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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

SISTEMAS DE COGERAÇÃO
OPERAÇÃO E MANUTEÇÃO DE SISTEMAS DE COGERAÇÃO

LESSEFINA CARLOS NGOVENE

MESTRADO EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ENEGIAS RENOVEVEIS

Maputo, Novembro de 2023


UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

SISTEMAS DE COGERAÇÃO

DOCENTE:
Dr. Paulino Muteto

MESTRADO EM ENGENHARIA E GESTÃO DE ENEGIAS RENOVÁVEIS

Maputo, Novembro de 2023


Índice
I. Introdução ................................................................................................................ 1

I.1Objectivos .......................................................................................................................... 2

I.1.2. Objectivo geral .......................................................................................................... 2

I.1.3. Objectivos específicos .............................................................................................. 2

I.2. Metodologia de Investigação ........................................................................................... 2

I.2.1. Método de abordagem ............................................................................................... 2

I.2.2. Técnicas de recolha de Dados ................................................................................... 2

II. Revisão Bibliográfica...................................................................................................... 3

II. Cogeração (Cogeneration ou Combined Heat and Power - CHP).................................... 3

II.1. Princípios de funcionamento do sistema de cogeração ............................................... 3

II.1.1. Comparação do sistema de cogeração com o convencional .................................... 4

II.2. Modos de funcionamento de um sistema de Cogeração ................................................ 6

II.2.1. Funcionamento em paridade térmica (controlo - calor) ......................................... 10

II.2.2. Funcionamento em paridade eléctrica (controlo - electricidade) .......................... 11

II.2.3. Funcionamento económico .................................................................................... 11

II.2.4. Funcionamento em cargas parciais ........................................................................ 11

II.3. Manutenção de sistemas de cogeração ........................................................................ 12

II.3.1. Preventiva ............................................................................................................. 12

II.3.2. Corretiva ............................................................................................................... 12

II.4. Vantagens e desvantagens dos sistemas de cogeração ................................................. 13

II.4.1 Vantagens da Cogeração ......................................................................................... 13

II.4.2 Desvantagens da Cogeração ................................................................................... 13

III. Conclusão ........................................................................................................................... 14

IV. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 15


I. Introdução
A necessidade de se transmitir grandes quantidades de energia em alta tensão, dentro de centros
urbanos, se tornou uma realidade na sociedade atual. Contudo a área disponível para
transmissão se limita basicamente às faixas de passagem de linhas de transmissão já presentes
no local. Assim, a transmissão de maiores quantidades de energia só é possível a partir da
recapacitação dessas linhas existentes ou a partir da construção de novas linhas que ocupem a
menor faixa de passagem possível sem violar as normas técnicas vigentes.

Desta forma, a crescente demanda por energias, voltadas em sistemas para alimentações de
pequenas, médias e grandes carga, tem impulsionado o homem na busca de formas eficazes,
no que tange a segurança, baixo custo e abundância de matérias primas na natureza para
geração, transporte e distribuição de energia eléctrica. Sendo que actualmente tem se verificado
o aumento de fontes renováveis de produção de energia elétrica como por exemplo fontes
fotovoltaicas, biomassa eólicas entre outras.

O presente trabalho tem por objectivo abordar a operação e manutenção de sistemas de


cogeração, neste âmbito também será abordado os conceitos relacionados a sistemas cogeração,
a sua constituição bem como os seus modos de funcionamento.

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I.1Objectivos
I.1.2. Objectivo geral
➢ Descrever a operação e manutenção dos sistemas de cogeração.

I.1.3. Objectivos específicos


➢ Definir o sistema de cogeração;
➢ Falar da constituição de um sistema de cogeração;
➢ Descrever os tipos de turbinas de sistemas de cogeração;
➢ Falar dos tipos de operação dos sistemas de cogeração;
➢ Enumerar os tipos de manutenção aplicadas aos sistemas de cogeração;
➢ Citar as vantagens e desvantagens dos sistemas de cogeração quando comprados aos
sistemas convencionais.

I.2. Metodologia de Investigação


O presente trabalho baseou-se numa pesquisa bibliográfica que teve como objectivo a recolha
de dados por forma solidificar o conhecimento sobre sistemas de cogeração, bem com a suas
vantagens e desvantagens.

