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Livro Estudo Transversal
Livro Estudo Transversal
Estudo Transversal VI
COMPLIANCE
Autora: Msc. Dra. Vera Lucia Hoffmann Pieritz
1ª Edição
UNIASSELVI
Indaial - 2020
Índice
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Compliance é um termo que tem tido grande repercussão nos últimos
anos, principalmente pelos fatos que têm ocorrido nos meios políticos e com
2. COMPLIANCE NO BRASIL
as suas relações com as empresas. O termo Compliance possui a sua origem do
inglês do verbo to comply, que conforme o Dicionário Collins define, é agir con-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES forme ou de acordo com uma regra definida, uma norma interna, um comando
ou uma instrução passada.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Quando interpretamos o significado do verbo para as terminologias jurídi-
5. A LEI N° 12.846/2013 – cas verificamos que surgem homônimos de referência como “cumprir”, “satisfa-
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO zer”, “executar”, “realizar o que lhe foi imposto” sempre considerando que a sua
EMPRESARIAL
ação ocorrerá com integridade, conforme apresentado por Ribeiro e Diniz (2015).
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
Os princípios e ideias-bases do compliance surgem com a evolução da
sociedade moderna e a industrialização, e esses princípios foram amadure-
7. CONCLUSÃO
cendo conforme surgiam casos/escândalos que chocavam a comunidade, ou
ainda por questões políticas relacionadas a controles necessários para o bem-
BIBLIOGRAFIA -estar da população.
BIBLIOGRAFIA
Índice Conforme a ABBI – FEBRABAN (2019), um dos primeiros documentos que ini-
ciou a ideia de programas de Compliance teve sua origem nos Estados Unidos, no
1. INTRODUÇÃO
ano de 1913, quando fora criado o Federal Reserve System (Banco Central dos EUA),
o qual teve como foco principal desenvolver um sistema financeiro mais estável, se-
2. COMPLIANCE NO BRASIL guro e adequado às leis americanas, evitando assim fraudes no sistema bancário.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, Na verdade, podemos ver bases do modelo de compliance já na virada do sé-
DEFINIÇÕES culo XX, com o surgimento das agências reguladoras nos Estados Unidos que come-
çaram a surgir e no ano de 1906, com a promulgação do Food and
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO Drug Act e a criação do FDA, o governo norte-americano criou um
modelo de fiscalização centralizado para regular as atividades
5. A LEI N° 12.846/2013 – relacionadas à saúde alimentar e à comercialização de me-
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL dicamentos, iniciando assim as atividades de base para
consolidar o conceito atual de compliance.
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
7. CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Índice
REFERÊNCIA DE LEITURA COMPLEMENTAR
1. INTRODUÇÃO Para quem deseja conhecer mais sobre a história do Compliance, sugerimos
a leitura do artigo: Documento Consultivo Função de Compliance, o qual está
2. COMPLIANCE NO BRASIL disponível em: ABBI – FEBRABAN. Documento Consultivo: Função de Com-
pliance. Disponível em: http://www.abbi.com.br/download/funcaodecom-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, pliance_09.pdf. Acesso em: 12 dez. 2019.
DEFINIÇÕES
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Muito se tem evoluído em termos mundiais e também no Brasil em rela-
5. A LEI N° 12.846/2013 – ção ao Compliance, principalmente em termos jurídicos, em que a evolução foi
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO enorme com a promulgação da Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção Empre-
EMPRESARIAL
sarial), a qual “dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes-
soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
estrangeira, e dá outras providências” (BRASIL, 2013). Vamos conhecer um pou-
co mais sobre compliance, sobre a legislação, referências de mercado e a sua
7. CONCLUSÃO aplicação no dia a dia, além de referências jurídicas para sua utilização futura.
BIBLIOGRAFIA
Índice
2. COMPLIANCE NO
1. INTRODUÇÃO BRASIL
2. COMPLIANCE NO BRASIL Com a promulgação no
congresso Brasileiro da Lei nº
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, 12.846/2013 (Lei Anticorrupção Em-
DEFINIÇÕES
presarial – também conhecida como
LAC), o termo Compliance vem sen-
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
do mais utilizado por nós, brasilei-
ros, e somente mais recentemente
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
devido aos problemas de escândalos
EMPRESARIAL em nível político, que gerou como
consequência uma nova visão jurídi-
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS ca tanto em nível empresarial como
político, gerando uma conscientiza-
7. CONCLUSÃO ção para uma nova realidade jurídica
nacional de repressão à corrupção.
