Você está na página 1de 22

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS EM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA


OBSTÉTRICA

MARÍLIA ZUCCARI MACHADO

SÃO PAULO
2023.2
Marília Zuccari Machado

OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS EM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIAOBSTÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como requisito à
obtenção do grau de Bacharelado em
Psicologia.

Orientadora: Bruna Praxedes Yamamoto


de Freitas
Có-orientador: Rodrigo Silva Santos

SÃO PAULO
2023.2
RESUMO

Introdução: A violência obstétrica (VO) enquadra-se no panorama da violência de


gênero, sendo um fenômeno caracterizado como qualquer prática ou conduta que
cause danos físicos, psicológicos e aos processos reprodutivos da mulher. Esse
comportamento advém de um tratamento desumanizado, além da concepção do parto
como uma patologia e não um processo natural. Considerando que esse tema ainda é
pouco discutido, muitas das vítimas não são capazes de reconhecer o abuso que
vivenciaram, acarretando num trauma psicossocial com complexas e diversas
vicissitudes. Objetivo geral: Identificar os impactos psicológicos sofridos por vítimas de
violência obstétrica. Método: Estudo realizado através de revisão bibliográfica, sendo
utilizada uma pesquisa descritiva e qualitativa acerca do fenômeno e dos impactos
psicológicos enfrentados pelas vítimas. Foram utilizadas para o levantamento
bibliográfico as plataformas Scielo, Google Academics, Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações, CAPES e Repositório Institucional da Fiocruz. Buscou-se por
artigos nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 20 anos. Ao final da
coleta de material, foram selecionados 15 artigos para a análise de dados,
publicados entre 2007 e 2022. Resultados: Constatou-se que a VO acarreta em
inúmeras consequências negativas, tanto do aspecto físico quanto psíquico , a
vítima de violência obstétrica experiencia um trauma complexo e intenso num
momento de extrema importância e carregado de emoção, onde, na realidade, ela
deveria ser acolhida, cuidada e respeitada. Os impactos psicológicos observados
foram transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, dificuldade para
criar vínculo mãe-bebê, resistência à uma próxima gravidez, e em casos mais graves,
o suicídio. Conclusão: Identifica-se, então, a necessidade de expansão do assunto,
tanto para que as mulheres tenham conhecimento dos seus direitos durante o ciclo
gravídico-puerperal, quanto para a implementação de políticas públicas visando a
diminuição nos casos relacionados à essa violência tão grave e, infelizmente, tão
presente na realidade de muitas mulheres.

Palavras-chave: violência; violência obstétrica; impactos psicológicos.


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................4

OBJETIVOS...............................................................................................................5
1.1. Objetivo Geral ................................................................................................5
1.2. Objetivos Específicos ....................................................................................5

2.MÉTODO ................................................................................................................6

3.RESULTADOS .......................................................................................................7
3.1.Conceito de Violência .....................................................................................7
3.2. Violência contra mulher .................................................................................8
3.3. Violência obstétrica ...................................................................................... 11

4.DISCUSSÃO ......................................................................................................... 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 17

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 20
4

INTRODUÇÃO

Ao longo dos séculos, as mulheres vêm enfrentando inúmeras formas de


violência, seja no contexto privado ou público, culturais, religiosas e sociais impostas
ao género feminino, limitando sua autonomia e reforçando desigualdades de gênero.
A violência contra a mulher atinge índices altíssimos no Brasil, no primeiro
semestre de 2022 foram registradas 31.398 denúncias, de acordo com a Ouvidoria
Nacional dos Direitos Humanos (BRASIL, 2022).
Atualmente uma vertente da violência de gênero é a Violência Obstétrica
(VO). Este é um fenômeno complexo e alarmante que tem ganhado cada vez mais
atenção tanto na esfera acadêmica quanto na sociedade como um todo.
De acordo com Juarez et al. (2012, apud ANDRADE; AGGIO, 2014), entende-
se por violência obstétrica qualquer prática exercida por profissionais da saúde,
durante o processo de assistência ao parto e nascimento, que viole o corpo e/ou os
processos reprodutivos da mulher, utilizando-se de atos nocivos, como abuso
psicológico e físico, atendimento desumanizado, medicalização e procedimentos
desnecessários, entre outros. É importante ressaltar que a VO se configura como
um modo mais amplo de opressão e desrespeito aos direitos das mulheres ao longo
da história (ANDRADE; AGGIO, 2014).
Dentre os diversos efeitos negativos dessa forma de violência, uma
particularidade que tem despertado interesse desta pesquisadora é o impacto
psicológico nas vítimas, portanto, este é o objetivo deste trabalho, buscando
compreender os danos emocionais, sociais e cognitivos provenientes dessa
experiência traumática. O propósito é fornecer uma ampla análise dos efeitos
psicológicos negativos enfrentados pelas mulheres que passaram por VO, com a
intenção de ampliar o conhecimento nessa área e promover uma reflexão acerca da
importância de um cuidado humanizado e empático durante o parto e o pós-parto.
Estima-se que os resultados desta pesquisa contribuam para um maior
conhecimento dos danos psicológicos causados por esse fenômeno, e possa
contribuir na conscientização de profissionais de saúde e a sociedade em geral para
a importância de condutas baseadas em respeito, autonomia e dignidade.
5

