer seu
poder. Malachi tinha nove mil anos a mais para aprimorar o seu. Você
teve vinte anos. Levaram mil anos para ter energia suficiente e para a
prisão enfraquecer antes que pudessem escapar. Levou só vinte anos
para descobrir como escapar. Essa é minha esposa, não uma criatura
insensível. Essa é minha esposa fodona que não pode ser contida.
— Por que não está gritando comigo? Fiz coisas que não eram
bonitas. Seria muito mais simples se você só me condenasse, e
partimos disso.
— Não, seria mais fácil para você me odiar se eu condenasse o que
fez. Você não agiu por despeito ou infidelidade. Fez isso para sobreviver,
para se lembrar do que precisava fazer para voltar para mim. Você veio
aqui, Synthia. Voltou para casa mesmo sem saber que era sua casa.
Isso não é algo que um monstro faria.
— Isso é amor, certo? É interminável e desgastante. Te perdi uma
vez, e então senti aquela dor de novo quando olhei para o cadáver que
estava sentado no fundo daquele buraco. Eu estava disposto a deixar
você ir porque estava viva. Te amei o suficiente para aceitar que você
voltaria, mas então Lucian pediu um favor. Ele fez Thanatos rastrear
os monstros de Malachi naquele túnel, e ele os separou. Ele pegou o
que roubaram de você e trouxe de volta. E então, Synthia, a executora,
montou meu pau, com a intenção de acabar com minha vida, e eu me
apaixonei um pouco mais por você, mesmo que disse “bolas”, muito.
— Essa foi uma fase realmente estranha e, para ser honesta, eu só
disse isso porque deixava Alden louco.
— Você queria matar Adrian e tentou estaquear ele várias vezes.
— Estranho, muito estranho. — Admiti.
— Você era outra coisa aos dezessete, animalzinho.
— Estou cansada. — Me virei e cheguei um pouco mais perto sem
tocar ele ainda. — Se eu matar você durante o sono, nunca vou me
perdoar, e será totalmente sua culpa.
— Não pode me matar, sou um Deus. Durma, bruxa. — Ele proferiu.
— Deusa, eu não faço mais essa coisa de lançar magia.
— Sim, quase sinto falta. A vida era muito mais simples quando nos
odiamos.
— Você era gostoso pra caralho quando eu te odiava. — Admiti.
— Não sou gostoso agora? — Ele perguntou em um tom magoado.
— Você é gostoso, mas não de um jeito meio vilão. Mais como se eu
fosse o proprietário desse jeito?
— Hmm, posso viver com isso.
— Vá dormir. Você é incorrigível.
— Eu te amo.
— Estou cansada. — Meu tom se encheu de emoção, e custou muito
esconder dele enquanto meus olhos ficavam pesados. Sua mão segurou
meu quadril silenciosamente, me protegendo da única maneira que ele
poderia dos pesadelos.
— Então durma. Estou aqui. Durma, e vou segurar suas peças
quebradas e manter seus monstros afastados para que você possa
descansar.
Ristan segurou seu filho nos braços, ainda sem querer deixar
ninguém além de sua mãe, Alannah, segurar a criança. Foi um
progresso que Ristan começou a permitir que alguém ajudasse. Mesmo
que ela fosse uma vadia malvada que ansiava pelo trono e pela coroa
de Ryder, ela ainda era sua mãe. Minha atenção voltou para o mapa na
minha frente e limpei as peças dele, murmurando distraidamente
enquanto Ryder e os Guardas de Elite levantaram suas cabeças em
surpresa.
— O que está fazendo, Synthia? — Ryder perguntou, observando.
— Não vale à pena planejar nada. Os magos sabem nossos
movimentos antes de nós. — Resmunguei, alcançando minhas costas
para coçar onde minhas asas buscavam se libertar. — Bilé conhece
todos os nossos planos sem ser avisado. Como? Estamos protegidos,
em uma sala fortemente protegida, e eles ainda conhecem todas as
nossas estratégias e cada movimento que fazemos antes mesmo de
marcharmos pelos portões. Não faz sentido. — Estendi a mão,
arranhando de novo onde minha espinha queimava e minhas asas
tentavam se abrir.
Eu estava aprendendo a aceitar o fato de que agora tinha asas.
Tinha desistido da ideia de cortar elas, especialmente desde que Ryder
tinha me avisado que remover só doeria pra caralho quando
crescessem de volta e iriam crescer. Não que não fossem legais; era que
as filhas da puta coçavam porque eram novas e, ocasionalmente, quase
empalava as pessoas porque se soltavam quando eu estava chateada
ou algo acontecia para desencadear uma resposta emocional. Também
não tive o luxo de tempo para aprender como usar.
— Então, Bilé pode nos ver, ou ainda não expulsamos todos aqueles
que estão aqui espionando por ele. — Ryder rebateu.
Estudei suas feições, permitindo que meu olhar deslizasse sobre a
beleza de sua estrutura óssea afiada. Seus olhos se ergueram para
segurar os meus, e percebi que todos ao nosso redor estavam
observando cuidadosamente cada movimento que fazíamos. Toda a
sala de guerra estava cheia de pavor e tensão o suficiente para sufocar.
Não tinha certeza do que eles esperavam de nós. Os irmãos de Ryder
provavelmente estavam esperando que lutássemos fisicamente ou
anunciássemos que seríamos o primeiro casal na história da Horda a
pedir o divórcio.
Me inclinando sobre o mapa, estudei seu material enquanto fazia
anotações mentais, como a tinta que foi usada. Era invisível e feito de
materiais dentro da Terra dos Fae, uma relíquia que Ryder tinha
realmente desmontado e usado para manter as informações do mapa
escondidas. Manteve os contornos e localizações de nossas tropas em
segredo de qualquer pessoa que entrasse na sala de guerra, caso
entrassem sem permissão.
As peças elegantemente esculpidas que eles usavam para
representar as formações de tropas foram cortadas de uma árvore
anciã, antiga e velha, cultivada na Terra dos Fae.
O sangue que Ryder utilizou para criar as marcações e pontos de
referência no mapa foi voluntariamente doado por várias fadas
importantes.
E, por último, mas não menos importante, o material do mapa foi
criado a partir da pele de seus inimigos Fae que estavam trancados em
uma prisão separada.
— É a porra do mapa e tudo nele. — Soltei, fechando os olhos contra
as evidências que estiveram bem na nossa frente o tempo todo.
Esfreguei a mão no rosto, gemendo com o absurdo disso.
— É o mapa? — Ryder se inclinou sobre o pergaminho, roçando seu
cotovelo contra o meu enquanto colocava as mãos em cada lado do
mapa, estudando cuidadosamente. Seus olhos se estreitando se
moveram para mim e para trás antes que exalasse lentamente.
— Todos os materiais usados para criar este mapa são da Terra dos
Fae. A tinta é criada aqui, infundida com a magia de uma relíquia deste
mundo. As peças são esculpidas no coração da árvore mais velha, tão
anciã e tão antiga quanto a Terra dos Fae. O mapa em si é da pele de
seus inimigos, que você tomou por traições contra a Horda. Bilé tem
acesso aos nossos planos não porque ele tinha espiões ou porque Eris
enfeitiçou o mapa quando ela estava plantando o caos na fortaleza. Ele
não precisava que Eris tocasse o mapa porque ele pode acessar
qualquer coisa neste mundo.
— Nosso mapa é criado a partir de criaturas e materiais feitos de
dentro da Terra dos Fae. Ele tem acesso porque a Terra dos Fae foi
criada para ele e, sendo assim, pode nos ver e ouvir livremente, sem
necessidade de espiões. Precisamos de um novo mapa que não seja
deste mundo, e precisamos dele pra ontem. Bilé tem olhos e ouvidos
em nós até agora, Ryder.
— Então, embora tenhamos usado o mapa contra ele, ele sabia e
mandou seus homens morrerem. — A voz de Ryder tremeu de raiva,
seus dedos deslizaram pelos meus e eu lutei contra a erupção de
borboletas que seu simples toque criou.
Deixei o calor de seu toque filtrar através de mim, permitindo o
conforto que ele oferecia, e então me afastei dele. Ryder era minha
droga. Era o vício inebriante que poderia me acordar do sono, me
forçando a ficar alto ou baixo. Ele devastou meu sistema, me deixando
saciada e ainda assim nunca me permitindo escapar do vício.
Eu tinha que curar antes que o perdão pudesse começar, e eu não
tinha certeza se poderia fazer isso enquanto ele oferecia conforto. Não
pude aceitar prontamente seu perdão até que pudesse me perdoar pelo
que tinha feito.
Ele não esteve lá, nem testemunhou o que eu permiti, o que tornava
mais fácil para ele ignorar a baixeza dos atos. Revivi cada um em meus
pesadelos, observando meu corpo sendo usado para qualquer coisa que
o Seelie desejasse.
Eu não tinha lutado com força suficiente para evitar que isso
acontecesse. Tinha que encontrar um novo eu. Tive que viver com essa
nova versão de mim mesma e o renascimento. A garota que entrou
naquele buraco era ingênua e fraca, se permitindo depender dos
outros. Eu não podia me dar ao luxo de cometer os erros dela porque
tudo dependia de eu evoluir ou mudar o suficiente para fazer o que era
necessário antes de decidir meus próximos passos.
A culpa que senti foi esmagadora. Mesmo que eu estivesse indefesa
com o que tinha acontecido, isso não impediu a vergonha de penetrar
em meus ossos e me consumir. Não consegui desligar; O mesmo vale
para a dor que apertou meu coração quando olhei para meu marido e
o remorso escorregou pela minha garganta e me sufocou. Ryder me
segurou e eu deixei, mas quando as memórias mais difíceis deslizaram
em minha mente, eu o empurrei para proteger ele dos pecados que me
consumiam.
— Não vamos vencer o Bilé assim. — Admiti. — Ele está disposto a
sacrificar todo o seu exército de magos só para nos atacar onde mais
nos machucar. Nós nos preocupamos muito com nosso povo para
deixar eles morrer, e ele não se importa com quantos sacrifícios sejam
feitos, desde que ele possa tomar a terra de volta.
— Então, daremos a ele. — Me virei, olhando fixamente para Ryder
enquanto minha boca abria e fechava, em busca de palavras. Seus
olhos dourados me estudaram, me observando reagir às suas palavras
enquanto estreitei meus olhos sobre ele.
— Dar a Terra dos Fae e seu povo para aquele monstro, simples
assim? Se afastar deste mundo e do nosso destino, para que fim?
A sala explodiu em objeções ruidosas, e notei o fogo queimando nos
olhos de Ryder enquanto ele silenciosamente observava minha reação.
Os homens discutiam uns com os outros, alguns concordando que era
mais seguro abandonar o mundo e viver, enquanto outros
argumentavam que deveríamos ficar e lutar.
Ryder se afastaria voluntariamente da Terra dos Fae e o deixaria
para um monstro que lentamente mataria tudo dentro dele? Não
seríamos capazes de salvar as pessoas. Simplesmente havia muitas
delas e não o suficiente de nós.
— Existem outros mundos em que os Fae possam viver. — Ryder
deu de ombros, estreitando os olhos. Seu tom era indiferente, apático
e atingiu um nervo. Não podia estar falando sério, certo? Este era o
nosso mundo tanto quanto o de qualquer outra pessoa. Nós
pertencíamos aqui, assim como todos os outros Fae! Se afastar e dar a
Bilé só para encerrar a luta? Minha cabeça inclinou para o lado
enquanto meus ouvidos aqueciam de raiva e a necessidade de lutar
contra sua explicação lógica.
A sala silenciou com suas palavras. Eu ponderei sobre elas por um
momento antes de balançar a cabeça. Ele cruzou os braços sobre o
peito com os polegares erguidos, confiança escorrendo de seus poros.
Exalei lentamente, revirando suas palavras em minha mente.
— Qualquer um que fosse deixado pra trás morreria. — Argumentei,
cruzando os braços e o acertando com um olhar penetrante, imitando
sua postura para deixar claro. Eu poderia ser uma idiota indiferente
também. Minha cabeça ergueu, segurando seu olhar sem medo ou
trepidação, ambos os quais a maioria das criaturas expressa em sua
presença avassaladora.
— Bem, a porra do problema não é seu, é? Você não se preocupa
com o nosso mundo ou com as pessoas que dependem dele para viver.
— Não sou a idiota tentando abandonar isso, sou? Estou bem aqui,
porra, ao seu lado, lutando para salvar ele com você, Ryder.
— Você disse que não se importava com o que acontecesse com este
mundo, então por que está lutando tanto para salvar ele, Synthia? Não
é problema seu, certo?
— Estou lutando porque este mundo é tanto nosso quanto de Bilé.
O povo da Terra dos Fae depende de nós para continuar lutando, para
proteger eles e a seus filhos daquele bastardo monstruoso que nos veria
todos mortos! — Rebati duramente, desdobrando os braços para olhar
para ele, fechando minhas mãos em punhos apertados ao meu lado.
— Sente, mulher. — Ele pediu com um sorriso malicioso nos cantos
da boca.
— Não vou perder a Terra dos Fae para algum idiota que pensa que
pode matar nosso povo e não enfrentar as consequências de suas
ações. Ele não pode nos machucar e escapar impune. Não importa o
que eu sinto. Importa o que eu sei. Ele assassinou minha família e, por
isso, vai pagar caro.
Ninguém poderia nos machucar sem pagar com sangue por seus
crimes. Éramos a Horda e eu queria mais do que só sangue pelo que
Bilé fez por nós. Eu queria sua alma, e queria que ele ficasse tão
profundamente enterrado na terra que sentisse isso cada vez que
caminhávamos sobre ela.
— Você está errada, Synthia. Se você não ama algo, não luta com
todas as fibras do seu ser para manter seguro. Não vai para a guerra
para proteger algo a menos que valha a pena lutar para proteger. Você
não busca vingança por aqueles que não conquistaram seu coração,
porque quando você busca vingança, está falando sério e vai atrás disso
com tudo que tem.
— Você pode lutar por uma boa causa com base no que é certo e
errado. Os sentimentos não precisam ditar suas ações. Posso lutar e
não me importar com os resultados finais, Ryder.
— É isso que acha? Que pode lutar nesta guerra sem realmente se
preocupar com o resultado? Não pode atacar algo e esperar vencer. Ou
você coloca tudo o que tem para manter o que ama seguro ou nem se
incomoda em tentar. Vale a pena lutar por algumas coisas, custe o que
custar, e esta é uma delas. Então, você pode se envolver nesta batalha
ao meu lado e me dar tudo o que tem, ou nem se incomode em levantar
uma espada. Estou bem aqui, mulher, travando uma guerra contra Bilé
para libertar este mundo com você. Estou lutando por nós.
— Vocês dois idiotas estão falando sobre a terra ou sua vida
amorosa? Estou confuso. — Spyder perguntou, olhando entre nós,
esfregando o queixo enquanto olhava para os outros na sala, intrigado
com a nossa discussão de ida e volta.
Olhei brevemente para Spyder e depois de volta para o olhar
desafiador de Ryder, esperando que respondesse a pergunta enquanto
as lágrimas picavam meus olhos. Ryder não desviou o olhar, Só olhou
para mim, imóvel, e fiz uma careta. Mordi meu lábio inferior com os
dentes e balancei a cabeça lentamente.
— Você está errado. Amo você e esta terra, mas não preciso querer
que nenhum de vocês lutem pela sobrevivência. Você me quer? Tem
que me ganhar, porque quebrou minha confiança, Ryder. Este mundo?
Amo este mundo, mas não gosto dele. É frio, vil, e até as flores tentam
te foder aqui. Mas faz parte da Terra dos Fae, não é? O mundo frio e
mortal que Bilé e Danu criaram para governar. — Murmurei
distraidamente. — Você criou um novo reino para aqueles que
precisavam ficar escondidos de seu pai.
— Isso não é conhecido, Synthia. — ele avisou, seu tom ficando
duro.
— Você pode fazer isso de novo? Pode construir um mundo para
esconder os Fae dos magos enquanto lutamos nesta guerra?
Eu não me importava se eu expusesse seu reino secreto. O fim dos
dias estava aqui e estávamos nas horas finais. Não era hora de
esconder a roupa suja. Era hora de nos unirmos e construir um plano
para tirar nosso pessoal em segurança.
— Nos tire da equação por um minuto, Ryder. Não é sobre nós, não
agora. Neste momento, só a Terra dos Fae e nosso povo importam. Todo
o resto pode ser colocado em espera. Isso pode esperar até que a luta
termine para ser resolvida. Pare de se preocupar com a porra dos seus
segredos e comece a pensar como a porra do Deus das Fadas. Eu sou
a Deusa do Povo e você é o Deus da Terra. Independentemente do nosso
relacionamento, estamos nessa luta juntos.
— Espere, que mundo vocês criaram juntos? — Ristan perguntou
enquanto reentrava na sala, pegando só uma parte do que foi dito.
Ele tinha um pano para arrotar no ombro, mas seu filho não estava
usando. O bebê estava contra seu outro ombro, e suas minúsculas asas
se espalharam enquanto ele chupava a pele bronzeada de Ristan,
fazendo com que o sangue escorresse por seu braço. Pequenas asas
eram visíveis no cobertor em que ele envolveu seu filho, e isso puxou
meu coração.
— Ele está comendo você? — Olhei ao redor de Ristan, tentando ter
uma visão melhor do bebê.
— No criei um novo mundo — Ryder murmurou. — Synthia está
falando daquele em que escondemos Ciara para proteger ela quando
lutei com Alazander.
— Não é grande o suficiente para conter os Fae, então. — Ristan
franziu a testa, girando para me encarar. — Ele não está me comendo.
Se agarra à minha pele. Acho que conforta me morder, então permito.
— Porque isso não é estranho... — Toquei a parte de trás do cabelo
ruivo brilhante de seu filho, observando enquanto uma linha azul
seguia meus dedos enquanto eu acariciava sua pequena cabeça. Fechei
os olhos e abençoei o bebê com uma vida longa e frutífera. Seus
dedinhos se estenderam para agarrar os meus e eu sorri enquanto
olhava para os grandes e lindos olhos que pareciam com os de sua mãe.
Ristan olhou para mim e antes que eu pudesse argumentar o
contrário, ele me entregou seu filho. Peguei sem escolha e o embalei
perto de mim. Ristan exalou lentamente, como se estivesse liberando o
peso do mundo, e então disparou para frente, me abraçando com força.
Meus olhos se encheram de lágrimas quando ele beijou minha testa.
Ele exalou de novo, e eu não estava confiante de que não era a primeira
vez que ele se permitia respirar desde a morte de Olivia.
— Oh, Demônio. — Sussurrei densamente, sabendo que não estava
lá quando ele mais precisava de mim.
— Puta que pariu, Flor. — Sua voz estava rouca e apertada na
garganta, fazendo sufocar as palavras enquanto falava. — Sinto muito
por você ter passado por toda essa merda. Eu deveria ter sabido melhor
ou feito algo para ajudar. — Eu o abracei com mais força até sentir
uma picada no ombro. — Cuidado, ele morde.
— Devo ouvir isso de você. — Eu ri, beijando a cabeça de seu filho.
— Como o nomeou? — Me encolhi um pouco, instantaneamente me
odiando por não ter perguntado antes.
— Órion, porque sua mãe orava para as estrelas todas as noites
para que ele fosse perfeito. Também significa filho do fogo, e ele está
destinado a se tornar um poderoso caçador. Achei que era um nome
adequado devido ao seu cabelo de fogo. Ele se parece com ela. — O
queixo de Ristan tremeu enquanto lutava contra suas emoções. —
Olivia teria ficado na lua e nas estrelas por ele. — Se inclinando, ele
deu um beijo no topo da cabeça de seu filho.
— É o nome perfeito para um menino perfeito. — Admiti, beijando
seus cachos ruivos.
O sangue escorria do meu ombro, mas ele não mordeu mais, só o
suficiente para se segurar em mim, como se temesse que eu o deixasse
cair. Meus dedos espanaram suas asas, e observei sua cauda
minúscula enrolada em meu pulso, segurando enquanto ele a
acariciava.
— Você vai voltar disso. — Ristan sussurrou em meu ouvido, me
surpreendendo.
— Com o tempo, mas será logo para fazer a diferença? Essa é a
verdadeira questão.
— Você é forte, Flor. É uma bela turbulência que luta como um
furacão de categoria cinco, causando estragos nas costas da terra até
que se vá e a vida seja renovada. Sei que te decepcionamos quando
você mais precisava de nós, mas é mais forte do que as experiências
que já passou. Não te culpo pela morte de Olivia. Sei que fui muito duro
quando ela morreu, mas foi como se um pedaço da minha alma tivesse
sido arrancado sem aviso e ainda estivesse faltando. Se eu consegui
superar isso sem ela, você pode superar o que quer que tenha
acontecido com você naquela prisão. Algum dia, vai entender por que
isso aconteceu.
— Se me disser que tudo acontece por uma razão, posso gritar com
você, demônio. — Um sorriso tenso cobriu sua boca e ele deu um passo
para trás, fora do meu alcance. — Não sei se vou poder ser quem eu
era antes do que aconteceu na prisão.
— Talvez você não deva mais ser aquela garota. Pare de tentar ser
ela e aprenda a ser você. Você não é o que eles a forçaram a se tornar.
Você é quem foi criada para ser. E daí se eles empurraram você.
Empurre de volta, Flor.
— Demônio, não é tão simples.
— Você é a porra da Rainha da Horda porque era forte o suficiente
para segurar esse poder, e nenhuma mulher jamais o controlou antes.
Você sobreviveu à morte e a outros eventos angustiantes e, cada vez
que é derrubada, se levanta mais forte. Então, volte porque precisamos
que você esteja conosco para essa luta. — Ele estendeu os braços para
o filho e Órion se transportou, desaparecendo de meus braços para
voltar para os de seu pai sem precisar ser avisado.
A visão de Ristan segurando o bebê minúsculo em seus braços fortes
enviou um calor correndo por mim com orgulho. Chegamos tão longe
no pouco tempo que estivemos todos juntos. Em toda a realidade, fazia
pouco mais de um ano desde que conheci Ryder, e mesmo que
parecesse uma vida inteira, não fazia tanto tempo. Me apaixonei, me
tornei mãe e enfrentei a guerra tudo antes de meu aniversário de 23
anos, que a maioria das pessoas ainda não tinha realmente começado
a viver na minha idade. Merda, a maioria das pessoas nem tinha
decidido um curso na faculdade na minha idade, e aqui estava eu,
tentando salvar um mundo. Morri, renasci e mudei tanto no pouco
tempo que estive aqui, que estava indo muito bem, ou assim pensei.
Lágrimas queimaram meus olhos, nadando em minha visão
enquanto eu o observava ajustando o pequeno bebê. Ristan ergueu os
olhos para travar nos meus enquanto assentia, sem precisar de
palavras para me dizer que ele ficaria bem. Talvez não hoje ou amanhã,
mas eventualmente, estaríamos todos bem de novo.
— Eu sei, mas a vida não é preta ou branca. Agora sei o que é o
cinza e não é bonito.
— Nós não lutamos por nós. Lutamos por nossos filhos. Eles
merecem uma chance de viver neste mundo sem a ameaça de guerra
respirando em seus pescoços. Nossos filhos merecem conhecer este
mundo, então o que quer que vocês dois precisem fazer, sugiro que
façam. — Ristan quase ordenou. — Mamãe e papai não podem brigar
quando mais precisamos deles. Não quando estamos preparando nosso
exército para marchar juntos para a guerra em nossa maior luta.
— Não é tão fácil. — Me virei, saindo da sala enquanto meu
estômago revirava com as memórias dos monstros. O suor gotejou em
minha testa enquanto eu passava por pessoas no corredor, virando
uma esquina para ficar sozinha. Tudo parecia errado, como se eu ainda
estivesse presa naquele lugar do inferno, mas sem escapar.
— Synthia. — Ryder chamou, e me virei, caminhando para trás sem
parar.
— O quê?
— Eu posso fazer isso. Se você acha que é algo que precisamos, vou
construir para você a porra de um mundo para esconder nosso povo
enquanto lutamos juntos nesta guerra.
— Eu não sei se isso funcionaria, Ryder.
Era bipolar, mas como você convence uma raça inteira a se esconder
enquanto outros lutavam na guerra? Por quanto tempo eles teriam que
se esconder naquele mundo, e qual seria o custo para meu marido se
ele o construísse com sua magia? Ele já tinha feito um mundo, um
lindo para nós escaparmos, mas era nosso refúgio, e não estava nem
perto de ser grande o suficiente para esconder uma raça inteira.
Ryder caminhou em minha direção, fechando a distância entre nós
até que me forçou a parar contra a parede, enjaulada entre suas mãos.
— Se precisa de uma porra de um mundo grande o suficiente para
caber nosso povo, vou fazer isso. Se precisar de espaço, vou dar a você.
Mas não vou desistir de nós, Synthia. Eu sou um idiota. Você sabia
disso quando me conheceu. Nunca escondi essa parte de mim de você.
Nunca menti sobre como me sentia por você ou o que você me fez sentir.
Essa parte de nós sempre foi real.
Ele estudou meu rosto, lambendo os lábios como se pretendesse me
beijar sem sentido, e eu ansiava por isso mais do que o ar que
alimentava meus pulmões. Engolindo em seco, observei sua boca
pecaminosa antes de dirigir minha atenção de volta para seu olhar
aquecido.
— Exceto a parte em que você mentiu para mim sobre o que você é.
Me deixou supor que foi tirado de mim em nosso casamento e perdi
nosso filho para te salvar. Ryder, você quebrou minha confiança, mas
pior, quebrou meu maldito coração por não confiar em mim o suficiente
para me contar seus segredos. Devíamos ser uma equipe, você e eu. —
Tentei sair de debaixo de seus braços, mas ele evitou e me bloqueou.
Desistindo, suspirei e olhei para ele. — Olha, não sei onde ou quando
isso deixou de ser nós contra eles e começou a ser nós um contra o
outro de novo, mas acabou. Agora, se você não se importa, preciso
cuidar das pessoas no pátio e depois descansar. Vou mandar um
recado a Alden para trazer pergaminhos, junto com um novo mapa.
Enquanto isso, podemos começar a criar um novo reino, desde que você
possa fazer isso sem se machucar ou perder o poder enquanto ele está
sendo criado. Não quero machucar você.
Me abaixei sob seus braços, decolando como se o chão estivesse em
chamas. Eu não conseguia lidar com o calor em seu olhar ou a forma
como meu corpo se apertou com a necessidade dele tirar a dor e as
memórias de Malachi e seus monstros. E eu com certeza não conseguia
pensar ou lembrar que estava com raiva dele quando seus lábios
estavam perto dos meus.
Esse homem era areia movediça. Quanto mais você lutava contra
isso, mais fundo afundava até não lutar mais. O homem estava dizendo
tudo certo, mas as ações falavam muito mais do que palavras, e eu
ainda não tinha visto. Se realmente me quisesse de volta, ele faria um
esforço.
Amar Ryder era fácil; era uma segunda natureza para mim amar
aquela besta. O verdadeiro problema era que eu nem gostava de mim
mesma no momento e precisava trabalhar para consertar o que estava
quebrado. Eu queria ver Ryder provar que me amava e me queria mais
do que o poder que corria em minhas veias. Eu precisava saber que ele
estava dentro, e que poderia olhar além do que fiz para sobreviver.
O pátio inteiro estava cheio de Faes desalojados que enxameava o
terreno como um campo de imigração. Milhares de Fae vieram para a
Horda como santuário. Durante a chegada, teve confusão e eles foram
negligenciados por causa disso. Agora estavam desesperadamente com
pouca comida, roupas e barracas para afastar o vento e os elementos.
Pessoas desesperadas podem facilmente se tornar perigosas à medida
que a necessidade de sobreviver começa a consumir elas.
— Mande trazer mais comida do porão para alimentar os famintos.
— Ordenei aos guardas que aguardavam minhas ordens. — Distribua
rações por família, não por casta ou grupo. Faça com que os tecelões e
os detentores de magia enfeitiçam mais cobertores e se certifiquem de
que sejam grossos e quentes o suficiente para afastar o frio do ar.
Distribua para aqueles que não possuem a capacidade de criar seus
próprios suprimentos, incluindo roupas. Esses Fae não deveriam estar
com frio quando os convidamos a vir para nossa terra para encontrar
abrigo. Faça com que os curtidores tragam mais barracas. Aqueles que
não têm família devem ser colocados em abrigos maiores para
compartilhar os arranjos de moradia, permitindo que as famílias
tenham suas próprias tendas. Mande chamar os marceneiros e peça
que tragam pedaços de madeira que não podem usar para fazer armas
para alimentar o fogo.
— Fortalecer as alas deve ser nossa principal prioridade. Lucian
deve ser chamado para adicionar mais poder, reforçando as que temos,
e construindo quaisquer proteções adicionais necessárias para
proteger a fortaleza no caso de outro ataque. Spyder pode fazer isso se
Lucian não puder ser encontrado.
— Envie guardas adicionais para grupos maiores de pessoas. Várias
lutas ocorreram nas últimas horas. Isso não deveria acontecer, não
com famílias aqui para observar ou serem apanhadas no meio. Se
alguém lutar e não prestar atenção ao aviso, será colocado na
masmorra até mudar de atitude.
— Sorria também. Estamos recebendo pessoas que passaram pelo
inferno em nossa casa. Parecer que você prefere matar eles a ajudar
não está tranquilizando ninguém de que eles e suas famílias fizeram a
escolha certa ao vir nos pedir ajuda. Depois de distribuir os
suprimentos, pergunte sobre suas habilidades.
— Precisamos mapear quem será útil ou quem precisa estar na
retaguarda do exército em marcha antes de sairmos daqui. Ale também
é necessária. Queremos que eles se sintam confortáveis e seguros,
senhores. Eles são nossos convidados, não prisioneiros. Tenhamos
certeza de que eles estejam cientes desse fato.
— Como desejar, minha Rainha. — Johan, um dos guardas, acenou
com a cabeça enquanto corria com os outros para seguir as ordens.
Fiquei olhando para os guardas, silenciosamente sacudindo o
aperto no estômago enquanto as memórias passavam pela minha
mente. Fechando meus olhos, imaginei meus filhos como eram antes
de Destiny levar para proteger eles. Eles eram meu lugar feliz e calmo
que enviou uma riqueza de calor correndo através de mim para remover
as garras geladas de Malachi da minha alma. Ouvi o som de cascalho
sob meus pés e me virei para ver Ciara, Erie, Icelyn, Lilith e Fyra
entrando atrás de mim.
— Ao meu lado, senhoras. — Murmurei enquanto lutava para
dissipar o último gelo remanescente do pesadelo que eu tive antes de
descer para cuidar dos Faes. — Diremos olá ao povo da Terra dos Fae,
certo? — Pisquei e observei enquanto sorrisos perversos se espalhavam
em seus rostos.
— Então, você tem certeza de que não podemos ser ásperas nem um
pouco? — Erie perguntou.
— Faes são amigos, não comida. — Estremeci com a ideia.
— Eca, não comeria. — Ela se encolheu, franzindo o nariz em
desgosto.
Tochas iluminavam os caminhos junto com pequenas fadas
enquanto voavam aqui e ali entre a multidão de pessoas. Braseiros
maiores adicionavam calor ao redor das bordas, e grandes criaturas
aladas que se assemelhavam a um cruzamento entre leões gigantes e
pássaros sopravam o calor sobre o pátio.
Ryder tinha adicionado mais tochas por todo terreno, o que apreciei
já que as luas da Terra dos Fae estavam em uma crescente e as noites
neste mundo eram semelhantes a um blecaute numa cidade grande.
Criaturas circulavam, usando suas habilidades para aliviar o
desconforto dos outros, e me aquecia ver elas sendo tão generosas. Não
era sempre que os Fae se juntavam e ajudavam uns aos outros, e
testemunhar isso acontecendo nesta grande escala oferecia esperança
para um futuro melhor.
Famílias se sentavam ao redor das fogueiras, embalando seus filhos
bem perto, fazendo meu coração doer por meus próprios filhos estarem
aqui, e ainda assim era muito perigoso trazer eles de volta a menos que
ganhássemos a guerra.
O aviso de Thanatos ecoou em minha cabeça toda vez que sequer
considerei seu retorno. A realidade da situação atingiu sua casa com
força, quando mães viúvas imploraram nos portões para entrar.
Os pais trouxeram filhos sem mãe e, ocasionalmente, casos de pais
lamentando a perda de seus filhos chegaram aos nossos ouvidos. A
guerra era feia e não se importava com os jovens ou velhos, fracos ou
fortes. Matou sem piedade, atravessando famílias e deixando
carnificina em todos os lugares que tocou.
Os homens atiçavam as fogueiras enquanto as crianças se
amontoavam ao redor deles, tremendo violentamente de frio. As
chamas pouco fizeram para afastar os dedos gelados da primavera que
envolviam a Terra dos Fae. A maioria das famílias fugiu de suas casas
sem nada além das roupas do corpo.
Fiz uma careta quando vi um pai que acrescentou o que parecia ser
carvão ao fogo. Por vários momentos, o observei fazer tudo que podia
para manter seus filhos aquecidos. Enfeiticei cobertores, me
aproximando enquanto o pai se levantava para defender seus filhos da
ameaça que pensava que eu impunha. Me olhando com desconfiança,
ele bloqueou o caminho para as crianças pequenas.
— Quem é você? — O pai estendeu as mãos enquanto seus filhos
aceitavam prontamente os cobertores, me fazendo engolir a vontade de
tranquilizar.
— Ela é a fodida rainha! Relaxe, porra. — Erie bufou enquanto suas
mãos pousaram nas espadas duplas que enfeitavam seus quadris
delgados.
— Rainha de quê? — Ele demandou. O medo deslizou por seu rosto
enquanto ele se movia para onde a luz do fogo iluminava meu rosto.
— Da Horda. — Sorri e passei por ele para colocar um cobertor em
volta dos ombros de sua filha, ignorando sua inquietação por ajudar
ele e sua pequena família. — Lá vai você, querida. E você, você parece
destemido, bom senhor. — Falei ao menininho. Me ajoelhei no chão,
sem me importar que isso sujasse o vestido que eu usava.
Rapidamente, antes que o garoto pudesse discutir, enfeiticei outro
cobertor de lã fina e o estendi para ele. — Para você, meu bravo pequeno
guerreiro. — Ofereci, observando seus olhos baixarem para a minha
mão que estava estendida para ele.
— Eles dizem que você rasgou a garganta dos homens, é verdade?
— Os olhos do jovem estavam arregalados de admiração e a emoção
iluminou seu sorriso.
— Bailey! Ela é a Rainha. Você não pode falar a menos que ela dê
permissão. — Seu pai corrigiu asperamente.
— Pode manter um segredo, Bailey? — Sussurrei por trás da mão,
alto o suficiente para que seu pai pudesse me ouvir. Ele se aproximou
de mim, segurando o cobertor em suas mãozinhas, e eu sorri.
— Sim, minha Rainha. — Ele murmurou, balançando a cabeça
vigorosamente enquanto seus olhos brilhavam de alegria.
— Sim, eu rasguei a garganta de um homem, mas só para ganhar o
respeito da Horda. Honestamente, ele tinha um gosto horrível. Mas
agora, estou aqui para ajudar meu povo. Você não deveria estar com
frio ou fome quando está aqui em minhas terras. São meus convidados,
e não verei meus convidados passarem fome ou tremer na terra quando
posso ajudar prontamente. O que gostaria de comer? — Perguntei,
procurando entre os rostos sujos das crianças. Acenei com a mão,
observando enquanto eles eram limpos da sujeira por estarem do lado
de fora por um longo tempo. A boca da menina caiu aberta, e ela se
levantou, me abraçando enquanto seu pai sibilava.
— Eu sinto muito! Não estamos acostumados a estar na presença
da realeza. Viemos das montanhas. — Ele caiu de joelhos quando ela
soltou meu pescoço e baixou a cabeça de vergonha.
— Se levante agora. — Ordenei, ficando de pé para olhar para ele.
— Não sou uma rainha comum. Você não deve ficar de joelhos na frente
de seus filhos. Você os cria pelo exemplo e nós somos uma Horda, não
somos? Ela estava simplesmente me agradecendo por limpar a sujeira
dela. Não fez nada de errado e nada que deveria te deixar de joelhos.
Agora, — eu disse, batendo palmas com um sorriso triste nos lábios —
o que vocês bichinhos gostariam de comer?
— Presunto. Presunto e batatas. — O menino disse com uma
expressão sonhadora no rosto enquanto lambia os lábios.
— Maçãs e frutas vermelhas com creme. — A garota disse, sorrindo
enquanto soltava um suspiro de melancolia. Olhos arregalados
sorriram, me observando. A esperança queimando neles fez meu
estômago apertar com o pedido tão simples como frutas e creme.
Estalei os dedos e surgiram tigelas cheias de presunto e sopa de
batata, junto com frutas cobertas de creme espesso e rico. Sorri para o
pai, que olhou para a comida com gratidão. Ele observou seus filhos
cavando com fome enquanto suas barrigas rosnavam e sorri,
observando elas ignorar os talheres que forneci para cavar a comida
com as mãos.
— Isso é tão bom! — A garota disse com a boca cheia de frutas
vermelhas, me fazendo rir quando seus olhos se arregalaram,
percebendo que ela cuspiu um pouco de emoção.
— Você deve comer com eles, ou eles podem consumir tudo antes
mesmo de você dar uma mordida. — Enfeiticei outro cobertor e o
estendi para seu pai, o observando olhar para minhas mãos. — Mandei
o mordomo e seus homens pegar mais tendas e roupas. Eles serão
entregues em breve. Se certifique de receber um e, se não receber, peça
para mim pessoalmente, e vou me certificar de que receba um.
— Estou imundo, Minha Rainha. Não sou digno do que você
forneceu a meus filhos e a mim. — Admitiu, incomodado, esfregando a
mão no pescoço enquanto as lágrimas inundavam seus olhos. — Sou
um simples carpinteiro, e não um guerreiro digno de sua magia ou
generosidade.
— Todos nós estamos só tentando sobreviver. Não importa qual seja
sua função hoje. Quando o inimigo vier, todos nós vamos lutar contra
ele e faremos nossa parte para vencer esta guerra. Você não pode lutar
se estiver morrendo de fome. Aqui. — Falei com firmeza, entregando
um cobertor.
Minha magia o limpou da sujeira e da fuligem, observei suas feições
ternas. Ele era mais jovem do que eu suspeitava, com amáveis olhos
verdes que olhavam para onde nossas mãos se tocavam enquanto ele
aceitava o cobertor.
Passei para a próxima família, e a próxima, enquanto Ciara e as
outras se juntavam, ajudando os guardas a distribuir cobertores,
tendas e comida para aqueles que não conseguiam encantar ou
conjurar seus próprios. Era um trabalho demorado cuidar de milhares
de Faes e criaturas deslocadas, e ficamos nisso por horas sem parar ou
descansar.
Sorri quando Ryder e a Guarda de Elite se juntaram a nós,
distribuindo itens e ajudando aqueles que trouxeram às tendas a
montar. Foi um espetáculo para ser visto, a realeza da Horda fazendo
bagunça enquanto ajudava seu povo. Isso deu aos Fae dentro do pátio
a garantia de que estavam seguros, o que deveríamos ter feito muito
antes.
Silenciosamente, olhei para Ryder, que estava de mãos dadas com
uma criança que o olhava como se fosse à coisa maior e mais
assustadora da criação, e ainda assim ele se agarrava à mão da minha
bela besta.
Nossos olhares se encontraram através do pátio enquanto o calor se
enrolava em minha barriga com uma necessidade avassaladora que me
chocou. Um rubor encheu minhas bochechas, e queria rir do absurdo
disso, mas deixei as borboletas que ele criou dentro de mim me
lembrarem de como ainda me fazia sentir.
Chupei meu lábio entre os dentes, brincando com ele enquanto
flertávamos com nossos olhos em meio ao caos que enchia o outrora
belo pátio do castelo. Sua boca se torceu em um sorriso conhecedor, e
desviei a atenção para ele brevemente enquanto o calor enchia meu
centro, fazendo suas narinas dilatarem quando uma sobrancelha se
ergueu com o desafio queimando em seus olhos.
A criança acariciando sua perna chamou minha atenção, e meu
coração se apertou com o desejo de ver Ryder com nossos filhos.
Abaixei a cabeça enquanto a dor atravessava meu coração com
saudade de nossos filhos. Para mim, eles se foram para sempre.
Pareceu interminável com o tempo que sofri na prisão Seelie, enquanto
para Ryder, algumas semanas se passaram desde que dissemos adeus.
Parei na frente de uma grande tenda e olhei pela abertura para onde
um homem me observava de perto. Olhos de meia-noite olharam para
mim. Seu cabelo preto-azulado espesso estava caído sobre os ombros,
e ele exalava escuridão e poder sutil que estava sendo suprimido de
propósito. Sua pele estava livre de manchas e características
marcantes me diziam que ele era de uma casta superior de Fae.
Ele não se moveu ou se levantou quando entrei na grande e opulenta
tenda que ele tinha colocado no meio do pátio como se tivesse direito
ao local. Sua camisa foi aberta para revelar músculos elegantes e
esculpidos que estavam cobertos de tatuagens. Um sorriso suave
passou por sua boca carnuda, apreciando meus olhos enquanto eles
lentamente observavam cada centímetro dele. Maçãs do rosto salientes
lhe davam uma aparência régia, com traços perfeitamente esculpidos
que imploravam aos olhos para acariciá-los.
— Você não é bonita, minha senhora? E atormentada por pesadelos,
não? Posso saborear eles dentro de você, provocando você a sonhar
com o prazer das criaturas Seelie.
Ele se levantou, colocando sua bebida ao lado dele em uma pequena
mesa, e então veio em minha direção. Eu o inspecionei, notando que
seus olhos pesadamente encobertos eram, na verdade, pretos como
uma noite sem estrelas, com um contorno violeta.
Alto Fae?
— E quem você seria, linda? — Ele perguntou com a voz rouca,
tocando meu cabelo, envolvendo em seu dedo, estudando
silenciosamente antes de sua atenção voltar para a minha.
— A Rainha da Horda. — Anunciei, inclinando lentamente a cabeça
e erguendo uma sobrancelha.
Assisti o sorriso cair de seus lábios pecaminosamente carnudos
enquanto ele desenrolava o dedo do meu cabelo e dava um passo para
trás, me estudando com um olhar estreito e curioso.
— De jeito nenhum. — Ele riu. — Ela derrubou homens com o dobro
do meu tamanho em batalha. Dizem que ela é fria, com seios do
tamanho dos melões maiores e mais maduros da Terra dos Fae, e você
parece tudo menos fria, doce menina. — Seus olhos caíram para meus
seios como se quisesse acrescentar que meus melões não
correspondiam aos rumores, mas ele se absteve de fazer.
— Fiz um monte de coisas na batalha. — Retornei com cuidado,
acendendo minhas marcas e observando o reflexo delas em sua
expressão sombria. — Os homens adoram improvisar detalhes quando
começam a boatos, e aqueles que acabam transformando as mulheres
em bonecas infláveis são assim. Garanto, sou quem digo que sou.
Considerando que você é meu convidado, gostaria de te lembrar de ter
cuidado.
Ele deu um passo para trás lentamente, observando enquanto meu
corpo brilhava com meu poder interior, que permiti deslizar sobre ele.
Eu podia ouvir a multidão atrás de mim sussurrando em voz baixa e
notei a mulher com uma pele semelhante entrando na tenda para ficar
ao lado dele. Onde o cabelo dele era preto azeviche, o dela era loiro.
Onde os olhos dele eram escuros, os dela eram claros com pupilas
iridescentes misteriosas e íris verde-esmeralda.
— E você seria? — Perguntei.
— Cillian, Rei dos Pesadelos. — Ele anunciou, se curvando na
cintura em um movimento fluido e treinado.
— Tive a impressão de que uma Princesa, não um Rei, governava a
Corte dos Pesadelos.
— Você presumiu errado. — Disse ele com voz rouca, seus olhos
observando minhas marcas enquanto pulsavam. — Minha irmã, Ayla,
está aqui comigo. Ela é a Princesa dos Pesadelos. Estamos aqui entre
outros de minha linha, que trouxe conosco para proteger das
monstruosidades que devastam nossas terras. Talvez pudéssemos ser
úteis. Acredito que Ayla invocou pesadelos sobre um pequeno grupo de
guerra fortemente armado que entrou em meu reino. Eu ficaria feliz em
remover enquanto estou aqui, Vossa Majestade.
— Nenhum grupo de guerra foi enviado ao seu reino, Cillian. Só um
com um contrato de noivado pela mão do governante elegível, se
solteiro. — Expliquei cuidadosamente.
— E quem seria minha noiva sortuda? Tenho rumores de que uma
Deusa pode estar disponível para se casar, em breve?
— Mais uma vez, tivemos a impressão de que uma filha governava
o reino, por isso mandamos um pretendente. Nenhuma Deusa está
disponível, pois ela está muito casada com seu Rei. Você amaldiçoou o
pretendente que enviamos?
— Apenas com pesadelos. — Ele encolheu os ombros, forçando a luz
a brilhar nas algemas de prata que adornavam seus bíceps
musculosos. Suas calças caíram baixas em seus quadris, expondo uma
trilha feliz que dançou abaixo da linha V que ele deixou visível.
Tatuagens espessas cobriam seu peito, revelando marcas que
pertenciam à outra época, se movendo sobre sua pele de forma
sedutora. Ele foi criado como o Alto Fae, para atrair as mulheres com
sua beleza etérea.
— Zahruk é atormentado por pesadelos. Ele machucou um dos
meus amigos por causa deles. — Acusei, estreitando meus olhos com
raiva.
— Ela está bem? Talvez eu pudesse aliviar sua dor.
— Eu não disse que meu amigo era ela.
— Você é muito bonita para o Rei da Horda permitir manter amigos
homens por perto, Sua Majestade. — Cillian sorriu maliciosamente. —
Envie ela para mim e vou aliviar tudo que dói.
— Ela está morta e muito longe de se ajudar agora. — Olhei para o
outro lado da tenda para testemunhar um grupo de garotas saindo da
sala mais distante dentro dela.
— Eu sinto muito. Não percebi que sua amiga tinha ido embora.
— Por que você ficaria? Remova a maldição de meus homens ou saia
de minha casa. Não vou tolerar que meu povo seja amaldiçoado ao
partir para a batalha. Não quando eles vieram só para oferecer um de
nossos príncipes à sua corte para pagar o dízimo que você deve. Isso
foi feito de boa fé e para ajudá-lo a pagar algo que sabíamos que você
não poderia pagar. — Sibilei, observando ele de perto. — Você é um
convidado aqui. Sua recepção depende de você.
— Ayla, encontre os homens que você amaldiçoou e remova agora.
— Ordenou ele sem se afastar de mim.
Meu olhar seguiu sua irmã, notando a maneira como sua carranca
se fixou em mim. Não quebrei o contato visual até que ela desapareceu
na multidão de pessoas fora da tenda. Lentamente, me virei para olhar
para o Rei dos Pesadelos.
— Você pode livrar alguém dos pesadelos, não é, Cillian?
— Depende de qual tipo de pesadelo estamos falando, bem como o
nível em que eles estão embutidos em seu subconsciente, Sua Graça.