BIBLIOGRAFIA
Índice Além da sua importância penal, a nova lei cuidou de criar entre nós o Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – órgão da administração pública
federal, no âmbito do Ministério da Fazenda, com a finalidade de disciplinar,
1. INTRODUÇÃO aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas.
Na Lei nº 9.613/98 e nos princípios do Comitê da Basiléia podemos encontrar,
2. COMPLIANCE NO BRASIL portanto, a gênese da Resolução nº 2.554/98, que obrigou os bancos brasileiros
a criar estruturas e mecanismos efetivos de controles internos e de riscos.
Num primeiro momento (anos 1999/2000), as instituições financeiras foram
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, obrigadas a criar em seus organogramas áreas específicas de compliance, capa-
DEFINIÇÕES citando os responsáveis por referidas áreas.
Foram elaborados então códigos de ética, cartilhas de conduta no atendimento
aos clientes, treinamentos em agências, análise matricial de riscos operacionais
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO e de mercado, entre outras tarefas.
Sem falar na inauguração de uma nova era cultural sempre voltada para a ética
e para a completa atenção à conformidade de todos os atos e contratos às leis
e demais normas aplicáveis ao ramo de atividade financeira.
5. A LEI N° 12.846/2013 –
Também outras empresas, fora do segmento financeiro, foram paulatinamente
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
incorporando em suas estruturas pessoas responsáveis pelo compliance, mes-
EMPRESARIAL
mo antes da Lei nº 12.846/13.
O que não havia antes de 2014 em relação ao compliance, e isto sim vem com
razão despertando o interesse do empresariado brasileiro, são os benefícios
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS que podem ser obtidos com a implementação daquela cultura ética e de con-
troles internos (pois as sanções poderão ser menores se a empresa estiver cum-
prindo aquele novo paradigma de comportamento).
7. CONCLUSÃO Está prevista na Lei Anticorrupção uma espécie de análise da conduta social e
da “personalidade” da empresa, método que o legislador de 2013 optou em
quase simetria ao sistema de aplicação de sanções do art. 59 do Código Penal.
BIBLIOGRAFIA
Índice
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, DEFINIÇÕES
1. INTRODUÇÃO
A ética e eliminação da corrupção sempre foram bandeiras trabalhadas
politicamente no Brasil, e vemos com o advento da Lei 12.846/13 uma nova
2. COMPLIANCE NO BRASIL
realidade sendo vivenciada pelas organizações empresariais.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES O conceito de compliance apresentado por Martinez (2016) demonstra
que é algo mais extenso que só trabalhar a corrupção no ambiente empresarial,
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO e envolve um “conjunto de mecanismos e procedimentos voltados à proteção
da integridade e da ética da empresa, com o incentivo institucional à denúncia
5. A LEI N° 12.846/2013 – de irregularidades para apuração e punição”.
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL
Para ABBI – Febraban (2019, p. 8), compliance é o “dever de cumprir, de
estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos internos e externos im-
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
postos às atividades da Instituição”, e assim o autor ainda descreve que:
BIBLIOGRAFIA
Índice [...] numa análise criteriosa da adequação dos processos, da cultura e da disci-
plina organizacional, recursos humanos e tecnologia, e na aplicação de contro-
les rigorosos, preventivos e detectivos no gerenciamento dos Riscos. Deve pau-
1. INTRODUÇÃO tar-se, ainda, em uma atuação conjunta com os gestores na avaliação, gestão
e monitoração dos mecanismos de medição de informações de desempenho
(ABBI – FEBRABAN, 2019, p. 8).
2. COMPLIANCE NO BRASIL
7. CONCLUSÃO
Índice Conforme Perez e Brizoti (2016), ABBI – Febraban (2019), Ribeiro e Diniz
(2015), ao desenvolver uma política de compliance, a organização trabalha o
1. INTRODUÇÃO
dever de respeitar, de estar em conformidade (conforme terminologia utilizada
na ISO 9000 e em meios jurídicos) para fazer cumprir por todos os seus funcio-
2. COMPLIANCE NO BRASIL nários e colaboradores tanto os regulamentos internos da organização, como os
externos, leis e diretrizes de mercado que podem ser uma regulação – fiscal-fi-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
nanceiro-contábil, sempre com transparência e ética, conforme são os precei-
DEFINIÇÕES tos determinantes às atividades em que a organização empresarial desenvolve
os seus trabalhos.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Na prática, conforme Perez e Brizoti (2016, p. 8) descrevem, compliance
trabalha e especifica a execução de um:
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL [...] conjunto de processos e atividades de controle, fundamentados em diretri-
zes (guidelines), que ao longo do tempo (mais de 20 anos) tem evoluído, para
atender às necessidades da “Governança Corporativa” no cumprimento de suas
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS missões, bem como no atendimento às melhores práticas de mercado, as deter-
minações de regulação e principalmente dos requerimentos legais, no cumpri-
mento das Leis e Regulamentos nacionais e internacionais.
