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POR ONDE ANDAM

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OS RIOS DE SALVADOR?*
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A

Ana Licks Almeida Silva, Marcia Maria Couto Mello,


Raissa da Matta Almeida

Resumo: a expansão urbana e a densificação desordenada nas cidades, associadas a


um sistema de drenagem urbano ineficiente, tem provocado mudanças no ciclo hidro-
lógico, acentuadas por fatores como impermeabilização do solo, descarte inadequado
de resíduos sólidos e canalização do escoamento. Todos esses fatores contribuem
para uma drástica alteração da paisagem urbana, a exemplo da canalização e do en-
capsulamento de rios que perderam sua identidade e sucumbiram a um urbanismo
predatório. Com foco na modernização dos sistemas de drenagem e na redução de
tais impactos, surge uma abordagem sustentável que busca incorporar aspectos da
resiliência. Este artigo propõe discutir criticamente a relação da cidade de Salvador e
seus rios, analisando a lógica subjacente à drenagem urbana e a logica que subjaz o
processo de concepção do planejamento urbano.

Palavras-chave: Rios urbanos. Encapsulamento. Canalização. Resiliência.

WHERE ARE THE RIVERS OF SALVADOR?


DOI 10.18224/baru.v5i2.7856

Abstract: urban sprawl and disorderly densification in cities, coupled with an


inefficient urban drainage system, have led to changes in the water cycle, accen-
tuated by factors such as soil impermeabilization, inadequate solid waste disposal
and runoff channeling. All these factors have contributed to a drastic alteration
of the urban landscape, having seen the channeling and encapsulation of rivers
that lost their identity and succumbed to a predatory urbanism. With a focus on
modernizing drainage systems and reducing such impacts, a sustainable approach
emerges, that seeks to incorporate aspects of resilience. This paper proposes a
critical discussion about the relationship between Salvador city urban tissue and
its rivers, analyzing the logic behind the process of urban drainage and urban
planning conceptions.

Keywords: urban rivers; encapsulation; channeling; resilience.

, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019. 297


¿A DÓNDE VAN LOS RÍOS DE SALVADOR?

Resumen: la expansión urbana y la densificación desordenada en las ciudades, junto con un sis-
tema de drenaje urbano ineficiente, han llevado a cambios en el ciclo del agua, determinados por
factores como el sellado del suelo, la eliminación inadecuada de desechos sólidos y la escorrentía.
Todos estos factores han contribuido a una alteración drástica del paisaje urbano, habiendo visto
la canalización y la encapsulación de ríos que perdieron su identidad y sucumbieron a un urbanis-
mo depredador. Con un enfoque en la modernización de los sistemas de drenaje y la reducción de
tales impactos, surge un enfoque sostenible que busca incorporar aspectos de la resiliencia. Este
artículo propone discutir críticamente la relación de la ciudad de Salvador y sus ríos, analizando
la lógica detrás del drenaje urbano y la lógica que subyace en el proceso de concepción de la
planificación urbana