I.2.1. Método de abordagem


Quanto ao método de aborgadem, baseu-se no método qualitativo, uma vez que o levantamento
bibliográfico desta pesquisa procura obter dados descritivos (não se preocupando com a
representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão dos sistemas
de cogeração) que descrevam a contituição, funcionamento, bem como a operação e
manuteção destes sistemas..

I.2.2. Técnicas de recolha de Dados


A recolha de dados foi feita com o auxílio da internet, e em diversos meios literários
relacionados directamente com o tema proposto, com a finalidade de cruzar diversas
informações relacionadas com os sistemas de cogeração.

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II. Revisão Bibliográfica

II. Cogeração (Cogeneration ou Combined Heat and Power - CHP)


É a produção combinada de energia térmica e de energia eléctrica (a energia mecânica é
geralmente convertida em energia eléctrica), a partir de uma única fonte de combustível (gás
natural, gás propano, fuelóleo, biomassa, resíduos industriais, entre outras), na proximidade do
local de consumo, ou seja, constitui-se como um princípio e não uma tecnologia em concreto.
Em geral, pode ser aplicada em todos os casos onde a electricidade seja produzida com recurso
a processos de combustão, sejam baseados em combustíveis fósseis ou renováveis. Desta
forma, os sistemas de cogeração são constituídos basicamente por:

➢ Motor;
➢ Gerador;
➢ Bombas;
➢ Permutadores de calor;
➢ Tanques de acumulação;
➢ UTA;
➢ Condutas de circulação do ar;
➢ Caldeira de recuperação;
➢ Colector de vapor.

II.1. Princípios de funcionamento do sistema de cogeração


Assim, o conceito de Cogeração recorre a um vasto leque de tecnologias, todavia o seu
princípio fundamenta-se sempre na associação de um motor térmico e de um sistema de
aproveitamento do calor dissipado, a Figura 1 ilustra o princípio inerente à cogeração, bem
como vários factores relacionados.

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Figura 1. Princípio de um sistema de Cogeração. (ANDERSON WERNER, 2017)

II.1.1. Comparação do sistema de cogeração com o convencional


Numa análise simplista, conclui-se que a aplicação de sistemas de Cogeração, seja na indústria
ou no sector terciário, é viável desde que na instalação em causa existam necessidades
simultâneas consideráveis de energia térmica e de energia eléctrica. Como se torna óbvio, uma
análise mais cuidada que considere múltiplos factores, tais como a tarifa de remuneração da
electricidade vendida à Rede Eléctrica de Serviço Público, o custo do combustível utilizado,
entre outros, é vital para averiguar com rigor a viabilidade económica de um projecto de
Cogeração. A Figura 2 efectua a comparação esquemática de uma instalação baseada num
sistema convencional de produção separada de electricidade e calor com uma instalação em
que existe a produção simultânea destes dois elementoa.

Figura 2. Comparação entre o sistema convencional de produção de electricidade e calor e o


sistema de Cogeração. (Machado, 2020)

A relação entre a energia eléctrica produzida e a energia térmica utilizável varia de acordo com
os ciclos termodinâmicos dos motores térmicos empregues (turbinas a vapor, turbinas a gás e

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motores térmicos alternativos). Para cada instalação, deve ser estudado o sistema de Cogeração
mais adequado às necessidades observadas. Na Figura 2.3, apresenta-se o balanço energético
comparativo entre um sistema convencional de produção de energia térmica e eléctrica,
constituído por uma caldeira ou gerador de vapor e energia eléctrica adquirida à rede, e um
sistema de Cogeração.

Figura 3. Balanço comparativo, em unidades de energia, entre um sistema convencional de


produção de energia térmica e eléctrica e um sistema de Cogeração. (Paterman, 2005)

A análise dos esquemas apresentados na figura 3 permite concluir que um sistema de


Cogeração fornece as mesmas quantidades de energia (térmica e eléctrica) que um sistema
convencional, necessitando para tal de menos quantidade de combustível. Esta poupança
advém do aproveitamento do calor gerado pelos ciclos termodinâmicos das máquinas térmicas,
mais concretamente, observa-se que o sistema convencional, em que a energia eléctrica é
fornecida por centrais eléctricas tradicionais, isto é, é adquirida à rede pública pela instalação,
necessita de 153 unidades de energia do combustível para a obtenção de 55 unidades de energia
térmica e de 35 unidades de energia eléctrica. Por sua vez, o uso de um sistema de Cogeração
traduzir-se-ia num consumo de apenas 100 unidades de energia do combustível, conseguindo
os mesmo níveis de calor e electricidade. Assim, pode afirmar-se com rigor que um sistema
baseado no princípio da Cogeração é claramente mais eficiente do que a alternativa tradicional,
composta por um gerador eléctrico e por uma caldeira, permitindo reduções importantes ao
nível das emissões de CO2. No que diz respeito à eficiência energética, os equipamentos de
Cogeração possuem um sistema de classificações similar, por exemplo, ao dos edifícios. São
classificados, no mínimo, com a categoria B, correspondente a valores de eficiência superiores
a 70%.