Também não estou na minha terra e não tão forte como seria se
estivéssemos lá, mas posso fazer o meu melhor para aliviar eles.
— Essas são todas suas irmãs? — Indiquei as meninas na parte de
trás da barraca, mudando de assunto abruptamente enquanto minhas
palmas começaram a suar. Isso não passou despercebido e ele franziu
a testa.
— tem medo da guerra que se aproxima? Isso te assombra em seus
sonhos quando se aproxima de nós? — ele perguntou, me observando
com atenção.
— A guerra não me assusta, não com minha besta ao meu lado.
— Mas algo está te assombrando em seus sonhos. Você tem medo
de sonhar. Posso sentir o gosto no ar ao seu redor.
— Deixe para lá. — Falei com firmeza.
— Posso aliviar os pesadelos, ou tentar, se me permitir. Você abriu
sua casa para minhas irmãs e para mim. Me deixe ajudar.
— Eu disse que estava bem. — Argumentei, observando as meninas.
— Você não está bem, e não disse que estava. Você disse para deixar
para lá porque falar sobre seus sonhos manifesta tudo o que a
assombra. Você não está tendo pesadelos. Está revivendo algo
traumático em seus sonhos, Sua Majestade. Não é?
— Você simplesmente não para, não é? — Quase pulei quando o
vento aumentou e um raio caiu contra o solo perto de nós. Fechei os
olhos, inalando lentamente antes de soltar enquanto lutava para
acalmar a agitação dentro de mim para que o mundo aliviasse a
tempestade que se formava acima do pátio.
— Minhas irmãs, — ele disse cuidadosamente, virando para um
grupo de mulheres que nos observava — Sitara, Pheme, Selene, Reyna,
Astraea e Terrwyn. — Elas curvaram suas cabeças antes de levantar
seus olhos em tons de arco-íris de volta para mim. — Ayla é a mais
velha e a mais poderosa da linha. Eu mesmo excluído, mas então eu
sou o Rei.
— E os seus pais? — Perguntei, estudando a maneira como ele
estremeceu e olhou de volta para suas irmãs como se fosse um assunto
desconfortável.
— Matei o Rei e a Rainha dos Pesadelos anteriores, Sua Majestade.
— Ele admitiu com um suspiro, suas mãos fechando em punhos ao seu
lado com raiva ou dor com a declaração da verdade.
— Bom, — falei, vendo seus olhos se arregalarem — ouvi que eles
eram idiotas nojentos. Me diga, Cillian, você é um bom rei para o seu
povo ou terei que te substituir no trono?
— Defina o que é bom. — Ele respondeu com cuidado, me olhando
com preocupação.
— Você tortura seu povo ou abusa deles desnecessariamente? Você
os trata mal para seu próprio prazer?
— Uma corte é só uma corte se o povo escolhe seguir seu rei. Sou
bom com nosso povo, ao contrário de meus pais, que foram cruéis
conosco e com nosso reino. Me esforço para ser o rei que nosso povo
merece, embora ainda estejamos reconstruindo o reino da destruição
de meus pais que o sangrem para acomodar seu estilo de vida luxuoso.
— Bom, você precisa de alguma coisa?
— Não, podemos enfeitiçar tudo o que precisamos.
— Porque você é alto Fae. — Afirmei, e seu olhar se estreitou em
mim. — Você pode enganar os outros com seu glamour, mas eu posso
ver através dele. Um de seus pais era Alto Fae de nascimento, então
quem era? Mamãe ou papai, Cillian?
— Nossa mãe era Alto Fae, Sua Graça. Ela era a Herdeira do Reino
da Luz, mas foi abandonada em nossa corte quando criança. Meu pai
foi instruído a matar ela se Tatianna voltasse para ela, mas ele se
apaixonou por ela ao invés disso. Ela não era a Rainha dos Pesadelos,
mas deu à luz a todos os filhos do meu pai. Minha madrasta a
assassinou em um acesso de ciúme e começou a abusar de minhas
irmãs para seu prazer. Se tornou um jogo de quem poderia machucar
mais o outro entre meu pai e sua esposa, até que todo o reino sofreu
por isso, porque nenhum admitiria a derrota para o outro.
— Sua mãe era Arianna? — Perguntei com cuidado, correndo meus
dentes sobre o lábio enquanto eu beliscava, estudando sua reação ao
seu nome.
— Sim. — Ele disse suavemente. — Ela era filha de Tatianna, Rainha
da Luz, e um pai desconhecido. Meu pai foi instruído a matar ela se a
rainha não voltasse em um determinado período de tempo, mas como
eu disse, ele se apaixonou por ela. Tatianna nunca veio buscar ela ou
perguntou se suas ordens foram seguidas, então eles ficaram felizes
por um tempo.
— Bem, isso explica o mistério. — Resmunguei.
— Quando soubemos que você expulsou o Rei e a Rainha dos Fae
da Luz da Terra dos Fae, presumimos que a terra escolheria um de nós
como o próximo Herdeiro da Luz.
— Foi para um Príncipe Seelie chamado Asher, que agora carrega
as marcas do herdeiro.
— Pensei que fosse para a linha de sangue? — Cillian franziu a testa,
olhando para suas irmãs, que ouviam atentamente.
— Não, vai para quem a terra escolher usar as marcas reais.
Escolheu bem, eu acho. Vai para aquele que melhor servirá à terra, não
para quem é coroado de nascimento.
— Talvez o tenha escolhido porque não estávamos aqui? — Uma das
meninas ofereceu.
— Oh, mas você estava aqui quando o escolheu. Eu não levaria isso
para o lado pessoal. Nenhum de nós acabou onde deveria estar. Esta
terra tem vontade própria. Você não quer que ela escolha você. Nada
de bom vem com a coroa.
— Se você mudar de ideia sobre seus pesadelos, eu estarei aqui, Sua
Majestade. — Os olhos de Cillian procuraram os meus brevemente
antes de mudar para algo por cima do meu ombro.
Eu o senti sem precisar me virar para ver quem estava atrás de mim.
Ainda assim, me virei e dei a Ryder um sorriso tenso onde ele estava
parado do lado de fora da tenda. Ele se aproximou de mim enquanto
entregava itens para as pessoas que estavam esperando.
Balancei a cabeça em um adeus para Cillian e me juntei a Ryder.
Trabalhamos noite adentro, distribuindo suprimentos. Eu tinha
certeza de que cairia no sono de exaustão, cansada demais para que os
pesadelos me alcançassem, cavando suas garras.
Eu estava errada.
Os pesadelos voltaram.
Eles sempre voltavam.
Synthia se sacudiu e se virou, seu corpo coberto de suor enquanto
os pesadelos atormentavam sua mente. Cillian estava no canto da sala,
banhado nas sombras, estudando ela através de tudo. Rosnei um aviso
silencioso, e sua boca começou a se abrir como se pretendesse falar.
Ele balançou a cabeça, erguendo o queixo enquanto observava a gota
de suor em sua testa. Ela estava presa em outro sonho aterrorizante,
seu poder se desdobrando em ondas perigosas enquanto o pesadelo a
segurava em suas garras geladas, se recusando a libertar ela.
— Você precisa entrar na mente dela para testemunhar o que vejo.
— Sussurrou Cillian, mal alto o suficiente para ser ouvido no quarto.
Sua magia rodou através de sua pele dentro das marcas obsidiana
escura que pulsavam roxas e pretas enquanto dançavam sobre seus
antebraços e bíceps.
— Synthia não gosta de pessoas dentro de sua cabeça, confie em
mim.
— Não me importo com o que ela gosta, e nem você quando vir o
que está realmente acontecendo com ela.
— Eu não deveria ter permitido que você entrasse neste quarto,
porra. — Respondi irritado, sabendo que ela ficaria chateada se
soubesse que eu o trouxe para o nosso quarto.
Ouvi ele falando com ela, se oferecendo para a livrar dos pesadelos.
Eu sabia o que ele poderia fazer, e tudo dentro de mim precisava saber
o que ela suportou naquele buraco. Podia sentir o cheiro do suor que
grudava em seu pescoço quando eles vieram buscá-la quando ela
estava acordada.
Eu sabia o momento em que ela fugiria de mim para me proteger da
merda que a assombra. Eu não queria ser protegido. Queria saber o
que aconteceu com minha esposa quando a deixei naquele buraco
escuro e profundo no chão.
— Mas você fez, e ela não tem pesadelos, Rei da Horda. Ela é
atormentada por uma magia que não permite que ela se liberte para
descobrir a verdade sobre o que ocorreu a ela naquela prisão. Ela
nunca estará livre do Seelie naquele buraco se você não me permitir
intervir. Você me trouxe para ajuda. Me deixe ajudar ela agora. Você
ajudou a proteger minha família, e isso é algo que nunca poderei
retribuir, mas posso fazer isso por você e sua rainha.
— Não te conheço, porra, nem confio em você.
— Você não deveria, mas como eu disse, sua esposa não vai escapar
desse monstro porque não pode. Ele é poderoso, e a única maneira de
libertar é fazer ela ver o que realmente aconteceu. Ele nunca vai soltar
ela de bom grado porque ela fez um acordo, e esse negócio não será
concluído a menos que ela supere o medo e enfrente o que aconteceu
lá. Ela está quebrada, mas não da maneira que supõe.
— Você está dizendo que aquele bastardo ainda pode chegar até ela?
— Rosnei, a emoção apertando meu estômago com o pensamento
daquele monstro sentindo qualquer uma de suas emoções e ainda
sendo capaz de torturar ela em seus sonhos. Meu olhar se voltou para
Synthia. Ela resistiu contra a cama como se estivesse sendo
atormentada infinitamente enquanto era brutalizada.
— Ele não precisa chegar até ela. Ele ainda a mantém em seus
sonhos. Deixa eu te mostrar, por favor. Vai entender quando ver o que
testemunhei.
— Este monstro permitiu que outros estuprassem minha esposa. —
Sibilei enquanto engolia a raiva que passou pela mente, nublando
meus pensamentos com o que eu encontraria se concordasse em entrar
no sonho de Synthia.
— Não, ele não fez. Ele nunca permitiu que tocassem em sua esposa.
Malachi a fez pensar que ela teve amantes, e que cedeu a ele porque
aquela emoção de traição era algo novo para ele. Não se engane, ele é
diferente de tudo neste mundo, mas nunca experimentou as emoções
ou os mundos que ela viu. Eles o fascinaram, assim como ela. Pegue a
porra da minha mão ou não. Pode me permitir te ajudar a libertar ela
de sua magia ou pode esperar que sua esposa enlouqueça. Seu domínio
sobre ela é absoluto, e ele não entende a dor que está causando a ela
agora que está livre do buraco.
Estudei seu corpo encharcado enquanto ela continuava a se agitar
e se virar, chorando enquanto as lágrimas escorriam de seus cílios
fechados para adicionar a umidade que já estava em seu rosto. Minha
mão escorregou na de Cillian e entramos em seu sonho.
O interior da caverna cheirava a almíscar e sexo, e minha garganta
apertou contra o que eu poderia ver, mas eu não estava preparado para
ver Synthia durante o sexo. Ela estava montando um monstro que
usava meu rosto, seu corpo coberto por um brilho sutil de suor
enquanto suas marcas brilhavam. Seus olhos sem deixar os dele
enquanto ela balançava os quadris, se inclinando para reclamar seus
lábios enquanto uma risada borbulhante escapava de sua boca.
— Que porra é essa? — Exigi.
— Olhe de novo. — Bufou Cillian.
Observei de perto como a criatura abaixo dela mudou para um
homem assustadoramente etéreo. Sua pele era da cor de alabastro e a
magia pulsava em sua pele com marcas de prata. Olhos da cor do céu
azul em um dia de verão observavam minha esposa e eu queria matar
ele. Foi esse Malachi que ela fodeu ou foi outro homem?
— Ela pensa que está com ele. — Explicou Cillian.
— Ela está transando com ele!
— Não, ela nem está lá. Synthia está ali. — Ele disse, apontando
para onde seu corpo flutuava em uma piscina de água azul-gelo.
A piscina brilhava ao seu redor, fazendo ela parecer angelical acima
da água sedosa. Seus olhos estavam fechados, suas mãos flutuando
acima da superfície enquanto o homem que assumi ser Malachi estava
sentado nas sombras, olhando para ela, em vez das imagens da cena
de sexo.
Ele jogou uma bola de prata que pairava sobre ela, e a caverna se
transformou em um caos, misturado com centenas de criaturas que
cercavam sua forma suja e escassamente coberta, rasgando ela em
pedaços.
— É uma ilusão. — Murmurei, arrastando a mão sobre a boca
quando a realidade disso bateu em mim. — Ele está mostrando a ela
sua dor, em troca de seu prazer?
— Ele está aprendendo, estudando o amor dela por você. Malachi
anseia pelas emoções dela porque ele nunca teve permissão para
conhecer elas antes de ser colocado neste inferno, e ele não estava
sozinho quando foi preso. Malachi foi jogado aqui sem poder, devorado
e mutilado pelos monstros que seus pais criaram antes dele. Não
entende seu fogo ou suas emoções por ter sido abandonado. Sinta ele,
Ryder. Sinta o que ele está procurando.
Fechei meus olhos contra os gritos horríveis de Synthia dentro da
ilusão enquanto os monstros a rasgavam lentamente, devorando ela
sem matar. Malachi observou, engolindo em seco enquanto rasgavam
minha esposa em pequenos pedaços.
Ele sentiu, porém, era evidente na maneira como se encolheu e
engoliu a dor até que sua mão se levantou, e eles acabaram com o
sofrimento dela. Seu olhar deslizou de volta para onde ela flutuava,
alheio ao que estava acontecendo com ela.
Não tinha um arranhão em sua pele perfeita. Seu corpo flutuou,
intocado e sem marcas pelas marcas que cobriram a ilusão até que não
era nada mais do que uma polpa ensanguentada.
— Ele a fez pensar que ela viveu no inferno. — Engoli em seco,
balançando a cabeça. — Ele nunca a tocou, mas aquela piscina está
permitindo que ele controle sua mente, para alimentar ela com tudo
que ele queria que ela acreditasse que era real.
— Exatamente, é toda a magia que percorre os labirintos do poço.
Malachi se tornou a fonte de energia da prisão. Ela está flutuando na
fonte original de poder, mas só uma fração dela permanece porque ele
a pegou para si. A magia que sente? É muito desgastante. Vazou para
dentro de seu corpo e, no momento em que fez, ele a agarrou com isso.
— Isso explica por que ela não cheirava diferente quando voltou para
mim. — Estudei seu corpo, observando enquanto ele colocava a mão
em sua testa, puxando fios de prata de energia dela e substituindo a
energia por partes dele. — Que merda ele está fazendo?
— Tirando uma memória de sua alma. — Cillian exalou. — Sua
Rainha sofre porque ela dá a ele poder com o medo de que ela te traiu.
Está no ar ao nosso redor, o cheiro pesado de culpa e auto aversão. Ele
não sabe que isso está causando sua dor, ou porque ela se recusa a
acordar. Malachi não quer machucar Synthia. Ele está realmente
tentando proteger ela do seu próprio jeito.
— E que porra ele precisa que ela se torne? — Exigi com os dentes
cerrados enquanto Malachi pegava outra corda, substituindo por outra
como algum mestre de marionetes.
— Sua chave para a liberdade. — Cillian admitiu, empurrando seu
longo cabelo atrás de suas orelhas pontudas. — Ele está totalmente
ciente de que possui a Deusa dos Fae, mas que ela não atingiu seu
potencial total. Ele está ajudando ela a agarrar porque, assim que fizer,
ela vai escapar deste lugar, e ele vai pegar carona com ela. Olhe lá. —
Cilian falou, apontando para garrafa que continha as esferas brilhantes
que ele tinha girado de sua essência.
— Que merda ele está fazendo com elas?
— Ele nem mesmo as toca, só as leva aos poucos até que falte o
suficiente para ela alcançar seu poder. Ele a está reconstruindo,
removendo todas as partes essenciais e reconstruindo no que ela
precisava se tornar para sair daqui.
— Ele está aqui. — Rosnei.
— Sim, ele está. Ele está em seus sonhos. Toda noite. — Cillian
empurrou sua mão contra meu peito enquanto eu avançava. — Você
vai perder a vantagem se intervir agora e Malachi sentir você. —
Argumentou enquanto balançava a cabeça, inquieto ao perceber a raiva
pulsando por mim.
— Essa é minha esposa, e ele pode dar o fora da minha garota. —
Cerrei os dentes, olhando para ele enquanto meu estômago doía, se
agitando com o que Synthia estava suportando.
Saí das sombras e Malachi se virou, inclinando a cabeça enquanto
me estudava com olhos violeta iridescentes. Tinha muito pouco que
imitava um humano nele, ao contrário dos outros Fae que Danu criou.
Parei na frente dele, liberando minha magia enquanto me observava.
— Você não deveria estar aqui. — Malachi riu antes de voltar para
Synthia.
— Essa é minha esposa, idiota. Precisa deixar ela ir. — Atravessei a
sala com a intenção de atacar, mas senti a barreira que ele colocou
entre nós. Bati nele, forçando seus olhos a encontrar os meus. — Lute
comigo, idiota — Exigi.
— Por que eu a daria de volta para você? Eu a amo, e você a jogou
fora. O destino a levou até mim para que eu pudesse ajudá-la.
— Ela te odeia pra caralho. — Cerrei os punhos ao meu lado,
lançando punhais para ele sem recuar um centímetro de merda.
Minhas asas explodiram nas costas enquanto empurrei minhas mãos
contra a barreira, movendo enquanto eu lutava para libertar ela de seu
aperto. Mesmo que o custo fosse minha vida. — Synthia é tudo de bom
neste mundo. Você está machucando ela.
— Não machuquei. Mostro sua dor e ela me mostra amor. É um
comércio justo.
— Você não saberia o que ela sente porque no momento em que ela
acorda, ela é minha de novo. Este mundo em que vivemos está
enfrentando uma guerra. Preciso de minha esposa e da mãe de meus
filhos de volta. O que está fazendo com ela está matando ela
lentamente, a fazendo doer de maneiras que você nunca entenderia.
Deixe minha esposa ir agora ou lute por ela!
— Os trigêmeos são seus, eles são adoráveis. Ela os ama mais do
que sua própria vida, o que a torna compassiva e... estranha para mim.
Minha mãe deu luz à monstros e os libertou para me massacrar, mas
sua esposa brinca com os filhos e ri de seus erros. Ela permite que eles
se escondam e depois finge encontrar eles para sua diversão. Synthia
é diferente das mulheres que conheci aqui, se preocupando mais com
os outros do que com ela mesma. É por isso que você a escolheu para
ser sua rainha, Rei da Horda? — Malachi inclinou a cabeça e piscou.
— Eu a escolhi porque a amo.
— Mas a deixou aqui comigo. Não foi? — Ele respondeu, observando
minha garganta balançar enquanto eu lutava contra a resposta.
— Achei que a prisão estava vazia depois que os outros fugiram. Ela
deveria estar segura.
— Ela estava segura porque eu garanti isso. Se ela tivesse ficado
acordada o tempo todo, teria enlouquecido, garanto a você. Não tem
comida aqui e ninguém mais está aqui, exceto eu agora – só cadáveres
permanecem junto com o nada do silêncio vazio para me fazer
companhia. Os outros escaparam ou morreram, mas o único que tinha
o poder de remover o símbolo dos deuses era uma deusa ou um deus
forte o suficiente para suportar o poder das runas sendo desmontadas.
Também tinha que ser um deus conectado a este mundo. Ela é, então
eu a protegi para me libertar, entre outras coisas.
— Ela libertou você. Agora você precisa libertar ela para Synthia
salvar este mundo e nossos filhos. Ela precisa que você a deixe ir, porra,
para que ela possa ser o que nasceu para ser. — Exigi, apertando
minhas mãos em punhos ao meu lado.
— E quem me faria companhia nas sombras, então?
— Não é nosso maldito problema. Você nem mesmo terá sombras, a
menos que ela seja curada e me ajude a lutar. Ela não pode fazer isso
com você devorando partes de sua alma em seus sonhos. Você usa o
pouco descanso que ela tem para torturar. Ela tem medo do sono,
temendo o tormento sem fim por você e os monstros que você a fez
pensar que ela dormiu antes que eles a destruíssem.
— Você quer amor, idiota? Vá encontrar o seu. Ela é minha e sempre
será minha. Não pode pegar algo de outra pessoa e esperar que seja
seu. Ela é uma besta sozinha. Ela é lindamente construída para resistir
às tempestades mais violentas que qualquer mundo poderia lançar
sobre ela, mas ela precisa que sua alma inteira esteja inteira.
— Mas você a tirou de outra pessoa, e ela escolheu você, sabendo
que você a tirou dele, certo? — Ele riu maliciosamente antes de olhar
para ela com um sorriso caloroso que eu queria arrancar de seu rosto.
— E a humanidade dela, a coisa que você desejava erradicar dela?
— Isso é uma parte dela. É uma parte que eu não deveria querer
que ela perdesse, porque é o que a torna leal e forte. Eu amo tudo dela,
e não vou parar de lutar para trazer ela de volta.
— Você a aceita agora como ela é? Porque suas emoções eram
conflitantes quanto a quem ela estava se tornando e se você poderia
amá-la se ela mudasse. Ela é uma calamidade de emoções, com a qual
não conseguiu aceitar no início. Suas memórias me ensinaram muito
e me mostraram tudo o que ela é, e como a vida poderia ser para nós
se escaparmos desta prisão. Também precisava da dor para se forçar a
fazer o que era necessário, porque é recém-nascida e muito jovem.
— Você está certo; ela é linda e lindamente quebrada. Eu tive que
apagar o que ela era para reconstruí-la no que ela queria se tornar. Eu
a criei onde os deuses não poderiam intervir, e o destino não poderia
forçar. Eu a transformei em quem ela nasceu para se tornar, e isso só
poderia ser feito através do conhecimento de causa e consequência.
Conhecer a dor e sentir ela infligida em um nível tão profundamente
profundo que redefine quem você é.
Malachi se afastou de mim e passou a mão pelo cabelo de Synthia
como se estivesse perdido em pensamentos e tentando confortar ela.
Bati na barreira de novo, e sua atenção voltou a se concentrar em mim.
— A desconstrução de uma alma é um processo demorado, mas
também brutal. Ela lutou comigo no início, mas depois entendeu o que
eu fiz. Eu a transformei em uma Deusa porque isso não era algo que
ela poderia fazer sozinha, não importa o quanto ela buscasse o poder.
Synthia é jovem e, embora tenha sofrido com a dor, não experimentou
a dor verdadeira na quantidade necessária para exercer os poderes.
Sem minha ajuda, esses poderes teriam controlado quem ela teria se
tornado. Se ela tivesse aceitado quando você queria, você a teria
perdido. Ela renunciou à verdadeira formação de uma Deusa durante
seu renascimento. Sem o tempo alocado de que o destino precisava, ela
teria permanecido como humana. Então, eu a consertei, e ela agora é
o que nasceu para ser. Você pode aceitar quem ela é agora? Ela não é
a mesma criatura que entrou neste inferno.
— Vou aceitar minha esposa como ela é, Malachi.
— Então, você está pronto para ela. — Malachi ficou em sua altura
total que espelhava a minha. — Você a aceita pelo que ela é, e isso é o
que ela estava esperando para receber. Synthia voltou para você,
Ryder. Ela sempre voltaria porque você está enterrado na alma dela.
Ela precisava que você aceitasse tudo dela. Estou aqui porque tenho
sua humanidade. A peça que peguei é o que ela precisava perder, e
também as peças às quais ela mais se agarrou. Você não pode erradicar
uma parte de quem ela era, não sem perder tudo dela.
— Ela vai precisar se perdoar pelo que presume que aconteceu na
prisão, mas remover a magia dela. Não será instantâneo porque nada
com magia é. Seu trabalho será ensinar ela a ser quem ela é agora,
permitindo que ela se cure com o tempo. Vou desvendar os sonhos e
permitir que ela veja a verdade de nosso relacionamento. Você é muito
mais sensato do que ela pensava em relação ao nosso acordo. Se ela
não descobrir a verdade sozinha, vou ajudar.
— Acordo? — perguntei.
— Ela dormiu até estar pronta para nos libertar. Synthia sabia que
se você pulasse para salvar ela, eu o teria usado contra ela sem
hesitação. Ela prometeu ensinar a uma criatura como eu o que era o
amor se eu pudesse ensinar ela a se tornar o que ela precisava ser para
a Terra dos Fae. O fato é que, quando você começa a evoluir através da
dor, as linhas começam a se confundir e a mente não consegue decifrar
os sonhos da realidade.
— Isso é o que foi necessário para trazer a Deusa Fae à vida. Você
está certo, ela é lindamente construída para guerrear, mas nenhum de
nós teria deixado este lugar antes de começar, e ela sabia disso. Ela
pode não se lembrar, mas Synthia sabia que tinha que voltar para você,
e inclusive fechou a porta da prisão para impedir que você pulasse nela
para salvar ela.
— Ela me protegeu. — Falei, sem surpresa que mesmo em seus
momentos mais sombrios, aquela mulher tinha pensado em mim em
vez de si mesma. Ela deixou Malachi fazer isso com ela, sabendo que
se alguém poderia trazer seu poder interior, seria o primogênito
Príncipe Seelie do Rei Oberon.
— Não o filho primogênito, sou o rei Malachi nesta prisão, mas
minha verdadeira mãe me chamou Oberon.
— E quem era sua mãe?
— Danu. — Malachi riu perversamente. — Eu sou irmão de Synthia,
um de muitos.
Cillian bufou. — Você a assistiu fazer sexo? Ela é sua irmã.
— Nunca me importei em olhar. Eu só queria sentir suas emoções.
Sou Fae e Deus, mas impotente neste lugar. O que aprendi a usar é só
uma lasca dos poderes com os quais nasci. Ela sabe quem eu sou. Ela
só precisa se lembrar quando estiver pronta. Ela vai acordar em breve,
e quando fizer, o Rei dos Pesadelos estará em seu quarto, e todos nós
estaremos em sua mente. Sugiro que você o faça sair antes que isso
aconteça.
— Você terminou aqui. Tenha cuidado, Ryder. Você é o Rei da Horda
e o Deus das Fadas, mas Synthia e eu? Fomos criados para governar
este mundo. Mas, não quero isso depois de aprender o que significa
experimentar suas memórias. Vou criar meu próprio reino com o
tempo, e viverei lá sem a bagunça deste mundo que nossa mãe criou.
Boa sorte, porque ela não nasceu apenas selvagem, ela nasceu com o
poder das fadas correndo em suas veias.
Acordei coberta de uma camada de suor com Ryder me segurando
contra ele com força. Ele se recusou a me deixar dormir sozinha, e não
era como se eu quisesse que ele dormisse, de qualquer maneira. Eu o
empurrei, me sentando para jogar as pernas para o lado da cama.
Bocejando, me alonguei antes de tirar o sono dos olhos. A mão de
Ryder tocou meu ombro, seguida por seus lábios. Ele passou os olhos
pelas minhas costas para o outro ombro, e me levantei, o deixando na
cama enquanto caminhava em direção ao banheiro sozinha. Cheguei à
porta e me virei, olhando para ele enquanto me observava, percebendo
a raiva e a dor que brilhavam dentro dos meus olhos.
— Acho que você deveria começar a dormir em seu quarto de novo.
— Me virei e fechei a porta, indo em direção ao chuveiro antes que ele
pudesse discutir.
Me encostei no balcão, olhando meu reflexo no espelho e vi Ryder
entrar na sala atrás de mim. Ele se desnudou a nada além de pele sem
usar magia, e segurou meus olhos no espelho, se certificando de que
eu notasse cada roupa quando fosse jogado de lado. Ele agarrou meu
ombro com força, me virando enquanto tirava a camisola que eu usava
em um movimento sólido que nos deixou nus.
— Ryder. — Avisei cuidadosamente enquanto o nervosismo corria
por mim.
— Foda-se, Synthia.
— O que? — Engasguei, incapaz de descobrir seu jogo.
— Você me ouviu. — Ele respondeu, me puxando com si para o
chuveiro antes de ligar a água e me segurar sob o jato. — Você pensa
que é diferente agora, e talvez seja. Passou pelo inferno. Se espera que
mude e evolua com a experiência. Você pensa que está suja por causa
do que fez, mas não está. Nunca realmente fodeu aqueles monstros, ou
eu seria capaz de cheirar eles em você.
— Você não tem ideia do que está falando. — Argumentei, odiando
a picada de lágrimas em meus olhos.
Ryder se inclinou e enterrou o rosto no meu pescoço, respirando
profundamente enquanto se movia para o centro do meu corpo e depois
voltava a subir, sorrindo. — Eu não sinto nada além de minha esposa
pura e intocada, que ainda carrega a porra do meu cheiro. Você é a
porra de uma guerreira que usou o que tinha para sobreviver a horrores
imagináveis. Então, vou lavar esse sentimento e te mostrar que, para
mim, você não é menos do que era antes de cair naquele buraco.
Depois, você vai me acompanhar lá em cima.
— É mesmo? E acha que pode lavar a sujeira de mim? — Estudei a
forma como seus olhos queimavam com o calor acumulado dentro
deles, e isso fez meu estômago revirar.
— Não acho que tenha nada de errado com você, não fisicamente,
animalzinho. Uma criatura poderosa manipulou você, e sua magia
desempenhou um papel importante no que você suportou. Eu preciso
que você se sacuda e se levante comigo.
— Não há diferença entre os dois. — Argumentei quando sua boca
tocou minha testa, roçando suavemente enquanto me beijava. — Estou
de pé, Ryder. Bem na sua frente, mas não sou mais aquela mulher que
se acovarda para ninguém. — Ele moveu seus beijos para o lado do
meu rosto e desceu para o meu pescoço. — O que você está fazendo?
— Estou mostrando que você ainda é a mesma mulher por quem
me apaixonei loucamente e irrevogavelmente. Nada mudou em você,
exceto o nível de seu poder e força interior. Não há nada aqui que seja
diferente. — Ele beijou minha outra bochecha em seguida, se movendo
em direção à minha garganta. — Ou aqui. — Continuou.
Sua boca se moveu para o meu ombro, e lutei contra as batidas
rápidas do meu coração enquanto o calor me inundava. Seu toque
acendeu um fogo que ganhou vida com calor abundante, enchendo
cada parte fria e morta de mim violentamente. Pior do que a
necessidade, senti seu amor quebrando o gelo que envolvia meu
coração, me protegendo de sentir o que eu tinha feito para permanecer
viva.
Ryder riu, sistematicamente continuando a verificar cada
centímetro do meu corpo até que estava ajoelhado no chão do chuveiro.
Suas mãos me empurraram contra a parede enquanto sua boca roçava
minha boceta, alheio à água correndo pelo meu corpo enquanto ele me
beijava entre as coxas, empurrando sua língua através da bagunça lisa
que ele tinha criado com seus beijos.
— Você tem um gosto delicioso, como sempre. Anseio pelo sabor
desta boceta mais do que o ar que enche meus pulmões, mulher. — Ele
rosnou, entrando em meu corpo com o dedo. Enrijeci com o movimento,
deixando cair a cabeça para trás contra a parede enquanto minhas
mãos passavam por seu cabelo, me segurando enquanto ele me
devorava. — Você sente o mesmo, pulsando em torno dos meus dedos,
me ordenhando com a buceta apertada enquanto me implora para te
encher.
Ele se levantou, levantando meus quadris enquanto olhos negros
cheios de estrelas douradas perscrutavam as profundezas da minha
alma. Era como se ele pensasse que poderia alcançar com seu olhar e
me puxar de volta da escuridão que me segurava com força.
Ryder me segurou contra seu pau, roçando contra a suavidade da
minha abertura, pedindo permissão. Passei meus braços em volta do
pescoço dele, empurrando para baixo em seu pau, e um grito saiu da
minha garganta quando ele entrou no meu corpo, duro e rápido.
— Puta que pariu, você é tão gostosa. — Ele rosnou, nos movendo
para fora do chuveiro e de volta para o quarto, me colocando na cama.
Ele moveu lentamente seus quadris enquanto minhas mãos o
seguravam para mim.
Eu o fechei, balançando meus quadris enquanto segurava meus
olhos firmemente com o amor que testemunhei queimando em suas
profundezas infinitas e escuras. Um amor que eu não merecia mais, e
isso doeu. Lágrimas picaram em meus olhos e fiz o meu melhor só para
sentir enquanto ele me levava em direção ao limite.
— Porra. — Ele rosnou com voz rouca, se retirando para a ponta de
seu pau, e meus olhos se abriram quando ele me negou. — Vai olhar
para mim enquanto eu te fodo, mulher. Vai saber muito bem quem está
entre suas pernas. Você não consegue me excluir. Seu marido está aqui
fodendo você, lutando por você para ver que você não mudou nas
maneiras que teme. Quero ver sua alma iluminada por mim. Quero ver
o fogo queimando dentro de seus lindos olhos enquanto eu a levo até o
limite e a envio para cima. Não vou te deixar me excluir mais, nem
nunca mais. Eu te amo. Te amei desde o primeiro momento em que
você me disse para me foder com esses lindos lábios vermelhos. Então,
mantenha esses lindos olhos abertos para mim e me mostre quem você
se tornou porque eu a quero também.
— Me mostre a Deusa que não se curva a nenhum homem, que luta
por aqueles que são fracos e precisam de sua força em seus momentos
mais sombrios. A mulher que se ajoelha na lama, distribuindo rações
para criaturas que a olham maravilhadas. — Ryder retrucou. — A
mulher que nem percebeu cada par de olhos fitando sua beleza etérea,
enquanto ela ficava no frio para ter certeza de que seu povo foi
alimentado e aquecido. Quero essa mulher porque ela é a outra metade
de quem eu sou, e juntos somos imparáveis. Me mostre minha linda
Rainha, pare de chorar o que pensa que perdeu e abrace o que se
tornou porque você é ainda mais bonita do que qualquer outra alma
neste mundo.
— Não é tão fácil, Ryder.
— É muito fácil. Se levante, Synthia. Levante e lute comigo. Eu
preciso de você do meu lado.
— Você me deixou lá!
— Porque você pulou, porra! — Ele gritou, empurrando meu corpo
com força. — Era para estar vazia. Quem foi que pulou na porra dessa
coisa em primeiro lugar?
— Eu fiz! Porque você me culpou por tudo! Mentiu para mim e
continuou mentindo para mim. Não posso nem confiar em você, porra!
— Rebati, rolando e batendo nele enquanto meu corpo se apertava com
a necessidade de liberação.
Suas mãos se levantaram, apertando meus seios dolorosamente
enquanto ele empurrava seus quadris. Ele lutou a guerra que eu
travava ao meu lado enquanto me observava me desfazer em torno dele,
gritando seu nome enquanto as lágrimas escorriam dos meus olhos.
— Eu te odeio! — Gritei.
— Eu também me odeio. — Ele admitiu, me virando enquanto abria
minhas pernas. — Odeio que você se machuque e que eu não posso
tirar essa dor de você. Odeio que a dor que sente poderia ter sido
evitada se eu não estivesse sofrendo por minha família. Odeio que você
esconda merda de mim e que eu esconda meus segredos de você. Odeio
que estejamos em guerra um com o outro enquanto outro está furioso
ao nosso redor. Mas não te odeio. Você é a porra da minha alma e está
tão profundamente encaixada nela que não consigo imaginar um
mundo onde você nunca existiu ou onde existiria sem mim. Você é a
âncora que me amarra a este mundo e me faz precisar ser uma pessoa
melhor. Não somos os Deuses que foderam com este mundo, Synthia.
Nós somos os Deuses que vão corrigir os erros deles e vamos fazer deste
lugar um mundo que vale a pena salvar. Vamos apagar eles de nossa
história e reescrever a nossa enquanto consertamos o que eles
arruinaram destruindo um ao outro. Volte para mim, mulher. Nós
fodemos, mas nós fodemos juntos. Você e eu, somos nós que este
mundo depende para salvar ele. Não quero que fique na minha frente
ou atrás de mim mais. Te quero ao meu lado, onde sempre pertenceu.
— Não me importo se este mundo queimar. — Rosnei, resistindo
contra ele.
— Sim, se importa, porque se queimar, nós vamos queimar com ele.
Você não vai permitir que isso aconteça porque tudo dentro de você
exige que salvemos a Terra dos Fae. Sei porque também posso sentir.
Você colocou sua alma em mim, lembra? Te conheço e sinto tudo o que
você sente.
— Eu te odeio. — Sussurrei, nos rolando de novo, deixando minhas
asas transparentes cintilantes se expandirem. — Odeio que não estava
lá quando precisei de você. Odeio que mentiu para mim, e eu nem sabia
que você podia mentir. Odeio que guardou segredos de mim e que eu
os mantive de você. Odeio ter feito qualquer coisa porque anseio por
provar isso. — Sussurrei, reivindicando seus lábios com fome enquanto
as lágrimas escorriam dos meus olhos. — Eu ansiava por sentir suas
mãos enquanto você me segurava com força, e o som de sua voz quando
me dizia que eu era seu mundo. Você não é minha âncora, Ryder, é
meu tudo. É as estrelas que iluminam meu céu mais escuro. É o
monstro que me mantém segura e me protege quando estou nos meus
pontos mais fracos. Você é o fogo que acende e queima dentro de mim.
Te odeio por isso, por precisar tanto de você que de bom grado fiz coisas
horríveis só para provar você por um momento.
— Não me importo com o que você pensa que fez naquele buraco.
Não me importo com o que aconteceu lá, ou se acha que deveria ter
vergonha de algo porque nada neste mundo ou lá embaixo é o que
parece. — Ryder rosnou, me levantando até que estava sentado comigo
em seu colo enquanto moveu seus quadris apressadamente. Suas asas
delicadas se abriram para roçar nas minhas, o que enviou mais
sensações eróticas pulsando por mim. — Algum dia, vai se lembrar de
tudo o que aconteceu e fará sentido. Mas, por enquanto, saiba que não
pode continuar se culpando. Agora me foda e me mostre por que você
é minha, mulher.
Nossas asas empurraram uma contra a outra, roçando com
entusiasmo, criando uma necessidade frenética dentro de nós
enquanto aumentava meu prazer. Meus braços envolveram seu
pescoço, reivindicando sua boca com tudo o que eu sentia e tudo o que
eu era. Eu o montei lentamente, embora cada instinto dentro de mim
quisesse se mover mais rápido, para apagar a sensação das criaturas
da minha pele, substituindo por sua luxúria e calor.
— Sua buceta gananciosa está me ordenhando, mulher. — Ele
moveu meus quadris rapidamente com as mãos e gemeu. — Estou
prestes a gozar tão profundamente nessa buceta de boas-vindas que
você me sentirá lá para sempre.
— Faça isso. — Exigi com a voz rouca, apertando com força contra
ele até que estava se movendo mais rápido, mais forte, abusando
deliciosamente do meu núcleo. Eu o senti ficar tenso, então tudo dentro
de mim implodiu e explodiu enquanto os tremores me abalavam.
Nós explodimos juntos, e o senti gozando dentro de mim, quebrando
todas as paredes que eu havia construído, me abrindo para ele. Minha
mente revelou os horrores que vivi, enquanto minha alma roçava a
familiaridade dele.
Provei a dor de Ryder, senti seu arrependimento por não saber o que
tinha dentro daquele poço. Provei seu amor enquanto dançava contra
minha boca enquanto ele me devorava. Ele gozou até minhas entranhas
queimarem, e quando se afastou da minha boca, seus olhos estavam
dourados e cheios de orgulho.
— Tenho uma surpresa para você. — Falou ele enquanto me virava
para a cama. Beijando minha testa, ele se inclinou para trás e deu um
tapa na minha bunda. — Tome banho e se vista.
— Você sabe que odeio surpresas.
— Você não vai odiar essa.
Vinte minutos depois, segurei sua mão enquanto passávamos por
soldados alinhados em todo o corredor, todos membros da Guarda de
Elite pessoal de Ryder. Dentro da torre, Lucian e seus homens estavam
ao lado de Erie e Callaghan na entrada, acenando para nós enquanto
passávamos.
O poder dentro da torre estava sufocando até que vi Destiny parada
perto da janela, sorrindo tristemente. Ela desapareceu, só para
reaparecer com meus três filhos, que agora eram tudo menos crianças.
Eles estavam em algum lugar à beira de ser adolescentes e perder suas
bochechas fofas.
— Oh meu Deus. — Sussurrei entrecortada. — Não é seguro para
eles estarem aqui! Thanatos disse para tirar eles daqui!
— Às vezes, a Morte fica ombro a ombro com aqueles que ele protege,
Synthia. — Thanatos disse, entrando na sala atrás de nós, me forçando
a virar e olhar para ele. — Você precisa se lembrar por que está lutando
e por que é necessária na Terra dos Fae. Você tem deuses e deusas
suficientes aqui para impedir que um idiota entre nesta torre. Você tem
uma hora. Seu tempo começa agora.
Nossos filhos sorriram, olhando para nós enquanto nos movemos
lentamente em direção a eles, sem saber como proceder. A maioria das
crianças não aceitava mudanças facilmente, e as nossas estavam
crescendo rapidamente. Só um ano atrás, eu morri para trazer eles a
este mundo, e agora estavam batendo em meus ombros.
Eles cresceram muito desde a última vez que os vimos, o que para
Ryder não foi há muito tempo, mas para mim, foi uma quantidade
infinita de tempo que eu ansiava por conhecer seus sorrisos e ouvir
suas risadas. Me aproximei e Zander correu para os meus braços
quando um soluço explodiu de meus pulmões. Kahleena me estudou
com olhos dourados e franziu a testa ligeiramente enquanto avançava
sem hesitação, me abraçando com força. Cade foi o próximo, seus olhos
se enchendo de preocupação com a minha reação a eles.
— Senti tanto a falta de vocês. — Lágrimas se formaram em meus
olhos e escorreram pelo meu rosto enquanto eu abraçava meus filhos.
— Não faz tanto tempo. — Zander bufou, recuando para olhar para
mim com um sorriso infantil.
Passei minha mão por seu cabelo grosso, estudando as mudanças
em seu rosto. Ele se parecia com Zahruk e tinha sua personalidade
estoica, mas já sabíamos disso antes de enviar ele com Destiny. Virei
quando Zahruk entrou na sala, sorrindo maliciosamente quando
Zander inclinou o queixo para ele, e Zahruk retribuiu o gesto sem
pensar. Ele sorriu para Cade, que acenou com a cabeça, notando as
armas nas laterais de Zahruk.
— Bem vindos ao lar, monstrinhos. — Zahruk riu e se virou,
observando enquanto Ristan entrava atrás dele com o bebê Orion nos
braços.
Kahleena deu uma risadinha, correndo em direção a Ristan, e eu vi
quando ele sorriu, entregando seu filho para ela enquanto encontrava
meu olhar sobre sua cabeça. Ela ainda era pequena, mas agora era
fácil ver a beleza que se tornaria um dia, provavelmente amanhã, se
continuasse a envelhecer rapidamente. Seu rosto tinha se tornado mais
fino e os olhos eram oblíquos, com cílios pretos e grossos emoldurando.
Ela não era só bonita; era a visão da beleza, com seu vestido branco
abraçando curvas finas.
— Órion, eu sabia que você estaria pronto para nos encontrar
quando voltássemos. — Kahleena murmurou, e engoli em seco,
sabendo que ninguém tinha mencionado o nome do bebê. — Você é
perfeito, né? Será meu amigo, e vamos lutar contra monstros juntos.
— O que disse? — Ryder, Ristan e eu dissemos ao mesmo tempo em
que Zahruk sorria como se fosse permitir que isso acontecesse.
— Esta guerra está acabando, mas vamos ajudar quando a próxima
começar. — Explicou Kahleena suavemente. — É hora de perdoar o
papai e lutarem juntos. Vocês são mais fortes quando estão
combinados como um poder contra nossos inimigos. Tio Dristan disse
para pararem de ser estúpidos e consertar os problemas antes que mais
pessoas morram.
— Tio Dristan? — Ryder se acalmou e seus olhos se estreitaram em
Kahleena.
— Thanatos o trouxe para nós porque ele não tem permissão para
permanecer no submundo. Ele fala demais. — Ela encolheu os ombros
e focou sua atenção em Orion.
Todos nós nos viramos para Thanatos, que coçou a nuca enquanto
olhava para nós. — Dristan nunca se cala sobre os livros lá embaixo.
Ele também dormiu com uma alma, e então transou com outra logo
após chegar ao Submundo. O melzinho de olhos verdes assaria no
espeto, então o mandei para onde ele poderia ter conhecimento infinito
e andar pelos jardins.
— Isso significa que ele vai não renascer? — Perguntei com cuidado.
— Isso significa que ele vai renascer mais cedo do que os outros. —
Admitiu Thanatos timidamente.
— Ele está pronto para renascer. — Kahleena deu uma risadinha
enquanto brincava com Orion. — Ele informou que nos encontraríamos
de novo algum dia, mas ele estava perseguindo mulheres pelos jardins,
e eu fiquei entediada. — Ela deu de ombros e beijou as bochechas
rechonchudas de Órion.
Engoli em seco, franzindo a testa para ela enquanto ela beijava os
chifres de Órion, e ele fazia barulho de arrulho para ela. Sua cauda
enrolada em torno de seu braço quando Zander lentamente se
aproximou, correndo o dedo pelo nariz de Orion enquanto estudava o
pequeno bebê pendurado.
— Ele nos fez ler tantos livros. — Cade gemeu, se aproximando de
Zahruk enquanto estudava suas espadas. — Essa é muito legal.
Muito legal?
— Ei, podemos entrar? — Ciara perguntou, e me virei, observando
os rostos das mulheres que se aglomeraram na porta.
— Claro. — Respondi, me movendo para ficar ao lado de Ryder
enquanto as crianças corriam em direção a Remy, que segurava o
pequeno Fury.
— Boa surpresa, Fada. — Sussurrei suavemente, deixando ele
envolver seus braços em volta de mim enquanto me segurava perto.
— Eu precisava ser lembrado de tudo em jogo também. Temos que
fazer isso juntos porque, sem você, eu deixaria tudo morrer, e eles
merecem mais de nós.
— Acho que tive que suportar a prisão para me tornar o que eles
precisavam que eu fosse, o que você precisava que eu fosse. Estou feliz
por você não ter ido lá também e por não ter tentado me salvar. Não
estou com raiva de você, Ryder. Estou com raiva de mim mesma.
— Eu sei. — Disse ele, beijando o lado da minha cabeça enquanto
observávamos as crianças se movendo, brincando com os bebês.
— Cinco minutos. — Thanatos anunciou, e eu assenti.
Meus olhos se moveram para Ristan, que me observou com Ryder.
Um sorriso triste apareceu em seus lábios quando ele balançou a
cabeça, notando a maneira como ficamos juntos. Ristan, de todos os
outros aqui, sabia o que significava ver o futuro e os efeitos prejudiciais
que isso poderia criar, sem mencionar a tensão mental que deixaria
para trás. Ele se aproximou de Orion quando o bebê começou a chorar,
mas Kahleena o embalou em seus braços, se virando lentamente para
Ristan.
