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INTRODUÇÃO

Embora muitas escolas de pensamento sociais políticas e econômicas considerem Keynes uma
heresia, talvez não tenham se atentado para seus escritos na Teoria Geral do Emprego do Juros
e da Moeda de que, a economia clássica não estava totalmente errada, e sim poderia
representar a situação de uma economia em estado de pleno-emprego, o que na visão de
Keynes não deveria ser considerada uma regra para análise econômica. A própria economia
mainsstream incorporou uma interpretação controversa das ideias da Teoria Geral, primeiro
com os modelos velho-keynesianos, a exemplo o modelo IS-LM, e depois em resposta às
críticas monetaristas, incorporando modelos novo-keynesianos que admitem rigidez de preços
e de salários como causas de desemprego involuntário no curto prazo.

Os novo-clássicos não diferem muito dos novo-keynesianos em análise, apenas acreditam que
o ajuste de preços e salários se dá, talvez, de forma mais sutil que não necessite combinações
de políticas fiscais e monetárias, ou mesmo que elas podem desencadear problemas nas
expectativas. De acordo com essa vertente de pensamento econômico, intervenções
econômicas externas poderiam ser maléficas, isso contribui com a tese de que o mercado
voltando para o equilíbrio sem esforços externos seria a melhor maneira de lidar com booms e
recessões. Porém, as duas correntes de pensamento podem ser classificadas como ortodoxas e
não diferem muito quando a questão é modelagem, já que elas tratam a moeda, o câmbio, o
produto e o emprego de formas semelhantes.

Os pós keynesianos advogam por uma visão de Keynes diferente, conferindo a Teoria Geral
do Emprego do Juros e da moeda, um espaço não só de complementação da teoria
neoclássica, como se ficou evidenciado nos modelos velho keynesianos e novos keynesianos,
mas também de revolução em relação ao pensamento tradicional. O ponto principal dos pós
keynesianos se reside nos mesmos considerarem a economia, tal como o título da principal
obra Keynes enfatiza, como uma economia monetária de produção, ou seja, a política
monetária afeta a estrutura produtiva de empregos e salários diferente do que advoga a teoria
neoclássica; representada atualmente pelos novo-clássicos e novo-keynesianos.

Do ponto de vista atual o pensamento pós-keynesiano, embora a margem nos grandes centros
acadêmicos, permanece vivo. Na atualidade onde se reside inúmeras inovações financeiras,
contas financeiras abertas; o que propicia uma troca de fluxo de capitais bem mais intensa
entre residentes e não residentes, do que a que ocorria na época em que Keynes escreveu sua
obra, a incerteza dos agentes econômicas toma um grau de grande importância principalmente
porque o que mais se houve falar em relação aos rumos de determinada economia diz respeito
as expectativas dos agentes. Princípios como o de convenções, a realocação dos portfólios, a
produtividade marginal, não só permaneceram vivos como foram capazes de providenciar
explicações não convencionais para fenômenos onde a teoria ortodoxa falhou em explicar,
principalmente no que diz respeito ao movimento das variáveis macroeconômicas.

A seção 1 tem como objetivo apresentar a visão ortodoxa para as variáveis macroeconômicas.
A seção 2 apresenta os argumentos pós-keynesianos a fim de não tratar a economia de forma
mecanicista do modo como a teoria ortodoxa a trata, e dialoga com os argumentos
neoclássicos. A seção 3 apresenta um panorama geral da atual economia pós-keynesiana no
século XXI a partir das contribuições de Keynes para Teoria Geral. A seção ponto 4 apresenta
uma conclusão das diferentes interpretações de Keynes, atualmente representada pelos novo-
keynesianos e pós-keynesianos e possíveis caminhos de pesquisa.

Seção 1

Produto, Emprego e Salários na visão Clássica e Ortodoxa

Keynes não foi o primeiro a advogar a favor do princípio da demanda efetiva, ou de que o
estado de pleno emprego, como preferia a economia clássica não seria uma regra, muito pelo
contrário, seria uma situação atípica e muitas vezes pouco observável na história econômica.
Malthus e Kalecki já haviam feito observações similares, no entanto talvez por tempos
históricos distintos, prestígio ou outros fatores, apenas após a publicação da Teoria Geral que
a ideia da Lei de Say, a qual defende que toda oferta gera sua própria demanda, foi colocada
em xeque.

O cerne da discussão da validade da lei de Say se encontra, nas únicas formas admitidas de
desemprego pela teoria econômica clássica, o desemprego voluntário e o friccional. Com a
plena flexibilidade de preços e salários, realmente esses seriam os únicos tipos de
desempregos a serem considerados, no entanto já nos primeiros capítulos da Teoria Geral,
Keynes faz menção a existência do desemprego involuntário, o que acabou entrando nos
chamados modelos velho-keynesianos e posteriormente na síntese neoclássica.