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II.1.2 Classificação dos sistemas de cogeração
No entanto, geralmente são caracterizados de acordo com o tipo de máquina térmica com que
são equipados. Assim, podem ser distinguidas as seguintes tecnologias:

➢ Turbinas a gás;
➢ Turbinas a vapor;
➢ Ciclo combinado;
➢ Motores alternativos ou de combustão interna (de ignição por explosão ciclo Otto –
ou de ignição por compressão interna – ciclo Diesel).

II.1.2.1. Turbina a Gas


Uma turbina a gás, também denominada por turbina de combustão, é um motor rotativo que
extrai energia do fluxo de um gás combustível. A montante da câmara de combustão, possui
um compressor que está acoplado, por um veio, a uma turbina que se encontra a jusante da
mesma. A energia é libertada quando ocorre a mistura do ar com o combustível, na câmara de
combustão, e se dá a ignição. Os gases resultantes são direccionados para as pás da turbina,
promovendo o seu movimento. O princípio de funcionamento teórico das turbinas a gás baseia-
se no Ciclo de Brayton, também conhecido como Ciclo de Joule.

Figura 4. Vista em corte de uma turbina a gás de potência elevada. (Paterman, 2005)

Na Figura 3, está representado o processo real de combustão interna de uma turbina a gás, em
circuito aberto. O ar admitido é conduzido a um compressor do tipo axial, onde a pressão e a
temperatura são elevadas.

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Na câmara de combustão, o ar mistura-se com o combustível geralmente, gás natural e a
combustão é realizada a pressão constante, uma vez que a forma construtiva da câmara oferece
pouca resistência ao fluxo (de 2 a 3). Os gases resultantes entram na turbina, a alta temperatura,
e são expandidos, produzindo trabalho, num processo teoricamente adiabático (de 3 a 4). O
trabalho considerado útil é o que resulta da diferença entre o trabalho realizado na turbina (4)
e o trabalho entregue ao compressor (1). O compressor e a turbina são montados no mesmo
eixo, permitindo que uma parte do trabalho realizado na turbina seja usada no próprio processo
de compressão.

Na prática, as inevitáveis ocorrências de fricção e turbulência alteram o processo. Estas causam


compressão não-isentrópica: para uma dada pressão, a temperatura à saída do compressor é
superior à ideal; - expansão não-isentrópica: apesar de o movimento da turbina causar uma
descida da sua temperatura, o compressor não é afectado e a pressão associada é maior, o que
diminui a capacidade de expansão disponível para a realização de trabalho útil; - perdas de
pressão na entrada de ar, na câmara de combustível e na saída de gases: reduzem a capacidade
de expansão disponível para realizar trabalho útil. Assim, é conveniente estudar o
funcionamento da turbina a gás em ciclo fechado. Neste caso, o processo de combustão é
substituído por um processo de adição de calor, por parte de uma fonte externa, a pressão
constante, e o processo de escape é substituído por uma libertação de calor, para o exterior,
também a pressão constante.

Tal como acontece com todos os outros motores baseados em ciclos termodinâmicos, uma
maior temperatura de combustão significa maior eficiência. Contudo, o limite é dado pela
resistência térmica dos materiais que constituem a máquina. Refrigerar convenientemente as
várias partes que a compõem, é um trabalho de considerável engenharia. Uma turbina a gás é,
do ponto de vista construtivo, menos complexa do que um motor de combustão interna. As
mais usuais têm apenas uma parte móvel: o conjunto veio/compressor/ turbina/alternador.

Num sistema de Cogeração com turbina a gás, a recuperação de calor processa-se


exclusivamente a partir dos gases de exaustão, numa caldeira de recuperação. Neste caso, não
se efectua a recuperação de calor nos circuitos de refrigeração da água e do óleo de lubrificação,
ao contrário do que sucede nos motores de combustão interna.