7. CONCLUSÃO
Para encerrarmos este tópico, a Febraban (2019), Perez e Brizoti (2016),
dentre outros autores, descrevem o que é “ser” e “estar” em consonância com
BIBLIOGRAFIA
o compliance pelas organizações e para os seus colaboradores e lemos:
Índice
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Já citamos a Lei 12.846/13 como sendo um marco para as estratégias mo-
dernas de compliance, mas como já lemos anteriormente, existem muitos ou-
2. COMPLIANCE NO BRASIL tras leis e normas que são baluartes e que devemos estar atentos nas organiza-
ções empresariais, nos governos federais, estaduais e municipais, e que advo-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, gados e juristas que trabalham com o tema precisam conhecer.
DEFINIÇÕES
Índice QUADRO 1 – EXEMPLOS DE POLÍTICAS, NORMAS INTERNAS, LEIS PARA REFERÊNCIA AO COMPLIANCE
Índice
Regulação de Mercado Nacional e Internacional:
1. INTRODUÇÃO
• Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC;
• Instruções Normativas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários);
• Instruções Normativas da RFB (Receita Federal Brasileira);
2. COMPLIANCE NO BRASIL • Instruções Normativas Setoriais (ANS, ANSINE, IBAMA, INSS etc.);
• Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária CONAR;
• Práticas exigidas, baseadas na Lei Norte-Americana FCPA (Foreign Corrupt
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES
Practices Act) anticorrupção;
• Diretrizes da OCDE sobre governança corporativa para empresas de controle
estatal etc.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Normativas Técnicas Nacionais e Internacionais – produzidas por Entidades e Institutos:
• Normas Técnicas ABNT NBR – ISO/IEC e as internacionais;
5. A LEI N° 12.846/2013 –
• Norma IFRS (International Financial Reporting Standards) para práticas de con-
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL tabilidade em padrão internacional;
• Norma COPC® (Metodologia para gestão de Call Center);
• Padrão Normativo MPS-br (Modelo para qualidade definido como “Melhoria
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS de Processos do Software Brasileiro” – baseado nas normas ISO/IEC 12207 e
ISO/IEC 15504 e compatível com o CMMI);
7. CONCLUSÃO
• Padrão PMBOOK (Project Management Body of Knowledge): guia baseado em
um conjunto de práticas para a gestão de projetos, organizado pelo instituto PMI;
• Padrão PCI DSS (Payment Card Industry Data Secutity Standart) é um amplo
BIBLIOGRAFIA requerimento para quem opera cartões de crédito;
Índice
• Requisitos Normativos BM&FBOVESPA Supervisão de Mercados (BSM);
1. INTRODUÇÃO
• Padrão Normativo CERFLOR para manejo florestal (CERFLOR conta com acervo
normativo, e utiliza normas internacionalmente aceitas como as Diretrizes para
auditorias de sistema de gestão (ABNT NBR ISO 19011):
2. COMPLIANCE NO BRASIL • NBR 14789:2012 - Manejo Florestal - Princípios, Critérios e Indicadores para
Plantações Florestais
• NBR 14790:2014 - Manejo Florestal - Cadeia de Custódia (baseada na PEFC ST
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES
2002:2013)
• NBR 14792 - NBR 14793:2008 - NBR 15789:2013 - NBR 16789:2014 -NBR
15753:2009 - NBR 17790:2014 etc.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
FONTE: Adaptado de Perez e Brizoti (2016, p. 9-11)
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL
Como você pôde ver no quadro são muitos os marcos legais nos quais uma
organização precisa se aprofundar para desenvolver o setor de Compliance, e
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
esse quadro só traz uma amostra para o seu conhecimento ao iniciar a traba-
lhar, se esse for o seu caso.
7. CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Índice
NOTA IMPORTANTE
1. INTRODUÇÃO
Queremos ressaltar novamen-
te que cada organização em-
2. COMPLIANCE NO BRASIL
presarial deve buscar ajuda
jurídica especializada para en-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, tender e desenvolver um pro-
DEFINIÇÕES
grama de compliance ajustado
ao seu segmento de negócio, e
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
que cada segmento pode pos-
suir leis, normas, regulamenta-
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
ções específicas que são ade-
EMPRESARIAL quadas à organização seguir.
