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TEORIA DO DISCURSO: UM CASO

DE MÚLTIPLAS RUPTURAS

SÍRIO POSSENTI
COMPONENTES

• Amanda Bringel
• Amanda Santos
• Francisca Ellen
• Gabriel
• Karen
• Maria Cecília
• Maria Eduarda
• Pablo Juan
INTRODUÇÃO

• Discurso
A palavra discurso denota algum tipo de ingrediente "extra" que seria necessário considerar para
melhor compreender como uma língua funciona

• Análise do discurso (AD) Francesa


A Análise do discurso Francesa (também conhecida como AD) surgiu na França, por volta de
1960 e foi desenvolvida pelo filósofo Michel Pêcheux.
DA RUPTURA

• Há duas maneiras básicas de analisar a história do conhecimento: Geral e de cada campo

• Tradição mais poderosa: conhecimento se acumula progressivamente

• Outra forma de considerar o conhecimento: Pela ruptura


• A ruptura se dá de duas formas: Em relação a uma teoria científica e em relação a uma ideologia

• A AD não é, portanto, o acréscimo de uma pitada histórica, cultural, ideológica ou psicanalítica ao


que diz a linguística.
DO CAMPO DA INTERPRETAÇÃO

 A ruptura entre as duas se deu:


• 1) pela crítica da leitura baseada em categorias temáticas;

• 2) diferente abordagem do sentido – a AD introduz a noção de efeito de sentido em lugar de eu tratamento


como informação.

Análise de conteúdo: 
• Método das ciências humanas e sociais

• Método de leitura: categorias temáticas

• São propostas "correspondências" nos textos


DO CAMPO DA INTERPRETAÇÃO

Filologia
• Trabalha com a suposição de que se poderia ter acesso ao sentido da obra;

• Aceita que as palavras ou os enunciados ou os textos possam ter só uma interpretação ou


interpretação verdadeira

• Devia aceitar a premissa de um projeto, de uma intenção do autor

• A conjuntura é descrita como uma cena cultural, sem considerar a hipótese da divisão da sociedade,
e portanto, das diversas “ideologias” na relação com as quais uma obra surgiria.
Filologia preconiza: AD questiona:

A concepção de língua  Uma língua que teria sido unívoca

A relevância do papel do autor Um sujeito como unidade controlada pela razão e


bem-sucedido ao dizer o que quisesse

A forma de caracterização da conjuntura Uma conjuntura uniforme, porque as sociedades são


divididas em classes ou grupos
DA LÍNGUA

• A AD contesta o sentido seja da ordem da língua, que funcione submetido aos “seus” critérios – uma
semântica não é uma “fonologia” do sentido.

• A língua não é transparente

• A AD não tem uma teoria da língua, portanto, não é verdade que a AD seja anti-linguística. 

• A língua não é um instrumento

• A língua não é expressão do pensamento  

• Ora, a AD, propõe que “ideias” sejam efeitos da linguagem e, sendo assim, evidentemente, ela não pode ser
espelho do pensamento. A língua não “veste” um pensamento prévio, que seria fruto de uma mente “sadia”,
mas, ao contrário, é a condição do pensamento. 
DA PRAGMÁTICA

• A pragmática disputa com a AD o mesmo espaço - o do "sentido não literal"

• Os interlocutores são considerados, pela pragmática, a título individual, e a AD quer mostrar que esse
não é o caso

• A ruptura com a pragmática tem como uma de suas consequências a ruptura com a psicologia,
especialmente em sua modalidade cognitiva, tanto porque implica um certo conhecimento (da língua,
do mundo, das regras), quanto, e principalmente, porque essa psicologia desconhece o inconsciente.
DO TEXTO

• A AD não associa texto e contexto, como em algumas teorias da coerência, assim como não associa
enunciados a contextos

• Para AD, um texto faz sentido não por sua relação com um contexto, ou em decorrência de
conhecimento que o leitor tenha estocado, mas por sua inserção em uma FD, em função de uma
memória discursiva, do interdiscurso, que o texto retoma e do qual é parte

• Minimamente, o texto deveria ser concebido como uma das manifestações do próprio discurso.
DO SENTIDO

• O sentido das palavras se resolve de maneiras variadas na tradição linguística e filosófica , o sentido é um
efeito da substibilidade das expressões sendo que o conjunto delas produz um efeito de referências ou
seja identificar objetos do mundo a produção do sentido.

•  A AD rompe com esses estudos do sentido apresenta uma versão peculiar o sentido de uma palavra (ou
expressar mais o menos equivalente) se resolve na medida em que uma delas pode ser substituída por
outra no interior de uma certa FD.
DO SENTIDO

• Pêcheux esboça uma teoria do efeito metafórico nos seguintes termos sejam os termos x e y
possam ser substituído um pelo outro sem mudar a interpretação. 

• Onde x e y nunca são substituídos um pelo outro 

• X e y são substituídos às vezes, mas não sempre

• X e y são sempre substituídos um pelo outro.


DA ENUNCIAÇÃO

A problemática da enunciação

Há diversas maneiras de conceber a enunciação, mas duas são fundamentais. Uma se ocupa de avaliar em que
medida certas "marcas" da língua são elas mesmas, como que destinadas a assinalar a enunciação. Estamos, no
caso, no interior da problemática da dêixis linguística, ou seja, dos elementos de uma língua cuja função é
embrear o enunciado às circunstâncias tempo e espaço e aos interlocutores.

Dîexis Linguística
É uma palavra de origem grega (deiktikós) que significa mostrar, demostrar, apontar ou indicar, a partir da qual
deriva o adjetivo "dêitico". Em linguística, dêiticos são os elementos que contribuem com a coesão e
articulação textuais, como os pronomes pessoais e demonstrativos, os tempos verbais, os advérbios de tempo e
lugar e uma infinidade de outros recursos linguísticos.
DA ENUNCIAÇÃO

Tipos de elementos dêiticos


Dêixis de pessoa
A Dêixis de Pessoa corresponde aos termos que remetem às pessoas do discurso, ou seja, aquelas que participam
do ato comunicativo.
Dêixis de tempo
A dêixis temporal delimita o momento da enunciação, representados, principalmente pelos Advérbios de Tempo.
Dêixis de lugar
A dêixis espacial delimita o lugar/espaço de enunciação, representados pelos Advérbios de Lugar, como aqui, aí,
lá, acolá, ali etc.
DA ENUNCIAÇÃO

Dêixis de discurso

A dêixis discursiva é representada pelos Pronomes que remetem a uma parte do texto, como as expressões:
“no capítulo seguinte”, “a seguir”, “no trecho acima” etc.

Dêixis social

A dêixis social são expressões utilizadas para designar os papéis sociais desempenhados pelo locutor ou por
seu interlocutor e o status decorrente desses papéis, como os Pronomes de Tratamento “senhor”, “senhora”,
“mestre" etc.
DO SUJEITO

• Para a AD, não há falante, locutor, muito menos emissor. Há sujeito (alternativamente, enunciador).
O que é, evidentemente, na esteira das rupturas com a pragmática e com as teorias linguísticas
dominantes, outra ruptura, tal- vez a mais importante para a teoria.
DA CIÊNCIA

• Provavelmente, a AD quis ser científica. Provavelmente, não é, nunca foi. E nisso não vai uma
avaliação de demérito, antes pelo contrário. Talvez se possa dizer da Análise do Discurso o que
Foucault disse do marxismo e da psicaná- lise: que são muito importantes para serem ciências. É
possível que se possa situar a AD num dos limiares-talvez o da epistemologização - propostos pelo
mesmo pensador (Foucault, 1969b: 211):

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