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Figura 5. Esquema de uma solução de Cogeração baseada numa turbina a gás. (AZEVEDO,
2006)

II.1.2.2. Turbinas a vapor


As turbinas a vapor são já uma tecnologia clássica, bastante empregues nas centrais térmicas
convencionais (a carvão ou a fuel) e nas centrais de ciclo combinado (a gás natural). O seu princípio de
funcionamento teórico é baseado no Ciclo de Rankine, cujo diagrama T,s é apresentado de seguida.

Figura 6. Diagrama T, s do Ciclo de Rankine. (AZEVEDO, 2006)


A água é convertida em vapor saturado de alta pressão, no interior da caldeira, a uma
temperatura superior à temperatura de saturação. O vapor é, então, expandido numa turbina de
vários andares, com pelo menos um reaquecimento intermédio, sendo depois rejeitado, a baixa
pressão, para um condensador de vácuo, onde é realizada a condensação do vapor. Por fim, o
condensado é direccionado novamente para a caldeira, para que o ciclo se reinicie.

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Figura 7. Turbina de condensação. (Flores, 2010)
Contudo, o tipo de turbina descrito anteriormente, denominado por turbina de condensação,
não é o que deve ser usado nos sistemas de Cogeração, uma vez que este equipamento é
pensado para optimizar a conversão eléctrica pura. Assim, é mais conveniente usar turbinas a
vapor de contrapressão (ou de não-condensação), quando o objectivo é a aplicação em sistemas
de Cogeração. Nestas, o vapor que abandona a turbina é aproveitado para o processo industrial.
A denominação destas turbinas explica-se pelo facto de o vapor ser rejeitado a pressões
próximas da pressão atmosférica e, deste modo, superiores ao vácuo que se verifica no
condensador. A utilização do vapor a estas pressões mais elevadas prejudica o rendimento
eléctrico, mas melhora substancialmente o rendimento térmico

II.2. Modos de funcionamento de um sistema de Cogeração


É necessário estabelecer regras de funcionamento e definir os modos de operação de cada
sistema de Cogeração.

O modo de operação é definido como a forma segundo a qual o sistema deve operar de maneira
a assegurar a viabilidade da implementação, assim como a utilização racional da energia no
processo. Desta forma, factores de índole técnica e económica devem ser tidos em consideração
na sua escolha para um dado projecto são:

➢ Consistência entre as necessidades eléctricas e térmicas da instalação e as


características do sistema de Cogeração escolhido (capacidade de produção de
electricidade e de recuperação de calor);
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➢ Perfil das necessidades térmicas da instalação, incluindo os níveis de temperatura e as
flutuações típicas, ao longo de um ciclo diário, mensal ou anual;
➢ Perfil das necessidades eléctricas da instalação, tendo em conta variações
características;
➢ Custos actuais em combustível e na electricidade adquirida à concessionária, bem como
a projecção futura destes valores;
➢ Proveitos com a remuneração da electricidade produzida pelo sistema e entregue à rede
pública, bem como sua evolução no tempo;
➢ Custos de operação e manutenção do sistema;
➢ Aspectos ambientais.

Na operação de um sistema de Cogeração, uma condição para assegurar a máxima eficiência


é a de que a recuperação do calor rejeitado no processo de combustão deve ser a maior possível.
Se, ainda assim, as necessidades de calor da instalação superarem o calor recuperado, recorre-
se a uma fonte de calor adicional como sistema de apoio (uma caldeira a gás, por exemplo).

Num modo de funcionamento ideal, verificar-se-ia o equilíbrio e o sistema de Cogeração


operária no ponto energeticamente recomendável, isto é, sem excedentes ou défices, contudo,
na prática, tal modo de funcionamento é impossível, pois as necessidades da esmagadora na
maioria das instalações não são regulares nem uniformes, mas bastante variáveis no tempo.
Deste modo, para obter uma margem de segurança, o sistema de Cogeração deve ser capaz de
enfrentar tais desequilíbrios, devendo operar sempre em torno de um ponto médio das
necessidades da instalação, cuja definição é complexa, mas de extrema importância.

