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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

NAIARA NEVES BITTENCOURT


STHEFANY FERNANDES DE MATOS
TALITA TELES DE MENEZES

DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


ÁGUA PARA A CIDADE DE CAETITÉ - BAHIA

Vitória da Conquista –
BA 2023
NAIARA NEVES BITTENCOURT
STHEFANY FERNANDES DE MATOS
TALITA TELES DE MENEZES

DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE


ÁGUA PARA A CIDADE DE CAETITÉ - BAHIA

Projeto apresentado como forma de


avaliação da disciplina: Tratamento
e Abastecimento de Água,
ministrada pela Docente do Curso
de Engenharia Ambiental do IFBA:
Aline Almeida Magalhães Gazar.

Vitória da Conquista –
BA 2023
1. APRESENTAÇÃO
Este presente documento visa apresentar um projeto de dimensionamento de
uma estação de tratamento de água (ETA) para o município de Caetité, localizado no
estado da Bahia. Para atender aos critérios exigidos por norma, foi utilizado como base
para o dimensionamento a NBR 12216/1992, que estabelece os parâmetros para
“Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público”.

Alguns critérios que a NBR 12216/1992 estabelece:

● Parâmetros físicos: temperatura, cor, turbidez, sólidos totais, sólidos dissolvidos,


sólidos em suspensão, pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO);
● Parâmetros químicos: nitrogênio total, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato,
fósforo total, fósforo solúvel, cloretos, fluoretos, sulfatos, sódio, potássio, cálcio,
magnésio, alumínio, ferro, cobre, zinco, chumbo, mercúrio;
● Parâmetros biológicos: coliformes totais, coliformes fecais, Escherichia coli,
enterococos, entre outros.

2. OBJETIVO
Dimensionar uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para o município de
Caetité – Bahia para os próximos 20 anos.

3. JUSTIFICATIVA
O presente documento de dimensionamento de uma estação de tratamento de
água para a cidade de Caetité, localizada no estado da Bahia, visa realizar um estudo
acerca do porte e dos aspectos necessários do município para a elaboração de um
projeto de uma estação de tratamento de água que abasteça de maneira efetiva o
município e atenda as necessidades sociais, econômicas, agropecuárias, ambientais e
culturais.

4. PARÂMETROS DE CÁLCULOS

4.1 DADOS GERAIS DO PROJETO

4.1.1 VAZÃO DE PROJETO

𝑄 = 𝑃 ×𝑞 ×𝐾 ×𝑐
1
Onde:
Q = Vazão de projeto;
P = População de projeto (calculada no item anterior);
q = Consumo per capita;
𝐾 = Coeficiente de consumo máximo diário da população;
1

c = Coeficiente relacionado a quantidade de água utilizada na ETA nos processos de


operação = 1,03.

4.2 MISTURA RÁPIDA DO TIPO CALHA PARSHALL


4.2.1 SELEÇÃO DA CALHA PARSHALL
4.2.2 ALTURA (PROFUNDIDADE DA LÂMINA)
𝑛
𝐻 = 𝑘×𝑄
0

4.2.3 LARGURA NA SEÇÃO DE MEDIDA


'
2
𝐷= 3
×(𝐷 − 𝑊) + 𝑊

Onde:
D’ = Largura na seção de
medida D = Dimensão
padronizada
W = Garganta (m)
4.2.4 VELOCIDADE NA SEÇÃO DE MEDIDA
𝑄
𝑉0 = 𝐷' ×𝐻
0

4.2.5 ENERGIA TOTAL DISPONÍVEL (Ea)


2
𝑉
𝐸 = 𝐻 + 0
+ 𝑁
𝑎 0 2𝑔

Onde:
N = Dimensão padronizada do medidor Parshall
g = Aceleração da gravidade = 9,81m/s²

4.2.6 ÂNGULO FICTÍCIO (φ)


cos 𝑐𝑜𝑠 φ = − 𝑔 ×𝑄

(
𝑊( 0,67×𝑔 × 𝐸
𝑎
1,5
)

)
4.2.7 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO (𝑉 )
1

φ 2×𝑔×𝐸 1/2
𝑉 = 2 𝑐𝑜𝑠 ×(
𝑎
)
1 3 3

4.2.8 ALTURA DE ÁGUA NO INÍCIO DO RESSALTO (𝑌 )


1
2
𝑉
𝑌 =𝐸 − 1
1 𝑎 2𝑔

4.2.9 NÚMERO DE FROUDE (Fr)


𝑉
1
𝐹𝑟 =
𝑔 × 𝑌1

4.2.10 ALTURA CONJUGADA DO RESSALTO (𝑌 ) E ALTURA DO RESSALTO


3
NO FINAL DO TRECHO (𝑌 )
2
𝑌 2 1/2
𝑌 =
1
𝖥⎢(1 + 8𝐹 ) − 1⎤⎥
3 2 ⎣ 𝑟 ⎦

- Altura do ressalto no final do trecho:


𝑌 = 𝑌 − (𝑁 − 𝐾)
2 3

4.2.11 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO NA SAÍDA DO TRECHO (𝑉 )


2

𝑄
𝑉2 = 𝑌 ×𝐶
2

Onde:
C = Dimensão padronizada para o medidor Parshall
4.2.12 PERDA DE CARGA (𝐸 )
𝑛

𝐸 =𝐻 + 𝑁 −𝑌
𝑛 0 3

Onde:
N = Dimensão padronizada para o medidor Parshall

4.2.13 TEMPO MÉDIO DE DETENÇÃO DE ÁGUA NO TRECHO OU TEMPO


MÉDIO DE MISTURA (𝑇 )
𝑚
𝐺
𝑇𝑚 = 𝑉 +𝑉
1 2
2

Onde:
G = Dimensão padronizada para o medidor Parshall

4.2.14 GRADIENTE DE VELOCIDADE MÉDIO (Gm)

γ × 𝐸𝑎
𝐺 =
𝑚 µ × 𝑇𝑚

4.3 DIMENSIONAMENTO DO CANAL DE ÁGUA COAGULADA


4.3.1 PROFUNDIDADE REAL DO CANAL DE ÁGUA COAGULADA

ℎ = ℎ+ 25

𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 100

Onde:
h = Profundidade da lâmina de água no canal
4.3.2 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
𝐴 ×𝑉 = 𝐴 ×𝑉
1 1 2 2

4.3.3 TEMPO DE DETENÇÃO NO INTERIOR DO CANAL DE ÁGUA


COAGULADA
𝑉
𝐵×ℎ×𝐿
𝑇 = 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
=
𝐷𝐻 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 𝑄 𝑄

Onde:
B = Largura do canal
L = Comprimento do
canal
4.3.4 RAIO HIDRÁULICO (𝑅 )
𝐻

𝑅 = 𝐵×ℎ
𝐻
(𝐵 + 2ℎ)

4.3.5 PERDA DE CARGA UNITÁRIA (j)


2
𝑗 = 𝖥⎢ 𝐴 × 𝑅 ⎥⎤
𝑄×𝑛

⎣ 𝐻 ⎦

Onde:
n = Coeficiente de rugosidade do concreto = 0,013
4.3.6 GRADIENTE DE VELOCIDADE
γ×𝑉×𝑗
𝐺 =
𝑚 µ

Onde:
γ = Peso específico
V = Velocidade
µ = Viscosidade absoluta

4.4 FLOCULADOR HIDRÁULICO DE CHICANAS DE FLUXO VERTICAL


4.4.1 DIMENSÕES DO FLOCULADOR
4.4.1.1 VOLUME TOTAL DO FLOCULADOR (Vt)
𝑉 = 𝑄×𝑇𝐷𝐻
𝑡

Onde:

TDH = Tempo de detenção hidráulico

- Determinação do período de detenção:

𝑉
𝑡
𝑉= 𝑛
𝑓

Onde:
nf = N° de floculadores

4.4.1.2 ÁREA SUPERFICIAL TOTAL DO FLOCULADOR


𝑉𝑡
𝐴 =
𝑡 𝐻

Onde:
H = Profundidade da água
- Área de cada floculado:

𝐴
𝑡
𝐴= 4

4.4.3 LARGURA E COMPRIMENTO


𝐴 = 𝐵×𝐿
4.4.2 TEMPO DE DETENÇÃO MÉDIO EM CADA UNIDADE
DE FLOCULAÇÃO
𝑇𝐷𝐻
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑇𝐷𝐻 = 𝑛
𝑓

Onde:
nf= Número de floculadores
4.4.3 DIMENSÕES EM CADA TRECHO
4.4.3.1 VOLUME

𝑉 𝑉
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑓𝑙𝑜𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟
= 𝑁°
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

4.4.3.2 ÁREA

𝐴 𝑉
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
𝐻
= 𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

4.4.3.3 COMPRIMENTO

𝐴
𝐿= 𝐵

4.4.3.4 TEMPO DE DETENÇÃO EM CADA TRECHO

𝑡 𝑇𝐷𝐻
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ
𝑜
= 𝑛
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

4.4.4 NÚMERO DE CANAIS OU ESPAÇAMENTO (n) EM CADA UNIDADE


DE FLOCULAÇÃO ENTRE CHICANAS

3 2
𝑛 = 0, 045 (
𝐵×𝐿×𝐺
𝑄 ) ×𝑡
Onde:
n = Número de canais ou espaçamento entre chicanas
H = Profundidade de água no canal (m)
L = Comprimento do trecho (m)
G = Gradiente de velocidade (s-
1
) Q = Vazão (m3/s)
t = Tempo de floculação (min)
B = Largura do canal (m) - B = 5m
4.4.5 NÚMERO DE DIVISÓRIAS (N)
𝑁 = 𝑛 − 1
4.4.6 ESPAÇAMENTO ENTRE AS CHICANAS (aL)
𝐿−𝑛 ×𝑒
𝑎𝐿 = 𝑁

Onde:
e = Espessura da divisória

4.4.7 VELOCIDADE MÉDIA DE ESCOAMENTO ENTRE AS CHICANAS (𝑉 )


𝑒1
E VELOCIDADE MÉDIA DE ESCOAMENTO DAS VOLTAS (𝑉 )
𝑒2

𝑉 𝑄
𝑒1
= 𝐵 × 𝑎
𝐿

𝑉 = 2
𝑉
𝑒2 3 𝑒1

4.4.8 EXTENSÃO MÉDIA PERCORRIDA PELA ÁGUA (Lt)

𝐿 = 𝑉 × 𝑡
𝑡 𝑒1

4.4.9 RAIO HIDRÁULICO


(RH)
𝑎 ×𝐵

(𝐿 )
𝐿
𝑅𝐻 = 2× 𝑎 +𝐵

4.4.10 PERDA DE CARGA POR MUDANÇA DE DIRECIONAMENTO (hp1),


PERDA DE CARGA POR ATRITO (hp2) E PERDA DE CARGA TOTAL (hpt)

𝑛×𝑉 2 2
+(𝑛−1)×𝑉
ℎ = 𝑒1 𝑒2

𝑝1 2
𝑔

- Perda de carga por atrito:

(𝑉 2
×𝑛 ) ×𝐿
𝑒1 𝑚 𝑡
ℎ𝑝2 = 4

𝑅𝐻 3

Onde:
nm = Número de Manning (0,013 para concreto e 0,011 para madeira)
- Perda de carga total:
ℎ =ℎ +ℎ
𝑝𝑡 𝑝1 𝑝2

4.4.11 GRADIENTE DE VELOCIDADE MÉDIO

γ×ℎ𝑝𝑡
𝐺 =
𝑚 µ×𝑡

Onde:
γ = Peso específico da água = 9779 N.m-3
µ = Viscosidade absoluta da água = 0,894x10-3 N.s.m-
2
t = Tempo de detenção para cada trecho

4.4.12 ALTURA DAS PASSAGENS INFERIORES (hif)


ℎ = 1, 5×𝑎
𝑖𝑓 𝐿

4.4.13 GRADIENTE DE VELOCIDADE NAS ABERTURAS DOS CANAIS (Gma)


𝑉 ×𝐷 𝑉 ×4×𝑅
𝑒2 ℎ 𝑒2 𝐻
𝑅𝑒 = µ = µ

64
𝑓= 𝑅
𝑒

- Determinação do gradiente de velocidade nas aberturas dos canais:


1

(
1 3
2
𝐺 = ( 2×µ×𝑔
γ
) × × (𝑉 ) 2
)
𝑚𝑎 4×𝑅 2 𝑒2
𝑓 𝐻

4.5 CANAL DE ÁGUA FLOCULADA


4.5.1 DIMENSÕES DO CANAL E DAS COMPORTAS
1ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 1
×𝐵
4 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟

2ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 3
×𝐵
4 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟

4.5.2 DIMENSÕES EM CADA COMPORTA

𝑄 𝑄
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
= 𝑛
𝑑𝑒𝑐
Onde:
ndec = Número de decantadores

4.5.3 VAZÃO EM CADA COMPORTA (qi)


𝑄
= 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
𝑞𝑖 2

4.5.4 ÁREA INICIAL (Ai) E ÁREA FINAL (Af) DO CANAL


𝑄
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
𝐴𝑖 = 𝑉
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

𝑄
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
𝐴𝑓 = 𝑉 ×𝑛
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

Onde:
Vcanal = Velocidade no canal
n = Número total de comportas por canal
4.5.8 MÉTODO DE HUDSON
4.5.8.1 VELOCIDADE LONGITUDINAL (VL)
𝑞
𝑖
𝑉𝐿 = 𝑛×𝐴
𝐶𝑂𝑀𝑃𝑂𝑅𝑇𝐴

4.5.8.2 VELOCIDADE A MONTANTE (Vm)


3
𝑉 0,090𝑚 /𝑠
𝑚 = 0,60𝑚²

Onde:
Qm = Vazão a montante de cada comporta

4.5.8.3 Bi

( )
𝑉
𝑚
𝐵 = [ɸ× + θ + 1]
𝑖 𝑉𝐿

4.5.8.4 PERDA DE CARGA (hf)


𝐵 ×𝑉
𝑖 𝐿
ℎ𝑓 = 2×𝑔

4.5.9 GRADIENTE DE VELOCIDADE ATRAVÉS DAS COMPORTAS (Gmc)


𝐺 1,5
𝑓
= 354 × 𝑉 ×
𝑚𝑐 𝐿 𝑅𝐻

Onde:
f = Perda de carga

1,325
𝑓= 𝖥𝑙𝑛( 𝑒 −0,9 ⎤
2

⎢ 3,7 × 𝐷 + 5,76 × 𝑅𝑒 )⎥
⎣ ⎦
𝐻

Onde:
𝑉 ×𝐷
𝑅𝑒 = 𝐿
θ
𝐻

Onde:
𝐷 = Diâmetro hidráulico
𝐻

𝐷 = 4 × 𝑅 𝐷
𝐻 𝐻 → 𝑅 = 𝐻
𝐻 4

4.6 DECANTADOR CONVENCIONAL DE FLUXO HORIZONTAL


4.6.1 DIMENSÕES DO DECANTADOR
4.6.1.1 ÁREA
𝑄
𝐴= 𝑇𝐴𝑆

Onde:
3
Q = Vazão (𝑚 /dia)
TAS = Taxa de aplicação
superficial

4.6.1.2 ÁREA DE CADA DECANTADOR


𝐴 𝐴
= 2
𝐷𝐸𝐶

𝐴 = 𝐵×𝐿

𝐴
𝐵 = 5

- Dessa forma:

𝐿 = 5×𝐵

- Recalculando a área:

𝐴 = 𝐵×𝐿
4.6.2 VAZÃO EM CADA DECANTADOR (QDEC)

𝑄 𝑄
𝐷𝐸𝐶 = 𝑛
𝐷𝐸𝐶

Onde:
ndec = Número de decantadores
4.6.3 TAXA DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL (q)
𝑄
𝑛

𝑞= 𝐴𝐷𝐸𝐶
𝐷𝐸𝐶

4.6.4 VELOCIDADE LONGITUDINAL (VL) E TEMPO DE DETENÇÃO


HIDRÁULICO (TDH)
𝑄
𝑉 = 𝐷𝐸𝐶
𝐿 𝐵×𝐻

- Tempo de detenção hidráulico:


𝑉 𝐴 ×𝐻
𝐷𝐸𝐶 𝐷𝐸𝐶
𝑇𝐷𝐻 = 𝑄 = 𝑄
𝐷𝐸𝐶 𝐷𝐸𝐶

Onde:
𝑉 = Volume do decantador
𝐷𝐸𝐶

4.6.5 RAIO HIDRÁULICO (𝑅 ), Nº DE REYNOLDS (Re) E Nº DE FROUDE (𝐹 )


𝐻 𝑅

- Raio hidráulico:
𝐵×𝐻
𝑅𝐻 = 𝐵+2×𝐻

- Número de Froude (Fr):


2
𝑉
𝐿
𝐹𝑟 = 𝑔×𝑅
𝐻

- Número de Reynolds:
𝑉 ×𝑅
𝑅 = 𝐿 𝐻

𝑒 µ

Onde:
−4 2
𝜇 = 1 × 10 𝑁. 𝑠/𝑚

4.6.6
DIMENSIONAMENTO DA CORTINA DE DISTRIBUIÇÃO
DE PASSAGEM DO SISTEMA DE FLOCULAÇÃO PARA O
DECANTADOR
4.6.6.1 ÁREA DOS ORIFÍCIOS
𝑄
𝐴 = 𝑉
𝐷𝐸𝐶
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂 𝑝

Onde:
𝑉 = Velocidade na passagem dos orifícios
𝑝

4.6.6.2 Nº DE ORIFÍCIOS (𝑁 )
𝑜

𝐴 = 𝑙×𝑙
𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

- Quantidade de
orifícios:
𝐴
𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠
𝑁𝑜 = 𝐴
𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

Onde:
l = Lado do furo
4.6.6.2 ÁREA INDIVIDUAL DE INFLUÊNCIA DE CADA ORIFÍCIO (𝐴 )
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹

𝐴 𝐵×𝐻
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹.
= 𝑁
𝑜

- Comprimento de influência:

𝐿 = 𝐴𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹.
𝐼𝑁𝐹.