Palabras clave: ríos urbanos; encapsulamiento; fontanería; resiliencia

D
esde o início das civilizações os homens mantem uma relação de proximidade
com os rios, haja vista a essencialidade da água para a sobrevivência. A passa-
gem do nomadismo para o sedentarismo, favorecida pelo domínio da agricul-
tura, quando o homem descobre as possibilidades do cultivo de sementes, dá lugar aos
primeiros assentamentos humanos. Pequenas aldeias se transformaram, gradativamente,
em vilas e posteriormente em cidades que se desenvolveram às margens de rios, que
foram afetados pelo crescimento urbano e pela perda da sua integração com a paisagem
(MUMFORD, 1998).
As cidades brasileiras, submetidas a um processo de urbanização acelerado e des-
controlado, verificado com maior intensidade na década de 80, foram gravemente impac-
tadas com a ocupação irregular – fruto de uma demanda ainda maior de água e solo – e
problemas ambientais que repercutiram, e ainda repercutem, diretamente na qualidade de
vida e na saúde da população (ALMEIDA, 2017).
Em Salvador, onde a topografia acidentada favoreceu a construção de um sistema
viário cujas vias radiais localizavam-se no fundo de vales, desconsiderou-se totalmente
as bacias hidrográficas enquanto unidades de gestão e planejamento, gerando uma série
de problemas ainda hoje ignorados. Alterações nas características naturais desses espaços
ocasionaram efeitos sobre a sua hidrologia, acarretando processos de erosão, transporte
e deposição de sedimentos. Soma-se ainda a interferência no escoamento superficial e o
aporte de sedimentos devido à urbanização, que interferiu diretamente no risco de inun-
dações (SOUZA, 2014). Por outro lado, a mudança do uso do solo nas cidades tem como
principal implicação a retirada da cobertura vegetal, reduzindo o grau de permeabilidade
e, consequentemente, diminuindo as taxas de infiltração, aumentando o escoamento su-
perficial.
Associam-se a tais fatores, algumas das principais causas de problemas relaciona-
dos à deficiência de infraestrutura e à urbanização: grande concentração de pessoas em
pequenas áreas, isto é, densidade demográfica; aumento das periferias de forma desorde-
nada; ausência de sistema de esgotamento sanitário e/ou drenagem urbana; poluição da
água; ocupação de calhas de inundação de rios e, impermeabilização e canalização dos
rios urbanos (TUCCI, 2012).
298 Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019.
Em Salvador, o encapsulamento de rios é utilizado como solução para problemas
de esgotamento, poluição e inundação. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é
discutir de forma crítica a relação entre o tecido urbano da cidade de Salvador e seus rios,
analisando a lógica que subjaz os projetos de drenagem e de planejamento urbano.

EXPANSÃO URBANA NA “CIDADE DAS ÁGUAS”

Viver no ambiente urbano não implica, necessariamente, desfrutar de melhores


condições de vida, afinal as cidades apresentam contextos e configurações que refletem
as iniquidades e desigualdades socioambientais no seu território. Diferentes extratos so-
cioeconômicos habitam diferentes espaços que dispõem ou não de serviços e infraestru-
turas básicas, como saneamento, serviços de saúde, educação e lazer (ALMEIDA, 2017).
Nesse sentido, Barcellos e cols. (2008, p. 185) afirmam que:

A intensa urbanização, os novos riscos tecnológicos, a perda da biodiversidade, as desigualdades so-


ciais e a contaminação ambiental estão intrinsicamente ligados e figuram como as principais causas
dos problemas socioambientais, que precisam ser encarados de forma integral.

Fica evidente que o desenvolvimento das cidades requer um processo de pla-


nejamento que considere variáveis além das ambientais e espaciais: a criação de po-
líticas públicas que contribuam para o equilíbrio entre o meio ambiente e a justiça
social. O Estatuto da Cidade, Lei 10.257/01, que tem como objetivo estabelecer normas
que regulem o uso do solo urbano, em prol do bem coletivo, segurança, bem-estar dos
cidadãos e equilíbrio ambiental, determina que:

Art. 2º, IV — Diretriz geral da política urbana: planejamento do desenvolvimento das cidades, da
distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob
sua área de influência, de modo a evitar corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos
negativos sobre o meio ambiente.