Assim, a escolha do modo de funcionamento é realizada em função da supremacia de uma


forma de energia (energia eléctrica ou mecânica e energia térmica) sobre a outra, estabelecendo
se qual o produto principal, de acordo com os objectivos da implementação do sistema. Existem
fundamentalmente quatro estratégias normais de funcionamento para um sistema de
Cogeração:

II.2.1. Funcionamento em paridade térmica (controlo - calor)


Neste modo de funcionamento, o sistema de Cogeração é dimensionado para produzir uma
quantidade de calor que equivalha às necessidades térmicas da instalação, em cada período de
tempo considerado. Assim, o calor é o produto principal e a electricidade é um subproduto da

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Cogeração. O sistema deverá estar ligado à rede pública, de modo a que se possa vender a
electricidade excedente ou adquirir electricidade, consoante o caso.

II.2.2. Funcionamento em paridade eléctrica (controlo - electricidade)


Desta feita, o sistema de Cogeração é projectado para satisfazer por completo as necessidades
eléctricas da instalação, em cada período de tempo considerado, incluindo picos de consumo.
Desta forma, a electricidade é o produto principal e o calor é um subproduto da Cogeração, se
o calor produzido for insuficiente para responder às necessidades térmicas da instalação, é
accionado um sistema auxiliar para produzir esta diferença e se, pelo contrário, o calor
produzido pelo sistema for em excesso, então será rejeitado para o ambiente ou, possivelmente,
canalizado para uma instalação próxima.

II.2.3. Funcionamento económico


Este tipo de funcionamento consiste em operar o sistema tendo em conta, antes de mais,
factores económicos. Assim, o sistema de Cogeração responde a uma parte ou à totalidade das
necessidades eléctricas de ponta da instalação, podendo até produzir uma excedente quantidade
de electricidade, de acordo com o que seja mais proveitoso, tendo em conta o valor a que a
electricidade pode ser adquirida ou vendida, a qualquer momento. Neste caso, deve ser usado
um equipamento suplementar para satisfazer uma parte, ou a totalidade, das necessidades
térmicas da instalação, uma vez que um sistema de Cogeração que funcione neste modo não
terá, provavelmente, capacidade de as suprir.

II.2.4. Funcionamento em cargas parciais


Neste caso, o sistema de Cogeração é subdimensionado em relação às necessidades térmicas e
eléctricas da instalação, respondendo apenas a cargas parciais destas duas formas de energia.
Uma vez que o sistema não supre a totalidade das necessidades da instalação, será necessário,
por um lado, adquirir electricidade à concessionária e, por outro, utilizar um equipamento de
produção de energia térmica suplementar.

Existem, ainda, alguns modos de funcionamento combinado, tais como:

➢ Funcionamento em paridade térmica, com função pico-eléctrico;


➢ Electricidade máxima e/ou exigência de calor;
➢ Electricidade mínima e/ou exigência de calor;

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Modos de funcionamento de tempo variável, que são executados através de um sistema de
gestão de energia que selecciona um modo de funcionamento óptimo para cada necessidade
específica. Com o desenvolvimento das tecnologias de automação e da aparelhagem de
telemedida, verifica-se que os modos de funcionamento combinado, operados de forma
automática, por avançados sistemas de controlo, são os de implementação mais frequente.

II.3. Manutenção de sistemas de cogeração


Manutenção de Sistemas de Cogeração, de uma maneira geral, os sistemas de Cogeração têm
custos de manutenção mais elevados que os sistemas convencionais de produção separada de
eletricidade e calor. Tal situação deve-se ao facto de estes sistemas possuírem um maior
número de peças móveis, o que leva também, consequentemente, a um maior desgaste
provocado pelo seu funcionamento.

Mesmo assim, apesar dos elevados custos de manutenção dos sistemas de cogeração, tal fator
não deve ser considerado como uma desvantagem em relação aos sistemas convencionais, uma
vez que os proveitos conseguidos e da venda de eletricidade à rede ultrapassam largamente
esse acréscimo de custo.

Nos sistemas de cogeração existem dois tipos de manutenção: preventiva e correctiva.

II.3.1. Preventiva
A primeira está relacionada com situações que estão previstas pelo fabricante do equipamento
e cuja realização garante a longevidade do mesmo, o bom funcionamento e a diminuição de
casos de manutenção forçada. Temos como exemplo deste tipo de manutenção a mudança de
óleos, de filtros, de velas de ignição, de líquidos de refrigeração e de alguns componentes de
desgaste, como é o caso das pás de uma turbina ou micro-turbina.