— Você não vai ficar triste para sempre, tio Ristan. — Informou
Kahleena com um sorriso pensativo. — Seu verdadeiro destino ainda
não começou. A jornada de Olivia estava chegando ao fim quando ela
conheceu você. Ela sabia que seu tempo neste mundo tinha acabado e
ela o aceitou; você também precisa.
— Kahleena, o mundo não funciona assim. — Ele estudou a curva
de sua boca enquanto ela sorria, mantendo seus segredos. — A dor não
diminui porque você perde um amor que não era para durar. —
Informou ele.
— Oh, a dor vai doer por um tempo, mas você vai se curar. E não
pode discutir com os destinos do mundo ou o caminho escolhido para
você. — Ela acenou com a cabeça, enviando seus cachos platinados
caindo sobre seu ombro. — Como eu disse, você vai gostar do seu
destino, pois ele lhe dará tudo o que você sempre quis e muito mais.
— Se você está falando sobre amor, nunca planejo me apaixonar de
novo.
— Não agora, porque a dor é uma droga. Pode não querer um novo
amor, mas o amor nos completa. Além disso, você não pode discutir
com o destino. Isso acontece com todos nós. Olhe para mim. Mamãe e
papai não vão gostar de com quem eu vou ficar, mas vou amar ele.
Sempre há um plano para nós antes de sermos criados. Às vezes, você
precisa confiar na jornada antes de chegar ao seu destino e,
ocasionalmente, coisas ruins acontecem para garantir que cheguemos
aonde devemos ir. É por isso que você e tia Olivia estavam juntos.
Destiny e os destinos forçaram vocês a se combinar, e essa jornada nos
deu o doce bebê Orion. De vez em quando, aquilo que ansiamos é só
nosso por tempo suficiente para cumprir um propósito, e então eles se
vão, e isso nos machuca mais.
— Você tem o quê, dez? Não sabe nada sobre o amor. — Ristan
argumentou defensivamente, sem vontade de abordar o assunto, o que,
reconhecidamente, era um pouco cedo para acontecer.
— Entendo o suficiente. Como você, também vejo o futuro. Sei de
coisas que vão acontecer se as partes e peças forem colocadas
perfeitamente, como meu futuro, por exemplo. Está predito, e assim
será. Meus pais não vão aceitar ele, não no começo. Vão lutar contra
quem foi escolhido para mim, e ele não se curvará a eles. Serei eu quem
consertará isso e amarei.
— Você nunca irá namorar. — Ryder bufou enquanto todos os
homens na sala concordavam.
— Vou namorar, papai. Principalmente, vou chutar a bunda dele
antes de deixar ele me beijar. Você não precisa se preocupar. Sou muito
forte e só ficarei mais poderosa com o passar do tempo. Ele está um
pouco quebrado, mas os melhores sempre estão. Além disso, você e a
mamãe vão estar ocupados perseguindo os bebês que vão fazer
enquanto eu curo meu futuro companheiro. Infelizmente, ele fará
coisas muito ruins para me pegar, e você precisa confiar em mim para
fazer isso funcionar. — Seus ombros se ergueram e caíram em um
encolher de ombros, como se não fosse grande coisa.
— Oh não. Nunca vamos estar muito ocupados para te proteger. —
Argumentei, observando seu sorriso como se eu não soubesse do que
estava falando. — Kahleena, sempre encontraremos você.
— Se eu não estiver neste mundo, será difícil, mãe.
— Ok, terei que concordar com seu pai. Você nunca vai namorar.
— Oh, mas eu vou. Vou amar ele mais do que jamais amaria outra
criatura. Ele será meu animal e eu o adorarei. Você vai entender
eventualmente. Há também a questão do Rei dos Pesadelos, com quem
você deve ser gentil, pois ele será mais necessário por aqui.
— Eles não são bem-vindos aqui. — Rosnou Zahruk, cruzando os
braços sobre o peito. Ele encontrou seus lindos olhos dourados com
um olhar furioso, levantando uma sobrancelha para enfatizar sua
declaração. Ele franziu a testa quando ela bateu os cílios, e seus braços
caíram ao lado do corpo em derrota.
Sim, estávamos fodidos.
Ela já sabia como transformar guerreiros em massa de vidraceiro
em suas mãos.
— Sim, eles são. A Corte dos Pesadelos está entrelaçada com nossos
destinos. Sem eles, conheceríamos a dor e o horror, e isso não é algo
que podemos suportar quando esta guerra acabar. Devemos florescer,
replantando as sementes que são plantadas e colhidas. Além disso, tio
Zahruk, seja gentil com a mulher que está destinada a ser seu destino,
você a conhecerá em breve.
— Isso não vai acontecer, garotinha. — Zahruk parecia perplexo,
suas sobrancelhas escuras se erguendo em um desafio silencioso.
Kahleena sorriu, inclinando a cabeça. — Não vou casar com ninguém.
As esposas dão muito trabalho. Eu preciso ser eficiente, não carente.
— Você diz isso agora, mas o destino marcou você com aquela, tio
Zahruk. — Disse Kahleena, encolhendo os ombros pequenos. — Está
selado no destino e envolto em seu destino, então lide com isso. Você
não pode lutar contra o destino ou insultar ele. Pode tentar escapar ou
seduzir, mas isso vai acabar com você. Ela não vai te deixar ir até que
você finalmente decida abraçar ela e então ela o coroará e você
conhecerá a verdadeira felicidade. Encare isso, você foi marcado, e pare
de olhar para mim. Eu sou uma criança. Eu só sei coisas.
— Não de beber, certo? — Ryder perguntou, e todos se viraram para
olhar para ele enquanto a risada borbulhava ao nosso redor. — Tudo
bem, assisti sua merda estúpida de Game of Thrones também.
Precisava ver se alguém teria chamado seu interesse. — Admitiu,
sorrindo para mim.
— Muitos membros da família acabaram juntos naquilo. — Eu ri,
observando ele acenar com a minha resposta.
— Está na hora. — Thanatos interrompeu. — Mais tempo e os magos
vão sentir a presença de seus filhos.
— Crianças. — Destiny gritou, e todos se viraram para olhar para
ela com olhares furiosos. As previsões de Kahleena a haviam alertado
na hora. — O quê? Alguém tem que manter o poder da Terra dos Fae,
e não posso ajudar quem está destinado a ficar junto. A vida não é
preto e branco. Seus idiotas precisam de cor. Tanta merda de cor.
Destiny caminhou até Ristan e olhou para Orion, que estava
dormindo profundamente em seus braços. — Eu sei que você está
sofrendo, e eu entendo que é logo depois que Olivia faleceu, mas você
escolheu uma companheira que não era sua por destino. Olivia foi sua
por escolha e às vezes a escolha é interceptada porque é para ser por
um curto período de tempo. Isso não significa que seu futuro ainda não
esteja acontecendo. Orion estava destinado a nascer, e assim foi. Ele
foi predestinado a ter seu próprio destino dentro dos Fae. Vê o tema
aqui?
Ela se virou e apontou o dedo pela sala. — Zahruk, se você parasse
de acariciar sua espada por um momento, veria quantas mulheres
clamam ao seu redor com olhos apaixonados e coxas molhadas. —
Spyder riu, e ela sorriu maldosamente para ele. — Oh, meu sombrio
Spyder, nem mesmo você está imune ou fora do meu alcance. Pare de
ansiar por Lena, ela está apaixonada por Lucian e sempre foi desde o
primeiro momento em que ele tocou seus lábios contra os dela. Todos
vocês, parem de choramingar como crianças amuadas. Qualquer coisa
que valha a pena ter e manter vale à pena lutar para conseguir. A vida
é feita entre manchas de felicidade, tristeza e dor, todas as quais
lembram você do que tem e do que vão perder se decidirem não abraçar
seu destino porque, como dizem, sou uma vadia. Agora, meus queridos,
devemos ir. Abracem seus pais.
— Uau, da próxima vez, pelo menos puxe nosso cabelo antes de nos
foder, Destiny. — Falei, e Ryder riu, me segurando com força antes de
me deixar abraçar as crianças que correram em nossa direção. — Eu
amo vocês, caras. — Me ajoelhei para abraçar eles só para ficar de pé
e franzir a testa. — Vocês estão tão grandes agora.
— Kahleena tem seios! — Zander declarou casualmente, e esqueci
de controlar minha resposta quando meus olhos se arregalaram e olhei
para Destiny em estado de choque.
— Eles não podem mais tomar banho nus nas piscinas do jardim.
Acho que algum crescimento era esperado, mas eles não são normais,
mesmo para os Deuses. — Ela disse, encolhendo os ombros enquanto
uma carranca marcava suas feições delicadas. — Não sem maiôs.
— Não tenho seios! — Kahleena bateu o pé e olhou zangada para
Zander.
— Tem. — Cade gemeu enquanto balançava a cabeça.
— Retire antes que eu bata na sua cabeça grande e gorda! — Ela
rosnou, e eu joguei minha cabeça para trás rindo. — Mãe!
— Oh, meu Deus. — Eu ri mais forte. — Peitos são uma parte
normal da vida. — Bufei, me curvando enquanto as lágrimas corriam
dos meus olhos com a risada incontrolável que balançou por mim.
— Eu os perdi? — Adam perguntou, chamando quando apareceu na
porta. Ele correu para a sala e então parou abruptamente enquanto
avaliava seus tamanhos antes de se recuperar do choque. — Eles eram
pouco mais velhos do que crianças quando saíram!
— E agora eles estão discutindo sobre seios. — Fiz uma careta,
notando que Kahleena estava crescendo muito rápido, criando uma dor
em meu peito que apertou fortemente com tristeza por ter perdido tudo.
— O quê? — Adam exigiu, estremecendo enquanto olhava para mim.
Cade bufou com Zander quando os dois assentiram, e Kahleena
bateu o pé enquanto seus pequenos punhos se fechavam em
frustração. — Eu não tenho seios! Ainda posso fazer o que os meninos
podem fazer! Não é justo.
— Jesus, acabei de ter um flashback de nós nos chuveiros da
Aliança — Adam gemeu. Balancei a cabeça, me dobrando para rir de
novo de seu rosto de horror fingido. — Sim, engraçado para você, não
para Adrian e eu. Tivemos que sair do chuveiro com as mãos na frente
do colo. Idiota. — ele murmurou irritado.
Algo se chocou contra a torre e Destiny correu para frente,
agarrando as crianças e desaparecendo sem dizer uma palavra. Eu
olhei para onde eles estavam e levantei meu olhar para Ryder.
— Devemos? — Perguntei com um sorriso malicioso nos lábios.
— Depois de você, esposa.
Lá fora, teve uma comoção que veio do pátio estendido. Lentamente,
caminhamos para onde toda a emoção estava se desenrolando.
Estávamos cercados por Deuses, Deusas e toda a Guarda de Elite, que
nos circundava como guarda-costas.
Não precisávamos da proteção de ninguém, não quando estávamos
juntos. Mesmo assim, todos eles nos flanquearam em uma
demonstração de solidariedade. Entendi, mas irritou meu orgulho estar
cercado por homens que pensavam que Ryder e eu precisávamos ser
protegidos. Embora, eu tivesse que admitir que estava gostando da
enorme quantidade de colírio para os olhos desfilando ao meu redor.
A multidão se separou, nos permitindo chegar ao centro do pátio,
onde dois homens lutavam com os punhos nus por um pedaço de pão
de aparência triste. Não os perturbamos, só testemunhamos a
estupidez enquanto todo o acampamento nos cercava para assistir
nossa resposta.
Todos foram avisados sobre o que aconteceria se alguma briga
estourasse, e esses homens infringiram a lei de boa vontade. Quando
um retirou uma adaga, Ryder interveio, jogando o homem no chão com
magia enquanto seu poder explodia em toda a área.
— Vossa Majestade. — Um disse, curvando sua cabeça escura.
— Estamos lutando por nossa sobrevivência e vocês estão lutando
por pão? — Ryder exigiu em um tom letal, seu poder sufocando aqueles
que estavam perto o suficiente para sentir escorrendo dele. — Se
levante e lute comigo se você precisa lutar contra alguém.
Todo o pátio ficou em silêncio quando Ryder lançou o desafio. Os
dois homens caíram de joelhos diante de seu rei. Ryder enfeitiçou uma
espada e a colocou contra o pescoço do maior homem. Ele não o
machucou, mas a ameaça silenciosa foi mais alta do que qualquer
quantidade de violência poderia ter ecoado por todo o terreno.
— Lute ou morra, Grigori, qual você escolhe? — Ryder olhou para o
homem enquanto seus olhos escuros e turvos se ergueram para travar
com os de Ryder, a raiva os enchendo.
— Escolho lutar ao seu lado contra nossos inimigos, Meu Rei.
— Boa escolha. — Ryder bufou, removendo a espada.
No momento em que Ryder abaixou a lâmina, Grigori avançou sobre
ele, mas Ryder foi mais rápido. Sua mão se ergueu e Grigori se
transformou em uma fina névoa de sangue com um único movimento,
cobrindo a nós dois de vermelho.
Bufei com a viscosidade do sangue, me virando para olhar para
Ryder. Ele girou em um círculo, franzindo a testa enquanto estudava
os outros que olhavam boquiabertos para nós enquanto estávamos de
pé, banhados no sangue do maior homem que tinha pensado em
desafiar seu rei.
— Alguém mais quer se entregar à traição esta noite? — Ryder
perguntou, levantando uma sobrancelha escura enquanto enfrentava
a Horda, olhando para baixo.
Meus olhos deslizaram para o Rei dos Pesadelos, que nos observou
em silêncio, observando que ainda tínhamos que tirar o glamour do
sangue escorrendo de nossos corpos. Ninguém deu um passo à frente
ou pronunciou uma única palavra enquanto Ryder se erguia
orgulhosamente, permitindo que seu intenso poder pulsasse
ameaçadoramente através do pátio fechado em um desafio silencioso.
— Não? Ninguém mais quer se opor a mim? O próximo babaca que
brigar por comida vai lidar comigo, entendeu? Há pilhas de comida para
vocês se banquetearem e hidromel suficiente para embebedar todo este
pátio duas vezes. Não vou permitir que lutem entre si quando toda a
Terra dos Fae estiver sob o fogo de nossos malditos inimigos. Eles estão
tentando quebrar vocês, e estão permitindo que façam isso. Comam,
fodam e fiquem bêbados. Não lutem em minha casa. São convidados
aqui, mas se não podem cumprir as regras que colocamos sobre vocês,
podem ir embora ou morrer. A escolha é sua.
— E daí? Vai nos expulsar? — Outro homem bufou. — Ou vai enviar
sua cadela para lutar contra nós? — Ele sorriu friamente, e eu devolvi,
caminhando em direção a ele lentamente, balançando meus quadris
enquanto Ryder seguia perto o suficiente de mim para que seu poder
deixasse meus mamilos dolorosamente duros de necessidade.
— Bem, sua cadela gosta de massacrar pessoas. — Sorri enquanto
escovei meu dedo na bochecha do homem.
Ele uivou, se curvando enquanto seu corpo se transformava em
mingau e fervia no chão, deixando só uma pilha de ossos e sangue
coagulado. Recuei, permitindo que Ryder me envolvesse em seus
braços. Seus lábios roçaram minha garganta enquanto ele rosnava com
voz rouca, olhando para a Horda, que olhava para nós com horror.
— Sujo, mas eu gosto. — Ele riu, mordendo minha orelha. — Você
acabou de deixar meu pau duro, mulher.
— Bom, porque eu pretendo montar. — Murmurei, olhando para a
Horda que ouvia cada palavra que falávamos. — Alguém mais quer falar
fora de hora, ou insultar seu rei ou rainha? Do contrário, tenho um
pau para cavalgar e uma guerra para planejar. Então, se vocês
pretendem nos irritar, podem fazer isso agora?
O Rei dos Pesadelos sorriu, olhando diretamente para nós, e não
vacilou quando meu olhar prendeu o dele. Kahleena disse que ele era
necessário aqui e isso me incomodou. Fiquei preocupada por ela ser
forçada a ver o futuro, mas ela não parecia nem um pouco preocupada
com isso. Eu não tinha perdido o aceno de Ryder para Cillian quando
entramos no pátio, também, o que chamou minha atenção para ele.
— Devemos alimentar nosso povo juntos, animalzinho? — Ryder
perguntou e me virou pra ele com a surpresa brilhando em meus olhos.
— Nossos poderes?
— Juntos, mulher. Você e eu, agora. — Ele sorriu, e me afastei dele,
permitindo que minhas asas se abrissem enquanto ele fazia o mesmo.
— Você e eu? Sabe que ainda estou brava com você, certo?
— Você é minha esposa. Nada é fácil com você. É por isso que você
é minha. Sou homem o suficiente para saber quando recuar e quando
pressionar. Conheço seus defeitos e amo cada um deles. Te amo. Me
ouviu? Eu te amo pra caralho, mulher, e não dou a mínima para quem
sabe disso. — Afirmou, indiferente ao fato de que todo o pátio estava
pendurado em cada palavra que ele falava e cada ação que mostramos.
— Devemos? — Ele engoliu em seco quando me sentei na frente dele,
empurrando minhas mãos contra as dele enquanto nossos dedos se
entrelaçavam.
Nosso poder explodiu quando nossas marcas se acenderam. Tons
de prata e ouro brilharam através do pátio até que um pulso sufocante
de magia inebriante e sensual deslizou sobre toda a assembleia,
fazendo a erupção de gemidos de choque e gemidos de prazer.
Me aproximei de Ryder, levantando a boca para a dele enquanto
alimentava toda a Horda e cada casta presente com magia, os
alimentando para alimentar sua fome de guerra enquanto os lábios de
Ryder baixavam para os meus, me reivindicando avidamente.
Seu rosnado fez cócegas contra meus lábios enquanto meu corpo
aquecia com seu toque. Ele riu e se afastou, descansando a testa contra
a minha. Olhos negros brilharam com as estrelas do meu mundo
enquanto eu olhava para eles, sendo engolida inteira pelas galáxias que
me consumiram. Sua mão se ergueu, envolvendo minha bochecha
enquanto, juntos, exalamos um poder cru e penetrante através das
massas e ouvíamos enquanto gemiam e gozavam da intensidade disso.
Eu não precisava de um guia para descobrir o que ele tinha acabado
de fazer aqui. Ryder tinha acabado de nos declarar o Alto Rei não oficial
e Alta Rainha da Terra dos Fae, e ele os mostrou de uma forma que não
deixava dúvidas sobre nossos poderes absolutos combinados.
Ele não se afastou de mim, não viu se mais alguém notou o que
estava fazendo porque, neste momento, era Ryder e eu, e foda-se todo
mundo. Estávamos trabalhando juntos de novo e estava tudo certo no
mundo.
Me movi para frente e ele sorriu, me observando enquanto meu
corpo se chocava contra o dele e desaparecemos do pátio. Aparecemos
em nosso quarto, rasgando as roupas um do outro e jogamos no chão.
Antes de estarmos completamente nus, Ryder nos limpou com o
glamour, então me levantou e me bateu em seu pênis.
— Mais rápido. — Exigi.
Ele riu sombriamente, me empurrando contra a parede enquanto
seu poder beijava minha pele. As sensações me levaram até o limite
sem aviso até que gritei seu nome, ecoando quando ele jogou meu corpo
para fora do penhasco, voando alto em êxtase.
— Sua vadia suja, você gosta de coisas ásperas. — Ele rosnou.
— Acabou de me chamar de vadia suja? Se mova, idiota! Devo
procurar uma Deusa espiã de novo? Além disso, gosto de qualquer jeito
que você me dê. Agora cale a boca e continue me fodendo. — Exigi.
— Tudo bem, minha boa vadia suja? — Ryder riu com voz rouca.
Olhei para ele antes do sorriso se espalhar pelos meus lábios enquanto
ele sorria, revelando dentes brancos. — Ei, não sou contra xingar você
e puxar esse cabelo, mulher. Não depois de como você ficou excitada
enquanto demos um show a Eris.
As mãos de Ryder abaixaram e espalharam minhas pernas mais
afastadas enquanto ele assaltava meu núcleo. Seu pau cresceu até que
eu estava choramingando. Ele estudou minha reação, me fodendo com
abandono selvagem até que gritou, cerrando os dentes enquanto
explodia dentro do meu corpo.
— Vejo você, Synthia. A verdadeira você. Te amo mais por causa de
quem você é. — Ele proferiu sem fôlego enquanto o suor cobria nossos
corpos. — Eu estava errado ao presumir que tinha que mudar para ser
minha. Você é perfeitamente imperfeita e adoro isso em você.
— Ryder. — Gemi, permitindo que meus escudos baixassem para
ele enquanto meu coração se apertava com força com suas palavras.
— Eu amo o seu coração e como você o usa na manga, sem se
importar com quem sabe que está lá. Isso não a torna fraca. Isso a
torna corajosa. É a porra da rainha da batalha e a mulher que amo
mais do que o ar que enche meus pulmões e essas terras. Vou passar
o resto da minha vida amando você. Mas não vou te deixar me deixar,
não sem lutar por nós.
— Eu sou sua. — Sussurrei enquanto ele me pegava em seus braços
e nos movia em direção à cama. — Eu era sua desde o primeiro
momento em que seus lábios tocaram os meus, e todo o meu mundo
parecia como se eu tivesse entrado em um passeio inclinado enquanto
você me beijava. Você é minha casa, Ryder. Nem a Aliança, nem a Terra
dos Fae, você. Se este mundo morrer e o outro desaparecer com ele,
não me importo, contanto que você seja meu. Me entende?
— Eu faço. Acho que você acabou de me dizer que me ama e que me
perdoa por ser um idiota arrogante e egoísta. — Ele ergueu meu queixo
e me beijou suavemente, me puxando para seus braços com força.
Ficamos assim por alguns momentos, então Ryder suspirou,
aparentemente perdido em pensamentos. — Kahleena disse que vai
encontrar um companheiro.
— Eventualmente. — Eu ri, me inclinando para trás para olhar em
seus olhos em pânico.
— Não vai acontecer, porra.
— Ryder, um dia, Kahleena será uma mulher. Ela terá necessidades
e, eventualmente, ela nos dará netos.
— Você está ouvindo as palavras saindo de sua língua, Synthia?
Kahleena não vai fazer sexo, nunca! Ela não tem nem um ano de idade
ainda... tecnicamente!
— Uh, então você planeja mandar ela para um convento?
— Não, mas ela não vai ter relações sexuais com nenhum homem,
nunca. Fim de discussão.
— Oh, garoto. — Eu ri maliciosamente quando ele estreitou os olhos
em mim com descrença de que eu estava disposta a permitir que nossa
filha fizesse algo tão louco quanto sexo. — Sim, venha pegar, Fada. —
Desafiei, me transportando para os Poços de Fadas nua, zombando dele
enquanto ele se transportava atrás de mim.
— Você está pensando em fugir de mim de novo? — Ele abaixou o
corpo e se moveu através da água até onde eu o esperava.
Eu sorri, percebendo as pequenas fadas que iluminavam os céus ao
redor, criando uma tonalidade brilhante de luz que se somava à
iluminação da lua. Este mundo era primorosamente belo, criado para
atrair suas vítimas. Era o mesmo que meu marido, cheio de segredos e
letalmente sedutor. Isso era parte do fascínio, no entanto.
— Não, estou planejando te foder no primeiro lugar que me fez sua.
Quero você. De verdade. Quero lutar contra os monstros que estão
tentando tirar este mundo de nós e quero fazer isso juntos. Estou
cansada de perder, Ryder. Estou cansada de estar em desacordo e de
ver tudo pelo qual trabalhamos desmoronar porque parece que não
conseguimos nos recompor. Então, este é o nosso novo começo.
Começamos aqui de novo, mas desta vez do jeito certo, do zero. Sem
mais mentiras e sem mais segredos. Somos nós agora, as partes boas,
as partes feias e as assustadoras. Quero enfrentar todos de frente com
você ao meu lado. Não me importa o que aconteceu no passado, porque
não estamos retrocedendo. Estamos avançando em direção ao nosso
futuro, ao futuro deste mundo e à vida de nossos filhos. Para sempre
começa agora, ok?
— Eu gosto do som disso, mas só para constar, para sempre nunca
seria longo o suficiente com você. — Ryder mergulhou na água e veio
diretamente na minha frente, sorrindo. — Não tenho intenção de ser
gentil com você desta vez, só avisando.
— Bom, porque você sabe muito bem que embora eu possa gostar
de você gentil às vezes, te prefiro áspero e indomável quando você me
reivindica, minha besta orgulhosa. Desta vez, é melhor ninguém foder
este momento nos atacando enquanto estamos aqui.
— Não sei sobre isso; isso levou você a se tornar minha esposa.
Quando você ficou doente depois que saímos daqui pela primeira vez,
senti medo pela primeira vez desde que Alazander estava vivo. Senti
essa necessidade de te manter como se soubesse que você era minha,
mas não podia admitir nem para mim mesmo. O pensamento de você
ser minha... eu tinha certeza que não merecia alguém tão perfeita ou
tão bonita. Então você me aceitou, com defeitos e tudo. Sabia que meu
passado era feio e não se importou. Planejei acorrentar sua linda bunda
à minha cama, mas você ficou comigo de boa vontade.
— Isso não foi divertido para mim, idiota.
— Para você, talvez, mas para mim? Te assistindo me enfrentar com
fogo queimando em seus olhos enquanto me encarava no corredor da
minha mansão? Isso foi gostoso pra caralho, animalzinho. Meu pau
estava duro enquanto eu lutava com você. Queria te empurrar contra
a parede e te foder até que entendesse que era uma marca de
reivindicação da minha espécie.
— Você me ameaçou, ameaçou me derrubar, e a única coisa que
passou pela minha cabeça foi como aqueles lindos olhos eram quando
você se desfez para mim. Me deliciei com a maneira como seus lábios
se separaram enquanto o orgasmo corria através de você, gritando meu
nome enquanto eu saqueava e destruía sua buceta rosa até que ela me
conhecesse, e somente eu.
— Seu irmão me apunhalou. — Rebati, lembrando de que a estrada
onde estávamos agora não foi perfeita. Mas o amor que compartilhamos
era nossa própria versão fodida de perfeito.
— Você sobreviveu. Mas, naquele momento, pensei que estava
perdendo você, e isso me apavorou. Eu sabia que estava fodido além de
qualquer razão com meu desejo por você. A ideia de te perder me
machucou de uma maneira que nunca senti antes. Por que diabos você
acha que arranjei outro contrato? Foi nesse momento que soube que
nunca mais queria perder ou deixar você ir.
— Você estava prestes a se casar. — Fiz uma careta.
— Eu nunca teria feito isso. Soube no momento em que coloquei
meus olhos em você que precisava te ter. Você não era o tipo de mulher
que ficava do lado. Synthia, você é o tipo de mulher por quem as
guerras foram travadas, e os homens foram assassinados por cobiçar.
— Me fez pensar que precisava ser alimentado com sexo. — Acusei.
— Que homem não gostaria que uma garota bonita o alimentasse?
Além disso, a Besta precisava se alimentar, pois ele era Fae, e você era
deliciosa. — Ele sorriu diabolicamente e balancei minha cabeça.
— Você me deu a Adam para casar.
— Porque você é você. — Ele sussurrou enquanto seus lábios
roçavam os meus. — Se a Terra dos Fae tivesse sofrido por minha
escolha de ser um idiota egoísta, você teria me odiado. Você escolheu
fazer o que era certo. Se tivesse me beijado naquela sala, eu teria
rompido o pouco controle que tinha sobre mim para te levar comigo.
Não que isso importasse. Sua linda barriguinha segurou meus bebês
dentro dela. O destino interveio e garantiu que acabaríamos juntos.
— Você é a porra do meu feliz para sempre, Ryder. — Sussurrei
densamente enquanto ele sorria, capturando meu olhar na luz das
estrelas dele.
— E você é o meu. Quero fazer muitos bebês com você e ver o mundo
crescer ao nosso redor. Quero o amor que você me dá, o amor que eu
não entendia até que você estava morrendo por trazer nossos bebês ao
mundo. As coisas ruins, as boas, eu faria tudo de novo se isso
significasse que acabaríamos aqui. Sou um idiota, mas você me aceita
como eu sou. Você é a mulher mais teimosa que já conheci. Na maioria
das vezes, não sei se quero estrangular ou foder você, ou fazer os dois
ao mesmo tempo, porque você também é a criatura mais irritante que
este mundo já produziu.
— Você planeja me cortejar com palavras ou aquele pau grosso,
Fada? — Acariciei minha mão ao longo de seu eixo e lambi meus lábios.
— Pretendo fazer ambos, bruxa. Agora, me mostre como uma rainha
alimenta seu rei quando ele é arrebatado pela fome de sua boceta.
— Você diz a merda mais doce. Porra, espero que esteja faminto. —
Eu ri com a voz rouca enquanto envolvia minhas pernas em volta de
sua cintura, e ele nos levou mais fundo na água brilhante.
— Eu te amo, animalzinho.
— Eu também te amo, fada, sempre e para sempre, meu rei. —
Declarei sem hesitação.
Estudei o novo mapa que estava espalhado sobre a mesa na sala de
guerra, observando em silêncio enquanto Ryder apontava para locais
estratégicos para colocar tropas. Era uma loucura quantos soldados
Bilé estava disposto a perder só como uma demonstração de força
quando ele fazia seus movimentos.
Ele não se importava com os magos ou suas vidas, o que era muito
aparente na maneira como os sacrificava para causar poucos danos.
Bilé só se preocupava em infligir sofrimento e dor a Terra dos Fae. E
Danu realmente achou que poderíamos argumentar com ele? Ele
estava louco. Também me fez pensar se ela não era mais apegada a Bilé
do que nos fez acreditar.
— Não. — Interrompi os homens, minha mão se movendo sobre o
mapa, apontando para as montanhas. — Isso não é sábio. Eles
esperam que tomemos os penhascos acima deles. Se plantarmos o
exército do Rei Dragão aqui, — apontei para um local no terreno
acidentado da floresta — e o exército da Corte do vento aqui, — apontei
para a campina que ficava em frente à floresta — A Horda deveria estar
na ravina. A Corte das Sombras pode esconder a presença dos outros.
— Uma vez que os magos tomam os penhascos, Icelyn e seu exército
podem criar gelo suficiente para forçá-los além da borda enquanto as
sombras movem os magos em direção aos penhascos sem que eles
percebam o que está acontecendo até que seja tarde demais. Aqueles
que conseguirem atravessar o gelo serão comidos pelos Dragões antes
de se juntarem a nós na batalha abaixo. Isso vai forçar todo o exército
de magos a pular para onde estamos, ou será comido por Dragões
enquanto a Corte de Inverno os mantém no lugar com gelo. Eles vão
ficar feridos, fáceis de matar no chão.
— Não podemos mais planejar nosso ataque estrategicamente
levando o ponto mais forte para a batalha. Temos que pensar fora da
caixa agora, porque o inimigo aprendeu nossos movimentos com o
mapa antigo. Eles sabem como pensamos. Não são estúpidos. Eles têm
um Deus comandando seus planos de batalha. É hora de começarmos
a formular nosso ataque em terreno baixo e trazer eles até nós. Deixe
pensarem que conquistaram o terreno elevado. Ryder e eu podemos
estar em qualquer local. Se algo der errado, podemos estar ao seu lado
em segundos para ajudar.
Ryder estudou o mapa e sorriu, levantando olhos negros brilhantes
para mim enquanto sua cabeça balançava. — Nossa Rainha está certa.
Eles vão esperar que estejamos nesses penhascos porque é o terreno
mais alto disponível. Sabem que sempre tomamos o terreno elevado
porque é o posicionamento mais estratégico das tropas. Eles tiveram
meses para aprender como planejamos nossas batalhas e como
pensamos. Isso é algo que podemos usar contra eles. É muito factível,
mas todos precisariam ser colocados corretamente, sem erros, ou
perderíamos a vantagem. Eles estão marchando em direção às
montanhas enquanto falamos, então precisamos nos mover rápido.
— Mande os bebês e as mulheres para a Aliança. — Falei, franzindo
a testa. — Eles não podem marchar para aquela ravina conosco, e não
podemos deixar eles aqui sozinhos. Eles vão ficar indefesos se todo o
exército entrar na batalha.
Alguém gritou. — Soldados se aproximando do leste pela floresta! —
Fechei meus olhos com uma respiração profunda.
Os alarmes começaram a soar e Ryder estendeu a mão, enfeitiçando
nossa armadura sobre nossas roupas. A sala inteira foi transportada
até as muralhas, espiando por cima do pátio iluminado pelo fogo. Os
guardas correram ao redor, ajudando a mover as crianças para o
castelo enquanto os homens pegavam as armas e se preparavam para
defender a fortaleza.
— As bandeiras. — Falei sem fôlego. — São os reinos caídos, Ryder.
São os exércitos do Reino de Sangue, Luz e Escuridão.
— Nós não sabemos disso. — Ele apontou, me forçando a franzir a
testa com suas palavras. — Não podemos mais aceitar só por suas
bandeiras. Os magos hastearam essas mesmas bandeiras quando nos
atacaram antes.
Ryder não estava errado e eu odiava que fizesse sentido. Os magos
não hesitaram em fingir ser reinos caídos. Ele foi inteligente e correto
ao presumir que era um estratagema para nos forçar a baixar a guarda.
Mas, à medida que se aproximavam, pude ver a condição daqueles que
se dirigiam para nós. Meu estômago apertou quando sua mão apertou
a minha. Ele podia sentir minha inquietação por ter que esperar para
ver quem exatamente estava marchando em direção aos portões.
— Eles estão feridos. — Sussurrei, farejando o sangue no ar a cada
passo que eles deram para perto de nós. — Mande os curandeiros para
o pátio, junto com os guardas, até que possamos ter certeza de que não
é um ardil para entrar. Chame Adam e Liam para as muralhas, peça
que vejam se conseguem identificar qualquer uma das pessoas que
estão lá fora para provar que são quem afirmam ser. Mesmo que
acabem sendo das cortes perdidas, precisam ser testados antes de
entrarem na fortaleza, como nosso Rei explicou. Faça com que as
mulheres esperem lá dentro para ajudar os curandeiros; assim que
tivermos certeza de que é seguro, peça que ajudem os feridos.
— Você nasceu para este papel, mulher. — Ryder sussurrou em meu
ouvido, envolvendo os braços em volta da minha cintura enquanto me
puxava para mais perto dele. — Vocês ouviram sua rainha. Façam o
que ela manda. Quando minha esposa fala, vocês escutam, porra.
Agora se mexam! — Os guardas entraram em ação e sorri, observando
o tom que ele usou quando esperaram que ele confirmasse minhas
ordens.
Os lábios roçaram meu pescoço enquanto ele rosnava com voz
rouca, incapaz de se cansar de me tocar. Eu não estava reclamando,
porque também não conseguia me cansar de seu toque. Ryder apagou
as memórias do inferno da minha mente, beijando cada centímetro
meu para me mostrar que ele amava cada parte de mim, defeitos e
tudo. Quando os pesadelos vieram, ele me segurou através deles,
substituindo com seu toque ou histórias deste mundo e sua infância,
que ele nunca me contou antes.
Estávamos mais perto agora do que nunca, e eu comecei a me
perguntar se pular naquele poço de desespero não fazia parte do meu
destino o tempo todo. Coisas que eu considerava certas agora eram
apreciadas.
O mundo ao meu redor parecia mais real, como se eu não estivesse
só deslizando para uma posição, mas me encaixando em um papel que
nasci para desempenhar. Eu amava Ryder mais ferozmente do que
antes, e sabia que tudo o que tinha feito na prisão foi para me lembrar
dele porque ele era minha âncora.
Me permiti ser usada brutalmente só para pegar seu cheiro ou ver
uma das memórias que Malachi tinha roubado. Se Ryder estivesse lá,
eu tinha certeza que teria feito qualquer coisa que quisessem, e isso
diminuiu o fato de que ele não tinha vindo atrás de mim. Teria rasgado
meu próprio coração para proteger ele, e nós dois sabíamos disso.
— Nasci para ser sua rainha, e você, meu rei. — Admiti. O ar ao
nosso lado foi deslocado enquanto Liam e Adam se transportaram junto
com Lucian e seus homens perto de seus calcanhares.
— Eu não poderia ter desejado ou sonhado com uma rainha mais
excêntrica ou sexy.
— Que bom que notou minhas melhores qualidades, ultimamente.
— Mulher, se comporte antes que acabemos de volta ao quarto, e
você espalhada em nossa cama, nua e acorrentada à cabeceira.
— Me provoque o quanto quiser, mas na noite passada você foi o
único acorrentado e eu estava no controle. Olho por olho, Fada. —
Provoquei com voz rouca.
— Vocês dois estão planejando falar conosco ou só querem foder na
frente de toda a Horda de novo? — Adam perguntou com um sorriso
infantil nos lábios, estudando a maneira como nos abraçávamos com
força. — Fico feliz em ver mamãe e papai se dando bem, finalmente. —
Adam apontou para o campo. — Esses são meus soldados. O general e
o segundo em comando são meus irmãos. Pensei que eles estavam
perdidos para nós. Sòlas é o que está no cavalo cor de meia-noite na
frente.
— Esse também é o General de nosso pai liderando os Guerreiros
de Sangue. — Liam exalou, se virando para olhar para mim antes que
seu olhar caísse para onde os braços de Ryder ainda estavam em volta
da minha cintura. Ele sorriu tristemente, acenando para mim. — Fico
feliz em ver vocês se dando bem. Já estava na porra da hora.
— Algo a dizer? — Ryder perguntou incisivamente quando os olhos
de Liam mantiveram os seus por um momento muito longo, como se
ele tivesse algo para tirar do peito.
— Ela é a única irmã que me resta, seja gentil com ela, Ryder. A
família não fica para sempre no meio da guerra, então estou feliz que
você a esteja fazendo feliz de novo. Não gostei da ideia de lutar com
você para colocar o sentido em sua cabeça dura até que descobrisse o
que tinha bem na sua frente. Ela é uma raridade, você sabe. Synthia
tem uma mente para a guerra e um coração que é maior do que a
totalidade da Terra dos Fae. Ela é o tipo de garota que você vai para a
guerra para manter e o tipo que fará a guerra para mantê-lo a todo
custo. Ela é uma garota de para sempre, e estou feliz que você
descobriu essa merda agora.
— Liam. — Sorri quando ele deu de ombros.
— Não, nós perdemos nossa família, Synthia. Você é tudo o que me
resta como família e, embora não aflija nossos pais como eu, ainda
assim escolheria você para ser minha irmã.
— Eu também te amo, mas da próxima vez que bater em uma de
suas alimentadoras, se certifique de que meus filhos não estejam
olhando, ok? — Ri com a expressão de puro horror que apareceu em
seu rosto, iluminando seus olhos azuis brilhantes. — Sim, eles
ouviram. Também estão cientes de todos os pulos na cama
acontecendo com você e suas amigas.
— As crianças são muito mais espertas do que lhes damos crédito.
— Resmungou ele, infeliz. — Precisamos descer lá e prestar ajuda.
Nosso povo viajou muito para nos alcançar. Synthia, precisamos de um
centro de triagem no pátio, em seguida, precisaremos testar eles para
ter certeza de que são nossos. Aqueles que podemos garantir podem
contornar a segurança para serem colocados no campo depois de tocar
no ferro.
— Ok, Mira, vá buscar os curandeiros. Todos eles. Keely, por favor,
mande avisar o pessoal da cozinha para preparar guisados saudáveis.
Se certifique de que seja algo pesado com pão para encher a barriga
dos feridos, e que preparem um caldo para os que não podem comer.
Mireda, avise aos alimentadores que seus serviços serão necessários
para curar Alto Faes feridos, talvez até algumas mulheres. Envie tendas
extras para os campos e peça aos que estão abaixo para ajudar a
montar para os refugiados que estão chegando à fortaleza. Vamos
andando, senhoras. Eles dependem de nós agora.
— Sim, minha Rainha. — Elas disseram, se curvando enquanto eu
sorria para Ryder.
— Deixe eles entrar nos portões e teste com ferro para ter certeza de
que são Fae. Tenha a Guarda de Elite pronta para defender, caso seja
necessário. Por enquanto, não confiamos em ninguém. — Ryder beijou
o topo da minha cabeça, se virando para Lucian. — Vou precisar que
você esteja pronto para acabar com eles se não forem Fae.
— Bom. Depois da manhã em que procuramos por Lúcifer, preciso
matar algo. — Ele rosnou.
— Só preciso matar umas bocetas. — Spyder retrucou irritado
enquanto observava as carroças sendo puxadas para trás de cavalos
de aparência doentia.
Meus olhos se voltaram para onde Spyder estava, coberto de
entranhas e partes do corpo.
— Tipo, foda-se essa merda ou mate uma boceta enquanto transa
com ela? Estamos no meio de uma guerra. Precisamos que você seja
mais específico sobre o tipo de oportunidade de assassinato que você
precisa que forneçamos para você, Spyder. — Estudei a dor em seus
olhos que brilharam brevemente antes que ele pudesse esconder.
— Destruindo o colo de uma mulher. Sem gozar na porra de garotas
mortas. — Spyder bufou, claramente frustrado com o que quer que
tenha acontecido em Spokane.
— Você poderia foder Eris, idiota. Ela está mais do que disposta a
deixar o Spyder subir dentro dela. — Lucian sorriu, e o poder ondulou
dele enquanto se preparava para ajudar Ryder.
— Aquela vadia é má. Não a tocaria com seu pau. — Spyder rosnou,
cruzando os braços sobre o peito com um olhar mortal dirigido a
Lucian.
— Você partiu o coração dela, idiota. Claro, ela é a porra do mal. —
Lucian levantou uma sobrancelha para Spyder enquanto balançava a
cabeça escura. — Este não é o momento nem o lugar para essa
conversa.
— Senhores, se terminarmos de falar sobre assassinar bocetas, há
homens e mulheres feridos em nossos portões. — Sorri, observando
seus olhos escuros deslizarem para onde eu estava. — Mas depois de
ajudar eles, fiquem à vontade para discutir mais. É muito divertido.
— Que bom que você pensa assim. — Spyder bufou, franzindo a
testa enquanto desaparecia, para reaparecer nos portões onde os
guardas estavam se preparando para abrir.
— Ryder, depois de você. — Lucian riu, piscando para mim.
— Lucian, eu honestamente não me importo se Spyder matar uma
gangue de bocetas. Só se certifique de que a gangue esteja disposta.
Ele é bem-vindo à sala de alimentação. Elas são habilidosos em todas
as coisas pervertidas.
— Você tem gangues de bocetas aqui?
— Nós somos Fae. Você quer isso. Conseguimos. — Sorri para
Lucian. — Tenho autoridade para dizer que temos um grupo de
súcubos lá no momento com um desejo ardente de chupar um pau e
brincar um com o outro enquanto os homens assistem.
— Como diabos você sabe disso? — A cabeça de Ryder virou em
minha direção e seus olhos se estreitaram.
— Porque eu sou a Rainha, e é meu trabalho garantir que nossos
homens tenham prazer e sejam alimentados adequadamente. Paus
felizes lutam melhor do que aqueles que são negligenciados e com bolas
azuis.
— Synthia…
— Não me sinta, Fada. É meu trabalho garantir que todos nesta
fortaleza sejam felizes, inclusive você. A menos, é claro, que você prefira
que eu segure aquilo que faço com a minha língua?
— Animalzinho... — ele avisou.
— Não, por favor, continue com esse pensamento. O que você faz
com a sua língua? — Asher perguntou, empurrando através da
multidão de pessoas na muralha para chegar onde estávamos.
— Seelie. — Ryder avisou.
— Ryder. Agora que todos sabem os nomes de todos, continue! —
Asher esfregou a mão pelo rosto quando eu continuei sorrindo.
— Sabe que todo homem aqui quer que ela termine essa declaração
porque estamos todos nos perguntando o que ela faz com a língua
agora. — Lucian sorriu, me estudando através dos olhos da meia-noite
iluminados de tanto rir.
— Eu não estou — Liam bufou, revirando os olhos para o céu. —
Ela é minha irmã.
— Todo mundo, menos ele, e eu sinto muito por você, cara, no meu
âmago do caralho com essa merda de irmã. — Asher grunhiu,
balançando a cabeça considerando sua situação atual.
— Vão ajudar os feridos. — Acenei a mão em direção aos portões. —
Vocês são todos incorrigíveis. — Todos desapareceram, exceto Ryder.
— Você e eu, faremos aquela coisa da língua esta noite. — Ele sorriu,
beijando meus lábios suavemente antes de se transportar para o chão
para se juntar aos outros.
Observei todos se movendo em direção aos portões quando os
guardas os abriram e os feridos começaram a passar por eles.
Exalando, sorri tristemente com o movimento lento e marcha em que
entraram. Mais feridos à beira da guerra eram um problema.
Estávamos nos preparando para esconder os fracos, crianças e
mulheres, e acabamos de abrir os portões para ainda mais pessoas que
não seriam capazes de lutar. Ryder acenou com a cabeça em minha
direção e me transportei, ajudando os acostumados que foram testados
quando eles passaram para o pátio. Estávamos fazendo tudo o que
podíamos para que todos se sentissem seguros e confortáveis.
Observei as fogueiras queimando nos campos abaixo enquanto
Ryder falava com Blane e Ciara. Estavam discutindo sobre o uso de
Dragões nos penhascos que serão colocados diretamente no caminho
do perigo. Não que Ciara temesse a guerra; ela temia a perda do marido
e da família. Todos nós tínhamos medo do que poderia acontecer aos
nossos entes queridos.
Quando começamos a divulgar nosso plano e estratégia aos outros,
sabíamos que algumas de nossas decisões seriam consideradas
preocupantes por algumas das esposas. Nós esperávamos isso. Me
voltando para Ciara, observei as lágrimas enchendo seus olhos
enquanto argumentava sobre o mérito da Guarda Dragão ficar aqui, na
fortaleza, para proteger os bebês. Fiz uma careta, decidindo finalmente
entrar na conversa.
— As mulheres e bebês estão sendo movidos para a Aliança, com
Erie e Vlad, que vão os proteger. — Declarei com firmeza, estremecendo
com a raiva em seus olhos com a menção da minha antiga casa. —
Você queria fazer parte dessa guerra, Ciara. É hora de lutarmos. Nossos
inimigos estão observando e muito cientes de cada movimento que
fazemos agora. Esta fortaleza mais do que provavelmente será
esvaziada e queimada o suficiente para fazer eles acreditar que
abandonamos esta posição. Tudo o que fizemos até este ponto foi
relatado a Bilé. Se planejamos fazer um movimento, aqueles que estão
nos espionando precisam relatar nossos movimentos ao exército que
marcha em nossa direção agora.
— Este castelo estará vazio de uma forma ou de outra. Não vou
marchar para a guerra sem saber que seus filhos estão seguros e
protegidos, caso nenhum de nós saia com vida. A fortaleza mais do que
provavelmente será infiltrada no momento em que partirmos, e isso
seria um convite a mais perdas que não estamos dispostos a suportar.
Não vou deixar eles aqui para morrer pelas mãos dos magos ou do Deus
vingativo que está esperando que façamos merda.
— Você enviaria nossos filhos para o mundo humano? — Ela
balbuciou com raiva.
