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cancerígeno?
O Decreto 8.123/13 estabelece que a simples proximidade de um agente
cancerígeno será suficiente para requisitar o tempo especial de aposentadoria.
“Foi uma vitória para muitos trabalhadores; a principal mudança é que a
simples exposição a agentes cancerígenos será suficiente para comprovação.
A maior parte dessas alterações trazidas novo Decreto são apenas atualizações
necessárias. No final de 2019, foi aprovada a Reforma da Previdência através da
Emenda Constitucional n˚ 103 e fez com que fosse necessário atualizar o RPS.
As novas regras trazidas pela Reforma de 2019 foram incorporadas ao RPS através
do Decreto 10.410/2020.
Art. 68
§ 4 A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a
o
Por causa deste texto, existiam entendimentos de que a simples presença desses
agentes no ambiente do trabalho, com possibilidade de exposição, já tornava o
trabalho o especial independente da concentração/intensidade do agente.
Além disso, a Instrução Normativa n˚ 77/2015 mencionava que a avaliação deveria
desconsiderar o uso de EPI, “uma vez que os mesmos não são suficientes para elidir
a exposição a esses agentes, conforme parecer técnico da FUNDACENTRO” IN n.
77/2015, Art. 284.
A nova redação trazida ao RPS pelo Dec. 10.410, consolida alguns entendimentos e
ajuda a uniformizar pensamentos.
Art. 68
Embora o novo Decreto tenha deixado as regras um pouco mais claras, ainda assim
este trecho é um pouco vago na forma e parâmetros de avaliação dos agentes
cancerígenos.
Eder Santos
Professor e Consultor de SST Fundador do sstonline.com.br
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O Decreto 10.410 de 30 de junho de 2020 alterou o Decreto Decreto nº 3.048, de 6 de
maio de 1999. Uma das alterações foi em relação aos agentes cancerígenos que
possam constar do LTCAT – Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho.
Antes dessa alteração todos os agentes reconhecidamente cancerígenos devem ser
tratados como disposto a legislação vigente à época da exposição. Algumas
considerações extraídas do Manual de Aposentadoria Especial:
O Decreto n° 8.123, de 2013, alterou o § 4º do art. 68 do Decreto nº 3.048, de 1999, e
considerou que a presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição
de agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos, será suficiente para
comprovação da efetiva exposição do trabalhador.
Com a publicação da Portaria Interministerial MTE/MS/MPS n° 9, de 2014, contendo a
Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos – LINACH, tais agentes foram
classificados de acordo com os seguintes grupos:
a) Grupo 1: carcinogênicos para humanos;
b) Grupo 2 A: provavelmente carcinogênicos para humanos; e
c) Grupo 2 B: possivelmente carcinogênicos para humanos.Nesses grupos da LINACH
constam agentes que possuem registro no Chemical Abstracts Service (CAS) e outros
em que o CAS não se aplica.
Para análise do enquadramento de atividade em condições especiais são
considerados agentes reconhecidamente cancerígenos, aqueles do Grupo 1, que têm
registro no CAS e constam no Anexo IV do Decreto nº 3048, de 1999. Agentes
reconhecidamente cancerígenos: são os agentes elencados no grupo 1 da LINACH que
tenham registro no Chemical Abstracts Service – CAS, e que estejam contidos no
Anexo IV do Decreto nº 3.048, de 1999.
Com base na Nota Técnica n° 00001/2015/GAB/PRFE/INSS/SAO/PGF/AGU, para
enquadramento dos agentes reconhecidamente cancerígenos será considerado o
período trabalhado a partir de 8 de outubro de 2014, data da publicação da Portaria
Interministerial nº 9, de 2014, no DOU. A partir de 8 de outubro de 2014, com a
publicação da Portaria Interministerial nº 9, de 2014, e com base na Nota Técnica n°
00001/2015/GAB/PRFE/INSS/SAO/PGF/AGU, em relação aos agentes nocivos
reconhecidamente cancerígenos do Grupo 1 da lista da LINACH, que possuam o CAS, e
que constem no Anexo IV do Decreto n° 3.048, de 1999, a utilização de EPC e/ou EPI
não elide a exposição aos agentes comprovadamente cancerígenos, mesmo que
considerados eficazes. Se reconhecidamente cancerígenos pela legislação brasileira,
além de avaliação qualitativa, não serão consideradas as tecnologias de proteção,
mesmo se eficazes, de acordo com Memorando-Circular Conjunto nº
2/DIRSAT/DIRBEN/INSS, de 23 de julho de 2015.