OBJETIVOS

1.1. Objetivo Geral

Identificar e c o m p r e e n d e r os impactos psicológicos sofridos por vítimas


de violênciaobstétrica.

1.2. Objetivos Específicos

• Buscar na literatura os diferentes conceitos utilizados para definir termo


“violência obstétrica”

• Buscar e descrever as vicissitudes psicossociais da violência obstétrica.


6

2. MÉTODO

Para a elaboração do presente estudo foi realizada uma revisão bibliográfica,


através de produções científicas sobre o tema violência obstétrica e os impactos
psicológicos enfrentados pelas vítimas, por meio das plataformas Scielo, Google
Academics, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, CAPES e
Repositório Institucional da Fiocruz, sendo utilizadas as palavra-chaves: violência
obstétrica, psicologia, e impacto psicológico.
Optou-se por uma pesquisa descritiva, cuja finalidade é a descrição das
características de determinada população ou fenômeno (OLIVEIRA, 2011 apud GIL,
1999).
De acordo Vergara (2007) apud Oliveira (2011), a pesquisa descritiva
determina a correlação entre as variáveis. O presente estudo configura-se como uma
pesquisa qualitativa, buscando o significado dos dados coletados, procurando captar
não só a aparência do fenômeno como suas essências, explicando suas origens,
relações e possíveis mudanças, e buscando prever suas consequências (OLIVEIRA,
2011 apud TRIVIÑOS, 1987).
Foram considerados artigos no idioma português, publicados nos últimos vinte
anos. A seleção dos artigos foi realizada através da leitura dos resumos das
produções, separando aqueles pertinentes para seguir com a leitura na íntegra e
descartando os que não se aplicavam à pesquisa.
Após a leitura dos materiais selecionados, iniciou-se a escrita da monografia,
os resultados estão apresentados através dos capítulos: “Conceito de violência”,
“Violência Obstétrica”, em seguida a discussão e por fim as considerações da
pesquisadora.
7

3. RESULTADOS

Para uma melhor exposição dos resultados, optou-se pela divisão entre os
capítulos a seguir.

3.1. Conceito de Violência

Desde os primórdios da humanidade a violência esteve presente no


comportamento dos seres humanos, especialmente para a garantia de sobrevivência.
O conceito de violência pode ser definido como qualquer ato, conduta ou
comportamento, praticado por qualquer indivíduo, que prejudique a integridade física e
moral de um outro ser (MAGALHÃES, 2020). A pessoa praticante do ato violento é o
“agressor”, enquanto a pessoa receptora da violência, é denominada “vítima”.

A conduta violenta acarreta, principalmente, consequências físicas e


psicológicas, além das de ordem econômica e social. Considerando que a violência se
caracteriza como um evento histórico, ela está presente em, praticamente, todos os
grupos, sociedades e nações, sendo expressa de inúmeras formas. Ademais, de
acordo com Magalhães (2020), pode ter influência de diferentes contextos, lugares,
tempos e costumes diferentes uns dos outros. Diversos filósofos e historiadores
defendem que a violência é motivada pelo poder, somada a convivência em
sociedade.

Os atos violentos podem ser categorizados em: violência física, psíquica, sexual
e moral. Podendo, também, ser “pública” e disseminada para outras pessoas, assim
como velada, encoberta e escondida de outros indivíduos. Dessa forma, algumas
origens da violência podem ser facilmente identificadas, e outras estão completamente
enraizadas nas culturas e na sociedade, como um todo, que são de difícil observação
(MAGALHÃES, 2020).

Ainda de acordo com referida autora, ao citar a conceituação da Organização


Mundial da Saúde (OMS), explicita que a violência deve ser caracterizada como o uso
da força física ou do poder, podendo ser praticada contra si próprio, contra outra
pessoa, ou até mesmo contra um grupo ou corpo social que suscite ou possa suscitar
8

sofrimento, morte, ou prejuízo psicológico, e pode ser dividido em três categorias: a


violência autoinfligida; interpessoal; e coletiva.

