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“FALANDO SOBRE DEUS”: LUGAR DO DIÁLOGO EM MANUAIS DE

EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR DA MICROESFERA PENTECOSTAL

1. Considerações iniciais
Quando pensamos na palavra diálogo, geralmente lembramos das práticas de uma
conversa casual entre amigos ou, de maneira mais técnica, pensamos nas leituras que fazemos
de romances ou ainda dos excelentes diálogos que nos são apresentados em uma peça de
teatro. Não é por acaso que uma das ciências que mais tem estudado o gênero diálogo é a
teoria da narrativa. Para os teóricos que estudam os diálogos nas várias formas de narrativas, o
gênero diálogo é utilizado pelos autores para alcançar vários propósitos dentro de uma
história, como revelar as características e a personalidade dos personagens naquela história,
bem como situar a obra no tempo e no espaço e gerar tensão dentro daquela história. No texto
de ficção, o diálogo é um dos elementos que permite ao leitor conhecer o enredo e interpretar
as características dos personagens.

2. Observando o diálogo
É preciso esclarecer, porém, que o nosso intuíto em tomar o diálogo em sala de aula
como objeto de estudo, partiu de nossa percepção em ambiente de sala de aula no que diz
respeito à maneira como os alunos de classes de escolas bíblicas em comunidades eclesiástica,
portanto em ambientes não-escolares, em um ensino não-formal tinham, como resultado,
facilitado o seu modo de aprender quando essas aulas eram dadas em forma de uma conversa,
em forma de um diálogo. Naqueles momentos de aprendizados múltiplos os alunos se sentiam
mais à vontade para aprender quando eram encorajados a dialogar sobre suas muitas dúvidas e
dificuldades. Nesse sentido posso dizer que a experiência em sala de aula acabou por se tornar
uma espécie de laboratório no qual nasceu a hipótese básica desse projeto de pesquisa, ou
seja:

Quanto mais o aluno dialoga e se sente a vontade para dialogar, em sala de aula, mais fácil
eles aprendem os conceitos e as práticas que lhe são apresentadas.

Neste primeiro momento de nosso projeto de pesquisa, veremos alguns teóricos que
trabalham com o diálogo e a sua importância na construção do conhecimento, para que
tanhamos as bases teóricas necessárias para desenvolvimento do nosso trabalho de pesquisa
apresentado aqui como projeto de pesquisa de pós-graduação. Em sentido mais usual, é
comum dizer que diálogo é “com origem na palavra latina dialŏgus que, por sua vez, provém
de um conceito grego, um diálogo é uma conversa entre duas ou mais pessoas, que
manifestam as suas ideias ou afetos de forma alterada”, tanto isso é verdade que se costuma
dizer que o limite para o diálogo é a troca de turnos entre os que participam daquela conversa.
“Neste sentido, um diálogo é também uma discussão ou uma troca de impressões com vista a
chegar a um entendimento”1. Contudo, para além dessas definições mais comuns, podemos
olhar para alguns teóricos e vermos o que eles entendem por diálogo. Comecemos por um dos
mais conhecidos teóricos da educação brasileira, o educador pernambucano Paulo Freire
(1921-1997) que endende o diálogo como um instrumento indispensável na produção do
conhecimento. De acordo com Freire:

1
Verbete “Diálogo” disponível em: https://conceito.de/dialogo. Acesso em 10/09/2022.

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