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Autoconhecimento
e trajetória profissional
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constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98).
1a edição: 2021
Apresentação
Introdução
3 | TO autoconhecimento
Personalidade
O MTBI®
Identifique seu tipo
O modelo dos cinco grandes fatores de personalidade
Valores pessoais
Teoria dos valores humanos básicos
Significado e valores no trabalho
Âncoras de carreira
A adequação pessoa/ambiente
Conclusão
Referências
Anexo 1 – Questionário de personalidade
Anexo 2 – Questionário de valores pessoais
Glossário
Autoras
Apresentação
Figura 1
Características das sociedades industrial e pós-industrial
Figura 2
Reestruturação produtiva
Fonte: Elaboração própria, com base em Antunes (1995), Harvey (2004) e Malvezzi (2013).
Fonte: Elaboração própria a partir de dados publicados pelo jornal Folha de S.Paulo.
Figura 3
Consequências da reestruturação produtiva
Conceituando carreira
Contrato psicológico
Figura 4
Tipos de contrato psicológico
Fonte: Elaboração própria com base em Cappelli (1999); Arthur e Rousseau (1996).
O futuro do trabalho
Figura 7
As quatro revoluções industriais
Empregabilidade. É uma palavra estranha, mas que tem sido cada vez mais
usada, dado o atual contexto de intensas mudanças e incertezas em relação
ao futuro. Quando as carreiras eram construídas em um ou poucos
empregadores, quando as organizações assumiam a responsabilidade pela
gestão da carreira de seus empregados, desenvolver a empregabilidade não
era considerado importante. Em tempos mais instáveis, essa ideia passou
para a ordem do dia.
Então, o que é empregabilidade? As abordagens são muitas, mas a mais
comum é a que a define como a capacidade que uma pessoa tem de
conseguir um emprego, se manter nele e conseguir uma nova colocação
caso seja necessário. É, portanto, ter e manter seu valor para as
organizações que demandam trabalho. Fugate, Kinicki e Ashforth (2004),
cujo modelo veremos mais à frente, a definem como a capacidade do
indivíduo de identificar e se aproveitar de oportunidades no mercado de
trabalho. Por fim, também podemos definir empregabilidade como a
capacidade de acumular um leque de competências que dê ao indivíduo a
liberdade de fazer escolhas e maior controle sobre seu projeto de carreira.
Todas essas definições possuem uma característica em comum, que é
justamente a ideia de que ser empregável depende unicamente do indivíduo,
ou seja, de que é do trabalhador a responsabilidade pela conquista de uma
posição no mercado de trabalho. De acordo com essa lógica, se uma pessoa
não consegue um trabalho satisfatório é porque não se qualificou o
suficiente, não tem posturas adequadas no ambiente de trabalho, não busca
criar e manter uma rede de relacionamentos que lhe dê acesso às
oportunidades que surgem, não sabe realmente o que quer, não é flexível o
suficiente.
Mas será que é isso mesmo? Será que conseguir trabalho depende
apenas do trabalhador? A realidade mostra que não é bem assim. Vamos
então discutir as críticas a esse conceito mais popular de empregabilidade?
As críticas
Diversos pesquisadores e estudiosos têm enfatizado que a empregabilidade
não depende unicamente do indivíduo, mas também é determinada pelas
condições do mercado de trabalho, pelas políticas de contratação das
empresas e ainda pelas políticas de qualificação do trabalhador promovidas
tanto por empresas quanto pelo Estado (Brown, Hesketh e Williams, 2003;
De Grip, Van Loo e Sanders, 2004). Nesse sentido, precisamos ter em
mente que a empregabilidade representa uma saída confortável tanto para
empresas quanto para o Estado, já que transfere para o empregado todo o
ônus de sua condição profissional.
Em certa medida, podemos considerar que o foco na empregabilidade
representa uma resposta dos empregadores às novas condições do mercado
de trabalho. Como as empresas não podem mais oferecer empregos estáveis
e seguros, buscam enfatizar que a responsabilidade pela manutenção do
emprego e pela conquista de um outro, caso necessário, é, agora, do
trabalhador (Náder e Oliveira, 2007). E não há nada que possa ser feito.
Será mesmo? Como vimos no capítulo anterior, as empresas são um palco
privilegiado para o desenvolvimento de diferentes competências e, por isso,
não deveriam se eximir integralmente da responsabilidade por seus
empregados.