Para que o período seja reconhecido como atividade especial, o agente nocivo,
obrigatoriamente, deve constar nos anexos dos decretos previdenciários e a exposição
precisa ser indissociável da produção do bem, ou da prestação do serviço, em
decorrência da subordinação jurídica a qual se submete o trabalhador.
Resumindo o entendimento anterior:
Para análise do enquadramento de atividade em condições especiais os agentes
reconhecidamente cancerígenos devem:
I – estar presentes no ambiente de trabalho com possibilidade de exposição;
II – pertencer ao Grupo 1;
III – possuir registro no CAS;
IV – constar no Anexo IV do Decreto nº 3.048, de 1999;
V – ser avaliados qualitativamente;
VI – ser enquadrados independentemente da adoção de EPC e/ou EPI eficazes; e
VII – constar em períodos trabalhados a partir de 8 de outubro de 2014.
Os agentes químicos listados no Anexo 11 da NR-15 e que não constem no Grupo 1 da
LINACH ou que constem mas não possuam CAS, continuarão sendo analisados de
forma quantitativa. As poeiras minerais do Anexo 12 da NR-15, caso constem no
Grupo 1 da LINACH, possuam o CAS e constem no Anexo IV do Decreto nº 3.048, de
1999, serão analisados qualitativamente, não havendo, portanto, limites de tolerância;
e o uso de EPI/EPC não elide a exposição. Os agentes químicos relacionados no Anexo
13 da NR-15 continuarão sendo analisados de forma qualitativa e, caso não constem
no Grupo 1 da LINACH, a utilização de EPC e/ou EPI poderá ser considerada para
atenuação/eliminação da exposição.
Lembrando que Art. 68 do Decreto 3048/99):
“2º A avaliação qualitativa de riscos e agentes prejudiciais à saúde será comprovada pela
descrição:
I – das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente ou associação de
agentes prejudiciais à saúde presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada de
trabalho;
II – de todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados no inciso I; e
III – dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a
intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato.“.
(Atualizem os seus modelos de LTCAT).
No entanto, com a alteração do Decreto 3048/99:
“Art. 68. A relação dos agentes químicos, físicos, biológicos, e da associação desses
agentes, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, é aquela
constante do Anexo IV.
§ 4º Os agentes reconhecidamente cancerígenos para humanos, listados pela Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, serão avaliados em
conformidade com o disposto nos § 2º e § 3º deste artigo e no caput do art. 64 e, caso
sejam adotadas as medidas de controle previstas na legislação trabalhista que eliminem a
nocividade, será descaracterizada a efetiva exposição.”
A partir de 01/07/2020 a adoção de medidas de controle previstas na legislação
trabalhista que eliminem a nocividade descaracterizará a efetiva exposição e a
atividade deixará de ser especial. As medidas de controle previstas na legislação são:
a) Medidas Administrativas ou de Organização do Trabalho (MAO);
b) Tecnologia de Proteção Coletiva (TPC);
c) Tecnologia de Proteção Individual (TPI).
Lembrando que para o agente físico não cancerígeno ruído a adoção da Tecnologia de
Proteção Individual (TPI) não pode ser considerada para descaracterizar a atividade
como especial.
Para os agentes nocivos de análise quantitativa, é preciso saber o valor da
concentração presente no ambiente de trabalho para que seja possível definir o Fator
de Proteção ou garantir a eficácia da Tecnologia de Proteção Individual (TPI), além da
gestão de EPI exigida no PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário.
Medidas preventivas ou de controle ideais são as Medidas Administrativas ou de
Organização do Trabalho (MAO) e as Tecnologia de Proteção Coletiva (TPC), quando
comprovadas por meio dos monitoramentos ambientais e biológicos. No caso das
Tecnologia de Proteção Coletiva (TPC), a eficácia ao longo do tempo também deve ser
garantida por meio de um Programa de Inspeção e Manutenção.
Fonte da imagem que abre o artigo: Heitor Borba
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