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CURSO DE PSICOLOGIA
SÃO PAULO
2023.2
Marília Zuccari Machado
SÃO PAULO
2023.2
RESUMO
OBJETIVOS...............................................................................................................5
1.1. Objetivo Geral ................................................................................................5
1.2. Objetivos Específicos ....................................................................................5
2.MÉTODO ................................................................................................................6
3.RESULTADOS .......................................................................................................7
3.1.Conceito de Violência .....................................................................................7
3.2. Violência contra mulher .................................................................................8
3.3. Violência obstétrica ...................................................................................... 11
4.DISCUSSÃO ......................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 20
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INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
2. MÉTODO
3. RESULTADOS
Para uma melhor exposição dos resultados, optou-se pela divisão entre os
capítulos a seguir.
Os atos violentos podem ser categorizados em: violência física, psíquica, sexual
e moral. Podendo, também, ser “pública” e disseminada para outras pessoas, assim
como velada, encoberta e escondida de outros indivíduos. Dessa forma, algumas
origens da violência podem ser facilmente identificadas, e outras estão completamente
enraizadas nas culturas e na sociedade, como um todo, que são de difícil observação
(MAGALHÃES, 2020).
A mulher é vista como um ser inferior desde o período antes de Cristo, sendo
submetida a papéis degradantes e simplórios, ainda que essa realidade esteja sendo
alterada recentemente, para muitas o panorama se perpetua.
Historicamente, as mulheres ainda são vistas como o sexo inferior e/ou o sexo
frágil, sendo dominadas pelo indivíduo do sexo masculino e, consequentemente, pelo
patriarcado, sendo encarregadas de cuidar da casa, dos filhos e como uma mera peça
reprodutora feita para satisfazer os prazeres sexuais dos homens. Além disso, até
pouco tempo atras não tinham direitos, não podiam votar, trabalhar, dirigir, não tinham
voz, tornando-as seres insignificantes e descartáveis para a sociedade (MAGALHÃES,
2020).
inferior, sem luz e que estava na escuridão”, além de não obter conhecimento.
Enquanto isso, o homem era o oposto, logo era visto como um ser superior, racional e
de espírito elevado, devendo ser obedecido pelas mulheres. Contudo é importante
mencionar que o patriarcado não é a justificativa para todas as formas de
desigualdades e de opressão do gênero feminino, mas é ali que a violência contra a
mulher se origina (BALBINOTTI, 2018).
Souza (2022) menciona que até a primeira década do século XX, a violência
contra a mulher era tolerada e não abordada como um problema de saúde pública a
ser erradicado. Apesar do tema ter sido debatido em outros momentos, foi apenas no
ano de 2006 que foi criada uma lei específica abordando o tema no Brasil, sendo esta
a Lei 11.340, intitulada Lei Maria da Penha, com o intuito de “criar mecanismos para
impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher” (BRASIL, 2006).
Santiago e Coelho (2007) elucidam em seu artigo quem foi a mulher que
conduziu à criação desta Lei: Maria da Penha é uma biofarmacêutica cearense, ativista
dos direitos das mulheres, que, depois de sofrer agressões físicas do marido, ficou
paraplégica (apud DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 2006). Constatamos aqui uma violação
dos direitos humanos que Maria da Penha e milhares de mulheres sofrem diariamente
ao serem vítimas desse crime, que pode ser caracterizado por uma conduta baseada
no gênero, que ocasione morte, prejuízo físico, moral, sexual ou psicológico à mulher
(MAGALHÃES, 2020).
Toda lei é criada com o propósito de sanar uma adversidade, assim sendo, a
criação da Lei Maria da Penha, trouxe inovações como: mudança de estratégia para o
enfrentamento da violência contra a mulher, considerada agora um crime contra os
direitos humanos; a assimilação da perspectiva de gênero; a emersão da repressão
suscitada por essa brutalidade, entre outros (MAGALHÃES, 2020). Do ano de 2019 até
o ano de 2022, cresceu em 51% o número de denúncias feitas para o 190
relacionadas à violência contra a mulher (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA
PÚBLICA, 2023), porém, muitos casos ainda são subnotificados.