BIBLIOGRAFIA
Índice
5. A LEI N° 12.846/2013 – LAC – LEI
1. INTRODUÇÃO ANTICORRUPÇÃO EMPRESARIAL
2. COMPLIANCE NO BRASIL Devido a sua importância para o compliance, apresentaremos na sequên-
cia uma visão jurídica interpretativa da lei nº 12.846/2013, para que você pos-
sa entender a sua relação com o compliance moderno aplicado nas empresas,
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES sendo que disporemos somente alguns pontos da respectiva Lei neste artigo.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO Para conhecimento de todos os artigos, recomendamos que consulte a lei
em sua íntegra na página da internet: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
5. A LEI N° 12.846/2013 – ato2011-2014/2013/ lei/l12846.htm.
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL
Recomendamos ainda a leitura dos seguintes artigos relacionados ao tema:
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS • HARTMANN, Stefan E. S. Comentários à Lei Anticorrupção – Lei nº 12.846, de
1º de agosto de 2013: Breves reflexões acerca das consequências da entrada
em vigor da nova legislação no âmbito do Direito Administrativo. Revista da
7. CONCLUSÃO
Escola da Magistratura do TRF da 4ª Região, n. 4. Disponível em: http://
ajufe. org.br/images/bkp/ajufe/arquivos/downloads/artigo-06-ok-91631312.
BIBLIOGRAFIA pdf. Acesso em: 29 nov. 2019.
Índice
• MACHADO, Luiza V. M. Análise crítica da Lei nº 12.846/2013:lei anticorrup-
1. INTRODUÇÃO ção. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/43786/analise-critica-
-da-lei-n-12-846-2013-lei-anticorrupcao. Acesso em: 29 nov. 2019.
2. COMPLIANCE NO BRASIL
• NETO, Edmilson M. A. Análise da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013). Dis-
ponível em: https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/51369/
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
analise-da-lei-anticorrupcao-lei-no-12-846-2013. Acesso em: 29 nov. 2019.
DEFINIÇÕES
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS A Lei nº 12.846/2013, também conhecida como a Lei Anticorrupção Em-
presarial, ou simplesmente como LAC é simplesmente um marco para as trata-
7. CONCLUSÃO tivas das questões relacionadas à corrupção no Brasil e para o fortalecimento
do Compliance no país, a qual diferentemente da Lei nº 9.613/98, conhecida
como a Lei de Combate aos Crimes de “Lavagem” de Dinheiro que tratava sobre
BIBLIOGRAFIA
o tema corrupção, agora para melhorar a sua eficiência na aplicação traz em
a) Disposições gerais
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio-
nal ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta lei às sociedades empresárias e às
5. A LEI N° 12.846/2013 – sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações,
associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham
EMPRESARIAL
sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
direito, ainda que temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta lei praticados em seu
interesse ou benefício, exclusivo ou não.
7. CONCLUSÃO O caput do art. 1º descreve o foco sobre o que se dispõe a Lei Anticorrup-
ção, ou seja, descreve sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil
de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio-
BIBLIOGRAFIA
nal ou estrangeira.
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS Assim, uma pessoa jurídica será responsabilizada nos termos da lei, bastan-
do a comprovação e a conduta lesiva independente da intenção final do executor.
7. CONCLUSÃO
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade in-
dividual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural,
autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
BIBLIOGRAFIA § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsa-
bilização individual das pessoas naturais referidas no caput.
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS O artigo 4º da LAC descreve que a responsabilidade da pessoa jurídica na
hipótese de ocorrer uma alteração contratual, incorporação, fusão ou cisão so-
7. CONCLUSÃO cietária ainda subsiste. Conforme Machado (2015, p. 1), a tal responsabilidade
será restrita à obrigação de pagamento de “multa e reparação integral do dano
causado, até o limite do patrimônio transferido, não sendo aplicáveis as demais
BIBLIOGRAFIA
sanções decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incor-
Índice poração, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude” desde que
tais atos possam ser devidamente comprovados.
1. INTRODUÇÃO
O capítulo II da LAC possui apenas o art. 5º, o qual descreve atos lesivos à
7. CONCLUSÃO
administração pública nacional ou estrangeira, principalmente descrevendo os
atos que atentem lesando contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
BIBLIOGRAFIA contra os princípios da administração pública ou ainda atentem contra os trata-
dos firmados pelo governo em níveis internacionais.
Índice Destacamos ainda que algumas condutas previstas na LAC também estão
descritas em outras leis, como a 8.666/1993 e 8.429/1992, porém o seu foco de
1. INTRODUÇÃO aplicação e objetivos são diferentes, já que a LAC busca tratar o tema na visão
das pessoas jurídicas e não o indivíduo.