— Sim, Ciara. Eu os mandaria para o único lugar que eu mesma
construí. Para a Aliança fortificada que é autossustentável, para
proteger aqueles que trouxemos para suas barreiras protegidas. Eu não
estava construindo só para proteger os executores. Estava construindo
para proteger qualquer Fae que precisasse de um lugar seguro para se
esconder no caso de uma emergência. Abaixo da Aliança está um portal
que entra no harém, e em cada lado dele há uma armadilha feita para
prender até os Deuses, caso eles pretendam fazer mal aos executores
da Aliança. Callaghan, Erie e Vlad estão dentro da Aliança, assim como
Devlin e Lena. Dezessete membros da Guarda de Elite também foram
selecionados para ir. Eles vão proteger nosso povo, que ficará escondido
dentro das catacumbas que foram convertidas em quartos. Cada sala
é protegida com runas e alas que Erie instalou depois que Bilé atacou
a torre.
— Eu construí o santuário para proteger meus próprios filhos dos
Deuses, mas não foi concluído a tempo antes de termos que esconder.
Vlad e Devlin vão proteger Fury e Phoenix. Finn e Fiona também estão
sendo movidos, assim como os órfãos. A Aliança possui nove alarmes
entre o último andar e as catacumbas, caso um ou mais dos executores
finjam ser leais, mas tenham outras intenções.
— Criei aquele santuário com um monstro, e só ele, Ryder e eu
sabemos como penetrar nos níveis inferiores. Suas memórias foram
tiradas no momento em que ele terminou de criar o santuário perfeito
para esconder meus filhos. Eu não mandaria seus filhos para lá a
menos que tivesse uma opção melhor, mas não temos uma. Bilé pode
entrar em estruturas e áreas dentro da Terra dos Fae. Sem Lucian e
Spyder sobre os bebês, não podemos proteger eles bem o suficiente
para deixar eles aqui e nos sentirmos confortáveis com essa decisão.
Vamos esconder seus filhos onde estarão seguros, para que possamos
terminar esta luta e os trazer para casa junto com nossos próprios
filhos.
— E eu, onde estarei? Na Aliança também? — Ciara perguntou
enquanto estreitava os olhos em desafio.
— No campo de batalha comigo, onde você pertence. — Ryder disse,
sentando em uma cadeira e cruzando as mãos enquanto olhava para
ela. — Tenho protegido você desde o momento em que nasceu, falhando
com você toda vez que Alazander me mandou como sua ferramenta
para matar criaturas. Coloquei você fora do alcance de meus inimigos.
A ideia de você ser prejudicada por aqueles que nos odeiam por causa
de Alazander, bem, isso me apavorou. A perda de Dristan me fez
perceber que tenho afastado alguém que não achei que pudesse lutar
ao meu lado.
— Eu escondi você, e ainda assim assegurei que você fosse treinada
para a guerra porque está em seu sangue assim como está no meu.
Desta vez, estamos todos lutando para sobreviver, e é todo mundo ou
ninguém. Não posso gastar o poder de construir dois mundos, e
aqueles que não podem lutar vão entrar no mundo que criei, mas está
incompleto. Isso significa que é instável. Não podemos lutar sem saber
que nossas famílias estão seguras e, como Synthia me lembrou, nem
os seres inferiores podem.
— Eu estarei ao seu lado, Ryder. Confio na decisão de Synthia de
enviar nossos filhos ao homem que a criou. Simplesmente não confio
nas novas pessoas e criei esses monstrinhos do zero. — Ela deslizou
sua mão na de Blane e sorriu. — E este homem, ele é o meu mundo,
mesmo que ele seja um idiota na maioria dos dias.
— Isso é um pouco atrevido, mulher, mesmo para você. Temos esta
noite, se lembre disso. Não me oponho a colocar essa bunda sobre o
meu joelho e te lembrar de quem está no comando. — Blane se inclinou
e beijou Ciara enquanto agarrava sua bunda. Ryder rosnou e apontou
para a porta enquanto eu ria.
— Vamos, Dragão. — Ciara riu enquanto puxava Blane em direção
ao corredor.
— Estamos planejando guerra, não sexo. Você é minha irmã. Não
preciso ouvir sobre você levando uma surra. — Ryder rosnou de novo
enquanto esfregava a mão sobre o rosto.
— Você pode bater na minha depois do jantar. — Provoquei
enquanto olhos aquecidos se viraram para mim. — Estamos atrasados
e é o último jantar que todos teremos com seus filhos. — Não escondi
a dor que envolvia as palavras, sabendo que os nossos não estariam.
Ryder se levantou, estendendo a mão enquanto meu vestido se
transformava em um vestido azul prateado que ele adorava colocar em
mim recentemente, alegando que destacava minhas asas muito bem.
Nossas asas se abriram simultaneamente, e no momento em que
minha mão tocou a dele, a energia elétrica bruta encheu a sala.
— Vamos, minha rainha?
— Devemos, meu rei. — Sorri, observando Ciara e Blane flertando
com os olhos no corredor. — Os dois, nenhum bebê até isso acabar,
entendido? Não podemos sair lutando descalços e grávidos. Alguém
acabaria nos denunciando à Agência de Proteção à Criança Fae ou algo
assim.
— Agência de Proteção à Criança Fae? — Ryder perguntou
curiosamente.
— Sim, aparentemente nós temos alguns filhos da puta do mal no
palácio. Precisamos regulamentar isso como uma lei, que proteja os
bebês nascidos e abandonados por mães humanas. Se tivéssemos uma
divisão como essa antes disso acontecer, estaríamos lutando só contra
um Deus. Em vez disso, estamos lutando contra Bilé e todo o seu bando
de órfãos esfarrapados que estão machucados porque não foram
aceitos quando a ‘mamãe’ os abandonou porque não eram humanos o
suficiente para estar naquele mundo, e não Fae o suficiente para estar
na Terra dos Fae.
— Eu gostaria que não voltássemos à guerra tão cedo, então espere
mudanças na Terra dos Fae assim que tivermos vencido. Quero os
filhos deste mundo protegidos. Também quero que aqueles com sangue
Fae bombeando em suas veias saibam que são procurados pela Horda,
sem ter que provar que são idiotas assassinos. Eu gostaria de fornecer
um lugar seguro para todos, onde a guerra e a traição não funcionem
como ladrões.
— Então, quem vai dirigir esta organização? — Ryder perguntou.
— Eu vou. — Ciara bufou. — Vou administrar um lugar assim com
você, Synthia. Vou te ajudar a proteger as crianças deste mundo de
suportar o que eu fiz quando criança.
— Você engravida Ciara e a mantém ocupada, e eu farei o mesmo
com Synthia. — Ryder riu para Blane, me puxando para perto
enquanto pressionava sua testa contra a minha. — Eu amo que você
queira proteger a todos, mas você não tem ideia de quantas criaturas
abandonam seus filhotes.
— Tenho, na verdade. Posso ouvir eles sussurrando por ajuda
dentro da minha cabeça. Esta guerra deixará milhares de crianças
órfãs. Você e eu, Ryder? Estamos oficialmente prestes a nos tornar o
Supremo Rei e Rainha dos Fae se tudo correr como planejado, e isso
significa que caberá a nós proteger aqueles que precisam de nós.
Alguém tem que se aproximar e cuidar dessas crianças, e somos nós.
Temos o poder de construir palácios e criar mundos. Como não ajudar
os filhos daqueles que pedimos para lutar ao nosso lado, aqueles que
caem durante a batalha?
— Ok, mas precisa colocar essa porra de coração sangrando longe
antes de acabar pedindo aos Redcaps para morar com a gente,
animalzinho. — Ele riu, me puxando mais perto enquanto clamava
meus lábios. — Traço o limite para aqueles fodidos bagunceiros. Eles
pingam sangue por toda parte e pensam que é normal.
— Concordo, e eles tentam olhar minhas saias sempre que podem.
— Eles estão mortos. — Ele disse com um olhar sério em seus olhos.
— Você tende a tentar ficar por baixo das minhas saias também. —
Bufei.
— Essa boceta é minha, animalzinho. Eu lambi e lambi muito para
ter certeza de que todos saibam que é minha.
— Ryder, sua irmã está certa...— Fiz uma pausa, olhando ao redor
da sala. Gemidos começaram no armário e fechei os olhos. — Acho que
eles planejam pessoalmente repovoar o mundo com Dragões. — Com o
grito alto de Ciara, agarrei a mão de Ryder e puxei ele comigo para fora
da sala, rindo. — Nós devemos ir.
— Faça isso rápido, Dragão! Jantar em família, idiota. — Ryder
chamou por cima do ombro enquanto Blane rosnava alto do armário.
— Como eles se encaixaram lá? — Perguntei.
— Eu não quero saber.
— Há outro em que possamos nos encaixar?
— Vamos descobrir. — Ele riu, me puxando na direção oposta do
jantar que eu planejei para ele.
— Não. — Puxei Ryder de volta para mim, e nossas asas roçaram
uma contra a outra enquanto ele envolvia meu corpo dentro da dele. —
Não quero cinco minutos no armário antes do jantar. Quero para
sempre. Quero entrar nesse jantar sabendo que assim que terminar
estarei montando seu pau até o amanhecer, indo para a guerra ao seu
lado ao amanhecer. Esta noite é para a família, mas esta noite, você
fará amor comigo lentamente até que eu implore para começar a me
destruir, como toda vez que tentamos ir devagar.
— Você não é o tipo de mulher do tipo “vá devagar”, Synthia Raine.
— Sim, estou ciente. Também sou casada com a encarnação do
sexo. Ele fode como se estivesse lutando, e gosto de experimentar as
duas coisas dele. Seja um bom menino, e vou te deixar foder qualquer
parte do meu corpo que quiser esta noite. — Prometi, e seus olhos
aqueceram enquanto ele me observava.
— Cuidado, porque você está prestes a montar um cavalo pela
manhã, e aquele traseiro esteve me provocando no último ano que você
não foi capaz de me levar por completo. Não pretendo usar magia desta
vez também.
— Eu não sou mais fraca, Ryder. Posso te levar do jeito que eu
quiser; se lembre disso. — Corri minha mão em seu peito e saí de suas
asas enquanto ele sorria maliciosamente.
— Essa bunda é minha, mulher. — Avisou em um timbre espesso.
— Só se você merecer. — Provoquei, balançando meus quadris e
sorrindo quando um grunhido profundo escapou de seu peito.
Entramos no refeitório, parando na escada para olhar para a
multidão de pessoas ao redor das mesas. Era um grupo grande e
turbulento esta noite, mas amanhã alguns de nós cavalgaríamos juntos
para a guerra, enquanto outros estariam escondidos e protegidos.
Alguns partiriam para se esconder dentro da Aliança, garantindo que
não importasse o que acontecesse, eles sobreviveriam a essa luta.
Era a única coisa que podíamos fazer. Reconstruí a Aliança com esta
guerra em mente. Foi por isso que passei incontáveis horas lá com
Lucian, Lena e até mesmo Erie, me certificando de que os Deuses e o
que quer que Lucian fosse não violariam as defesas. E considerando
que ele era enorme, e uma das criaturas mais fortes que eu encontrei
em toda a minha vida, isso era definitivamente no melhor interesse da
Aliança em relação ao sistema de defesa.
— Nós poderíamos simplesmente sair. Ninguém notaria. — Ryder
ofereceu, deslizando seus dedos nos meus. — Venha, vamos.
Sorrindo, encarei nossas mãos, mas não foi à mão dele que segurou
a minha. Foi de Malachi. Olhei para a criatura me observando com
olhos antigos, sem falar enquanto ele percebia minha resposta à sua
presença em minha casa.
O suor gotejou na minha testa enquanto a náusea rodava
violentamente por mim. Ele sorriu firmemente enquanto os olhos
tricolores prata e azul elétrico estudavam minha reação ao seu toque.
O barulho na sala diminuiu até que tudo se desvaneceu até o nada.
Malachi se virou, olhando para as pessoas que riam e comemoravam
ao nosso redor.
— Está na hora, Synthia.
— Hora de quê? — Sussurrei com os lábios trêmulos. Suas palavras
enviaram pânico através de mim. E se eu não tivesse escapado afinal?
E se ele tivesse tecido a ilusão perfeita, e eu estivesse vivendo isso,
felizmente inconsciente?
— É hora de deixar você ir. Você prometeu me mostrar como era
estar fora da prisão Seelie se eu prometesse fazer de você o que este
mundo precisava. Está pronta para enfrentar a guerra e eu sei o que
significa sentir emoções. Você me ajudou, e seu marido quer que eu te
deixe ir agora. Você estava disposta a mudar por ele, e admito que não
me caiu bem quando percebi que a totalidade de sua alma foi criada
por seu amor e sua humanidade. Vou remover a corrente da magia que
retém a verdade agora e vai recuperar as verdadeiras memórias do que
realmente aconteceu na prisão. Esse foi o acordo que você fez.
— Não entendo. — Admiti enquanto um arrepio de medo cortou meu
estômago e envolveu minha espinha.
— A dor nos obriga a mudar, e traumas suficientes fazem nossa
mente quebrar. Para chegar onde você precisava estar, eu quebrei você.
Quebrei as partes de você que tinham que ser quebradas para que
pudesse conter a magia que o mundo estava tentando dar a você. Você
me ensinou isso. — Afirmou ele, apontando para as pessoas ao nosso
redor que continuaram alegremente inconscientes do monstro em seu
meio.
Não, nem todo mundo estava inconsciente. Lucian e Spyder estavam
de pé, observando Malachi, mas não se moveram de onde estavam.
— Eu quero isso, acho. Quero essa coisa de família que você tem.
Mas com o tempo, assim que estiver preparado para dar o suficiente de
mim mesmo. Até então, doce Synthia, dou adeus a você. Nós vamos
nos encontrar de novo em breve. Tenho certeza disso. Nossos caminhos
foram interligados pelo destino, e sinto que é por isso que fui deixado
naquele buraco. Eu estava esperando que você fosse criada, para que
eu pudesse te ajudar, ajudando assim a Terra dos Fae. Você me disse
que se sentiu compelida a seguir essa direção e que algo a puxou para
o buraco. Acho que você estava pronta para mudar, e é por isso que me
encontrou naquele momento. Eu era a única criatura que poderia te
ajudar a se tornar você, doce irmã.
— Não entendo o que está acontecendo. — Chorei enquanto meu
corpo tremia com a magia correndo por ele.
— Ainda não, mas vai em breve. Eu a liberto do acordo que fizemos,
e te desejo tudo de bom, irmã. — Ele se inclinou, roçando um beijo na
minha bochecha antes de desaparecer.
Encarei minha mão e Ryder ergueu meu queixo, me forçando a olhar
em seus olhos, salpicados de constelações. Memórias da caverna
bateram em minha cabeça e choraminguei, lutando contra a dor que
isso criou. A dor se transformou em uma sensação latejante entre meus
olhos, se instalando atrás das minhas pálpebras, se tornando cores
violetas que dispararam pela minha cabeça. Puxando minha mão de
Ryder, coloquei sobre meus ouvidos, piscando rapidamente para
dissipar as imagens de Malachi enquanto ele me observava me
aproximando dele.

Ele era etéreo e assustadoramente bonito. Monstros tinham se


estendido para mim, e Malachi rosnou em advertência, enviando todos
eles correndo de volta para as sombras com o mais simples ruído. A
caverna estava gelada e preenchida com um brilho fraco fornecido por
minúsculos cristais que pareciam refletir a luz em suas profundezas,
iluminando uma piscina de águas azul-turquesa.
— Você não deveria estar aqui, mas está. Curioso. Como entrou na
minha casa, pequena? — Malachi perguntou, se aproximando enquanto
a magia deslizava ao meu redor, sufocando minhas vias respiratórias.
Ele sorriu, mas não foi cruel. Foi... curioso. — Sinto muito. Não é sempre
que me encontro na companhia de algo tão lindo e delicado.
— Eu tenho que sair daqui, agora. — Sussurrei, e então me virei
quando algo saiu correndo das sombras.
— Não tem como escapar deste lugar. — Ele riu silenciosamente, e
ainda assim ecoou na minha cabeça como pregos em um quadro-negro.
Um minuto ele estava do outro lado da sala, e no próximo, ele estava
na minha frente. Asas grossas e escuras se estendiam de sua espinha
enquanto a magia pulsava nas paredes da caverna. Os cristais se
acenderam e sua cabeça baixou em direção à minha, forçando minha
mão a levantar e cobrir minha boca. Malachi se afastou, olhando para
minha mão protegendo meus lábios dos dele.
— Você recusa meu beijo?
— Sou casada e estou muito apaixonada por meu marido — expliquei.
— Ninguém aqui foi amado. — Argumentou ele, franzindo a testa
enquanto as sobrancelhas se juntavam, confuso com minhas palavras.
— Qual é a emoção que você sente?
— Dor, porque ninguém nunca te amou. — Admiti, sentindo a verdade
de suas palavras como um peso de tijolos empilhados no peito. Foi
sufocante. Ele quis dizer isso, e de alguma forma isso me incomodou.
Senti sua agitação. Sua dor estava exposta e com bordas irregulares,
mesmo sem ele saber.
— Você sente dor por mim? — Ele riu abertamente. O grande volume
fez meus ouvidos sangrarem e minhas mãos bateram contra eles quando
caí de joelhos, olhando para ele.
Ele se ajoelhou diante de mim, inclinando a cabeça enquanto seu
olhar se estreitava em mim. Ele tirou minhas mãos dos meus ouvidos e
as risadas diminuíram, silenciando a dor. Suas narinas se dilataram e
ele rosnou, expondo dentes cegos e brancos enquanto se inclinava,
lambendo o sangue de onde escorria da minha orelha.
— Quem é você? — Ele exigiu cruelmente.
— Synthia, Rainha da Horda, Filha de Danu e Deusa das Fadas.
— Danu... oh. — Ele sussurrou, apertando sua mão contra a minha,
passando o dedo sobre a minha palma. — Você carrega minha linhagem,
pequena. Minha mãe também era Danu, Deusa dos Fae.
Meu coração batia descontroladamente enquanto engolia a raiva que
me atingiu. Meu olhar seguiu seu dedo enquanto ele desenhava a árvore
representando a Terra dos Fae.
Levantando meus olhos para segurar os dele, falei baixinho.
— Ela colocou você aqui, não foi? Danu te colocou neste lugar porque
você não era o que ela queria criar. Ela jogou você fora, assim como Ryder
me jogou fora. Não éramos suficientes, certo? Nossas peças não se
encaixavam em seus quebra-cabeças e não somos o que eles queriam
que fôssemos. Você não é um monstro. É uma criança que foi jogada fora
porque sua mãe não achava que era bom o suficiente para amar. Isso é
culpa dela, não sua. Nós somos apenas o que fomos feitos para ser. Às
vezes, as coisas criadas nem sempre são o que os Deuses queriam, então
jogam coisas como nós fora.
— Você não tem ideia das coisas que fala. — Ele retrucou.
— Mas eu quero, porque você era imperfeito, e Danu trancou você
dentro desta prisão por causa disso. Em seguida, ela criou outros à sua
imagem, consertando as partes que considerava defeituosas. Estou aqui
por causa da parte de mim que não posso erradicar. Não sou o que eles
queriam, porque não posso me tornar o que é necessário. Sou imperfeita,
falha pela minha humanidade, que não nasci para abrigar. Estou aqui
porque estou no caminho deles e não consegui salvar minha família
porque não sei como mudar para ser o que eles precisam que eu seja.
— Danu pode te ensinar. — Ele bufou, me puxando para uma posição
em pé com ele. — Se você sobreviver aos monstros dentro das cavernas.
— Danu está morta. — Respondi friamente.
— Impossível, ela é uma Deusa.
— Ela deu sua vida pela minha para salvar este mundo. — Ele fez
uma pausa, olhando para mim com os olhos prateados raivosos forrados
de turquesa. — Não foi minha escolha, mas acho que ela acabou de lutar
por nós.
— Nossa mãe deu a vida por você e ignorou seus outros filhos? — Ele
zombou quando o poder sufocante encheu a caverna. — Por que você é
tão especial?
— Porque é meu destino salvar a Terra dos Fae. — Admiti, incapaz
de esconder a frustração em meu tom.
— A Terra dos Fae não tem fim.
— Tem quando o Deus da Morte quer que acabe. Bilé marcha com
seus exércitos pela terra, massacrando pessoas inocentes até agora. Ele
odeia que Danu o tenha abandonado, então ele faz os Fae pagarem por
isso. — A dor empurrou contra meu peito, e olhei para baixo, onde sua
mão me tocou.
— Você é fraca. — Ele riu.
— E você está sozinho, e ninguém está vindo para nós.
— Você poderia nos tirar daqui, mas teria um alto preço a pagar.
Eu o estudei por um momento antes de me afastar de sua mão.
— Qual seria?
— Quero saber como é sentir. Você está cheia de emoções, mas quero
aquelas que você sente quando pensa nele, aquele que te deixou aqui
embaixo.
— Ryder. Você quer saber como é amar? Dê um chute nas bolas e
evite o problema de ter seu coração arrancado. O amor dói e tem o poder
de destruir da pior maneira possível. Você não quer isso. Ninguém
deveria querer esse tipo de dor.
Malachi sorriu, me olhando, cruzando seus braços massivamente
pulsantes sobre o peito nu. Ele foi construído para a guerra e, pior, para
o prazer. Tudo sobre ele gritava sexo, e meus olhos queimaram com a
intensidade disso. Era como olhar para um anjo, mesmo sabendo que
olhar por muito tempo faria com que o sangue vazasse de seus olhos.
— Os pequenos, vocês os amam mais do que se amam. — Ele
anunciou com curiosidade preenchendo seu tom. — Eles são seus filhos.
Você é mãe? As mães não amam o que vem de seu útero. Ninguém aqui
conheceu o amor de uma mãe, nunca. Quero conhecer essa emoção.
— Tem grandes problemas com a mamãe? Ótimo, nós dois temos.
— Como você pode amar eles?
— Porque os criei dentro de mim e os senti crescer no meu ventre. As
mães devem amar seus filhos. Exceto nossa mãe. — Sorri. — Eu os amo
porque eles são uma parte de mim, e mesmo que se tornassem um bando
de pequenos anti-heróis e não fossem perfeitos, eu ainda os amaria. Sou
a mãe deles, e todas as crianças são lindamente imperfeitas. É isso que
uma mãe deve fazer: amar eles não importa o que sejam ou quem se
tornem. Nossa mãe, Danu, ela não era o que uma mãe deveria ser, não
até o fim, e mesmo assim, seus motivos eram egoístas.
— Você tem que evoluir e eu tenho que aprender o que sente. Me ajude
a conhecer essas emoções, e te ajudo a se tornar o que deveria ser.
— A que custo? — Rebati, inclinando a cabeça enquanto estudava o
olhar de medo em seus lindos olhos.
Ele temeu minha resposta, e isso gritou mais sobre suas intenções do
que poderia descrever. Ele ansiava pelo que nunca conheceu. Esteve
aqui desde a criação da Terra dos Fae, e ainda nenhum dos seres aqui
embaixo tinha conhecido o amor. Ele só queria saber o que eram
emoções, e quão terrivelmente triste era isso?
— Não vou brincar de palavras com você e dizer que será agradável.
Para consertar você, tenho que te despedaçar e colocar de novo no lugar.
Vou permitir que conheça a dor que suportei e também o prazer que eles
me forçaram como uma criatura recém-nascida. Mas isso te prometo:
através do pior, vou te proteger, e então brevemente permitir que você
experimente o que é a verdadeira dor.
— Vou te mostrar o que tenho suportado enquanto você me mostra
como é saber o amor que você tem por este homem e seus filhos. Quero
saber o que é sentir algo diferente do nada. Para te reconstruir, devo te
desconstruir lentamente. Nenhum de nós vai sair daqui até que você
renasça como a verdadeira Deusa Fae. Só ela pode nos libertar desta
prisão porque ela a construiu.
— Danu construiu este lugar, e eu assumi o papel dela. Compreendo.
Quer tirar partes de mim, mas as substituirá? Vai me recompor como sou
agora?
— Sim, todas as peças.
— Como posso confiar que manterá sua palavra?
— Você não pode, mas se não fizer, nenhum de nós sairá daqui, e
qualquer um que vier atrás de você permanecerá aqui conosco. Você é a
única que pode escapar desta prisão e sobreviver. Só a morte pode vir,
mas até ele estaria em perigo aqui, já que muitos de nós anseiam por
sua foice.
— Então, se não fizermos isso, nós dois ficaremos aqui... para
sempre? — Esclareci, estudando seus olhos. A questão era que eu sentia
essa criatura dentro da minha alma. Eu sentia o vínculo familiar que as
Fae compartilhavam, mas era muito mais do que isso. Foi amplificado,
pulsando através de mim enquanto eu olhava em seus olhos. Eu podia
realmente sentir o vínculo que compartilhamos se encaixando enquanto
ele sorria, acenando com a cabeça, sentindo também enquanto a
maravilha brincava em meu rosto.
— Estou aqui desde antes do mundo ser totalmente criado. Quando
mamãe me trouxe aqui, a árvore era a única coisa neste mundo. Agora,
posso sentir que se expandiu e cresceu para abrigar muitos mundos
dentro dele, ainda inexplorados. Não desejo guardar suas memórias, só
sentir, pois nunca conheci nada além da luxúria, fome e ódio que pesa
sobre cada criatura na prisão.
— Você acha que minha vida tem sido um passeio no parque?
— Posso sentir o amor e a sensação de felicidade que você conheceu.
Vejo a devoção em sua aura por aqueles que chama de família. Isso me
intriga e excita as trevas desta prisão com sua pureza. Fui dilacerado
até que a única coisa que conheci é a necessidade de sobreviver, mas
nunca provei pureza, nem amor.
— Abati só criaturas que entraram em minha tumba, e não se engane,
é onde você está. Mamãe construiu minha tumba perfeitamente, nunca
me deixando sentir a beleza de seu mundo ou sentir o sol em meu rosto.
Só conheci essa frieza e amargura, e o ódio e medo daqueles que foram
lançados para me alimentar durante os incontáveis anos que estive aqui.
— Então podemos começar, irmão? — Perguntei, colocando minha
mão na dele. Ele olhou para nossas mãos entrelaçadas antes de olhar
para mim. — Tic-tac, tenho uma guerra para vencer.

Pisquei e engoli, olhando para Ryder enquanto minha boca abria e


fechava, tentando encontrar as palavras que eu precisava dizer até que
algo bateu contra as paredes da fortaleza, fazendo o castelo tremer.
— Ryder, — assobiei — eu não fiz isso.
— Fez o quê? — Ele perguntou, observando enquanto todos se
levantavam das mesas e começavam a desaparecer.
— Malachi me mostrou o que aconteceu na prisão. Não dormi com
nenhum dos monstros. Não te traí. — O peso que estava no meu peito
diminuiu e exalei.
— Eu sei, mas agora, tem um problema maior. Leve as mulheres
para a Aliança, Synthia. Agora. — Ele ordenou e começou a se
transportar, mas eu o puxei de volta. — Não dá tempo, mulher!
— Me beije, minha Besta. — Fiquei na ponta dos pés enquanto
nossas asas se abriam. — Eu te amo. Sempre vou amar. Vá matar
aqueles que procuram nos prejudicar, e vou estar de volta assim que
tiver assegurado nosso povo na fortaleza que ergui para eles.
— Você me deve essa bunda, mulher.
— Sério? Acabei de dizer que te amava, e você fala sobre querer bater
na minha bunda? — Bufei.
— É uma bunda muito legal que está me provocando há muito
tempo. Agora vá. Jogos de bunda depois, bruxa atrevida.
— Fodida Fada. — Eu ri, me movendo para colocar as mulheres e
crianças em segurança enquanto Ryder enfeitiçava sua armadura, indo
em direção ao barulho no pátio.
Eu estava nas catacumbas da Aliança, observando mulheres e
bebês enquanto se moviam para os quartos seguros subterrâneos. Foi
um caos absoluto quando Alden e Adrian fizeram o possível para situar
a todos sem interferir. Alden entregou um cobertor para uma mulher e
seu filho, e notei seu cabelo grisalho e as rugas em seu rosto que
estavam mais definidas hoje.
Ele envelheceu desde que a mãe de Lena foi assassinada, e eu não
tinha notado isso antes. De vez em quando, seus olhos cinza-aço se
moviam para Lena, e ele beliscava a testa em preocupação. Ele
caminhou em minha direção e se encostou na parede, sorrindo com
meu olhar estreito.
— Você sabe que Lena está bem agora. Certo, velho? — perguntei
casualmente, e ele bufou.
— Ela perdeu todo mundo, como diabos isso é estar bem?
— Porque ela é boa em uma tempestade. Alguns de nós nascem para
brincar na chuva, enquanto outros se afogam. Algumas pessoas não
são feitas para suportar provações e, quando caem, permanecem no
chão. Nós nos levantamos porque é a única coisa que conhecemos.
Alguns de nós tiveram professores incríveis que nos ensinaram a
sempre voltar, outros viveram como guerreiros porque ser uma vítima
não era algo que eles podiam aceitar. Você está envelhecendo, Alden.
— Isso é o que significa ser humano, garota. Nós envelhecemos e
eventualmente, morremos. Estou bem com isso porque vivi uma vida
incrível. Morrer é só outra parte da jornada. Achei que já tivéssemos
conversado?
— Estou prestes a ir para a guerra e sabendo que pode levar anos
para vencer ela, bem, e se você não estiver mais aqui quando eu voltar?
— acha que não vou estar por perto assombrando este lugar muito
depois de eu partir? — Alden riu e eu inclinei a cabeça contra seu
braço. — Tenho saudades da minha irmã e da minha família. Não tenho
medo de morrer, Synthia Raine McKenna. Se eu morrer amanhã, vivo
dentro de você, Adam e Adrian. Não tive filhos por um motivo. Já tinha
muitos para lidar e alguns de vocês precisavam de mim mais do que
outros. Quase me estabeleci para ter uma família, mas depois você veio
para ficar aqui comigo. — Alden passou o braço em volta do meu ombro
e me abraçou forte, sorrindo para mim. — Você era uma menininha
que ficou traumatizada em uma idade tão tenra e impressionável. Você
precisava de mim mais do que eu precisava da minha linhagem para
continuar, e agora aqui estamos. Carrega meu nome, Synthia, e vai
carregar ao longo do tempo com sua imortalidade. Sempre continuarei
através de você.
— Você não se arrepende? — Perguntei, olhando em seus olhos.
— Criando você? Merda, garota. Criei uma Deusa. — Ele me apertou
com mais força e riu. — Quantas pessoas podem dizer isso?
Arrependimento não é algo que tenho em minha vida. Tenho orgulho
dos meus filhos, e são todos meus filhos. Eu os criei desde o momento
em que podiam andar e falar. Eu os ensinei a lutar, como dominar a
magia, e os vi crescer e se tornarem seres que tenho orgulho de chamar
de meus. A vida é isso, sabe? Você faz o melhor que pode e espera que
tudo saia bem. Às vezes você tem sorte, mas mesmo quando eles não
são perfeitos, ainda tem orgulho deles porque eles lutam e se esforçam
para ser assim aos seus olhos.
— Esse é um argumento muito fraco. Eu morri, Adrian morreu e
Adam está lutando contra a dor. Ele atualmente tem um zumbi
escondido em um armário em algum lugar de sua casa, que não consigo
localizar. Ele provavelmente será comido pelo dito zumbi tentando
entrar em sua cueca.
— Mas você ainda está aqui, sua idiota.
Bufei, socando ele no braço. — Eu te amo, velho.
— Nada dessa merda, garota. Você voltará e eu não estarei morto
quando acontecer. Você lidará com essa situação como sempre fez.
Enfrentará adversidades esmagadoras e chutará a bunda deles porque
nem mesmo sabe o que significa fracasso. Nunca aceitou a derrota
como cenário e agora não é hora de mudar isso.
— Tenho que voltar, alguém tem que manter este lugar na linha. —
Ri, me afastando dele enquanto comecei a andar para trás, sorrindo
para o orgulho brilhando em seus olhos. — Não é um adeus, meu velho,
é só até mais tarde. — Me virei, caminhando em direção a Adrian, que
estava com Erie enquanto ela se encostava na parede.
— Sem estacas, certo? — Adrian perguntou, erguendo as mãos em
sinal de rendição simulada.
— Não vou te estaquear esta semana. Na próxima semana, porém,
talvez tenha tempo para fazer isso. — Bufei, sorrindo para a dança de
riso em seus olhos.
— Só se você me beijar primeiro, e aquele seu marido estiver nos
observando. A melhor parte da minha década foi ele ser incapaz de
fazer qualquer merda sobre você me beijando.
— Você tem sorte que ele não acabou com sua existência, idiota.
— Sim, eu sei. Mas com que frequência consigo foder com Ryder,?
Você sabe que ele me odeia. — Adrian disse, revirando os olhos
turquesa em direção ao teto.
— Sim, ele faz. — Concordei.
— Você deveria me dizer que não.
— Eu estaria mentindo. — Sorri enquanto ele gemia, balançando
sua cabeça escura.
— Às vezes, não tem problema em mentir para mim, Synthia. — O
sorriso de Adrian desapareceu, e ele balançou a cabeça quando um
novo grupo de crianças entrou nas catacumbas. — Isso é uma
bagunça. Você se esqueceu de mencionar que estava trazendo órfãos.
— Eles não são mais órfãos. são recrutas da Aliança. Podem subir
e você os treinará. Eles não têm mais família e são perfeitos. Podem ser
ensinados a manejar magia para defesa e ter um parceiro de outra raça
para equilibrar. Que melhor criatura para caçar Fae do que os Fae?
Temos os recursos para treinar eles e o melhor Ancião da Aliança para
gerenciar isso e suas necessidades. Comece os estudos e, quando tiver
idade suficiente, comece a treinar eles para lutar. Aqueles que não dão
certo podem voltar para mim, e vou encontrar lugares para eles na
Terra dos Fae.
— Me foda, Syn, há um exército deles.
— Exatamente, e sem pais, eles não vão durar na Terra dos Fae.
Vão estar mais seguros aqui, e se chegar a hora em que desejam entrar
de novo na Terra dos Fae, se tiver uma Terra dos Fae de pé, eles terão
permissão para isso. Eu não poderia deixar eles sozinhos na fortaleza,
e temos muito espaço para eles aqui.
— Por que está realmente aqui, Syn? — Adrian perguntou, me
forçando a parar e olhar para ele. Abri a boca para falar, e ele balançou
a cabeça. — Não, não minta para mim, porra. Seu homem está
defendendo a fortaleza, e você está falando sobre órfãos. Não nos
despedimos. Você sabe disso. Vá para casa e foda-se. Traga aqueles
bastardos de joelhos. Eu tenho isso; você sabe que tenho. Lucian,
Spyder e Erie instalaram as proteções nas catacumbas. Nem mesmo o
próprio Deus poderia entrar aqui, mas aqui está você, perdendo tempo
se certificando de dizer adeus a todos.
— Não disse adeus nenhuma vez. — Argumentei enquanto a emoção
envolvia meu peito, agarrando a garganta até que desisti de discutir.
— Não, mas é exatamente isso que você está fazendo. Você está se
despedindo de todos porque não planeja sair dessa com vida. Foda-se
isso e foda-se você por pensar que pode morrer. Vai para a guerra e vai
com a cabeça erguida. Vai fazer eles se curvarem assim como fomos
ensinados e treinados a fazer. Isso é o que minha garota faz. Ela põe os
homens de joelhos, porra, e não dá misericórdia aos seus inimigos. Pare
de dizer tudo o que acha que tem a dizer, porque a única maneira disso
acabar, bem, é com você voltando aqui e limpando aquelas lindas
unhas cor-de-rosa e nos dizendo que ganhou. Vá para casa com seu
marido e lute ao lado dele.
— Também te amo, idiota. — Abracei Adrian e disse a mim mesma
que não choraria mesmo com as lágrimas picando em meus olhos.
— Ah, minha menina de olhos angelicais. Nunca parei de te amar;
só mudou para algo mais profundo e muito menos sujo.
— Não diga isso a Ryder; quem vou usar para deixar ele com
ciúmes? — Zombei enquanto o abracei com força antes de me afastar.
— Estou indo para casa. Você tem os filhos da Horda aqui, então
nenhum executor entra nas catacumbas, Adrian. Fort Knox é vadia, e
não deixe ninguém saber o que está aqui embaixo. Mantenha eles
protegidos para mim e estaremos de volta para buscá-los em breve.
— É isso aí. — Disse ele, acenando com a cabeça em direção a Erie,
que sorriu largamente enquanto suas sobrancelhas se mexiam.
— Acha que alguém vai entrar aqui? Eu trouxe minhas irmãs, e
ninguém fode com Guerra quando a Guarda Corvo é solta. Além disso,
Fred está do lado de fora cercando a Aliança e matando qualquer coisa
que tente entrar, exceto os poucos executores que eles feriram, quem
acho que morava aqui? Opa. Foi mal. — Erie bufou. — Alden designou
um homem para os demônios para se certificar de que não acontecesse
de novo. Está no papo; vá chutar alguns traseiros. Pegue isso. — Ela
afirmou, me entregando um medalhão. — Se a merda ficar ruim, diga
meu nome e estarei lá.
— Obrigada, Erie.
— Eu sou A Mórrígan.
— Obrigada…
— Estou totalmente só fodendo com você. Somos uma e sempre
fomos. Puta merda, mas quem não ficaria com todas as nossas
memórias espalhadas entre as vidas? Erie é quem eu me tornei e,
pessoalmente, gosto de mim. Eu sou legal e divertida.
— Obrigada por proteger nossas famílias, e por isso. — Falei,
segurando o medalhão. Me virei, procurando por Alden na sala, e o
encontrei me olhando com uma carranca no rosto. — Vejo vocês em
breve.
ê
Vasculhei as muralhas onde senti Ryder, observando enquanto o
exército estava pronto para cavalgar. Ele se virou, olhando para mim,
seus olhos aquecidos baixando para meus quadris balançando
enquanto eu caminhava lentamente em direção a ele. A fortaleza inteira
estava banhada em trevas. Nenhuma fogueira foi acesa dentro do pátio,
e as poucas tochas que estavam acesas nas paredes da fortaleza faziam
pouco para oferecer luz.
Fyra e Remy nos flanquearam em ambas as torres. Remy, o maior
dos dois Dragões, rosnou, então inalou profundamente com um
barulho estrondoso alto antes de enviar chamas pelo céu da manhã
para iluminar meu caminho até meu marido. Assim que suas chamas
acabaram, ouvi o que parecia uma risada sufocada.
— Correu tudo bem? — Ryder perguntou suavemente.
— Alden está ficando velho para mim e ele não se importa.
— Ele sabe o que quer, animalzinho. Não pode exigir que ele se
transforme em algo se não estiver disposto. Isso só te irrita porque,
eventualmente, ele vai morrer. Essa escolha não é sua, mas, é o que
mais a aborrece.
— Você é muito inteligente para ser tão bonito. — Falei, ficando na
ponta dos pés para beijar seus lábios famintos. — Parece um crime
você ser os dois.
— Mulher, eu mal estou me mantendo sem dobrar sua bunda
empinada sobre a borda desta muralha e te foder bem aqui. Agora se
vire e sorria para que nosso povo veja que estamos levando isso a sério,
e não aqui fazendo um novo príncipe ou princesa enquanto trabalham.
— Eu quero mais. — Anunciei, exalando enquanto seus braços me
envolviam. — Quero seus lindos bebês, Fada. Quero todas as merdas
de bebês.
— Cuidado, minha rainha, gosto de fazer bebês com você. Também
não me oponho a transformar o harém em um berçário para todos
aqueles lindos bebês que você está planejando.
— Sim, você vê, também é divertido fazer esses bebês, mas só um
de nós tem que engordar para cozinhar eles.
— Não tenho as partes, e você sim. — Ele riu roucamente contra
minha orelha, beijando meu pescoço suavemente.
— Isso é verdade, e nem um pouco justo, já que você deveria pelo
menos experimentar um pouco disso.
O vento uivava ao redor da fortaleza e fiz uma careta, notando que
cavalos de carga estavam sendo carregados com suprimentos e, abaixo
de nós, itens do castelo estavam sendo arruinados e jogados de lado
para fazer parecer que tínhamos abandonado.
— Por que estão destruindo tudo? — Questionei cuidadosamente.
— O ataque à fortaleza violou o lado norte da fortaleza. Isso nos deu
uma boa desculpa para fazer o castelo parecer abandonado devido aos
danos. Nós só vamos ajudar para que o Deus que observa cada um de
nossos movimentos pense que foi danificado o suficiente para termos
que fugir. — Ele informou, me abraçando com força. — Quando
sairmos daqui, não vai sobrar nada. As coisas dos nossos filhos
estavam no primeiro carregamento para ir para a Aliança ontem, e
Alden as colocou em seu apartamento. Seus itens que resgatamos de
sua casa de infância também estão com ele. Não tenho nada que queira
manter, nada além de você.
— Coisas de Dristan?
— Dristan está morto; ele não precisa de coisas. Tenho todas as
lembranças dele e de cada um dos meus outros irmãos, assim como de
Ciara, dentro do meu coração. Eu os carregarei comigo até o fim dos
tempos. As coisas deles são só isso... coisas. Antes da fortaleza ser
atacada, você disse que não foi você. Elabore.
— Fiz um acordo com Malachi, um que nos ajudou a escapar da
prisão juntos. Me lembro agora. Nem tudo o que aconteceu, mas sei o
que não aconteceu. Não quebrei meu voto para você. Não fiquei com
ele, Ryder.
— Eu sei que não ficou. — Afirmou ele com voz rouca. — Se tivesse,
eu teria cheirado outros homens em você. Você é minha e só minha.
Este corpo só me conhece, e mesmo se você conhecesse, eu não teria
me importado. Não teria gostado, mas teria entendido por que fez o que
fez para sobreviver. Eu podia sentir o cheiro de magia em você, mas o
que você disse e sentiu, era real. Tenho minha esposa de volta, então
todo o resto é irrelevante.
— Sabia que não quebrei meus votos? — Perguntei baixinho,
olhando nos olhos de ônix que sorriam para mim, seus lábios refletindo
a felicidade mesmo enquanto marchava para a guerra. Ryder foi criado
para a guerra e prosperou diante disso.
— Suspeitei, mas você disse que morreu, o que poderia explicar não
ser capaz de sentir o cheiro de outro homem em você. Cillian me ajudou
a encontrar Malachi em seus sonhos, Synthia. Eu não conseguia parar
os pesadelos sozinho, e o cheiro de algo poderoso vazou de você quando
Malachi estava presente em sua mente enquanto dormia. A magia dele
não era como a sua. Então, pedi ao Rei dos Pesadelos para me ajudar
a descobrir como te salvar. O que encontrei foi alguém poderoso
tentando proteger você, até mesmo de mim.
— Malachi é Oberon, o primeiro Rei dos Fae. A mãe dele também
era Danu, então estou muito feliz por ele não ter tentado fazer sexo
comigo. Também não acho que minha dor era real; acho que era dele.
— Acho que Malachi é muito poderoso, e que ele protegeu você de si
mesma. Ele disse que não tinha outras criaturas dentro da prisão que
poderiam te machucar. Acho que ele queria que você o conhecesse,
soubesse o que ele suportou. Eu também acho que ele matou a maioria
das criaturas dentro da prisão porque elas tentaram deixá-lo, e não
muitos escaparam como você supôs.
— Talvez... quem nos atacou? — Rebati, sem querer discutir a
tortura que sentia em detalhes agora. Não queria quebrar a paz que
tínhamos, que logo terminaria quando cavalgarmos pela Terra dos Fae
para lutar contra Bilé e seu exército.
— Magos, mas nós cuidamos disso. Acho que eles estavam nos
testando, vendo se realmente estávamos deixando a fortaleza para ir
para a guerra. Eles não pretendiam viver o suficiente para causar
danos. Três deles tinham olhos brancos e tenho quase certeza de que
Bilé estava vendo através deles e notando tudo o que fizemos até os
mínimos detalhes dos cavalos sendo selados. Ele não é mais capaz de
nos seguir a partir do mapa que estamos usando. Devo te agradecer
por isso, por ver o que ninguém mais poderia.
— Era apenas um mapa.
— Foi assim que planejamos nossas guerras desde que meu pai
ocupou o trono, Synthia. Ninguém jamais teria suspeitado do mapa, ou
que ele poderia acessar suas informações porque foi criado dentro da
Terra dos Fae. — Ryder riu, me segurando com mais força enquanto
olhamos sobre a campina que delimitava a floresta pela qual logo
passaríamos.
— Simplesmente fazia sentido, já que não tinha olhos dentro da sala
de guerra. Sem espiões, ninguém forte o suficiente para resistir à sua
magia, usamos para rastrear cada mensagem e cada pessoa saindo ou
vindo da fortaleza.
Me virei, observando Zahruk enquanto se aproximava, embalado até
os dentes com armas no manto branco que ele usava. Ele acenou para
mim enquanto se movia o resto do caminho para parar ao nosso lado.
— Estamos prontos. — Ele informou suavemente, seus olhos
examinando lentamente a força de guerra abaixo que já estava
montando para cavalgar nos vales ondulantes da Terra dos Fae. —
Quando vocês terminarem, os Dragões vão colocar fogo na fortaleza.
As palavras de Zahruk fizeram meu estômago embrulhar e minha
mão se ergueu, cobrindo o soluço que lutava para explodir de meus
lábios. Lágrimas picaram meus olhos enquanto inclinei a cabeça contra
o peito de Ryder. Esta era a nossa casa e, para derrotar os magos,
estávamos nos afastando dela. Queimava e doía muito saber que
tínhamos que conceder sacrifícios para avançar nesta guerra.
— Zahruk, chame a Guarda de Elite por um momento, por favor. —
Ryder me puxou ainda mais forte de novo e sussurrou em meu ouvido:
— É só um lugar, animalzinho. Minha casa é com você e nossa família.
Agora, é onde terminamos juntos. Sabíamos que nunca sairíamos
ilesos dessa luta. Não vou perder esta guerra para algum Deus que está
puto por causa de um amor perdido e disposto a destruir o mundo
inteiro por vingança.
— Eu sei, mas esta é sua casa, Ryder. Perdi todos os lares que
conheci. Sei que são só pedras e o que mais você usou para construir.
Simplesmente odeio ceder um centímetro a este idiota sádico, sabendo
que não podemos nem matar o bastardo.
— Nós vamos terminar isso juntos como uma família. Vamos
sobreviver a isso juntos ou morrer lutando. Nossos filhos estão
protegidos. A próxima geração está a salvo do alcance de Bilé. Agora,
vamos mostrar a ele por que você não fode com os Fae ou aqueles que
vivem dentro da Terra dos Fae.
— Pela Terra dos Fae. — Sussurrei, e ele balançou a cabeça.
— Deixe todos ouvirem você, Synthia. Pela Terra dos Fae! — Ele
gritou, e gritos de vitória aumentaram por meio dos soldados. — Venha,
esposa. Vamos cavalgar para massacrar os malditos magos. —
Enfeitiçou minha armadura, semelhante à da Guarda de Elite, mas
com uma capa prateada e uma coroa feita de obsidiana que combinava
com a que ele usava. — Chega de sussurros. Hoje nós deixamos
ouvirem nossa raiva e nossos gritos de batalha.
