Ele assente com a cabeça. Ainda é tudo extremamente novo, mas
Eobard tenta manter a casualidade de alguém que viu muito. Algo que ele com certeza não passou. - Sim. - Ótimo! Vou te esperar na frente da chefia, o Carteiro vai nos levar para o lugar da missão. - Carteiro? - Você se acostuma. É a criança com roupa de trabalhador que anda por aí. - Como ele vai nos levar para o outro lado da cidade? Thomas educadamente ignora a pergunta com uma risada. Alguém que provavelmente já está acostumado com a incômoda sensação de transmaterialização. Ele segue dentro dos corredores da galeria em direção oposta à sala de Larissa Everdeen, provavelmente para chamar o restante do esquadrão ou só separar o equipamento necessário. Muitas pessoas passavam no salão principal enquanto Eobard tentava se localizar nos rabiscos que Thomas chamou de mapa. Uma nota de rodapé em garranchos dizia que “caso esteja perdido, grita na própria mente que alguém pode ajudar”. Sem muita escolha, e com certo receio de perguntar para as pessoas na volta, ele começa a quase gritar dentro da própria mente. Pensamentos de ajuda e de desejo de se encontrar fazem com que uma presença apareça ao seu lado. Demora até que Eobard note a presença do garoto (ou o que deveria ser um) ao seu lado. - Chamou? - Caramba garoto… da onde você veio? - Você me chamou, eu vim! Precisa entregar algo para alguém? - Na realidade eu estou perdido. Onde fica a sala da Larissa Everdeen? - Ah, é claro. Vem comigo. O menino vai na frente enquanto o homem o segue, com certa pressa. “O Carteiro”, como o chamam, é um garoto loiro, extremamente baixo e que usa roupas três vezes o seu tamanho. Roupas essas que dão vida ao seu nome. Eles começam a seguir alguns túneis da galeria de esgoto até chegarem de frente a uma das únicas portas que realmente tem dobradiças em todo lugar. - Chegamos. - Eu acho que vou esperar o resto do meu grupo, por precaução. - Não se preocupe com isso, só um instante. Em um piscar, chamas em tom dourado e verde tomam o garoto em giros que seguem do chão ao teto. E na mesma velocidade que ele some, o mesmo aparece com mais duas pessoas em seus lados. Na esquerda, Thomas volta com uma grande metralhadora acompanhada por um tripé. Além disso, ele usa um colete balístico bem pesado. Na direita, Lillian Morozova, uma mulher loira de um metro e meio de altura. Ela usa um vestido vermelho vinho que chega até metade de sua canela, além de uma bota que tapa a parte da perna que ficaria de fora. Os braços são tapados por bandagens que tapam seus dedos até a ponta das unhas. Thomas toma a frente segurando a mão de Lillian. - Valeu garotão! O Carteiro simplesmente o comprimenta com a cabeça e se deixa ser engolido pelas labaredas verdes e douradas com um sorriso no rosto. Thomas acena para o fogaréu, vira-se para Eobard e: - Conheceu o Bonanno? - Eu deveria? - Ele dá uns conselhos para nossos médicos de campo. O velho acabou de voltar da guerra e parece que tem vinte anos, é impressionante. - Na volta, quem sabe. A garota, que demonstrava confusão e interesse na conversa, decide dar o primeiro passo e bater na porta na frente do trio. A delicadeza nas três batidas que ela dá na porta são quase relaxantes. - Senhorita? - Ela não espera uma resposta para entrar. - Você nos chamou? - Sim, entrem por favor. Do outro lado, uma sala que dispensa apresentações. Para os padrões daqueles túneis com cheiro de impureza e morte, o salão impõe quem, de fato, é a líder ali. - Vamos senhores, não tenho o dia todo. Sentem-se. Larissa Everdeen é exatamente o que sua fama diz. Uma mulher alta, assustadora e visivelmente nervosa. Até mesmo Thomas, que é uma parede de carisma e força, abaixa a cabeça e reverencia a mulher. - Missão nova senhores. Primeiramente, desejo as boas vindas para você, senhor Thawne. Reconheço suas habilidades e sei que, com o treino certo, você será uma ajuda e tanto aqui dentro. E por isso que enviarei LeFreves experientes com você. Segundamente, para os demais, espero que possam ajudar o novato e que mantenham ele vivo assim como ele manterá vocês. - Assim esperamos! - Thomas se intromete - Certo, Eobard? - Com certeza. - Sobre a missão - Larissa corta a conversa com grosseria. - quero vocês no Queens. Algumas pessoas estão reclamando constantemente de goteiras em um prédio, mas nunca encontram a fonte. Acredito que vocês, experientes, saibam como tratar o problema. Deixem o senhor Thawne a par do caso e expliquem seu papel no caso. Falem com alguns moradores, encontrem o primeiro alvo e detenham. Sabem como a membrana é facilmente afetada naquele lado da cidade e não quero mais problemas no Queens. - Sim senhora. Estamos indo. - Estamos indo, chefia. Se cuida viu? - Tomem cuidado e boa sorte. Veritas Lux Mea. - Veritas Lux Mea. - Veritas Lux Mea.