O Estatuto da Cidade determina a criação de Planos Diretores de Desenvolvimento


Urbano (PDDU), que consistem em instrumentos básicos da política de desenvolvimento
e expansão urbana municipal. A falta de incorporação de diretrizes sustentáveis ao pro-
cesso de expansão das cidades acarreta perda de mananciais, aumento da frequência de
inundações, deterioração da qualidade da água em rios e consequentemente a diminuição
da qualidade de vida da população (TUCCI, 2012).
Salvador, assim como outras grandes metrópoles brasileiras, é marcada por intensa
segregação sócio espacial, fruto de um planejamento urbano fragmentado, e por vezes,
atemporal. Conforme lembra Maricato (1996), os planejamentos para as cidades brasilei-
ras promoveram um processo de urbanização cujo crescimento gerou um tecido urbano
frágil e desigual, resultando numa concentração de pobreza descomunal, impelido pelo
capital imobiliário, aliado a interesses políticos e mercadológicos hegemônicos.
Santos (2008), cita que Salvador, desde sua formação, teve diferentes funções: a de
cidade fortaleza, devido à sua localização; cidade administrativa, considerando ter sido
capital do país, e a de cidade portuária, capaz de atender as demandas econômicas. A ci-
, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019. 299
dade que inicialmente era monocêntrica, limitava-se às proximidades do Porto Marítimo.
Somente a partir da década de 1970 expandiu-se, de forma rápida em outras direções,
mediante a concepção de avenidas de vale, inspiradas nas ideias contidas no Plano Mário
Leal Ferreira (década de 1940), a exemplo das avenidas Mario Leal Ferreira (Bonocô,
1970), Vale do Canela (1974), Luiz Viana Filho (Paralela, 1974), Antônio Carlos Maga-
lhães (1975) e Anita Garibaldi (1977) (GORDILHO-SOUZA, 2008).
Ressalta-se que essas avenidas, construídas nos fundos dos vales, seguiram o curso
natural dos principais rios da cidade, contendo-os em calhas de concreto, com o objetivo
de controlar as vazões. As avenidas de vale foram consideradas fundamentais à expansão
urbana, no sentido da ocupação de novas áreas. A cidade cresceu, em diferentes direções,
guiada por três vetores de expansão (Figura 1): o Vetor 1 - localizado ao longo da Orla
Marítima, caracterizado pela presença de condomínios residenciais de luxo; Vetor 2 - ao
longo da Av. Paralela, em direção ao Litoral Norte; e o Vetor 3 - localizado ao longo da
BR 324, se estendendo até o município de Simões Filho, daí derivando para a região do
Miolo e o Subúrbio Ferroviário (MENDES, 2006).

Figura 1: Vetores de Crescimento de Salvador na década de 1970.


Fonte: Carvalho e Corso-Pereira, 2013 (adaptado).

O território onde foi implantada a cidade do Salvador, possuía grande riqueza de


fontes naturais de água potável que se encontravam distribuídas por toda a cidade. Os
recursos hídricos lamentavelmente, vem sucumbindo a um planejamento que, ao longo
das últimas seis décadas, ignorou completamente esta peculiaridade.
Embora Salvador possua doze bacias hidrográficas (Figura 2) – Seixos-Barra/Cen-
tenário, Camarajipe, Cobre, Ipitanga, Jaguaribe, Lucaia, Ondina, Paraguari, Passa Vaca,
300 Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019.
Pedras/Pituaçu, Ilha de Maré e Ilha dos Frades – só muito recentemente, elas foram con-
sideradas e utilizadas como referência para estudos, a exemplo do “Caminho das Águas
em Salvador – Bacias hidrográficas, bairros e fontes” (SANTOS et al., 2010), realizado
por equipe multidisciplinar e diversas instituições.

Figura 2: Bacias Hidrográficas de Salvador


Fonte: Santos et al. (2010).

Contudo, ao longo da história da cidade, a relação entre o processo de urbanização


e os recursos naturais se revela predatória com o desaparecimento das águas doces super-
ficiais e subterrâneas. De acordo com Santos e cols. (2010, p.5), apesar de Salvador ser
“entrecortada e circundada pelas águas, com abundância de água em seu subsolo e com
elevado índice pluviométrico, está se tornando árida”.
A bacia hidrográfica pode ser entendida, conforme Santos (2010, p. 07) como:
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Unidade territorial delimitada por divisores de água, na qual as águas superficiais originárias de
qualquer ponto da área delimitada pelos divisores escoam pela ação da gravidade para as partes mais
baixas, originando córregos, riachos e rios, os quais alimentam o rio principal da bacia, que passa,
forçosamente, pelos pontos mais baixos dos divisores, e desemboca por um único exutório.

Neste sentido, as bacias hidrográficas representam sistemas naturais bem demar-


cados geograficamente, onde acontecem fenômenos que possibilitam a gestão integrada
das águas.

O GERENCIEMENTO DAS ÁGUAS URBANAS EM SALVADOR

A gestão das águas urbanas no Brasil passou por diferentes fases, que adotaram
lógicas e paradigmas diversos para a concepção do planejamento urbano, conforme se
observa no Quadro 1.

Quadro 1: Fases do Desenvolvimento das Águas Urbanas

Fase Características Consequências


Esgoto em fossas ou na drenagem, sem
Pré-higienista: até o Doenças e epidemias, grande
coleta ou tratamento de água da fonte
início do século XX mortalidade e inundações.
mais próxima, poço ou rio.

Redução das doenças, mas rios


Higienista: antes da Tratamento de esgoto distante das
contaminados, impactos nas
década de 1970 pessoas e canalização do escoamento.
fontes de água e inundações.