2. COMPLIANCE NO BRASIL
Vale destacar, conforme Neto (2018, p. 1), que:
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, O inciso I do artigo 5º tipifica a corrupção ativa, assim definido: “prometer, oferecer
DEFINIÇÕES ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira
pessoa a ele relacionada”. Trata-se de um tipo formal, cuja consumação independe
do seu resultado, gerando a lesão ao bem jurídico com a simples conduta.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO Em seguida, o inciso II tipifica o financiamento de ato lesivo à Administração Pú-
blica como sendo aquele que: “comprovadamente, financiar, custear, patrocinar
ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos”. No inciso III, o le-
5. A LEI N° 12.846/2013 – gislador lista condutas que visam se utilizar de pessoas interpostas para prática de
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO atos lesivos, assim previsto: “comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa
EMPRESARIAL física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade
dos beneficiários dos atos praticados”. Nestes dois incisos temos tipos materiais,
os quais dependem de resultado naturalístico para sua consumação, que deverão
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS ser devidamente comprovados no âmbito do processo administrativo.
No inciso IV o legislador traz os atos lesivos relacionados com licitações e con-
tratos, sendo condutas que demandam a comprovação da intenção do agente
privado de violar o princípio da competitividade das licitações.
7. CONCLUSÃO Por fim, no inciso V o legislador tipifica as condutas que dificultam a investigação
ou fiscalização da Administração Pública, sendo assim previsto: “dificultar ativi-
dade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos,
BIBLIOGRAFIA ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos
órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional”.
2. COMPLIANCE NO BRASIL
Importante ressaltar a contrapartida também das entidades estrangeiras
atuantes no território nacional.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES
c) Responsabilidade Administrativa
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas conside-
EMPRESARIAL radas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem au-
ferida, quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
7. CONCLUSÃO § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativa-
mente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e
natureza das infrações.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifes-
BIBLIOGRAFIA tação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência
jurídica, ou equivalente, do ente público.
Índice § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hi-
pótese, a obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do
1. INTRODUÇÃO valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de
2. COMPLIANCE NO BRASIL extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação
de grande circulação na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurí-
dica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe-
DEFINIÇÕES lecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no
sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
§ 6º (VETADO).
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
5. A LEI N° 12.846/2013 –
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
V - o efeito negativo produzido pela infração;
EMPRESARIAL
VI - a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, au-
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS ditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códi-
gos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entida-
7. CONCLUSÃO de pública lesados; e
X - (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos
previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder
BIBLIOGRAFIA Executivo federal.
Índice Este capítulo é constituído por dois artigos que desenvolvem o tema da
responsabilidade administrativa das pessoas jurídicas considerando os atos le-
1. INTRODUÇÃO
sivos que foram descritos no dispositivo anterior, deixando claro ainda que a
aplicação das penalidades tratadas são de competência da autoridade admi-
2. COMPLIANCE NO BRASIL nistrativa responsável, após tramitação do processo normalmente nos órgãos
devidos desde que sejam garantidos todos ditames do processo legal e a ampla
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
defesa dos acusados conforme o art. 5º da Constituição Federal.
DEFINIÇÕES
Conforme Hartmann (2019 p. 316), observa-se que são duas as sanções
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO previstas na LAC:
[...] sem prejuízo da obrigação de reparação integral do dano causado (art. 6º,
5. A LEI N° 12.846/2013 – §3º): multa, conforme parâmetros definidos no inciso I do art. 6º, e publicação
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO extraordinária da decisão condenatória. A autoridade responsável, de forma fun-
EMPRESARIAL damentada (art. 50, caput, da Lei 9.784/1999 e art. 93, IX, da CF), poderá aplicar
tais sanções cumulativamente ou de forma isolada, considerando as peculiarida-
des do caso concreto, a gravidade e a natureza das infrações (art. 6º, § 1º).
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
1. INTRODUÇÃO CAPÍTULO IV
7. CONCLUSÃO
A aplicação das sanções apresentadas na Lei, seja precedida de manifesta-
ção do órgão de assessoramento jurídico competente, como a Advocacia-Geral
BIBLIOGRAFIA da União, Procuradoria do Estado ou a Procuradoria Municipal, dependendo
do nível do caso, assim como toda a sanção de publicação extraordinária da
Índice decisão condenatória tenha sido o mais abrangente possível para que todas as
dúvidas e decisões sejam claramente dirimidas no processo.