No pensamento ortodoxo, admitindo-se rigidez nos salários e nos preços, o chamado produto
natural ou produto de pleno-emprego poderia estar desvinculado do produto observado, pois
nesse caso existiria o chamado desemprego involuntário, em que os trabalhadores apesar de
procurarem emprego não encontram. Esse fenômeno, no entanto, ocorreria apenas por causa
de choques externos ou não explicados por fenômenos de mercado, o que como se mostrará
adiante difere tais correntes de pensamento da escola pós-keynesiana. Os chamados modelos
Dynamic stocastic general equilbrium ou de Real Business Cycle, que são os mais modernos
na visão ortodoxa veem os choques tanto de demanda como de oferta apenas como
interferências externas a economia de mercado.

Para fazer uma explanação, caso preços e salários sejam flexíveis, oferta e demanda se
igualam a qualquer momento, e salários também pois na visão clássica, que vem antes da
década de 1930, os trabalhadores só levariam em conta o salário real e não o nominal. Sendo
assim choques alteram automaticamente preços e não quantidades; caso se admitisse o
contrário nesse caso afetaria o produto. Admitindo-se preços plenamente flexíveis a alteração
ocorre só nos preços, como os trabalhadores observariam só o salário real, então ocorreria um
aumento dos salários nominais para assim o salário real chegar no nível correspondente ao
produto de equilíbrio. Isso ocorre porque tanto preços quanto salários se moveriam
instantaneamente, no momento que o choque nos preços ocorresse os salários reais
diminuiriam a pleno-emprego, o que causaria saída de determinados trabalhadores dos seus
postos de trabalho, com o aumento da demanda por mão de-obra o salário nominal aumentaria
até chegar ao antigo salário real.

Keynes admite o desemprego involuntário, e tanto os velhos-keynesianos quanto a síntese


neoclássica admitem algumas falhas de mercado como: assimetria de informações de preços,
mark-up por parte de firmas, e a não compreensão exata por parte dos trabalhadores do salário
real ideal, o que faz com que os mesmos, aceitem salários nominais iguais ao período anterior
a determinado choque na economia. Ou seja, a admissão de que preços e salários são rígidos
no curto prazo impacta as variáveis emprego e produto por determinado período, admitindo-se
isso a diferença tanto na síntese neoclássica quanto nos modelos velho-keynesianos e novo-
keynesianos para antiga economia clássica, estaria apenas no tempo de ajuste do produto e do
emprego e Keynes não seria uma revolução e sim uma complementação do pensamento
econômico clássico, ignorando assim outros capítulos da Teoria Geral como o relativo a
convenções e outros estudos como os relativos a probabilidade subjetiva e a incerteza dos
agentes.

Concluindo, o estado da economia clássica antes de Keynes não se diferencia muito da atual
economia ortodoxa ensinada nos grandes centros de economia como o mainstream
econômico, seja a representada pelos Novo-Clássicos ou pelos Novo-Keynesianos. Talvez, a
diferença seja que há ortodoxos que defendem políticas contracíclicas para atenuar os
momentos de booms e as recessões, esses conhecidos como Novo-Keynesianos, porém não há
discordância que no longo prazo a economia retoma seu caminho de pleno-emprego.

Há uma questão mais a ser tratada, na visão mainstream o chamado catching-up poderia
apenas ser explicado por fenômenos reais, nesse ponto de visto para se aumentar o produto
potencial de uma economia a acumulação de capital determinada pela poupança seria uma
variável fundamental, países ou economias com baixa propensão a poupar teriam dificuldades
em atingir maiores níveis de renda per capta no longo prazo. Basicamente a explanação
anterior seria um apoio ao modelo de Solow, que apesar de ter sofrido variações que permitam
uma poupança endógena, relevância do capital humano, importância do estado tecnológico
dos setores, não se desvinculou das primeiras teses compostas no primeiro paper de 1957.

Política Monetária

Em qualquer tempo histórico a visão econômica ortodoxa trata a moeda como neutra ao
menos a médio prazo, o que pode não ser tão verdade quando o assunto se torna o ativismo
monetário e não as proposições de teoria pelos grandes centros econômicos. Isso significa que
embora a Teoria Quantitativa da Moeda, o monetarismo de Milton Friedman e a crítica de
Lucas tenham dominado durante anos o mainstream econômico, nem sempre foram os
grandes aspectos que balizaram a decisão das autoridades monetárias.