Onde:
𝐿 = Comprimento de influência
𝐼𝑁𝐹.

4.6.6.3 Nº DE FILEIRAS HORIZONTAIS E VERTICAIS


- Número de fileiras horizontais:
𝐵
𝑁 =
𝐹𝐼𝐿.𝐻𝑂𝑅. 𝐿

- Número de fileiras
verticais: 𝐻
𝑁 =
𝐹𝐼𝐿.𝑉𝐸𝑅. 𝐿

4.6.6.4 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO NOS ORIFÍCIOS


𝐴 = 𝑁 × 𝐴
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆 𝑜 𝐼𝑁𝐷𝐼𝑉𝐼𝐷𝑈𝐴𝐿
𝑄
𝑉 = 𝐴
𝐷𝐸𝐶
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆 𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆

4.6.6.5 ESPAÇAMENTO ENTRE OS ORIFÍCIOS


𝐸𝑠𝑝 𝐻
𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙
= 𝑛◦ 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑖𝑠

𝐸𝑠𝑝 𝐵
ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙
= 𝑛◦ 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠
4.6.6.6 DISTÂNCIA DA CORTINA À COMPORTA DE ENTRADA (DC)
𝐴
𝐷 = 1, 5 × 𝐻 × 𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂
𝐴
𝐶 𝑇

Onde:
𝐴 = Área transversal do decantador → 𝐴 = B x H
𝑇 𝑇

4.6.6.7 DIÂMETRO HIDRÁULICO (DH)


- Raio hidráulico:
𝐵×𝐻
𝑅𝐻 = 2 × ( 𝐵 + 𝐻)

- Diâmetro hidráulico:
𝐷 = 4×𝑅
𝐻 𝐻

- Número de Reynolds:
𝑉 ×𝐷
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂 𝐻
𝑅𝑒 = 𝑣

4.6.6.8 FATOR DE
ATRITO
0,25
𝑓= [𝑙𝑜𝑔 ( ε 5,74
+ 𝑅 0,9 )]²
𝐻
𝑒
3,7𝐷

Onde:
ε = Rugosidade absoluta

4.6.6.9 PERDA DE CARGA


2
𝑓×𝑉
𝐽= 𝐷 ×2𝑔
𝐻

4.6.6.10 GRADIENTE DE VELOCIDADE (G)

γ×𝑉×𝐽
𝐺= µ

4.6.7 TEMPO DE DESCARGA DE FUNDO (Td)


2×𝐴 0,5
×𝐻
𝐷𝐸𝐶
𝑇𝑑 = 𝐶 ×𝐴 ×(2𝑔)
0,5
𝑑 0

- Sendo que:
2
𝐴 = π×𝐷
0 4

Onde:
Cd = Coeficiente de descarga

4.6.8 CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DECANTADA


4.6.8.1 VAZÃO NAS CALHAS DE COLETA DE ÁGUA
𝑞 ≤0, 018×𝐻×𝑞
𝑙

Onde:
ql = Vazão linear nas calhas de coleta de água decantada
4.6.8.2 COMPRIMENTO DA CALHA (Lcalha)
𝐿 =𝐿 + 0, 2𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒𝑐 𝑑𝑒𝑐

Onde:
Ldec = Comprimento do decantador

4.6.8.3 COMPRIMENTO DO VERTEDOR (LV)


𝑄
𝐷𝐸𝐶
𝐿𝑉 = 𝑞
𝑙

4.6.8.4 NÚMERO DE CALHAS

𝑁 𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 𝑉
2×𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

- Recalculando o comprimento do vertedor e a vazão na calha:


𝐿 =𝑁 ×2×𝐿
𝑉 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

- A vazão será:
𝑄
𝐷𝐸𝐶
𝑞𝑙 = 𝐿
𝑉

4.6.8.5 ALTURA DA LÂMINA DE ÁGUA (h)


1,5
𝑄 = 1, 38×𝑏×ℎ 𝑄
𝑑𝑒𝑐
= 𝑁
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

4.6.8.6 ESPAÇAMENTO ENTRE AS CALHAS

𝐸 𝐵
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
= 𝑁
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

4.6.9 CANAL DE ÁGUA DECANTADA


𝑏 (
4.6.9.1 PROFUNDIDADE REAL DO CANAL DE ÁGUA DECANTADA
)
ℎ = ℎ + 0, 25ℎ
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

4.6.9.2 VELOCIDADE NO INTERIOR DO CANAL


𝑄 =𝑄
1 2

𝐴 ×𝑉 =𝐴 ×𝑉
1 1 2 2

4.6.9.3 TEMPO DE DETENÇÃO NO INTERIOR DO CANAL DE ÁGUA


DECANTADA (TDHcanal)
𝑉
𝑇𝐷𝐻 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 𝐵×ℎ×𝑙
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
= 𝑄
= 𝑄

4.6.9.4 RAIO HIDRÁULICO

𝐵×ℎ
𝑅𝐻 = 𝐵+(2×ℎ)

4.6.9.5 PERDA DE CARGA UNITÁRIA


2
3
𝑄×𝑛 2
𝐽 =[ (𝐵×𝐻)×𝑅 3]
𝐻

4.6.9.6 GRADIENTE DE VELOCIDADE

γ×𝑉×𝐽
𝐺 =
𝑚 µ

4.7 FILTRO RÁPIDO DE ESCOAMENTO DESCENDENTE DE CAMADA


DUPLA
4.7.1 ÁREA TOTAL DE FILTRAÇÃO (Atf)
𝑄
𝐴 = 𝑇
𝑇𝑓 𝑓

Onde:
Tf = Taxa de filtração

4.7.2 NÚMERO DE UNIDADES DE FILTRAÇÃO E ÁREA DE CADA UNIDADE


𝐴
𝑇𝑓
𝐴𝑓 = 𝑁°
𝑓

- Comprimento da unidade é determinado por:


𝐴𝑓
𝐴 = 𝐵×𝐿→ 𝐿 =
𝑓 𝐵

4.7.3 VAZÃO AFLUENTE EM CADA UNIDADE DE FILTRAÇÃO


𝑄
𝑡
𝑄= 𝑁
𝑓
4.7.4 FUNDO DE FILTROS
4.7.5 DIMENSÕES DO FILTRO EM CORTE
4.7.5.1 ALTURA DO LEITO FILTRANTE
𝐻 =𝐻 +𝐻 +𝐻
𝑙𝑓 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

4.7.5.2 ALTURA TOTAL


𝐻 =𝐻 +𝐻 +𝐻
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑙𝑓 𝑠𝑙𝑓 𝑎

Onde:
Hslf = Altura de água sobre o leito filtrante
Ha = Altura adicional
4.7.6 ESPECIFICAÇÕES DA CAMADA DE AREIA, ANTRACITO E DA
CAMADA SUPORTE
4.7.6.1AREIA
4.7.6.2 ANTRACITO
4.7.6.3 CAMADA SUPORTE (VIGAS CALIFORNIANAS)
4.7.7 EXPANSÃO DO LEITO FILTRANTE
Antes de calcular a expansão, outros parâmetros são necessários:
4.7.7.1 N° DE GALILEU (𝐺 )
𝑎
3
𝑔 ×(ρ − 1) × 𝑑
𝑠
𝐺 = 2
𝑎 𝑣

Onde:
g = Gravidade
𝜌𝑠 = Densidade da partícula do leito filtrante
d = Diâmetro da peneira que deixa passar 60% dos grãos do leito filtrante
v = Viscosidade cinemática da água

4.7.7.2 N° DE REYNOLDS (𝑅 )
𝑒
𝑚
𝑅 = α × 𝐺
𝑒 𝑎

4.7.7.3 VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO (Vs) E DA CONSTANTE (K)


𝑣×𝑅
𝑒
𝑉𝑠 = 𝑑
60

θ
𝐾 = β × 𝑅
𝑒

4.7.7.4 POROSIDADE EXPANDIDA (𝜺𝒆)


𝑣 𝐾
ε = ( )
𝑒 𝑉𝑠

4.7.7.5 EXPANSÃO DO LEITO FILTRANTE (𝐸 )


𝑥

𝐸 = 1−ε
𝑥 0
1−ε
𝑒

Onde:

ε = Porosidade inicial do leito filtrante


0

4.7.8 LAVAGEM DOS FILTROS

4.7.8.1 VAZÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM (𝑄 )


𝑙

𝑄 = 𝑉 × 𝐴
𝑙 𝑎 𝑓

Onde:
𝑉 = Velocidade ascensional
𝑎

4.7.8.2 VOLUME DA ÁGUA DE LAVAGEM DO FILTRO


𝑉 = 𝑄 × 𝑇
𝑙𝑓 𝑙 𝑙

Onde:

𝑇 = Tempo mínimo de lavagem dos filtros


𝑙

- Volume suficiente para proceder a lavagem de, pelo menos, dois filtros:

𝑉 =2 × 𝑉
𝑅 𝑙𝑓

4.7.8.3 TUBULAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM (ɸ)

2 4 × 𝑄𝑙
𝑄 = 𝑉 × π ×Φ
4 →Φ = π×𝑉
Onde:

V = Velocidade da água

4.7.8.4 CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DE LAVAGEM

4.7.8.4.1 ALTURA DA CALHA (HC)

𝐻 = 𝐻 × ε +𝐻
𝑐 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑥 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

4.7.8.4.2 VAZÃO EM CADA CALHA (Qcalha)

𝑄 = 𝑄
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑙
𝑛° 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

- Admitindo que a calha tenha a secção transversal retangular com descarga livre:
1,5 𝑄
𝐶 1,5
𝑄 = 1, 38 × 𝐵 × ℎ → ℎ( )
𝑐 𝑐 𝑐 1,38×𝐵𝐶
𝑐

Onde:
BC = Altura da calha (0,40m).
4.7.9 BOMBAS DE RECALQUE PARA O RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE
LAVAGEM DOS FILTROS
4.7.10 EQUIPAMENTO DE CONTROLE DOS FILTROS
4.7.10.1 COEFICIENTE DE DESCARGA
0,072
𝐶𝑑 = 0, 611×( γ+15×𝐵
γ−𝐵 )

Onde:
γ = Altura de água acima do fundo da comporta
B = Altura da comporta (0,5m)

4.7.10.2 VAZÃO UNITÁRIA (q)


0,5
𝑞 = 𝐶𝑑×𝐵×(2×𝑔×γ)
4.7.10.3 LARGURA DA COMPORTA (LC)
𝑄
𝑢𝑛𝑖𝑑
𝐿𝐶 = 𝑞

4.7.11 PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE LAVAGEM DOS FILTROS


4.7.11.1 PERDA DE CARGA CONTÍNUA (Hfcont)
1,85
10,65×𝑄 ×𝐿
𝐻𝑓 = 𝐽×𝐿 = 𝐶
1,85
×𝐷
4,87
𝑐𝑜𝑛𝑡

Onde:
J = Perda de carga unitária
C = Coeficiente de Hazen-Williams (90 para aço
soldado) D = Diâmetro da tubulação
L = Distância do filtro mais distante
4.7.11.2 PERDA DE CARGA SINGULAR (Hfsing)
1,85
10,65×𝑄 ×𝐿
𝑒𝑞
𝐻𝑓 = 1,85 4,87
𝑠𝑖𝑛𝑔 𝐶 ×𝐷

4.7.11.3 PERDA DE CARGA TOTAL (Hftubulação)


𝐻 =𝐻 +𝐻
𝑓 𝑓 𝑓
𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã 𝑐𝑜𝑛 𝑠𝑖𝑛𝑔
𝑜 𝑡

4.7.12 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA SUPORTE (Hfsuporte)


𝑉 ×𝐻
𝐻 = 𝑎 𝑝
𝑓 3
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

Onde:
Va = Velocidade ascensional
Hp = Altura da camada de pedregulho
4.7.13 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA DE AREIA (Hfareia)
𝐻 = 0, 9×𝑙
𝑓
𝑎𝑟𝑒𝑖
𝑎

Onde:
l = Altura da camada de areia

4.7.14 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA DE ANTRACITO (Hfantracito)


ΔH = K * L * Q^1.85
Onde:
l = Altura da camada de areia
K = Coeficiente de perda de carga
Onde, adotamos o valor de K como 1.
4.7.15 DIFERENÇA DE COTA DAS CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DE
LAVAGEM DOS FILTROS AO FUNDO DO RESERVATÓRIO (ΔH)
∆𝐻 = 𝐻 +𝐻 +𝐻 + 𝐻𝑓 + 𝐻𝑓 +
𝑓 𝑓 𝑓 𝑓
𝑐𝑜𝑛
𝑡 𝑠𝑖𝑛
𝑔
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡
𝑒
𝑎𝑟𝑒𝑖
𝑎
𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡
𝑜 𝐻 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜

Onde:
Hffundo = Perda de carga no fundo do filtro.
4.7.16 ALTURA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA PARA LAVAGEM
4.7.17 POTÊNCIA DA BOMBA (PB)
γ×𝑄×𝐻
𝑚𝑎𝑛
𝑃𝐵 = 75η
𝐵

Onde:
γ = Peso específico da água
𝐻 = Altura manométrica
𝑚𝑎𝑛

η = Rendimento da bomba
𝐵

4.8 CANAL DE ÁGUA FILTRADA


4.9 DESINFECÇÃO
4.9.1 DIMENSÕES DO TANQUE DE CONTATO
4.9.1.1 VOLUME
𝑉 = 𝑄 × 𝑇
𝑐

4.9.1.2 ÁREA

𝑉
𝐴 = 𝐻

- Admitindo-se uma relação entre comprimento e a largura como sendo L/B = 3,5,
temos que:
𝐴 = 𝐵 × 𝐿
𝐴
𝐵 = 3,5

- Assim, o comprimento
será:
𝐿 = 3, 5 × 𝐵
4.9.2 VERIFICAÇÃO DAS VELOCIDADES DE PASSAGENS
𝑄
𝑉 = 𝐴
𝑠𝑒çã𝑜
4.9.3 CONSUMO DE CLORO DIÁRIO
𝑀= 𝑄 × 𝐶
𝑑 𝑐𝑙

- Para a dosagem mínima:


3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 001𝑘𝑔/𝑚³
- Para a dosagem média:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 003𝑘𝑔/𝑚³
- Para a dosagem máxima:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 005𝑘𝑔/𝑚³
Onde:
M = Massa de cloro
Qd = Vazão diária
CCl = Concentração de cloro

4.9.4 SISTEMA DE RESERVAÇÃO DE CLORO


𝑀 = 𝑀 × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

4.9.5 CASA DE QUÍMICA


4.9.5.1 CONSUMO DIÁRIO DE SULFATO DE ALUMINIO
𝑀 = 𝑄 × 𝐶
𝑑 𝐴𝑙 (𝑆𝑂 )
2 4 3

Onde:
M = massa de Sulfato de Alumínio
Qd = Vazão diária
C = Concentração de Sulfato de Alumínio

- Para a dosagem mínima:


3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 02𝑘𝑔/𝑚³
- Para a dosagem média:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 04𝑘𝑔/𝑚³
- Para a dosagem máxima:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 06𝑘𝑔/𝑚³

- Volume útil mínimo total:


𝑀 = 𝑀 × 0, 5 𝑑𝑖𝑎
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

4.9.6 TANQUE PARA SOLUÇÃO DE SULFATO DE ALUMÍNIO


4.9.6.1 VOLUME
𝑀
𝐶 = 𝑀
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜

𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

- Volume do tanque:
𝑀
𝑉 = ρ
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜

4.9.6.2 SISTEMA DE
RESERVAÇÃO
- Massa de sulfato de alumínio para um período de 15 dias:
𝑀 = 𝑀 × 15 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

- Considerando o sulfato de Alumínio com concentração de 5% em peso, tem-se


para 15 dias uma massa de:
𝑀
𝐶= 𝑀
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜

𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

- Volume de sulfato de alumínio para 15 dias será:

𝑉= 𝑀
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
ρ
𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Conforme Tsutiya (2006), o sistema de abastecimento de água tem como


objetivo primordial fornecer aos usuários água de qualidade satisfatória em quantidade
e pressão suficientes. Segundo Azevedo Netto et al. (1998), os valores mais comuns
de
𝐾 e 𝐾 em projetos de sistemas públicos de abastecimento de água são 𝐾 variando de
1 2 1

1,1 a 1,4 e K_2 de 1,5 a 2,3. Para este projeto, foi adotado o valor de 𝐾 igual a 1,2 e o
1

número de habitantes escolhido foi de 62.498.