Recuperação dos rios, restando


Corretiva: entre as Tratamento doméstico e industrial,
a poluição difusa, obras
décadas de 1970 e 1990 amortecimento do escoamento.
hidráulicas e impacto ambiental.

Desenvolvimento Tratamento terciário e do escoamento Conservação ambiental, redução


sustentável: depois da pluvial, novos desenvolvimentos que das inundações e melhoria da
década de 1990 preservam o sistema natural. qualidade de vida.

Fonte: Tucci (2012).

Na virada do século XIX, os rios urbanos das grandes cidades brasileiras tinham a
dupla função de ofertar água para consumo humano e levar para longe o esgoto domés-
tico. Em decorrência surgiram problemas sanitários que ocasionaram epidemias, moti-
vando o início da fase “higienista”, bem como a mudança de lugar de captação da água e
disposição de esgoto, sendo a primeira captada a montante e o segundo lançado a jusante –
solução que apenas transferiu os problemas para outras localidades. O pensamento higie-
nista incorporado ao planejamento urbano de Salvador se estendeu às primeiras décadas
do século XX, através das reformas e obras de embelezamento do governo J.J. Seabra,
cujo foco era o progresso e a modernização da cidade, mediante a melhoria das condições
sanitárias. Acontecia a primeira grande obra de confinamento de rios na cidade, a partir da
construção da Rua da Valla – uma das primeiras grandes avenidas soteropolitanas, sobre
o rio das Tripas, que tomando a forma de um pântano, tornou-se fonte de proliferação de
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doenças (PAZ, 2018). A região em questão hoje é conhecida como Baixa dos Sapateiros
(Avenida J.J. Seabra) e abriga um grande comércio.
Houve mudança da lógica com a fase “corretiva” e os esgotos passaram a ser
tratados, embora as cargas de esgoto pluvial continuassem a ser descartadas, assim
como os mecanismos de controle de lançamento de resíduos sólidos, o que está ligado a
ocorrência de inundações (TUCCI, 2007). Conforme dados divulgados, em 2017 pela,
da Agência Nacional de Águas (ANA), 9,1 toneladas de esgotos ainda são geradas por
dia nas cidades brasileiras. No entanto, apenas 61% da população brasileira é atendida
pelo serviço de coleta de esgoto; já o índice referente ao percentual de pessoas atendi-
das por infraestrutura de tratamento de efluentes é de apenas 43%, o que revela que o
atendimento é precário.
As décadas de 1970 e 1980 foram decisivas para o crescimento da cidade. O Com-
plexo Industrial de Aratu (CIA), inaugurado em 1967, e o Polo Petroquímico de Cama-
çari (COPEC) em 1978, são considerados leitmotiv quando se fala de transformação do
espaço urbano da cidade de Salvador. Um grande contingente populacional migrou para a
capital naquele período em busca das benesses oferecidas pela metrópole, na qual, supos-
tamente, Salvador se tornara. Conjuntos habitacionais populares, bem como ocupações
irregulares contribuíram para o adensamento e o espraiamento do tecido urbano, através
da periferização e do aumento da informalidade (ALMEIDA, 2017). Além desses fatores,
a construção das avenidas de vale, a partir da década de 1970, favoreceu a canalização e/
ou retificação dos rios, dando início a fase corretiva (Quadro 1).
Fica claro que ainda hoje, em Salvador, imperam ideias inerentes à lógica das fases
higienista e corretiva, priorizando exploração, controle e confinamento dos rios urbanos.
Poucas são as iniciativas que consideram o desenvolvimento sustentável no planejamen-
to urbano e na gestão das águas. A despeito dessas soluções, pode-se afirmar que houve
melhorias das condições sanitárias, embora os rios urbanos continuem poluídos e não
existam propostas concretas de recuperação.
A canalização/retificação dos rios ainda é utilizada como uma das principais al-
ternativas à expansão urbana. Cunha (1995) considera canalização como todas as obras
de engenharia praticadas no canal fluvial que têm por finalidade o controle das cheias,
a melhoria da drenagem, a redução da erosão ou o desvio do curso para a construção de
estradas. Desta forma, há alteração da morfologia fluvial e os rios passam a correr conti-
dos em leitos de concreto. Em algumas situações, os rios são ainda encapsulados, ou seja,
cobertos com placas de concreto e “enterrados” na paisagem urbana.
O encapsulamento/tamponamento de rios assim como a canalização/retificação
visa o controle de enchentes, além da abertura de novos caminhos para a construção de
avenidas e áreas de convivência e lazer. Entretanto, a canalização dos pontos críticos aca-
ba apenas transferindo a inundação de um lugar para outro na bacia, à jusante (TUCCI,
2006). Isto é, a solução adotada, resume-se à transferência do ponto de captação. Em Sal-
vador, os maiores rios encontram-se canalizados e em estado de deterioração da qualidade
das águas, conforme se observa no Quadro 2.