O discurso da empregabilidade promove a ideia de que todos podem
sair vencedores com uma boa dose de dedicação e boa vontade. Mas a
realidade deixa claro que sempre haverá um grupo de vencedores – que
consegue criar e manter seu valor para as empresas –, e um grupo de
perdedores que, por motivos matemáticos, e não necessariamente pessoais,
não consegue se inserir no seleto grupo de trabalhadores valorizados no
mercado. Voltando à questão da matemática, os números do mercado de
trabalho – altas taxas de desemprego, especialmente entre os jovens, e
elevados níveis de informalidade – nos mostram que não há espaço para
todos. Por isso, é inevitável que haja um grupo de perdedores nesse jogo do
trabalho. De forma análoga, Lemos (2004: 5) ressalta que a fragilidade dos
conceitos de empregabilidade e de competência contribuem para esse
entendimento.
[...] são termos específicos o suficiente para serem invocados pelos eleitos do mercado de trabalho
– legitimando seu ingresso e permanência neste – e para servirem de receituário a ser recomendado
aos que desejam fazer parte do seleto grupo de profissionais “competentes”; ao mesmo tempo são
vagos o bastante para taxar todos os fracassados na disputa como incompetentes ou
“inempregáveis”, pois sempre haverá alguma coisa que lhes faltou; alguma habilidade que não foi
suficientemente desenvolvida; sempre haverá um motivo para justificar a exclusão daqueles que,
da suposta disputa meritocrática por postos de trabalho, só guardam o sabor amargo da derrota.
O outro lado
Dimensões da empregabilidade
Figura 10
Dimensões da empregabilidade
Ao ingressarem no mercado de trabalho, tais indivíduos irão trazer consigo um estoque de capital
cultural, desenvolvido na família e “aperfeiçoado” no ambiente escolar, que será de extrema
importância em sua vida profissional.
Para medir o capital cultural, usualmente leva-se em consideração a
escolaridade dos pais e seu status ocupacional, além de participação em
atividades de alto status cultural, tais como as visitas a museus e teatros. A
figura 11 apresenta cada uma das dimensões do modelo de empregabilidade
de Helal (2005) e sua operacionalização.
Figura 11
Dimensões de empregabilidade segundo Helal
Figura 12
Tripé da carreira
Figura 13
Síntese dos modelos de empregabilidade
Figura 17
Etapas do processo de gestão da carreira
Figura 20
Estratégias de carreira
Personalidade
A psicologia é uma ciência que busca compreender o comportamento
humano e seus determinantes, enquanto personalidade é um dos campos de
estudo da psicologia, voltado especificamente ao entendimento das
diferenças individuais. Encontrar uma definição única para personalidade
não é tarefa fácil. Myers e Dewall (2019), por exemplo, a definem de forma
simples como “nosso padrão característico de pensar, sentir e agir”. Weiten
(2016:359), por sua vez, afirma que personalidade corresponde ao
“conjunto singular de traços de comportamento consistentes de um
indivíduo”. Segundo este autor, o estudo da personalidade busca explicar
tanto a peculiaridade – associada ao fato de que cada indivíduo tem uma
forma única de pensar e agir – quanto a consistência, associada ao fato de
que uma mesma pessoa tende a exibir comportamentos consistentes ao
longo do tempo (Weiten, 2016). Por exemplo, quando dizemos que uma
pessoa é sociável ou extrovertida, queremos destacar que ela se comporta
costumeiramente de forma aberta e gregária quando interage com outras
pessoas.
Mas como descrever a personalidade se cada ser humano é único? Ao
longo de muitos anos, pesquisadores desse campo buscaram justamente
encontrar um número relativamente pequeno de fatores, também chamados
de traços ou padrões, que fossem capazes de explicar variações
significativas de pensamento e comportamento. Daí surgiu o conceito de
traço de personalidade, definido como “padrão característico de
comportamento ou uma disposição para sentir e agir” (Myers e Dewall,
2019).
A partir dessas definições podemos fazer algumas considerações. A
primeira é que os traços de personalidade são relativamente estáveis ao
longo do tempo. Em segundo lugar, é importante destacar que a
personalidade funciona como uma força ativa que ajuda a determinar a
forma como agimos e reagimos em relação ao mundo que nos cerca. Mais
especificamente, sabemos que preferências pessoais em relação ao trabalho
e à carreira são influenciadas pelos traços de personalidade, que é por onde
começaremos nossa jornada de autoconhecimento.