Para elaborar um projeto detalhado de um sistema de abastecimento de água, é
fundamental compreender as dimensões dos diferentes componentes para determinar a
vazão necessária. Esse cálculo de vazão, por sua vez, implica conhecer as necessidades
de água do município em função do número de habitantes a serem atendidos e da
quantidade de água necessária por pessoa. Contudo, os valores de consumo de água
utilizados em alguns projetos são excessivamente generalistas e não levam em conta a
influência de diversos fatores como clima, temperatura, aspectos socioeconômicos, taxa
de ocupação e preço da água, devido à falta de informações precisas. Ademais, a norma
brasileira NBR 12211 (ABNT, 1990) não define nenhum valor específico a ser adotado,
pois, como Oliveira e Lucas Filho (2004) afirmam, há dificuldades em relação à
caracterização precisa dos dados do consumo de água. Conforme a Organização das
Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês (cerca
de 110 litros por dia para satisfazer as necessidades de consumo e higiene). No entanto,
no Brasil, o consumo por pessoa pode atingir mais de 200 litros/dia (SABESP). Dessa
forma, para este projeto, escolheu-se um valor de consumo de 200 litros por habitante
por dia.
Diante dos dados supracitados é possível calcular a vazão de projeto da Estação de
Tratamento de Água:

5. MEMORIAL DESCRITIVO

4.1 Caracterização do Município

Figura 1 – Município de Caetité - Bahia

Fonte: Google, 2023


O município de Caetité faz parte do Território de Identidade Sertão
Produtivo e dista de Salvador a aproximadamente 757 km. Limita-se, ao norte,
com Tanque Novo e Paramirim; ao sul, com Ibiassucê, Pindaí e Licínio de
Almeida; a leste, com Livramento de Nossa Senhora e Lagoa Real; e a oeste,
com Guanambi.

5.1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS

Caetité, localizada no Alto Sertão da Bahia, foi um dos primeiros


assentamentos da região. A hipótese mais aceite sobre as suas origens é a de
ter sido um dos primeiros núcleos de povoamento da região e ter servido de
posto missionário já no século XVII. As terras dessa região pertenciam ao
Senhor da Casa da Torre, cujo fundador foi o mestre-de-campo Antônio
Guedes de Brito, e eram utilizadas para a criação de gado (IBGE, 2010).
Devido às condições climáticas favoráveis, como o abastecimento
abundante de água, o povoado ganhou importância com a chegada e
assentamento de inúmeras famílias. Tornou-se importante ponto de descanso e
hospedagem de viajantes e tropeiros que passavam pela região (IBGE, 2010).
Naquela época, o povoado incluía fazendas de gado, engenhos de
açúcar, uma aristocracia de riqueza, cultura e civilidade que o diferenciava dos
demais povoados da região. Outra característica distintiva era a sua
religiosidade. Na primeira metade do século XVIII, as famílias do Arraiá
construíram uma capela dedicada à Senhora Sant'Ana e doaram um
terreno para a nova paróquia, que foi separada da Matriz de Nossa Senhora do
Rio de Contas em 1754.
No início do século XVIII, depois de enfrentar forte oposição de Rio de
Contas, a freguesia de Caetité já se organizava para comprar o título de vila da
Coroa. O Arraial foi elevado à categoria de vila em 5 de abril de 1810.
5.1.2 ASPECTOS GEOGRÁFICOS

5.1.2.1 Clima

A cidade de Caetité está localizada na região conhecida como Alto Sertão da


Bahia e sua configuração é resultado da interação dos fatores naturais. As condições
fisiográficas são evidenciadas pelo relevo, clima semiárido e presença predominante
do ecótono entre caatinga e cerrado, embora haja uma grande diversidade de
manchas de floresta estacional decidual, floresta estacional semidecidual, áreas de
contato entre caatinga e floresta estacional, capões, áreas de coco vassoura, entre
outras.
De acordo com a classificação de Köppen, pode-se observar que dentro da
área urbana de Caetité há predominância de dois tipos de clima: o clima tropical de
altitude e o clima tropical chuvas de floresta. Apesar de possuir características
singulares como neblina e temperaturas mais frias durante os meses de junho e
julho, ambas são classificadas como sub úmidos, com precipitação anual não
ultrapassando 1000 mm.
Segundo Cardoso (2018) nos últimos anos a média histórica de precipitação
tem caído, mas com chuvas concentradas em altos picos chuvosos nos meses de
novembro a março causando danos ambientais nas margens dos diversos canais de
drenagem que compõem a malha hidrográfica do Alto Rio São João no perímetro
urbano de Caetité. Ainda segundo o autor, durante os meses de fevereiro a outubro,
tem-se um elevado déficit hídrico (a evapotranspiração é superior a precipitação)
quando se percebe que indiretamente outros fatores estão aliados nesse processo de
perda d’água.

5.1.2.2 Solo e Relevo

Os solos no trecho da área urbana de Caetité, e pode-se perceber a presença


de latossolos em diversos tons, indo do vermelho escuro ao amarelo claro, argissolos
e os neossolos quartzarênicos que ocupam as encostas do trecho urbano de Caetité.
Os latossolos tem boa aptidão para agropecuária, isso influenciou no passado a
economia de Caetité. Os mesmos hoje são vulneráveis pelo processo de urbanização.
5.1.2.3 Vegetação

A cobertura vegetal do município de Caetité é de caatinga e cerrado mas ao


longo de sua extensão, encontram-se ilhas de mata com características de floresta
tropical chamadas de capões. Caetité tem um ecossistema com grande diversidade de
espécies vegetais, como manchas de floresta estacional decidual, floresta estacional
semidecidual, contato caatinga-floresta estacional, capões, áreas de Palmeira “coco
de vassoura”.

5.1.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

De acordo os dados fornecidos no site da prefeitura do município de Caetité,


o município se estende por 2.442,9 km² e contava com 47.515 habitantes no último
censo (2010). A densidade demográfica é de 19,45 habitantes por km² no território
do município, segundo o último censo (2010).

5.1.3 ASPECTOS ECONÔMICOS

O PIB da cidade é de cerca de R $916,3 milhões de reais, sendo que 42,2%


do valor adicionado advém da indústria, na sequência aparecem as participações dos
serviços (31,5%), da administração pública (23,6%) e da agropecuária (2,8%). Com
esta estrutura, o PIB per capita de Caetité é de R $17,9 mil, valor inferior à média do
estado (R $20,4 mil), mas superior à região de Guanambi (R $11,7 mil).
O município tem a sua economia impulsionada pela pecuária, destaca-se com
um rebanho bovino com mais de 32.000 cabeças. Na mineração, conta com ricas
jazidas de urânio, ametista, manganês e ferro (esta descoberta no começo do século
XXI). Na indústria, possui importantes manufaturas têxteis e é polo regional na
cerâmica. E ainda conta com um parque eólico que teve inicio em 2002
(PREFEITURA DE CAETITÉ).

Além disso, segundo dados do IBGE, o Índice de Desenvolvimento Humano


Municipal (IDHM) foi de 0,625 em 2010; e o PIB per capita em 2020 foi de R$ 17.
938,03.
5.1.4 ASPECTOS EDUCACIONAIS

De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a


maioria dos alunos tem um aprendizado adequado, já que no geral, o município
atingiu a meta nacional. A taxa de escolarização de Caetité, considerada a faixa
etária de 6 a 14 anos, é de 98,3% (IBGE, 2010). O município possui 44 escolas
vinculadas ao ensino fundamental e 6 voltadas para o nível médio. São 7.308
estudantes matriculados no ensino fundamental e 2.080 no ensino médio. Já o
número de professores é de 456 no ensino fundamental e 173 no médio.
Ainda podemos destacar a implantação da Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), que conta com seis cursos de licenciatura (Letras, História, Geografia,
Letras com Inglês, Matemática e Biologia), dois cursos de pós-graduação latu sensu
e em processo de criação do curso de mestrado, os quais promovem a qualificação
profissional na cidade e nos municípios de influência do Departamento de Ciências
Humanas, Campus VI – UNEB.

5.1.5 ASPECTOS CULTURAIS

A cidade de Caetité é famosa por suas diversas manifestações culturais,


incluindo festividades populares como o Carnaval da Diversidade e a Lavagem da
Esquina do Padre, que traz muita arte, cultura e diversão para a cidade. O Encontro
de Terno de Reis é outro importante evento que celebra a tradição do reisado na
região, reunindo reiseiros de Caetité e municípios vizinhos.
A Festa de 2 de Julho é uma lembrança histórica que celebra a separação
definitiva do Brasil em relação a Portugal e a expulsão dos lusitanos das terras
brasileiras. Mais de 30 grupos de montaria e sete cidades da região participaram do
desfile cívico que marca essa data.
A Festa de Senhora Santana é uma celebração religiosa que também traz
muita diversão e movimentação turística para a cidade. Durante nove dias, a
comunidade católica realizou diversas atividades em homenagem à padroeira do
município.
A Casa de Anísio Teixeira é um centro de memória, espaço cultural e museu
que contribui grandemente para a história da cidade de Caetité. A casa foi tombada
como patrimônio histórico em 1981 e mantém atividades regulares, como cinema,
biblioteca, biblioteca móvel e salas de cultura digital, que ajudam a promover a
memória cultural da cidade.
Além disso, a cidade possui uma riqueza natural significativa, incluindo o
sítio arqueológico da Moita dos Porcos, onde foram encontradas inscrições rupestres
que datam de mais de 6 mil anos, remontando à ocupação indígena do território.

6. ESTUDO DOS MANANCIAIS DO MUNICÍPIO

Sua caracterização hidrográfica é marcada pela presença de rios, riachos e barragens,


embora a região apresente características de semiárido, com rios sazonais e cursos d'água
intermitentes.

Rio das Contas é o principal rio que passa pelo município de Caetité. Ele nasce na
Chapada Diamantina e percorre cerca de 850 km até desaguar no Oceano Atlântico. O mesmo
tem um papel importante na economia local, sendo utilizado para abastecimento de água,
irrigação e atividades de lazer. Além do Rio das Contas, Caetité é cortada por diversos
riachos, que são afluentes desse rio. Esses riachos são de pequeno porte e geralmente têm seu
volume de água reduzido durante a estação seca, característica típica do clima semiárido da
região.

O município também conta com algumas barragens. A maior barragem em Caetité é a


Barragem do Zabumbão, que foi construída no Rio do Antônio, e tem capacidade de
armazenamento de 380 milhões de metros cúbicos de água. A Barragem do Prata é uma
barragem menor, com capacidade de armazenamento de 8 milhões de metros cúbicos. A
Barragem do Poço do Magro que é uma das principais, sendo utilizada para abastecimento de
água para a população local e para a criação de peixes. Outras barragens menores também
estão presentes na região, sendo utilizadas principalmente para irrigação de culturas agrícolas.

A escassez de água é um desafio significativo enfrentado pela população de Caetité,


sendo uma região caracterizada por longos períodos de estiagem, com chuvas irregulares e de
baixa intensidade, o que pode comprometer a disponibilidade de água para diversos usos, tais
como consumo humano, agricultura, pecuária e atividades econômicas em geral.
Quadro 01 – Aspectos hidrográficos de Caetité

BACIA HIDROGRÁFICA Rio São Francisco


SUB BACIA Rio de Contas
SUB BACIA Rio das Velhas
SUB BACIA Rio Corrente
SUB BACIA Rio Grande
PRINCIPAIS RIOS Rio de Contas e o Rio Prado
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO Barragem do Zabumbão
ÍNDICE DE SEGURANÇA HÍDRICA Média
Fonte: Autoria Própria, 2023.

Segundo o relatório de qualidade de águas superficiais do Brasil, apresentado pela


Agência Nacional de Águas (ANA) em 2020, a qualidade da água do Rio de Contas na Bahia
apresentou níveis satisfatórios de oxigênio dissolvido, turbidez, pH e demanda bioquímica de
oxigênio (DBO). Porém, em alguns pontos foram identificados coliformes fecais acima do
permitido. Esses coliformes podem indicar contaminação por esgoto doméstico ou outras
fontes de poluição da água.

7. ESTUDO POPULACIONAL E DEMANDAS


Considerando as populações dos últimos Censos do IBGE e as demandas do
município, é possível fazer uma projeção populacional para a cidade de Caetité - BA:
● 1991 – 40.380 habitantes
● 2000 – 45.090 habitantes
● 2010 – 47.415 habitantes
De acordo com as informações acima, utiliza-se a seguinte nomenclatura:
● t0 = 1991 P0 = 40.380
● t1 = 2000 P1 = 45.090
● t2 = 2010 P2 = 47.415
a) Projeção aritmética
𝑃 −𝑃
𝐾𝑎 = 2
𝑡 −𝑡
0

2 0

47415−40380
𝐾𝑎 = 2010−1991

7.035
𝐾𝑎 = 19

𝐾 = 370, 26
𝑎

A população final é dada


por:

𝑡 ( 0
𝑃 =𝑃 +𝐾 𝑡 −𝑡
0 𝑎
)
𝑃 = 40380 + 370. 26(2043 − 1991)
𝑡

𝑃 = 59. 633 ℎ𝑎𝑏


𝑡

b) Projeção
geométrica

𝐾 = ln𝑙𝑛 𝑃 −ln𝑙𝑛 𝑃
2 0
𝑔 𝑡 −𝑡
2 0

10,76−10,60
𝐾𝑔 = 2010−1991

𝐾 = 0, 0084
𝑔

A população final é dada


por:
𝐾 (𝑡−𝑡 )
𝑃=𝑃 𝑔 0
𝑡 0 ×𝑒
0,0084(2043−1991)
𝑃 = 40. 380×𝑒
𝑡

𝑃 = 62. 498 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠


𝑡

Considerando as características do município acima descritas, bem como sua


tendência de crescimento, a população de projeto considerada será de 62.498 habitantes,
calculada utilizando a metodologia “Projeção Geométrica”.
8. DEFINIÇÃO DA TECNOLOGIA DE TRATAMENTO DE ÁGUA

A NBR 12216/1992 estabelece critérios para a seleção do processo de


tratamento de água a ser utilizado em sistemas de abastecimento público. De acordo
com a norma, os principais critérios a serem considerados na escolha do processo de
tratamento são:

● Características da água a ser tratada, como o teor de turbidez, cor, odor, sabor,
pH, alcalinidade, dureza e presença de substâncias químicas e microrganismos.
● Qualidade da água requerida para o consumo humano, considerando os
padrões estabelecidos pela legislação.

● Eficiência do processo de tratamento em relação à remoção de impurezas


presentes na água, especialmente microrganismos patogênicos.
● Disponibilidade de matérias-primas e insumos necessários para o tratamento.
● Disponibilidade de energia e recursos financeiros para a implantação e
operação do sistema de tratamento.
● Viabilidade técnica e ambiental do processo de tratamento, considerando a
possibilidade de geração de resíduos e impactos ambientais.

A norma recomenda que a seleção do processo de tratamento seja baseada em uma


avaliação integrada desses critérios, de modo a garantir a eficiência do tratamento e a
qualidade da água produzida

9. DEFINIÇÃO DA ÁREA DE INSTALAÇÃO DA ETA


Em relação à área necessária para a implementação dessas estações, a norma
estabelece que o projeto deve levar em consideração os seguintes aspectos:

● Área total: a área total da estação de tratamento deve ser suficiente para acomodar
todas as instalações necessárias, como unidades de tratamento, reservatórios, bombas,
equipamentos de controle e laboratórios.
● Área de proteção: a estação de tratamento deve estar localizada em uma área de
proteção ambiental, de acordo com a legislação vigente, a fim de garantir a proteção
dos mananciais de abastecimento.
● Área de influência: a área de influência da estação de tratamento deve ser definida de
acordo com as características do manancial e as necessidades de abastecimento da
população.
● Área de segurança: a estação de tratamento deve estar cercada por uma área de
segurança, que deve ser mantida livre de ocupação e de atividades que possam
prejudicar a qualidade da água tratada.
● Área de reserva: uma área de reserva deve ser prevista no projeto da estação de
tratamento, para acomodar futuras expansões ou modificações na estação.

Figura 2 – Instalação de Estação de Tratamento de Água (ETA)

Fonte: Google Earth, 2023

10. MEMORIAL DE CÁLCULOS (dimensionamento da ETA)


10.1 VAZÃO DE PROJETO
Conforme Tsutiya (2006), o sistema de abastecimento de água tem como objetivo
primordial fornecer aos usuários água de qualidade satisfatória em quantidade e
pressão
suficientes. Segundo Azevedo Netto et al. (1998), os valores mais comuns de 𝐾 e 𝐾
1 2

em projetos de sistemas públicos de abastecimento de água são 𝐾 variando de 1,1 a 1,4


1

e K_2 de 1,5 a 2,3. Para este projeto, foi adotado o valor de 𝐾 igual a 1,2 e o número de
1

habitantes escolhido foi de 62.498.


Para elaborar um projeto detalhado de um sistema de abastecimento de água, é
fundamental compreender as dimensões dos diferentes componentes para determinar a
vazão necessária. Esse cálculo de vazão, por sua vez, implica conhecer as necessidades
de água do município em função do número de habitantes a serem atendidos e da
quantidade de água necessária por pessoa. Contudo, os valores de consumo de água
utilizados em alguns projetos são excessivamente generalistas e não levam em conta a
influência de diversos fatores como clima, temperatura, aspectos socioeconômicos, taxa
de ocupação e preço da água, devido à falta de informações precisas. Ademais, a norma
brasileira NBR 12211 (ABNT, 1990) não define nenhum valor específico a ser adotado,
pois, como Oliveira e Lucas Filho (2004) afirmam, há dificuldades em relação à
caracterização precisa dos dados do consumo de água. Conforme a Organização das
Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês (cerca
de 110 litros por dia para satisfazer as necessidades de consumo e higiene). No entanto,
no Brasil, o consumo por pessoa pode atingir mais de 200 litros/dia (SABESP). Dessa
forma, para este projeto, escolheu-se um valor de consumo de 200 litros por habitante
por dia.
Diante dos dados supracitados é possível calcular a vazão de projeto da Estação de
Tratamento de Água:

𝑄 = 𝑃 ×𝑞 ×𝐾 ×𝑐
1

𝑄 = 62. 498 ℎ𝑎𝑏 × 200 𝐿

ℎ𝑎𝑏.𝑑𝑖𝑎
× 1, 2 × 1, 03

𝑄 = 15. 449. 505, 6 𝑑𝑖𝑎𝐿


3

𝑜𝑢 𝑄 = 15. 449, 50 𝑑𝑖𝑎


𝑚
𝑜𝑢 𝑄 = 15. 449, 50 3 𝑚 × 1 𝑑𝑖𝑎
× 1ℎ
× 1𝑚𝑖𝑛
𝑑𝑖𝑎 24 ℎ 60𝑚𝑖𝑛 60𝑠𝑒𝑔

𝑚3
𝑄 = 0, 179 = 179 𝐿
𝑠𝑒𝑔 𝑠𝑒𝑔

Onde:
Q = Vazão de projeto;
P = População de projeto (calculada no item anterior);
q = Consumo per capita;
𝐾 = Coeficiente de consumo máximo diário da população;
1

c = Coeficiente relacionado a quantidade de água utilizada na ETA nos processos de


operação = 1,03.
10.2 MISTURA RÁPIDA DO TIPO CALHA PARSHALL
10.2.1 SELEÇÃO DA CALHA PARSHALL
As dimensões dos medidores Parshall são padronizadas, como mostra a Tabela 1.
Tabela 01 – Dimensões padronizadas dos medidores Parshall

Fonte: Azevedo Netto (1969)


Para a Q = 0,179 mᶟ/s ou Q = 179 L/s será selecionada uma calha Parshall com garganta
(W) de 9” (22,9 cm), de acordo com a tabela extraída do livro de Libânio.
10.2.2 ALTURA (PROFUNDIDADE DA LÂMINA)
Os expoentes de “n” e do coeficiente “K” podem ser obtidos através da tabela 2 abaixo.
Tabela 2 - Coeficientes e vazão de água em função da largura da garganta (W).
Fonte: Viana (2018).
𝑛
𝐻 = 𝑘×𝑄
0

𝐻 = 1, 486 ×0, 0,633


179
0

𝐻 = 0, 50 𝑚
0

10.2.3 LARGURA NA SEÇÃO DE MEDIDA


'
𝐷= 2
3 ×(𝐷 − 𝑊) + 𝑊
'
2
𝐷= 3
×(0, 575 − 0, 229) + 0, 229
'
𝐷 = 0, 46 𝑚
Onde:
D’ = Largura na seção de
medida D = Dimensão
padronizada
W = Garganta (m)
10.2.4 VELOCIDADE NA SEÇÃO DE MEDIDA
𝑄
𝑉0 = '
𝐷 ×𝐻
0

3
𝑉 0,179𝑚 /𝑠
0 = 0,46𝑚 ×0,50𝑚

𝑉 = 0, 78 𝑚/𝑠
0

10.2.5 ENERGIA TOTAL DISPONÍVEL (Ea)


2
𝑉
𝐸 = 𝐻 + 0
+𝑁
𝑎 0 2
𝑔
2
𝐸 = 0, 50 + (0,78)
2 + 0, 114𝑚
𝑎 2 ×9,81 𝑚/𝑠

𝐸 = 0, 65𝑚
𝑎

Onde:
N = Dimensão padronizada do medidor Parshall
g = Aceleração da gravidade = 9,81m/s²

10.2.6 ÂNGULO FICTÍCIO (φ)

cos 𝑐𝑜𝑠 φ = − 𝑔 ×𝑄

(
𝑊( 0,67×𝑔 × 𝐸
𝑎
1,5
)

)
− 9,81 𝑚
3

cos 𝑐𝑜𝑠 φ 2 ×0,179𝑚 /𝑠

= 𝑠
1,5
0,229((0,67×9,81 𝑚/𝑠 × 0,65𝑚) )
2

φ = 150, 27°

10.2.7 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO (𝑉 )


1

φ 2×𝑔×𝐸 1/2
𝑉 = 2 𝑐𝑜𝑠 ×(
𝑎
)
1 3 3
150,27 2 1/2
𝑉 = 2 𝑐𝑜𝑠 2×9,81𝑚/𝑠 ×0,65𝑚
1 ×( 3 )
3

𝑉 = 2, 65 𝑚/𝑠
1

10.2.8 ALTURA DE ÁGUA NO INÍCIO DO RESSALTO (𝑌 )


1
2
𝑉
𝑌 =𝐸 − 1
1 𝑎 2𝑔

2
𝑌 = 0, 65𝑚 − (2,65 𝑚/𝑠) 2
1 2×9,81 𝑚/𝑠

𝑌 = 0, 29 m
1

10.2.9 NÚMERO DE FROUDE (Fr)


𝑉
1
𝐹𝑟 =
𝑔 × 𝑌1
2,65 𝑚/𝑠
𝐹𝑟 = 2
9,81 𝑚/𝑠 × 0,29𝑚

𝐹 = 1, 69
𝑟

10.2.10 ALTURA CONJUGADA DO RESSALTO (𝑌 ) E ALTURA DO


3
RESSALTO NO FINAL DO TRECHO (𝑌 )
2
𝑌 2 1/2
𝑌 =
1
𝖥⎢(1 + 8𝐹 − 1⎤⎥
)
3 2 ⎣ 𝑟 ⎦
0,29 2 1/2
𝑌 =
[(1 + 8 × 1, 69 − 1]
3 2
)
𝑌 = 0, 563 𝑚
3

Com a altura conjugada do ressalto, é possível calcular a altura do ressalto no final do


trecho:
𝑌 = 𝑌 − (𝑁 − 𝐾)
2 3

𝑌 = 0, 563 𝑚 − (0, 114𝑚 − 0, 076𝑚)


2

𝑌 = 0, 53 𝑚
2

10.2.11 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO NA SAÍDA DO TRECHO (𝑉 )


2

𝑄
𝑉2 = 𝑌 ×𝐶
2

3
𝑉 0,179𝑚 /𝑠
2 = 0,53 𝑚 × 0,38𝑚

𝑉 = 0, 89 𝑚/𝑠
2

Onde:
C = Dimensão padronizada para o medidor Parshall
10.2.12 PERDA DE CARGA (𝐸 )
𝑛

𝐸 =𝐻 + 𝑁 −𝑌
𝑛 0 3

𝐸 = 0, 50𝑚 + 0, 114𝑚 − 0, 563𝑚


𝑛

𝐸 = 0, 051 𝑚
𝑛

Onde:
N = Dimensão padronizada para o medidor Parshall

10.2.13 TEMPO MÉDIO DE DETENÇÃO DE ÁGUA NO TRECHO OU


TEMPO MÉDIO DE MISTURA (𝑇 )
𝑚

𝐺
𝑇𝑚 = 𝑉 +𝑉
1 2
2

0,457𝑚
𝑇 = 2,65 𝑚/𝑠 + 0,89𝑚/𝑠 2
𝑚

𝑇 = 0, 26 𝑠 −¹
𝑚

Onde:
G = Dimensão padronizada para o medidor Parshall

10.2.14 GRADIENTE DE VELOCIDADE MÉDIO (Gm)

γ × 𝐸𝑎
𝐺 =
𝑚 µ × 𝑇𝑚

3
𝐺 = 9779𝑁/𝑚 × 0,051𝑚
−3 2
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚 × 0,26𝑠−¹

𝐺 = 1. 464, 79 𝑠 − ¹
𝑚

10.3 DIMENSIONAMENTO DO CANAL DE ÁGUA COAGULADA


10.3.1 PROFUNDIDADE REAL DO CANAL DE ÁGUA COAGULADA

ℎ = ℎ+ 25

𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 100

ℎ = 0, 53𝑚 + 25
0, 53𝑚
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 100

ℎ = 0, 663𝑚 = 0, 70𝑚
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Onde:
h = Profundidade da lâmina de água no canal
10.3.2 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
Considerando a largura do canal (B) igual a 0,53m, temos:
𝐴 ×𝑉 = 𝐴 ×𝑉
1 1 2 2
3
0, 179𝑚 /𝑠 = (0, 53𝑚 × 0, 53𝑚) × 𝑉
2

𝑉 = 0, 64𝑚/𝑠
2

10.3.3 TEMPO DE DETENÇÃO NO INTERIOR DO CANAL DE ÁGUA


COAGULADA
Considerando a largura do canal (B) igual a 0,53m e comprimento (L) igual a
8,7m, temos:
𝑉
𝑇 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 𝐵×ℎ×𝐿
𝐷𝐻 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
= 𝑄
= 𝑄

0,53𝑚 × 0,53𝑚 × 8,7


𝑇 = 3
𝐷𝐻 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 0,179𝑚 /𝑠

𝑇 = 13, 65𝑠
𝐷𝐻 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

Onde:
B = Largura do canal
L = Comprimento do canal
Segundo a NBR 12216/92, o tempo máximo de percurso da água até o
floculador deve corresponder a 1 minuto, portanto, o tempo calculado (13,65 segundos)
atende à norma.

10.3.4 RAIO HIDRÁULICO (𝑅 )


𝐻

𝑅 = 𝐵×ℎ
𝐻 (𝐵 + 2ℎ)

0,53𝑚 × 0,53𝑚
𝑅𝐻 = (0,53𝑚 + 2× 0,53𝑚)

𝑅 = 0, 18𝑚
𝐻

10.3.5 PERDA DE CARGA UNITÁRIA (j)


2
𝑗 = 𝖥⎢ 𝐴 × 𝑅 ⎥⎤
𝑄×𝑛

⎣ 𝐻 ⎦

3 2
𝑗 = 𝖥⎢
0,179𝑚 /𝑠 × 0,013 ⎤
2 ⎥
⎣ 0,2809𝑚 × 0,18𝑚 ⎦
−3
𝑗 = 2, 12 𝑥 10 𝑚/𝑚
Onde:
n = Coeficiente de rugosidade do concreto = 0,013

10.3.6 GRADIENTE DE VELOCIDADE

γ×𝑉×𝑗
𝐺 =
𝑚 µ

−3
𝐺 = 9779𝑁/𝑚³×0,64𝑚/𝑠×2,12𝑥10 𝑚/𝑚
−3
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²
−1
𝐺 = 121, 82 𝑠
𝑚

Onde:
γ = Peso específico
V = Velocidade
µ = Viscosidade absoluta
A NBR 12216/92 diz que o gradiente de velocidade deve estar entre os valores
de 100 e 250 s-1. Assim, o gradiente de velocidade (Gm) calculado atende à norma.

10.4 FLOCULADOR HIDRÁULICO DE CHICANAS DE FLUXO VERTICAL


● A velocidade da água ao longo das chinas deve estar compreendida entre 30
m/s no início da floculação e 0,10 m/s no fim.
● O espaçamento entre a extremidade entre as chicanas fixas deve ser de 0,60 m.
● O espaçamento entre a extremidade da chicana e a parede do canal deve ser
igual a 1,5 vezes o espaçamento entre as chicanas.
2
● A velocidade (V2) na passagem deve ser 3
de V1, no canal entre as chicanas.

10.4.1 DIMENSÕES DO FLOCULADOR


● Q = 0,179 m³/s = 179 l/s
● TDH = 20 minutos
● Número de Floculadores (nf) = 4
● Profundidade da água (Hi) = 3 m
8.4.1.1 VOLUME TOTAL DO FLOCULADOR (Vt)
𝑉 = 𝑄×𝑇𝐷𝐻
𝑡
3
0,179𝑚 60𝑠
𝑉𝑡 = 𝑠 ×20𝑚𝑖𝑛× 𝑚𝑖𝑛

𝑉 = 214, 8 𝑚³ ≅ 215 𝑚³
𝑡
Onde:

TDH = Tempo de detenção hidráulico

A NBR 12216/92 diz que para a determinação do período de


detenção podem ser adotados valores de 20 a 30 minutos.

𝑉
𝑡
𝑉= 𝑛
𝑓

215𝑚³
𝑉= 4

𝑉 = 53, 75 𝑚³≅ 54 𝑚³
Onde:
nf = N° de floculadores

10.4.1.2 ÁREA SUPERFICIAL TOTAL DO FLOCULADOR


𝑉
𝑡
𝐴𝑡 = 𝐻

215𝑚³
𝐴𝑡 = 3,0𝑚

𝐴 = 71, 7 𝑚²
𝑡

Onde:
H = Profundidade da
água
Foi adotada a altura de 3 metros. Para calcular a área de cada floculador,
faz-se:

𝐴
4
𝑡
𝐴=
71,7𝑚²
𝐴= 4

𝐴 = 17, 93 𝑚²
10.4.3 LARGURA E COMPRIMENTO
Estabelecendo a largura (B) de cada floculador igual a 5 metros, é possível
calcular seu comprimento:

𝐴 = 𝐵×𝐿
17,93𝑚²
𝐿= 5
𝐿 = 3, 59 𝑚
10.4.2 TEMPO DE DETENÇÃO MÉDIO EM CADA UNIDADE
DE FLOCULAÇÃO
𝑇𝐷𝐻
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑇𝐷𝐻 = 𝑛
𝑓

20𝑚𝑖𝑛
𝑇𝐷𝐻 = 4

𝑇𝐷𝐻 = 5 𝑚𝑖𝑛
Onde:
nf= Número de floculadores

10.4.3 DIMENSÕES EM CADA TRECHO


O sistema de floculação será composto por 4 unidades de floculação, sendo cada
unidade composta por 3 zonas de floculação, com os gradientes de velocidade
escalonados por trechos (1° trecho: G = 70s-1; 2° trecho: G = 50s-1; 3° trecho: G = 20s-1).
Sendo assim, cada floculador será dividido em três trechos iguais.

10.4.3.1 VOLUME

𝑉 𝑉
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ 𝑓𝑙𝑜𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑜 = 𝑁°
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

𝑉 54 𝑚³
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 = 3

10.4.3.2 ÁREA
𝑉 = 18 𝑚³
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

𝑉
𝐴 = 𝐻
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜 𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

18 𝑚³
𝐴 =
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ 3,0𝑚
𝑜

𝐴 = 6 𝑚²
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

10.4.3.3 COMPRIMENTO

𝐴
𝐿= 𝐵

6 𝑚²
𝐿= 5𝑚

𝐿 = 1, 2 𝑚
10.4.3.4 TEMPO DE DETENÇÃO EM CADA TRECHO

𝑡 𝑇𝐷𝐻
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
= 𝑛
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

5𝑚𝑖𝑛
𝑡 =
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ 3
𝑜

𝑡 = 1, 67 𝑚𝑖𝑛/𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜
𝑡𝑟𝑒𝑐ℎ𝑜

10.4.4 NÚMERO DE CANAIS OU ESPAÇAMENTO (n) EM CADA UNIDADE


DE FLOCULAÇÃO ENTRE CHICANAS

3 2
𝑛 = 0, 045 (
𝐵×𝐿×𝐺
𝑄 ) ×𝑡
Onde:
n = Número de canais ou espaçamento entre chicanas
H = Profundidade de água no canal (m)
L = Comprimento do trecho (m)
G = Gradiente de velocidade (s-
1
) Q = Vazão (m3/s)
t = Tempo de floculação (min)
B = Largura do canal (m) - B = 5m
● Para o trecho com G = 70s-1:
−1
3 2
𝑛 = 0, 045 (
5𝑚×1,2𝑚×70𝑠
3 ) ×1, 67𝑚𝑖𝑛
0,179𝑚 /𝑠

𝑛 = 9, 42 ≈ 9

● Para o trecho com G = 50s-1:


−1
3 2
𝑛 = 0, 045 (
5𝑚×1,2𝑚×50𝑠
3 ) ×1, 67𝑚𝑖𝑛
0,179𝑚 /𝑠

𝑛 = 7, 53 ≈ 7
● Para o trecho com G = 20s-1:
−1
3 2
𝑛 = 0, 045 (
5𝑚×1,2𝑚×20𝑠
0,179/𝑠
) ×1, 67𝑚𝑖𝑛

𝑛 = 4, 08 ≈ 4

10.4.5 NÚMERO DE DIVISÓRIAS (N)


𝑁 = 𝑛 − 1
● Para o trecho com G = 70s-1:
𝑁 = 9 − 1
𝑁 = 8

● Para o trecho com G = 50s-1:


𝑁 = 7 − 1
𝑁 = 6

● Para o trecho com G = 20s-1:


𝑁 = 4 − 1
𝑁 = 3

10.4.6 ESPAÇAMENTO ENTRE AS CHICANAS (aL)

𝐿−𝑛 ×𝑒
𝑎𝐿 = 𝑁

Onde:
e = Espessura da divisória

● Para o trecho com G = 70s-


1
:
1,2𝑚 − 9 × 0,025
= 8
𝑎
𝐿
𝑎 = 0, 12𝑚
𝐿

● Para o trecho com G = 50s-


1
:
1,2𝑚 − 7 × 0,025
=
𝑎 6
𝐿
𝑎 = 0, 17𝑚
𝐿

● Para o trecho com G = 20s-


1
: 1,2𝑚 − 4 × 0,025
=
𝑎 3
𝐿
𝑎 = 0, 37𝑚
𝐿
10.4.7 VELOCIDADE MÉDIA DE ESCOAMENTO ENTRE AS CHICANAS (𝑉 )
𝑒1
E VELOCIDADE MÉDIA DE ESCOAMENTO DAS VOLTAS (𝑉 )
𝑒2

𝑄
𝑉 = 𝑉 = 2
𝑉
𝑒1 𝐵 × 𝑎 𝑒2 3 𝑒1
𝐿

● Para o trecho com G = 70s-1:

𝑉 3
𝑒1
0,179𝑚 /𝑠
= 5𝑚 × 0,12𝑚

𝑉 = 0, 30 𝑚/𝑠
𝑒1

𝑉
𝑒2 = 2
3
× 0, 30𝑚/𝑠

𝑉 = 0, 2𝑚/𝑠
𝑒2

● Para o trecho com G = 50s-1:

𝑉 3
𝑒1
0,179𝑚 /𝑠
= 5𝑚 × 0,17𝑚

𝑉 = 0, 21𝑚/𝑠
𝑒1

𝑉
𝑒2 = 2
3 × 0, 21𝑚/𝑠
𝑉 = 0, 14𝑚/𝑠
𝑒2

● Para o trecho com G = 20s-1:

𝑉 3
𝑒1
0,179𝑚 /𝑠
= 5𝑚 × 0,37𝑚

𝑉 = 0, 097𝑚/𝑠
𝑒1

𝑉
𝑒2 = 2
× 0, 097𝑚/𝑠
3

𝑉 = 0, 065𝑚/𝑠
𝑒2
10.4.8 EXTENSÃO MÉDIA PERCORRIDA PELA ÁGUA (Lt)

𝐿 = 𝑉 × 𝑡
𝑡 𝑒1

● Para o trecho com G = 70s-1:


𝐿 = 0, 2𝑚/𝑠 × 1, 67𝑚𝑖𝑛 × 60𝑠/𝑚𝑖𝑛
𝑡

𝐿 = 20𝑚
𝑡

● Para o trecho com G = 50s-1:


𝐿 = 0, 14𝑚/𝑠 × 1, 67𝑚𝑖𝑛 × 60𝑠/𝑚𝑖𝑛
𝑡

𝐿 = 14𝑚
𝑡

● Para o trecho com G = 20s-1:


𝐿 = 0, 065𝑚/𝑠 × 1, 67𝑚𝑖𝑛 × 60𝑠/𝑚𝑖𝑛
𝑡

𝐿 = 7𝑚
𝑡

10.4.9 RAIO HIDRÁULICO (RH)

𝑅 𝑎 ×𝐵
𝐻
(𝐿 )
𝐿
= 2× 𝑎 +𝐵
● Para o trecho com G = 70s-1:
0,12𝑚 × 5𝑚
𝑅𝐻 = 2 × (0,12𝑚 + 5𝑚)

𝑅 = 0, 059𝑚
𝐻

● Para o trecho com G = 50s-1:


𝑅 = 0,17𝑚 × 5𝑚


𝑅 = 0, 082𝑚
𝐻

● Para o trecho com G = 20s-1:


0,37𝑚 × 5𝑚
=
𝑅 𝑅 = 0, 17𝑚
� 𝐻

10.4.10 PERDA DE CARGA POR MUDANÇA DE DIRECIONAMENTO (hp1),


PERDA DE CARGA POR ATRITO (hp2) E PERDA DE CARGA TOTAL (hpt)

𝑛×𝑉 2 2
+(𝑛−1)×𝑉
ℎ =
𝑒1 𝑒2

𝑝1 2𝑔

● Para o trecho com G = 70s-1:

ℎ 9×(0,30𝑚/𝑠)²+(9−1)×(0,20𝑚/𝑠)²
= 2×9,81𝑚/𝑠²
𝑝1

ℎ = 0, 057𝑚
𝑝1

● Para o trecho com G = 50s-1:

ℎ 7×(0,21𝑚/𝑠)²+(7−1)×(0,14𝑚/𝑠)²
= 2×9,81𝑚/𝑠²
𝑝1

ℎ = 0, 022𝑚
𝑝1

● Para o trecho com G = 20s-1:

ℎ 4×(0,097𝑚/𝑠)²+(4−1)×(0,065𝑚/𝑠)²
𝑝1 = 2×9,81𝑚/𝑠²

−3
ℎ = 2, 56×10 𝑚
𝑝1
Calculando a perda de carga por atrito, obtém-se:

(𝑉 2
×𝑛 ) ×𝐿
𝑒1 𝑚 𝑡
ℎ𝑝2 = 4

𝑅𝐻 3

Onde:
nm = Número de Manning (0,013 para concreto e 0,011 para madeira)
● Para o trecho com G = 70s-1:

ℎ (0,30𝑚/𝑠×0,013)²×20𝑚
𝑝2
= 4/3
(0,059𝑚)

ℎ = 0, 0132 𝑚
𝑝2

● Para o trecho com G = 50s-1:

ℎ (0,21𝑚/𝑠×0,013)²×14𝑚
𝑝2
= 4/3
(0,082𝑚)
−3
ℎ = 2, 93×10 𝑚
𝑝2

● Para o trecho com G = 20s-1:

ℎ (0,097𝑚/𝑠×0,013)²×7𝑚
𝑝2 = 4/3
(0,17𝑚)
−4
ℎ = 1, 18×10 𝑚
𝑝2

Por fim, podemos calcular a perda de carga total:


ℎ =ℎ +ℎ
𝑝𝑡 𝑝1 𝑝2

● Para o trecho com G = 70s-1:


ℎ = 0, 057𝑚 + 0, 0132 𝑚
𝑝𝑡

ℎ = 0, 0702 𝑚
𝑝𝑡
● Para o trecho com G = 50s-1:

ℎ −3
𝑝𝑡 = 0, 022𝑚 + 2, 93×10 𝑚

ℎ = 0, 0249 𝑚
𝑝𝑡

● Para o trecho com G = 20s-1:


−3 −4
ℎ = 2, 56×10 𝑚 + 1, 18×10 𝑚
𝑝𝑡

ℎ −3
𝑝𝑡 = 2, 678×10 𝑚

10.4.11 GRADIENTE DE VELOCIDADE MÉDIO

γ×ℎ𝑝𝑡
𝐺 =
𝑚 µ×𝑡

Onde:
γ = Peso específico da água = 9779 N.m-3
µ = Viscosidade absoluta da água = 0,894x10-3 N.s.m-
2
t = Tempo de detenção para cada trecho

● Para o trecho com G = 70s-1:

𝐺 = 9779𝑁/𝑚³×0,0702𝑚
−3
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×1,67𝑚𝑖𝑛×60𝑠/𝑚𝑖𝑛
−1
𝐺 = 87, 54 𝑠
𝑚

● Para o trecho com G = 50s-1:

𝐺 = 9779𝑁/𝑚³×0,0249 𝑚
−3
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×1,67𝑚𝑖𝑛×60𝑠/𝑚𝑖𝑛
−1
𝐺 = 52, 14 𝑠
𝑚

● Para o trecho com G = 20s-1:


−3
𝐺 = 9779𝑁/𝑚³×2,678×10 𝑚
−3
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×1,67𝑚𝑖𝑛×60𝑠/𝑚𝑖𝑛
−1
𝐺 = 17, 10 𝑠
𝑚
10.4.12 ALTURA DAS PASSAGENS INFERIORES (hif)
ℎ = 1, 5×𝑎
𝑖𝑓 𝐿

● Para o trecho com G = 70s-1:


ℎ = 1, 5× 0, 12𝑚
𝑖𝑓

ℎ = 0, 18 𝑚
𝑖𝑓

● Para o trecho com G = 50s-1:


ℎ = 1, 5× 0, 17𝑚
𝑖𝑓

ℎ = 0, 255 𝑚
𝑖𝑓

● Para o trecho com G = 20s-1:


ℎ = 1, 5× 0, 37 𝑚
𝑖𝑓

ℎ = 0, 555 𝑚
𝑖𝑓

10.4.13 GRADIENTE DE VELOCIDADE NAS ABERTURAS DOS CANAIS


(Gma)
Para calcular o gradiente de velocidade nas aberturas dos canais (Gma),
primeiramente se faz necessário calcular o Número de Reynolds. A depender do modo
do regime de escoamento, será necessário a determinação do coeficiente de Darcy-
Weisbach.
𝑉 ×𝐷 𝑉 ×4×𝑅
𝑒2 ℎ 𝑒2 𝐻
𝑅𝑒 = µ = µ

● Para o trecho com G = 70s-1:


0,2𝑚/𝑠×4×0,059𝑚
𝑅𝑒 = −3
0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²

𝑅 = 52,80
𝑒

● Para o trecho com G = 50s-


1
:
0,14𝑚/𝑠×4×0,082𝑚
𝑅𝑒 = −3
0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²

𝑅 = 51,36
𝑒

● Para o trecho com G = 20s-1:


0,065𝑚/𝑠×4×0,17𝑚
𝑅𝑒 = −3
0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²

𝑅 = 49,44
𝑒
O Número de Reynolds (9 Re) teve sua determinação como Re < 2000, logo,
o regime do escoamento é laminar. Dessa forma, não se faz necessário a determinação
do coeficiente de Darcy Weishbach, e será utilizada a equação de Reynolds para o
regime de escoamento laminar:
64
𝑓= 𝑅𝑒

● Para o trecho com G = 70s-


1
:
64
𝑓= 52,80

𝑓 = 1, 21

● Para o trecho com G = 50s-


1 64
: 𝑓= 51,36

𝑓 = 1, 25

64
● Para o trecho com G = 20s- 𝑓= 49,44
1
:
𝑓 = 1, 29
Determinação do gradiente de velocidade nas aberturas dos canais:
1

(
1 3
2
𝐺 = ( 2×µ×𝑔
γ
) × × (𝑉 𝑒2) 2

)
𝑚𝑎 4×𝑅 2
𝑓 𝐻

● Para o trecho com G = 70s-1:

1/2
9779𝑁/𝑚³ 1/2
𝐺 =( 1,21 3/2
𝑚𝑎 −3 ) ×( 4×0,059𝑚 ) × (0, 2𝑚/𝑠)
2×0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×9,81𝑚/𝑠²

𝐺 −1
𝑚𝑎 = 166, 34 𝑠

● Para o trecho com G = 50s-1:

1/2 3/2
9779𝑁/𝑚³ 1,25
𝐺 =( 1/2 × (0, 14𝑚/𝑠)
𝑚𝑎 −3 ) ×( 4×0,082𝑚 )
2×0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×9,81𝑚/𝑠²
𝐺 −1
𝑚𝑎 = 76, 35 𝑠
● Para o trecho com G = 20s-1:

9779𝑁/𝑚³ 1/2
𝐺 =( 1/2 1,29 3/2
)
𝑚𝑎 −3 ) ×( 4×0,17𝑚 × (0, 065 𝑚/𝑠)
2×0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²×9,81𝑚/𝑠²

𝐺 −1
𝑚𝑎 = 17, 04 𝑠
A NBR 12216/92, determina que as dimensões das aberturas dos canais devem
ser suficientes para que o gradiente de velocidade na passagem da água seja igual ou
inferior ao do compartimento anterior. Isso é determinado para que seja evitada a
ocorrência de ruptura do floco.
Analisando a norma e as determinações realizadas neste presente projeto,
conclui-se que o dimensionamento está de acordo com a norma.

10.5 CANAL DE ÁGUA FLOCULADA


Para determinação do canal de água floculada, a NBR 12216/92 determina que:
● Velocidades médias ao longo do canal devem se encontrar em um intervalo de
0,10 m/s a 30 m/s.
● Velocidade média nas comportas de passagem para o decantador deve estar
entre 0,20 m/s e 0,40 m/s.
● Gradientes de velocidade por meio das comportas de passagem para o
decantador devem ser inferiores a 20s-1

10.5.1 DIMENSÕES DO CANAL E DAS COMPORTAS


Para dimensionar o canal de água floculada será adotado o valor de
comprimento de: 8,4 m.
3

● A vazão de projeto da ETA que está sendo dimensionada é de: Q = 0, 179 𝑚


𝑠𝑒𝑔
.
● Essa vazão será distribuída de forma equânime para os dois canais de água
floculada.
● A água seguirá para quatro (4) unidades de decantação
● Será um (1) canal para cada dois (2) decantadores
● Duas comportas em cada canal, isso porque as unidades de decantação serão
iguais.

10.5.2 DIMENSÕES EM CADA COMPORTA


Adotou-se para a velocidade de passagem nas comportas o valor de 0,45 m/s.
3

● As comportas precisam distribuir a vazão máxima de projeto ( Q = 0, 179 𝑚


𝑠𝑒𝑔
).

Observação: Essa necessidade se dá para que as comportas possam ser lavadas


sem que atrapalhe o funcionamento da estação de tratamento de água.
● Comportas de seção quadrada terão como dimensão os valores: 0,35 x 0,35 m.
● Comportas serão instaladas no primeiro e terceiro comprimento do canal de
água floculada
● Terão duas vezes a largura de um decantador.

1ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 1
×𝐵
4 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟

1ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 14× 8, 40 = 2, 1 𝑚

2ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 3
×𝐵
4 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟

2ª 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎 = 34× 8, 40 = 6, 3 𝑚

10.5.2 VAZÃO EM CADA CANAL DE ÁGUA FLOCULADA

𝑄 𝑄
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
= 𝑛
𝑑𝑒𝑐

3
0,179𝑚 /𝑠
𝑄𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 = 2

3
𝑄 = 0, 090 𝑚 /𝑠
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

Onde:
ndec = Número de decantadores

10.5.3 VAZÃO EM CADA COMPORTA (qi)

𝑞= 𝑄
𝑖 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙
2
3
𝑞 = 0,090𝑚 /𝑠
𝑖 2
3
𝑞 = 0, 045𝑚 /𝑠
𝑖

10.5.4 ÁREA INICIAL (Ai) E ÁREA FINAL (Af) DO CANAL


𝑄 3
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 0,090𝑚 /𝑠
𝐴𝑖 = 𝑉 = 0,15𝑚/𝑠 = 0, 60 𝑚²
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

𝑄 3
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 0,090𝑚 /𝑠
𝐴𝑓 = 𝑉 ×𝑛 = 0,15 𝑚/𝑠×2 = 0, 30 𝑚²
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

Onde:
Vcanal = Velocidade no canal
n = Número total de comportas por canal
Tabela 2 - Distribuição equânime da vazão nos dois canais de água floculada

Comporta qi (mt/s) Qm (mt/s) Área (m²) Dimensões (Bxh)


1 0,045 0,090 0,60 0,240x2,5
2 0,045 0,045 0,30 0,120x2,5
Fonte: Autoria Própria
10.5.8 MÉTODO DE HUDSON
10.5.8.1 VELOCIDADE LONGITUDINAL (VL)
𝑞
𝑖
𝑉𝐿 = 𝑛×𝐴
𝐶𝑂𝑀𝑃𝑂𝑅𝑇𝐴

0,045𝑚³/𝑠
𝑉𝐿 = 2×0,1225

𝑉 = 0, 18 𝑚/𝑠
𝐿

10.5.8.2 VELOCIDADE A MONTANTE (Vm)


3 3
0,090𝑚 /𝑠 0,045𝑚 /𝑠
𝑉𝑚 = 0,60𝑚² = 0,30𝑚² = 0, 15𝑚/𝑠

Onde:
Qm = Vazão a montante de cada comporta

10.5.8.3 Bi

( )
𝑉
𝑚
𝐵 𝑖 = [ɸ× 𝑉
𝐿
+ θ + 1]

𝐵 = [1, 67 ×
𝑖
( 0,15𝑚/𝑠

0,18𝑚/𝑠
) + 0, 7 + 1]
𝐵 = 3, 09
𝑖

10.5.8.4 PERDA DE CARGA (hf)


𝐵 ×𝑉
𝑖 𝐿
ℎ𝑓 = 2×𝑔

3,09 × 0,18 𝑚/𝑠


ℎ𝑓 = 2
2 × 9,81𝑚 /𝑠

ℎ = 0, 028 𝑚/𝑚
𝑓

10.5.9 GRADIENTE DE VELOCIDADE ATRAVÉS DAS COMPORTAS (Gmc)


𝐺 1,5
𝑓
= 354 × 𝑉 ×
𝑚𝑐 𝐿 𝑅𝐻

𝐺 1,5 0,0281𝑚/𝑚
𝑚𝑐 = 354 × (0, 18𝑚/𝑠) × 0,0875𝑚

𝐺 −1
𝑚𝑐 = 15. 32𝑠

Onde:
f = Perda de carga

1,325
𝑓= 𝖥𝑙𝑛( 𝑒 −0,9 ⎤
2

⎢ 3,7 × 𝐷 + 5,76 × 𝑅𝑒 )⎥
⎣ 𝐻 ⎦

1,325
𝑓= 𝖥𝑙𝑛( −0,9
2


0,001 + 5,76 × 63000 )⎤
3,7 × ⎦
0,35𝑚

𝑓 = 0, 0281𝑚/𝑚

Onde:

𝑅𝑒 = 𝑉 ×𝐷
𝐿 𝐻
θ

0,18 𝑚/𝑠 × 0,35 𝑚


𝑅𝑒 = 10
−6

𝑅𝑒 = 63000
Onde:
𝐷 = Diâmetro hidráulico
𝐻

𝐷 = 4 × 𝑅 𝐷𝐻
𝐻 𝐻 → 𝑅 =
𝐻 4
0,35𝑚 → 𝑅 = 0, 0875𝑚
𝑅𝐻 = 4 𝐻

−1 −1
Como o valor obtido no gradiente (𝐺
𝑚𝑐 = 15. 32𝑠 ) é inferior a 20𝑠 , pode-se
concluir que o canal foi dimensionado de acordo com a NBR 12216/92.

10.6 DECANTADOR CONVENCIONAL DE FLUXO HORIZONTAL


Conforme estabelecido na norma NBR 12216/92, estipula-se que estações com
capacidade superior a 10000 m³/dia ou com período de funcionamento superior a 18
h/dia, bem como aquelas em que os decantadores são mecanizados, devem ser
equipadas com, no mínimo, duas unidades de decantação idênticas.
No caso em que não seja viável realizar ensaios laboratoriais, as velocidades de
sedimentação utilizadas para calcular as taxas de aplicação em estações com capacidade
superior a 10000 m³/dia devem ser de 280 cm/min (40 m³/m²/dia).
É necessário que a unidade de decantação possua um mecanismo de descarga no
fundo, projetado para permitir o esvaziamento em um período máximo de 6 horas. A
saída do decantador deve estar preferencialmente localizada na área de maior acúmulo
de lodo. Além disso, o fundo deve apresentar uma inclinação mínima de 5% em direção
ao ponto de descarga.

10.6.1 DIMENSÕES DO DECANTADOR


Dados:
3
Q = 0, 179 𝑚 /𝑠
3
Taxa de aplicação superficial (TAS) = 40 𝑚 /𝑚² × 𝑑𝑖𝑎
Número de decantadores = 2
Altura do decantador = 3 m
10.6.1.1 ÁREA
𝑄
𝐴= 𝑇𝐴𝑆
3
15.465𝑚 /𝑑𝑖𝑎
𝐴= 3
40 𝑚 /𝑚² × 𝑑𝑖𝑎

𝐴 = 386, 62𝑚²
Onde:
3
Q = Vazão (𝑚 /dia)
TAS = Taxa de aplicação superficial
10.6.1.2 ÁREA DE CADA DECANTADOR
Como serão utilizados 2 decantadores, a área de cada decantador será igual a:
𝐴 𝐴
= 2
𝐷𝐸𝐶

𝐴 386,62𝑚²
= 2
𝐷𝐸𝐶

𝐴 = 193, 30𝑚²
𝐷𝐸𝐶

Conforme Libânio (2008), para a escala real em decantadores retangulares


utilizam usualmente a relação 2,5 < L/B < 5,0. Adotando a relação L/B = 5, obtém-se:

𝐴 = 𝐵 × 𝐿 = 𝐵 × 5𝐵 = 5𝐵²

𝐴
𝐵 = 5

193,30𝑚²
𝐵 = 5

𝐵 = 6, 21𝑚

Dessa forma:

𝐿 = 5×𝐵

𝐿 = 5 × 6, 21𝑚

𝐿 = 31, 05𝑚

Recalculando a área:

𝐴 = 𝐵×𝐿

𝐴 = 6, 21𝑚 × 31, 05𝑚

𝐴 = 192, 82𝑚²

10.6.2 VAZÃO EM CADA DECANTADOR (QDEC)

𝑄 𝑄
𝐷𝐸𝐶 = 𝑛
𝐷𝐸𝐶

3
0,179 𝑚 /𝑠
𝑄𝐷𝐸𝐶 = 2
𝑄 3
𝐷𝐸𝐶 = 0, 089𝑚 /𝑠

Onde:
ndec = Número de decantadores
10.6.3 TAXA DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL (q)
𝑄
𝑛
𝑞= 𝐴
𝐷𝐸𝐶

𝐷𝐸𝐶

3
15.465𝑚 /𝑑𝑖𝑎
2
𝑞= 192,82𝑚²

3
𝑞 = 40,00 𝑚 /𝑚² × 𝑑𝑖𝑎 = 2,77𝑐𝑚/𝑚𝑖m
10.6.4 VELOCIDADE LONGITUDINAL (VL) E TEMPO DE DETENÇÃO
HIDRÁULICO (TDH)
𝑄
𝑉 = 𝐷𝐸𝐶
𝐿 𝐵×𝐻
3
𝑉 6,21𝑚 × 3𝑚
𝐿 0,089𝑚 /𝑠
=
𝑉 = 0, 00477 𝑚/𝑠 = 0, 477𝑐𝑚/𝑠
𝐿

Segundo a NBR 12216/92, a velocidade longitudinal deve ser menor que 0,75
cm/s. Logo, a mesma foi atendida.
Calculando o tempo de detenção hidráulico, obtemos:
𝑉 𝐴 ×𝐻
𝐷𝐸𝐶 𝐷𝐸𝐶
𝑇𝐷𝐻 = 𝑄 = 𝑄
𝐷𝐸𝐶 𝐷𝐸𝐶

192,82𝑚² × 3𝑚
𝑇𝐷𝐻 = 3
0,089𝑚 /𝑠

𝑇𝐷𝐻 = 1, 80ℎ
Onde:
𝑉 = Volume do decantador
𝐷𝐸𝐶

10.6.5 RAIO HIDRÁULICO (𝑅 ), Nº DE REYNOLDS (Re) E Nº DE FROUDE


𝐻
(𝐹 )
𝑅

O raio hidráulico é calculado por:


𝐵×𝐻
𝑅𝐻 = 𝐵+2×𝐻

6,21𝑚 × 3𝑚
𝑅𝐻 = 6,21𝑚 + 2 × 3𝑚

𝑅 = 1, 53𝑚
𝐻
Número de Froude (Fr):
2
𝑉
𝐿
𝐹𝑟 = 𝑔×𝑅
𝐻

2
(0,00477 𝑚/𝑠)
𝐹 = 2
𝑟 9,81𝑚 /𝑠 × 1,53𝑚
−6
𝐹 = 1, 52 × 10
𝑟

O regime de escoamento é subcrítico, dado que Fr < 1.


Número de Reynolds:
𝑉 ×𝑅
𝑅 = 𝐿 𝐻

𝑒 µ

0,00477 𝑚/𝑠 × 1,53𝑚


𝑅𝑒 = −4
1𝑥10 𝑁.𝑠/𝑚
2

𝑅 = 72, 981
𝑒

Onde:
−4 2
𝜇 = 1 × 10 𝑁. 𝑠/𝑚
Como Re < 2000, o regime de escoamento é caracterizado como laminar.
10.6.6
DIMENSIONAMENTO DA CORTINA DE DISTRIBUIÇÃO
DE PASSAGEM DO SISTEMA DE FLOCULAÇÃO PARA O
DECANTADOR
10.6.6.1 ÁREA DOS ORIFÍCIOS
Admitindo uma velocidade na passagem dos orifícios (𝑉 ) igual a 0,1 m/s, é
𝑝
possível calcular a área dos orifícios:
𝑄
𝐴 = 𝑉
𝐷𝐸𝐶
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂 𝑝

3
𝐴 0,089𝑚 /𝑠
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂 = 0,1𝑚/𝑠
2
𝐴 = 0, 89𝑚
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂

Onde:
𝑉 = Velocidade na passagem dos orifícios
𝑝

10.6.6.2 Nº DE ORIFÍCIOS (𝑁 )
𝑜

Serão adotados furos com geometria quadrada de lado (l) igual a 0,1m, logo:
𝐴 = 𝑙 × 𝑙 = 0, 1𝑚 × 0, 1𝑚 = 0, 01𝑚²
𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

Agora, é possível calcular a quantidade de orifícios:


𝐴
𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠
𝑁𝑜 = 𝐴
𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑎𝑙

2
𝑁 = 0,89𝑚 2
𝑜 0,01𝑚

𝑁 = 89 𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜𝑠
𝑜

Onde:
l = Lado do furo
10.6.6.2 ÁREA INDIVIDUAL DE INFLUÊNCIA DE CADA ORIFÍCIO (𝐴 )
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹

𝐴 𝐵×𝐻
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹.
= 𝑁
𝑜

𝐴 6,21𝑚 × 3𝑚
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹
= 89

2
𝐴 = 0, 209𝑚
𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹.

Pelos dados adquiridos, é possível calcular o comprimento de influência:

𝐿 = 𝐴𝐼𝑁𝐷.𝐼𝑁𝐹.
𝐼𝑁𝐹.

2
𝐿 = 0, 209𝑚
𝐼𝑁𝐹.

𝐿 = 0, 46𝑚
𝐼𝑁𝐹.

Onde:
𝐿 = Comprimento de influência
𝐼𝑁𝐹.

10.6.6.3 Nº DE FILEIRAS HORIZONTAIS E VERTICAIS


O número de fileiras horizontais é dado por:
𝑁 𝐵
𝐹𝐼𝐿.𝐻𝑂𝑅.
= 𝐿

𝑁 6,21𝑚
𝐹𝐼𝐿.𝐻𝑂𝑅. = 0,46𝑚
𝑁 = 13, 5 ≈ 14
𝐹𝐼𝐿.𝐻𝑂𝑅.

O número de fileiras verticais é dado por:


𝑁 𝐻
𝐹𝐼𝐿.𝑉𝐸𝑅.
= 𝐿

𝑁 3𝑚
𝐹𝐼𝐿.𝑉𝐸𝑅. = 0,46𝑚

𝑁 = 6, 52 ≈ 7
𝐹𝐼𝐿.𝑉𝐸𝑅.
O novo número de orifícios será:
7 × 14 = 98 𝑜𝑟𝑖𝑓í𝑐𝑖𝑜𝑠
10.6.6.4 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO NOS ORIFÍCIOS
𝐴 = 𝑁 × 𝐴
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆 𝑜 𝐼𝑁𝐷𝐼𝑉𝐼𝐷𝑈𝐴𝐿
2
𝐴 = 98 × 0, 01𝑚
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆
2
𝐴 = 0, 98𝑚
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆
𝑄
𝑉 = 𝐴
𝐷𝐸𝐶
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆 𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆

3
𝑉 0,089𝑚 2/𝑠
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆 = 0,98𝑚

𝑉 = 0, 090𝑚/𝑠
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂𝑆

10.6.6.5 ESPAÇAMENTO ENTRE OS ORIFÍCIOS


𝐸𝑠𝑝 𝐻
𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙
= 𝑛◦ 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑖𝑠

𝐸𝑠𝑝 3
𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 7
=
𝐸𝑠𝑝 = 0, 43𝑚
𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙

𝐸𝑠𝑝 𝐵
ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = 𝑛◦ 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠
𝐸𝑠𝑝
6,21𝑚
ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 = 14

𝐸𝑠𝑝 = 0, 44𝑚
ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙

A distância dos espaçamentos entre os orifícios está de acordo com a


NBR 12216, pois a recomendação quanto a distância entre os mesmos deve ser
igual ou inferior a 0,50m.

10.6.6.6 DISTÂNCIA DA CORTINA À COMPORTA DE ENTRADA (DC)


𝐴
𝐷 = 1, 5 × 𝐻 × 𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂
𝐴
𝐶 𝑇

2
𝐷 = 1, 5 × 3𝑚 × 0,98𝑚
6,21𝑚 × 3𝑚
𝐶

𝐷 = 0, 215𝑚
𝐶

Onde:
𝐴 = Área transversal do decantador → 𝐴 = B x H
𝑇 𝑇

10.6.6.7 DIÂMETRO HIDRÁULICO (DH)


Primeiramente é necessário calcular alguns parâmetros antes de determinar o
gradiente de velocidade:
● Raio hidráulico:
𝐵×𝐻
𝑅𝐻 = 2 × ( 𝐵 + 𝐻)

0,1𝑚×0,1𝑚
𝑅𝐻 = 2×(0,1𝑚+0,1𝑚)

𝑅 = 0, 025𝑚
𝐻

● Diâmetro hidráulico:
𝐷 = 4×𝑅
𝐻 𝐻

𝐷 = 4×0, 025𝑚
𝐻

𝐷 = 0, 1 𝑚
𝐻

● Número de
Reynolds:
𝑉 ×𝐷
𝑂𝑅𝐼𝐹Í𝐶𝐼𝑂 𝐻
𝑅𝑒 = 𝑣

0,090𝑚/𝑠×0,1𝑚
𝑅𝑒 = −6
10

𝑅 = 9000
𝑒

10.6.6.8 FATOR DE
ATRITO
0,25
𝑓= [𝑙𝑜𝑔 ( ε
5,74
3,7𝐷 + 𝑅 0,9 )]²
𝐻
𝑒

1,325
𝑓= 0,0005𝑚 5,74 )]²
[𝑙𝑜𝑔 ( 3,7×0,1𝑚 + 0,9
9000

𝑓 = 0, 0389
Onde:
ε = Rugosidade absoluta

10.6.6.9 PERDA DE CARGA


2
𝑓×𝑉
𝐽= 𝐷 ×2𝑔
𝐻
2
0,0389×(0,090𝑚/𝑠)
𝐽= 0,1𝑚×2×9,81𝑚/𝑠²
−4
𝐽 = 1, 61×10 𝑚/𝑚

10.6.6.10 GRADIENTE DE VELOCIDADE (G)

γ×𝑉×𝐽
𝐺= µ

−4
9779𝑁/𝑚³×0,090𝑚/𝑠×1,61×10 𝑚/𝑚
𝐺= −3
0,894×10 𝑁×𝑠/𝑚²

−1
𝐺 = 12, 59 𝑠
Como o gradiente de velocidade nos orifícios é menor que na última câmara de
floculação e nas comportas, pode-se concluir que a cortina está dimensionada de acordo
com a NBR 12216/92.

10.6.7 TEMPO DE DESCARGA DE FUNDO (Td)


Será admitido a área de um cilindro (A0) com diâmetro igual a 300mm e uma
inclinação mínima de 5% em relação ao tubo de descarga.
0,5
2×𝐴 ×𝐻
𝐷𝐸𝐶
𝑇𝑑 = 𝐶 ×𝐴 ×(2𝑔)
0,5
𝑑 0

0,5
𝑇 2×193,30𝑚²×(3𝑚)
𝑑 = 0,61×0,071𝑚²×(2×9,81𝑚/𝑠²)
0,5

𝑇 = 3. 490, 48𝑠 = 0, 97 ℎ
𝑑

Sendo que:
2
𝐴 = π×𝐷
0 4

𝐴0 =
π×(0,3𝑚)²
4

2
𝐴 = 0, 071𝑚
0

Onde:
Cd = Coeficiente de descarga
Conforme estabelecido na NBR 12216/92, o limite máximo de tempo para o
esvaziamento é de 6 horas. Portanto, é importante ressaltar que o tempo de descarga de
fundo de 0,97 horas está em conformidade com a norma em questão.

10.6.8 CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DECANTADA


10.6.8.1 VAZÃO NAS CALHAS DE COLETA DE ÁGUA
𝑞 ≤0, 018×𝐻×𝑞
𝑙
3
𝑞 ≤0, 018×3𝑚×40𝑚 /𝑚²×𝑑𝑖𝑎
𝑙

𝑞 ≤2, 16 𝑙/𝑠×𝑚
𝑙

Onde:
ql = Vazão linear nas calhas de coleta de água decantada
Devido à indisponibilidade de ensaios de laboratório para este projeto
específico, adota-se a vazão nos vertedouros ou nos tubos perfurados de coleta como
igual ou inferior a 1,80 litros por segundo por metro, conforme estipulado pela NBR
12216/92.

10.6.8.2 COMPRIMENTO DA CALHA (Lcalha)


𝐿 =𝐿 + 0, 2𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒𝑐 𝑑𝑒𝑐

𝐿 = 31, 05𝑚 + 0, 2×31, 05𝑚


𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

𝐿 = 37, 26 𝑚
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

Onde:
Ldec = Comprimento do decantador

10.6.8.3 COMPRIMENTO DO VERTEDOR (LV)


𝑄
𝐷𝐸𝐶
𝐿𝑉 = 𝑞
𝑙

0,089/𝑠×1000𝑙/𝑚³
𝐿𝑉 = 1,80𝑙/𝑠×𝑚

𝐿 = 49, 44 𝑚
𝑉

10.6.8.4 NÚMERO DE CALHAS


𝑁 𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎 = 𝑉
𝑠 2×𝐿
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

𝑁 =
49,44𝑚
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 2×37,26

𝑁 = 0, 66 ≈1 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

Recalculando o comprimento do vertedor e a vazão na calha:


𝐿 =𝑁 ×2×𝐿
𝑉 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎

𝐿 = 1×2×37, 26𝑚
𝑉

𝐿 = 74, 52𝑚
𝑉

A vazão será:
𝑄
𝐷𝐸𝐶
𝑞𝑙 = 𝐿
𝑉

89𝑙/𝑠
𝑞𝑙 = 74,52𝑚

𝑞 = 1, 19𝑙/𝑠. 𝑚
𝑙

Uma vez que o valor de ql é inferior a 1,8 litros por segundo por metro, pode-se
afirmar que ele está em conformidade com a NBR 12216/92.

10.6.8.5 ALTURA DA LÂMINA DE ÁGUA (h)


Adotando-se uma calha do tipo retangular com descarga livre e com largura
igual a 0,45 m, calcula-se a altura de água através da equação:
1,5 𝑄
𝑑𝑒𝑐
𝑄 = 1, 38×𝑏×ℎ = 𝑁
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

0,089/𝑠
1,5

1
= 1, 38×0, 45𝑚×ℎ
1,5
ℎ = 0, 143
ℎ = 0, 27𝑚
Ao considerar uma margem de folga de 10 centímetros na altura da lâmina de
água, é possível obter o seguinte resultado:
ℎ = 0, 27𝑚 + 0, 1𝑚 = 0, 37𝑚
10.6.8.6 ESPAÇAMENTO ENTRE AS CALHAS

𝐸 𝐵
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠
= 𝑁
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

𝐸
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 𝑏 (( 6,21𝑚
1 ) −) 0, 40𝑚
𝐸 = 5, 81 𝑚
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

10.6.9 CANAL DE ÁGUA DECANTADA


No caso do canal de água decantada, adota-se uma altura da lâmina de água de
1,5 metros, utilizando como material o concreto.

10.6.9.1 PROFUNDIDADE REAL DO CANAL DE ÁGUA DECANTADA


Considera-se uma borda de segurança de 25% da altura da lâmina de água:
ℎ = ℎ + 0, 25ℎ
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

ℎ = 1, 5 + 0, 25×1, 25
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

ℎ = 1, 875 ≈1, 90𝑚


𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

10.6.9.2 VELOCIDADE NO INTERIOR DO CANAL


Adotou-se a largura do canal B igual a 0,70m. Aplicando a Equação da
Continuidade:
𝑄 =𝑄
1 2

𝐴 ×𝑉 =𝐴 ×𝑉
1 1 2 2
3
0, 179𝑚 /𝑠 = (0, 70𝑚×1, 5𝑚)×𝑉
2

𝑉 = 0, 17𝑚/𝑠
2

10.6.9.3 TEMPO DE DETENÇÃO NO INTERIOR DO CANAL DE ÁGUA


DECANTADA (TDHcanal)
Considerando o comprimento (LDEC) igual a 31,05 m.

𝑇𝐷𝐻 = 𝑉
𝐵×ℎ×𝑙
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑛𝑎
𝑙 = 𝑄
𝑄
𝑇𝐷𝐻 0,70𝑚×1,5𝑚×31,05𝑚
𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙 = 3
0,179𝑚 /𝑠

𝑇𝐷𝐻 = 182, 14𝑠


𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙

10.6.9.4 RAIO
HIDRÁULICO
𝐵×ℎ
𝑅𝐻 = 𝐵+(2×ℎ)

0,70𝑚×1,5𝑚
𝑅𝐻 = 0,70𝑚+(2×1,5𝑚)

𝑅 = 0, 284𝑚
𝐻

10.6.9.5 PERDA DE CARGA UNITÁRIA


2
3
𝑄×𝑛 2
𝐽 =[ (𝐵×𝐻)×𝑅 3]
𝐻

2
3
3
0,179𝑚 /𝑠×0,013
𝐽 = [ (0,70𝑚×1,5𝑚)×0,284𝑚 2

]
3

𝐽 = 0, 030𝑚/𝑚
10.6.9.6 GRADIENTE DE VELOCIDADE

γ×𝑉×𝐽
𝐺 =
𝑚 µ

𝐺 = 9779𝑁/𝑚³×0,17𝑚/𝑠×0,030𝑚/𝑚
−3
𝑚 0,894×10 𝑁.𝑠/𝑚²
−1
𝐺 = 239, 19 𝑠
𝑚

10.7 FILTRO RÁPIDO DE ESCOAMENTO DESCENDENTE DE CAMADA


DUPLA
10.7.1 ÁREA TOTAL DE FILTRAÇÃO (Atf)
De acordo com a NBR 12216/92, a taxa de filtração deve ser de 360 m³/m².dia,
portanto:

𝐴 𝑄
𝑇𝑓
= 𝑇
𝑓

15.465/𝑑𝑖𝑎
𝐴 = 3
𝑇𝑓 360𝑚 /𝑚².𝑑𝑖𝑎

𝐴 = 42, 96 𝑚²
𝑇𝑓

Onde:
Tf = Taxa de filtração

10.7.2 NÚMERO DE UNIDADES DE FILTRAÇÃO E ÁREA DE CADA


UNIDADE
Para esse projeto, foram adotadas 4 unidades de filtração, logo:
𝐴
𝑇𝑓
𝐴𝑓 = 𝑁°
𝑓

𝐴𝑓 =
42,96 𝑚²
4

𝐴 = 10, 74 𝑚²
𝑓

Para atender aos aspectos construtivos das unidades que antecedem os filtros, foi
adotada uma largura (B) de 1,80 metros. O comprimento da unidade é determinado por:
𝐴𝑓
𝐴 = 𝐵×𝐿→ 𝐿 =
𝑓 𝐵

10,74 𝑚²
𝐿= 1,80 𝑚

𝐿 = 5, 97𝑚
10.7.3 VAZÃO AFLUENTE EM CADA UNIDADE DE FILTRAÇÃO
𝑄
𝑡
𝑄= 𝑁
𝑓

3
0,179 𝑚 /𝑠
𝑄= 4
3
𝑄 = 0, 044𝑚 /𝑠
10.7.4 FUNDO DE FILTROS
No sistema adotado, serão utilizadas vigas perfuradas tipo californianas, que
possuem orifícios de 12,7 e 25,4 mm (1/2" e 1"), espaçados entre 10 e 30 cm, e serão
preenchidas com argamassa. Esse sistema proporciona uma distribuição uniforme da
água filtrada e da água de lavagem.
Quanto ao fundo falso do filtro, adotou-se uma espessura de 0,5 metros,
composto por uma camada de pedregulho.

10.7.5 DIMENSÕES DO FILTRO EM CORTE


10.7.5.1 ALTURA DO LEITO FILTRANTE
Será utilizado um filtro de dupla camada, sendo uma camada de areia e a outra
de antracito. Para este projeto será adotado uma altura de 0,70 cm para areia e 0,45 cm
para a de antracito.
𝐻 =𝐻 +𝐻 +𝐻
𝑙𝑓 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

𝐻 = 0, 7𝑚 + 0, 45𝑚 + 0, 5𝑚
𝑙𝑓

𝐻 = 1, 65 𝑚
𝑙𝑓

10.7.5.2 ALTURA TOTAL


Considerando a altura de água sobre o leito filtrante igual a 1,75m e altura
adicional de 0,40m, tem-se que:
𝐻 =𝐻 +𝐻 +𝐻
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑙𝑓 𝑠𝑙𝑓 𝑎

𝐻 = 1, 65𝑚 + 1, 75𝑚 + 0, 4𝑚
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐻 = 3, 8𝑚
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Onde:
Hslf = Altura de água sobre o leito filtrante
Ha = Altura adicional
10.7.6 ESPECIFICAÇÕES DA CAMADA DE AREIA, ANTRACITO E DA
CAMADA SUPORTE
10.7.6.1AREIA
- Espessura da camada: 0,70m
- Diâmetro do grão menor: 0,50mm
- Diâmetro do grão maior: 1,68mm
- Diâmetro médio: 1,09mm
- Coeficiente de uniformidade: 1,5
- Porosidade: 0,45
- Coeficiente de esfericidade: 0,75
10.7.6.2 ANTRACITO
- Espessura da camada: 0,45m
- Diâmetro médio: 1,0 mm
- Coeficiente de uniformidade: 1,4
- Porosidade: 0,55
- Coeficiente de esfericidade: 0,55
10.7.6.3 CAMADA SUPORTE (VIGAS CALIFORNIANAS)
A camada de pedregulho geralmente é formada por cinco subcamadas, como mostra a
tabela a seguir.
Tabela 3 – Composição da camada suporte para vigas californianas
TAMANHO DOS GRÃOS
SUBCAMADA (mm) ESPESSURA (cm)
1 1,7 a 3,2 7,5
2 3,2 a 6,4 7,5
3 6,4 a 12,7 10
4 12,7 a 25,4 10
5 25,4 a 50 15
Fonte:

10.7.7 EXPANSÃO DO LEITO FILTRANTE


Antes de calcular a expansão, outros parâmetros são necessários:

10.7.7.1 N° DE GALILEU (𝐺 )
𝑎
3
𝑔 ×(ρ − 1) × 𝑑
𝑠
𝐺 = 2
𝑎 𝑣

−3 3
9,81𝑚/𝑠² ×(2,65𝑘𝑔/𝑚³ − 1) × (0,75 × 10 𝑚)
𝐺 = 2
𝑎 2
𝑚 /𝑠)
−6
(1,01 ×10

𝐺 = 6694, 12
𝑎

Onde:
g = Gravidade
𝜌𝑠 = Densidade da partícula do leito filtrante
d = Diâmetro da peneira que deixa passar 60% dos grãos do leito filtrante
v = Viscosidade cinemática da água

10.7.7.2 N° DE REYNOLDS (𝑅 )
𝑒

Para o cálculo do Número de Reynolds, os coeficientes α e m foram obtidos


experimentalmente e, seus valores são 0,5321 e 0,5554, respectivamente.
𝑚
𝑅 = α × 𝐺
𝑒 𝑎
𝑅 = 0, 5321 × 6694, 0,5554
12
𝑒

𝑅 = 70, 92
𝑒

10.7.7.3 VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO (Vs) E DA CONSTANTE (K)

𝑣×𝑅
𝑒
𝑉𝑠 = 𝑑
60

−6 2
1,01 ×10 𝑚 /𝑠 × 70,92
𝑉𝑠 = −3
0,75 × 10 𝑚

Segundo valores determinados experimentalmente, θ é igual a 0,1947 e β é igual


a 0,1254. Portanto:
θ
𝐾 = β × 𝑅
𝑒

0,1947
𝐾 = 0, 1254 × 70, 92

𝐾 = 0, 287

10.7.7.4 POROSIDADE EXPANDIDA (𝜺𝒆)


𝑣 𝐾
ε = ( )
𝑒 𝑉𝑠

0,0117𝑚/𝑠
ε = ( )
0,287
𝑒 0,095𝑚/𝑠

ε = 0, 548
𝑒

v = Velocidade de lavagem do filtro = 70cm/min → 0,0117m/s (adotado).

10.7.7.5 EXPANSÃO DO LEITO FILTRANTE (𝐸 )


𝑥

Considerando uma porosidade inicial do leito filtrante igual a 0,45, tem-se que:

𝐸 = 1−ε
𝑥 0
1−ε
𝑒
1 − 0,45
𝐸𝑥 = 1 − 0,548

𝐸 = 1, 23 → 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 23%


𝑥

Onde:

ε = Porosidade inicial do leito filtrante


0

Como o filtro possui fluxo descendente, a lavagem será realizada na


contracorrente. Segundo a NBR 12216/92, a vazão da água de lavagem em
contracorrente deve promover expansão do leito filtrante de 20 a 30%. Com isso,
conclui-se que a expansão calculada atende à Norma.

10.7.8 LAVAGEM DOS FILTROS

10.7.8.1 VAZÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM (𝑄 )


𝑙

Considerando a velocidade ascensional (𝑉 ) 0,80m/min aproximadamente


𝑎

0,013m/s.

𝑄 = 𝑉 × 𝐴
𝑙 𝑎 𝑓

𝑄 = 0, 013𝑚/𝑠 × 10, 74𝑚²


𝑙

3
𝑄 = 0, 14𝑚 /𝑠
𝑙

Onde:
𝑉 = Velocidade ascensional
𝑎

10.7.8.2 VOLUME DA ÁGUA DE LAVAGEM DO FILTRO


De acordo com a NBR 12216/92, o tempo mínimo de lavagem é de 10 minutos.
Com isso, o volume da água de lavagem do filtro será dado por:

𝑉 = 𝑄 × 𝑇
𝑙𝑓 𝑙 𝑙

𝑉 3
𝑙𝑓 = 0, 14𝑚 /𝑠 × 10𝑚𝑖𝑛 × 60𝑠/𝑚𝑖𝑛

𝑉 3
𝑙𝑓 = 84𝑚

Onde:
𝑇 = Tempo mínimo de lavagem dos filtros
𝑙

De acordo com a NBR 12216/92, o reservatório de água de lavagem dos filtros


deve possuir volume suficiente para proceder a lavagem de, pelo menos, dois filtros.
Portanto:

𝑉 =2 × 𝑉
𝑅 𝑙𝑓

3
𝑉 = 2 × 84 𝑚
𝑅

3
𝑉 = 168𝑚
𝑅

10.7.8.3 TUBULAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM (ɸ)

Adotou-se a velocidade da água igual a 2,3m/s, para o cálculo da tubulação da


água de lavagem:

2 4 × 𝑄𝑙
𝑄 = 𝑉 × π ×Φ
4 →Φ = π×𝑉

4 × 0,14/𝑠
Φ= π × 2,3𝑚/𝑠

Φ = 0, 278𝑚𝑚 ≈ 300𝑚𝑚 (𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙)

Onde:

V = Velocidade da água

10.7.8.4 CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DE LAVAGEM

A NBR 12216/92, estabelece que a altura da calha em relação ao leito filtrante


deve ser acima da expansão do leito para que não venha a ocorrer arraste do meio
filtrante.

10.7.8.4.1 ALTURA DA CALHA (HC)

𝐻 = 𝐻 × ε +𝐻
𝑐 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑥 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

𝐻 = 0, 70𝑚 × 1, 23 + 0, 50𝑚
𝑐

𝐻 = 1, 361𝑚
𝑐
Para receber a água de lavagem, as calhas devem ter espaçamento máximo de
2,10m entre bordas e de 1,05m entre as bordas das calhas externas e das paredes dos
filtros.

10.7.8.4.2 VAZÃO EM CADA CALHA (Qcalha)

Adotando 2 calhas, a vazão em cada calha será de:

𝑄 = 𝑄
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 𝑙
𝑛° 𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠

3
0,14𝑚 /𝑠
𝑄𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 = 2

𝑄
𝑐𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 3
= 0, 07𝑚 /𝑠

Admitindo que a calha tenha a secção transversal retangular com descarga livre,
que é dada pela equação:
1,5
𝑄 1,5 0,07/𝑠 1,5
𝐶
𝑄 = 1, 38 × 𝐵 × ℎ → ℎ( →ℎ = ( )
)
𝑐 𝑐 𝑐 1,38×𝐵𝐶 𝐶 1,38×0,40𝑚
𝑐

ℎ = 0, 05𝑚
𝐶

Considerando uma folga de 0,15m, tem-se que a altura da borda da calha será de
0,20m
.
Onde:
BC = Altura da calha (0,40m).

10.7.9 BOMBAS DE RECALQUE PARA O RESERVATÓRIO DE ÁGUA DE


LAVAGEM DOS FILTROS
De acordo com os dados de Richter e Azevedo Netto (2007), os critérios para
bombas de lavagem com 5 filtros são os seguintes:

- Distribuição teórica para lavagem em 24h: 4,4h.

- Frequência de lavagem a prever de 1h56min.

- Tempo de recalque de 1h12min.

- Para estações de pequeno porte são instaladas 2 bombas, sendo uma de reserva.
10.7.10 EQUIPAMENTO DE CONTROLE DOS FILTROS
Para melhor distribuir a água no interior do filtro, o equipamento de controle dos
filtros será uma comporta do tipo guilhotina, com uma secção retangular de descarga
livre. Essa comporta será instalada sobre uma base de concreto.

10.7.10.1 COEFICIENTE DE DESCARGA


0,072
𝐶𝑑 = 0, 611×( γ+15×𝐵
γ−𝐵 )

1,0𝑚−0,5𝑚 0,072
𝐶𝑑 = 0, 611×( 1,0𝑚+15×0,5𝑚 )

𝐶𝑑 = 0, 498𝑚 ≈ 0, 5𝑚
Onde:
γ = Altura de água acima do fundo da comporta
B = Altura da comporta (0,5m)

10.7.10.2 VAZÃO UNITÁRIA (q)


0,5
𝑞 = 𝐶𝑑×𝐵×(2×𝑔×γ)
0,5
𝑞 = 0, 5𝑚×0, 5𝑚×(2×9, 81𝑚/𝑠²×1, 0𝑚)
3
𝑞 = 1, 10𝑚 /𝑠
10.7.10.3 LARGURA DA COMPORTA (LC)
𝑄
𝑢𝑛𝑖𝑑
𝐿𝐶 = 𝑞

3
𝐿 = 0,044𝑚
3
/𝑠
𝐶 1,10𝑚 /𝑠.𝑚

𝐿 = 0, 04𝑚
𝐶

Considerando os aspectos construtivos da ETA, a largura adotada para a comporta foi


de 0,4m, que foi calculada como relativamente pequena. A vazão será controlada de
acordo com a altura da comporta, a qual será acionada por meio de uma chave do tipo
porta. Portanto, as dimensões adotadas serão B = 0,50m e LC = 0,40m.

10.7.11 PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE LAVAGEM DOS FILTROS

A fim de determinar a cota do reservatório de água adequada para a lavagem dos


filtros por gravidade, é essencial calcular as perdas de carga presentes no processo.
10.7.11.1 PERDA DE CARGA CONTÍNUA (Hfcont)
1,85
10,65×𝑄 ×𝐿
𝐻𝑓 = 𝐽×𝐿 = 1,85 4,87
𝑐𝑜𝑛𝑡 𝐶 ×𝐷

3 1,85
10,65×0,14𝑚 /𝑠 ×108,8𝑚
𝐻𝑓1,85 = 4,87

𝑐𝑜𝑛𝑡 90 ×0,3𝑚

𝐻 = 2, 60 𝑚
𝑓
𝑐𝑜𝑛
𝑡

Onde:
J = Perda de carga unitária
C = Coeficiente de Hazen-Williams (90 para aço
soldado) D = Diâmetro da tubulação
L = Distância do filtro mais distante
10.7.11.2 PERDA DE CARGA SINGULAR (Hfsing)
Para transportar a água de lavagem dos filtros, foram utilizadas duas tubulações
de 200 mm. Os comprimentos equivalentes das perdas de carga localizadas estão
apresentados na tabela a seguir.

Tabela 3 - Comprimento equivalente das perdas de cargas localizadas


COMPRIMENT
DIÂMETR O QUANTIDADE
TIPO DE TOTAL
O EQUIVALENT DE PEÇAS
PEÇA
(mm)
E
200 Entrada normal 3,5 2 7
200 Cotovelo de 90° 4,3 2 8,6
Curva de 90° de
200 raio longo 2,4 2 4,8
200 Válvula gaveta 1,4 2 2,8
Saída de
200 canalização 6,0 2 12
Fonte: Autoria própria
A soma dos comprimentos equivalentes é igual a 35,2. Logo, a perda de carga singular
será dada por:
1,85
10,65×𝑄 ×𝐿
𝑒𝑞
𝐻𝑓 = 1,85 4,87
𝑠𝑖𝑛𝑔 𝐶 ×𝐷

3 1,85
10,65×0,14𝑚 /𝑠 ×35,2𝑚
𝐻𝑓 = 1,85 4,87
𝑠𝑖𝑛𝑔 90 ×(2×0,2𝑚)

𝐻 = 0, 21 𝑚
𝑓
𝑠𝑖𝑛
𝑔
10.7.11.3 PERDA DE CARGA TOTAL (Hftubulação)
𝐻 =𝐻 +𝐻
𝑓 𝑓 𝑓
𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã 𝑐𝑜𝑛 𝑠𝑖𝑛𝑔
𝑜 𝑡

𝐻 = 2, 60 𝑚 + 0, 21 𝑚 = 2, 81 𝑚
𝑓
𝑡𝑢𝑏𝑢𝑙𝑎çã
𝑜

10.7.12 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA SUPORTE (Hfsuporte)


Considerando a velocidade ascensional da água igual a 0,013m/s (0,78m/min),
a perda de carga total na camada suporte será dada por:
𝑉 ×𝐻
𝐻 = 𝑎 𝑝
𝑓 3
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡
𝑒

0,78𝑚/𝑚𝑖𝑛×0,50𝑚
𝐻 =
𝑓 3
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡
𝑒

𝐻 = 0, 13𝑚
𝑓
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒

Onde:
Va = Velocidade ascensional
Hp = Altura da camada de
pedregulho
10.7.13 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA DE AREIA (Hfareia)
𝐻 = 0, 9×𝑙
𝑓
𝑎𝑟𝑒𝑖
𝑎

𝐻 = 0, 9×0, 7𝑚
𝑓
𝑎𝑟𝑒𝑖
𝑎

𝐻 = 0, 63 𝑚
𝑓
𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎

Onde:
l = Altura da camada de areia

10.7.14 PERDA DE CARGA TOTAL NA CAMADA DE ANTRACITO (Hfantracito)


ΔH = K * L * Q^1.85
3 1,85
𝐻 = 1 ×0, 7𝑚 x 0, 14𝑚 /𝑠
𝑓
𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡
𝑜

𝐻 = 0, 12 𝑚
𝑓
𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡
𝑜

Onde:
l = Altura da camada de areia
K = Coeficiente de perda de
carga
Onde, adotamos o valor de K como 1.
10.7.15 DIFERENÇA DE COTA DAS CALHAS COLETORAS DE ÁGUA DE
LAVAGEM DOS FILTROS AO FUNDO DO RESERVATÓRIO (ΔH)
De acordo com Richter e Azevedo Netto (2009), a perda de carga no fundo dos
filtros, também conhecido como fundo falso, é um valor fornecido pelo fabricante do
sistema de canalização perfurada, como as vigas perfuradas tipo californianas. Para o
projeto em questão, adotou-se o valor de 1,5 metros, que é comumente utilizado como
referência nesse contexto.

∆𝐻 = 𝐻 +𝐻 +𝐻 + 𝐻𝑓 + 𝐻𝑓 +
𝑓 𝑓 𝑓 𝑓
𝑐𝑜𝑛
𝑡 𝑠𝑖𝑛
𝑔
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑟𝑡
𝑒
𝑎𝑟𝑒𝑖
𝑎
𝑎𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑡
𝑜 𝐻 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜

∆𝐻 = 2, 60 𝑚 + 0, 21 𝑚 + 0, 13 𝑚 + 0, 63 𝑚 + 0, 12 + 1,
5𝑚
∆𝐻 = 5, 19 𝑚
Onde:
Hffundo = Perda de carga no fundo do filtro.
10.7.16 ALTURA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA PARA LAVAGEM
Seguindo as diretrizes construtivas e considerando a segurança, estabeleceu-se
uma altura mínima de 4,29 metros acima da cota das calhas coletoras de água de
lavagem dos filtros para realizar a lavagem do filtro por gravidade. Com o objetivo de
atender a essas condições, foi adotada uma altura de reservatório de 5,5 metros,
permitindo uma margem de folga adequada durante a construção.

10.7.17 POTÊNCIA DA BOMBA (PB)


Para a bomba, adotou-se o valor de 0,75 para o rendimento. Deste modo, sua
potência será:
γ×𝑄×𝐻
𝑚𝑎𝑛
𝑃𝐵 = 75η
𝐵

𝑃 1000𝑘𝑔𝑓/𝑚³×0,14𝑚 /𝑠×5,5𝑚
3
𝐵 = 75×0,75

𝑃 = 13, 70 𝑐𝑣
𝐵
Onde:
γ = Peso específico da água
𝐻 = Altura manométrica
𝑚𝑎𝑛

η = Rendimento da bomba
𝐵
10.8 CANAL DE ÁGUA FILTRADA
O canal de água filtrada tem a importante função de conduzir a água até o
tanque de contato. Nesse sentido, é necessário que as dimensões do canal sejam
idênticas à seção transversal para permitir o escoamento adequado.
Para garantir um fluxo eficiente e aumentar o tempo de contato da água dentro
do tanque, serão utilizadas chicanas no canal. Essas chicanas têm o propósito de evitar
circuitos indesejados e promover uma maior interação entre a água e os agentes
químicos presentes no tanque.
Dessa forma, as dimensões do canal 1 serão as seguintes: comprimento (L) de
23,5 metros, largura (B) de 0,65 metros e altura (h) de 1,3 metros. Já para o canal 2, as
dimensões serão: comprimento (L) de 189,3 metros, largura (B) de 0,65 metros e
altura
(h) de 1,3 metros.
Essas especificações foram definidas para garantir o adequado fluxo de água
filtrada e promover o tempo de contato desejado dentro do tanque de forma eficiente.

10.9 DESINFECÇÃO

Conforme estabelecido pela NBR 12216/92, o consumo de cloro necessário para


a desinfecção da água é estimado em 5 mg/l, com um mínimo de 1 mg/l. Com base
nisso, definem-se as seguintes dosagens de cloro:

● Dosagem mínima: 1,0 mg/l


● Dosagem recomendada: 3,0 mg/l
● Dosagem máxima: 5,0 mg/l

Para garantir uma desinfecção efetiva, considerando uma profundidade de 3,0


metros e um tempo de contato de 30 minutos.
Esses valores são estabelecidos com o objetivo de assegurar a qualidade e a
segurança da água durante o processo de desinfecção, levando em conta as diretrizes da
NBR 12216/92.

10.9.1 DIMENSÕES DO TANQUE DE CONTATO


10.9.1.1 VOLUME
𝑉 = 𝑄 × 𝑇
𝑐
3
𝑉 = 0, 179 𝑚 /𝑠 × 30𝑚𝑖𝑛 × 60𝑠/𝑚𝑖𝑛
3
𝑉 = 322, 2𝑚
A portaria 888/2021 preconiza que o tempo de contato varia com o pH,
concentração e tipo de agente desinfectante. Como não temos o pH e a concentração do
agente desinfectante, o tanque de contato foi dimensionado para o tempo de contato de
30 minutos.

10.9.1.2 ÁREA

𝑉
𝐴 = 𝐻

3
322,2𝑚
𝐴 = 3,0𝑚
2
𝐴 = 107, 4𝑚
Admitindo-se uma relação entre comprimento e a largura como sendo L/B = 3,5,
temos que:
2
𝐴 = 𝐵 × 𝐿 → 𝐴 = 𝐵 × 3, 5𝐵 → 𝐴 = 3, 5𝐵
𝐴
𝐵 = 3,5

2
107,4𝑚
𝐵 = 3,5

𝐵 = 5, 94𝑚
Assim, o comprimento
será:
𝐿 = 3, 5 ×
𝐵
𝐿 = 3, 5 × 5, 94𝑚
𝐿 = 20, 79𝑚

10.9.2 VERIFICAÇÃO DAS VELOCIDADES DE PASSAGENS


𝑄
𝑉 = 𝐴
𝑠𝑒çã𝑜

3
0,179 𝑚 /𝑠
𝑉 = 3,5𝑚 × 5,94𝑚

𝑉 = 0, 008 𝑚/𝑠

10.9.3 CONSUMO DE CLORO DIÁRIO


𝑀= 𝑄 × 𝐶
𝑑 𝑐𝑙

- Para a dosagem mínima:


3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 001𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 15. 465 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
- Para a dosagem média:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 003𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 46. 395 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
- Para a dosagem máxima:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 005𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 77, 325 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
Onde:
M = Massa de cloro
Qd = Vazão diária
CCl = Concentração de cloro

10.9.4 SISTEMA DE RESERVAÇÃO DE CLORO


Deve ser levado em consideração, um sistema que tenha autonomia de no
mínimo 30 dias. Logo, a massa de cloro para esse período será de:
𝑀 = 𝑀 × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

𝑀 = 77, 325 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎 × 30 𝑑𝑖𝑎𝑠


𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝑀 = 2. 319, 75 𝑘𝑔
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Portanto, serão necessários três cilindros de 1 tonelada de cloro gasoso para um


período de 30 dias.

10.9.5 CASA DE QUÍMICA


Sulfato de Alumínio a 5% (adotado).
Dosagens:
Mínima: 20mg/l;
Média: 40mg/l;
Máxima:
60mg/l.

10.9.5.1 CONSUMO DIÁRIO DE SULFATO DE ALUMINIO


𝑀 = 𝑄 × 𝐶
𝑑 𝐴𝑙 (𝑆𝑂 )
2 43
Onde:
M = massa de Sulfato de Alumínio
Qd = Vazão diária
C = Concentração de Sulfato de Alumínio

- Para a dosagem mínima:


3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 02𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 309, 3 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
- Para a dosagem média:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 04𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 618, 6 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
- Para a dosagem máxima:
3
𝑀 = 15. 465𝑚 /𝑑𝑖𝑎 × 0, 06𝑘𝑔/𝑚³
𝑀 = 927, 9 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
De acordo com a NBR 12216/92, para os tanques de preparação e
armazenamento da solução de alumínio, o volume útil mínimo total corresponde à
quantidade de sulfato de alumínio necessária para abastecer a ETA durante 12h de
operação.
𝑀 = 𝑀 × 0, 5 𝑑𝑖𝑎
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

𝑀 = 927, 9 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎 × 0, 5 𝑑𝑖𝑎


𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝑀 = 463, 95 𝑘𝑔
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

10.9.6 TANQUE PARA SOLUÇÃO DE SULFATO DE ALUMÍNIO


10.9.6.1 VOLUME
Considerando o sulfato de Alumínio com concentração de 5% em peso, tem-se
que:

𝐶= 𝑀
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜
𝑀
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

463,95 𝑘𝑔
0, 05 =
𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

𝑀 = 9. 279𝑘𝑔
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
Sabendo que a massa específica da solução é 2710kg/m³, o volume do
tanque será de:

𝑉= 𝑀
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
ρ
𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜

9.279𝑘𝑔
𝑉 = 2710𝑘𝑔/𝑚³

𝑉 = 3, 42𝑚³
Logo, será adotado um tanque de dimensões: 1,6m x 2,5m.
10.9.6.2 SISTEMA DE RESERVAÇÃO
Considerando um sistema com autonomia mínima de 15 dias. A massa de
sulfato de alumínio para esse período será de:
𝑀 = 𝑀 × 15 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚á𝑥

𝑀 = 9. 279𝑘𝑔 × 15 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝑀 = 139. 185𝑘𝑔
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Considerando o sulfato de Alumínio com concentração de 5% em peso, tem-se


para 15 dias uma massa de:
𝑀
𝐶= 𝑀
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜

𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

139.185𝑘𝑔
0, 05 =
𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

𝑀 = 2. 783. 700𝑘𝑔
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Sabendo que a massa específica da solução é 2710kg/m³, o volume de sulfato


de alumínio para 15 dias será:
𝑀
𝑉= ρ
𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜

2.783.700𝑘𝑔
𝑉 = 2710𝑘𝑔/𝑚³

𝑉 = 1. 027, 2𝑚³

11. ALTERNATIVAS PARA O LODO DE ETA


Segundo o site “Tratamento de Água” (2021), o lodo gerado em Estações de
Tratamento de Água (ETAs) é composto principalmente por frações inorgânicas, como
argila, silte e areia fina. No entanto, é possível encontrar também componentes
orgânicos, como material húmico e microrganismos, além de resíduos químicos
provenientes do processo de coagulação. Geralmente, é um resíduo pertencente à
Classe II A – não perigoso e não inerte (ABNT, 2004).

Estudos apontam a viabilidade da reutilização do lodo proveniente da ETA nos


seguintes processos:

1. Compostagem: O lodo pode ser misturado com outros materiais orgânicos,


como resíduos de alimentos ou folhas, e compostado. A compostagem permite
que o lodo se decomponha e se transforme em um material estável, rico em
nutrientes, que pode ser usado como fertilizante em jardins, agricultura ou
paisagismo.
2. Incineração: O lodo pode ser submetido a um processo de incineração
controlada, onde é queimado a altas temperaturas. A incineração reduz
significativamente o volume do lodo e também pode gerar energia na forma de
calor ou eletricidade.
3. Digestão anaeróbia: Nesse processo, o lodo é decomposto biologicamente por
bactérias em um ambiente sem oxigênio. A digestão anaeróbia produz biogás,
que pode ser usado para gerar energia. Além disso, o lodo tratado pode ser
utilizado como fertilizante.
4. Lixiviação: A lixiviação envolve a extração de componentes valiosos do lodo,
como metais pesados. Esse processo pode ser seguido por tratamento adicional
para eliminar qualquer contaminante remanescente antes de descartar o lodo
residual de forma adequada.
5. Reutilização em construção: Dependendo das características do lodo, ele
pode ser utilizado em algumas aplicações de construção, como fabricação de
tijolos ou material para aterros. Essa opção requer uma análise cuidadosa das
propriedades químicas e físicas do lodo para garantir a segurança e a
conformidade com os regulamentos.
6. Incremento em barreiras impermeabilizantes de aterro sanitário, já que ele ajuda
na retenção de percolados do aterro.
10. REFERÊNCIAS
Agência Nacional de Águas (ANA). Qualidade das Águas Superficiais do
Brasil: Relatório Anual 2020. Brasília, DF: ANA, 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/qualidade-da-agua/qualidade-das-aguas-superfici
ais-do-brasil/relatorio-anual-da-qualidade-das-aguas-superficiais-do-brasil. Acesso em:
17 abr. 2023

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12216: Projeto de


estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro. 1992.
BAHIA. Ministério de Minas e Energia. Gabinete do Ministro. DIAGNÓSTICO DO
MUNICÍPIO DE BRUMADO. Salvador, 2005.
BONDELOS, J.A. Magnesita Depositits in the Serra das Éguas, Brumado Bahia, Brazil.
Washington, D.C.: U. S. Government Printing Office, 1954 (Geological Survey
Bulletim 975- C). Disponível em: https://pubs.usgs.gov/bul/0975c/report.pdf. Acesso
em: 25 de outubro de 2020.
CARDOSO, E. J. B. Sociedade, natureza e espaço: a questão ambiental do rio
são joão na cidade de caetité-ba. Dissertação (Pós-Graduação em Geografia) -
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista – BA. 2018.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
CENSO BRASILEIRO DE 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Barragens do Nordeste.
Disponível em: http://www2.dnocs.gov.br/barragensnordeste.htm. Acesso em: 17 abr.
2023.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades


- Caetité. 2010. Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/caetite/historico. Acesso em: 13 abr. 2023.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


CENSO BRASILEIRO DE 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

MESSIAS, Carina Gomes. Análise da degradação ambiental da micro-bacia do Rio do


Antônio em Brumado-BA: Contribuições para o desenvolvimento de programas de
Educação Ambiental. 140 p. (UNB – GEA, Mestrado Geografia, 2010).
WEATHERSPARK. Compare o clima e as condições meteorológicas de Salvador e
Brumado. Disponível em:
https://pt.weatherspark.com/compare/y/31054~30810/Compara%C3%A7%C3%A3o-
da s-caracter%C3%ADsticas-meteorol%C3%B3gicas-m%C3%A9dias-em-Salvador-e-
Bru mado Acesso em: 01 de julho de 2022.
LIBÂNIO, M., Fundamentos de qualidade e tratamento da água. Editora Átomo,
São Paulo. 3ª Edição, 2010.
RICHTER, C. A. Tratamento de lodos de estação de tratamento de água. São
Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda., 2001.
TRATAMENTO DE ÁGUA. Aproveitamento e destinação do lodo de ETA.
Tratamento de Água, São Paulo, 2023. Disponível em:
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10 jun. 2023.
TSUTIYA, Milton T. Abastecimento de Água. São Paulo, Escola Politécnica da USP.
3ª Edição, 2006.

11. ANEXO A – PLANTAS ILUSTRATIVAS DO MODELO A SER SEGUIDO


PARA A CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Figura 3 – Representação Esquemática de uma Calha Parshall

Fonte: UFMG, 2017


Figura 4 – Floculadores do Tipo: Chicanas

Fonte: VIANA, 2018

Figura 5 – Decantador

Fonte: UFMG, 2017


Figura 6 – Unidade de filtração

Fonte:UFMG, 2017

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