II.3.2. Corretiva
Por sua vez, as manutenções forçadas acontecem sempre que ocorrem avarias que não estavam
planeadas, tais como a necessidade de substituição dos pistões de um motor, provocada por um
sobreaquecimento. Por existir a necessidade de interrupção da operação do sistema, em ambos
os tipos de manutenção, por norma, o trabalho deve ser realizado nos períodos que causem
menor transtorno, quer a nível operacional, sob o ponto de vista da evolução temporal das
necessidades energéticas da instalação, quer económico, tendo em conta o preço de venda de
eletricidade à rede.

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II.4. Vantagens e desvantagens dos sistemas de cogeração

II.4.1 Vantagens da Cogeração


As principais vantagens gerais podem ser avaliadas pelos seguintes fatores:

➢ Baixo custo de energia (elétrica e térmica);


➢ Grande confiabilidade de fornecimento de energia;
➢ Boa qualidade da energia produzida;
➢ Pequenos custos de transmissão e de distribuição de eletricidade;
➢ 4 5. Grande eficiência energética;
➢ Baixa emissão de poluentes (vantagens ambientais);
➢ Cria novas oportunidades de trabalho e de negócios

II.4.2 Desvantagens da Cogeração


As principais desvantagens gerais podem ser avaliadas pelos seguintes fatores:

➢ Necessidade de planejamento de operação e expansão do sistema elétrico;


➢ Necessidade de mão de obra extremamente especializada;
➢ Necessidade de espaço físico suficiente para a instalação da Central;
➢ Necessidade de isolamento para manutenção do sistema elétrico;
➢ Alta variância no preço dos insumos energéticos;
➢ Necessidade de estudo e previsão de consumo pela indústria;
➢ Alto custo de implementação.

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III. Conclusão
Este trabalho abordou operação e manutenção de sistemas de cogeração, onde apresentou os
diferentes tipos de caldeiras de cogeração, a sua configuração, os modos de operação e os tipos
de manutenção aplicados aos sistemas de cogeração. Desta forma foi definido como sistema
de cogeração ou simplesmente cogeração a produção combinada de energia térmica e de
energia eléctrica (a energia mecânica é geralmente convertida em energia eléctrica), a partir de
uma única fonte de combustível (gás natural, gás propano, fuelóleo, biomassa, resíduos
industriais, entre outras), na proximidade do local de consumo, ou seja, constitui-se como um
princípio e não uma tecnologia em concreto, sendo os sistemas de cogeração pode ser
constituídos por diferentes tipos de turbinas agás ou vapor. Neste contexto o sistema de
cogeração pode ser operado nos seguintes modos: funcionamento em paridade térmica
(controlo - calor), funcionamento em paridade eléctrica (controlo-elétcrico,), modo económico
e com cargas parciais.

Os sistemas de cogeração podem mantidos periodicamente (manutenção preventiva), de acordo


com as recomendações do fabricante, neste tipo de manutenção resume-se na substituição de
elementos como de óleos, de filtros, de velas de ignição, de líquidos de refrigeração e de alguns
componentes de desgaste, como é o caso das pás de uma turbina ou micro-turbina, enquanto
que as manutenções forçadas acontecem sempre que ocorrem avarias que não estavam
planeadas, tais como a necessidade de substituição dos pistões de um motor, provocada por um
sobreaquecimento. Por existir a necessidade de interrupção da operação do sistema, em ambos
os tipos de manutenção, por norma, o trabalho deve ser realizado nos períodos que causem
menor transtorno, quer a nível operacional, sob o ponto de vista da evolução temporal das
necessidades energéticas da instalação, quer económico, tendo em conta o preço de venda de
eletricidade à rede.

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IV. Referências Bibliográficas
1. Anderson Werner. (2017). Trabalho final de mercado de energia elétrica. Blumenau.

2. Azevedo, G. D. (2006). A cogercao e a sua insercao no sistema electrico. Brasilia.

3. Brandão, S. d. (2004). Produção e Planeamento de Energia Eléctrica. Universidade de


Coimbra.

4. Flores, J. A. (2010). Análise Energética e Exergética de um Sistema. Campinas.

5. Machado, J. E. (2020). Modelação do processo de funcionamento de um sistema de


cogeracao. Coimbra.

6. Paterman, N. ( 2005). Apostila de co-geração . Brasil.

7. Tedesco, F. d. (n.d.). Estudo de planta de cogeração com caldeira com caldeira de


recuperacao de bio- combustivel com a queima de gas natural e oleo ultra viscoso.

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