Ryder sorriu ao longo da linha de seus irmãos enquanto me
segurava com força na frente dele. Ristan ficou ao meu lado à direita,
enquanto Zahruk segurou a esquerda com Ciara ao lado dele. Savlian,
sempre em silêncio, entrou na fila em seguida. Ao lado dele, Sinjinn,
Aohdan, Asrian, Cailean, Lachlan, Adam, Liam e Asher e seus irmãos,
junto com Elysian, olharam para os guerreiros que esperavam abaixo.
— Por Dristan. — Declarou Ryder, acendendo uma vela que estava
na beira da muralha.
— Por Eliran. — Anunciou Aohdan, acendendo a sua.
— Olivia — Ristan sussurrou densamente enquanto Ryder colocava
a mão em seu ombro, apertando em uma garantia silenciosa.
— Por Darynda. — Zahruk acendeu sua vela e se virou para assistir
Sinjinn fazer o mesmo por Sevrin antes que os dois se afastassem.
Adam deu um passo à frente e acendeu velas em homenagem a sua
família caída, e me juntei a Liam enquanto fazíamos o mesmo por
nossos pais.
Outros começaram a se mover ao nosso redor enquanto mais velas
eram colocadas nas muralhas por aqueles que tinham perdido irmãos
ou irmãs, mães ou pais, ou pior, filhos. Meus olhos se moveram pelos
prados, observando se iluminar com as velas que Ryder disse a seus
homens para distribuir como uma bênção aos mortos. Eram uma
promessa silenciosa de trazer paz àqueles que foram assassinados
desnecessariamente e vingar suas mortes.
Tinha tantas velas acesas em todo o prado que brilhava como se a
lua tivesse sido arrancada do céu e colocada na grama em flor.
Engolindo em seco, inclinei a cabeça contra Ryder e balancei enquanto
a sensação de impotência por não ter sido capaz de evitar a morte de
nossa família e amigos afundou.
— Não faça isso. — Ryder sussurrou. — Você não pode mudar o que
aconteceu. Só pode garantir que a guerra termine e não continue a
atingir os outros. A morte é parte da Terra dos Fae, mas não tanto
quanto é no reino humano. Não chore os mortos, pois eles são livres.
Não lutamos pelos mortos. Lutamos pelos vivos e para vingar aqueles
que perdemos. Isso significa mais do que vingança. Lutar pela vida nos
dá uma vantagem porque, quando luta para viver, luta com tudo o que
tem em seu arsenal. Venha, esposa. Nós cavalgamos.
Nos transportamos até o chefe do exército de tropas, que tinha
crescido consideravelmente nos últimos dias. O restante das forças do
Supremo Tribunal finalmente nos alcançou, junto com os Fae menores,
que fugiram da floresta, de volta para a segurança da Horda.
Ryder caminhou atrás de mim enquanto eu ia para o grande cavalo
de guerra que ele escolheu para mim. Assim que eu estava presa na
sela, ele montou seu próprio cavalo de guerra enorme e armadura
enfeitiçada em cada um dos cavalos.
Prometi a mim mesma que não olharia para trás para ver como a
fortaleza foi queimada, mas eram Dragões do caralho. Virando na
minha sela, observei Remy e Fyra subirem para o céu. Ryder verificou
os rostos e falou com os guardas antes de levantar a mão e soltar,
sinalizando aos Dragões enquanto o fogo consumia o castelo. A Horda
dava gritos de guerra enquanto os tambores começavam a tocar
enquanto a fortaleza era banhada pelo fogo dos Dragões.
Ajustando em minha montaria, mudei os olhos para Ryder. Sua
mandíbula se contraiu e os músculos de seu pescoço se flexionaram
enquanto sua casa queimava. Chamas refletidas em seus olhos, e algo
semelhante à tristeza brilharam de dentro deles. Limpei a garganta
enquanto a Horda ficava em silêncio.
— Esta é a nossa casa! — Ryder gritou e engoli em seco. — Eles
nunca vão tirar isso de nós! Irmãos e irmãs, hoje marchamos para a
guerra! Marchamos sobre aqueles que pensam que podemos ser
conquistados. Nunca cederemos e nunca morreremos! Pela Terra dos
Fae! — O exército repetiu a última de suas palavras depois que
escaparam de seus pulmões como um rugido. — Por aqueles que o
inimigo nos tirou desnecessariamente! Pelo Reino de Sangue, pelo
Reino da Luz e pelo Reino da Escuridão! Por quem depende de nós para
lutar hoje, somos todos Horda! Somos os monstros que entram em suas
casas nas sombras e se banham em seu sangue. Somos nós que eles
temem porque não temos medo. Cavalgamos juntos, lutamos juntos e
se cairmos, cairemos juntos!
Lágrimas escorreram dos meus olhos enquanto minha garganta se
fechava. Não era tristeza; era o maior orgulho da Besta com quem me
casei. Ele era meu mundo e melhor amigo. Esta noite, enquanto
caminhávamos para longe de nossa casa juntos, em direção a um
futuro desconhecido, não tinha nenhum outro lugar que eu gostaria de
estar, e ninguém mais ao lado de quem eu gostaria de cavalgar.
— Minha Rainha. — Ele disse suavemente, notando as lágrimas.
— Meu Rei, estou orgulhosa de ser sua Rainha neste momento, e
em cada momento após este. Agora, vamos matar cada um daqueles
filhos da puta por entrar em nossa casa e fazer uma bagunça.
— Ouviram minha Rainha. Mataremos alguns malditos magos,
vamos? — Ele riu. — Cuidado, animalzinho. Se você deixar meu pau
duro, vou te foder no meu cavalo enquanto o cavalgo para a batalha.
— Você não faria isso. — Eu ri até que ele continuou a me encarar
com olhos aquecidos. — É mesmo possível?
— Em qualquer lugar, a qualquer hora, Synthia. — Ele sorriu
maliciosamente. — Com você, nada é intocável.
— Vocês sabem que podemos ouvir, certo? — Perguntou Ciara.
— Eles sabem. Estão só tentando fornecer algum Pornô Fae-Per-
View. Me pergunto se essa merda vem com retrocesso ou reprodução
instantânea. — Ristan riu.
— Precisaríamos de um pouco de pipoca. — Brincou Spyder.
— Talvez não a cavalo. — Sorri para Ryder, que balançou a cabeça.
— Vamos retomar nosso mundo e foder algumas merdas, para que
possamos encontrar nosso fodido feliz para sempre, minha Besta.
Fogueiras cobriam o vale em que nos instalamos depois de dias
intermináveis de cavalgadas para nos separar da fortaleza. Até onde a
vista alcançava, homens e mulheres preparavam refeições em
fogueiras. Se sentaram entre si, bebendo álcool enquanto relembravam
suas casas e o que queriam fazer após o fim da guerra. A realidade é
que muitos deles morreriam antes que isso acabasse. Isso me deixou
entorpecida e com frio, que nenhum fogo poderia apagar.
— Você está com fome, mulher? — Ryder estava atrás de mim,
beijando meu pescoço enquanto observamos o acampamento da colina
que tínhamos escalado para examinar a área por qualquer sinal de
ameaça enquanto nosso povo comia e celebrava a vida.
— Estou preocupada em perder muito do nosso povo nesta batalha.
É uma guerra que nem deveríamos estar lutando. Quem não gostaria
de fazer parte da Horda? Pode ser a casta mais selvagem e cruel dos
Fae, mas está bem aqui. — Falei, apontando para todos os diferentes
tipos de Fae que estavam reunidos, dispostos a lutar pela Terra dos
Fae. — Sua camaradagem em momentos de tristeza e preocupação faz
com que tudo valha a pena. Isso é o que os guerreiros magos rejeitaram
fazer parte, e será sua queda no final.
— Ser da Horda não é tão fácil, Synthia. É esperar traição o tempo
todo. Os segredos são mantidos e só contados quando não há outra
escolha. A Horda não ama nem julga, mas abate os mais fracos para
evitar que se juntem às nossas forças. Os recrutas magos temiam ser
testados se nos procurassem pedindo para fazer parte da Horda.
Muitos teriam sido massacrados e sabiam que isso poderia acontecer.
— Como suas tropas saberiam que eles poderiam ter sido mortos?
Eles são fortes o suficiente para travar esta guerra, e sim, podem ter
um Deus os liderando, mas são poderosos por seus próprios méritos.
Eles poderiam ter ficado juntos como estão agora, criando sua própria
casta. Quando eles morrem, eu também sinto, Ryder. Eles são Fae
como nós.
— Não somos Fae, Synthia.
— Podemos não ser mais Fae, mas somos e sempre seremos como
começamos. É parte de quem somos, mesmo que não seja o que somos
agora. — Sussurrei.
— Como uma criatura como eu acabou com uma linda Deusa como
você? — Ryder me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
— Você forçou Danu a criar sua companheira perfeita.
— Eu fiz isso, mas não tinha garantia de que você me amaria. Só
significava que você era minha para reivindicar. — Ele rosnou
enquanto seus lábios desciam pela minha garganta. — E sei que você
me ama tanto quanto eu te amo, porque sinto uma dor debilitante ao
pensar em te perder. Sei que se você morresse, eu gostaria de morrer
também. — Proferiu com voz rouca.
Abri a boca para responder, mas a névoa do outro lado do
acampamento chamou minha atenção. Minha visão clareou as
sombras que pareciam não naturais, e engoli um grito. Usando magia,
espiei através da névoa densa e encontrei o culpado.
— Lado direito do acampamento. — Falei com urgência.
— Não é a resposta que eu esperava. — Ele riu.
— Magos! — Gritei, fazendo minha voz sair em um aviso amplificado
para todos dentro do acampamento.
— Às armas, toque os tambores! — Ele gritou, ecoando sua voz
através do vale.
Agarrando a mão de Ryder, me transportei em direção aos magos,
empurrando o poder contra suas forças enquanto eles deslizavam para
fora da sombra da floresta que faz fronteira com nosso acampamento.
Ryder estava ao meu lado, erguendo as mãos enquanto combinamos
nossos poderes para criar um escudo contra a máquina que polvilhava
o campo com névoa – névoa de ferro.
O acampamento ganhou vida rapidamente. Os soldados pegaram
suas armas e o som de metal retinindo ecoou pelo vale enquanto nosso
exército se preparava para a batalha. Exalei, puxando a magia do
mundo ao nosso redor enquanto empurrava as moléculas de ferro do
ar, limpando antes que nossas tropas quebrassem a linha para lutar.
Ryder se transportou para um grupo de magos, materializando sua
armadura de obsidiana e espadas duplas antes de começar a cortar o
inimigo. Mais magos enxamearam pela floresta, correndo em direção a
ele. Minhas mãos se levantaram e magicamente transformaram os
magos em nada mais do que uma névoa de sangue que nos banhou da
cabeça aos pés.
Zahruk se transportou e quando me virei, uma cabeça bateu contra
mim, removida do corpo do homem que pensou em se esgueirar atrás
de mim.
Ristan veio em seguida, sua espada rasgando corpos enquanto ele
gritava sua dor misturada com raiva, pulando para a luta sem pensar.
Levantei a mão enquanto um mago corria em direção a Ristan,
cortando o cara com magia até que seu corpo inteiro se separou. Ristan
se virou, seus olhos brilhando enquanto ele sorria e lambia os lábios
para limpar os respingos de sangue.
— De onde diabos eles estão vindo? — Ristan perguntou.
— De dentro da floresta. — Falei. — Eles devem ter estado à espreita,
escondidos na floresta.
Eu estava lutando para conter meu poder, segurando ao invés de
libertar para pulverizar os magos. Não poderia usar muito porque, no
momento em que fizesse, ficaria exausta e incapaz de responder ao
chamado do poder de Ryder com o meu próprio.
— Não, há muitos deles. — Zahruk bufou, enviando suas lâminas
através dos homens enquanto continuava a conversa como se estivesse
só treinando guerreiros em vez de lutar contra inimigos. — Teríamos os
ouvido se aproximando.
— À sua esquerda. — Chamei Zahruk, observando enquanto ele
passava uma lâmina para a esquerda e a outra para a direita. Dois
magos caíram a seus pés de cada lado dele sem Zahruk nem mesmo
olhar enquanto ele os massacrava.
— À sua direita. — Ele gritou de volta para mim e balancei
cegamente, copiando seus movimentos, decepando uma cabeça do
pescoço antes de me virar de volta para ele. — Portal?
— Talvez.
Zahruk encolheu os ombros em resposta enquanto balançava mais
algumas vezes, acertando os magos com cada movimento habilidoso de
suas espadas gêmeas de dois gumes. Ele assobiou, e mais homens
vieram correndo, junto com Cailean, que estava coberto de armadura.
— Pegue uma equipe e dê a volta na floresta. Descubra de onde
esses idiotas estão vindo. Não enfrente o inimigo, a menos que você não
tenha outra escolha. Tenha cuidado. — Ele declarou, cortando um
mago ao meio antes de continuar. — Fique nas sombras, não sabemos
onde Bilé está, e ele pode estar por perto.
— Nisso. — Afirmou Cailean. Erguendo sua mão, seus homens o
flanquearam e começaram a se encaminhar para a lateral do campo
sem as tendas.
Fiz uma pausa, ouvindo o choque de armas e os sons de homens
morrendo ao meu redor. A dor de suas mortes não era debilitante, mas
estava lá. Não era doloroso o suficiente para indicar que estávamos
perdendo.
Um rosnado alto soou acima de nós e olhei para cima, vendo três
Dragões voando em direção à floresta, soltando fogo para criar um
caminho direto através dela. A floresta ardeu e os magos caíram da
cobertura fornecida pelas árvores, consumidos pelas chamas.
Senti o ferro de grandes pinos antes que disparassem na direção
dos Dragões. Bati as mãos, forçando os pinos que voaram em direção
a Blane, Remy e Fyra de volta para os magos que os atiraram.
O maior Dragão, Blane, girou a cabeça e gritou um aviso para os
dois menores. Me virei lentamente, olhando para o acampamento antes
de mover meus olhos de volta para os Dragões, enviando mais da minha
magia para o ar para ajudar.
As videiras explodiram do solo, correndo pela floresta, destruindo
as grandes balistas que lançaram os pinos de ferro no ar. Não parei por
aí. Fechei os olhos, me tornando as videiras enquanto tentava alcançar
os magos que corriam em direção a um portal.
Foi preciso concentração para envolver a folhagem em torno de suas
pernas, puxando para a terra até que estivessem enterrados tão
profundamente que o oxigênio não pudesse encher seus pulmões.
As árvores se curvaram, caindo sobre os magos até que eles
estivessem montes de sangue no chão. O fogo empurrou através da
floresta e controlei o ar, alimentando as chamas até que consumiram
os corpos dos mortos e correram em direção aos vivos.
Mãos me tocaram e eu as ignorei, liberando o poder da Terra dos
Fae sobre aqueles que a tinham invadido sem piedade ou hesitação.
Tudo dentro de mim lamentou vingar o mundo e as pessoas que
sofreram por simplesmente terem nascido Fae.
Cailean saiu das árvores e puxei a magia de volta, enviando na
direção dos magos que estavam se esgueirando em sua direção. Suas
pernas pegaram fogo enquanto o calor das chamas dos Dragões lambia
sua pele, derretendo a carne de seus ossos.
Minhas vinhas agarraram os braços de Cailean e os homens com
ele. Elas os puxaram pela última parte da floresta, os trazendo de volta
para perto do acampamento enquanto mais chamas saltavam pela
floresta. Exalei um suspiro estremecido.
Meus ouvidos zumbiram com força até que minha cabeça rolou para
trás e braços fortes me embalaram com força. Encarei os olhos de
obsidiana salpicados de ouro enquanto Ryder me levantou em seus
braços, os homens flanqueando atrás de nós enquanto Ryder me
carregava em direção à tenda.
— O que tem de errado com ela? Flor, que porra você acabou de
fazer? — Ristan exigiu.
— Eu não sei. Ela só usou o poder da Terra dos Fae como uma arma
contra os magos. Eu senti, no entanto, sua atração pelo mundo. Ela o
usou para se vingar daqueles que prejudicaram nosso povo.
— Ela é a Deusa dos Fae, não da Terra dos Fae.
— Não me diga, isso não muda o fato de que ela só exerceu a magia
da Terra dos Fae como se fosse dela para controlar.
— Isso não pode ser bom. — Zahruk proferiu enquanto
acompanhava Ryder.
— Abra a tenda, agora. — Ryder estalou, e eu sorri para ele. — Ela
está sangrando pelo nariz e pelas orelhas.
— Precisamos de um curandeiro agora! — Zahruk gritou.
— Agora! A Rainha está ferida! — Ristan rosnou, e alguém
respondeu com uma voz tímida. — Vá para dentro, idiota. Cuide de sua
Rainha.
— Sim, meu príncipe. — A vozinha sussurrou entre dentes batendo.
— Não sou seu maldito príncipe. Este não é um filme de desenho
animado, idiota. Se mexa!
— Sim senhor.
Fui colocada no estrado enquanto mãos afastavam meu cabelo do
rosto. Me sentia entorpecida, mas não sentia dor. Me senti poderosa e
eletrizada pelo suco correndo em minhas veias. Sorri para Ryder
enquanto ele me observava, beijando minha testa antes de se mover
para o lado, permitindo espaço para o curandeiro.
Um homem desconhecido avançou e olhou para mim. Suas mãos se
levantaram e começaram a tremer enquanto me examinava. Depois de
um minuto, ele deu um passo para trás, balançando a cabeça escura.
— O que há de errado com ela? — Ryder exigiu.
— Nada. Nada está errado. Seus sinais vitais estão fortes e não há
nenhum dano a ela em qualquer lugar.
— Tem a porra de sangue em toda parte, idiota. O que há de errado
com minha rainha?
— O que ela estava fazendo quando começou a sangrar? — Ele
perguntou cuidadosamente, apavorado com a Besta que gritava de
preocupação para ele.
— Magia, ela puxou a magia do mundo e atacou os magos com ela.
— Magia que ela nunca usou?
— Não brinca, idiota. — Rosnou Zahruk, impaciência e preocupação
estampadas em seu rosto.
Sentei, exalando.
— Eu usei a magia de Ryder.
— O quê? — Ryder estalou.
— Você abriga uma fatia de minha alma e, portanto, pode acessar
minha magia como eu posso acessar a sua. Você é o Deus das Fadas,
então tomei um gole disso na batalha e fiz o que diabos eu tinha que
fazer para proteger os Dragões e Cailean.
— Simples desse jeito? — Ele perguntou e senti sua atração pela
minha magia, e suas mãos taparam seus ouvidos enquanto ele
balançava a cabeça, se afastando da magia que eu abrigava. — Deuses,
os Fae são sempre tão barulhentos e reclamões?
— Não, eles geralmente são muito mais altos. Estou bem. Só acho
que demorei um pouco para começar. Tive que pensar rápido e não
podia simplesmente sair correndo e deixar que você se preocupasse
comigo. Me contive com o que tinha no momento. Cailean tinha magos
em seus calcanhares, que estavam escondidos nas sombras, esperando
para prender ele. Eu não podia deixar que ele fosse capturado e senti
a intenção de machucar. Em seguida, tinha os pinos de ferro. Eu nunca
quero ver outro Dragão cair em uma dessas coisas.
— Syn? — Ciara gritou, correndo para a tenda com os Dragões e
Cailean em seus calcanhares. — Está bem? Blane me contou o que fez.
— Estou bem. Simplesmente exagerei.
— Você salvou nossas bundas lá fora, minha rainha. — Blane disse,
se ajoelhando diante de mim.
— Levante, idiota. Família não se curva um para o outro. Isso é
estranho e uma merda.
— Ainda assim, você protegeu minha família hoje. Não vimos os
pinos e isso pode ter sido um erro fatal. — Disse ele, levantando do
chão para ficar de pé. — Eles não são visíveis para nós na forma de
Dragão. Meu palpite é que eles têm algum tipo de substância revestindo
os parafusos.
— Então, da próxima vez que lutarmos com os magos, temos que
ter certeza de que os magos não podem disparar aqueles pinos. —
Respondi enquanto Blane assentia.
— Comece a empacotar o acampamento. Vamos cavalgar em uma
hora. Syn, você cavalgará comigo até que eu tenha certeza de que está
bem. Não aceitarei menos do que isso, esposa.
— Não estava pensando em discutir. — Bufei.
— Isso seria a primeira vez. Todos os outros vão fazer as malas. Não
vou arriscar que Bilé nos encontre aqui, expostos com o fogo
queimando bem perto de nós. Seria muito fácil nos impedir de escapar
se precisássemos.
— De acordo. Todo mundo se mexa. — Levantei e permiti que Ryder
me puxasse para perto de seu peito. Ele beliscou meu queixo com o
polegar e olhou para mim.
— Me assusta assim de novo e vou te colocar sobre meus joelhos e
espancar sua bunda até que grite ou implore para te foder.
— A última opção é mais plausível, Fada. Nosso povo precisa de
ajuda para fazer as malas.
— Deixe eles embalar, animalzinho. — Ele riu, enfeitiçando um
pesado vestido de montaria azul meia-noite com uma capa grossa de
prata. — Você descobriu este poder esta noite?
— Sim, senti medo e a Terra dos Fae me alcançou. Agarrei e o poder
veio de você, Ryder. Eu soube no momento em que escovei minha magia
contra a sua, e ela me alcançou. Acho que estamos muito mais
conectados do que sabíamos.
— Se tem uma coisa com que não estou preocupado é em estar
conectado à minha esposa. As servas que você trouxe conosco estão do
lado de fora, esperando para arrumar nossa barraca. Venha aqui,
mulher. — Ele sorriu, me levantando em seus braços, se preparando
para me carregar para fora da tenda.
— Me ponha no chão. As pessoas vão pensar que estou ferida ou
pior, fraca.
— Que eles nos subestimem. Será um erro fatal.
Todo o campo estava coberto de destruição. As aldeias foram
reduzidas a nada mais do que pilhas de entulho e lixo. Era de partir o
coração ver casas e fazendas reduzidas a cascas queimadas de cinzas
fumegantes. Corpos carbonizados e mutilados espalhados pelo chão, e
me esforcei para impedir que a bile subisse na minha garganta devido
ao cheiro de carne queimada.
Não conseguia tirar os olhos da carnificina quando passamos por
uma casa de fazenda que ainda está em chamas. Todos os animais
foram abatidos, as colheitas destruídas. A família tentou escapar do
Deus zangado que destruiu a casa, mas nunca conseguiu passar pelo
portão; seus corpos estavam amontoados como uma estátua de freixo.
O aperto de Ryder na minha cintura aumentou e me inclinei para
trás, descansando contra ele, totalmente ciente de que ele não estava
imune à visão da carnificina pela qual cavalgamos. Em alguns lugares,
o fogo ainda ardia. O cheiro de corpos carbonizados de famílias que
ficaram presos em suas casas encheu o ar, ondulando no céu em
plumas escuras e raivosas. O cheiro nos forçou a tomar caminhos
alternativos quando ficou pútrido demais para suportar por longos
períodos.
Tínhamos deixado as terras da Horda dias atrás e, quanto mais nos
afastamos delas, mais proibitiva a terra se tornava. Longos períodos de
silêncio começaram a encher o exército enquanto passávamos por
cidades inteiras sem vida.
Um campo extenso tinha corpos pendurados em árvores ou
empilhados abaixo deles, como se para simbolizar seu sacrifício à
Árvore da Vida. Cada árvore tinha palavras antigas gravadas nela, com
o símbolo da mãe e do pai gravado em seus troncos.
As florestas também estavam cheias de mortos, pendurados como
enfeites de Natal nos galhos mais altos. Eles ficaram pendurados pelos
pés, o ferro gotejando de seus corpos para pintar o chão da floresta,
liberando um veneno acre enquanto a Terra dos Fae se opunha ao ferro
e chorava quando o absorvia involuntariamente. Os rostos dos
falecidos estavam congelados em expressões de horror absoluto;
mesmo na morte, eles não encontraram paz. Engolindo em seco, lutei
contra as emoções que estremeciam por mim, fazendo chover e
tornando a caminhada para o vale ainda mais miserável.
— Vamos acabar com isso. — Ryder sussurrou em meu ouvido.
— Eu sei, mas eles morreram por nada, e isso dói mais. Vidas não
importam para este monstro. Ele gosta de desnecessariamente
massacrar. Bilé está disposto a lançar todo o seu exército contra nós e
não se importa se vivem ou morrem. Olhe em volta. Diga, acha que
podemos argumentar com esse monstro? Não vejo isso acontecendo.
Eu o vejo destruindo este mundo porque está cheio de ódio e tristeza,
e ainda assim Danu quer que nós o salvemos, porra? Seria como
argumentar com Alazander para liberar suas concubinas e parar de
foder tudo ao seu redor.
— Você só está vendo a tragédia. — Ele disse baixinho. — Olhe ao
redor para encontrar a beleza e depois me diga o que você vê.
Encarei o corpo morto de um menino enquanto as lágrimas picaram
meus olhos. O que antes eram olhos verdes brilhantes agora estavam
vidrados na morte com uma película espessa e leitosa cobrindo. Sem
meus sentidos aguçados, eu não seria capaz de ver a cor de seus olhos
antes da morte. Ele não podia ter mais de dez anos, a mesma idade dos
meus filhos da última vez que os vi. Seus traços suaves eram
emoldurados por lindos cabelos loiros ondulados. Ele teria roubado
muitos corações se sua vida não tivesse acabado simplesmente por ser
deste mundo.
Em um galho acima dele, as flores começaram a florescer
brilhantemente, cobrindo seus pés e pernas até que ele parecia quase
etéreo em seu casulo. A folhagem estava cobrindo lentamente seu
corpo, e enquanto eu observava, pétalas de flores desabrochando em
cores tropicais ocultaram seu corpo magro demais até que só seu rosto
permanecesse exposto. A Terra dos Fae o estava aceitando e à todos os
Fae caídos, curando o dano que os magos tinham feito com beleza
enquanto consumia os mortos, devolvendo à terra de onde foram
criados.
Desviando meus olhos da cena, olhei para frente. Ao nosso redor, a
vida estava florescendo. As flores cobriam os prados e, embora
mortíferas, sua beleza marcava contra o solo escuro de onde surgiam.
O sol aqueceu minha pele, banhando as flores com luz para realçar sua
coloração, enquanto oferecia seu calor para enriquecer sua fragrância
no ar.
No alto das montanhas, o caminho para o vale para o qual nos
movemos era visível, coberto de rochas de ardósia escura com musgo
nas bordas, marcando a trilha. Rochas altas marcavam a entrada sobre
as passagens, envoltas em nuvens mais longe do que meus olhos
desumanos podiam ver. Ao lado da montanha tinha água tão azul que
parecia brilhar com pedras fluorescentes sob as quedas suaves que
caíam de grandes alturas, abastecendo a montanha com água.
Parecia mais algo saído de um filme, feito para atrair as pessoas,
prendendo na beleza antes de esmagar suas almas. Ao passarmos pela
floresta e entrarmos na clareira, percebi uma igreja de pedra
abandonada, coberta de vinhas e desmoronando em alguns lugares. No
topo da estrutura tinha uma grande escultura em mármore do símbolo
celta da eternidade e do amor, delineada pelo sol que brilhava através
dela. Rosas azuis floresceram na campina quando passamos por ela, e
me virei na sela, observando os lábios de Ryder se erguerem em um
sorriso ofuscante.
— Eu vejo você. — Sussurrei, percebendo que ele estava controlando
o mundo para me mostrar o que poderia ser se ganhássemos.
— Eu nos vejo, animalzinho. Nos vejo reconstruindo tudo o que Bilé
destruiu e tornando um belo mundo para nossos filhos governarem um
dia depois de decidirmos renunciar a nossos papéis de líderes. Vejo um
mundo que precisa de cura, mas temos uma eternidade para atingir
esse objetivo. A morte sempre nos visitará, mas não vamos permitir que
ela segure nossas gargantas ou mude nosso estilo de vida. Nós
decidimos nossos destinos, lembra? Você me ensinou isso e é uma das
coisas mais sábias que já aprendi.
— Eu costumava acreditar que podíamos mover nossos destinos em
nossa própria direção, influenciar, mas não podíamos mudar. Você
provou que estava errado, Synthia. Você mudou cada visão que Ristan
teve por Danu em algo muito mais bonito do que qualquer outra pessoa
poderia ter feito. Danu lhe deu visões por um motivo, atormentou
Ristan com elas, mas a maior parte do que mostrou a ele estava errada.
— Se está tentando ganhar pontos por cortejar, está fazendo um
trabalho incrível. E pense, você disse que não cortejava. — Inclinei a
cabeça ligeiramente para que Ryder pudesse ver meu sorriso malicioso.
— Eu não cortejo. — Ele riu com voz rouca. — Minha esposa não
precisa ser cortejada. Ela está apaixonada por mim. Se eu quisesse
cortejar ela, só informaria que fiz um pedido de uma quantidade infinita
de esmalte da OPI para ser entregue assim que a guerra terminar e
nossa nova casa for construída. Eu diria a ela que tinha tudo pelo que
ela estava apaixonada em nosso antigo castelo escondido nas
masmorras nas passagens secretas com a quantidade detestável de
merda humana de nossos filhos que ela adorava. Não gostei da ideia
dela ficar chateada com a perda desses itens.
— Eu diria que quero seus bebês, tantos bebês do caralho que
nunca me canso de chamar. Quero ver eles crescer dentro de sua
barriga sem ter que me preocupar em ser ferido e sentir eles chutando
contra seu estômago quando eu os toco. Eu diria que não existe, e
nunca terá, uma Alta Rainha dos Fae mais bonita do que você, Synthia
Raine McKenna. E que nenhuma outra mulher poderia me deixar mais
orgulhoso de chamar de minha esposa do que aquela que concordou
em ser minha para sempre.
— Porra. — Engoli em seco enquanto rapidamente enxugava uma
lágrima solitária. — Quero dizer, sim, isso é bom. Isso não foi ruim para
alguém que não corteja.
— Isso é o que eu diria a você se estivesse cortejando, mas não
estou. Você me ama, então não precisa ser cortejada.
— Você é um idiota. — Eu ri, exalando enquanto seus braços
apertavam minha cintura antes dele me soltar. Ele ergueu a mão,
enviando a ordem para interromper a progressão do exército. — Toda
mulher quer ser cortejada, até eu.
Diante de nós estavam pedras de ardósia grandes o suficiente para
os cavalos passarem, mas a borda era uma queda precária que ficava
mais íngreme à medida que você subia a montanha. Crânios se
alinhavam na base da colina de cavaleiros e cavalos que não tinham
subido a inclinação íngreme para chegar ao início da passagem.
— Isso não parece seguro.
— Tem um caminho para entrar no Vale da Tristeza e outro para
sair, animalzinho. A Queda da Tristeza, ou pelo menos é como os Fae
a chamam. É a única queda na Terra dos Fae que acaba com a vida de
um Fae, independentemente de quem ou o que ele seja. A menos que
tenham asas, como nós. — Explicou.
— Você não poderia ter mencionado isso quando indiquei o vale no
mapa?
— Não, porque por mais horrível que seja a subida, é o local mais
estratégico para reunir o exército. Tem uma entrada e uma saída, o que
significa que os veremos chegando.
— Estaremos presos. Se começarmos a perder, não teremos para
onde fugir.
— É isso, animalzinho. Esta é nossa última resistência. Se
perdermos, não terá corrida. Porra, não pretendo perder e você?
— Não, mas quero dizer, não deveríamos ter outra opção? Tipo, ok,
isso não funcionou, nos reagrupamos e tentamos de novo?
— Não, isso é pela Terra dos Fae. É aqui que estamos juntos contra
aqueles que querem nos ver mortos. Eu não corro, porra. Ninguém
entra em minha casa e me faz ver meu povo morrer. Temos Deuses e
Deusas do nosso lado, e você e eu, animalzinho. Vamos retomar nosso
mundo e fazer lindos bebês depois de ganharmos.
— Acho que você só quer foder, nesse caso, diga “vamos foder”. É
muito mais fácil do que engordar e cambalear como se você jogasse
sementes de melancia na minha vagina, e eu a planto do zero.
— Eu não atiro sementes de melancia.
— Sim? Então por que diabos eu parecia que tinha comido uma com
os bebês?
— Você estava grávida de trigêmeos! E estava lindamente gorda.
— Não é um argumento válido, voltemos para você cortejando.
— Mulher!
— Fada! — Exclamei.
— Você me deixa louco.
— Bom, agora vamos chutar alguns traseiros. Sem sementes,
porém, minha vagina não está aberta para fertilização.
— Isso soou tão sexy.
— É seeeexy.
— Isso não é uma palavra.
— Estamos fazendo isso ou a porra do exército inteiro tem que
sentar e conversar sobre plantar sementes na vagina da rainha? —
Zahruk bufou.
— Ei, eu estava gostando. Ele finalmente dominou o cortejo, ou até
que atingiu aquela nota baixa sobre semear seu útero. — Ristan nos
observou e balancei a cabeça. — Ele está pronto para se graduar como
Mestre do Cortejo da Horda.
— Isso não é uma coisa real, Demônio. Vocês são loucos.
— Mas você nos ama, Flor. — Ristan riu, descendo de seu cavalo, e
Ryder e eu seguimos o exemplo. — Vamos arrancar os corações desses
idiotas e jantar esta noite!
— Uh, que tal a gente arrancar e você comer? Comer corações é um
limite difícil para mim.
— Combinado! Vamos fazer isso, família! — Ristan gritou quando
começamos a avançar.
A subida ao topo da montanha não foi nada comparada à ansiedade
de puxar os cavalos atrás de nós. A trilha estava coberta de ardósia
irregular, deslizando e esmagando sob seus cascos, os assustando e
fazendo com que perdessem o equilíbrio. Foi uma luta interminável
para levar eles para o outro lado também, e alguns acabaram
ultrapassando a borda em seu estado de pânico, o que era uma pena,
mas era melhor deixar eles ir sem cavaleiros.
Todos estavam tensos, o medo começando a tomar conta enquanto
marchamos para o Vale da Tristeza, sabendo que esta era nossa última
resistência contra Bilé e os magos que invadiram nosso mundo,
querendo nos destruir junto com nosso modo de vida.
Assim que finalmente alcançamos o terreno plano de novo, fiquei
tão aliviada que quase chorei, respirando fundo várias vezes e
expirando lentamente para permitir que a ansiedade fluísse em ondas.
Ryder começou a apontar posições para aqueles que guardariam a
boca do vale, de alguma forma entrando no modo rei, como eu o
denominei. Ele manteve a calma durante todo o caminho até a
montanha, cortando arreios para dar aos cavalos uma chance de lutar
para sobreviver na trilha, o que infelizmente não salvou a maioria deles.
Ryder gritou encorajamento para aqueles que começaram a entrar em
pânico, acalmando enquanto cruzávamos o caminho.
Eu, por outro lado, não consegui abraçar o penhasco com força
suficiente enquanto ele ria, me observando permanecer o mais longe
possível da borda. Eu tinha asas, mas não tinha aprendido a usar
corretamente e agora não parecia ser a hora de tentar.
Ryder continuou ordenando que nossas tropas se dividissem em
grupos nas laterais da abertura para o amplo vale. Ciara e Blane
ficaram com as cabeças inclinadas juntas, se despedindo, já que foram
forçados a se separar. Os Dragões iriam acima e nos seguiriam até o
meio, onde vamos nos preparar para lutar contra os magos. Os Dragões
conduziriam os magos além da borda com seu fogo e dentes irregulares
e nodosos, o que me faria correr também.
— Ciara vai precisar de nós para se apoiar sem Blane aqui. —
Apontei e os homens ao meu redor bufaram como se não
concordassem.
— Ciara vai ficar bem conosco. — Ryder murmurou, esfregando a
mão pelo rosto.
— Bufem o quanto quiserem, idiotas. Ela vai precisar de nós para
mantê-la com os pés no chão, já que seu marido estará fora de vista e
seu destino desconhecido. Blane ancora Ciara neste mundo agora, e
sem os bebês para manter sua mente no prêmio, ela precisará de nós.
— Asrian, Sinjinn, pegue suas esposas e siga os Dragões. Faça Lilith
lançar sombras para esconder as tropas na floresta enquanto vão para
manter suas posições. Assim que o sol se puser, se precisar de nós, use
o link mental. Não quero que tenha nenhum ruído, nenhum som para
alertar os magos de que estamos aqui e espalhados. Também não terá
fogo esta noite. Se planejamos corretamente, vamos estar um dia
inteiro à frente do exército de magos, mas vamos jogar pelo seguro.
— Isso pode ser um problema. — Declarou Blane, segurando Ciara
em seus braços enquanto beijava o topo de sua cabeça. — Tem alguma
merda bem grossa lá em cima. Fyra foi em frente, e ela está dizendo
que não é vegetação normal. É mais como as flores que encheram a
campina fora deste lugar. Ela disse que uma planta tentou pular a
primeira base e levá-la para casa com ela, então ela não está feliz.
— Vou precisar que você elabore isso, por favor. — Zahruk sorriu
com fogo nos olhos.
— Eca, não. — Zombei, batendo em seu braço e estremecendo
quando acertei a armadura.
— Ei, se ela está se ocupando com uma planta, precisamos saber
sobre isso. — Zahruk riu da minha cara enrugou quando imaginei a
planta. — Talvez eu precise levar uma dessas plantas para casa
conosco, estritamente para fins de entretenimento.
— Ela colocou fogo na planta, e eles estão todos lá tentando apagar
agora. — Blane anunciou, esfregando a ponta do nariz enquanto o
beliscava entre os dedos.
— Você é o Deus das Fadas. Controle suas plantas. — Eu ri do olhar
descontente de Ryder. — Vamos, veremos esses poderes épicos em
ação, marido.
— Oh, você é travessa, animalzinho. Se lembre, você pediu para ver.
— Seus olhos começaram a brilhar com manchas douradas enquanto
suas asas disparavam de suas costas. Ele desapareceu sem aviso e
meu coração saltou de preocupação.
Todo o vale zumbia com poder e meu cabelo flutuava com a
intensidade disso. Até este momento, não tinha me atingido quão
poderoso Ryder realmente era. As plantas desapareceram, lentamente
revertendo o ciclo de crescimento para empurrar para baixo do solo
como se tivesse acabado de lhes dizer para renascer com uma nova
vida.
O vento aumentou e então a chuva começou a fluir pela borda do
penhasco acima de nós, parando aqueles que estavam escalando para
seguir as ordens de Ryder mortos em seus rastros enquanto uma
monção de chuva inundava seu caminho.
Os pelos em meus braços se arrepiaram enquanto todos
permaneceram imóveis e em silêncio, incapazes de colocar em palavras
como eram seus imensos e terríveis poderes quando desembainhados.
A noite se transformou em dia, e o dia se transformou em noite
enquanto observamos o céu desencadear uma inundação que se
precipitou sobre as bordas do penhasco até que ambos os lados
pareciam rios formando cachoeiras. As estrelas dispararam pelo céu
noturno até que, mais uma vez, a luz do dia voltou. Ainda assim, todos
permaneceram em silêncio enquanto seu poder continuamente
deslizava ao nosso redor, nos segurando no lugar.
— Suba no cavalo, Synthia. — Zahruk avisou e sorri para ele
estupidamente enquanto dava a mim mesma uma pequena conversa
estimulante sobre ter Ryder usando aquela magia em mim na cama em
breve.
— Sem chance, esse é o meu cara lá em cima. Ele não vai nos
machucar. — Olhei para o penhasco onde Ryder estava se movendo
para a borda. Suas asas se expandiram e ele se agachou, olhando para
mim enquanto minhas asas se abriam com entusiasmo. — Esse é meu
homem.
A risada gutural de Ryder soou na minha cabeça, e exalei um
suspiro sonhador enquanto ele pulava. Ele voou em nossa direção,
batendo as asas algumas vezes antes de pousar suavemente,
caminhando direto para mim.
A torção pecaminosa de seus lábios enviou excitação correndo
através de mim enquanto eu olhava para o homem que eu amava mais
do que a vida. Ele se transportou e me inclinei contra ele, sentindo que
se moveu atrás de mim enquanto minhas asas se enrolavam em minha
espinha e seus braços me envolveram pacientemente, me dando tempo
para controlar minhas novas extremidades.
Ryder não perguntou enquanto me pegava, me colocando em seu
cavalo antes de montar atrás de mim, desistindo de esconder as asas.
O mundo ao nosso redor começou a escurecer enquanto entrávamos
no vale sem esperar para ver se mais alguém estava pronto. Tínhamos
que ir fundo o suficiente na curva para ficarmos escondidos dos magos
antes que eles entrassem, impulsionados pelo poder que tínhamos
permitido escoar de nossos poros.
— Deveria bater nessa bunda bonita, animalzinho. Tenho reservado
meus poderes para esta luta, e ainda assim você me insulta, e desejo
te impressionar só para ver o sorriso que brilha nesses lindos olhos.
— O fogo do Dragão de Fyra teria frustrado nossos planos. Era
necessário, ou então eu não teria incitado você a usar seus poderes.
Além disso, você acabou de abalar este mundo com sua magia. Foi
quente pra caralho. E precisamos testar nossos poderes na cama, logo.
Muito em breve. — Eu ri com voz rouca.
— Você fica dizendo essas merdas, e vou acabar usando em você
esta noite, mulher.
— Por favor? — Sussurrei, e ele riu sombriamente, beijando o lado
do meu pescoço antes de assobiar, alertando os homens que era hora
de sair. — Me diga que temos isso.
— Nós temos isso, Synthia. Você não estaria aqui se eu não tivesse
certeza de que poderíamos fazer isso juntos e vencer. Eu teria amarrado
sua bunda empinada e deixado você em algum lugar seguro se não
tivesse certeza de que teríamos a vitória. Não vamos sair ilesos desta
batalha, mas não vamos perder. Pela primeira vez, somos os mocinhos.
— Os bons nem sempre ganham, Ryder.
— É por isso que trouxemos alguns caras realmente maus conosco,
mulher.
— Inteligente e bonito, exatamente por que eu deixei você me pegar
na caçada.
— Está surgindo de novo. — Seu timbre estava cheio de cascalho
que deslizava sobre tudo que era feminino dentro de mim.
— É mesmo? E quem você vai caçar? — Perguntei.
— Minha esposa, a única mulher que eu quero pegar e levar para
os prados das terras selvagens onde ela foi criada. Desta vez, é melhor
você fazer uma perseguição real, e não desistir só para me foder.
— Gosto de te foder. — Respondi com voz rouca.
— Não gosto de te foder. Gosto de te possuir e ouvir os ruídos que
faz para mim enquanto se desfaz, implorando por mais. — Ele riu
roucamente, esfregando a ereção contra mim. — Uma pena que
precisamos de silêncio absoluto, ou eu encontraria um lugar e a levaria
agora, Synthia.
— Realmente acho que eles vão se tornar o rosto da pornografia na
Terra dos Fae. — Ristan bufou.
— Finja que eles não estão aqui, isso ajuda. — Zahruk ofereceu.
— Diga isso para minhas bolas! — Asher exclamou enquanto
enterrei meu rosto contra a crina do cavalo, empurrando minha bunda
contra Ryder no processo.
— Vocês são uns idiotas. Sabem disso, certo? — Ryder grunhiu
enquanto chutava o traseiro de seu cavalo, fazendo galopar, o que fez
com que todo o exército atrás de nós fizesse o mesmo.
Meu olhar deslizou para os altos penhascos onde Icelyn, Savlian,
Lilith e Asrian permaneciam à nossa vista. Eles não estavam perto o
suficiente para cair, mas ver eles à distância que estavam de nós criou
uma sensação desconfortável dentro de mim. Eu não conseguia ver os
Dragões, mas sabia que eles estavam lá.
— Posso sentir os Dragões. — Sussurrei.
— Eu também, animalzinho. — Ryder respondeu, se virando para
Cailean, que se aproximou em seu cavalo. — Mande recado para os
Dragões tomarem a forma humana por enquanto. Se podemos sentir
sua presença, Bilé também pode. Não podemos abrir mão de nossa
vantagem.
— Vamos lá. — Assentiu Cailean, se movendo rapidamente no
momento em que Ryder terminou de falar.
Descansei contra ele, deixando sua força silenciosa me confortar
enquanto continuamos a nos mover mais profundamente no vale.
Finalmente alcançamos a última curva antes da curva do vale. Virando
a esquina, exalamos ao ver o vazio que nos aguardava.
Isso é o que esperávamos, ter derrotado o exército de magos até este
local. Isso nos dará uma grande vantagem. Ainda tinha mais uma curva
a ser contornada, e o que descobríssemos ali seria o fator decisivo sobre
o que aconteceria a seguir.
Lucian e Spyder se moveram ao nosso lado, e continuamos em
silêncio até que contornamos a última curva e encontramos um único
homem parado no meio do campo. Ele sorriu friamente e se virou para
tocar uma trompa de guerra na direção oposta, onde um exército
inteiro estava esperando.
— Porra. — Sussurrei.
— Se preparem para a batalha! — Ryder gritou por cima do ombro.
— Eles sabiam que estávamos chegando. Podemos ter conduzido nosso
exército inteiro para uma armadilha. — Ele rosnou para mim.
— Vamos brincar, né? — Lucian riu enquanto se materializava no
chão diante de nós, levantando as mãos e derretendo os homens mais
próximos de onde estávamos.
Os magos recuaram, olhando Lucian e Spyder com cautela
enquanto sorriam para as poças que, momentos atrás, eram magos
com a intenção de nos atacar no instante em que virássemos a esquina.
— Isso foi... divertido. — Spyder bufou, se virando para piscar para
mim quando os magos começaram a se mover para trás, seus olhos
desprovidos de emoção.
As altas paredes do penhasco que esperávamos nos dar uma
vantagem agora estavam trabalhando contra nós, selando nosso
exército em ambos os lados do vale. Espalhados por quilômetros de
largura, os magos ocupavam um lado a outro, nos impedindo de
avançar enquanto os penhascos íngremes no vale impediam uma fuga.
O nevoeiro cobria o topo do penhasco, a magia se apegando fortemente
a ele, ocultando nosso ponto de vista dos outros que enviamos
montanha acima.
Olhando para o exército que se acumulava, notei que muitas das
bandeiras que hasteavam eram de cada uma das cortes reais da Terra
dos Fae. Não estávamos apenas lutando contra os magos; estávamos
lutando contra Fae também. Devem ser os Fae que pensamos estar
fugindo do medo. Ao invés disso, fugiram para desertar e lutei contra
Ryder para salvar suas vidas.
Agora, eles estavam posicionados diante de nós, os rostos de nossos
inimigos sorrindo friamente com olhos cegos. Eles ficaram em silêncio
em formação de batalha como se estivessem sendo controlados,
congelados no lugar, esperando que nós os alcançássemos.
Engolindo em seco, exalei uma respiração instável lentamente,
ignorando o tremor de medo que serpenteava pela minha espinha. Me
virei para olhar para Ryder, que estava olhando para os traidores,
cerrando os punhos ao seu lado. Ele sabia que nos trairiam? Foi essa
a razão de seu julgamento severo com os Fae que fugiram no início da
guerra?
Olhando para o mar de Fae se opondo a nós, de repente fez sentido
como todos os reinos foram infiltrados e massacrados por dentro.
Traidores viviam em todas as castas, trabalhando para Bilé o tempo
todo.
O vento chicoteou meu cabelo contra o rosto enquanto eu enviava
uma oração silenciosa aos céus por hábito. A Terra dos Fae parecia
sentir a importância do que estava para se desenrolar e estremeceu
ameaçadoramente enquanto o céu cinza estalava com trovões acima de
nós. Inalei o cheiro de ozônio fresco, acalmando meus nervos que
saltaram para a frente. Minha mente coçava com o fato de que, se
perdêssemos esta guerra, perderíamos tudo.
Os magos não podiam aceitar o fato de não terem sido recebidos nas
pequenas Cortes Superiores por seus superiores, e Bilé estava lhes
oferecendo um lugar à mesa. Quase desejei que Dresden e Tatiana
estivessem aqui para enfrentá-los conosco; ver as criaturas que eles
disseram que não causaram nenhuma ameaça ao seu reino.
Me virando na sela, olhei de volta para os rostos da Horda e as fiéis
cortes dos Faes, rostos sem mostrar medo enquanto exibiam as
bandeiras coloridas de seus reinos com orgulho. Bem no fundo estavam
os guerreiros das sombras restantes, o exército de Adam. Os guerreiros
de Sangue estavam ao lado deles, ombro a ombro, hasteando a
bandeira do meu pai em nome de Liam.
Uma pontada apertou meu coração, sabendo quão orgulhoso meu
pai ficaria de Liam, enfrentando todas as adversidades neste campo ao
lado de seus colegas sem um traço de medo.
O exército de Asher agora adornava as cores iridescentes da Corte
da Luz com o novo estandarte da Seelie ilustrando uma cobra
deslizando pelo 'A' da anarquia. Eu tinha quase certeza de que ele
realmente não sabia o que isso significava, mas funcionou para ele. Na
verdade, era honestamente a representação perfeita para Asher e seu
reino.
Os fazendeiros ficaram orgulhosos sem medo, tendo recebido
armaduras, armas e treinamento limitado. Eles permaneceram na
retaguarda do exército, preparados para defender as terras que
amavam, para proteger suas famílias desses monstros que tinham
invadido nossa casa e pensavam nos destruir.
Estávamos todos aqui como iguais, lutando pelo mesmo propósito.
Não tinha reis ou rainhas neste campo de batalha, só alguns Deuses e
Deusas junto com os Faes leais que se recusavam a deitar e morrer
como Bilé tinha exigido.
Bilé tinha milhares de soldados que o protegiam enquanto ele nos
observava por trás de seu exército. Uma aura de poder deslizou por
seus guerreiros, e seus olhos começaram a clarear enquanto pareciam
voltar à consciência.
Parecia que Bilé estava sugando o poder de seus guerreiros. Eu
estreitei meu olhar para os rostos magros que sobraram quando ele
terminou de devolver seu poder. Senti a força da terra, ficando tensa
enquanto ele sugava o poder de volta para seu corpo até que seus olhos
brilharam como os dos Fae.
Isso explicava porque Danu deu aos Fae olhos brilhantes quando
eles se alimentaram. Ela esperava que eu raciocinasse com esse ser?
Minha mãe queria que eu salvasse esse idiota assassino que queria
todos nós mortos. Perfurou meu orgulho e meu cérebro por que ela
queria que ele fosse salvo depois de todo o dano que ele tinha feito à
sua criação.
Engoli um grito de frustração enquanto percebia o exército de magos
que estava espalhado, abrangendo todo o vale até onde a vista
alcançava. Permanecendo em silêncio, os magos estavam todos
cobertos por armaduras de aparência perversa em prata e vermelho.
O poder saiu deles, nos sufocando enquanto desmontamos e nos
preparamos para lutar. Atrás de nós, tambores de guerra começaram
a bater em um crescendo que espelhava meu coração quando a
realidade da situação me atingiu.
Bilé e seu exército tinham nos vencido aqui de alguma forma, e isso
significava que eles tinham a vantagem. O cheiro de fumaça já enchia
o vale, com a floresta acima ainda fumegante. Olhei para baixo na fila
para os guerreiros que estavam ombro a ombro conosco para esta luta
e enviei uma oração silenciosa aos céus pela coragem de estar entre
eles durante o momento decisivo desta guerra.
Eu já podia sentir os poderes de Bilé dentro da clareira do vale
enquanto ela quicava e ecoava nos penhascos que emolduravam todos
os nossos lados. A linha de frente de magos nos observou
silenciosamente, assustadoramente enquanto começavam a remover
seus capacetes para revelar criaturas deformadas com sorrisos letais e
dentes serrilhados. Seus olhos estavam tão escuros quanto à noite,
como se algo mais estivesse espiando através deles o exército em que
eu estava.
Adam estava ao lado de Liam, sua armadura protegendo seus
corpos enquanto o poder corria de seus poros.
Lucian e Spyder saíram para frente, esperando por um sinal de
agressão dos magos, e ainda assim, não moveram um fio de cabelo.
Callaghan estava ao meu lado em sua forma besta de Balor, cercado
por seus homens. Ele segurava as espadas ao lado do corpo, e sua
armadura de Cavaleiro Templário brilhava de forma impressionante em
contraste com a outra armadura da Horda. Sua grossa capa vermelha
estava colocada sobre um ombro, e armas adicionais estavam prontas
para serem usadas nas bainhas.
Ristan e Zahruk flanqueavam Ryder e eu, ambos usando a
armadura de obsidiana da Horda. Cailean, Kallum, Savlian e Bane
estavam atrás de nós, todos atraindo magia para eles, fazendo com que
a trança que usei o glamour na noite anterior flutuasse com o poder no
ar. O vento aumentou, enviando minha trança chicoteando minha
bochecha enquanto eu procurava os rostos dos magos.
Conforme observei, alguns dos guerreiros magos começaram a se
transformar em outros seres, crescendo até atingirem 2,5 metros de
altura. Outros começaram a encolher, seus capacetes vermelhos os
expondo como os idiotas traidores que eram. Reconheci vários dos
rostos olhando para mim e olhei para Ryder, que cerrou os dentes com
tanta força que sua mandíbula estava flexionada.
Os Redcaps de ambos os lados das linhas de batalha uivaram,
jogando suas cabeças para trás para deixar seus gritos ecoarem pelo
vale onde estávamos, se preparando para lutar um contra o outro. Os
Redcaps do lado oposto estiveram bem ao nosso lado até dias atrás.
Nós ajudamos e abrigamos suas famílias enquanto eles faziam
planos contra nós. Isso explicava como Bilé e seu exército nos
derrotaram aqui. Nunca tivemos a chance de ganhar o elemento
surpresa.
Os nós dos dedos de Ryder roçaram os meus e virei, observando
como sua boca se apertou de preocupação. Não íamos enfrentar só
magos. Estávamos enfrentando traidores da Horda, traidores de todos
os reinos reais, magos e um Deus descontente decidido a se vingar.
Entrelacei os dedos nos dele, o medo deslizando pela minha espinha
e envolvendo minha garganta até que pensei que engasgaria com ele.
Os tambores continuavam batendo implacavelmente atrás da Horda
que nos traíra, seu número igualando um terço dos guerreiros que Bilé
trouxe com ele para a batalha. Como ele escondeu o grande número de
tropas que tinha de nós estava além de mim, mas eu não conseguia ver
o fim do mar de criaturas que lentamente expôs qual casta de Fae eles
representavam.
Ele pegou metade da Horda bem debaixo de nossos narizes,
provavelmente enquanto fazia o caminho através da Terra dos Fae,
assassinando e massacrando os inocentes enquanto reunia aqueles
dispostos a trair seu rei.
— Tem muitos. — Sussurrei baixinho enquanto meu peito se
apertou de medo.
— Não somos fracos, Synthia. — Ryder disse, reforçando seu aperto
em meus dedos enquanto o ruído soava do penhasco à nossa esquerda.
Sombras escuras deslizaram sobre seus picos, nos impedindo de ver
o que tinha na borda dos penhascos. Eu podia sentir o cheiro de sangue
no ar e rezei para que nossos planos acima estivessem se desenrolando
como esperávamos.
Ryder apertou minha mão duas vezes para chamar minha atenção.
— Se concentre na batalha à nossa frente. Limpe sua mente de tudo
que você não pode controlar e se concentre nas coisas que pode.
— Bilé tem vantagem porque fomos traídos por alguns de nosso
povo. — Sibilei, enxugando o suor da testa com as costas da mão.
— Nós sabíamos que Bilé tinha espiões na Horda que nos
observavam enquanto planejamos e incendiamos a fortaleza, e que
alguém na Horda tinha nos traído para nossos inimigos. Não foi só o
mapa que lhe forneceu detalhes. Bem-vinda à horda, minha bela
rainha da batalha. — Ele franziu a testa, então sorriu suavemente
quando viu as espadas que eu materializei.
Nossa armadura nos cobria da cabeça aos pés, mas as coroas em
nossas cabeças diziam à Horda quem éramos. Por toda a linha, nossos
irmãos e irmãs esperaram por um sinal para se mover enquanto os
magos diante de nós continuavam a se transformar em criaturas
horríveis.
Alguns se tornaram Sluagh, lendas das notórias criaturas da Horda
que facilmente alcançavam dois metros de altura e uma envergadura
de quatro metros. Mais guerreiros perderam seu glamour para revelar
Goblins e Bruxas que mais pareciam Harpias, bem como toda uma
multidão de outros seres que uma vez estiveram ao nosso lado na
batalha e agora estavam contra nós.
Agora entendi porque Ryder precisava e lutava para manter uma
presença forte diante da Horda. Eles marcharam para a batalha
conosco, estiveram ao nosso lado na fortaleza e desapareceram em
nossa jornada aqui porque nunca estiveram conosco.
Eles estiveram contra nós o tempo todo, escolhendo ficar do lado de
Bilé porque achavam que ele era mais forte e sairia por cima desta
guerra. Os idiotas traidores morreriam do lado errado dessa luta. Não
terá perdão ou misericórdia por sua traição.
O poder irradiava do exército adversário, e observei enquanto os
guerreiros se separavam, permitindo que um único homem passasse
por suas fileiras. Ele sorriu friamente ao se aproximar, e seus olhos
azul-gelo se fixaram nos meus.
Bilé estava alimentando seu poder de exército, e cada vez que ele
oferecia uma sacudida, eles se transformavam em criaturas mais fortes
e feias. Ele era o significado simbólico por trás da criação da Horda, e
isso me fez pensar como Danu nunca tinha visto ou notado isso antes.
— Ele está alimentando seu exército com poder. — Apontei, e Ryder
inclinou a cabeça.
— Ele está mesmo, mas temos alimentado nosso exército com poder
durante todo o caminho até aqui, animalzinho — Ryder rebateu
enquanto meu coração batia dolorosamente contra o meu peito. — Eles
estão se preparando para atacar.
— Estamos prontos.
Me virei para olhar para Ciara, que segurava espadas leves iguais
em cada mão. Ao lado dela estava Adam. Suas mãos estavam envoltas
em sombras negras, ocultando suas armas. Nenhum dos dois
demonstrou o medo que sem dúvida estavam sentindo naquele
momento. Ambos exibiam expressões variadas de desgosto e raiva
enquanto espiavam as traidoras linhas de frente do exército de Bilé.
Ao lado de Adam e Ciara, Zahruk olhou furioso para nossos rivais
enquanto agitava as pesadas espadas de dois gumes em suas mãos.
Ele usava uma capa branca com cordas trançadas de ouro e pretas
protegendo as pontas soltas, escondendo sua armadura leve escondida
embaixo. Ele parecia um herói de um dos videogames que Adam
passava horas intermináveis jogando enquanto gritava com a televisão.
Ristan estava ao lado de Zahruk. Ele soltou as rédeas que
regularmente segurava em seu demônio, o que o fez mais alto e mais
largo no peito. O poder irradiava dele, fazendo com que seu cabelo
flutuasse atrás dele enquanto puxava as espadas de suas bainhas, a
morte escorrendo de seus olhos enquanto olhava para Bilé.
Cailean, Savlian, Kallum, Lucian, Layton e Spyder ficaram atrás de
nós, enquanto Bane se aproximou de mim. Ele sorriu quando começou
a produzir sombras que se moviam ao nosso redor. Um grito de batalha
saiu dos magos e ficamos em silêncio, observando se moverem em
nossa direção enquanto Ryder sorria.
Esta foi nossa posição final para Terra dos Fae e a única maneira
de salvar nosso mundo. Se perdêssemos esta guerra, perderíamos
nosso lar, nossa magia e o povo da Terra dos Fae sofreria e seria forçado
a sair deste mundo e para uma terra estrangeira na qual eles podem
não sobreviver. Isso não poderia acontecer; isso não aconteceria. Isso
significava que tínhamos que fazer o que fosse necessário para vencer
as criaturas que queriam nos destruir.
— Segure a linha! — Ryder estalou, puxando o poder para ele
enquanto a terra ao nosso redor clamava e tremia com a necessidade
de dar a ele o que podia.
Fechei os olhos, respirando lentamente enquanto dirigia a magia
para Ryder, usando ela como um sifão para aumentar o poder que
entrava nele. Ele se virou, sorrindo para mim quando minha mão tocou
sua armadura, o alimentando com o que eu poderia puxar da Terra dos
Fae sem deixar a terra enfraquecida.
Os magos atiraram esferas azuis de magia bem alto no ar, e eu
levantei as mãos, empurrando contra as esferas enquanto tentavam
pousar no meio do exército. O suor gotejou em minha testa e gemi com
o peso delas antes de empurrar sua magia de volta para o ar.
Bati as mãos no chão, vendo as esferas caírem no meio do exército
de Bilé, explodindo com respingos de sangue e partes do corpo nos
magos ao redor enquanto outros continuavam caindo mortos com a
magia que eles enviaram para nos atacar.
— Primeiro sangue, mulher. — Ryder riu, empurrando sua magia
contra os magos. Assisti com orgulho quando nosso inimigo explodiu,
surgindo em nada mais do que névoa sangrenta enquanto Ryder
produzia lâminas serrilhadas que brilhavam com um tom dourado. —
Pela Terra dos Fae! Por aqueles que morreram nas mãos desses
traidores, e pelos vivos! — Ryder gritou acima dos sons da batalha.
As espadas gêmeas que usei foram criadas a partir dos raios letais
divinos que estávamos coletando e brilhavam em azul com a magia
imbuída no metal. A Espada de Lugh, outra relíquia que tínhamos
descoberto recentemente, estava amarrada às minhas costas. Eu tinha
certeza que Callaghan tinha notado, já que ele ficava olhando de lado
para mim e para a espada. Ele poderia muito bem esperar para pegar
sua arma de volta até que ganhássemos. Empurrei a perna à frente,
travando enquanto observava o exército de Bilé lentamente diminuindo
a distância entre nós.
Meus olhos se moveram para Bilé, notando o homem ao lado dele
que parecia olhar diretamente para Ryder com ódio e homicídio em sua
expressão, misturado com um senso de arrogância. Esticando minha
audição, escutei as palavras que ele disse a Bilé e fiquei tensa quando
Bilé riu, sussurrando um nome, um que fez meu coração disparar mais
rápido, se possível.
Chocada, me virei para olhar para Ryder, que não tinha notado o
homem ao lado de Bilé. Por um momento, Ryder ficou parado, então
balançou a cabeça e começou a se mover para frente.
Bilé sorriu ao se inclinar para sussurrar no ouvido de Alazander
enquanto eles observavam Ryder se aproximar. Alazander não era nada
mais do que uma imagem fantasmagórica, e ainda assim eu podia
sentir o gosto da malícia por Ryder que emanava dele. Gelo correu em
minhas veias com a compreensão do que estava vendo.
Alazander estava morto, mas Bilé, como o Deus da Morte na Terra
dos Fae, poderia manipular essa situação. Bilé foi o encarregado de
entregar os mortos às camadas do Outro Mundo na Árvore da Vida. Ou
Alazander nunca foi entregue após a morte ou sempre fez parte de Bilé.
Isso explicaria por que Alazander enlouqueceu de raiva e luxúria
insaciável que alguns dos Deuses possuíam.
Os magos começaram a correr em nossa direção, se movendo com
propósito enquanto uma parede de inimigos descia sobre nós de ambos
os lados. Os tambores de guerra bateram mais forte, e nós todos nos
transportamos juntos, empurrando a magia na direção dos magos e,
ao mesmo tempo, nos movemos como uma máquina bem oleada,
enviando nossas espadas para as criaturas mais próximas que
ergueram as deles contra nós.
O som de metal batendo em metal ecoou pelo vale enquanto o cheiro
acobreado de sangue enchia o ar. Acima de nós, nos penhascos, eu
podia ouvir as espadas se chocando em uma luta até a morte. Rezei
silenciosamente para que não tivéssemos assassinado aquela parte da
Horda, os enviando para onde seriam facilmente apanhados pelos
magos que nos derrotaram aqui.
Uma criatura se moveu para me atacar, e eu trouxe minhas lâminas
para cima, cruzando quando tirei sua cabeça do corpo e me virei
quando ela caiu no chão, por pouco não me acertando. O sangue da
morte de Zahruk respingou em meus olhos, ardendo como pequenas
víboras quando levantei a mão para limpar.
Ao meu redor, guerreiros lutaram e caíram em um redemoinho de
caos que me deixou sem fôlego. Me virei quando o ar assobiou com uma
lâmina o cortando. Eu trouxe minha espada para cima, desviando do
golpe de uma Harpia que tentou de novo, habilmente avançando para
me superar.
Cada golpe de sua espada fez meus braços tremerem e queimarem
enquanto um poder incrível zumbia através da Harpia, tornando ela
mais forte e mais poderosa do que tinha o direito de ser. Ela ergueu
suas espadas, expondo seu peito, e eu o perfurei com as duas lâminas.
Eu os torci em seu corpo antes de adicionar meu peso para arrastá-
la para o chão, mais uma vez retirando minhas lâminas para empurrá-
las em seus órgãos vitais. Ela gritou de dor enquanto o cheiro amargo
de seu sangue enchia meu nariz.
Retirei as lâminas, me virando para olhar as brigas acontecendo ao
meu redor, em seguida, procurei Ryder no campo de batalha,
encontrando ele sem lâminas, empunhando sua magia sem esforço,
nascido para travar a guerra como uma máquina de matar perfeita.
Suas asas grossas perfuraram corpos enquanto ele enfiava suas
garras no peito, rasgando como se fossem nada mais do que manteiga
aquecida. Meu cabelo estava respingado de sangue; minha armadura
combinava perfeitamente, como se estivesse na moda. Eu não poderia
dizer a diferença entre o sangue e meu esmalte de unha An Affair in
Times Square, pois o sangue endureceu as camadas das minhas
unhas.
Era quase corpo a corpo, e o caos absoluto reinava. Olhei para os
penhascos escurecidos, observando enquanto as sombras dançavam
sobre a névoa, assumindo o controle. O gelo cobriu as laterais do
penhasco e assisti em choque quando homens e mulheres caíram da
borda, correndo para a morte enquanto corpos quicavam no chão de
terra. O fogo derreteu o gelo, enviando o cheiro de carne pútrida
queimando no ar enquanto aqueles que se recusaram a cair fizeram O
caminho até a borda, queimando com fogo de Dragão em suas roupas.
O alívio inundou meu sistema quando me virei, errando por pouco a
lâmina que foi apontada para o meu coração.
Uma sereia abriu sua boca para me atrair com sua música, mas
minha espada a venceu quando eu trouxe, empurrando em sua boca
antes de levantar meu pé, chutando seu corpo sem vida da minha
lâmina enquanto outra criatura se aproximava tomando o lugar dela.
Ao meu redor, nosso exército estava se cansando da jornada para o
vale, armaduras pesadas os desacelerando enquanto os magos se
moviam habilmente, desimpedidos com armaduras de tecido em vez de
metal ou couro, como nós usávamos.
Erguendo minhas lâminas contra meu oponente, parti para o
ataque, empurrando para trás até ficar ombro a ombro com Adam, que
lutou incansavelmente contra um monstro de dois metros de altura.
Levantei minha lâmina, deixando meu estômago exposto enquanto
abaixava minha espada rapidamente, cortando a cabeça da criatura no
meio até que ela cambaleou e caiu no chão.
O cheiro de cobre e sangue pungente pairou pesado no ar enquanto
eu lutava para respirar passando o gosto de sangue que se agarrou à
minha língua. Adam ergueu sua lâmina, e os braços da criatura se
moveram para tirar vantagem de seu erro, e eu sibilei com poder, vendo
a besta explodir, nos cobrindo com entranhas. Os olhos verdes de
Adam se voltaram para mim, refletindo o brilho do meu corpo em suas
belas profundezas.
— Você tem uma orelha em seu ombro, Syn. — Ele riu, se virando
para desviar um golpe enquanto outra criatura dançava na luta.
Olhei para as massas, me movendo entre os corpos até que Zahruk
apareceu. Ele estava lutando contra várias criaturas ao mesmo tempo
enquanto suas espadas zuniam com poder, desviando seus golpes
como se ele tivesse nascido para a batalha.
Observei ele se mover enquanto seus músculos empurravam contra
a armadura que usava, suas mãos apertando as lâminas antes de cada
golpe, sabendo onde pousaria antes de seu agressor. Senti um toque
em meu ombro e girei, estremecendo quando algo empurrou meu
estômago.
Olhei para baixo, vendo uma lâmina torcendo em meu abdômen
enquanto um barrete vermelho sorria maldosamente. — Fodida Rainha
Fae, eu disse que nunca seria governado por uma rainha da boceta
com peitos.
Levantei as mãos, e ele estremeceu quando o sangue gotejou de seus
lábios e então espirrou contra meu rosto, seu estertor de morte
escapando do sangue escorrendo de seus lábios. Sua cabeça deixou
seu corpo, e olhei por cima de seus ombros sem cabeça para onde
Spyder estava, me observando.
Ele empurrou o barrete vermelho para o lado e se aproximou de
mim, retirando a adaga do meu estômago. Estremeci e gritei além do
ácido queimando da lâmina.
— A lâmina foi envenenada, Syn. — Ele afirmou suavemente, quase
inaudível acima do som da batalha feroz ao nosso redor.
Spyder estava mortalmente calmo, o que parecia deslocado,
considerando que estávamos no meio de um campo de batalha,
literalmente travando uma guerra. Sua mão empurrou contra a ferida
enquanto seus olhos se transformavam em profundidades azuis
brilhantes, acendendo sombras ao nosso redor. Ele puxou meu corpo
contra o dele.
— Isso vai doer um pouco.
Gritei quando uma dor ardente me rasgou, então ela parou tão
rapidamente quanto começou.
Olhando para baixo enquanto as sombras clareavam, encarei a
carne exposta que não era mais do que uma linha vermelha irritada
agora. Ele sorriu quando levantei a cabeça e acenei em agradecimento.
Algo se moveu atrás dele, com a intenção de usar uma lâmina em
Spyder.
No momento em que gritei um aviso, a criatura se desintegrou em
nada mais do que cinzas que foram consumidas pelas sombras que
pulsavam ao redor de Spyder.
Meus olhos se arregalaram e ele piscou maliciosamente para mim,
retirando as lâminas criadas de sombras e as enviando diretamente em
minha direção. Ele empurrou onde meus braços estavam pendurados,
e um grunhido soou atrás de mim. Me virei lentamente e
silenciosamente observei o homem preso nas lâminas de Spyder. Eu
conhecia seu rosto porque alimentei seus filhos. Disse a ele para sair
do chão e nunca permitir que seus filhos o vissem de joelhos.
— A Horda está mudando de lado. — Engoli dolorosamente após o
estreitamento na minha garganta.
— Eles estão; acham que vamos perder.
— Tenho que encontrar Ryder. — Sussurrei passando o horror
apertando em meu peito enquanto o suor queimava meus olhos.
Observei enquanto Bilé se movia silenciosamente em direção a
Ryder, enviando uma bola de magia correndo em direção a suas costas
enquanto Ryder lutava com várias criaturas ao mesmo tempo. Gritei
em advertência e então percebi que ele nunca me ouviria sobre a
batalha que estava acontecendo ao nosso redor.
Fechando minha mente, agarrei a magia sendo dirigida a Ryder e a
enviei de volta para Bilé, observando enquanto ele estremecia e se
virava para olhar para mim. A criatura ao lado dele não vacilou,
continuando em direção a Ryder com um propósito. Ryder se virou,
procurando por mim enquanto o monstro se aproximava de Ryder, e
percebi que Ryder não podia ver Alazander. Ele não podia ver o monstro
que o torturou e seus irmãos indefinidamente durante sua infância.
Spyder se virou, percebendo o que estava acontecendo, e enviou
suas sombras em direção a Bilé. Passei correndo por Spyder, suor
escorrendo do meu corpo enquanto removia minha armadura para
chegar a Ryder antes que Alazander chegasse. As criaturas se
aproximaram de mim enquanto eu progredia pelo campo, e as derrubei
com magia, abandonando as lâminas quando percebi que não
precisava mais delas.
Eu não era uma executora ou Bruxa. Era uma Deusa e não ia perder
minha Besta para algum monstro que ainda estava decidido a
machucá-lo, embora Ryder tivesse assassinado Alazander há muito
tempo. Me transportei para Ryder, gritando o nome de Alazander, o que
fez aqueles da Guarda de Elite perto o suficiente para me ouvir virarem
suas cabeças em minha direção. Meus ouvidos zumbiam enquanto
Alazander se virava lentamente, nivelando os olhos dourados em mim
enquanto seu cabelo flutuava no ar ao seu redor.
— Hoje não, Satanás. — Sibilei, levantando as lâminas, observando
com horror enquanto elas passavam pelo que deveria ser o corpo de
Alazander. Ele era incorpóreo.
— Então, você é a prostituta que está destinada a salvar este
mundo? — Ele perguntou, jogando a cabeça para trás e rindo de mim
enquanto os homens ao redor assistiam confusos.
— Ela vem com amigos poderosos. — A voz de Thanatos ecoou pelo
vale antes de se materializar, empurrando uma das mãos azul brilhante
no peito de Alazander e retirando um coração enegrecido que escorria
obsidiana líquida para o chão. — Você não pertence aqui, Alazander.
Bilé o manteve vivo por muito tempo, você começou a apodrecer em
nada mais do que o ódio que o alimenta quando o abriga. Como as
marés se voltam contra aqueles que transgridem as leis dos Deuses.
Alazander uivou enquanto eu o observava, cobrindo minha boca e
nariz enquanto o cheiro azedo e pútrido da morte enchia o vale
enquanto ele era absorvido pelo aperto brilhante de Thanatos. Olhos
azuis travaram nos meus enquanto ele inclinava sua cabeça escura,
me estudando.
— Se abaixe! — Thanatos gritou, e eu fiz sem questionar quando
algo passou por minha cabeça. Me levantei, olhando para Bilé, que
estava caminhando em nossa direção com um zumbido mágico através
dele. — Eu não posso intervir nisso; nenhum de nós pode, Synthia. —
Thanatos explicou, tocando meu ombro quando uma sacudida de
poder passou por mim.
Ryder se moveu para ficar ao meu lado enquanto suas asas se
abriam. Estávamos prontos, ou estávamos até que Ristan e Zahruk
intervieram e fizeram um movimento contra Bilé. Ryder uivou quando
Zahruk ergueu a lâmina ao mesmo tempo que Bilé ergueu a mão. Ele
enviou Zahruk navegando pelo ar para pousar sobre uma espada, onde
ficou imóvel no chão.
O caos estourou quando Ristan atacou Bilé, desviando dos golpes
ao longo do caminho até que ele também foi enviado pelo ar para
pousar em uma pilha de corpos sem vida. Minha garganta fechou e
lágrimas quentes queimaram meus olhos enquanto eu me concentrava
no que eu podia controlar, ao invés do que não podia.
Adam gritou e abri a boca enquanto tudo dentro de mim se
encaixava no lugar. A negação ecoou em minha mente enquanto o
observava cair no chão com uma lâmina se projetando em seu peito.
Estávamos perdendo e nosso exército estava se virando contra nós.
Não conseguimos decifrar amigo de inimigo. Não podíamos mais dizer
contra quem estávamos lutando. Os Dragões gritaram enquanto
voavam acima, e me virei, os observando enquanto as enormes balistas
lançavam barras de ferro pelo ar em sua direção.
O suor grudou no meu corpo, meu cabelo uma mistura de sangue e
suor que queimava meus olhos enquanto escorria pelo rosto. Corpos
espalhados pelo chão enquanto todos continuavam lutando ao nosso
redor. Eu queria correr para os homens que tinham caído, mas não
pude. As asas de Ryder se expandiram se preparando para entrar na
batalha enquanto o restante da Guarda de Elite deslizava ao nosso
redor, protegendo nossas costas enquanto enfrentávamos o Deus que
tentava nos destruir.
— Vejo que você encontrou meu amigo. — Bilé riu friamente.
— Boa escolha de amigos. Posso ver por que escolheu Alazander.
Vocês dois são idiotas assassinos unidos por um objetivo: destruir um
mundo.
— Se acha tão inteligente? Tenho administrado este mundo de
dentro daquela criatura por eras. Quem acha que ordenou o ataque aos
Dragões? Os amados Dragões de Danu, a quem ela prometeu a
Mórrígan que não tocaria? Quem acha que obrigou Alazander a
cozinhar as crianças da Corte de Vento? Eu. Cada vez que ele perdia o
controle de si mesmo, era eu o conduzindo.
A satisfação e o orgulho dançaram nos traços de Bilé enquanto ele
sorria. — Eu também não me importava de foder as cadelas fracas e
estúpidas que Alazander mantinha aprisionadas para sua diversão.
Quebrar seus espíritos, bem como seus corpos, era algo que eu ansiava
diariamente. Isso me encheu de uma grande sensação de realização,
até que também foi tirado de mim. Outra coisa que você arruinou, sua
vadia!
Bilé inclinou a cabeça, virando ligeiramente para a esquerda, depois
sorriu ao observar Ciara fatiar uma fera, só para se virar e lutar com
outra em suas costas. — Há um dos meus amores agora. Não importa
quantas vezes eu olhasse seu corpo, nunca consegui encontrar o
motivo de nosso fracasso. Devo ter cortado a marca do Dragão de sua
carne pelo menos uma dúzia de vezes, só para que ela voltasse a crescer
como antes. Saber que ela se casou com aquele Dragão me faz doer ao
ver seu cadáver sem vida no final desta batalha. Veja, Ciara sempre foi
feita para ser o que você é agora; ao invés disso, ela foi apenas mais
uma decepção.
Balançando a cabeça, Bilé voltou seu foco para mim e Ryder, o
sorriso sádico de volta em seu rosto. — Alazander me presenteou com
a imortalidade de sua alma, o que me permitiu criar o caos
simplesmente colocando seu espírito em uma sala com aqueles que ele
desejava atormentar. Cavalgar dentro de Alazander foi realmente um
presente magnífico, mas ter sua alma foi ainda mais gratificante do que
eu poderia ter previsto. Consegue adivinhar quem ele estava vindo em
seguida?
— Você é um mentiroso! A Besta teria sentido você em Alazander.
Ele teria contado a Ryder quando se vinculou a ele. — Rebati, tentando
manter Bilé falando enquanto Ryder se preparava para lutar contra ele,
puxando magia do mundo ao nosso redor.
— Não; você vê, a Besta nunca me sentiu porque eu sou um Deus.
Obriguei ela a dormir durante os tempos que estive presente. Não foi
capaz de acordar porque eu não queria que me sentisse. Eu não
precisava que a Besta fosse mais forte que a Horda; Alazander sim.
Gostei de usar a raiva de Alazander para destruir as criaturas que
Danu criou. Mesmo na morte, sua raiva cresceu em vingança contra
Ryder e tudo que ele amava, o que inclui você. É aí que nossos objetivos
se alinham. Você matou minha esposa!
— Danu sacrificou a vida dela por mim. — Sibilei, dançando para
longe dele enquanto ele tentava diminuir a distância.
— Acha que Danu se importava com você? Pergunte a si mesma:
por que Atum não tirou a sua vida ou a vida de um de seus outros
filhos se ela realmente amava algum de vocês? Isso é o que Atum faz.
Ele leva aqueles que você ama quando sua vida é perdida. Danu era
incapaz de amar qualquer coisa ou pessoa, exceto eu. Mas eu sou o
Deus da Morte, e nem mesmo Atum poderia tirar minha vida de mim.
— Bilé riu enquanto chicoteava sua lâmina no ar, me fazendo dar um
passo para trás.
— O veado tentou me matar, tendo crescido apegado a este mundo
e às crianças que ele criou enquanto fodia seu caminho através da
Terra dos Fae, produzindo novos seres e novos elementos. Esse era o
seu neto bastardo que acabei de assassinar, não foi? — Disse ele,
apontando para onde o corpo imóvel de Zahruk permanecia em uma
poça de sangue.
Engoli o cheiro pútrido da morte, ignorando o golpe que ele deu no
meu coração. — Foi o que me disseram, mas o veado não é como nós,
é? Ele é só um semideus.
— Você não esconde seus sentimentos de forma alguma, vadia. —
Ele estalou, atacando com uma lâmina, mas Ryder desviou o golpe sem
esforço. — Acha que pode vencer essa luta? — Perguntou quando o
vento aumentou, chicoteando meu cabelo contra meu rosto enquanto
minhas lâminas se materializavam.
— Acho que fizemos o que você e minha mãe nunca poderiam fazer.
Ryder e eu nos tornamos um, e somos mais poderosos do que você
jamais poderia ter sido. — Rosnei, observando enquanto o rosto de Bilé
ficava esquelético e começava a brilhar em um azul assustador.
Minhas marcas pulsaram para vida, enviando poder no ar enquanto
Ryder seguia meu exemplo. Toda a área estava pulsando com uma
corrente elétrica bruta que levou as criaturas que seguiam Bilé a uma
paralisação.
Minha magia os manteve no lugar enquanto o poder de Ryder os
empurrava, rasgando. Os Dragões voaram acima de nós, ligados em
nossas mentes para ver o plano que traçamos enquanto lutávamos
contra o exército de Bilé.
Fogo disparou através dos magos e sorri, observando o sorriso cair
dos lábios de Bilé. Seus olhos se estreitaram sobre os Dragões que
voavam de um lado para o outro, queimando seu braço enquanto
choviam fogo sobre eles. Bilé ergueu a mão e me virei, gritando um
aviso enquanto os observava baixar a altitude e voar em linha reta para
o solo.
O poder de Bilé se agarrou aos Dragões e atirei uma bola branca de
energia em seu peito, observando enquanto o mandava para trás. Os
Dragões pousaram com segurança, se virando para continuar enviando
chamas para o exército que lutava para escapar deles.
O cheiro forte de sangue vital de cobre pairou no ar tão densamente
que cobriu meu rosto com uma névoa. Sangue ensurdecedor latejava
em meus ouvidos, latejando em uma batida feroz que não diminuiria,
não importa o que eu fizesse. O som do aço golpeando o aço ecoou pelo
vale, acompanhando os gritos dos guerreiros enquanto encontravam
seu destino.
Os vários gritos de bestas mal foram registrados no meu coração
batendo descontroladamente que se recusava a desacelerar. O ferro foi
lançado no ar, borrifando em nossa direção, o vento levantando,
levando na direção daqueles que lutaram.
Virei enquanto Ryder observava Bilé se levantar. Mandei a terra
buscar o ferro, depois avisei os outros do que estava por vir e se
preparassem para o pior se eu falhasse. Levantei as mãos, movendo a
terra em que os Dragões estavam para proteger eles do ferro enquanto
a Terra dos Fae o absorvia.
O suor escorria pelo meu pescoço implacavelmente, ensopando
minhas roupas enquanto meu coração batia forte contra o peito. A
magia encheu minhas veias enquanto me concentrava no que podia
controlar. Perdi a noção do tempo enquanto os sons da batalha
diminuíam enquanto eu ouvia o mundo que me oferecia sua ajuda.
Era lindo, e tudo dentro de mim o alcançou, se tornando um com a
terra enquanto eu o direcionava para receber o golpe, para consumir o
ferro que mataria ambos os exércitos com o veneno que agora
concordava em erradicar. A grama no monte que segurei chiou,
mudando de um lindo verde fluorescente para um preto quase morto.
senti a dor do mundo. Eu o senti chorar enquanto consumia o ferro
que teria matado todos nós. O trovão explodiu acima de nós, e o céu
ficou prateado como se estivesse tentando espelhar o que a terra tinha
tomado. No momento em que o mundo se estabeleceu, me virei,
olhando para onde Ryder lutava contra Bilé sem pensar. As asas de
Ryder golpearam em perfeita harmonia com suas lâminas enquanto ele
lutava contra o homem que estuprou sua mãe, brutalizou sua irmã e
ordenou a destruição de várias raças na Terra dos Fae.
Me transportei sem pensar. A dor das feridas que recebi não foi
registrada enquanto eu ajudava Ryder a lutar contra o homem que
ajudou os magos a tentarem matar meus filhos antes que eles
experimentassem a vida. O mesmo homem que me matou, roubou
quem eu era e mudou quem eu me tornei: Bilé, o cretino assassino que
marchou por nossas terras, causando estragos a meu povo.
Ao meu redor, o cheiro de suor, sangue e o cheiro amargo do medo
generalizado carregavam no alto os corpos em choque daqueles que
ainda lutavam. Guerreiros lutaram, caindo e subindo para colidir uns
com os outros na terra que acabou de salvar suas vidas.
Os homens uivaram de dor ao cair no chão, sem vida no mar de um
líquido escarlate que escorria para a terra abaixo deles. Amigo e inimigo
morreram juntos, sua essência vital sendo drenada para banhar a
vegetação em seu sangue vivificante.
Ciara gritou e me virei, observando enquanto ela erguia suas
lâminas, golpeando os homens que lutavam com ela ao mesmo tempo.
Uma lâmina cortou sua cabeça até que ele caiu de joelhos.
Zahruk deu um passo à frente, chutando o corpo para o chão, e o
alívio tomou conta de mim por ele estar vivo. Ele se transportou, vindo
ao meu lado enquanto enfeitiçávamos as armas que trouxemos, armas
que ele passou incontáveis horas criando para esta batalha.
— Estou tão feliz que você não está morto, idiota. — Sussurrei.
— Ainda estaria deitado em uma poça de sangue se não fosse por
Eliran. Ele disse que fez um acordo com Thanatos para permitir que
seu espírito permanecesse na Terra dos Fae até depois da batalha,
sabendo que precisaríamos de sua ajuda. Não tenho certeza de como
me curou, mas acordei com ele ajoelhado ao meu lado, me dizendo para
colocar minha bunda preguiçosa de volta na batalha. Ele está cuidando
de Ristan agora. — Ele apontou para onde Ristan estava deitado no
chão.
Eu podia ver o cabelo loiro ralo de Eliran enquanto ele se inclinava
sobre o corpo de Ristan. Ele ergueu a cabeça e sorriu tristemente para
mim, balançando a cabeça uma vez antes de voltar a curar Ristan com
os outros curandeiros o observando.
Zahruk me cutucou e sorriu, acenando para nossas armas.
— Está na hora.
Me movi para trás de Bilé enquanto ele se esquivava para se manter
longe de mim. Ryder nos observou, cortando suas lâminas
indefinidamente para enviar Bilé para trás. Avancei, empurrando os
pinos divinos no corpo de Bilé enquanto ele gritava e caía no chão de
dor. Zahruk enfiou a lâmina no peito de Bilé e nós recuamos, olhando
para o Deus que supostamente era todo-poderoso.
— Você abandonou a Terra dos Fae e agora ela optou por abandonar
você, Bilé. — Bufei. — Você precisa do mundo para viver, não é? —
Observei Bilé enquanto rosnava enquanto a Guarda de Elite se reunia
ao nosso redor, olhando para o Deus enfraquecido que se recusava a
reconhecer a derrota. — É por isso que Danu continuou a criar os Fae:
porque sem eles, você morre.
— A terra também, Synthia. Sem mim, ela morre também. — Bilé
sorriu para mim triunfantemente por entre os dentes ensanguentados.
— A menos que encontre outra fonte de magia. — Argumentei,
olhando para ele, sabendo que ele odiava ser provocado. — Bem-vindo
à nova ordem mundial, que não precisa de você.
Dispensando Bilé, estudei os magos que lutaram ferozmente e sem
qualquer sinal de desaceleração ou cansaço. Claro, eles não iriam. Bilé
tinha empurrado seu poder para eles e agora a Terra dos Fae se
recusava a lhe dar mais.
Trazendo minhas mãos para cima, Ryder colocou as mãos em meus
ombros, sentindo minha necessidade de nosso poder combinado.
Acessei a magia da Terra dos Fae através dele e sorri enquanto o poder
rasgava a clareira.
O solo começou a se abrir, consumindo os magos e os da Horda que
se voltaram contra ela como areia movediça, devorando inteiros.
Ciara caminhou em nossa direção e observei com horror quando ela
começou a afundar. Meu coração saltou para a garganta e minha boca
abriu quando ela desapareceu.
— Oh, merda. — Sussurrei, e então suspirei de alívio quando a terra
a cuspiu de volta.
— Acho que a Terra dos Fae me violou. — Ela disse casualmente
com olhos arregalados e horrorizados. — Você viu aquilo?
— Foi mal? Como faço para desfazer... — Fiz uma careta e encolhi
os ombros em um pedido de desculpas para seu olhar chocado. Eu
precisava descobrir como usar esse mojo mágico da terra corretamente.
— Nós vimos. — Ryder bufou. — Faça com que os curandeiros
montem as tendas e cuidem dos feridos.
— Pra já. — Ela disse, enxugando o sangue de sua bochecha. Sorriu
brilhantemente quando um Rei Dragão muito nu caminhou até ela e a
puxou com força contra ele, a beijando. — Me ajude a preparar os
curandeiros para cuidar dos feridos e coloque a porra das calças. Essa
coisa é só para os meus olhos, Dragão.
Eu ri, me virando para olhar para Ryder, que observou Blane e Ciara
se movendo em direção aos penhascos onde havíamos escondido os
curandeiros até o final da luta.
Falando em curandeiros, olhei em volta, procurando por Eliran, e o
encontrei caminhando em nossa direção com Thanatos. Meu coração
doeu, sabendo que estava prestes a dizer adeus a outro amigo de
confiança e membro da família.
— Eu disse a você que não poderia interferir na guerra, mas isso
não significa que não poderia conceder um favor para um novo amigo.
— Disse Thanatos, sorrindo para Eliran.
A forma de Eliran tremeluziu dentro e fora de vista, o que me disse
que seu tempo era limitado. Ele olhou para Ryder e sorriu tristemente
para mim. — Eu sabia na primeira vez que nos encontramos que você
seria igual a Ryder em todos os sentidos. Meu irmão tem sorte de ter
você, Synthia. Você é uma verdadeira rainha para seu povo e uma
protetora feroz de nossa família. Eu sabia que não poderia abandonar
nossa família durante esta guerra, então fiz um trato com Thanatos
para que minha alma permanecesse na Terra dos Fae até depois da
batalha final. Pude usar o restante do meu poder de cura para salvar
meus irmãos Zahruk e Ristan e fiz o meu melhor para ajudar os
curandeiros que estão trabalhando para salvar Adam. Vamos nos
encontrar de novo um dia, mas até então, estarei com vocês em espírito
e ansioso para assistir o nascimento de todos os próximos príncipes e
princesas que os destinos planejaram para vocês. Tenho orgulho de te
chamar de irmã.
Eliran deu um passo à frente e aceitou a mão de Thanatos,
desaparecendo. Thanatos olhou para o campo de batalha, então para
Ryder e eu. — Vocês foram bem hoje. Mas ainda há um desafio pela
frente. — Acenando em direção a Bilé, Thanatos franziu a testa e então
desapareceu.
— Você ainda está considerando o pedido de Danu de barganhar
com Bilé? — Ryder perguntou sem olhar para mim, mas quando o fez,
tinha preocupação em suas profundezas brilhantes que fez com que a
pequena alegria que eu tinha desaparecesse.
— Eu não sei, Ryder. Só não sei se podemos ou queremos negociar
com um terrorista que quer todos nós mortos. Este é o homem que
tentou assassinar nossos filhos e eu. Ele é o monstro que torturou você
e sua família enquanto dirigia em um terno Alazander.
— O quê? — Ele perguntou, estreitando os olhos enquanto sua testa
franzia.
— Ele usou seu pai para matar os Dragões. Deu a ordem. Danu e
Bilé estavam em guerra um com o outro, e ele usou as criaturas que
Danu criou para machucar ela, matando eles.
— Alazander... — Suas palavras morreram enquanto ele me
observava.
— Esteve aqui, mas não realmente, eu acho. Ele estava morto, mas
estava aqui como um espírito, um que Bilé escolheu manter com ele.
Ele usou Alazander para guerrear. Não sei se Alazander era realmente
mau, ou se foi feito para se tornar assim por causa do Deus que o
segurava. Manter um Deus dentro de você, isso o deixa louco muito
rapidamente. Isso explicaria algumas coisas, eu acho. Ele disse que
forçou Alazander a cozinhar os filhos da Corte do Vento e alimentá-los
com seus pais. Nada mais faz sentido; é tudo uma loucura. Bilé e Danu
lutaram e nos usaram também, mas pior, acho que nos criaram para
algo totalmente diferente. Não acho que Danu me amou nem fez nada
altruísta para me trazer de volta.
— Mas ela trouxe você de volta. Danu deu a vida por você.
— Ela realmente fez? Ou eles pegaram porque era a única coisa que
Danu amava?
— Synthia, ela está morta.
— Eu sei que ela está, mas e se ela não planejasse ficar morta?
— Só uma pessoa sabe o que ela pretendia. Vamos perguntar a ele.
Devemos? — Ele perguntou, estendendo a mão para eu aceitar.
Coloquei a mão ensanguentada na de Ryder, olhando para o
vermelho que manchava as duas. — Ristan? — perguntei, me virando
para olhar quando uma maca estava passando por nós.
— Flor. — Ele disse fracamente, agarrando minha armadura
enquanto instruía os homens que o carregavam a pararem. — Danu
era má. Ela sempre foi má. — Encarei seus olhos girando enquanto ele
me observava. — Não acredite nas visões que ela me deu para
compartilhar com você, Synthia. As revelações eram de Danu; portanto,
elas não são confiáveis. Acho que ela planejou que elas influenciassem
nossas escolhas sobre o que ela queria que fizéssemos.
Ristan tinha tido visões do futuro e de qual seria o meu papel neste
mundo. Agora entendemos que essas previsões vieram de uma Deusa
egoísta e vingativa que brincou com nossas vidas.
Encontrei a resposta nos olhos de Ristan, a realidade do que foi feito
e o que minha mãe planejou. A dor que ela gostava de infligir a ele era
a prova de sua crueldade e malícia.
O fato de que ela poderia ter encontrado Ristan e o protegido de Bilé
na Aliança, mas não fez, me disse mais do que qualquer outra coisa
poderia ter feito. Danu tinha ido conosco, mas só quando eu não dei a
ela outra escolha. Ryder estava certo: Bilé e Danu estavam em guerra
e nós éramos seus peões. Nossas vidas não eram nada para eles e
significavam menos do que nada em comparação com seus objetivos
finais.