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Quadro 2: Principais rios de Salvador

Localização das Praia


Localidades por onde corre o rio Situação
Nascentes (exultório)

- Vale do Canela
Farol da
Rio dos Seixos - Fonte Nossa Canela; Graça; Av. centenário; Barra Poluído
Barra
Senhora da Graça

- Avenida Joana Tororó; Av. Vasco da Gama; Rio


Rio Lucaia Rio Vermelho Poluído
Angélica Vermelho

Marechal Rondon; Calabetão; Mata


Jardim dos
Rio Camarajipe - Pirajá Escura; Saramandaia; Av. ACM; Av. Poluído
Namorados
Juracy Magalhães; Costa Azul

- Cabula – Quartel Pernambués; Saboeiro; Av. Paralela;


Rio das Pedras Boca do Rio Poluído
do 19º BC Imbuí; Boca do Rio

- Águas Claras Jardim Nova Esperança; Cajazeiras


Rio Jaguaribe - Valéria XVIII; Nova Brasília; Trobogy; Piatã Poluído
- Castelo Branco Mussurunga; Bairro da Paz
Relativamente
- Valéria – Lagoa Alto da Terezinha; Rio Sena; Pirajá; Enseada do conservado
Rio do Cobre
da Paixão Parque São Bartolomeu Cabrito em alguns
trechos
Fonte: Santos et al. (2010). Elaboração dos autores (2019).

Uma breve análise da situação dos principais mananciais superficiais da cidade de


Salvador já é suficiente para afirmar que existe total descaso com os rios urbanos e que
as diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano1 (PDDU) não se adequam às
práticas adotadas.
Além de poluídos, três dos mais importantes rios da cidade (rio dos Seixos, rio da
Pedras e rio Lucaia) apresentam grandes trechos encapsulados, desde 2008, impactando
diretamente na paisagem urbana. Destaca-se que ainda existe a previsão de encapsular
mais alguns trechos para viabilização de obra de mobilidade do “Corredores de Transporte
Público Integrado (BRT) Lapa – Iguatemi)”, a exemplo dos rios Lucaia e Camarajipe
(PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR, 2014).
Embora os rios se configurem como sistemas vivos, no contexto urbano são
tratados de forma fragmentada, sem levar em consideração a complexidade que caracteriza
esses ecossistemas. Assim, canalizações e encapsulamentos são adotados como soluções
parciais para um determinado problema, negligenciando-se a visão da totalidade da bacia
que sofrerá os impactos daquela ação pontual (TUCCI, 2016).
São soluções técnicas contribuindo para acentuar a poluição dos rios, já que são
eles os receptadores do sistema de drenagem de água pluvial, além de receberem efluentes
domésticos de ligações clandestinas e continuarem a desembocar nas praias.
Os rios poluídos com altas cargas orgânicas, tem consequências diretas e indiretas
na saúde pública e afetam a balneabilidade nas praias. É preciso garantir que os efluentes
domésticos sejam totalmente separados das águas pluviais.
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A ocupação irregular do solo propicia a existência de ligações clandestinas de es-
goto à rede pluvial, em função de dificuldades topográficas. Soma-se a isso a ocupação
de áreas impróprias sobre galerias e canais de drenagem em fundos de vale e encostas
gerando dificuldades de implantação da rede coletora de esgotamento sanitário (SANTOS
et al., 2010). Há ainda reformas e ampliações de imóveis sem o cumprimento de regras
urbanísticas e a devida regularização junto à Prefeitura Municipal.
Ressalta-se que não basta o Estado construir e ampliar redes de esgotamento sa-
nitário, mas, garantir que as residências estejam ligadas a ela. Para tanto, deverá haver
fiscalização mais eficiente, além de programas de sensibilização da população acerca da
temática. Conforme Gomes (2015, p. 30), “Todas as pessoas precisam ter a consciência
de que estão morando em uma bacia hidrográfica e que suas atividades têm influência
importante no comportamento da mesma”.
Entende-se a extrema urgência para a criação de um modelo de gestão integrada
das águas, compartilhado por Município e Estado, adotando-se como unidade de gestão a
bacia hidrográfica. Enquanto o Estado deve gerir a quantidade e a qualidade da água nos
rios da bacia hidrográfica, ao município caberia a gestão dos serviços de água dentro da
cidade e o controle dos impactos a jusante na bacia (TUCCI, 2012).
De acordo com Tucci (2012, p. 29) a forma moderna e ambientalmente sustentável
de ocupação requer o gerenciamento integrado da infraestrutura urbana, “iniciando-se
pela definição da ocupação do espaço com preservação das funções naturais, como a in-
filtração, a evapotranspiração e a rede natural de escoamento”.
Para tanto, os planejadores urbanos precisam acompanhar a mudança de paradigma
na concepção de ideias referentes à expansão urbana e conservação dos rios. Seguindo a
lógica de países desenvolvidos, os rios devem integrar a paisagem e proporcionar a con-
cepção de espaços de lazer, possibilitando melhorias na qualidade de vida da população.