Uma grande quantidade de vítimas optam por não delatar, por medo, vergonha,
ou até mesmo, por não reconhecerem a realidade que estão vivendo. E assim como a
violência num geral, essa categoria acarreta inúmeras consequências como
depressão, estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade, envolvimento com álcool
e drogas, transtornos alimentares, e inclusive ao suicídio.
A Venezuela foi uma das primeiras nações a promulgar uma lei reconhecendo e
tipificando esse tipo de violência, com o intuito de defender os direitos das mulheres. A
lei venezuelana foi criada em 2007 e nomeada “Ley Orgánica sobre el Derecho de las
Mujeres a una Vida Libre de Violencia que define o termo como:
Conforme Sousa (2008) (apud CFP, 2013; MUNIZ; BARBOSA, 2012) citado por
Dias e Pacheco (2020), a violência contra a mulher reflete em danos físicos, mas o que
se destaca à luz da psicologia, são os danos psíquicos à saúde mental da mulher
parturiente. Uma violência como a obstétrica acarreta traumas graves, tanto para a
gestante quanto para o bebê. Diante disso, este estudo visa distinguir e discutir, no
próximo capítulo, os impactos psicológicos originados em vítimas de violência
obstétrica.
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4.DISCUSSÃO
Além da DPP, a parturiente pode ter sua vida sexual e autoestima afetadas,
principalmente quando realizada a episiotomia, e também se nota o desenvolvimento
da ansiedade e o aparecimento do estresse pós-traumático, constrangimento, medo,
indignação e revolta por não ter conseguido reagir e manifestar-se contra o abuso
sofrido.
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Em alguns estudos foi feita uma relação entre a violência e o prazer sentido
pela mulher na hora do ato sexual, como se a dor que experienciam durante o parto
fosse uma punição pela satisfação vivida durante o ato (BARBOZA, MOTA, 2016).
Em seu estudo, Silva et al. (2017) revela que além dos sentimentos negativos
gerados nas mulheres vítimas de VO, também é possível perceber a presença de
emoções positivas, como a gratidão e o alívio por seus bebês terem nascido saudáveis
apesar de todo sofrimento vivido. Mas, infelizmente, esses sentimentos positivos não
são capazes de eliminar todo o sofrimento, a dor e angústia vivida pelas vítimas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A violência obstétrica não pode ser tratada como um erro médico, mas sim
como uma prática naturalizada, em razão da desigualdade de gênero e da supremacia
do saber médico, pois no momento em que a figura do médico é considerada a
detentora de todo o saber e da última palavra, a mulher será submetida a condutas e
tratamentos inadequados para ela e seu bebê. Dessa maneira, como apontado
anteriormente, é preciso que toda mulher grávida trace um plano de parto em conjunto
com a equipe médica responsável por assisti-la durante todo o ciclo gravídico-
puerperal, orientando-na sobre seus direitos e autonomia perante o nascimento do seu
recém-nascido.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (2005)]. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. [S. l.: s. n.],
2005. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11108.htm. Acesso em: 29 set. 2023.
Féres. Violência Obstétrica e Trauma no Parto: O Relato das Mães. Scielo, [s. l.], 3
set. 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/XSKSP8vMRV6zzMSfqY4zL9v/#. Acesso em: 2 out. 2023.
SOUZA, Larissa Velasquez de. “Não tem jeito. Vocês vão precisar ouvir”
violência obstétrica no brasil: construção do termo, seu enfrentamento e
mudanças na assistência obstétrica (1970 – 2015). 2022. Tese (Pós-Graduação
em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz-Fiocruz, [S. l.], 2022.
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/53543. Acesso em: 15 ago.
2023.
ZANARDO, Gabriela Lemos de Pinho; URIBE, Magaly Calderón; NADAL, Ana Hertzog
Ramos De; HABIGZANG, Luísa Fernanda. Violência obstétrica no brasil: uma
revisão narrativa. Scielo, [S. l.], p. 1-11, 9 out. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/psoc/a/J7CMV7LK79LJTnX9gFyWHNN/?lang=pt#. Acesso em:
7 nov. 2023.