Na AD, procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem e da sua história A AD concebe a linguagem como mediação necessária entre o homem e a realidade natural e social, essa mediação é o discurso Em outras palavras, o discurso/linguagem é a mediação entre o homem e a realidade A AD não trabalha com a língua enquanto um sistema abstrato O analista de discurso relaciona a linguagem à sua exterioridade (levando em conta o homem na sua história, considera os processos e as condições de produção da linguagem, pela análise da relação estabelecida pela língua com os sujeitos que a falam e as situações em que se produz o dizer) Discurso = objeto sócio-histórico em que o linguístico intervém como pressuposto A AD reflete sobre a maneira como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se manifesta na língua Trabalha a relação língua-discurso-ideologia Não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido Estudo que interessa à AD: o da língua funcionando para a produção de sentidos A AD considera que a linguagem não é transparente A AD produz um conhecimento a partir do próprio texto, porque o vê como tendo uma materialidade simbólica própria e significativa, como tendo uma espessura semântica: ela o concebe em sua discursividade A AD trabalha com a forma material e com a ideologia como constitutiva (em contraponto ao estruturalismo) A AD se constitui no espaço de questões criadas pela relação entre a Linguística, o Marxismo e a Psicanálise (anos 60) Os estudos do discurso trabalham a forma material Forma material = forma encarnada na história para produzir sentidos: forma linguístico-histórica Forma material = acontecimento do significante (língua) em um sujeito afetado pela história O sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia Comunicação ≠ Discurso Discurso ≠ Fala A língua é condição de possibilidade do discurso Na perspectiva discursiva, a linguagem é linguagem porque faz sentido; e a linguagem só faz sentido porque se inscreve na história (relação do sujeito com o sentido – da língua com a história) A AD teoriza a interpretação Inteligibilidade ≠ Interpretação ≠ Compreensão A AD visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos Dispositivo teórico ≠ Dispositivo analítico O dispositivo teórico, que objetiva mediar o movimento entre a descrição e a interpretação, sustenta-se em princípios gerais da AD enquanto uma forma de conhecimento com seus conceitos e método Os elementos (natureza dos materiais analisados, a questão colocada, as diferentes teorias dos distintos campos disciplinares) constituem o dispositivo analítico construído pelo analista A AD procura ir além do que se diz, do que fica na superfície das evidências Os sentidos não estão só nas palavras, nos textos, mas na relação com a exterioridade, nas condições em que são produzidos e que não dependem só das intenções dos sujeitos Os dizeres são efeitos de sentidos que são produzidos em condições determinadas e que estão de alguma forma presentes no modo como se diz, deixando vestígios que o analista de discurso tem de aprender As condições de produção compreendem fundamentalmente os sujeitos, a situação e a memória Em sentido estrito, as condições de produção são o contexto imediato Em sentido amplo, as condições de produção incluem o contexto sócio- histórico, ideológico Memória discursiva = Interdiscurso Interdiscurso = saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do pré-construído, o já-dito que está na base do dizível, sustentando cada tomada de palavra O interdiscurso disponibiliza dizeres que afetam o modo como o sujeito significa em uma situação discursiva dada O fato de que há um já-dito que sustenta a possibilidade mesma de todo dizer, é fundamental para se compreender o funcionamento do discurso, a sua relação com os sujeitos e com a ideologia
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)