Vamos nos aprofundar em dois modelos de personalidade bastante
conhecidos e reconhecidos: o MBTI® (Myers-Briggs Type Indicator) e o
modelo dos cinco grandes fatores (five-factor model ou big five). Esse
mergulho nos permitirá olhar para dentro de nós mesmos, de forma a
reconhecer e organizar nossas preferências, aptidões e formas de ser e agir
no ambiente de trabalho.
O MTBI®
Figura 21
Dimensões do MBTI®
Para cada uma das quatro perguntas a seguir, identifique a letra que melhor
define sua forma de ser. Seu estilo cognitivo corresponde às quatro letras
identificadas, na sequência em que são apresentadas.
Figura 23
Características associadas ao eixo introversão/extroversão
Figura 24
Características associadas ao eixo sensação-intuição
• <www.16personalities.com/br/teste-de-personalidade> – teste e
características disponíveis em português;
• <http://inspiira.org/> – teste e características disponíveis em
português;
• <http://personalityplaybook.com/> – informações apenas em inglês.
Cada uma das dimensões (ou traços) do modelo dos cinco grandes
fatores de personalidade está associada a um conjunto de facetas,
apresentadas na figura 28.
E então, como será que você se situa em cada um desses traços de
personalidade? Sugerimos que responda ao questionário disponível no
anexo 1. Quanto maior a pontuação obtida em cada fator, mais esse traço
faz parte da sua personalidade. E quais são as implicações disso para sua
carreira?
Pesquisadores têm buscado avaliar a relação entre os traços de
personalidade e diferentes aspectos relacionados à carreira. Conforme
vimos no capítulo anterior, algumas ações ou atividades são consideradas
essenciais para a conquista de uma vida profissional satisfatória. Essas
atividades incluem buscar o autoconhecimento e o conhecimento sobre o
ambiente profissional (comportamento exploratório), criar uma identidade
profissional (saber quem somos e o que nos move), desenvolver aspirações
e objetivos educacionais e profissionais (aonde queremos chegar) e, por
fim, planejar a carreira, que significa definir as ações necessárias ao alcance
dos objetivos traçados (Brown e Hirschi, 2013).
Figura 28
Dimensões e facetas do modelo dos cinco grandes fatores
Fonte: Adaptado de John e Srivastava (1999).
Figura 29
Personalidade e desenvolvimento de carreira
Valores pessoais
Ao tentarmos entender o significado dos valores pessoais e dos valores
relacionados ao trabalho, devemos, antes de tudo, pensar no sentido que as
pessoas encontram para suas vidas. O desejo de ter uma vida com sentido é
central para o ser humano e, por isso, diferentes pesquisas têm mostrado
que viver com sentido está associado a uma vida não apenas mais saudável
e longa, como mais satisfatória (Maher, O’Shea e Igou, 2019). Buscar o
sentido é um exercício constante de criatividade que pode proporcionar
descobertas significativas e gratificantes para a vida pessoal e profissional.
Sabemos também que, na sociedade em que vivemos, muitas pessoas
extraem sentido a partir do trabalho que realizam. Encontrar sentido no
trabalho, portanto, faz com que a pessoa desempenhe um papel que
mobiliza sua energia e sua capacidade criativa, além de auxiliar no
enfrentamento de dificuldades que naturalmente surgem. E os valores estão
na base daquilo que traz sentido à vida e ao trabalho.
Mas o que são valores? Podemos defini-los como convicções básicas
que de um modo específico de conduta ou condição de existência é
individualmente ou socialmente preferível a outro (Rokeach, 1973). A
palavra conduta diz respeito a formas de agir ou se comportar, enquanto
condição de existência refere-se àquilo que queremos ser. Também é
importante considerar que os valores contêm um elemento de julgamento
baseado naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.
Schwartz (2012:3-4) ressalta que os valores contêm seis características
essenciais:
1. são crenças;
2. associadas a estados ou modos de conduta desejáveis;
3. transcendem situações específicas;
4. servem como padrão ou critério para a avaliação de
comportamentos, pessoas, políticas, eventos;
5. são ordenados por importância em relação a outros valores,
formando um sistema de prioridades;
6. guiam atitudes e comportamentos das pessoas.