1. INTRODUÇÃO
Conforme Neto (2018), a LAC traz a possibilidade de ocorrer a descon-
2. COMPLIANCE NO BRASIL sideração da personalidade jurídica no processo administrativo de modo que
as sanções sejam aplicadas aos administradores e sócios-administradores da
empresa. Isso ocorrerá na descrição de Neto (2018, p. 1) sempre que “utilizada
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilí-
DEFINIÇÕES
citos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, conforme cons-
ta no artigo 14 da Lei”.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Os trâmites judiciais devem seguir os ritos jurídicos para que todas as dúvi-
5. A LEI N° 12.846/2013 – das sejam dirimidas e que os envolvidos tenham todos os direitos preservados
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO conforme a legislação brasileira em vigor, conforme estabelecido neste capítulo.
EMPRESARIAL
e) Acordo de Leniência
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA
7. CONCLUSÃO
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá cele-
brar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
BIBLIOGRAFIA atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o
processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
7. CONCLUSÃO
Conforme Machado (2015, p. 1), para a pessoa jurídica infratora fazer jus
à celebração do acordo e benefícios de leniência, deve:
BIBLIOGRAFIA
2. COMPLIANCE NO BRASIL Os principais pontos a serem preenchidos para celebração do acordo de le-
niência de forma necessária e cumulativamente são apresentados no Quadro 2.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES
QUADRO 2 – PONTOS FUNDAMENTAIS PARA CELEBRAÇÃO DO ACORDO DE LENIÊNCIA
CONFORME LEI 12.846/2013
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
• Ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo
específico, quando tal circunstância for relevante.
5. A LEI N° 12.846/2013 – • Ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL propositura do acordo.
• Admitir sua participação na infração administrativa.
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS • Cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo e comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos
atos processuais, até o seu encerramento.
7. CONCLUSÃO
• Fornecer informações, documentos e elementos que comprovem a infração
administrativa.
BIBLIOGRAFIA FONTE: Adaptado de Machado (2015) e Brasil (2013)
Índice Atualmente, temos visto esse instituto sendo bastante utilizado em pro-
cessos administrativos no direito brasileiro, especialmente na seara criminal,
1. INTRODUÇÃO
onde vimos popularmente o acordo de leniência ser chamado de colaboração/
delação premiada.
2. COMPLIANCE NO BRASIL
Esta lei e, principalmente pela criação do acordo de leniência, permitiu o
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
esclarecimento e o aparecimento de diversos casos de corrupção que antes es-
DEFINIÇÕES tavam às escondidas e nos porões das legislações que favoreciam os corruptos
e corruptores.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
f) Responsabilização Judicial
5. A LEI N° 12.846/2013 – CAPÍTULO VI
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
BIBLIOGRAFIA
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS Logo, precisamos ter claro que a LAC pode não encerrar a responsabilida-
de judicial da pessoa Jurídica e das pessoas envolvidas.
7. CONCLUSÃO
Vamos agora para a análise do último capítulo da lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS
1. INTRODUÇÃO
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional
de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções aplica-
2. COMPLIANCE NO BRASIL das pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de
todas as esferas de governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atua-
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, lizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.
DEFINIÇÕES § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções
aplicadas:
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadas-
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO tro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo
da sanção, quando for o caso.
5. A LEI N° 12.846/2013 –
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência pre-
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
vistos nesta Lei, também deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a
EMPRESARIAL
efetivação do respectivo acordo, as informações acerca do acordo de leniência
celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e
ao processo administrativo.
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além
das informações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep referência ao
respectivo descumprimento.
7. CONCLUSÃO § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de
decorrido o prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumpri-
mento integral do acordo de leniência e da reparação do eventual dano causa-
do, mediante solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
BIBLIOGRAFIA
Índice Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
de todas as esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para
fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
1. INTRODUÇÃO - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os
dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts.
87 e 88 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
2. COMPLIANCE NO BRASIL Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com
fundamento nesta Lei serão destinados preferencialmente aos órgãos ou enti-
dades públicas lesadas.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados
DEFINIÇÕES da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continu-
ada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrom-
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO pida com a instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo administrativo na for-
ma do seu estatuto ou contrato social.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela pessoa
5. A LEI N° 12.846/2013 –
a quem couber a administração de seus bens.
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, representante
EMPRESARIAL
ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas
nesta Lei, não adotar providências para a apuração dos fatos será responsabilizada
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS penal, civil e administrativamente nos termos da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasilei-
ra contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
7. CONCLUSÃO Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho Adminis-
trativo de Defesa Econômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazen-
da para processar e julgar fato que constitua infração à ordem econômica.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de
BIBLIOGRAFIA responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES A LAC define em seu art. 22 sobre a criação, no âmbito do Poder Executi-
vo federal, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas – Cnep –, o qual reúne e
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO publica as sanções aplicadas às pessoas jurídicas infratoras, cabendo ao órgão
responsável pela punição informar e manter atualizados os dados relativos à
5. A LEI N° 12.846/2013 –
aplicação das sanções, além de conter as informações relacionadas ao acordo
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO de leniência celebrado .