Além da concepção histórica da violência, é importante destacar que há o ponto


de vista filosófico e sociológico, que, de acordo com Minayo (2005, apud Souza 2022),
considera a violência como uma manifestação das crises sociais que conduzem a
sociedade a revoltar-se negativamente com o Estado, que não consegue lhe dar as
respostas satisfatórias. Analisando a atuação estatal, durante os anos de 1950 e 1960
pressupunha-se que a violência estaria associada ao nível de desenvolvimento de uma
sociedade. Todavia essa ideia não se confirmou, dado que os “progressos econômicos
e políticos” não garantiram a redução da violência (WIEVIORKA, 1997 apud SOUZA,
2022).

Tornando a abordar as tipologias da violência, nós encontramos 12 subtipos,


constando entre eles a de gênero, que será discutida no próximo tópico, demonstrando
a necessidade de discussão sobre o tema para que políticas públicas mais adequadas
possam ser desenvolvidas no intuito de minimizar essa questão.

3.2. Violência contra mulher

A mulher é vista como um ser inferior desde o período antes de Cristo, sendo
submetida a papéis degradantes e simplórios, ainda que essa realidade esteja sendo
alterada recentemente, para muitas o panorama se perpetua.

Historicamente, as mulheres ainda são vistas como o sexo inferior e/ou o sexo
frágil, sendo dominadas pelo indivíduo do sexo masculino e, consequentemente, pelo
patriarcado, sendo encarregadas de cuidar da casa, dos filhos e como uma mera peça
reprodutora feita para satisfazer os prazeres sexuais dos homens. Além disso, até
pouco tempo atras não tinham direitos, não podiam votar, trabalhar, dirigir, não tinham
voz, tornando-as seres insignificantes e descartáveis para a sociedade (MAGALHÃES,
2020).

Magalhães (2020) relata que na Antiguidade as ideias eram completamente


relacionadas à masculinidade, em razão disso a mulher era apontada como uma “alma
9

inferior, sem luz e que estava na escuridão”, além de não obter conhecimento.
Enquanto isso, o homem era o oposto, logo era visto como um ser superior, racional e
de espírito elevado, devendo ser obedecido pelas mulheres. Contudo é importante
mencionar que o patriarcado não é a justificativa para todas as formas de
desigualdades e de opressão do gênero feminino, mas é ali que a violência contra a
mulher se origina (BALBINOTTI, 2018).

De acordo com Marcondes Filho (2001, apud SANTIAGO, COELHO, 2007), do


panorama histórico, a violência contra a mulher também é originária de uma cultura
construída a partir de uma sociedade escravocrata, sociedade essa que foi estruturada
a partir de um modelo colonizador infundido aqui.

No Brasil as primeiras denúncias de casos envolvendo violência contra a mulher


advindas das camadas médias da sociedade, aconteceram nas décadas de 1970 e
1980, suscitando assim manifestações de grupos feministas e de mulheres, no geral
(LAGE & NADER, 2012 apud SOUZA, 2022).

Souza (2022) menciona que até a primeira década do século XX, a violência
contra a mulher era tolerada e não abordada como um problema de saúde pública a
ser erradicado. Apesar do tema ter sido debatido em outros momentos, foi apenas no
ano de 2006 que foi criada uma lei específica abordando o tema no Brasil, sendo esta
a Lei 11.340, intitulada Lei Maria da Penha, com o intuito de “criar mecanismos para
impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher” (BRASIL, 2006).

Santiago e Coelho (2007) elucidam em seu artigo quem foi a mulher que
conduziu à criação desta Lei: Maria da Penha é uma biofarmacêutica cearense, ativista
dos direitos das mulheres, que, depois de sofrer agressões físicas do marido, ficou
paraplégica (apud DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 2006). Constatamos aqui uma violação
dos direitos humanos que Maria da Penha e milhares de mulheres sofrem diariamente
ao serem vítimas desse crime, que pode ser caracterizado por uma conduta baseada
no gênero, que ocasione morte, prejuízo físico, moral, sexual ou psicológico à mulher
(MAGALHÃES, 2020).

A definição dada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para violência de


gênero é: “[...] violência sofrida pelo fato de ser mulher, sem distinção de raça, classe
social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que
10

subordina o sexo feminino” (BRASIL, CNJ – CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.


FORMAS DE VIOLÊNCIA, apud BALBINOTTI, 2018).