Figura 30
Níveis de formação de identidade e valores
Figura 32
Valores do modelo de Schwartz
A adequação pessoa/ambiente
Figura 34
Inventário de valores organizacionais
Figura 35
Seus valores no trabalho
Figura 36
Valores da organização
Uma vez concluída essa etapa, o terceiro e último passo envolve uma
análise minuciosa do grau de congruência pessoa/organização, ou seja,
entre o que você valoriza no trabalho e a cultura da organização. Avalie o
grau de sobreposição entre os fatores. Se as características da organização
estão em sintonia com o que você valoriza num ambiente de trabalho,
possivelmente se sinta bem nesse ambiente. Por outro lado, se o que você
valoriza não faz parte da cultura da organização, é provável que se sinta ou
venha a se sentir desconfortável. Toda essa reflexão é importante na medida
em que combina o autoconhecimento com o conhecimento do ambiente,
fatores que, conforme vimos, são essenciais para a gestão da carreira.
No quarto e último capítulo, abordaremos três outros temas que têm
atraído bastante atenção, visto que contribuem para a conquista de uma vida
profissional satisfatória e, ao mesmo tempo, equilibrada. Falaremos de
sucesso, equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, e bem-estar.
4
Sucesso, equilíbrio e bem-estar
Sucesso na carreira
Sucesso objetivo
Conforme destacado, o sucesso objetivo é definido por critérios socialmente
aceitos e mensuráveis a partir de critérios diretos, incluindo remuneração
recebida, progressão salarial, posição ocupada, histórico de promoções e
prestígio da ocupação (Heslin, 2005). As principais vantagens desses
indicadores de sucesso são a simplicidade e a facilidade de mensuração. No
entanto, também é importante destacarmos as críticas ao conceito,
associadas ao contexto em que as carreiras se desenvolvem.
Conforme vimos no capítulo 1, com o ambiente cada vez mais instável e
complexo, esses marcadores objetivos são cada vez mais difíceis de serem
alcançados. Em alguns casos, essa dificuldade decorre de uma concorrência
cada vez mais acirrada e exigências cada vez maiores. Nesse sentido, são
cada vez mais comuns os casos de profissionais que, por diferentes razões,
não conseguem lidar adequadamente com as pressões da posição que
ocupam, o que pode levá-los ao insucesso, tanto objetivo quanto subjetivo,
na carreira.
Além disso, há estudos que mostram que muitas pessoas orientam suas
decisões de carreira na busca por altos salários, status e promoções, mas ao
alcançar essas metas não necessariamente se sentem bem-sucedidas
(Tanure, Carvalho Neto e Andrade, 2007). Na realidade, esse tipo de
conquista pode vir à custa de muitas perdas. Frequentemente, a busca por
ganhos financeiros ou posições de prestígio pode demandar tanto tempo e
energia que as outras dimensões da vida acabam comprometidas, incluindo
a saúde física, a família e as relações sociais fora do trabalho.
Uma pesquisa realizada em 2005 pela Burson-Marsteller – empresa de
comunicação e relações públicas – mostrou que 54% dos executivos
seniores de empresas listadas no ranking da revista Fortune 1000 disseram
que não desejavam ocupar o cargo de CEO (do inglês chief executive
officer) em qualquer empresa. Isso é praticamente o dobro dos 27% que
disseram não para o posto principal na pesquisa de 2001.
Pesquisas mais recentes também mostram que, possivelmente em
resposta a essa nova realidade, cada vez mais trabalhadores têm definido
sucesso na carreira a partir de indicadores subjetivos (Ng e Feldman, 2014).
Em outras palavras, fatores tais como um maior equilíbrio entre vida
pessoal e vida profissional, e a oportunidade de contribuir para uma causa
importante parecem estar ganhando importância em detrimento de
resultados objetivos relacionados a prestígio, poder e dinheiro. Ou seja, é o
objetivo abrindo espaço para o subjetivo, tema discutido a seguir.