EMPRESARIAL
Apesar de ser o capítulo final, ele trata de assuntos diversos, como o pra-
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS zo prescricional em relação à pretensão dos entes federativos e do Ministério
Público, com relação à aplicação das sanções previstas na LAC, para a pessoa
7. CONCLUSÃO jurídica infratora, estabelece uma hipótese de extraterritorialidade, quando de
caso de ato praticado por pessoa jurídica brasileira contra Estados estrangeiros
ou organizações internacionais, apresentados no art. 28, ou ainda as competên-
BIBLIOGRAFIA
cias do Cade.
[...] é preciso tecer alguns comentários sobre o art. 30 da LAC, o qual certamente
5. A LEI N° 12.846/2013 –
será objeto de embates e discussões na doutrina e na jurisprudência. Verifica-se,
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
da redação do dispositivo, que o legislador determinou que a aplicação da LAC
EMPRESARIAL
não afeta nem prejudica a aplicação de penalidades por atos de improbidade ad-
ministrativa (Lei 8.429/1992) e também por atos lesivos praticados na esfera das
licitações e contratações com a administração pública (Lei 8.666/1993).
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS O que a LAC está dizendo, com isso, é que é possível, em tese, a cumulação
de penalidades decorrentes dos três diplomas normativos. Assim, uma mesma
pessoa jurídica poderia ser sancionada triplamente: (1) por atos previstos na Lei
7. CONCLUSÃO Anticorrupção, (2) por atos de improbidade administrativa e (3) por atos lesivos
no âmbito das licitações e contratos.
[...] Sem embargo, e no intuito de tomar posição, entende-se que é possível,
sim, a aplicação cumulativa das sanções previstas nos três diplomas normati-
BIBLIOGRAFIA vos, desde que tal circunstância não implique bis in idem.
Índice Caro acadêmico, trouxemos para você essa lei que está no cerne do de-
senvolvimento atual da atividade de Compliance pelas empresas, sendo funda-
1. INTRODUÇÃO
mental que você também pesquise mais sobre esse tema, pois dependendo das
visões e doutrinas aplicadas pelo advogado podem surgir novas interpretações
2. COMPLIANCE NO BRASIL que podem trazer novos caminhos a serem seguidos pelas empresas e pelos
profissionais de Compliance.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES Essa lei, conforme a CGU (2019, p. 1), trouxe diversas inovações para o
cenário judiciário brasileiro, e para o Compliance nas empresas, entre as quais
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO ela descreve:
Índice
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
1. INTRODUÇÃO
O tópico anterior apresentou a Lei nº 12.846/2013 e uma pequena inter-
pretação de alguns elementos básicos importantes para o bom relacionamento
2. COMPLIANCE NO BRASIL entre as entidades privadas e públicas.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
O Compliance evoluiu muito após o advento da LAC, melhorando os rela-
DEFINIÇÕES cionamentos entre os gestores públicos e privados, bem como definindo con-
dições claras a todos envolvidos neste processo. Agora desenvolveremos um
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
pouco mais sobre a visão relacionada aos entes da pessoa jurídica e sobre a sua
implantação dentro das empresas.
7. CONCLUSÃO
Apesar de Manzi (2008) escrever banco e bancário, que era o foco prin-
cipal no início da implantação do Compliance, verificamos que o texto é con-
BIBLIOGRAFIA
dizente com o foco empresarial de relacionamento com os órgãos de governo
conforme expressa a própria lei anticorrupção.
2. COMPLIANCE NO BRASIL Manzi (2008) e Lamboy (2018) descrevem que toda operação empresarial
desenvolve um Risco Operacional e o Compliance tem como função auxiliar o
desenvolvimento de análises e ferramentas relacionadas no que tange a todos
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES os Sistema de Controles Internos das organizações, devendo ser controlado e
mitigado no âmbito geral, com o envolvimento de todos os níveis funcionais da
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO organização trabalhando e acompanhando a sua aderência, eficácia e efetivida-
de em sua aplicação.
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO Com relação aos controles internos, Lamboy (2018, p. 8) descreve que:
EMPRESARIAL
Assim, Compliance tem a missão de assegurar que os controles internos da
empresa funcionem de forma sistemática, buscando a redução dos riscos com
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS base no modelo de negócios e a complexidade dos mesmos.
Também deve disseminar a cultura de controles internos em toda organização
de forma a assegurar o cumprimento das leis, normas, regulamentos internos
e externos existentes.