A Teoria Quantitativa da Moeda tanto na versão Fisher quanto na versão Cambridge, nasce
através de uma compreensão de dois momentos históricos distintos. O primeiro ocorre com o
grande fluxo de metais preciosos que adentram a Europa vindo de terras colonizadas nos
séculos XVI, XVII e XVIII; com o grande acúmulo de ouro e prata que eram utilizadas a
época como os principais meios de troca, ocorreu uma grande desvalorização desses materiais
o que provocou uma inflação de preços. O segundo momento que influenciou tais teorias, diz
respeito as guerras napoleônicas, quando a Inglaterra suspendeu o padrão Libra-Ouro, para
assim criar dinheiro e arcar com os custos de guerra o que foi entendido mais a frente como
causa da inflação subsequente. Assim a ideia de que havia uma correlação direta e positiva
entre moeda e preços foi apoiada durante décadas, o produto da economia, assim como
variáveis de emprego e salário seriam determinados apenas por fatores reais.

Havia ainda grandes gargalos históricos em que a equação da TQM não poderia explicar
fielmente. A formação bancária dos Estados Unidos da América por exemplo foi baseada em
bancos regionais que tinham poder de emitir moeda e agirem como bancos comerciais. Rui
Barbosa enquanto ministro da fazenda tentou replicar isso na economia brasileira o que
culminou na crise do encilhamento e na formação de empreendimentos falsos, o que
corroboraria para a validação da Teoria Quantitativa da Moeda, no entanto até o presente
momento há discussões se a crise do Encilhamento e os remédios de Joaquim Murtinho, o
ortodoxo liberal que viria a lidar com os problemas econômicos posteriormente, não foram
demasiados radicais que acabaram inviabilizando negócios reais, e não apenas os artificiais. O
ponto central é que durante o século XIX e início do século XX o padrão libra ouro fora
inviabilizado principalmente para países em vias de se industrializar e alcançar a Inglaterra no
desenvolvimento econômico, grande parte dos países não atuaram tal como preconizava a
Teoria Quantitativa da Moeda e mesmo assim obtiveram grandes mudanças no lado real da
economia.

Wicksell, para se contrapor ou talvez complementar a TQM, analisa uma economia dotada de
um sistema bancário complexo. Nesse caso haveria uma taxa de juros natural que igualaria a
poupança e o investimento, e se a taxa de juros de mercado formada não só pela base
monetária como também pelos meios de pagamento, os quais são altamente influenciados
pelo multiplicador bancário, estivesse acima ou abaixo do natural mecanismos de mercado
relativos à demanda por empréstimos e a posição dos bancos em relação as reservas tenderiam
a movimentar a taxa de mercado para a taxa natural. Pressupõe-se, o que é confirmado por
Keynes, uma relação inversa entre taxa de juros e base monetária, e confirma-se nesse
pensamento que a Teoria Quantitativa da Moeda seria válida em sua totalidade apenas em
caso de não haver uma economia bancária sofisticada capaz de fazer empréstimos e
multiplicar a base monetária para gerar meios de pagamento maiores. No entanto, pode-se
interpretar que Wicksell como uma complementação a teoria quantitativa da moeda visto que
a taxa natural de juros poderia mudar, porém devido a fatores reais e não a fatores monetários.
Seria impossível nessa visão um aumento de empréstimos planejados acima da poupança ex-
ante; termo que como se verá adiante é bastante controverso para a escola pós keynesiana,
sem que isso resultasse em aumento de preços.

Os autores anteriores a Keynes enxergavam a moeda apenas como meio de troca, na Teoria
Geral o autor deixa claro que a mesma poderia ser considerada como um ativo, o qual pode
ser usado para realizar investimentos ou para entesouramento, pelo fato de a mesma possuir
liquidez. A teoria monetária convencional durante grande parte do século XX e até os dias
atuais, apesar de admitir momentos onde possa ocorrer a chamada armadilha da liquidez, não
tende a acoplar a moeda em seus modelos, embora já admite-se mesmo pelos ortodoxos a
endogeneidade da moeda.

Os velho-keynesianos introduziram a visão quantitativista nos modelos IS-LM, conferindo


poder a política monetária, porém ainda assim tratando a moeda como exógena na equação
LM. Os monetaristas a partir de então criticaram a visão de que a política monetária poderia
afetar variáveis reais ressuscitando a teoria quantitativa da moeda, porém dessa vez através de
uma curva de Philips com as expectativas adaptativas, um anúncio no aumento da base
monetária geraria mais afrente preços mais elevados e o produto real que a priori sofreria
aumenta voltaria para o mesmo patamar, anterior ao ativismo monetário, só que dessa vez
com um nível de preços maior. Os teóricos das expectativas racionais apesar de perspectivas
pontuais diferentes não fugiram da lógica, e afirmaram que os agentes formulariam suas
expectativas ancoradas com o que foi feito no passado, isso significaria que um anúncio no
aumento da base monetária seria interpretado automaticamente como um aumento no nível de
preços, sendo assim apenas uma p uma política monetária feita de surpresa poderia afetar o
produto provisoriamente, no entanto o chamado overshooting realizado diversas vezes
tenderia descalibrar as expectativas e apenas e causar turbulências na economia. É possível
perceber que tanto monetaristas quanto novo-clássicos não fogem do que foi resumido
primeiro como Teoria Quantitativa da Moeda. A escola novo-keynesiana faz uso do mesmo
ferramental da novo-clássica de expectativas racionais para analisar a política monetária, ou
seja, a divergência de tais escolas está mais na questão do ativismo fiscal, na questão
monetária ambas as escolas acreditam na neutralidade da moeda no médio e longo prazo.

É possível perceber que teorias ortodoxas expostas tratam a moeda como exógena, no entanto
esse fato empiricamente já foi derrubado desde pelo menos a década de 1990. Os bancos
centrais não controlam a quantidade de moeda na economia, pois os meios de pagamento
podem exceder em muito a base monetária, essa sim variável de controle da autoridade
monetária. Colocar metas monetárias como havia sido proposto pelos monetaristas se mostrou
como um remédio onde o efeito colateral nefasto seria crises de liquidez. Como a base
monetária ficou inviabilizada como instrumento de política monetária, a maioria dos bancos
centrais atualmente definem a taxa de juros e assim desistem de controlar a base monetária. O
regime de metas de inflação introduzido na Nova Zelândia primeiramente, foi teorizado com a
regra de Taylor apenas após a sua difusão pelas economias do mundo. Em suma se não se
pode controlar a base monetária se controla o preço pela moeda, essa afirmação já afirma por
si só que a moeda não é exógena.
Câmbio na visão ortodoxa

A variável econômica câmbio talvez seja a que tenha mais visões heterogêneas na visão
ortodoxa, e por essa afirmação não se pode compreender diferenças de pensamento, mas sim
diferentes formas de explicar o movimento cambial as quais muitas vezes não conversam
entre si. O mais simples que pode se explicar da teoria convencional diz respeito a balança
comercial, se um país exporta mais do que importa ele vai incorrer em uma apreciação
cambial, e se importa mais do que exporta irá incorrer em uma depreciação cambial. Os
movimentos de apreciação e depreciação entre os países assim tenderiam a modificar os
preços dos bens comercializáveis para assim equilibrar as balanças comerciais.

O pressuposto presente na teoria de comércio internacional convencional, é que todas as


economias seriam capazes de produzir todos os bens, esse pressuposto reside inclusive na
teoria das vantagens comparativas de David Ricardo que embora advogue por um livre
comércio e que cada país obterá ganhos pois irá se especializar no produto que é mais
competitivo comparativamente, ainda preserva a ideia de que a economia pode produzir todos
os produtos. A especialização em determinados produtos no qual o país possui vantagens
comparativas seria uma escolha guiada por um comércio livre, que deslocaria o fator
abundante de produção de cada país para produtos onde a produção é mais produtiva. O
presente artigo não pretende se arrastar por teorias de comércio internacional, mas por fator
abundante pode-se entender capital ou mão de obra, assim as vantagens comparativas de cada
economia se residiriam no fator que ela é abundante. Em suma a produtividade seja por
tecnologia, capital humano ou menores salários guiaria a vantagem comparativa do país.
Balassa e Samuelson inauguraram um modelo que determina a taxa de câmbio através dos
diferenciais de produtividade entre duas economias. Seus estudos estão conectados com
teorias de comércio internacional, pois eles procuram uma retórica para defenderem a
existência de uma taxa de câmbio estrutural, dando importância a produtividade da economia.

Analisando diretamente a taxa de câmbio na visão clássica, ela seria determinada pelo
diferencial do nível de preços entre duas economias, essa seria a chamada da teoria da
paridade do poder de compra. Adicionando a visão monetarista ou quantitativista de que o
nível de preços ou a inflação em todo e qualquer lugar seria um fenômeno monetário pode-se
chegar a uma nova conclusão de que a política monetária interfere diretamente na taxa de
câmbio, dado uma velocidade de circulação da moeda estável um produto determinado apenas
por fatores reais, a única variável de interesse seria a moeda que por certo afetaria diretamente
os preços, sendo assim a taxa de câmbio seria determinada pela interação entre a política
monetária de duas economias.

Baseado no trabalho de Irving Fisher a teoria da paridade descoberta da taxa de juros


forneceria outra explicação para os movimentos cambiais entre duas economias. Sendo assim
as taxas de câmbio bilaterais se moveriam a compensar o diferencial de taxa de juros entre
dois países, veja que baseado nessa teoria a política monetária permanece de fundamental
importância assim como na visão monetarista unida a paridade do poder de compra, a essa
teoria pode-se adicionar o chamado risco país, visto que as economias se diferem em questões
relativas a instituições e segurança de calote ou não calote da dívida soberana.