Sucesso subjetivo
Eu e os outros
Antecedentes do sucesso
Figura 38
Antecedentes do sucesso na carreira
Equilíbrio vida/trabalho
Demandas profissionais
Figura 39
Tendências econômicas e sociais
Gerenciando o desequilíbrio
As vantagens do equilíbrio
Quando as pessoas se sentem mais livres para traçar algumas linhas entre
suas atribuições profissionais e sua vida pessoal, as organizações se
beneficiam. Esse maior equilíbrio vem associado a maiores níveis de
satisfação e engajamento no trabalho, o que influencia positivamente o
desempenho individual e organizacional (Beauregard e Henry, 2009). Nesse
sentido, é importante que as organizações busquem minimizar recompensas
baseadas unicamente no tempo de trabalho. Sabemos que é comum
encontrarmos empresas em que se valoriza mais a quantidade do que a
qualidade do trabalho realizado, tendência muitas vezes reforçada por
gestores que confundem comprometimento com disponibilidade
incondicional.
De uma perspectiva individual, os benefícios de um maior equilíbrio
também são evidentes. Ou seja, é importante que busquemos desenvolver
uma identidade multifacetada, que não esteja restrita à vida profissional.
Por exemplo, investindo em praticar um esporte, tocar um instrumento
musical, dedicar-se a uma causa voluntária ou, ainda, buscando construir
uma vida social e familiar mais plena. Pessoas que realizam atividades
dessa natureza estão expostas a diferentes experiências, conhecimentos e
relações que não estariam disponíveis caso tivessem passado esse tempo
focadas unicamente no trabalho. E tudo isso pode trazer diferentes
benefícios profissionais, além das imediatas vantagens em termos de saúde
e bem-estar, nosso próximo tópico.
Bem-estar no trabalho
Burnout
O bem-estar no trabalho
Para fecharmos este capítulo, vamos agora deixar de lado todas essas
consequências negativas relacionadas ao trabalho na atualidade para nos
dedicar ao seu lado positivo. E então, como você se sente em relação ao seu
trabalho? Ele é fonte de satisfação e bem-estar, ou tem gerado mais estresse
e aborrecimentos?
Quando falamos de bem-estar, é difícil encontrar uma definição única e
consensual, apesar de o termo ser frequentemente relacionado à felicidade e
à satisfação com a vida. Em nosso entendimento, o bem-estar se refere à
dimensão adaptativa do ser humano associada à sua busca por equilíbrio.
Nesse sentido, definiremos o bem-estar como o equilíbrio entre os recursos
do indivíduo e os desafios que enfrenta. Em outras palavras, a pessoa se
encontra em estado de bem-estar quando percebe que possui os recursos
psicológicos, físicos e sociais para lidar com as demandas que surgem
(Dodge et al., 2012).
Fazendo uma transposição para o ambiente de trabalho, podemos dizer
que o bem-estar no trabalho envolve a percepção do indivíduo de que
possui os recursos necessários para lidar com as demandas do seu ambiente
laboral. Ao mesmo tempo, o bem-estar no trabalho também vem sendo
abordado a partir de conceitos similares, incluindo a satisfação, o
engajamento e a felicidade no trabalho. Vamos então conhecer um pouco
mais sobre eles?
A felicidade no trabalho é um conceito que tem sido tratado de forma
mais ampla, definido apenas como “um estado psicológico positivo do
indivíduo, que influencia seu comportamento e que pode levar a
consequências positivas para as organizações” (Sender e Fleck, 2017:769).
A satisfação no trabalho, por sua vez, pode ser definida a partir da
forma como os indivíduos se sentem em relação ao seu trabalho de uma
forma geral ou ainda à forma como reagem a seus diferentes aspectos,
incluindo recompensas (salário e oportunidades de promoção), relações
sociais (com supervisor e colegas) e a natureza do trabalho em si (Spector,
2010). De acordo com essa abordagem, uma pessoa que, por exemplo,
acredita ser bem remunerada por um trabalho gratificante se sentirá
satisfeita no trabalho. Por outro lado, outra pessoa que vivencie relações
conflituosas no trabalho tenderá a se sentir insatisfeita.
Por fim, o engajamento no trabalho é definido como um estado
psicológico positivo e gratificante em relação ao trabalho, caracterizado por
vigor, dedicação e absorção. O vigor se refere a altos níveis de energia e
resiliência mental durante o trabalho ou, em outras palavras, à vontade de
investir esforço e persistência, mesmo diante de dificuldades. A dedicação
está associada a um senso de significado, entusiasmo, orgulho e desafio no
trabalho. A absorção, por sua vez, envolve um estado de concentração e
imersão no trabalho do qual é difícil se desligar totalmente (Schaufeli,
2002). Kahn (1990), um dos pioneiros no estudo do conceito, destaca ainda
que pessoas engajadas ficam física, cognitiva e emocionalmente conectadas
ao seu trabalho.