Bilé olhou para nós com olhos frios e cruéis. Ele tinha um sorriso
meloso em seus lábios apertados, me observando cuidadosamente
enquanto eu caminhava ao redor de seu corpo deitado. Ele foi preso ao
chão com pinos de Deus segurando no lugar, onde ele olhou para mim.
Correntes o cobriam, correntes intrincadamente forjadas que
Zahruk tinha encomendado. Foram criados com o mesmo material
usado nos pinos divinos e na Espada de Lugh, que ainda estava presa
às minhas costas, irritando Callaghan, que estava contra uma árvore,
olhando carrancudo para a arma.
Meu olhar estudou a campina do vale, já explodindo com nova vida
onde tinha consumido os magos e traidores da Horda. Flores cobriam
todo o terreno, alcançando infinitamente os vivos enquanto eles
ansiavam por mais vítimas. Pequenas criaturas escaparam de seu
abrigo dentro dos penhascos, ousando uma chance de devorar a carne
dos mortos.
A Guarda de Elite já tinha enterrado aqueles que permaneceram
leais a nós, e em seus túmulos, a Terra dos Fae cimentou seus túmulos
com grandes pedras que sentavam como sentinela sobre os mortos.
Havia beleza aqui, mas era uma beleza mortal que lutava para
consumir os vivos.
Ryder falou baixo, mas a raiva queimando em seu tom acendeu a
minha enquanto eu franzia a testa para o Deus patético que estava
diante de nós. — Danu construiu este mundo ao seu redor, não foi?
Você é a Árvore da Vida, porque no folclore, Danu é a mãe e você é o
Deus da Morte. Mas você não entrega mais a morte, nem permite que
a vida floresça abençoando as criaturas que ela criou para alimentá-lo
com as almas de que você precisava para viver e se tornar mais
poderoso.
— É por isso que você é fraco. Você precisa ser alimentado pelas
vidas que leva para os três níveis dos reinos entre os vivos e os mortos.
Agora, você usou toda a sua magia com esta guerra. Parou de levar
aqueles que precisavam passar por você para avançar para um novo
mundo. Todos os dias desde então, você tem procurado extrair poder
da Terra dos Fae. Não está mais entregando a você, está?
— Não, não está. A Terra dos Fae o abandonou porque você tentou
destruir ela. — Ryder se agachou para talhar um pedaço de carvalho
ao lado de Bilé, enviando lascas de madeira em seu rosto enquanto
falava. — Você foi tão vingativo com a necessidade de nos exterminar e
a este mundo que usou todo o seu poder armazenado alimentando nos
magos.
— Agora, você não tem mais nada. A Terra dos Fae julgou você, e a
terra e todos dentro dela, acharam você carente e desprovido. Quando
Synthia e eu pedimos poder, a terra ofereceu porque procuramos
proteger ela daqueles que a invadiram. A Terra dos Fae é uma coisa
viva que respira e não se preocupa mais com você, Bilé. Danu não está
aqui para criar um novo mundo para você, o que lhe deixa uma escolha:
volte para a árvore e salve a si mesmo e a Terra dos Fae.
— Você esqueceu a outra opção. Morte, e me juntar a minha esposa
enquanto este mundo desmorona e morre. — Bilé riu silenciosamente.
— Você é muito egoísta para fazer isso. — Falei, observando Bilé
enquanto ele virava os olhos azuis para travar nos meus.
— Não, eu não sou. Danu era muito egoísta. Eu não sou. Nunca
temi a morte, pois sei para onde vai nossa espécie. Eu a amo. Podemos
ter lutado nossas batalhas um contra o outro, mas no final do dia, ela
era o meu mundo, e você a tirou de mim. Se morrer me levar para ela,
estou disposto a ir.
— Você e Danu são idiotas egoístas. — Sibilei, olhando para Bilé. —
Veja o que você fez a este mundo! Devastou pessoas para seu próprio
divertimento distorcido! Enviou a Horda para matar todos os Dragões
que já existiram! — Blane rosnou e eu levantei meu olhar para ele. —
Oh, você não ouviu? Este idiota decidiu dirigir o terno de Alazander por
aí, matando raças inteiras porque queria derrotar sua esposa. Ele é o
monstro que traumatizou e aterrorizou a Terra dos Fae.
— Fiz isso e aproveitei cada minuto. — Bilé riu. — Assim como Danu
gostava de torturar e matar as mulheres que engravidei entre os
Unseelie e Seelie. Quando finalmente fiz um acordo com ela, decidimos
jogar minha prole em uma prisão protegida. Escondi minhas melhores
criações bem na frente dela, escondidas em meio à raça que ela amava
e adorava mais do que qualquer outra. — Bilé zombou antes de rir.
— Porque você os fez. — Ryder bufou, observando a testa de Bilé
franzir ao perceber suas palavras. — Você criou a Horda, não Danu. É
por isso que eles se voltaram contra nós no meio da batalha. É por isso
que podem mentir porque um pai pode falar mentiras, mas não a mãe.
Você convocou a Horda às armas e a maioria deles vieram. Você é o
criador da minha raça.
— Parece que você não é tão estúpido como eu pensava. — Bilé
sorriu e acenou com a cabeça como se estivesse orgulhoso do homem
que Ryder tinha se tornado. Foi perturbador e assustador.
— Você também é o pai de cada criança ainda viva que nasceu na
linha real. Alazander assassinou seus próprios filhos porque, se não
tivesse, Danu teria visto a diferença entre eles e nós, alertando ela para
o fato de que éramos todos seus filhos. — Ryder olhou carrancudo para
Bilé enquanto aqueles ao nosso redor respiravam fundo com a
revelação de Ryder.
— Não importa agora. Nada disso importa, é por isso que vou
destruir este mundo. Não foi Danu naquela caverna que o levou àquela
poção que você bebeu, meu filho. Fui eu, fazendo você forte o suficiente
para suportar a criação de uma vida com a pequena prostituta agora
de pé ao seu lado. Você deveria engravidar e matar ela depois que desse
a luz a seus filhos, para que pudéssemos trazer Danu de volta à vida.
Por que acha que Danu interveio, protegendo a vida de Synthia? Não
foi por amor. Foi por necessidade para o objetivo final.
— Qual era o objetivo final? — Perguntei, e Bilé sorriu enquanto sua
cabeça balançava. — Por que minha vida foi poupada?
— Você sabe por que, — Malachi sussurrou ao meu lado, seu nariz
tocando minha orelha enquanto ele sorria contra ela. — É por isso que
Destiny a levou a mim, Synthia. Você sempre conheceu seu destino e
por que foi criada. Você simplesmente não conseguia acreditar que ela
poderia ser tão má.
Me virei, olhando para meu irmão antes de olhar para os outros.
Todos eles assistiram Bilé sem perceber que Malachi estava aqui.
Engolindo em seco, fechei os olhos para a realidade da situação. Acho
que sempre soube que fui criada para ser mais do que apenas uma
companheira, ou para este mundo.
— Você sabe, Synthia. Já descobriu o que precisa fazer. Faça. Bilé
não vai parar. Ele é movido por ódio e raiva cegante, e não vai parar de
tentar matar você e esta terra. A vida dele não significa nada para ele,
mas você já sabe disso. Não os deixe vencer. Sabe o que depende dessa
vitória. Te fiz forte o suficiente para aceitar este destino, agora cumpra
ele, irmã.
Desviei o olhar de Malachi enquanto balancei a cabeça. Eu ainda
não tinha acabado de viver. Meus filhos precisavam da mãe, uma que
foi negada por causa do pau diante de mim.
— Você tem que voltar para a árvore! — Gritei, olhando para Bilé.
— Não, eu não vou. Não vou voltar nunca.
— Ele não vai. Irmã, você sabe o que tem que fazer, então faça. —
Malachi me observou cuidadosamente, seus olhos caindo para o colar
que eu usava e que Danu tinha me dado antes do meu casamento.
Meus dedos levantaram o medalhão de sua essência e eu fiz uma
careta.
— Por favor, Danu construiu este mundo ao seu redor. Ela o
construiu para você. Ela me disse para argumentar com você, que você
poderia mudar! — Implorei a Bilé.
— Não vou, nem vou parar de tentar tirar tudo que você ama de
você. Sempre estarei lá para arruinar sua vida, como você arruinou a
minha. Você tirou Danu de mim, o que não estava em nossos planos.
Você deveria ser fácil de lidar, mas ela deveria saber disso. Tudo o que
ela cria é venenoso. Se ela tivesse me dito que doou um ovulo para
aquele maldito Rei de Sangue, eu mesmo teria te matado antes que
você sugasse o ar para seus pulmões. Vou destruir você e não parar de
perseguir você e seus filhos.
— Você pode mudar. — Implorei enquanto meu coração batia forte,
ecoando em meus ouvidos.
— A questão é que eu não quero mudar. Gosto de caçar você, e seus
filhos será ainda mais divertido, especialmente depois que eu matar
seu marido. Kahleena terá um tratamento especialmente doce, pois vou
tentar punir ela de uma forma que meu filho falhou em fazer com você.
Fiquei olhando para Bilé, vendo a verdade de suas palavras
brilhando em seus olhos. Ryder se levantou, chutando Bilé no rosto
antes que ele se virasse para os homens, emitindo ordens para aqueles
que esperavam atrás dele.
— Eu te amo, Fada. — Observei quando os olhos de obsidiana se
ergueram para travar nos meus.
— Eu também te amo, animalzinho. — Ele respondeu, me
estudando enquanto balançava a cabeça, frustrado com o fato de que
não venceríamos.
Tínhamos vencido a guerra, mas nunca seríamos capazes de
convencer Bilé a voltar para a Árvore da Vida, voltando como a fonte de
energia dos Fae. Tínhamos vencido a guerra, mas ainda assim
perderíamos tudo, pois o mundo foi construído em torno da Árvore da
Vida.
Ryder se transportou para uma das mesas que foram montadas no
prado. Sentando, ele levou um copo aos lábios enquanto eu avançava,
materializando a espada que Zahruk havia feito para mim.
Ele a chamou de assassina de Deus. Levantei a lâmina bem alto,
depois empurrei para baixo com toda a minha força contra o pescoço
de Bilé, observando enquanto a espada cortava a cabeça de Bilé de seus
ombros com um golpe rápido.
A Terra dos Fae uivou quando deixei cair a espada. Todos se viraram
para assistir enquanto eu pressionava o frasco de líquido azul brilhante
contra meus lábios. Comecei a inclinar a cabeça para trás para beber
a garrafa cheia de essência necessária para me tornar o que fui criada
para ser, então Malachi a agarrou da minha mão. Gritei, olhando para
ele com olhos arregalados e horrorizados quando ele o inclinou para
trás, drenando o frasco enquanto o sangue batia em meus ouvidos.
— Não! Não, você não pode fazer isso! Você não sabe o que fez! —
Chorei enquanto as lágrimas enchiam meus olhos. — Malachi!
Ele sorriu tristemente enquanto estendia a mão para mim,
segurando minha bochecha em sua mão enquanto todos assistiam com
horror enquanto o mundo começava a roncar ao nosso redor. Ele
encostou a cabeça na minha testa enquanto o vento uivava e a Terra
dos Fae tremeu violentamente.
— Eu sei o que fiz. Acabei de roubar seu destino.
— Era meu destino me tornar a Árvore da Vida! Não é o seu. Eu vivi,
e amei. Conheci a família e provei paixão nos braços do meu amante.
Você nunca conheceu nada além da dor. Isso não é justo! Você também
merece viver! — Gritei de frustração enquanto as lágrimas escorriam
pelo meu rosto, mesmo quando ele as enxugou com o polegar.
— Doce irmã, você está errada. Você me mostrou o que é ser amado
e conhecer o amor. Synthia, me mostrou como ser altruísta e dar
livremente. Me ensinou o que significa sacrificar por amor, e até que
ponto a família iria para se proteger. Posso fazer isso por você, minha
única família. Estou livre dessa prisão, irmã. Estou livre para sentir o
sol brilhando em meu rosto e para conhecer o mundo e aprender sobre
enquanto estou crescendo dentro da Terra dos Fae. Não posso fazer
parte da Terra dos Fae de nenhuma outra maneira sem destruir ela,
mas isso eu posso fazer e posso me tornar isso por você. Soube no
momento em que você entrou naquela prisão que foi enviada para lá
por uma força maior do que qualquer um de nós entendeu. Escolho
isso para aprender este mundo e nosso povo. Isso não é um adeus. É
só um adeus por enquanto. Estarei aqui sempre que você precisar de
mim. Este é o meu destino. Como uma mulher sábia e corajosa uma
vez disse a seu futuro marido, nós escolhemos nossos próprios
destinos, não alguma besteira predeterminada.
— Você não deveria ter feito isso. — Me agarrei a ele, abraçando ele
com força.
— Fiz isso por você. Você ainda não acabou de viver. — Malachi
recuou e pegou minha mão, sorrindo. — Seus filhos precisam de você,
assim como seu marido. Olhe para ele, te observando. Ele te ama. Ele
precisa de você e este mundo também, irmã. A Terra dos Fae precisava
de mim de uma maneira diferente. A vida é fazer o que é certo. Isso é
certo para mim e para você, e embora não vá admitir ainda, você viverá
por nós dois.
Chorei quando Malachi se ajoelhou na grama, sorrindo para mim
quando o chão começou a tremer. Seu corpo se contorceu, e um brilho
azul-esverdeado estranho o cercou enquanto a terra absorvia seu
corpo. Ryder se aproximou de mim enquanto as raízes se erguiam da
terra, formando uma bela árvore alta que estava diante de nós. Ela
brilhava quando os ramos se estendiam em ramos longos e fluidos,
cobertos por folhas e flores desabrochando de todas as cores
imagináveis. Fiquei admirada com sua beleza enquanto uma flor
flutuava até minha palma e minhas lágrimas caíam sobre ela.
Me virei, olhando para Ryder, que inclinou a cabeça e estreitou os
olhos quando a realidade o atingiu com o que eu pretendia fazer. — Eu
nunca deveria ser sua. Só o suficiente para criar nossos filhos. Danu,
ela não sacrificou sua vida pela minha. Não como presumimos.
— Synthia está certa. Minha irmã nunca teria feito isso porque era
uma vaca egoísta que só pensava em si mesma. — Destiny admitiu, e
viramos para olhar para ela.
— Onde está minha filha? — Exigi, contornando Destiny. — Eu sei
o que Danu pretendia fazer. Onde está meu bebê?
— Não pude continuar com isso. — Sussurrou Destiny enquanto as
lágrimas enchiam seus olhos. — Quebrei meu juramento a Danu. Eu
deveria proteger as crianças e manter elas na Cidade dos Deuses,
dando a essência de Kahleena a Danu para que ela pudesse se tornar
Danu. Mas sua filha... ela é linda e pura. Ela é tudo o que Danu não
era, e se eu tivesse seguido os planos de Danu, ela teria arruinado
Kahleena e seu destino. Bilé deveria escolher entre os meninos,
encontrar um novo hospedeiro para abrigá-lo, de modo que os outros
Deuses não o sentissem quando ele deixasse este mundo. O menino
que não foi escolhido seria morto.
— Em vez disso, enviei você para o seu irmão porque só ele poderia
fazer de você o que precisava ser para impedir os planos dela. Protegi
Malachi e o alimentei com poder para que ele pudesse ser forte o
suficiente para sobreviver ao inferno ao qual Danu o sentenciou. Ela
abandonou seus filhos, os de seu próprio ventre. Cuidei deles porque
não podia criar os meus, então os órfãos dela se tornaram meus. Eu o
protegi e o conduzi por todos os caminhos para chegar a este lugar a
tempo. Isso é o que é o destino, Synthia. Não deixei nada ao acaso, nem
mesmo com quem você criaria seus filhos. Deixei a essência dos deuses
onde Ryder pudesse encontrar porque você precisaria de um motivo
para querer este destino.
— Você poderia ter dito algo! — Eu agarrei.
— E qual seria a porra da diversão nisso? — Ela perguntou,
cruzando os braços sobre o peito.
Eu a encarei, balançando a cabeça enquanto Ryder começou a
rosnar.
— Porque isso não seria uma merda do tipo Game of Thrones, seria?
— Savlian bufou de desgosto, franzindo o nariz.
— Nós somos Deuses. Não seguimos os mesmos limites que você e
sua espécie. Você nunca olhou para a mitologia e viu uma árvore
genealógica com galhos circulando de volta para pais e filhos criando
vida? Eu disse que eles não eram sãos, não disse? Todos vocês tinham
um destino, e Danu tinha mais projetos para cada criatura e todos que
ela tocava, incluindo... — Destiny se virou, olhando para mim.
— Eu? Estou ciente de seus planos para mim. Danu me criou para
me tornar a fonte de energia da Terra dos Fae. Eu deveria substituir
Bilé como a Árvore da Vida para que eles pudessem deixar este mundo
sem que Atum soubesse que eles tinham abandonado outro mundo. É
por isso que eu estava destinada a salvar a Terra dos Fae. Quão
altruísta da parte dela. Mas espere, ela não é altruísta. Não para
ninguém além de seu marido. Você vê, eu coloquei tudo junto. Atum
tirou a vida de Danu em vez da minha porque ela nunca amou nada
além de si mesma e de Bilé. Mas ele não podia sentir que Bilé tiraria
sua vida porque ele estava aqui, na Terra dos Fae, escondido em um
mundo inteiro que irradiava seu poder e essência.
— É por isso que Terra dos Fae não podia aceitar a vida, e os mortos
não podiam encontrar paz. Mesmo depois de curar a árvore, não foi o
suficiente. O anfitrião não estava mais lá, mas Danu sabia que
precisava de Kahleena e dos meninos, então ela nos ajudou a salvar
eles adicionando seu poder à árvore para fazer ela aceitá-los. Ela
esperava que eu me tornasse a árvore e que ela e seu marido entrassem
nos corpos de meus filhos assim que estivessem mortos. Os
hospedeiros com DNA correspondente são os recipientes perfeitos.
Agora, onde diabos estão meus filhos?
Eu a encarei, odiando que ela soubesse sobre o plano de Danu desde
o início. Sim, ela nos ajudou, mas Danu pretendia usar meus filhos
como recipientes. Aparentemente, ela nem mesmo confiou em seu
próprio marido com esse conhecimento, e permitiu que ele massacrasse
incontáveis pessoas inocentes em sua dor. Quanto mais malvada você
poderia ser?
— Você matou um Deus hoje, Synthia, filha de Danu. Você foi
avisada. — Atum disse, aparecendo ao lado de Destiny.
Minha cabeça virou para onde ele estava, e lutei para não rolar meus
olhos. — Eu não sou mais a filha daquele monstro. Matei um Deus,
que tirou a alma de um anjo. Pergunte a ela. — Falei, apontando para
onde Olivia estava sentada ao lado de Ristan, sua alma brilhando com
a de um anjo.
Atum olhou para Olivia e lentamente voltou seus olhos sem alma de
volta para mim. — Aquele é um anjo dentro da Terra dos Fae. Um anjo
muito morto, Synthia!
— Bilé a assassinou, e então ele transgrediu seu Deus, que é o Deus.
Me diga, Atum, não existem leis contra isso? — Cruzei os braços
quando a raiva entrou em seus olhos e suas mãos se fecharam em
punhos firmemente ao seu lado. — Pensei isso. Então, veja, evitei que
isso acontecesse hoje. A única maneira de libertar a alma de Olivia era
acabar com a vida de Bilé, a menos que você conhecesse outra maneira,
Atum? Mas você não estava disposto a intervir, não até que eu estraguei
tudo. Senti sua presença hoje. Sei que você nos observou, esperando
que eu cruzasse a linha.
— Você é igual a sua mãe.
— Danu não é minha mãe. Eu a despedi dessa posição. — Observei
Atum com cuidado. — Ela pretendia deixar este mundo e criar um novo
para Bilé, um dentro do mundo humano. Me diga, você acha que eles
teriam fodido aquele mundo também? Eles não são muito para a
construção do mundo. Na verdade, todos os mundos que eles criaram
foram autorizados a causar o inferno em outros mundos. Ambos se
foram e não podem voltar. Fiz um favor a todos nós. Impedi uma Deusa
de voltar, uma que você condenou à morte. Um Deus irado que não
poderia ser racionalizado está morto, alguém que quebrou
voluntariamente as leis que você defende.
— E você espera escapar impune da morte dele sem consequências?
Você ainda está criando, não está? — Atum sorriu e eu fiz uma careta.
— Oh, você não sabia ainda? Parabéns, embora possa ser um pouco
prematuro presumir que você possa manter ele.
— Não. — Falei, segurando minha barriga com as mãos
ensanguentadas protetoramente enquanto meu coração batia forte na
minha garganta.
O poder irrompeu na campina e Atum franziu a testa, se voltando
para olhar a causa.
— Espero que Synthia saia impune da morte de Bilé sem
consequências, Atum. Afinal, ela seguia as regras. — Lucian anunciou
enquanto ele e seus homens se aproximavam como se fossem os donos
do lugar.
— Eu concordo, ela manteve a porra das suas regras e a menos que
você queira um Spyder dentro de você, ela consegue um passe. Bilé
pretendia fazer exatamente o que Synthia disse, e estaremos lá para
apoiar sua declaração. Isso também significa que teremos que nos
aventurar em sua pequena cidade imaculada. Já faz um tempo que não
chegamos lá. Me pergunto se Nyx e Eris gostariam de se juntar a nós
quando visitarmos você. Aposto que sim. Já se passou muito tempo
desde que estivemos todos juntos. Parece uma festa. — Ele esfregou as
mãos, sorrindo friamente para Atum.
Estudei a tez pálida de Atum enquanto ele olhava para Spyder.
— Seus filhos serão devolvidos em breve, e quanto a você, Destiny,
você quebrou um juramento e será punida de acordo.
— Estou ciente, Atum, mas também estou ciente de que Danu
infringiu as leis, e esse juramento foi prometido com a intenção dela
fazer. Não cumpri os planos dela por esse motivo. Então, você me
concederá clemência. Ou isso, ou podemos ir a julgamento, e o último
julgamento durou quase cinco mil anos. Você sabe que todo mundo
tem medo de mim. Até as Destinos temem a Destiny, Atum.
— Cuidado, a última mulher que pediu clemência ainda permanece
na minha cama, e você está prestes a substituir ela por tal pedido.
— Trarei as crianças de volta e ver onde pararei, não é? — Ela flertou
com Atum e eu fiz uma careta.
— Vocês dois podem ir. — Spyder bufou. — Antes que façam a pobre
Synthia vomitar. Ela é inocente demais para suas bundas inúteis.
Vimos Destiny e Atum desaparecerem antes de me virar para olhar
para Ryder, que me observou com atenção. — Eu não teria permitido
que este mundo morresse, e Bilé não poderia viver. Ele não teria parado
de nos caçar, nem teria mantido nossos filhos fora disso. Ele era mal e
gostava de infligir dor aos outros. Vi em seus olhos, Ryder. Eu não
poderia viver sabendo que ele poderia machucar nossos filhos.
— Eu sei, Synthia. Essa é a única razão pela qual não coloquei você
sobre meus joelhos e bati em sua bunda.
Respirando fundo, suspirei e abracei Ryder. A adrenalina em meu
corpo estava começando a passar e a exaustão estava lentamente
tomando conta de mim. Ryder beijou minha testa enquanto olhávamos
para todas as pessoas no vale.
— Precisamos encontrar um local para construir um palácio porque
há muitos feridos aqui. Devemos também colocar algumas coisas em
votação nas Cortes Superiores dos Fae enquanto eles estão todos
presentes. — Balancei a cabeça e Ryder continuou a me abraçar.
Sentei ao lado de Adam, inclinando a cabeça contra ele, observando
Ryder argumentar com Zahruk sobre como fazer cada Rei e Rainha
iguais enquanto votávamos nos assuntos que Ryder queria fora do
caminho antes de começarmos a curar a Terra dos Fae.
Ao nosso redor, tendas foram erguidas, e homens e mulheres que
não foram feridos preparavam refeições para as criaturas necessitadas.
O Rei dos Pesadelos e suas irmãs ajudaram a cuidar dos feridos com
os curandeiros, trazendo sonhos pacíficos para aqueles que estavam
morrendo enquanto passavam deste mundo para o outro.
— Eles estão discutindo sobre uma maneira de tornar todos iguais
na mesa? — Adam perguntou, rindo enquanto seus olhos se
iluminavam com risadas.
— Acho que sim, o que é uma loucura, já que, você sabe, sou muito
mais legal do que você. — Sorri enquanto ele ria, e dei um soco no braço
dele e o ouvi gemer quando a ferida em seu peito doeu. — Quando
vamos falar sobre o problema em seu armário?
— Na verdade, eu preciso de sua ajuda para lidar com isso logo.
Você não deixou, por acaso, almofadas em formato de pênis por toda a
minha sala do trono, deixou?
— Blasfêmia, eu faria isso? — Fingi estar magoada com a acusação,
incapaz de tirar o sorriso dos lábios.
— Você faria. Eu conheço você, idiota. — Ele se levantou, sorrindo
enquanto eu caía, ainda com a crosta de sangue da batalha, exausta
demais para me importar com minha aparência. — Faça uma fodida
mesa redonda e não deixe sua esposa deixar travesseiros em forma de
pau por todo o meu castelo mais, ou imagens de mulheres nuas e
outras merdas. — Ele falou por cima do ombro, olhando para mim
enquanto caminhava em direção a Ryder e Zahruk.
— Eu também deixei homens nus, sabe, caso você goste desse tipo
de coisa.
— Você fez o quê? — Ristan perguntou, sentando no lugar de Adam
enquanto ele estremecia, segurando seu estômago onde uma
bandagem foi colocada sobre o ferimento que ele tinha sofrido.
— Não tenho ideia, ele acha que eu invadi seu castelo e deixei fotos
de homens nus em sua sala do trono, junto com almofadas em formato
de pau. — Encolhi os ombros enquanto um sorriso brincava na boca
de Ristan.
— Então, eu te ensinei bem, Flor. — Ele disse, bufando enquanto
inclinei minha cabeça contra ele. A magia correu sobre mim, e eu olhei
para o vestido prateado que ele usou como glamour para mim enquanto
também removia todo o sangue do meu corpo.
— É mais fácil respirar? — Perguntei, mordendo meu lábio enquanto
o estudava.
— Você quer dizer desde que eu tenho que dizer adeus? Um pouco,
embora você matar Bilé não tenha tornado as coisas melhores, mas
estou feliz que acabou com a vida dele. O que fez você terminar?
— Ele disse que nunca deixaria meus filhos sozinhos, e isso não era
algo que eu poderia deixar acontecer.
— Olivia me disse para encontrar uma mãe para Orion para que ele
cresça feliz. Você pode acreditar nisso?
— Que Olivia, o anjo abnegado, gostaria que você fosse feliz? Com
certeza, porque ela o amava tanto que não desejava nada menos do que
sua felicidade. Ela realmente amava você, Demônio. Amar outra pessoa
não significa que a esqueceu, e seguir em frente também não significa
isso. Você amava Olivia, e isso era real. Esse amor fica com você para
sempre.
— O luto não vem com algum limite de tempo, ou regras para como
se desenrola. — Ele bufou, exalando a dor.
— O luto é um lugar que você visita. Não é um lugar onde pode ficar
porque está escuro e há muita dor lá. Quando Larissa morreu, eu
queria morrer com ela, e isso era fraco. Eu a amei. Ela era como minha
irmã e melhor amiga. Não conseguia deixar de pensar dessa forma. Se
tivesse, nunca teria voltado. Não estaríamos aqui agora, e eu não teria
os lindos bebês de Ryder ou conhecido seu amor.
— Então, acha que eu deveria seguir em frente e esquecer ela? —
Ristan respondeu em um tom áspero, e a dor tomou conta de seu rosto
enquanto fazia uma careta de raiva.
Soltei a respiração que estava prendendo e coloquei minha mão em
seu braço, balançando a cabeça.
— Acho que você deveria se dar um tempo para se curar, e quando
estiver pronto, vai encontrar alguém, e não será só porque acha que
Orion precisa de uma mãe. Existem muitas mulheres em sua vida
agora que amam aquele pequeno pêndulo como se fosse seu, mesmo
que ele morda. — Sorri e inclinei a cabeça contra o ombro de Ristan.
— Você pode confiar em todos nós por um tempo. Somos uma família
e as famílias se ajudam. Há amor suficiente nesta família, e o suficiente
de nós para preencher os quadros vazios que você e Olivia não tiveram
tempo de terminar. E quando estiver pronto, você encontrará o amor
novamente, e todos estaremos aqui para testemunhar isso também.
Ristan e eu ficamos sentados em silêncio, observando Ryder e Adam
discutindo as dimensões da mesa enquanto Zahruk discutia com
Savlian e Cailean sobre quem matou mais. Ristan sorriu com a sua
brincadeira e apertou minha mão.
Parecia surreal que tínhamos vencido, e a realidade disso ainda não
foi totalmente absorvida. As coisas distorcidas que foram reveladas me
deixaram entorpecida pela dor que sabia que deveria sentir. Eu estava
grata por Malachi ter interferido, mas me senti culpada por isso. Nós
tínhamos passado praticamente ilesos e, enquanto observávamos
nossa família, começamos a rir até que as lágrimas escorressem pelo
meu rosto.
— Porra, nós não morremos, Flor. — Ristan riu.
— Como diabos não morremos?
— Eu não faço ideia. Talvez seja porque somos realmente os
bandidos? Eles normalmente ganham, certo? Puta merda, nós somos
os bandidos! — Ele gritou de tanto rir até que os olhos começaram a se
voltar para nós. Cobrimos a boca, rindo do absurdo de ganhar. — Nós
chutamos o traseiro de um Deus e você removeu a cabeça dele! E você
repreendeu Atum como se ele fosse um inconveniente! — Ele deu um
tapa na minha perna e eu ri ainda mais.
— Isso realmente aconteceu? Isso é tão estranho. — Engoli quando
ele ficou sério, balançando a cabeça lentamente. — Nós fizemos,
Demônio. Nós ficaremos bem agora.
— Sim, ficaremos bem. Nós ficaremos bem. Obrigado por confiar em
mim em relação à sua mãe e por adivinhar suas intenções desta vez.
Quando olho para as visões que ela me alimentou, posso ver isso
claramente agora. Ela nos empurrou para encontrar você, juntando
peças e peças até que cada componente distorcido de seu plano
funcionasse. Ela não contava com você lutando ou sendo você, no
entanto. Ela não levou o amor em consideração, e acho que foi isso que
nos fez ganhar esta guerra no final. Você amou Ryder, embora ele fosse
uma Besta que não entendia na época. Você nos ensinou todo o
significado do amor e, melhor do que isso, nos ensinou como amar. Isso
não é uma coisa pequena a se fazer, considerando quem somos. Só
sinto muito que, no final, Danu acabou sendo a vadia assassina que
eu disse que ela era.
— Ninguém quer pensar que os pais são capazes desse tipo de
comportamento, mas Bilé, as coisas que ele disse? Isso desencadeou
perguntas em minha mente. Tipo, por que os Deuses não me tirariam
de Danu se ela me amava? É isso que eles fazem. Erie disse a mesma
coisa quando você exigiu que eu trouxesse Olivia de volta. Não que eu
pudesse; quero dizer, como um anjo, ela não pertencia a Terra dos Fae,
então eu não tinha como chamar sua alma de volta. Mas me lembro de
Erie dizendo para você escolher um de meus filhos para sacrificar se
eu tivesse sido capaz de usar meu dom para trazer Olivia de volta.
Então ela disse que os Deuses levariam quem eu mais amava, não
importa o que eu escolhesse para sacrificar, e Bilé disse basicamente a
mesma coisa hoje.
— Os Deuses pegaram o que Danu mais amava: ela mesma. Ela
sempre me lembrava de colocar loção em Kahleena, para a pele dela, é
claro. De tudo que ela fez, isso me incomodou. Kahleena é imortal,
então por que seu regime de pele incomodaria Danu? Porque ela
planejou matar a bela alma da minha filha enquanto a enchia com sua
própria alma venenosa. — Sussurrei densamente, odiando que eu não
tivesse visto através de sua fachada desde o início.
— Ela é a mãe do ano, o que mais ela faria? — Ristan brincou.
— Além disso, ela poderia entrar na Aliança, embora me dissesse
que não poderia. Lucian podia e Erie também, então não fazia sentido
Danu dizer que ela não podia. Ela entrou, mas só nas catacumbas, e
isso foi um feitiço de ilusão. Não. Não, ela não queria que a
encontrássemos quando Bilé a segurou nas catacumbas. Ela
simplesmente não se importou, mas me fez pensar que sim. Ela era
má. Eu simplesmente não consegui ver.
— Você não pode mudar isso agora. Está no passado. Não estamos
indo nessa direção, Flor. Vencemos a guerra e Bilé está morto. Esse é
o nosso futuro agora. Nós temos nosso próprio mundo não mais
controlado por Deuses raivosos que procuram nos manipular. — Ele
apontou, envolvendo seus braços em volta de mim.
Encarei a mesa que Ryder tinha enfeitiçado sob a grande Árvore da
Vida e levantei uma sobrancelha. — Então, eles decidiram pela mesa
redonda? — Eu ri, levando a mão à boca enquanto olhos dourados me
olhavam.
— Olhe para Adam. — Ristan bufou, sorrindo largamente quando
atingiu seus olhos pela primeira vez desde que Olivia foi assassinada.
Lágrimas queimaram em mim quando me inclinei contra ele. — Ele
pediu a Ryder que construísse uma mesa redonda e está orgulhoso
disso. Cavaleiros da Távola Redonda. É realmente brilhante.
— Vamos ficar bem agora. — Falei, abraçando antes de levantarmos
do banco e ir em direção a Ryder e Adam.
— Com o tempo, todos nós vamos nos curar. — Ristan concordou.
— Só precisamos descobrir a merda e consertar este lugar de volta ao
que era antes que aquele idiota passasse por ele, destruindo tudo que
tocou enquanto marchava com seu exército aqui. Uma mesa redonda,
hein? — Ele perguntou a Ryder quando nos aproximamos.
— Ninguém se senta mais alto, ou em um lugar acima do outro. É
redondo e funciona. Eu gostaria que os Reis e suas Rainhas se
juntassem a nós. Todos eles, até mesmo as Cortes Menores. — Ryder
esfregou a mão pelo rosto e sorri ao olhar em seus olhos enquanto o
orgulho iluminava os meus. Ele seria o homem para consertar a Terra
dos Fae, e eu estaria ao seu lado enquanto ele fazia.
— Todos se sentem, por favor. — Sorri enquanto Ryder puxava
minha cadeira, se acomodando ao meu lado. Ele estendeu a mão por
baixo da mesa e agarrou minha mão, dando um leve aperto. — Vocês
também. — Ele olhou para as Cortes Menores que pareciam cautelosos
com seu decreto. — Vocês são parte deste mundo, e isso significa que
suas vozes contam. Não estou perguntando. Estou dizendo a vocês
para sentarem sua bunda e nos ajudar a decidir o destino da Terra dos
Fae. Ela precisa de nós agora mais do que nunca; todos nós.
Assisti enquanto Sinjinn, Icelyn, Lilith, Asrian, Ciara, Blane e as
outras cortes dos Fae menores tomaram seus assentos na mesa
redonda gigante que Ryder e Adam criaram. Adam se sentou ao meu
lado, enquanto Asher se sentou ao lado dele, batendo cotovelos antes
de ambos se levantarem e permitir que Liam se sentasse entre eles.
Cillian se sentou na extremidade oposta, olhando para Asher com uma
carranca, observando as marcas em seus braços.
— Ok, primeiro de tudo, limpamos a porra do tabuleiro. — Ryder
olhou para Blane, então lentamente fez contato visual com todos ao
redor da mesa. — O passado fica no passado, e avançamos juntos para
o futuro. Sei que tem falado sobre isso, mas preciso saber como vocês
se sentem sobre um Supremo Rei e Rainha dos Fae.
— Acho que eles são necessários porque, anteriormente, não tinha
ninguém para fazer cumprir as leis da Terra dos Fae. — Adam disse, e
Blane o olhou pensativo.
— Quantos anos temos, cinco? — Blane perguntou, e Adam ergueu
uma sobrancelha.
— Eu tenho dez, idiota. — Adam rebateu, e todos riram.
— Ele é mais velho que eu. — Ofereci antes que Blane olhasse para
mim e então olhasse para Adam.
— Foco, por favor. Temos muitas coisas para cobrir e não podemos
começar a reconstruir até que tenhamos alguns problemas resolvidos.
— Ryder apertou minha mão e olhou ao redor da mesa, estudando os
rostos. — Todos a favor de Synthia e eu sermos o Supremo Rei e
Rainha, digam, sim.
— Não. — Sorri, deixando ele ver o amor brilhando em meus olhos.
Sim irromperam em torno da mesa e fiz uma careta. — Bolas.
— Isso significa que um novo Rei da Horda vai precisar ser coroado.
Exércitos vão precisar ser formados para a Horda e todos os seus
reinos. Precisamos repor o número de guerreiros que foram perdidos
durante a batalha. Nesse ínterim, vamos dividir nossas reservas até
que todos os exércitos tenham sido reforçados com números suficientes
para proteger seus respectivos palácios. Todos nós ajudaremos a curar
a Terra dos Fae agora que a ameaça à sua sobrevivência foi removida.
A discussão continuou por horas antes que tudo o que precisava ser
decidido fosse escolhido por cada tribunal. Ryder e cada um dos reis
concordaram em estabelecer leis juntos, como um grupo governante no
qual todas as castas permaneceriam. Em um único dia, ganhamos a
guerra, salvamos a Terra dos Fae, criamos uma nova fonte de energia
e estabelecemos uma nova maneira de supervisionar todas as cortes
da Terra dos Fae. Foi exaustivo.
Fiquei ao lado da Árvore da Vida, colocando a mão contra ela
enquanto falava em minha mente.
— Obrigada, Malachi.
— De nada, irmã.
Sorri, correndo meus dedos contra a casca brilhante enquanto
pequenas fadas dançavam em suas folhas enquanto começavam a
aceitá-lo, já formando a piscina na base da fonte de água. Me virei,
olhando para os vales largos, e sorri travessamente.
— Vai embora tão cedo? — Malachi perguntou.
— Tenho um palácio para construir.
— Então, você vai para casa, mas vai voltar?
— Não vou te deixar, nunca. — Anunciei dentro da cabeça. — Vou
construir meu palácio em torno de você e sempre te proteger do perigo.
— Porque eu sou família? — Lágrimas queimaram meus olhos
quando minha garganta apertou com sua pergunta – e a esperança que
ouvi enterrada nela.
— Porque você é minha família agora e porque me salvou do destino
que escolheu para si mesmo. Você é meu irmão, e nunca vou poder
retribuir o que fez por mim. — Engoli em seco quando minha outra mão
tocou minha barriga, onde senti a vida crescendo dentro dela. — Você
esteve sozinho o suficiente, e eu desejo honrar seu sacrifício, Malachi.
Você merece isso de mim. Sem você, eu nunca teria me tornado eu. Nunca
teria aceitado o que tinha que fazer ou sabido que aceitar um mundo não
significa abandonar o outro. Eu também quero que meus filhos te
conheçam, aprendam nossa história com você, porque quem melhor para
ensiná-los do que aquela pessoa que está aqui desde o início do Reino
dos Fae?
— Malachi está aí, não está? — Ryder perguntou, se aproximando
da árvore lentamente enquanto seus olhos baixavam para a minha
barriga, onde minha mão repousava.
— Sim, e eu quero morar bem aqui.
Ryder fez uma pausa, olhando para os penhascos antes que seu
olhar voltasse para travar com o meu. — Bem aqui, no Vale da Tristeza?
— Olhe para isso, Ryder. Só há uma maneira de nos alcançar: subir
uma montanha íngreme que não pode conter um exército inteiro. Não
é largo o suficiente para que eles nos ataquem ou para o número de
soldados importar de qualquer maneira, porque nós os pararíamos nos
portões. Há uma entrada e uma saída. Altos penhascos para as aldeias,
junto com quilômetros de prados atrás de onde o palácio será
construído. — Apontei. — Estrategicamente, é perfeito. Há uma
montanha inteira que qualquer inimigo teria que escalar, e a Árvore da
Vida está bem aqui. Digo que devemos construir em torno dela, torná-
la o centro do palácio para que todos possam vê-la e acessá-la. As fadas
ainda podem alimentá-lo e construir uma fonte de água, mas estaria a
salvo de qualquer pessoa que queira prejudicá-lo. Malachi deu sua vida
por mim. Eu quero homenageá-lo. Vamos rebatizá-lo de Vale da Vida,
uma vez que contém a Árvore da Vida, e é o lugar em que a Terra dos
Fae renasceu.
— Ok.
Inclinei minha cabeça e estreitei meus olhos. — Você acabou de
concordar comigo? — Perguntei em choque.
— Ele me salvou de adorar minha esposa na forma de uma árvore,
Synthia. Devo a ele por seu sacrifício. Além disso, esta é uma
localização muito estratégica, como você disse. Há uma maneira de
entrar e sair, e isso funciona para mim. Nosso povo estará seguro e
nossos filhos estarão seguros. Isso é tudo que importa agora. Não
temos inimigos, mas sempre há algo mais vindo em nossa direção. É
assim que este mundo foi criado, mas quando vier, estaremos prontos
para isso. Agora é hora de descansar. Amanhã construiremos nosso
palácio no Vale da Vida para que possamos ser coroados diante dos
exércitos que lutaram ao nosso lado nesta guerra. Esta noite, porém,
vou segurar minha esposa, que carrega meu filho já crescendo dentro
dela, aconchegante em meus braços.
— Eu disse que aquelas sementes de melancia eram ruins. — Bufei
passando por um sorriso radiante enquanto me movia para seus
braços. Me levantando na ponta dos pés, ele me encontrou no meio do
caminho para reivindicar meus lábios. — Teremos um bebê. — Sorri,
segurando seu rosto entre as mãos. — Não escolheria outra vida senão
a que tenho ao seu lado, minha Besta.
— Também te amo. Ainda pretendo ter uma criança, no entanto.
— Já estou grávida. Você não entendeu? — Perguntei, notando o
calor queimando em seus olhos. — Oh, por que você simplesmente não
disse que queria tentar a sorte?
— Qual é a graça nisso? — Ele respondeu, beijando minha testa
enquanto olhava por cima da minha cabeça, olhando para a árvore. —
Destiny a levou a ele para que pudesse salvá-la. Ela sabia que era a
única maneira de você se tornar forte o suficiente para enfrentar Bilé.
— Estou feliz por ela estar do nosso lado.
— Eu também. Agora, do que você e Ristan estavam rindo antes que
a fez chorar? — Ele perguntou, e ri através das lágrimas de felicidade.
— Nós vivemos. — Sussurrei, chupando meu lábio inferior entre os
dentes. — É nosso fodido feliz para sempre, e vivemos para ter a chance
do nosso para sempre, Ryder. Juntos, formamos uma força poderosa.
— Isso é porque você é Synthia e eu sou Ryder, e nada tem chance
contra nós agora. Agora, vamos dormir um pouco. Você lutou muito
hoje. Você ganhou.
Ryder criou um lar encantado para a Horda com sua magia. O
próprio palácio era incrivelmente bonito. Pilares altos que roçavam as
nuvens do vale, uma declaração surpreendentemente poderosa vista
dos portões da frente do pátio. A olho nu, parecia ter sido feito de vidro
e, no entanto, era aço impenetrável. Toda a boca do vale era preenchida
com paredes altas e reforçadas circundando um vasto pátio que
continha piscinas mágicas da mais límpida água azul que alimentava
a Árvore da Vida, protegida dentro das paredes do palácio.
A entrada para o vale foi transformada em uma ampla abertura
guardada por estátuas combinando de enormes Dragões agourentos.
Atrás de cada Dragão estava um Deus e uma Deusa, suas espadas
erguidas em um aviso silencioso. Ryder realmente amava dramatizar o
tamanho dos meus seios, o que me fez pensar se não foi ele quem
começou os rumores da boneca inflável.
Ao longo dos penhascos tinha murais detalhados da batalha que
suportamos e sobrevivemos, anotando os nomes de todos aqueles que
perdemos, marcando o ponto de viragem para a guerra. O memorial foi
ideia de Ryder, e de tudo que eu amava no novo reino, os murais nos
lembravam do que havíamos perdido. Amei mais porque era um
lembrete do que poderia acontecer, mesmo da menor ameaça.
Ryder tinha criado Piscinas de fadas próprias, com rios que corriam
pelo vale extenso que ficavam atrás do palácio. Rios percorriam as
novas cidades onde famílias deslocadas estavam se estabelecendo e
começando a se recuperar da destruição que assolou a Terra dos Fae.
Um orfanato foi construído, um orfanato que as viúvas concordaram
em administrar, cuidando das crianças que ficaram sem os pais. Assisti
enquanto Ryder erguia o palácio do chão, colocando a base na terra.
Abaixo da estrutura de aço, ele colocou magia, criando um brilho que
subiu nas paredes e as iluminou em um tom fluorescente de água-
marinha.
Ele também construiu uma ponte da entrada do vale até o enorme
palácio, parecendo flutuar no ar, protegendo a cidade atrás dela se
alguém invadisse. Nos penhascos, ele colocou mais casas e árvores
para reabastecer as destruídas durante a batalha.
Antigos sabugueiros e mudas agora cobriam todo o vale,
substituindo os carvalhos carbonizados que uma vez foram protetores
orgulhosos antes de Fyra os incendiar depois de serem violados pela
vida vegetal. As flores desabrocharam ao nosso redor, adicionando
toques de cor onde precisávamos. Elas ainda eram as flores das fadas,
lindas e mortais, mas pareciam menos dispostas a tocar as pessoas do
vale agora, sem a raiva do Deus e da Deusa anteriores acrescentando
à terra.
O ar estava cheio de vida, e o cheiro de pão recém-assado e
ensopado colidiu com sobremesas e outros produtos sendo preparados
para a celebração que realizávamos esta noite. Ryder e eu seríamos
coroados Supremo Rei e Rainha da Terra dos Fae diante de nosso povo.
Era uma combinação deliciosamente sedutora, fazendo com que minha
barriga crescente rugisse de fome.
Meu olhar se ergueu para a alta lança em espiral que cobria o
palácio, enviando luz para o céu. Serviu como um farol de paz e um
lembrete para todos os reinos do que pode ser realizado juntos. Você
pode ver a luz de qualquer lugar na Terra dos Fae, não importa quão
longe você esteja. Tudo que precisava fazer era olhar para os céus da
Terra dos Fae para encontrar nossa luz brilhante. Ristan zombou de
nós sermos como o Batman, mas a verdade era que nosso povo
precisava nos ver e saber que estávamos aqui para eles, iluminando
seu caminho para a recuperação.
Dentro do pátio estava a Árvore da Vida. Era uma enorme árvore
trepadeira que tinha adquirido vida própria. Luzes brilhavam de
dentro, iluminando buracos azuis brilhantes que permitiam às
pequenas fadas se moverem pelo tronco facilmente. As marcas celtas
do guerreiro que sacrificou sua vida pela minha marcavam a casca ao
redor da árvore. Minha mão se desviava para eles com frequência,
passando meus dedos sobre a escrita junto com seu nome, Malachi,
que as fadas tinham acrescentado. Isso me deu esperança de que ele
nunca estivesse sozinho. Conhecendo ele, devia estar relaxado por
dentro, conversando com fadas e aprendendo os costumes do mundo.
