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AB2 de Teoria Linguística 2

Análise de Discurso

 Objeto de estudo: discurso


 Na AD, procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto
trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem
e da sua história
 A AD concebe a linguagem como mediação necessária entre o homem e
a realidade natural e social, essa mediação é o discurso
 Em outras palavras, o discurso/linguagem é a mediação entre o homem
e a realidade
 A AD não trabalha com a língua enquanto um sistema abstrato
 O analista de discurso relaciona a linguagem à sua exterioridade
(levando em conta o homem na sua história, considera os processos e
as condições de produção da linguagem, pela análise da relação
estabelecida pela língua com os sujeitos que a falam e as situações em
que se produz o dizer)
 Discurso = objeto sócio-histórico em que o linguístico intervém como
pressuposto
 A AD reflete sobre a maneira como a linguagem está materializada na
ideologia e como a ideologia se manifesta na língua
 Trabalha a relação língua-discurso-ideologia
 Não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo
é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz
sentido
 Estudo que interessa à AD: o da língua funcionando para a produção de
sentidos
 A AD considera que a linguagem não é transparente
 A AD produz um conhecimento a partir do próprio texto, porque o vê
como tendo uma materialidade simbólica própria e significativa, como
tendo uma espessura semântica: ela o concebe em sua discursividade
 A AD trabalha com a forma material e com a ideologia como constitutiva
(em contraponto ao estruturalismo)
 A AD se constitui no espaço de questões criadas pela relação entre a
Linguística, o Marxismo e a Psicanálise (anos 60)
 Os estudos do discurso trabalham a forma material
 Forma material = forma encarnada na história para produzir sentidos:
forma linguístico-histórica
 Forma material = acontecimento do significante (língua) em um sujeito
afetado pela história
 O sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia
 Comunicação ≠ Discurso
 Discurso ≠ Fala
 A língua é condição de possibilidade do discurso
 Na perspectiva discursiva, a linguagem é linguagem porque faz sentido;
e a linguagem só faz sentido porque se inscreve na história (relação do
sujeito com o sentido – da língua com a história)
 A AD teoriza a interpretação
 Inteligibilidade ≠ Interpretação ≠ Compreensão
 A AD visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos,
como ele está investido de significância para e por sujeitos
 Dispositivo teórico ≠ Dispositivo analítico
 O dispositivo teórico, que objetiva mediar o movimento entre a descrição
e a interpretação, sustenta-se em princípios gerais da AD enquanto uma
forma de conhecimento com seus conceitos e método
 Os elementos (natureza dos materiais analisados, a questão colocada,
as diferentes teorias dos distintos campos disciplinares) constituem o
dispositivo analítico construído pelo analista
 A AD procura ir além do que se diz, do que fica na superfície das
evidências
 Os sentidos não estão só nas palavras, nos textos, mas na relação com
a exterioridade, nas condições em que são produzidos e que não
dependem só das intenções dos sujeitos
 Os dizeres são efeitos de sentidos que são produzidos em condições
determinadas e que estão de alguma forma presentes no modo como se
diz, deixando vestígios que o analista de discurso tem de aprender
 As condições de produção compreendem fundamentalmente os sujeitos,
a situação e a memória
 Em sentido estrito, as condições de produção são o contexto imediato
 Em sentido amplo, as condições de produção incluem o contexto sócio-
histórico, ideológico
 Memória discursiva = Interdiscurso
 Interdiscurso = saber discursivo que torna possível todo dizer e que
retorna sob a forma do pré-construído, o já-dito que está na base do
dizível, sustentando cada tomada de palavra
 O interdiscurso disponibiliza dizeres que afetam o modo como o sujeito
significa em uma situação discursiva dada
 O fato de que há um já-dito que sustenta a possibilidade mesma de todo
dizer, é fundamental para se compreender o funcionamento do discurso,
a sua relação com os sujeitos e com a ideologia

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