Ainda referente à violência de gênero, Souza (2022) detalha esse conceito


detalha este conceito salientando que refere-se a um padrão característico de
agressão que objetiva preservar a hierarquia entre os sexos masculino e feminino, e
também a disparidade entre eles (SAFFIOTTI & ALMEIDA, 1995, Apud ALMEIDA,
1998: 18)

De acordo com Gomes, Minayo e Silva (BRASIL, 2005:118), conforme citado


por Souza (2022), essa categoria de violência “abrange a que é praticada por homens
contra mulheres, por mulheres contra homens, entre homens e entre mulheres”, sendo
as mulheres as maiores vítimas desse ato.

Toda lei é criada com o propósito de sanar uma adversidade, assim sendo, a
criação da Lei Maria da Penha, trouxe inovações como: mudança de estratégia para o
enfrentamento da violência contra a mulher, considerada agora um crime contra os
direitos humanos; a assimilação da perspectiva de gênero; a emersão da repressão
suscitada por essa brutalidade, entre outros (MAGALHÃES, 2020). Do ano de 2019 até
o ano de 2022, cresceu em 51% o número de denúncias feitas para o 190
relacionadas à violência contra a mulher (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA
PÚBLICA, 2023), porém, muitos casos ainda são subnotificados.

Uma grande quantidade de vítimas optam por não delatar, por medo, vergonha,
ou até mesmo, por não reconhecerem a realidade que estão vivendo. E assim como a
violência num geral, essa categoria acarreta inúmeras consequências como
depressão, estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade, envolvimento com álcool
e drogas, transtornos alimentares, e inclusive ao suicídio.

Em suma, o fenômeno da violência, em toda e qualquer forma, é devastador


para a vítima e para todos ao seu redor, assim como é para a sociedade no geral. A
violência obstétrica, foco deste estudo, compõe o tipo de violência analisado no
próximo subcapítulo.
11

3.3. Violência obstétrica

A chegada de um bebê ao mundo é um momento inigualável de muita alegria e


contentamento, repleto de expectativas e emoções. Contudo, nesse momento da
gestação, muitas mulheres vivenciam uma outra realidade, sendo esta dolorosa e
traumática: a violência obstétrica (VO).

A violência no contexto do parto diz respeito a diversas práticas, por parte da


equipe médica e profissionais da saúde, que desrespeitam a integridade física e/ou
psíquica de uma mulher, assim como os seus direitos fundamentais durante a
gestação, parto e pós parto.

A violência obstétrica pode ocorrer de diversas maneiras, sendo algumas delas


a agressão verbal, que inclui o tratamento vexatório da parturiente; a agressão física; o
abuso psicológico; a falta de consentimento da mulher para a realização de
determinados procedimentos; a recusa no direito de um acompanhante; tricotomia;
manobra de Kristeller; episiotomia; uso inadequado de ocitocina e de quaisquer outros
medicamentos; rompimento da bolsa para aceleração do parto; cesarianas
desnecessárias; impedimento do contato entre mãe e bebê logo após o parto, salvo
casos em que são necessárias intervenções imediatas; impedimento do aleitamento
materno; restrição da escolha da posição para o parto; entre muitas outras condutas
que violem os direitos humanos da mulher (TEIXEIRA et al., 2020).

O preconceito é um fator que corrobora para a ocorrência da VO, considerando


que as mulheres mais propensas a enfrentarem esse sofrimento são as que se
encontram em estado de maior vulnerabilidade como adolescentes, mães solteiras,
mulheres de menor nível socioeconômico, negras, prostitutas, usuárias de drogas,
encarceradas e portadoras do vírus HIV. (MAGALHÃES, 2022).

Magalhães (2022) apresenta em seu estudo a definição dada pela OMS


referente à VO:

[...] violência física, humilhação profunda e abusos verbais, procedimentos


médicos não consentidos ou coercitivos, falta de confidencialidade, não
obtenção de consentimento esclarecido antes da realização de procedimentos,
recusa em administrar analgésicos, violações de privacidade, recusa de
12

internação, cuidado negligente durante o parto, conduzindo a complicações


que poderiam ter sido evitadas e situações ameaçadoras da vida, bem como
detenção de mulheres e bebês em instituições de saúde, por falta de
pagamento (p. 102).

No passado, o manejo do parto respeitava o seu curso natural, colocando a


mulher como protagonista daquele momento. Entretanto, ao final do século XIX, inicia-
se a medicalização e a instauração da ideia do parto como doença, desencadeando,
assim, inúmeras consequências negativas para o corpo e psicológico da mulher (DIAS;
PACHECO, 2020).