Dornbush considera a existência de uma taxa de câmbio estrutural e assim advoga que os
movimentos de política monetária que estejam desalinhados das expectativas dos agentes
geram apenas distúrbios na taxa de câmbio a qual voltará ao seu patamar considerado natural.
No seu modelo não há menção ao que seria uma taxa de câmbio natural, porém
implicitamente infere-se que a mesma é determinada por fatores estruturais talvez olhando
para teoria da paridade do poder de compra e para os estudos de Balassa e Samuelson em
relação a produtividade, e considera que overshooting da política monetária seria passageiro e
no longo prazo a taxa de câmbio voltaria a seu patamar estrutural normal.

Seção 2

A economia pós keynesiana como interpretação para a Teoria Geral do Emprego do


Juros e da Moeda

A economia pós-keynesiana se difere das escolas neoclássicas e principalmente da síntese


neo-clássica, no momento que leva em consideração variáveis de mensuração subjetiva, como
incerteza. Em suma a economia de mercado é não ergódiga e isso muda toda a compreensão
da teoria geral de Keynes, colocando sua obra como uma revolução e não como uma
complementação. Choques na economia causam efeitos permanentes tanto no produto
potencial quanto nas expectativas dos agentes, a política monetária por mudar as expectativas
de curto prazo também influencia o longo prazo, os agentes econômicos não possuem os
mesmos critérios para tomadas de decisão, no entanto possuem informações que fazem com
que os mesmos formem convenções individuais de curto prazo, as quais formaram uma
convenção de longo prazo sobre o rumo da economia, que está sujeita a mudança a qualquer
momento devido a mudanças nas expectativas desencadeadas por mudanças no produto, na
política monetária ou em outros aspectos. Os pós keynesianos são o resgate da teoria geral
como crítica a interpretação que a síntese neo-clássica fizera com os modelos IS-LM, e
atualmente é uma crítica contundente as escolas novo-keynesianas e novo-clássicas que
dominam o pensamento hegemônico nos grandes centros de Economia.

Os tópicos dessa seção são colocados de forma diferente da seção anterior, principalmente
porque os pós-keynesianos não fazem uma distinção entre empregos e salários com a política
monetária, muito pelo contrário consideram a economia capitalista como uma economia
monetária de produção, o que foge da percepção ortodoxa de neutralidade da moeda.
Portanto, política monetária, fiscal e as expectativas e decisões dos agentes econômicos estão
em constante interação, o que difere da economia clássica.

Antes de adentrar, portanto, no pensamento pós-keynesiano é necessário compreender a


importância de Jonh Maynard Keynes para o ramo da macroeconomia, principalmente para a
formulação do Sistema de Contas Nacionais, o qual também possuiu grande contribuição de
Simon Kuznetz. O fluxo circular da renda, a ideia de investimento igualando a poupança, o
caminho da produção foram aspectos essenciais ensinados nos maiores centros de economia
após a publicação da Teoria Geral e até os dias atuais é pré-requisito para se adentrar o ramo
da macroeconomia, no entanto como se apresentará a diante não se pode confundir contas
nacionais com casualidades.

Tanto velho keynesianos quanto novo keynesianos estão certos em aludir a rigidez de salários
e preços ao fenômeno do desemprego involuntário que como introduzido por Keynes pode
causar booms ou recessões, no entanto em nenhum capítulo da Teoria Geral, Keynes faz
menção sobre mecanismos automáticos que fariam com que a economia retornasse ao seu
patamar de longo prazo. Obviamente, a Teoria Geral é bastante vaga em relação ao que seria
um produto natural de longo prazo, principalmente, porque essa discussão até então não era
difundida, só passou a ter maior grau de notoriedade com síntese neoclássica representada
pelos modelos IS-LM e com a inauguração dos modelos neoclássicos de crescimento
econômico, no entanto como se verá adiante Keynes já forneceu pistas para que a ideia de um
produto natural real de longo prazo não fosse adicionado a sua teoria, o que gerou uma contra
revolução nas escolas econômicas ligadas a Keynes inauguradas pelos pós keynesianos.

Na concepção pós-keynesiana é impossível distinguir emprego da economia monetária,


principalmente porque de acordo com a mesma a moeda não é neutra. Pós-Keynesianos
conferem assim atributos a moeda como um ativo que não confere rendimento, mas dá a seu
possuidor liquidez e como unidade de conta dos contratos, essa interpretação é chave para
entender o porquê a economia, necessariamente, não tende a um produto natural. A economia
como foi já mencionada anteriormente é não ergódiga, portanto, investimentos industriais
podem ser substitutos preferenciais a moeda que possui como uma das suas funções a reserva
de valor, caso a economia, devido uma recessão que faça a mesma a cair na armadilha da
liquidez, o que pode fazer com que a estrutura da economia se torne ociosa e o desemprego
aumente em um estado de equilíbrio, e se assim permanecer por determinado tempo pode
causar danos estruturais ao parque industrial e tecnológico do país em estudo. A distinção
entre velhos-keynesianos e novo-keynesianos para os pós-keynesianos então se concentra nos
danos permanentes a economia no longo prazo, enquanto as duas vertentes mais relacionadas
ao mainstream econômico advogam que uma política fiscal no momento de crise teria intuito
apenas de retornar a economia para sua trajetória de crescimento natural, os pós-keynesianos
interpretam Keynes além e advogam em favor do ativismo fiscal, não para forçar o retorno a
uma trajetória natural de longo prazo e sim para não permitir que uma recessão se torne uma
depressão e cause danos estruturais na economia.

Feito essa explanação vamos nos deter na interpretação pós-keynesiana da Teoria Geral.
Primeiro, Keynes em debate com Ohin já rechaça a existência de uma poupança ex-ante, o
investimento é determinado pelas expectativas dos agentes econômicos em relação ao futuro e
esses conseguem gerar através da eficiência marginal do capital e dos estados das expectativas
de longo prazo, pois os empresários só investiriam se seus ganhos fossem maiores que a
eficiência marginal do capital, o que depende dos fluxos de caixa esperados futuramente, os
quais dependem das expectativas não ergódigas. Tais aspectos rechaçam a existência de um
produto natural e de previsões econômicas mais exatas, para isso Keynes advoga a favor de
convenções tanto de curto prazo quanto de longo prazo. Os agentes tendem a observar os
sinais dados por seus semelhantes e pelas autoridades monetárias e fiscais. O investimento em
suma é uma função das expectativas e não da poupança. As expectativas ou peso dado as
mesmas podem se diferenciar de pessoa para pessoa, porém as convenções individuais tendem
a seguir uma convenção geral em um mundo não ergódigo. Obviamente, uma convenção
altista da taxa de juros pode se tornar em uma convenção baixista em um período de curto
prazo talvez menor que um ano, o que pode ocorrer também com outras variáveis, isso torna a
economia sujeita incerteza e principalmente instabilidade.

Portanto explanando as principais diferenças entre a interpretação da Teoria Geral de Keynes


feitas pelos pós-keynesianos e por Keynes em relação a economia clássica.
- Enquanto a ortodoxia da teoria quantitativa da moeda defende a neutralidade da moeda, os
pós-keynesianos por conferirem outros atributos a mesma além do meio de troca, consideram
que a mesma pode ser utilizada como reserva de valor o que em um estado de armadilha de
liquidez pode gerar recessão e até depressão, com riscos permanentes a estrutura econômica.

-Não existe uma poupança ex-ante na visão pós-keynesiana, o que diferencia a Teoria Geral
do que Wicksell havia proposto como complementação da Teoria Quantitativa da Moeda. A
visão tanto de Keynes quanto dos pós keynesianos é que a decisão de investimento ex-ante
gera o investimento ex-post e uma poupança ex-post. Portanto, não é a poupança que gera o
investimento e sim o investimento que gera a poupança.

-Preços e Salários são rígidos o que causa o desemprego involuntário, ou seja, sem a plena
flexibilidade dessas variáveis a economia pode entrar em um estado de recessão como
descrito anteriormente.

Os três pontos discutidos acima se referem ao que Keynes resolveu criticar da economia
clássica que era estudada nos grandes centros anteriormente a publicação da Teoria Geral do
Emprego dos Juros e da Moeda, no entanto a ortodoxia de certa forma adicionou tais pontos
ao mainstream. Portanto, é necessário fazer a diferenciação entre pós-keynesianos e a
chamada ortodoxia keynesiana na interpretação da Teoria Geral.

- Os pós-keynesianos interpretam o conceito de produto natural como uma exceção e não


como uma regra, a economia pode estar em equilíbrio em estado que não seja de pleno-
emprego. Tanto velho-keynesianos, quanto novo-keynesianos acreditam que a economia tende
ao produto natural, o que não os diferencia dos novo-clássicos das expectativas racionais,
sendo assim enquanto para pós-keynesianos o ativismo fiscal é necessário em tempos de
recessão principalmente para não gerar danos permanentes na estrutura produtiva da
economia, já que a mesma é formada por convenções individuais de curto e longo prazo
voláteis, a ortodoxia mesmo keynesiana tende a defender o ativismo apenas como uma ação
para que o produto volte a sua trajetória natural, sendo que o produto a pleno emprego é
definido por fatores exclusivamente ligados a oferta.

- Os ortodoxos pós os estudos de Keynes não rebateram o argumento da causalidade de


investimento para poupança, porém compreendem que tal fenômeno se dá mais a curto prazo
e no longo prazo modelos como o de Solow explicariam um produto natural determinado, ou
seja, tanto velho-keynesianos e novo-keynesianos não mudaram o pensamento em relação a
poupança como geradora de investimento no longo prazo, o que os prendem ao argumento de
Wicksell, compatível com a economia clássica.

- A moeda pode influenciar o produto apenas no curto prazo na visão novo e velho-
keynesiana, porém não causa influência no longo prazo, isso está quase que compatível com a
teoria quantitativa da moeda. Os pós keynesianos veem a política monetária como
determinante na alocação de portfólios, na decisão dos agentes de investir, o que cria
mudanças na estrutura produtiva, esse é um ponto que Keynes não é totalmente claro, mas
pode-se inferir que mudanças na estrutura produtiva geram mudanças no produto de pleno-
emprego.

- Ambas as escolas econômicas aceitam a existência do desemprego involuntário, porém só os


pós-keynesianos interpretam a Teoria Geral como revolucionária, portanto períodos longos de
recessão podem se tornar em depressões que afetam a capacidade produtiva e por
consequência o produto natural. Portanto recessões não são auto remediáveis, e o ativismo
fiscal nesse caso não serve apenas como remédio de curto prazo, mas como necessário para
que a economia não entre em uma depressão que afete o capital tanto físico quanto humano.

Nessa seção foram tratadas as interpretações da Teoria Geral que diferenciam pós keynesianos
de novo-keynesianos e velho-keynesianos. No entanto, o pensamento de Keynes vai além se
levarmos em consideração aspectos determinantes da teoria geral, como o princípio de
convenções, a eficiência marginal do capital, a natureza das alterações no emprego e no
produto e por último o papel da política monetária. A escola pós-keynesiana avança para
outras variáveis como o câmbio, pouco citado por Keynes, embora ele tenha advogado a favor
de regimes cambiais fixos e de uma moeda única para transações internacionais. A
interpretação pós-keynesiana da Teoria Geral como se verá adiante serve como uma
alternativa ao mainstream, na explicação de recessões, depressões, movimentos cambiais,
crises financeiras dentre outros fenômenos presentes na atualidade.

Seção 3

Para analisar uma economia da perspectiva pós-keynesiana é necessário ter em mente alguns
princípios.

- O mundo é não ergódigo, ou seja, a economia se difere da física ou de outras disciplinas


onde se pode prever fenômenos com exata probabilidade.
- Mudanças nas expectativas de curto prazo e mudança nas expectativas de longo prazo se
interagem o princípio de convenções é instável pode mudar e frequentemente afeta o nível de
produto estrutural de uma economia, a qual a proxy mais próxima pode ser a unidade de
capacidade instalada.

- O investimento não depende de uma poupança ex-ante e sim do apetite ao risco X a


preferência pela liquidez dos agentes econômicos. A sentença anterior se relaciona
intrinsicamente com o argumento relativo as convenções e as expectativas.

Colocado os pontos principais se constrói a narrativa pós-keynesiana para a explicação das


variáveis macroeconômicas. O circuito Finance-Investimento-Poupança-Funding, gera uma
explicação do porque o investimento gera a poupança ex-post, e adicionalmente da uma
função primordial ao papel da economia bancária para esse processo tanto no momento de
Finance em que o banco se utiliza da alavancagem para criar dinheiro e crédito para as
empresas, quanto em relação ao funding que se constitui como um fundo rotativo que as
empresas deixam depositadas entre o investimento ex-ante e ex-post, como os setores e firmas
possuem sazonalidade operacional diferente, acaba que empresas se financiam com outras e
vice-versa através dos sistema bancário com o objetivo de manter um capital de giro estável e
realizar novos investimentos. A questão principal é quando esse ciclo por alguma razão é
interrompido, seja porque os agentes econômicos preferem entesourar a emprestar, ou porque
o próprio banco prefere também entesourar. Em uma economia moderna do século XXI isso
pode ser visto como a preferência de títulos do tesouro a investimento, isso consequentemente
gerará uma crise pois nem toda produção será consumida, e essa é a distinção principal com
os novo-keynesianos ou novo-clássicos, pois do ponto de vista desse circuito, crises podem
ocorrer como fatores endógenos a economia e não exógenos como prevê os modelos de Real
Business Cycle ou DSGE.

O modelo é uma simplificação da realidade, mas podemos levar em conta por exemplo que
vivemos em uma economia global, com diversos produtos financeiros e diversas modalidades
de agentes, o que torna o sistema bancário sujeito a instabilidade. Veja bem o caso da crise do
sub-prime de uma maneira bastante resumida através do ciclo Finance-Investimento-
Poupança-Funding. No momento em que a bolha imobiliária estadunidense estourou, os
bancos optaram por não refinanciar o mercado imobiliário que estava alastrado por títulos
podres com alta probabilidade de inadimplência. Isso gerou um impacto na construção civil
considerável, pois o motivo pra demandar moeda Finance, antes abundante devido a
expectativas e convenções altistas de mercado para construção de imóveis, não encontrou
correspondente oferta pelos bancos principalmente porque a alavancagem dos mesmos havia
gerado um passivo enorme. Obviamente a falta de regulamentação, as inovações financeiras
principalmente nos balancetes bancários foram determinantes, mas depois dos acontecidos a
corrida bancária dos diversos investidores era iminente e a convenção era que eles deveriam
sacar suas finanças não importava a saúde financeira do banco em questão o efeito contágio
foi enorme e as convenções dos agentes econômicas se tornaram as mesmas seja relativa ao
mercado imobiliário ou ao sistema bancário. É uma crise que não advém de nenhum choque
exógeno e sim endógeno dado que os movimentos e convenções dos agentes são incertos e
instáveis, danos permanentes foram causados à economia estadunidense e mundial, visto que
vários não residentes também investiam em produtos financeiros americanos. Na concepção
ortodoxa recessões e booms são causados por choques exógenos, porém tanto a crise de 2008
como outras corridas bancárias ao longo da escola mostram que a reversão das convenções
dos agentes pode causar crises econômicas de maior ou menor grau, o que é compatível com a
análise da quebra do circuito Finance-Investimento-Poupança-Funding e com o trabalho de
Mynsky que advoga que crises em geral são endógenas e não exógenas a economia de
mercado.

A taxa de câmbio, embora não muito tratada por Keynes, se tornou uma variável muito
estudada por pós-keynesianos utilizando-se do ferramental fornecido pelo próprio Keynes
relativos à incerteza e convenções. A interação entre diversas economias do século XXI é
muito divergente da que imaginou Keynes em sua época, e da que os modelos ortodoxos
acreditam. As trocas atualmente não são apenas comerciais nem em relação a investimentos
de um país em outro, a emergência de diversos tipos de investidores, contas financeiras com
alto grau de abertura, e produtos financeiros sofisticados globais, todos esses fatores em
conjunto geraram movimentos cambiais altamente voláteis que destoam dos princípios
ortodoxos enunciados na seção 2.

Percebe-se que tanto a conta de investimento direto estrangeiro quando a conta de


investimentos em carteira, ambas subcontas da conta financeira da balança de pagamentos são
determinantes na formação da taxa de câmbio. Com a globalização financeira em momentos
de convenções altistas em relação a economia mundial a um grande direcionamento de
recursos para economias emergentes, visto que as mesmas fornecem retornos maiores embora
mais arriscados a investidores institucionais, fundos de pensão e bancos estrangeiros.
Convenções altistas tendem a se manter por um tempo portanto os ciclos de liquidez para
economias emergentes também assim como o movimento cambial em direção a uma
apreciação no caso de crescimento da economia mundial.

Seção 4

Nessa seção procura-se se diferenciar o ferramental pós-keynesiano dos modelos


macroeconômicos mainstream, e fornecer alternativas para prognósticos futuros em relação a
economias em constantes mudanças. Foi muito comentado, no presente artigo, o fato de que
Keynes escreveu em uma época diferente e por isso talvez não pode prever o que veria nas
décadas seguintes e nos séculos seguintes. Se o argumento é válido como tornar modelos
construídos a 30 40 anos passíveis de análise em um sistema econômico com grandes
mudanças essa é a diferença fundamental do pensamento Pós Keynesiano para o
convencional.

O câmbio por exemplo foi explanado na antiga seção a influência do mesmo em relação as
contas de investimento direto estrangeiro e em carteira, também foi citado a questão dos
ciclos de liquidez que tendem apreciar a taxa de câmbio dos países emergentes em
convenções altistas. O mundo sendo não ergódigo, a tarefa de modelar a economia de forma
matemática mecanicista se torna demasiada complicada. A teoria da paridade de juros pode
servir, de base mecanicista se levarmos em consideração não só a decisão de política
monetária, mas retorno de todos os ativos ponderados pelos seus respectivos riscos, contudo,
nesse caso se torna amplo demais a gama de ativos e análise micro vira preponderante. Os
ciclos de liquidez fornecem uma espécie de convenção, neles é possível perceber convenções
em relação a entrada de investimentos em países emergentes, quando o ciclo é revertido a
convenção é de fuga para liquidez o que se Keynes vivesse no século XXI indicaria a
obtenção de títulos do tesouro americano. Os diferenciais de produtividade podem explicar
talvez na análise de economias em patamares semelhantes, mas não em economias distintas,
com institucionalidades distintas.

O emprego e a renda entram no mesmo caso, dizer que o milagre asiático é função da taxa de
poupança que esses países acumularam pode parecer convincente, mas então como explicar
que a maior economia do mundo é a mais a consumidora. Obviamente capital humano,
tecnologia que estão presentes nos modelos de crescimento endógenos são importantes, mas
se torna difícil quantificar a importância relativa em cada país. A visão pós-keynesiana não
consegue fornecer uma visão de longo prazo exata, porém consegue balizar expectativas para
política monetária fiscal e em relação a variáveis de câmbio, emprego e renda. O fato de não
fornecer uma exatidão na trajetória de longo prazo se trata da própria não ergogicidade da
economia

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