Você está na página 1de 2

Universidade de Brasilia

Departamento de Letras
Trabalho de resenha crítica

Adriano Sales Silva Moreira – 211014888

Brasília - 2021

DE LIMA, Jandir; PITAGUARI, Sinival. As idéias keynesianas e o crescimento do produto nas


economias locais. Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 6, N. 10, Mar. 2005

A macroeconomia surge no Sec.XX a partir do pensamento revolucionário do


economista John Maynard Keynes, surgiu em meio a Grande Depressão. O artigo do
pesquisador Jandir Ferrera de Lima e do professor Sinival Osorio Pitaguari aborda o modelo
de economia keynesiano tanto criticado pela ortodoxia clássica, o qual pode ser considerado
revolucionário por rejeitar “a lei do mercado” de Say e trazer propostas para problemas por
meios monetários, o foco econômico sai da economia quantitativa e se centra na monetário, a
ênfase deixa de ser no longo-prazo e passa para o curto-prazo para evitar que a renda e o
desemprego despenquem.

Os fundamentos teóricos de Keynes foram expostos pelo artigo forma abrangente e


satisfatória a ponto justificar a teoria intervencionista estatal que almeja o crescimento e
estabilidade. Interessantemente Keynes argumenta que com a incerteza, as pessoas não têm
percepções certas do que querem consumir no futuro. A ideia central keynesiana está escrita
de modo imparcial pelos autores na preferência pela liquidez das pessoas e no princípio da
demanda efetiva, que está bem explicada ao diferenciar os custos de fatores e custos de uso, a
ideia era superar a crise pelo estímulo na demanda agregada e não na oferta como seria na
visão clássica de longo-prazo. Ele traz uma nova perspectiva sobre a ideia anterior de que a
moeda era neutra, agora a moeda pode influenciar outras variáveis reais. Contudo os autores
desse artigo poderiam, contextualizar uma associação com a realidade, ou seja, exemplificar
alguns conceitos que por vezes ao longo podem parecer não bem eluciados até para leitores da
área do conhecimento, como, por exemplo, a atuação dos investimentos, títulos público, isso
porque o mercado de fundos pode apresentar “vazamentos” em momentos de incerteza, como
uma crise econômica, as pessoas podem possuírem renda que não é demandada, não se
tornando consumo/produtos que não são vendidos (capacidade ociosa), o dinheiro
remanescente da renda (poupança) seria investido no mercado fundos, o que para Keynes
poderia nem toda renda está em circulação em momentos de incerteza, em que a moeda
assume seu papel de reserva de valor, dessa forma traria uma insuficiência de demanda, já que
não foi demando e volta para o mercado para que outra pessoa possa demandar, portanto parte
da renda não é consumida, a taxa de juros acaba um resultado do confronto de expectativas e
essas expectativas fazem com que os agentes econômicos tenha diferentes preferência pela
liquidez, seja para manter ou emprestar moeda definindo a oferta e demanda monetária.

Outro ponto interessante é armadilha da liquidez, se o governo realizar política


monetária expansionista, não teria impactos em momentos de incerteza, já que havia
tendência ao entesouramento. As políticas fiscais expansionistas seriam a melhor opção, pois
fariam com que o dinheiro circulasse na economia gerando emprego e renda.

Os autores trazem concepções centrais importantes ao debate macroeconômico


keynesiano e sua instituição em um avanço da literatura como um enriquecimento e base para
economia moderna desenvolvimentista por focar na instabilidade do capital. É uma visão
parecida com o marxismo por trazer crítica e ter uma visão mais ampliada percebendo as
falhas e fragilidades do capitalismo e seus efeitos regionais, a economia determinada pelos
capitalistas, já que o objetivo é a acumulação de riqueza monetária também por outro lado o
dinheiro funciona como estímulo e como obstáculo porque pode haver de evitar o risco pela
liquidez, ou seja, o refúgio na riqueza já acumulada, o que poderia trazer a contração do gasto
gerando desemprego.

Em suma, a conclusão do artigo resume muito bem as principais as teses da obra de


Keynes com linguagem acessível, apontando para a não dissociação da Economia e da
Politica, pois o Estado entra como mitigador de crises como a interferência do estímulo do
capital público no privado, dar capacidade aos bancos centrais de emprestar ou comprando
ativos em larga escala para evitar o colapso dos mercado como a Crise de 29, bem como o
governo como promotor do consumo, emprego consequente a renda e assim garantindo a taxa
de investimento no crescimento da economia. Uma pequena ressalva é apresentada de forma
tímida, mas que indica as ideias de Keynes não serem negligenciadas principalmente nos
momentos de transformações da conjuntura das economias emergentes sob a ótica
neoclássica.

Você também pode gostar