NOVOS PARADIGMAS PARA A DRENAGEM URBANA

É urgente a necessidade de um novo olhar sobre o planejamento urbano das cidades apoia-
do em novos paradigmas que considerem a sustentabilidade na ótica do pensamento complexo
(MORIN, 2015). Conceitos transdisciplinares e transversais, a exemplo de Resiliência e Eco-
logia Urbana, surgem como aliados à concepção de novas ideias, capazes de investigar mais
profundamente as causas dos problemas de ordem ambiental e apontar medidas mitigadoras.
Sob uma vertente ecológica, a resiliência seria a capacidade de um ecossistema, es-
pécie ou população persistir, recuperando seu funcionamento e desenvolvimento normal
após sofrer mudanças e perturbações (HOLLING, 1973). Nessa perspectiva, a resiliência
urbana “concerne diretamente a objetivos ecológicos (reduzir, reutilizar, reciclar) e suge-
re outras interações (reparar, re-conceber, reagrupar, re-pensar)” (FARIAS, 2017, p. 04).
Logo, a resiliência deve abranger as diversas dimensões de risco e vulnerabilidade às
quais as cidades estão expostas, e consequentemente, possibilitar uma rápida recuperação
perante um evento desastroso, a exemplo de enchentes.
Recentemente, a cidade de Salvador iniciou um programa – “Estratégia de Resi-
liência” para a concepção de planejamento a longo prazo, prevendo iniciativas e políticas
, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019. 305
públicas baseadas nos princípios da resiliência. Segundo a Prefeitura Municipal de Salva-
dor (2019), este documento faz parte do Programa 100 Cidades Resilientes (100 Resilient
Cities – 100RC), capitaneado pela Fundação Rockefeller. Apresenta a visão de Salvador
numa perspectiva para os próximos 31 anos, ou seja, 2049. Para tanto, foram definidas
iniciativas para diversos campos, a exemplo de “Transformação Urbana Sustentável” pre-
vendo ações de adaptação às mudanças climáticas, prevenção de riscos e requalificação
urbana de rios.
Essa nova tendência de intervenção nos rios urbanos prioriza enfoque mais inte-
grado, incorporando aspectos de cunho ambiental e social às análises tecnológicas e de
custo-benefício (BAPTISTA; CARDOSO, 2013).
Mediante a compreensão de que a abordagem higienista ou tradicional é ineficiente
e insustentável surgem medidas modernas e menos custosas de gestão da drenagem urba-
na, consequentemente, controle das enchentes. Dentre as ações mais citadas em relação
a requalificação dos rios urbanos destacam-se revitalização, restauração, reabilitação e
re-naturalização, assim definidos na literatura:

Reabilitação: reestabelecimento de uma ou mais características do corpo hídrico (unidimensional);


Renaturalização: reestabelecimento de condições naturais a um curso d’água, sem o compromisso
restrito à restauração (ecossistema de referência não é necessário); Revitalização: compromisso
com a qualidade da água, de forma a possibilitar a manutenção de um ecossistema saudável. Ação
se dá sob três enfoques complementares: restauração, conservação e preservação (ecossistema de
referência); Restauração: reestabelecimento de condições físicas, químicas e biológicos ao estado
anterior a um distúrbio (POMPÊO, 2012, apud BOF, 2014, p. 31).