O protagonismo passa, então, a ser do médico, deixando a mulher como


coadjuvante no momento do nascimento de seu próprio filho, propiciando o modelo
intervencionista e modificando o método de estudo das escolas de medicina, que
passam a focar no uso de tecnologias e procedimentos cirúrgicos. As altas taxas de
mortalidade materna e de morbimortalidade, assim como o exacerbado número de
cesáreas realizadas no Brasil, estão diretamente ligadas a esse modelo de tratamento
(ZANARDO et al., 2016).

O nascimento se transformou em uma atividade lucrativa, assim sendo, quanto


mais partos um médico realizar, mais dinheiro ele lucrará. Com isso a utilização de
intervenções se faz “necessária”, para que mais partos sejam realizados num mesmo
dia.

A Venezuela foi uma das primeiras nações a promulgar uma lei reconhecendo e
tipificando esse tipo de violência, com o intuito de defender os direitos das mulheres. A
lei venezuelana foi criada em 2007 e nomeada “Ley Orgánica sobre el Derecho de las
Mujeres a una Vida Libre de Violencia que define o termo como:

[...] a apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres por


profissionais de saúde, expressa através de um tratamento desumanizador,
abuso de medicalização e patologização dos processos naturais, resultando
na perda de autonomia e na capacidade de decidir livremente sobre seus
corpos e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida das
mulheres (Venezuela, 2007 apud MIECHUANSKI, 2021, p. 26).
13

Logo em seguida, em 2009, a Argentina também decretou uma lei a respeito,


entretanto, no Brasil, apesar da atual notoriedade e discussão acerca do tema, ainda
não há legislação federal específica que defina o termo, que previna ou que proteja as
mulheres vítimas dessa violência (MIECHUANSKI, 2021). Posto isso, é crucial a
elaboração de políticas públicas que englobem o tema, assegurando a penalização do
profissional que adote condutas desumanizadoras e que prejudique o corpo e os
processos reprodutivos das mulheres.

Importante elucidar que existe no Brasil o Programa de Humanização no Pré


Natal e Nascimento, responsável por determinar que o atendimento apropriado e de
qualidade durante o ciclo gravídico-puerperal é um direito de toda e qualquer gestante,
além do direito à assistência segura e humanizada ao parto e puerpério, portanto,
ainda que não exista no Brasil, ainda, uma legislação que criminalize a VO, tal prática
viola as normas do Programa (MATOS; MAGALHÃES; CARNEIRO, 2021).

Todavia, em 2005 foi promulgada a Lei 11.108, denominada Lei do


Acompanhante, e quando a VO diz respeito à privação do direito a um acompanhante,
é essa lei que está sendo violada, dado que ela “altera a Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante
durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS” (BRASIL, 2005).

O termo “Violência Obstétrica” é o mais utilizado para se referir a esse tipo de


abuso, entretanto, Magalhães (2022) revela que, no ano de 2019, o Conselho Federal
de Medicina (CFM) publica uma nota à imprensa e à população defendendo que uso
do termo é afeta negativamente a imagem da comunidade médica, principalmente dos
ginecologistas e obstetras, considerando o termo inadequado.

Em conjunto com as descrições do que pode ser enquadrada como VO,


encontramos, ainda, relatos de mulheres que foram reprimidas ao expressarem
sentimentos como choro e gritos ocasionados pela dor sentida no momento do parto.
Existem muitas mulheres que se depararam com uma comunicação agressiva,
humilhante e totalmente desrespeitosa, em que tiveram que ouvir frases como: quando
estava fazendo estava bom, né? Agora não adianta chorar…, entre outras
(MAGALHÃES, 2022).
14

Somada à elaboração de políticas públicas, Matos, Magalhães e Carneiro


(2021) ao citar Tesser et. al (2015) indicam a aplicação de um plano de parto, como
uma maneira de evitar a violência obstétrica. A premissa desse plano implica na
reflexão da parturiente, junto a equipe médica responsável por sua assistência, sobre
seus direitos durante todo o ciclo gravídico-puerperal, assim como de suas
necessidades nesse ínterim, para que assim a mulher familiarize-se com todo o
processo do parto e garantindo maior consentimento das condutas médicas.

Conforme Sousa (2008) (apud CFP, 2013; MUNIZ; BARBOSA, 2012) citado por
Dias e Pacheco (2020), a violência contra a mulher reflete em danos físicos, mas o que
se destaca à luz da psicologia, são os danos psíquicos à saúde mental da mulher
parturiente. Uma violência como a obstétrica acarreta traumas graves, tanto para a
gestante quanto para o bebê. Diante disso, este estudo visa distinguir e discutir, no
próximo capítulo, os impactos psicológicos originados em vítimas de violência
obstétrica.
15

4.DISCUSSÃO

No contexto do parto, assim como durante a gestação e o pós-parto, a mulher


encontra-se num momento de constantes mudanças físicas, hormonais e psicológicas,
tratando-se de um período de transformações biopsicossociais que deixam-na em um
estado de maior vulnerabilidade. Essa fase, por si só, demanda uma reorganização
para adaptar-se a sua nova vida, e tais mudanças acarretam, na maioria das vezes,
em sentimentos de angústia, medo, insegurança e provável instabilidade (DIAS;
PACHECO, 2020 apud SILVA;SILVA;ARAÚJO, 2017).