7. CONCLUSÃO
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO Logo, o compliance deve ser trabalhado constantemente para mitigar fu-
EMPRESARIAL
turos problemas devido a possíveis desvios que possam ocorrer, e em grandes
organizações, mesmo os pequenos desvios podem gerar prejuízos enormes em
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS diversas frentes para o negócio.
Índice se prestar serviços para o setor público, mitigando assim a ocorrência de Risco
Operacional e desenvolvendo um programa de adequação dos controles de ati-
1. INTRODUÇÃO
vidades, através de um programa de ações de melhoria contínua de processos.
2. COMPLIANCE NO BRASIL Com a adoção de Compliance pelas as organizações, Peres e Brizoti (2016,
p. 11) descrevem:
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES A demanda pela aplicação de processos estruturados de “Compliance” nas or-
ganizações está crescendo no mundo todo. Já se percebe a elevação do nível de
consciência dos executivos, de que “Compliance” é fundamental para manter
elevada a imagem e a reputação da organização, bem como promover a garan-
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
tia da redução de perdas invisíveis por desvios operacionais, erros involuntá-
rios, corrupção e fraudes ocupacionais, entre outros fatores que contribuem
com a redução do desempenho dos negócios.
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL Lamboy (2018) ressalta ainda que os custos da empresa, por não estarem em
compliance, podem ser bem elevados e incluem:
6. COMPLIANCE NAS EMPRESAS
• danos à reputação da organização, dos seus funcionários e perda de valor da marca;
• má alocação de recurso e redução da eficiência e da inovação;
7. CONCLUSÃO • cassação das licenças de operação;
• sanções administrativas, pecuniárias e, dependendo do caso, criminais às organi-
zações e aos indivíduos; e
BIBLIOGRAFIA
• custos secundários e não previstos (advogados, tempo da alta gerência etc.).
Índice Assim, podemos ver que para as instituições privadas ou públicas, desenvolver
um programa de compliance, antes de mais nada, é plantar para o futuro, buscando
1. INTRODUÇÃO eliminar problemas em todos os níveis da organização, pois a ética e uma postura
anticorrupção é fundamental para o futuro dos negócios. Uma organização que seja
2. COMPLIANCE NO BRASIL
ética e que faça a difusão de uma cultura pautada na ética, por meio de um Programa
de Compliance, tem menos problemas com fraudes.
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
DEFINIÇÕES
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO
EMPRESARIAL
7. CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Índice
7. CONCLUSÃO
1. INTRODUÇÃO
Estamos chegando ao fim de mais um material de apoio a você, acadêmico
da área de Direito de nossa instituição, e esperamos que você tenha gostado da
2. COMPLIANCE NO BRASIL leitura. Compliance tem se tornado um tema presente nas mais diversas rodas
de discussões, principalmente em gestão privada e gestão pública e nos meios
3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, jurídicos, por isso é um tema muito importante para você e seu futuro.
DEFINIÇÕES
Índice conduta humana, permitindo assim serem corrigidos, de modo que sejam mini-
mizados os impactos no negócio, seja por perda de tempo, falhas em processos,
1. INTRODUÇÃO
desvios financeiros e, principalmente, de imagem no mercado.
Esse tema é bastante vasto e tem surgido muito material novo sobre Com-
7. CONCLUSÃO
pliance, principalmente ligado às questões jurídicas. Aproveite e aprenda sem-
pre mais, e, neste momento, queremos recomendar que você complemente o
BIBLIOGRAFIA seu conhecimento com os materiais apresentados em nossa bibliografia.
Índice
BIBLIOGRAFIA
1. INTRODUÇÃO
ABBI – FEBRABAN. Documento Consultivo: Função de Compliance. 2019.
Disponível em: http://www.febraban.org.br/7Rof7SWg6qmyvwJcFwF7I0aSDf9jyV/
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3. COMPLIANCE, ESTRUTURA, BITTENCOURT, S. Comentários à lei anticorrupção: Lei 12.846/2013. São Paulo:
DEFINIÇÕES Revista dos Tribunais, 2014.
4. COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO BRASIL. Lei ordinária nº 12.846, de 1 de agosto de 2013. Dispõe sobre a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos
5. A LEI N° 12.846/2013 – contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
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2. COMPLIANCE NO BRASIL
HARTMANN, S. E. S. Comentários à Lei Anticorrupção – Lei nº 12.846, de 1º de agosto
de 2013: Breves reflexões acerca das consequências da entrada em vigor da nova
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7. CONCLUSÃO
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3. COMPLIANCE, ESTRUTURA,
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5. A LEI N° 12.846/2013 –
LAC – LEI ANTICORRUPÇÃO em: 23 nov. 2019.
EMPRESARIAL
7. CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA