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ESVAZIAMENTO DE TANQUE

ANA PAULA TEIXEIRA¹; MARIA LUIZA GACIA PELISSON¹

Prof. WESLEY PARDINHO DO CARMO


Fenômenos de Transporte Experimental I – TQ083
Universidade Federal do Paraná
1Discentes do curso de Engenharia Química da UFPR

1. Introdução 𝑑𝑚 𝑑(𝜌𝑣)
𝜌𝑣2 𝐴2 = =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Em diversas situações industriais um fluido
necessita ser retirado de um reservatório. Para que
𝑑𝑚 𝑑(𝐴1 ℎ(𝑡))
isso aconteça, é colocado um no fundo do 𝑣2 𝐴2 = =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
reservatório ou na parede um orifício, sendo
definido como uma abertura de perímetro fechado −𝐴1 𝑑ℎ(𝑡)
𝑣2 =
de forma definida. O tempo de esvaziamento de um 𝐴2 𝑑𝑡
tanque é um problema clássico que aparece em
diversas situações e que pode ser resolvido Realizando o Balanço de energia:
aplicando a equação de balanço de massa e ∆𝑃 ∆𝑣 2
+ + ∆𝑧 + 𝑙𝑤 = 0
energia. 𝜌𝑔 2𝑔

No presente experimento foi considerado um


tanque de armazenamento de água sendo Considerando ∆𝑃 = 0 e 𝑣2 ≫≫ 𝑣1 :

esvaziado por diferentes bocais localizados na


parte inferior do tanque, como mostra a Figura 1. 𝑣22
(1 + 𝑘) = ℎ(𝑡)
2𝑔
Isolando 𝑣2 :
FIGURA 1 – Representação do Tanque
2𝑔
𝑣2 = √ (ℎ(𝑡))1/2
(1 + 𝑘)

Então igualando as duas equações deduzidas para


𝑣2 :

−𝐴1 𝑑ℎ(𝑡) 2𝑔
=√ (ℎ(𝑡))1/2
𝐴2 𝑑𝑡 (1 + 𝑘)

Fonte: As autoras.
𝑑ℎ(𝑡) 𝑟22 2𝑔
= 2√ (ℎ(𝑡))1/2 , ℎ(0) = ℎ0
𝑑𝑡 𝑟1 (1 + 𝑘)
Considerando um fluido incompressível o balanço
de massa para essa situação é dado como:
𝑑𝑚 Resolvendo a EDO por integração simples obtém-
= 𝑚2
𝑑𝑡 se:
E a velocidade pode ser encontrada, por:

1
2 25 32,66 32,43 32,42
𝑟22 √ 2𝑔
∙ ) 𝑡2
( 20 37,06 37,10 36,86
𝑟22
2𝑔 𝑟12 1 + 𝑘 15 41,43 41,31 41,36
ℎ(𝑡) = ℎ0 − √ℎ0 ( 2 ∙ √ )𝑡 +
𝑟1 1+𝑘 4 10 51,16 50,12 50,14
5 66,87 67,56 67,60

2. Objetivos
Tabela 3 – Dados experimentais obtidos: Bocal 10mm

h(m) t(1)(s) t(2)(s) t(3)(s)


Comparar dados experimentais de h(t) em 40 0 0 0
35 13,20 12,92 13,41
função do tempo de esvaziamento com os
30 14,6 15,73 15,73
encontrados através da equação deduzida. 25 16,90 17,07 16,65
20 18,10 17,88 18,50
15 21,88 21,50 21,33
10 25,73 25,91 25,92
3. Materiais e métodos 5 33,16 32,99 33,33
3.1. Materiais
Tabela 1 – Dados experimentais obtidos: Sem Bocal
 Tanque de armazenamento, com
saída na parte inferior; h(m) t(1)(s) t(2)(s) t(3)(s)
40 0 0 0
 3 diferentes bocais sendo de 21,10 35 3,48 3,54 4,22
30 4,38 4,87 4,31
e mm de diâmetro; 25 4,37 3,81 3,83
 Cronômetro. 20 5,02 5,15 5,13
15 5,53 5,47 5,49
10 6,41 6,27 6,28
5 9,15 9,16 9,11
3.2. Procedimento experimental
Primeiramente foi colocado o bocal com
menor diâmetro e enchido o tanque com água até 5. Discussão
a marca de 0,4 m. Em seguida, foi aberto o bocal e
medido o tempo a cada 0,05 m de redução do nível
Obtendo o valor médio dos tempos obtidos
no tanque até a marca de 0,05 m, onde foi realizada
em cada altura de líquido no tanque e substituindo
a última medida.
esse valor na equação solução da EDO, é possível
O mesmo procedimento foi realizado para
comparar os dados experimentais com os valores
os demais bocais.
teóricos utilizando gráficos.
Para ajustar os dados teóricos aos dados
4. Resultados
experimentais, foi preciso modificar o valor da
constante de perda de carga (k) para os três casos.
Os dados medidos para os bocais de 7mm
Inicialmente, foi estimado que os bocais possuíam
e 10mm estão dispostos nas Tabelas 1 e 2
k = 0,78 e sem bocal k = 0,5. Para um melhor
respectivamente, enquanto os dados para o
ajuste, para os bocais foi utilizado k = 0,5 e sem
esvaziamento sem bocal são apresentados na
bocal k = 1,1.
Tabela 3.
As Figuras 2, 3 e 4 apresentam a
comparação gráfica dos resultados teórico e
Tabela 1 – Dados experimentais obtidos: Bocal 7mm
experimental para os bocais de 7mm, 10mm e sem
h(m) t(1)(s) t(2)(s) t(3)(s)
bocal respectivamente.
40 0 0 0
35 27,38 27,38 27,36
30 30,94 31,12 31,24

2
Figura 2 – Gráfico Bocal 7mm

Figura 3 – Gráfico Bocal 10mm

Figura 4 – Gráfico Bocal 10mm

3
6. Conclusões

Pela análise dos gráficos, é possível


concluir que a equação apresentada na introdução
descreve bem o comportamento real do
esvaziamento de um tanque.
Além disso, constata-se que sem o bocal, a
perda de carga é mais elevada e que a estimativa
inicial para a constante k estava equivocada.

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