Uma mulher vítima de VO que, além de todas as mudanças e consequências


citadas anteriormente advindas desse período, ainda se vê diante de uma violação e o
enfrentamento de um trauma tão forte que agrava todo esse sofrimento (DIAS;
PACHECO, 2020).

Segundo Oliveira et al. (2023), um fator de intensificação da vulnerabilidade da


mulher nesse período é a falta de informação, considerando que no pré-parto as
mulheres não são instruídas a respeito do processo do parto e de seus direitos nesse
momento, como mulher e ser humano. Este fato corrobora para que a violência se
torne cada vez mais frequente, até que se torne natural e passe a ser vista como
tratamento padrão no ciclo gravídico-puerperal. Ademais, com essa naturalização, as
mulheres se veem menos amparadas e encorajadas a perguntar e questionar os
procedimentos adotados no momento do nascimento.

A VO pode proporcionar inúmeras sequelas, a título de exemplo a depressão


pós parto (DPP), que configura um transtorno de humor de intensidade leve e
transitória ou passível de intensificar-se até a origem de uma neurose ou desordem
psicótica (JUNIOR et al, 2009).

Além da DPP, a parturiente pode ter sua vida sexual e autoestima afetadas,
principalmente quando realizada a episiotomia, e também se nota o desenvolvimento
da ansiedade e o aparecimento do estresse pós-traumático, constrangimento, medo,
indignação e revolta por não ter conseguido reagir e manifestar-se contra o abuso
sofrido.
16

Uma das consequências mais frequentes é o medo de uma próxima gestação,


por receio de ser tratada da mesma forma, podendo afetar a relação familiar num todo.
Não só a mãe enfrenta esses danos, mas o bebê também, sobretudo quando o vínculo
mãe-bebê é impactado pela VO (DIAS; PACHECO, 2020).

Em seu estudo, Teixeira et. al (2020) expõe o relato de algumas vítimas a


respeito das implicações decorrentes da VO. Uma das vítimas revela ter sentido
muitas dores nas costelas em função da aplicação da Manobra de Kristeller, outra
conta como seu psicológico foi abalado em razão da episiotomia feita em seu parto,
gerando um sentimento de vergonha diante seu esposo, por achar que “ficaria aberta
para toda a vida”.

Matos, Magalhães e Carneiro (2021) expõe narrativas ainda mais perturbadoras


da violência sofrida pelas parturientes: no primeiro relato, a vítima relata como foi
reprimida ao ouvir o seu médico ordenar que ela ficasse quieta, pois já que foi
preferido o parto normal, agora ela deveria aguentar a dor sem reclamar; no segundo
relato, a mulher conta como ela não pode encostar em seu filho assim que ele nasceu,
pois estava amarrada; já no terceiro, vemos como o vínculo mãe-bebê pode ser
afetado por esse trauma, visto que a parturiente revela ter demorado para sentir-se
próxima de sua filha, além de ter enfrentado a depressão pós parto.

A desumanização no momento do parto leva à danos irreversíveis e eternos,


como o de uma parturiente que relata ter perdido uma parte de seu útero, ou seja, uma
histerectomia parcial. Outra ainda descreve que além do trauma vivido por ela, seu
filho também foi marcado pela VO, pois o mesmo nasceu com derrame ocular e
diversos hematomas pelo corpo, ocasionados pela agressão durante o parto (SILVA et
al., 2017).

Dias e Pacheco (2020) citam um trecho retirado do Documento de Referência


para Atuação de Psicólogas(os) em Serviços de Atenção à mulher em Situação de
Violência, que diz:

Com frequência, alterações psíquicas na mulher podem surgir em função do


trauma, entre elas o estado de choque que ocorre imediatamente após a
agressão, permanecendo por várias horas ou dias. Entretanto,
independentemente do tipo de violência e o comprometimento causado à
17

saúde física, as sequelas geralmente vão além dos danos imediatos. O


aspecto traumático da violência pode comprometer seriamente a saúde mental
da mulher, especialmente porque interfere em sua autonomia, gerando
sentimentos duradouros de incapacidade e de perda da valorização de si
mesma (CFP, 2013, p. 71).

Em alguns estudos foi feita uma relação entre a violência e o prazer sentido
pela mulher na hora do ato sexual, como se a dor que experienciam durante o parto
fosse uma punição pela satisfação vivida durante o ato (BARBOZA, MOTA, 2016).

Em seu estudo, Silva et al. (2017) revela que além dos sentimentos negativos
gerados nas mulheres vítimas de VO, também é possível perceber a presença de
emoções positivas, como a gratidão e o alívio por seus bebês terem nascido saudáveis
apesar de todo sofrimento vivido. Mas, infelizmente, esses sentimentos positivos não
são capazes de eliminar todo o sofrimento, a dor e angústia vivida pelas vítimas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
18

A violência obstétrica é um fenômeno reconhecido e explorado recentemente,


tendo em vista que esse acontecimento começou a ser discutido no Brasil apenas em
1980. Entretanto, até o momento são escassos os estudos científicos acerca deste
tema, principalmente pela perspectiva da psicologia, sendo mais comum encontrarmos
materiais relacionados ao direito, enfermagem e medicina.

Por conseguinte, é fundamental que mais análises e pesquisam sejam feitas e


publicadas com o intuito de chamar atenção para esse problema tão presente nas
instituições públicas e privadas de saúde. Além da construção de mais estudos a
respeito da VO, é igualmente imprescindível a configuração da mesma como um
crime, passível de penalização.

O panorama brasileiro é preocupante acerca da VO, pois nota-se que muitas


mulheres vivenciaram esse abuso e não souberam discriminá-lo no momento, isso por
não terem sido orientadas durante o pré natal a respeito de seus direitos. Com isso,
em concordância com (marcas do parto), é essencial a orientação das mulheres
gestantes, mas também dos profissionais de saúde sobre os direitos das mulheres e
as melhores técnicas e os devidos cuidados necessários no momento do parto.
Ademais, a mulher deve retornar a ser a protagonista deste momento que deve ser
carregado de alegria e bons sentimentos, deixando para trás a medicalização e o
modelo tecnocrático atual. Essas práticas degradantes são aplicadas sem nenhum
indício plausível, sendo utilizadas apenas para a aceleração do parto (MAGALHÃES,
2022).

A violência obstétrica não pode ser tratada como um erro médico, mas sim
como uma prática naturalizada, em razão da desigualdade de gênero e da supremacia
do saber médico, pois no momento em que a figura do médico é considerada a
detentora de todo o saber e da última palavra, a mulher será submetida a condutas e
tratamentos inadequados para ela e seu bebê. Dessa maneira, como apontado
anteriormente, é preciso que toda mulher grávida trace um plano de parto em conjunto
com a equipe médica responsável por assisti-la durante todo o ciclo gravídico-
puerperal, orientando-na sobre seus direitos e autonomia perante o nascimento do seu
recém-nascido.
19

A psicologia ocupa um papel importantíssimo no combate à VO, visto que ela é


capaz de acolher, empoderar, orientar a mulher gestante, assim como deve reparar os
danos psicológicos causados às vítimas.

Magalhães (2022) comenta a respeito da contrariedade que é a preocupação da


sociedade com a saúde das crianças, sendo que para que um jovem seja saudável, é
imprescindível que seus pais sejam saudáveis, fato este que é impedido pela VO.

Por fim, é necessário, então, que os profissionais de saúde mantenham uma


comunicação clara, constante e empática com as gestantes e parturientes, lembrando-
se sempre de que a pessoa que está ali precisando de cuidados é uma outra alma
humana. Além disso, é necessária a regularização dos procedimentos e a construção
de um ambiente de saúde mais adequado para as usuárias e para os médicos,
enfermeiros e toda a equipe médica.
20

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Briena Padilha; AGGIO, Cristiane de Melo. Violência obstétrica: a dor


que cala. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, [S. l.], p. 1-7, 29
maio 2014. Disponível em:
http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT3_Briena%20Padilha%20Andrade.
pdf. Acesso em: 14 mar. 2023.

BALBINOTTI, Izabele. A violência contra a mulher como expressão do patriarcado e


do machismo. Revista da ESMESC, [s. l.], 15 ago. 2018. Disponível em:
https://esmesc.emnuvens.com.br/re/article/view/191/165. Acesso em: 4 set. 2023.

BARBOZA, Luciana Pereira; MOTA, Alessivânia. Violência Obstétrica: vivências de


sofrimento entre gestantes do Brasil. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde,
Salvador, [s. l.], 18 maio 2016. Disponível em:
https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/847. Acesso em: 31
ago. 2023.

BRASIL. [Constituição (2005)]. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. [S. l.: s. n.],
2005. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11108.htm. Acesso em: 29 set. 2023.

