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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Campus Curitiba

Departamento Acadêmico de Linguagem e Comunicação


Comunicação Organizacional Disciplina: Análise do Discurso
Data: 12 de Abril de 2023 1sem2023
Professora Kalliandra Quevedo Conrad
Aluno: Leonardo Marcante da Cruz, Gabriel Henrique Duarte Teixeira, Fernanda Taniguti
Coradin
Atividade Avaliativa 1

A partir das discussões e abordagens teóricas feitas em sala de aula, podemos trazer
em pauta para a primeira atividade avaliativa, o processo de origem em conjunto com os
principais conceitos da Análise do Discurso (AD). Utilizando de base bibliográfica a
produção de Eni Orlandi em Análise do discurso: Princípios e procedimentos, sendo
potencializado o processo pedagógico a partir de textos de apoio que elucidam os conceitos
atravessados pelo tema.
Para dar início ao desenvolvimento teórico, é necessário introduzir a origem a partir
da discussão em Análise do Discurso, que “indiretamente” se faz presente nas
conceitualizações, desde o século XX, com os formalistas russos, que apesar “do interesse
ser sobretudo literário, os seus trabalhos (…) prenunciavam uma análise que não era
análise de conteúdo” (p. 17, 2020). Contudo, a estruturação teórica passa por estudos
preliminares durante o século XX, tomando como “propriedade” intelectual de discussão a
partir do discurso apenas nos anos de 1960, contando com filiações teóricas que podem ser
denominadas como “tripé” bibliográfico ao tema, sendo a linguística, o marxismo e a
psicanálise. Sobre essa interdisciplinaridade, por linguística, consideramos o estudo dos
processos de enunciação, por marxismo consideramos o materialismo histórico, explicando
fenômenos e formações sociais, e por psicanálise consideramos a subjetividade e a relação
do sujeito com o simbólico. Condensando os conceitos relatados, devemos ressaltar que
tais influências estão em seu papel de historicidade e bagagem teórica, mas o objeto a ser
desenvolvido é a construção do discurso.
Após a apresentação de origem do estudo e das bases conceituais, devemos
adentrar em alguns pontos que auxiliam no entendimento do tema central abordado (AD).
Diante disso, é necessário significar os principais conceitos referidos na matéria em si,
onde iremos definir língua e linguagem, sentido e significado, discurso e sujeito.
Iniciando por língua e linguagem, devemos ter a ciência de que, mesmo que ambas
estejam como parâmetros de intermediação do discurso, apresentam características únicas
e de caráter essencial para potencialização da “existência comunicativa”. A língua é vista
como um sistema de signos que permite a comunicação entre os indivíduos, mas que
também é marcada por relações de poder e ideologia. Já a linguagem é entendida como a
prática social que envolve o uso da língua em diferentes contextos, e que produz e
reproduz sentidos e significados. É também uma mediação entre as pessoas e a realidade e
tem como papel a compreensão do mundo.
Por falar em sentidos e significados, podemos definir sentido como algo que dá
significação ao que está sendo dito considerando o contexto específico, atribuindo
historicidade e diversas facetas à palavra ou discurso em si. Uma palavra pode ter diversos
sentidos, variando de acordo com o contexto social, cultural, histórico ou situacional.
“Sentido” carrega ideologia e relações de poder, enquanto significado possui seu cerne na
palavra, tendo por essência sua definição em si, independente de contextos e ideologias; é
o que produz sentido para alguém.
A partir da noção de texto, que é puramente o relato sem a atribuição de sentidos,
podemos entender o discurso, que pode ser definido como o texto com seus sentidos
atribuídos, levando em conta o contexto e a historicidade do fragmento, atribuindo sentido
à informação. Desta forma, o discurso é a linguagem em curso que possibilita a
compreensão dos objetos simbólicos.
Na Análise do Discurso, o conceito de sujeito é entendido como um efeito do
discurso, ou seja, como uma construção social que emerge a partir das práticas discursivas.
Nessa perspectiva, o sujeito não é visto como uma entidade pré-existente, dotada de uma
essência ou identidade fixa, mas como uma posição que é assumida pelos indivíduos na
interação social. Essas relações se manifestam de diferentes formas, como na escolha das
palavras, na organização das frases, nas referências a grupos sociais, entre outras. Sendo
assim, o sujeito é aquele que produz significado e que se constitui com o outro através da
linguagem.
Assim, a AD busca compreender como as práticas discursivas produzem e
reproduzem identidades sociais, como gênero, raça, classe, entre outras, e como essas
identidades são negociadas e transformadas na interação social.

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