Passei horas ao lado da árvore, descansando contra ela enquanto
falava com Malachi, avisando que estávamos aqui com ele, embora ele
tivesse parado de responder depois do primeiro dia. Ryder explicou que
estava em transição, mas, eventualmente, como Bilé, ele se tornou forte
o suficiente para se separar da árvore por curtos períodos de tempo.
— Se escondendo de mim? — Ryder perguntou ao entrar nos
jardins.
— Estava me escondendo, mas não de você. — Me levantei,
cumprimentando com um sorriso e um beijo enquanto suas mãos se
acomodavam em volta da minha cintura. — Há milhões de pessoas lá
dentro.
— Eles vieram para assistir a coroação do primeiro Supremo Rei e
Rainha dos Fae, depois a assinatura do tratado entre reinos. Quem não
viria ver sua beleza, esposa? — Ele riu, me puxando para mais perto
de seu corpo. — Você está linda hoje, mulher. Quase quero me
esconder aqui com você e te foder nas flores.
— Isso é uma opção? — Rebati com um sorriso maligno inclinando
os cantos dos meus lábios.
Ryder sorriu, roçando seus lábios na minha testa antes de se
afastar, olhando nos meus olhos. — Não, absolutamente não. — Ele riu
do meu olhar descontente. — Conquistamos esta posição, mas não
quero ser o Rei Supremo sem você ao meu lado. Se você não quer ser a
Suprema Rainha da Terra dos Fae, diga agora, e vamos embora.
— Eu ficaria honrada em governar a Terra dos Fae ao seu lado, mas
não quero que sejamos coroados dentro dos limites do palácio, onde só
alguns seletos podem estar presentes. Quero ser coroada na frente de
todo o nosso povo. Quero que todos os que desejam assistir possam ver
também. No momento, são só membros da realeza naquele palácio, e
não somos essas pessoas. Somos o símbolo da esperança agora, e não
só para os reis e rainhas, mas para toda a Terra dos Fae. Se quisermos
mostrar a eles que somos seu rei e rainha, façamos da maneira certa,
onde todo o nosso povo possa testemunhar. Ser coroado significa mais
para nosso povo do que qualquer outra pessoa.
— Pensou que faríamos de outra maneira? — Estreitei os olhos nele,
observando as manchas douradas pegarem fogo com seu sorriso. — Eu
conheço você, mulher. Sei o que essa sua linda mente pensa. Mudei a
coroação para o pátio que dá para a cidade para que todos possam
assistir, não importa sua posição.
— Você é muito inteligente. — Ri, e nós dois paramos para olhar um
ao outro. Os olhos de Ryder se estreitaram em mim. — Me beije, Fada.
Ele me puxou contra si, liberando minhas mãos para embalar meu
rosto entre os dele. Inclinando minha cabeça para trás, ele abaixou sua
boca na minha, me reivindicando num beijo que me deixou sem fôlego.
Minhas mãos levantaram, envolvendo em torno de seu pescoço
enquanto eu aprofundava o beijo até que não me importasse mais se o
ar enchesse meus pulmões. Ele rosnou com voz rouca, se afastando
para olhar nos meus olhos com ouro líquido queimando nos dele.
— Você me beija assim de novo, e vamos nos atrasar para nossa
própria festa, animalzinho. — Ele avisou e sorri, me movendo para fazer
exatamente isso. — Mulher atrevida, eu amo a maneira como fica
quando está grávida do meu bebê crescendo dentro de você. — Riu,
olhando para mim, colocando a mão na minha barriga. Suas asas se
abriram e as minhas se moveram para coincidir com as dele enquanto
o poder explodiu ao nosso redor.
Parando em uma nova presença, nos viramos para ver Destiny
aparecer, entrando na clareira com nossos filhos – só que eles não eram
mais crianças. Eles tinham se tornado adultos enquanto estavam na
Cidade dos Deuses, parecendo ter vinte e poucos anos. Minha garganta
se apertou e lutei contra as lágrimas enquanto percebia as mudanças.
Meu coração doía por ter perdido sua infância, mas não tinha
dúvidas de que mandar eles embora foi a decisão certa. Cade e Zander
sorriram quando nos viram, e meu coração deu um pulo.
Meus meninos agora eram homens, homens maliciosamente
bonitos.
Músculos bem definidos cobriam seus braços e tórax, assim como
as marcas dos Fae que marcavam sua raça. Nascido Fae e Semideus,
meus filhos pareciam que já podiam ser membros da Guarda de Elite.
Senhoras, cuidado.
Engolindo em seco, tentei fazer as palavras escaparem da minha
boca enquanto Kahleena contornava Cade e Zander, caminhando para
frente com um sorriso brilhante para nós.
Ela tinha longos cachos platinados que pendiam em ondas
delicadas sobre seus ombros nus. Marcas douradas combinavam com
a cor de seus olhos, pulsando com poder sobre a pele bronzeada que
era um contraste marcante com o vestido branco simples que cobria
suas curvas. Ela usava delicadas faixas de platina em seus bíceps,
adornadas com símbolos do infinito, e um colar fino com um dragão
voando em volta do pescoço. Um sorriso apareceu em sua boca e ela
entrou em ação, correndo em direção a Ryder, que abriu os braços
quando ela saltou neles.
— Papai. — Ela soluçou e minhas lágrimas se soltaram, rolando pelo
meu rosto enquanto eu as enxugava. — Sentimos sua falta!
— Eu também senti sua falta, monstrinho. — Ele riu, segurando ela
longe dele enquanto a olhava. — Você não é mais pequena, não é, filha?
Minhas mãos cobriram a boca enquanto minha cabeça balançava.
Destiny me observou, limpando a garganta com a emoção que sufocava
suas palavras.
— Atum não poderia simplesmente devolver eles a você. Ele
precisava ter certeza de que sua filha ainda era Kahleena e não Danu.
Ele detém a essência de sua mãe agora, para ter certeza de que ela não
terá sucesso em seu plano de voltar à vida.
— Não chame aquele monstro de minha mãe. Madisyn era minha
mãe. Ela teria dado sua vida pela minha, mesmo não sendo parente de
sangue. Danu era um monstro, que não se importava com ninguém
além de si mesma, nem mesmo com você, Destiny. Uma mãe sacrifica
tudo por seu filho, e aquela vadia malvada não teria voluntariamente
sacrificado nada por mim. Ela fez sacrifícios por Bilé, mas no final,
aqueles foram feitos por seus próprios motivos egoístas, não para
salvar este mundo. Ela planejou matar minha filha para que seu
traseiro egoísta pudesse retornar. A própria neta dela. — Engoli a raiva
correndo em minhas veias. — Então, não, ela não é minha mãe.
— Ela nem sempre foi ruim, Synthia. Danu perdeu a capacidade de
ver a beleza do que criava e o amor que estava bem na sua frente. Sua
maldição sempre foi criar, mas nunca conhecer o amor por aqueles que
ela criou. Nem todos nós fomos feitos para sermos bons, assim como
nem todos nós fomos feitos para sermos maus.
Uma mão deslizou na minha e encarei os dedos delicados antes de
trazer eles aos meus lábios para beijar. Mãos que poucos meses atrás
eram gordinhas, dedos minúsculos agora eram delgados, delicados e
bonitos.
— Mãe. — Sussurrou Kahleena, me abraçando com força.
Ela era mais alta do que eu, mas não muito. Sua constituição era
pequena, e ainda assim ela era curvilínea em todos os lugares certos,
o vestido que usava pouco fazia para esconder. Mentalmente tive que
me sacudir para não querer cobrir e esconder ela de quaisquer olhos
que a olhassem com qualquer coisa além de uma beleza infantil.
Kahleena não era mais uma criança. Ela era uma mulher incrivelmente
bonita.
— Você é tão linda. — Sussurrei enquanto minhas mãos seguravam
seu rosto. — Tem os olhos do seu pai. — As brasas de ouro se
acenderam e ela assentiu enquanto ria apesar das lágrimas em seus
olhos, franzindo o narizinho.
— Ei, pai. — Cade disse, estendendo a mão para seu pai, e então
estremecendo quando Ryder o puxou para perto, lhe batendo nas
costas antes de segurá-lo com o braço esticado. — Ouvi dizer que vocês
chutaram alguns traseiros importantes aqui e causaram algumas
ondulações ao tirar um Deus?
— O que mais você esperava? — Zander perguntou, me estudando
cuidadosamente. — Nós sabíamos que vocês ganhariam, porque não
são do tipo que perde. Além disso, tinham alguns aliados poderosos ao
seu lado. — Deu de ombros, sorrindo e não pude deixar de notar a
covinha em sua bochecha enquanto ele sorria. — Vocês dois não
deveriam ser coroados Supremo Rei e Rainha dos Fae agora?
— Agora que vocês três estão aqui, estamos prontos. — Apertei a
mão de Kahleena e sorri com lágrimas de felicidade para meus filhos.
Me virei para olhar para Destiny, que observou enquanto as crianças
abraçavam Ryder e eu, um sorriso triste aparecendo nos cantos de sua
boca. — O que é isso? — Perguntei, observando ela cuidadosamente.
— O destino interveio com seus filhos. Eu não poderia proteger eles
totalmente do Destino. Cada um carrega sua marca, mas o que isso
acarreta, ninguém sabe. Fiz o que pude e mantive sua filha protegida
de minha irmã, mas o destino só precisa sussurrar para se infligir a
alguém.
— Nossos destinos não são ruins, Destiny. — Kahleena anunciou
com um sorriso secreto nos lábios. — Tudo dá certo no final, e quem
não ama uma aventura no desconhecido?
— Você viu o futuro? — Destiny perguntou com cautela. O medo
que estragava seu tom era genuíno, e me fez pausar porquê de tudo
que ela tinha feito, Destiny protegeu meus filhos. Ela impediu que
alguém os machucasse, sem o Destino.
— Sim, todos nós vivemos. — Respondeu Kahleena, franzindo o
nariz. — Agora, nosso povo está esperando que seu novo Rei e Rainha
sejam coroados; não vamos deixar eles esperando mais. É hora de você
aceitar seu destino, que sempre termina com o Destino coroando você,
mãe.
A multidão estava tão espalhada que não tinha fim à vista. Todos
foram convidados para a cerimônia, e isso dizia respeito à Guarda de
Elite. Foi o pior pesadelo deles, ou então Zahruk resmungou baixinho
enquanto estudava a assembleia em busca de qualquer ameaça. Ele
continuou movendo seu olhar para Ryder, que segurou minha mão
enquanto nós dois sorrimos conspirativamente de volta para ele.
Kahleena, Cade e Zander ficaram ao nosso lado, e os reis e rainhas
da Terra dos Fae ocuparam seus lugares atrás de nós com orgulho.
Após a cerimônia de coroação, estaríamos todos assinando um tratado
que garantiria a paz entre os reinos, por menores que fossem. Todos
queríamos a mesma coisa: que a Terra dos Fae fosse curada dos danos
causados por Bilé e os magos. Queríamos que todas as pessoas
prosperassem e crescessem sem medo de perseguições.
Diante de nós estava uma grande plataforma de pedra com pilares
de mármore branco nos quatro lados. Videiras em flor subiam em
espiral pelos pilares e através da treliça, criando um arco espetacular.
No centro da plataforma tinha um pequeno altar elevado. Um Druida
deu um passo à frente e colocou duas almofadas no altar, gesticulando
para Ryder e eu nos ajoelharmos.
Kahleena pegou minha mão e me deu um aperto antes de deslizar
ao nosso redor com Cade e Zander para se juntar a Ristan e Zahruk na
frente da multidão para assistir a nossa coroação.
Aceitei a mão de Ryder e lentamente nos ajoelhamos diante do
Druida, que nos observou com um sorriso orgulhoso nos lábios. Ao
contrário dos Druidas que Erie estava caçando, esses Druidas
atualmente dentro de nosso mundo eram em sua maioria Fae por
sangue. Eles tinham deixado o mundo humano há muito tempo para
seguir Danu até a Terra dos Fae por ordem dela. Para a sorte do Druida,
Zahruk examinou seu passado usando suas habilidades e descobriu
que ele era um homem honrado, não um bastardo traidor.
Zahruk tinha usado seu poder sobre mim uma vez, quando o
conheci, para expor meu trauma de infância. Eu sabia que não era uma
experiência agradável ter toda a sua vida se desenrolando como um
filme na tela.
O Druida sorriu para nós antes de se virar para as pessoas.
— Hoje marca o fim da guerra e dos muros entre os reinos dos Fae
Menores e dos Altos Fae. Não terá mais barreiras entre nós ou sujeição
sobre aqueles com menos sangue Fae do que aqueles do Alto Fae. — A
multidão aplaudiu e o Druida ergueu as mãos para acalmar o público.
— Hoje, nós coroamos um Supremo Rei e Rainha dos Fae que
defenderão esta lei de que todas as castas Fae são iguais e que a paz
reinará em todos os cantos dos Fae. Se alguém discordar ou achar que
esses dois não são dignos do título, fale agora antes que o óleo da unção
seja colocado sobre o rei... — o druida fez uma pausa enquanto olhava
para mim, e levantei uma sobrancelha em desafio — e a rainha que
vocês escolheram como representantes para governar todas as cortes
reais da Terra dos Fae, bem como seus súditos.
Se aquele idiota pensava que não me incluiria em seu discurso, ele
estava errado. Posso ter seios e uma barriga inchada, mas era uma
Deusa e lutei muito para chegar aqui.
Toda a assembleia de criaturas ficou em silêncio enquanto o Druida
vasculhava a multidão, esperando para ver se teria alguma objeção.
Depois de um momento, o Druida acenou com a cabeça e sorriu. Em
sua mão, ele ergueu um frasco azul de óleo de unção para o público
ver, feito de uma combinação de lavanda, sálvia e âmbar cinza.
Homens se moveram atrás de nós, e Adam tocou meu ombro,
acalmando meus nervos com a familiaridade de seu toque antes de
deslizar um manto prateado, simbolizando a rainha, sobre meus
ombros. Cailean se aproximou de Ryder e adornou seus ombros com
uma túnica dourada, representando o rei.
Nós dois recebemos um par de luvas que calçamos, virando um para
o outro enquanto o Druida colocava uma esfera em cada uma de nossas
mãos esquerdas e um cetro em cada uma de nossas direitas. Adam e
Cailean recuaram, girando nos calcanhares para ir para onde os outros
esperavam atrás de nós.
— Vocês prometem defender Terra dos Fae quando necessário? —
Perguntou o Druida.
— Prometemos. — Ryder e eu respondemos juntos, respondendo às
suas perguntas como uma pessoa para simbolizar que estávamos
unidos.
— Vocês prometem agir com justiça e calma para aqueles que
governam dentro de seu reino?
— Prometemos.
— Vocês prometem proteger as pessoas deste mundo, e sempre fazer
o que for necessário como Supremo Rei e Rainha dos Fae? — Ele
continuou.
— Prometemos.
Dando um passo à frente, o Druida mergulhou o dedo no óleo.
Colocou o dedo na testa de Ryder, desenhando um símbolo de unidade
e prosperidade, em seguida, se movendo para suas bochechas antes de
correr uma linha sobre o queixo, murmurando uma prece antiga aos
Deuses, pedindo bênçãos sobre seu reinado. Virando para mim, o
Druida repetiu o processo enquanto meu coração batia forte no até que
eu tive certeza de que todos na assembleia poderiam ouvir.
O Druida alcançou o pódio à sua esquerda e removeu uma grande
coroa dourada, intrincadamente decorada com diamantes e obsidiana
preta. Ele então colocou a coroa na cabeça de Ryder. O Druida se
moveu para o pódio à sua direita e removeu uma coroa de prata
correspondente, colocando na minha cabeça.
— Levantem-se. — Disse o Druida com firmeza enquanto recuava e
sorria. Para a multidão, se virou e gritou. — Eu lhes dou o Grande
Supremo Rei e Suprema Rainha da Terra dos Fae, que eles reinem!
— Que eles reinem por muito tempo! — Todos os presentes ecoaram
o canto, gritando repetidamente, abraçando uns aos outros em
comemoração enquanto meus olhos inundavam de lágrimas.
A multidão continuou a cantar com o Druida enquanto ele entregava
o óleo de unção a Ryder e depois se afastava de nós. Ryder agarrou
minha mão, me levantando contra ele enquanto reclamava meus
lábios, para a diversão da multidão.
— Que ela reine por muito tempo. — Ele rosnou com orgulho
enquanto suas mãos embalaram meu rosto.
— Que ele reine e viva, Supremo Rei dos Fae. O Rei que reivindicou
meu coração e escreveu seu nome em minha alma. — Sussurrei,
sorrindo com orgulho.
Ryder me beijou de novo, então ficou na frente da plataforma,
acenando para que todos se acalmassem. A Guarda de Elite tomou seu
lugar ao nosso lado na plataforma enquanto a cantoria parou e a
multidão ficou em silêncio.
— Tenho um anúncio importante a fazer, e depois há a questão de
cumprir nosso primeiro dever como Rei Supremo e Rainha dos Fae. —
Ryder olhou para mim e estendeu a mão, me pedindo para me juntar a
ele para fazer o anúncio.
— Agora que sou o Supremo Rei, o Reino da Horda requer um novo
rei. — Membros da Horda bateram os pés e gritaram em concordância
enquanto Ryder erguia as mãos para acalmar a multidão de novo. —
Depois de muita reflexão e consideração, a Suprema Rainha e eu
escolhemos Zahruk, o segundo filho de Alazander, como o novo Rei da
Horda.
Chocado, Zahruk se virou, olhou para os outros irmãos, que
sorriram, então estreitou os olhos e balançou a cabeça para Ryder. —
Escolha outra pessoa, idiota. — Ele sussurrou baixinho e deu um passo
para trás enquanto Ryder sorria perversamente.
— Não há ninguém melhor para tomar meu lugar, e ninguém em
quem eu confie mais para ser capaz de segurar a Horda sem abrigar
uma Besta. Você é o neto de um Deus. Já tem uma besta dentro de
você, alguém que pode assumir qualquer forma necessária. Se ajoelhe,
Zahruk.
Não tínhamos contado a ninguém o segredo de sua linhagem, mas
ninguém mais precisava saber que Ryder e o pai biológico de seus
irmãos era um deus psicótico que gostava de tortura. Nós juramos que
uma vez que fôssemos coroados, aqueles que traíram a Terra dos Fae
desapareceriam na história, seus nomes não seriam mais mencionados
entre os Fae.
Danu e Bilé tentaram assassinar os Fae, e nenhum deles merecia
fazer parte do mundo que estávamos criando com esperança e força de
um reino unido.
— Ryder. — Zahruk franziu a testa, ainda balançando a cabeça.
— Você é meu segundo em comando. — Ryder rebateu com firmeza.
— Você é meu irmão e ganhou este título. Nunca falhou comigo ou
discutiu sobre o que precisava ser feito pelo reino. Você é o homem
certo para ser rei. A besta e eu nos fundimos em um só, e como Danu
não voltará, uma nova besta não será criada. Você é poderoso o
suficiente para liderar a Horda, e eles, assim como todos os membros
da Guarda de Elite, o respeitam.
— Então, quem cuidará da sua bunda? — Zahruk retrucou com
raiva.
— Cailean vai, e Lachlan se tornará o Embaixador. Ristan está aqui
também. Todos estão exatamente onde precisam estar. Agora, se
ajoelhe, porra, para que eu possa declarar na frente do mundo inteiro
que você é minha escolha como Rei da Horda, irmão.
— Você é um idiota. — Ele bufou. — Poderia ter me contado sobre
seus planos antes de hoje.
— Você teria discutido isso, e não tem ninguém em quem eu confie
mais com a minha coroa do que você. — Ryder colocou a mão no ombro
de Zahruk e sorriu maliciosamente.
— Qualquer um de seus filhos poderia controlar a Horda. — Zahruk
apontou para Cade e Zander, procurando uma saída.
— Zahruk, se ajoelhe. Meus filhos nunca vão liderar a Horda, a
menos que o façam por sua escolha. A Horda nunca foi transmitida
pelo sangue. Foi decidido por Danu e passado para aquele que era
poderoso o suficiente para segurar a besta, mas isso não pode
acontecer mais com Danu fora.
— Viu o que acontece quando você esfaqueia a garota que se torna
a Suprema Rainha, Zahruk. Ela vota contra você. — Sussurrei,
sorrindo enquanto os olhos safira raivosos se fixavam nos meus. —
Agora se ajoelhe, porque não importa o que aconteça, você é a pessoa
certa para assumir o trono.
A contragosto, Zahruk se ajoelhou diante de Ryder e de mim,
curvando a cabeça. Ryder adornou um manto dourado e branco em
Zahruk que combinava com a armadura de batalha que ele usava
durante a guerra. Ele também colocou luvas brancas nas mãos de
Zahruk, depois colocou o orbe em uma e o cetro na outra.
— Você promete sempre agir no melhor interesse da Horda e
defendê-los com honra e sem misericórdia contra aqueles que
procuram prejudicar o reino? — Ryder perguntou.
— Sim. — Zahruk rosnou.
— Você promete agir de forma justa e racional com aqueles que
residem em seu reino?
— Eu faço.
Ryder removeu a tampa do óleo de unção e entregou o frasco para
mim. Sorri maliciosamente para Zahruk enquanto colocava um pouco
de óleo na palma da mão, e seus olhos se arregalaram, sem dúvida
preocupados com a quantidade de óleo que ele achava que eu poderia
usar. Pisquei para Zahruk e molhei meu dedo no óleo, repetindo o
padrão e a oração dita pelo Druida.
Ristan apresentou uma caixa de veludo preto para Ryder,
removendo a tampa para revelar uma coroa de ouro simples, perfeita
para o novo Rei da Horda. Colocando a coroa na cabeça de Zahruk,
Ryder se inclinou e sussurrou: — Você será um grande rei, irmão.
Levantei as mãos para o céu, e uma brisa começou a soprar as flores
nos campos, pegando as flores em botão e jogando pelo ar como
confete.
— Se levante. — Ordenei a Zahruk. Rindo, coloquei minha língua
entre os dentes enquanto as flores grudavam no óleo em seu rosto.
Ryder e eu colocamos a mão nos ombros de Zahruk e Ryder se
dirigiu à multidão. — O Supremo Rei e a Rainha dos Fae apresentam o
novo Rei da Horda, Zahruk, segundo filho de Alazander e irmão do
Supremo Rei. Que ele reine por muito tempo!
— Que reine por muito tempo! — A multidão repetiu o cântico, e a
Horda bateu os pés, batendo nas costas uns dos outros.
— Viva o Rei. — Eu ri de seu olhar furioso enquanto ele limpava as
pétalas de flores de seu rosto.
As flores ainda choviam sobre a multidão, e sorri divertidamente
quando notei Zahruk balançando a cabeça para a exibição colorida,
secretamente desejando que ele estivesse em qualquer outro lugar,
menos aqui.
— Serio? Você simplesmente não conseguiu se conter, não é? Você
já pode parar com as flores. — Rosnando, Zahruk me contornou para
sair da plataforma e agarrei seu braço, impedindo.
— Sabe, se não gosta das flores, então realmente não vai gostar do
lindo pônei rosa que escolhemos para desfilar sua bunda pomposa da
plataforma. Tenho autoridade para dizer que é uma negligência recusar
um presente do Supremo Rei e da Rainha. — Tentei manter minhas
expressões faciais neutras, mas Ryder caiu na gargalhada, dando
tapinhas nos ombros de Zahruk.
— Oh, mal posso esperar para ver isso! Como um presente para o
novo Rei da Horda, a Suprema Rainha e eu celebraremos esta ocasião
importante com um mural lindamente colorido a ser colocado de forma
proeminente no Reino da Horda. Agora, onde está esse lindo pônei
rosa? — Ryder riu junto com todos ao nosso redor enquanto Zahruk
parecia atordoado, depois horrorizado, piscando duas vezes antes de
rosnar.
— Não vai acontecer, mano. Estou fora. — Zahruk se transportou,
e as risadas continuaram enquanto descíamos as escadas e
entrávamos na multidão. Era ótimo rir, para variar.
Um banquete foi organizado diante da assembleia, e estávamos
sentados a uma grande mesa com nossos convidados de honra, todos
os reis e rainhas visitantes, que eram tecnicamente familiares, e Asher,
que nos observava com um olhar estranho. Era como se ele estivesse
tentando descobrir coisas nas quais não deveria estar focado no
momento.
— Então, eu sou o Rei da Luz e tenho um reino inteiro que depende
de mim agora? — Ele perguntou.
— Sim. — Ryder confirmou.
— Porra. — Ele derrubou sua taça de vinho e a esvaziou antes de
sinalizar ao garçom para reabastecer.
— Língua, há crianças presentes. — Murmurei e então estremeci.
Meus filhos não eram mais pequenos. Eles se tornaram adultos de
verdade, flertando com as pessoas durante o banquete. Observei
mulheres se aproximando de Zander e cravei as unhas na palma da
mão para me impedir de arrancar elas do meu bebê.
Cade estava conversando com Ristan, balançando Orion em seu
quadril enquanto acenava para o que quer que Ristan estivesse
dizendo. Kahleena... ela simplesmente desapareceu, e meu coração
disparou quando não consegui encontrar ela no salão de baile. Me virei
para Ryder, sorrindo enquanto seus olhos se iluminavam com orgulho
enquanto ele me admirava usando a coroa e o manto.
— Eu te amo. — Ele sussurrou.
— Eu te amo e te amarei até o fim do mundo. Para sempre nunca
seria o suficiente, Fada.
— Olhe para este lugar. — Ele acenou com a mão para indicar a
totalidade da sala e nossos convidados. Me virei para olhar para Ristan,
que riu de algo que Cade disse. Bebês arrulhavam e balbuciavam
enquanto aprendiam a falar enquanto todos sorriam e consumiam
muita comida e álcool. Alden discutiu sobre algo com Vlad, e Vlad jogou
a cabeça para trás, rindo de tudo o que foi dito.
Adam ficou sentado olhando distraidamente para seu prato
enquanto movia a comida com o garfo e fiz uma careta, sabendo que
lidaremos com o problema no armário mais cedo ou mais tarde. Essa
situação precisaria ser resolvida antes que ele pudesse finalmente
começar a cura.
Adrian estava conversando com Liam, mostrando suas adagas
enquanto Zander encarava Zahruk, que se recusou a treiná-lo até
amanhã. Cillian, o Rei dos Pesadelos, sentou entre suas irmãs,
esfregando a ponta de seu nariz enquanto todos falavam ao seu redor,
e sorri enquanto seus olhos seguravam os meus brevemente antes que
ele assentisse. Examinando a sala, procurei por Kahleena de novo e
ainda não a encontrei.
— Onde está Kahleena? — Perguntei.
— Provavelmente explorando o palácio. — Ryder reconheceu.
Meu estômago apertou e me levantei, saindo da sala enquanto tudo
dentro de mim gritava em um aviso silencioso. Fiz isso dentro do quarto
preto e branco da rainha e parei, percebendo algo brilhante no chão.
Sentindo os homens atrás de mim, me abaixei, pegando o colar
quebrado de Kahleena enquanto meu estômago caiu no chão de medo.
Alguém tinha removido o colar que continha um rastreador mágico
escondido dentro.
— Prepare a Guarda de Elite e encontre ela agora! — Exigi,
observando enquanto os homens entraram em ação. — Ela acabou de
chegar em casa! — Bati em Ryder.
—Vamos encontrar ela, Synthia.
— Encontre ela agora, Ryder. Ela é meu bebê! — Assobiei enquanto
a raiva pulsava por mim. — Ela está aqui há menos de um dia e eu já
a perdi! Eu sou uma mãe horrível.
— Você não é uma mãe horrível. — Disse Zander incisivamente
enquanto me observava. — Sei que você não sabe o que aconteceu na
Cidade dos Deuses, mas nós ficamos lá por tempo suficiente para que
as coisas acontecessem. Kahleena é uma adulta crescida e não é mais
apenas sua filha. Ela é uma vidente poderosa. Se ela não quisesse ser
levada, ela não seria. Ela o quer, então ela se colocou à disposição dele
quando ele apareceu para levar ela.
— Quem é ele? — Ryder perguntou.
— Eu não sei. Kahleena nunca nos contou. Ela só disse que seu
destino e o dele estão ligados. Ela sabia que isso não poderia ser evitado
e que, se tivéssemos intervindo, alguns de nós teriam morrido. —
Zander encolheu os ombros com uma expressão comprimida no rosto.
— Você não deve temer por ela. Afinal, ela é sua filha. Ela tem o sangue
da Horda e dos Deuses correndo em suas veias. Ela treinou ao nosso
lado e é uma foda pra caralho. Ela pode cuidar de quem quer que seja,
e quando estiver pronta, vai voltar ou nos avisar se estiver com
problemas.
— Envie os Dragões! Eles não podem ter ido muito longe. — Falei,
me virando para Blane, que concordou com a cabeça. Minhas mãos
empurraram meu cabelo enquanto eu inalava lentamente, liberando
enquanto considerava nosso próximo movimento.
— Você não vai encontrar, a menos que ela queira ser encontrada.
— Cade murmurou suavemente, percebendo que era inútil.
— Acabei de recuperar ela! — Chorei. — Acabei de receber todos
vocês de volta.
— Ela é sua filha, mãe. Às vezes você tem que acreditar que o destino
está em jogo e que tudo ficará bem. Se Kahleena quisesse que você a
resgatasse, ela mostraria onde estava. — Cade exalou e se moveu para
me abraçar. — Kahleena é igual a você. Ela é fisicamente forte, teimosa
e muito obstinada. Se ela perder a cabeça, vai contar a Zander e a mim,
e nós contaremos a você.
— Vocês podem ouvir ela? — Ryder perguntou, e Zander se virou,
sorrindo para ele. — Então diga a ela para virar o traseiro e voltar para
casa neste minuto, porque eu a proíbo de namorar, ou pensar que ela
pode salvar o idiota que acabou de tirar ela de nossa casa! Ela é uma
criança!
— Não, ele está certo. — Sussurrei enquanto olhava ao redor da
sala.
Todo mundo estava aqui e pronto para encontrar nossa filha. Adam
tinha enfeitiçado em sua armadura, assim como Liam.
Vlad e Adrian vestiram armas, enquanto Alden me estudou,
esperando a palavra para entrar em ação.
Ciara e Blane seguravam seus filhos, enquanto Remy e Fyra ficavam
atrás deles, ansiosos para receber a ordem de voar sobre os céus e
encontrar Kahleena.
Ristan me observou, sua armadura sobre seu corpo ondulando com
a necessidade de trazer minha garotinha para casa com segurança.
Asher e os Seelie ficaram em silêncio, prontos para serem
despachados, enquanto Zahruk caminhava, suas mãos espalmando
suas armas enquanto a Princesa da Corte dos Pesadelos o observava
com curiosidade. Todo mundo estava preparado para fazer o que fosse
necessário para trazer ela para casa – todos menos eu.
— Envie cavaleiros pelo vale. Faça parecer que estamos procurando
por ela. Blane, Remy e Fyra, vão para os céus e observem as sombras.
Precisamos fazer com que pareça real, mas os meninos estão certos.
Kahleena tornou mais fácil para ele alcançar ela e, até que saibamos
quem ele é, não fazemos nada que possa colocar sua vida em perigo.
Ela acredita que ele não vai machucar, e temos que assumir que ela
sabe o que está fazendo.
— Você quer que a gente não faça nada ? — Ryder estalou.
— Nada ainda. — Respondi, sugando meu lábio inferior entre os
dentes enquanto olhava em seus olhos em busca de força.
— Ela é nossa filha e ainda não tem dois anos!
— Hum, nós somos um pouco mais velhos do que isso agora. —
Cade disse, franzindo a testa enquanto olhava para Zander.
— Eu quero que os espiões que empregamos na semana passada
procurando por toda Terra dos Fae para aprender o que puderem sobre
aquele que levou Kahleena. Alguém neste mundo sabe quem ele é
porque acabou de entrar em nossa casa e tirou a Princesa do Supremo
Tribunal dos Fae bem debaixo de nossos narizes. É pessoal para ele.
Se agirmos cedo demais, podemos forçar ele a agir com raiva ou medo.
Não vou arriscar a vida de Kahleena assim. Podemos causar mais
danos se corrermos para salvar ela. Envie os espiões e as sombras para
encontrá-la. Assim que tivermos mais informações, traremos nossa
filha de volta em segurança.
A vida tem uma maneira de te lembrar de que você tem pouco
controle sobre seu fluxo. O mundo não era seu e não devia nada a você.
Você tinha que lutar pelo que queria, e o que conseguiu da vida foi o
que colocou nela. Eu tinha perdido amigos, família e sabia que não
tinha visto a última morte. Da morte veio uma nova vida, e isso foi algo
que nos manteve seguindo em frente.
Alden tinha voltado para a Aliança com Adrian a meu pedido para
começar a curar o noroeste do Pacífico dos Demônios que estavam
causando estragos. Os Executores estavam finalmente prontos para
seguir em frente e começar a caçar aqueles que atacavam os fracos, e
eu não estava disposta a deixar a Terra dos Fae sem Kahleena.
Batedores estavam vasculhando o mundo em busca de qualquer
sinal dela, mas no mês em que ela estava desaparecida, não tinha sinal
dela. Eu ficaria aqui até que ela fosse trazida de volta porque eu tinha
que acreditar que ela alertaria seus irmãos se temesse por sua vida.
Foi assustador ter tanto poder e não conseguir encontrar minha
filha. Ryder passou incontáveis horas vasculhando as montanhas ao
redor do palácio em busca de qualquer sinal dela ou de alguém
escondido dentro delas.
Meu olhar deslizou para a árvore brilhante que iluminava todo o
pátio enquanto braços me envolveram e se estabeleceram na minha
barriga crescendo. Inalando o aroma sedutor de Ryder, sorri enquanto
estudava as pequenas fadas que começaram a se reunir em torno da
Árvore da Vida, alimentando com seu poder enquanto a água corria ao
redor de sua base, alimentada pelas piscinas das Fadas.
— Nós vamos encontrar, Synthia.
— Eventualmente, quando ela quiser ser encontrada. — Respondi
suavemente, colocando minhas mãos sobre as dele enquanto o bebê se
movia. — Tenho que acreditar que ela está bem ou vou enlouquecer.
Prefiro que esta gravidez seja fácil e que ele nasça sem turbulências à
sua volta.
— Nosso filho não nascido ficará bem. Sua mãe é uma guerreira. —
Ryder rosnou, beijando meu pescoço.
— Veja o que construímos. É a coisa mais linda do mundo. —
Observamos os prados que separavam o palácio das cidades abaixo. O
som dos rios fluindo chegava à nossa varanda e ajudava a aliviar
minhas preocupações.
— Nem mesmo perto. A coisa mais linda deste mundo está bem aqui
em meus braços, grávida de meu filho crescendo dentro de sua barriga.
— Cala a boca, fada. — Eu ri quando seus lábios roçaram meu
ombro nu.
Abaixo de nós estava o pátio cheio de brotos de sabugueiro que
haviam semeado e começado a florescer. A forma de árvore de Malachi
brilhou, lançando um tom azul profundo iridescente que se espalhou
pela terra, alimentando com um poder renovado, diretamente da fonte
para todo o mundo das fadas.
Minúsculas fadas dançaram no ar noturno, vibrando através da
energia brilhante até que cantarolaram com a batida rápida e selvagem
de suas asas. Era irônico que um mundo que temia Malachi e o deixou
em uma cova agora dependesse dele para sua existência.
Um pequeno rio foi formado para alimentar as árvores e flores que
cobriam até onde a vista alcançava e dos penhascos altos, uma
cachoeira foi criada para fornecer água ao rio. Eu sabia que Ryder tinha
construído a cachoeira para mim, uma vez que ela espelhava a que eu
mergulhei durante a Caçada Selvagem.
Estátuas gêmeas marcavam a entrada para os portões do pátio e,
além dele, os extensos prados começaram a se cobrir de vegetação
conforme deixamos nossa marca na terra, criando nosso próprio reino.
Nossa casa perfeita.
Os lados do penhasco foram empurrados para trás, nos dando
espaço suficiente para criar aldeias atrás do palácio que enchia os lados
deles, penetrando neles para proteger aqueles que nos seguiram aqui e
escolheram ficar.
— Zahruk se recusa a permitir que façamos dele uma fortaleza.
Acho que ele teme o mural que prometemos criar para ele. — Ryder
informou, rindo enquanto sua respiração soprava em meu pescoço.
Sorrindo, inclinei minha cabeça para trás contra seu peito e suspirei.
— Ristan e Zahruk se ofereceram para procurar Kahleena, e eles
foram avisados para se retirarem. Embora tenham ouvido a ordem, eles
não sairão daqui até que ela seja devolvida em segurança.
— Zahruk partiu esta manhã em uma missão de reconhecimento.
Não acho que ele esteja seguindo suas ordens tão bem quanto você
supõe que esteja.
— Não pensei que ele iria. Mesmo como Rei da Horda, ele é leal a
nós. Ela é família, e isso é tudo para ele e para nós. — Sorri, segurando
as mãos de Ryder contra minha barriga enquanto o bebê chutava,
fazendo ele rir.
— Fiz uma correspondência para Zahruk, e ele recusou de novo.
Me virei nos braços de Ryder e estudei os traços pecaminosamente
perfeitos quando baixou seu olhar para o meu. Me levantei na ponta
dos pés, reivindicando sua boca suavemente antes de me afastar. Ele
parecia exausto, mas todo mundo estava ultimamente.
Fazia semanas desde que tomamos nossos tronos, e o trabalho foi
interminável enquanto criamos um novo estilo de vida na Terra dos Fae
enquanto nos preocupávamos com a segurança de Kahleena. Eu
também estava preocupada com Adam, que parecia mais agitado com
o passar do tempo, já que eu era incapaz de ir ao Reino da Escuridão
para ajudar ele com seu problema atual.
Liam se recusou a sair, exigindo que fizéssemos mais para encontrar
Kahleena, mas sem nenhuma pista, ou mesmo sabendo por onde
começar, procurar era um jogo de adivinhação sem fim. Depois, tinha
o fato de que, se encontrarmos Kahleena e seu captor se sentir
encurralado ou ameaçado, ele pode acabar com a vida dela antes que
possamos recuperá-la.
— Talvez seja hora de parar de pressionar Zahruk para escolher
uma noiva e deixar que a noiva o escolha, Ryder. Ele é um rei agora, e
as mulheres vão tentar pegar mais do que antes. Ele vai encontrar sua
companheira, mas não podemos forçar. Cailean também precisa de
uma noiva logo. Ele está dormindo com todo a corte. Lachlan também
precisa encontrar alguém. Estes são os homens que você ainda pode
controlar. Zahruk, bem, ele encontrará alguém assim que se perdoar
pelo que fez a Darynda. Até então, ele não estará pronto.
— Eu perdi a Caçada Selvagem para Zahruk. — Disse ele com voz
rouca. — Você escapou desta vez porque, quando chegar, você estará
pesada com o meu filho crescendo dentro de você. Isso me excita mais
do que qualquer Caçada Selvagem poderia alcançar.
— Sua bajulação te levará a todos os lugares, Fada.
— Eu esperava que sim. — Ele riu.
Ele me levantou, indo em direção ao quarto que era grande o
suficiente para acomodar uma reunião. Me colocando na cama, ele
tirou a camisa e as calças antes de se acomodar ao meu lado, correndo
os dedos sobre meu abdômen.
— Eu não poderia ter pedido um final melhor do que esse, mulher.
— Está feliz, — bufei — é o meu fodido feliz para sempre que eu
sempre quis. Você é meu para sempre, Ryder. Não importa o que
fizemos para chegar aqui ou os horrores que suportamos, eu faria tudo
de novo, sabendo que passaria a eternidade com o homem que amo.
— Na verdade, eu suportaria minha vida inteira sabendo que toda a
dor e todo o sofrimento me levariam a você e que você pareceria tão
sexy, pesada com meu filho crescendo dentro de você.
— Ristan precisa parar de ajudar você a me cortejar. — Sussurrei
pesadamente quando ele se inclinou para me beijar.
— Nunca escutei nada do que ele disse, a não ser usar palavras
sujas para te deixar molhada, o que parece ser uma ótima maneira de
te deixar excitada.
— Mãe!
— Kahleena? — Sussurrei com os lábios trêmulos e Ryder
endureceu ao meu lado quando me sentei.
— Eu estava errada! Eu estava muito errada. — Ela chorou
histericamente.
— Onde você está?
— Eu não sei, mas ele vai me matar. Tenho que sair daqui!
— Me mostre. — Exigi, mas a visão estava escura como se ela
estivesse em uma ravina escura ou algum tipo de cela. — Não consigo
ver nada. — chorei.
Uma risada escura e masculina encheu minha cabeça, e a visão
turvou quando um homem com grandes asas e olhos prateados encheu
minha mente. — Você nunca vai encontrar sua filha. Kahleena é
minha. — Seus lábios se curvaram em um sorriso pecaminoso, cheio
de vitória presunçosa enquanto eu tentava ver ao redor dele. —
Experimente, Deusa. Não tenho medo de você. Estou ansioso para te
encontrar em breve.
Tudo se desvaneceu e a conexão de Kahleena foi cortada quando
exalei um suspiro estremecido.
— Chame os Guardas de Elite. Ele vai matar ela, Ryder.
— Às armas. — Ele gritou, se inclinando para me beijar enquanto
os pés percorriam o corredor que levava ao nosso quarto. — Eu te amo,
animalzinho. — Disse ele, se inclinando mais uma vez para colocar um
beijo na minha testa.
— Também te amo. Vou com você. — Exigi, mas ele balançou a
cabeça. — Ryder, esta é nossa filha.
— Sim, e você carrega nosso filho. Deve ficar aqui e defender o
palácio. Vou encontrar nossa filha. — Ele se dirigiu para a porta, então
se virou, rindo com uma risada nervosa. — E pensávamos que seria
entediante depois da guerra.
— Sim, provavelmente nos azaramos com isso. — Admiti enquanto
colocava o glamour em um vestido e me levantei lentamente, segurando
minha barriga enquanto ele chutava. — Nós nem mesmo fizemos dois
meses antes de algo acontecer. — Gemi.
— Você estava preocupada que nossa vida se tornasse chata. Eu
disse que não seria. Este somos nós e esta é Terra dos Fae. Vou trazer
Kahleena de volta, prometo. Você precisa me deixar encontrar ela, e
quando eu voltar, espero uma recepção de boas-vindas de herói.
Levantei e fui para a varanda quando ele saiu do quarto,
escapulindo pelo pátio enquanto os homens montavam em seus
cavalos para encontrar nossa princesa desaparecida. Meu coração
saltou para garganta quando Ryder montou em seu cavalo de guerra
mais uma vez, vestido com sua nova armadura dourada e capacete,
coberto com sua coroa. Sua capa parecia ouro líquido com um
emblema de dragões gêmeos nas costas que combinava com os guardas
ao seu redor. Cade e Zander estavam equipados como guardas e
cavalgavam diretamente atrás de seu pai.
Se virando na sela, Ryder olhou para mim mais uma vez, então
acenou com a cabeça enquanto eles lentamente começaram a sair do
pátio. Engoli a náusea que lutava para se livrar da minha garganta.
Kahleena voltaria para casa. Como não poderia, com um pai disposto
a travar guerra contra inimigos invisíveis para protegê-la?
Observei Ryder e os meninos até que as luzes de suas tochas se
transformaram em luzes fracas que mal conseguia distinguir à
distância. As servas ficaram em silêncio atrás de mim, esperando
ordens. Eu me virei lentamente, olhando para Meriel.
— Prepare a equipe para ir para a Aliança. Informe aos executores
que temos um novo inimigo. Quero que eles vasculhem cada centímetro
desse mundo por minha filha. Informe Alden que, até que seja dito o
contrário, encontrar Kahleena é sua prioridade.
— Você não acha que ela está aqui dentro da Terra dos Fae? —
perguntou uma das criadas.
— É minha filha, e não vou me arriscar a adivinhar em que mundo
ela está sendo mantida em cativeiro. Prefiro pesquisar os dois e
encontrar ela, do que só pesquisar a Terra dos Fae e descobrir que ela
não está aqui.
— Como desejar, minha rainha.
Voltei para a noite escura e fiz uma prece silenciosa para que tudo
desse certo, mas essa era a nossa nova realidade. Eu encontraria
minha filha. Mesmo que isso significasse que eu teria que destruir
mundos para descobrir sua localização e descobrir quem era o
responsável.
Eu tinha meu marido, meu rei supremo. Vivi a melhor vida que pude
enquanto seguia as regras que sempre defendi. Eu tinha ido longe
demais, aguentado demais para não ser capaz de trazer meu bebê para
casa. O fracasso não era uma opção.
Podemos ter estado onde minha história terminou, mas a dela
estava só começando. Eu me certificaria de que fosse o melhor começo
que ela poderia ter porque, em sua curta vida, ela esteve escondida do
mundo, e agora era hora de deixar o mundo ver sua beleza interior
brilhar e mostrar a todos como ela ardia intensamente.

ç
A AMELIA NÃO VAI NOS SACANEAR COM UM FINAL EM ABERTO NÉ? NÃO! KKK MAS NÃO,
SERÁ MAIS UM LIVRO DE SYNTHIA E RYDER E SIM, VAMOS ACOMPANHAR O INICIO DA
JORNADA DE KAHLEENA, SURPRESA! CLARO, ISSO SE JÁ NÃO TINHA VISTO NO BANNER
QUE TINHA UM NOVO LIVRO. MAS, ANTES DISSO, NÓS VAMOS FINALMENTE!!!! DESCOBRIR
QUE CRIATURA O LUCIAN É, E DESCOBRIR SE O AMOR QUE ELE E LENA CONSTRUIRAM É
O SUFICIENTE PARA SUPERAREM ESSE SEGREDO! VEJA O QUE VEM AI NO 17º LIVRO DA
GRANDE SÉRIE FAE UNIVERSE:

PLAYING WITH MONSTERS 04


REVEALING THE MONSTER
Eu terminei com minha vida para proteger Lucian de seus
inimigos. Essa deveria ter sido a decisão mais difícil de tomar, mas
não foi. Agora descubro que Lucian guardava ainda mais segredos,
segredos mortais que ameaçam me destruir.
Achei que tinha ganhado o jogo que ele e Katarina jogaram, mas
ele nunca parou de embaralhar as peças no tabuleiro. Mesmo
assim, encontrei paz em sua violência e aprendi a aceitar o meu
destino em seu abraço.
À medida que nossos inimigos são revelados, e os mundos
colidem com os nossos, tudo está em jogo de novo.
Poderíamos sobreviver à sua última traição ou isso destruiria a
todos nós?

Lena não deveria pagar pelos meus pecados, mas pagou.


Não pretendia que ela sofresse as consequências das minhas
ações. Eu colocaria as peças em movimento para lhe devolver as
coisas que mais importavam para ela.
Ela pode nunca me perdoar quando souber o custo que paguei
ou das decisões que tomei.
A questão é que não há mundo onde Magdalena não seja minha.
Eu faria o que fosse preciso para ficar com ela, e destruiria
mundos para garantir que ela ficasse comigo.

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