BRASIL. [Constituição (2006)]. Lei nº 11.340, de 7 de Agosto de 2006: Disponível


em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm.
Acesso em: 15 ago. 2023.

DIAS, Sabrina Lobato; PACHECO, Adriana Oliveira. Marcas do parto: As


consequências psicológicas da violência obstétrica. Arquivos Científicos (IMMES),
[S. l.], p. 1-10, 16 fev. 2020. Disponível em:
https://arqcientificosimmes.emnuvens.com.br/abi/article/view/232/115. Acesso em:
16 out. 2023.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA (São Paulo). Fórum Brasileiro de


Segurança Pública. Anuário de Segurança Pública 2023. [S. l.: s. n.], 2023.
Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/anuario-
2023.pdf. Acesso em: 17 out. 2023.

JUNIOR, Hudson Pires de Oliveira SANTOS; SILVEIRA, Maria de Fátima de Araújo;


GUALDA, Dulce Maria Rosa. Depressão pós-parto: um problema latente. Revista
Gaúcha de Enfermagem, [s. l.], 26 ago. 2009. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/index.php/rgenf/article/view/8062/6997. Acesso em: 16 nov. 2023.

MAGALHÃES, Roberta Cordeiro de Melo. Violência obstétrica no contexto da


violência feminina. 2020. Tese (violência obstétrica no contexto da violência feminina)
- Centro Universitário de Brasília, [S. l.], 2020. Disponível em:
https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/15075. Acesso em: 15 ago. 2023.

MATOS, Mariana Gouvêa de; MAGALHÃES, Andrea Seixas; CARNEIRO, Terezinha


21

Féres. Violência Obstétrica e Trauma no Parto: O Relato das Mães. Scielo, [s. l.], 3
set. 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/XSKSP8vMRV6zzMSfqY4zL9v/#. Acesso em: 2 out. 2023.

MIECHUANSKI, Pauline Cureau. Violência obstétrica: uma realidade


negligenciada. 2021. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade
do Sul de Santa Catarina, [S. l.], 2021. Disponível em: https://repositorio-
api.animaeducacao.com.br/server/api/core/bitstreams/c6a4a842-5177-4c78-92cf-
2fdf66500060/content. Acesso em: 26 set. 2023.

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia Científica: um manual para a


realização de pesquisas em administração. [S. l.: s. n.], 2011. Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/567/o/Manual_de_metodologia_cientifica_-
_Prof_Maxwell.pdf. Acesso em: 13 abr. 2023.

SANTIAGO, Rosilene Almeida; COELHO, Maria Thereza Ávila Dantas. A violência


contra a mulher: antecedentes históricos. Revista UNIFACS, [s. l.], 3 mar. 2007.
Disponível em: https://revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/view/313. Acesso em:
4 set. 2023.

SILVA, Francisca Martins et al. Sentimentos Causados pela Violência Obstétrica em


Mulheres de Município do Nordeste Brasileiro. Revista Prevenção de Infecção e
Saúde, [s. l.], 20 jun. 2017. Disponível em:
https://revistas.ufpi.br/index.php/nupcis/article/view/6924/pdf. Acesso em: 7 nov. 2023.

SOUZA, Larissa Velasquez de. “Não tem jeito. Vocês vão precisar ouvir”
violência obstétrica no brasil: construção do termo, seu enfrentamento e
mudanças na assistência obstétrica (1970 – 2015). 2022. Tese (Pós-Graduação
em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz-Fiocruz, [S. l.], 2022.
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53543. Acesso em: 15 ago.
2023.

TEIXEIRA, Patrícia da Costa; ANTUNES, Ludmila Santos; DUAMARDE, Leila


Tomazinho de Lacerda; VELLOSO, Victoria; FARIA, Gabriela Priscila Goveia;
OLIVEIRA, Thaís da Silva. Percepção das parturientes sobre violência obstétrica: A
dor que querem calar. Revista Nursing, [S. l.], p. 1-9, 15 jan. 2020. Disponível em:
https://www.revistanursing.com.br/index.php/revistanursing/article/view/490/465.
Acesso em: 13 set. 2023.

ZANARDO, Gabriela Lemos de Pinho; URIBE, Magaly Calderón; NADAL, Ana Hertzog
Ramos De; HABIGZANG, Luísa Fernanda. Violência obstétrica no brasil: uma
revisão narrativa. Scielo, [S. l.], p. 1-11, 9 out. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/psoc/a/J7CMV7LK79LJTnX9gFyWHNN/?lang=pt#. Acesso em:
7 nov. 2023.

Você também pode gostar