Alguns princípios básicos para o manejo do escoamento pluvial sevem ser respeita-
dos Entre eles destacam-se: a) as bacias hidrográficas devem ser pensadas como uma tota-
lidade, e não de forma fragmentada; b) as medidas de controle estruturais e não-estruturais
devem estar associadas; c) a implantação de soluções deve ser realizada através de legisla-
ção municipal e estadual, acompanhada de um manual de drenagem, bem como um plano
diretor de drenagem; d) é necessário um plano diretor de ocupação e expansão da bacia e
seu monitoramento; e) uso de critérios sustentáveis como a manutenção de mecanismos
naturais de escoamento a exemplo da infiltração; f) manutenção do controle permanente, a
exemplo das inundações e áreas de risco; g) educação ambiental tanto para gestores quanto
para a população; h) administração eficiente (TUCCI, 2007, apud BOF, 2014).
A concepção de ideias sob essa nova lógica de planejamento urbano, especialmente
no quesito drenagem urbana e restauração de rios, é aplicada em importantes metrópoles
contemporâneas, revelando experiências exitosas e promissoras.
Uma das mais conhecidas experiências em restauração de rios urbanos foi realizada
em Seul, onde na década de 1960, com a chegada da modernização, a paisagem que in-
cluía o rio Cheonggyecheon (Figura 3) havia dado lugar a uma autopista, construída com
a finalidade de suprir a demanda de tráfego na capital sul-coreana. Aos arrojados viadu-
tos somava-se a necessidade de “esconder” os aspectos controversos ao progresso, neste
caso, o rio poluído e fétido que servia como receptor de esgoto (BAPTISTA; CARDOSO,
2013).
306 Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019.
Figuras 3: Rio Chenonggyecheon, antes e depois da restauração.
Fonte: Coletivo Ecologia Urbana, 2008.

Algumas décadas depois, o projeto de revitalização e restauração priorizou a


reintegração do rio à paisagem da cidade, adicionando espaços de lazer e promo-
vendo o desenvolvimento econômico das áreas adjacentes (Figura 04). Aos resul-
tados positivos percebidos na imagem da cidade, ainda se incluem: o aumento da
biodiversidade em 639%; a diminuição da temperatura média urbana; a redução em
35% de material particulado no ar; o maior uso do transporte coletivo e o aumento
das atividades comerciais na área (LANDSCAPE ARCHITECHTURE FOUNDA-
TION, 2011).
Um dos modelos de revitalização, se expressa no projeto urbanístico executado
no rio Los Angeles, Estados Unidos da América (Figura 4). Enquanto aplicou dire-
trizes do design urbano voltadas para a sustentabilidade ambiental que valorizam a
imagem da cidade, o projeto objetivou o controle de enchentes, a melhoria da qua-
lidade da água e do meio ambiente, além da criação de áreas verdes e de espaços
abertos para recreação e lazer da população, que hoje tem acesso ao rio (BAPTISTA;
CARDOSO, 2013).

Figuras 4: Previsão do processo de restauração do rio Los Angeles.


Fonte: Baptista e Cardoso (2013).

Contudo, o caso mais emblemático é também o mais antigo da história ociden-


tal. Em Londres, os problemas de poluição no rio Tâmisa (Figura 5), remonta ao século
XVIII.

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Figura 5: Rio Tâmisa na atualidade
Fonte: EuroDicas Turismo (2018).

Os planos para despoluição do rio começaram em 1895 e os primeiros resultados


foram percebidos só em 1930, a partir da criação de infraestrutura de captação de esgoto,
que começou a ser lançado à jusante. Entre as décadas de 1960 e 1970, o rio passou por
um intenso processo de despoluição, mediante a construção de estações de tratamento de
esgotos, recuperando a sua fauna – fenômeno comprovado pelo reaparecimento do sal-
mão, espécie de peixe muito sensível à poluição (ÉPOCA, 2004). Foi possível o resgate
de suas margens enquanto espaço de sociabilidade, tornando-se uma área de convívio e
lazer da população (REZENDE; ARAUJO, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os modelos de planejamento urbano implantados nas metrópoles brasileiras,


tal como Salvador, já não atendem às reais necessidades da população, muito menos
são capazes de prever as demandas de futuras gerações. A concepção desses planos
deve valorizar a participação popular e de profissionais de diferentes áreas do conhe-
cimento.
Os modelos de drenagem urbana adotados até o momento, em sua maioria, são
pautados nos princípios que regem as fases “higienista” e corretiva”, o que por si não
garante qualidade da água dos rios, a balneabilidade das praias, nem mesmo o controle de
enchentes ou inundações, na cidade de Salvador.
O retorno dos rios ao seu leito natural, assim como o desencapsulamento, permitiria
reintegrá-los à paisagem das cidades, com o intuito de valorizar aspectos imagéticos e
melhorar a qualidade da água. Para tanto, é imprescindível a recuperação e a revitalização
com base nos conceitos de drenagem urbana sustentável e da resiliência que possibilitará
a promoção da qualidade de vida da população.
308 Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019.
A utilização das técnicas de drenagem urbana sustentável constitui importante e
eficaz mecanismo de controle para a problemática das inundações urbanas, possibilitando
uma melhoria na eficiência do sistema de saneamento básico. Para uma resposta eficien-
te, é necessário a implementação de uma gestão de saneamento ambiental integrado, que
regule o sistema de esgotamento, o uso da água, os resíduos sólidos, os riscos ambientais
e a drenagem urbana.
Outra observação pertinente é a implantação de projetos pilotos que visem trazer
informações sobre a drenagem urbana para a sociedade civil, as autoridades e o meio
técnico de forma análoga aos países desenvolvidos pioneiros no uso de tais técnicas da
engenharia moderna. É imprescindível que o planejamento urbano seja sustentável, con-
siderando a ponderação, a prevenção e atenuação dos problemas, de forma a determinar
a capacidade de regeneração das cidades brasileiras.

Nota
1 O PDDU 2016 de Salvador tem como uma de suas diretrizes da Política Urbana do Município a
“conservação dos recursos naturais, em especial dos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos
de abastecimento de água, e dos remanescentes dos ecossistemas originais do território municipal,
com a viabilização de sua coexistência no espaço da cidade como elementos de conforto ambiental,
desenvolvimento econômico e qualificação urbanística”.

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310 Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019.


Recebido em: 12.11.2019. Aprovado em: 18.11.2019.

ANA LICKS ALMEIDA SILVA


Doutorado em Saúde Pública pela Universidade Federal da Bahia (2006). Mestrado em
Sociologia pela Universidade Federal da Bahia (1997). Graduada em Arquitetura e Ur-
banismo pela Universidade Federal da Bahia (1980). Atua na área interdisciplinar, conju-
gando aspectos relativos a qualidade de vida, meio ambiente urbano, políticas públicas,
controle social, responsabilização e risco. Professora do Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento Regional e Urbano (PPDRU). E-mail: aalmeida.ssa@gmail.com

MARCIA MARIA COUTO MELLO


Doutorado (2011) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia. Mes-
trado (2004). Licenciada em Desenho pela Universidade Católica do Salvador (2000).
Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urba-
no (PPDRU) da Universidade Salvador (UNIFACS) / Laureate International Universities.
Professora pesquisadora, coordena o Grupo de Pesquisa Cidades, Urbanismo e Urbanida-
des (PPDRU / UNIFACS). Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em
Artes Visuais da Universidade Federal da Bahia (PPGAV-UFBA). Compõe o Conselho
Consultivo da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisa de Moda (ABEPEM). E-mail:
mellomarcia@uol.com.br

RAISSA DA MATTA ALMEIDA


Doutoranda em Desenvolvimento Regional e Urbano (PPDRU/ UNIFACS), como bol-
sista da CAPES. Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano (PPDRU/ UNIFACS),
com bolsa da CAPES. Engenheira Ambiental e Sanitarista pela Universidade Salvador
- UNIFACS. Membro Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Cidades, Urbanismo e Urbani-
dades CNPQ/UNIFACS, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Regional e Urbano. E-mail: raissadamatta@hotmail.com
, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 297-311, jul./dez. 2019. 311

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