Diferentes estudos têm apontado que tanto a felicidade como a
satisfação e o engajamento no trabalho estão associados a diversas
consequências positivas, tanto individuais quanto organizacionais, incluindo
maior produtividade e menor absenteísmo e intenção de rotatividade. O
chamado comportamento de cidadania organizacional, segundo o qual o
trabalhador realiza ações que vão além de suas responsabilidades, também é
uma consequência importante desses estados de bem-estar psicológico.
Para concluirmos esta jornada, cumpre levantar uma última questão:
pessoas bem-sucedidas são mais felizes, ou são pessoas mais felizes as que
alcançam o sucesso? Essa é uma reflexão importante, uma vez que ouvimos
com frequência pessoas dizendo que querem buscar o sucesso para, então,
serem felizes. Talvez esta seja uma visão equivocada, visto que a felicidade
não é algo que vamos conquistar num futuro mais ou menos distante. A
felicidade é algo que pode – e deve – ser vivenciada no dia a dia. Por isso,
cuidado se você acredita que vale sacrificar seu presente acreditando que a
felicidade virá mais à frente.
Shawn Achor, autor do livro best-seller intitulado O jeito Harvard de
ser feliz (2012), concorda que uma vida positiva e satisfatória pode nos
ajudar muito a alcançar nossos objetivos, quaisquer que sejam eles. Isto
porque a felicidade ou a experiência de bem-estar vem acompanhada de
diversas vantagens e, por isso, pode nos ajudar a alcançar nossas metas.
Neste último capítulo, procuramos abordar três temas que têm atraído
bastante atenção de pesquisadores e profissionais envolvidos com
orientação e desenvolvimento de carreira. Começamos pelas diferentes
abordagens em torno do sucesso na carreira, em seguida abordamos a
questão do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e, por fim, discutimos
o bem-estar no trabalho, trazendo um olhar tanto para o lado negativo,
associado ao estresse e ao burnout, quanto para as inúmeras vantagens de
uma vida profissional satisfatória e significativa.
Conclusão
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Anexo 1 – Questionário de personalidade
1 2 3 4 5
Discordo Discordo em parte Nem concordo, nem discordo Concordo em parte Concordo totalmente
totalmente
_______ 6. É reservado.
Por favor, indique o quanto cada uma das pessoas descritas a seguir se
parece com você. Na sua resposta, considere a seguinte escala:
Pensar em novas ideias e ser criativo é importante para ele/ela. Gosta de fazer coisas originais e do seu
1
jeito.
2 Ser rico(a) é importante para ele/ela. Quer ter muito dinheiro e possuir coisas caras.
Acredita que é importante que todas as pessoas do mundo sejam tratadas com igualdade e que todos
3
devem ter oportunidades iguais na vida.
4 Acha importante mostrar suas habilidades. Quer que as pessoas admirem o que ele/ela faz.
5 Acha importante viver em ambientes seguros. Evita qualquer coisa que possa ameaçar sua segurança.
Gosta de surpresas e está sempre procurando coisas novas para fazer. Acha que é importante fazer
6
muitas coisas diferentes na vida.
Acredita que as pessoas devem fazer o que lhes é dito. Acha que as pessoas devem sempre seguir as
7
regras, mesmo quando ninguém está vendo.
Acha importante ouvir pessoas que são diferentes dele/dela. Mesmo quando discorda, quer ser capaz de
8
entendê-las.
9 Acha importante ser humilde e modesto(a). Tenta não chamar a atenção para si mesmo(a).
Considera importante tomar as próprias decisões sobre o que faz. Gosta de ser livre e de não depender
11
dos outros.
12 Acha muito importante ajudar as pessoas ao seu redor. Gosta de cuidar do bem-estar delas.
Ser bem-sucedido(a) é muito importante para ele/ela. Espera que as pessoas reconheçam suas
13
realizações.
14 Acha importante que o governo garanta sua segurança contra todas as ameaças. Quer que o Estado seja
forte para poder defender seus cidadãos.
15 Procura aventuras e gosta de correr riscos. Quer ter uma vida emocionante.
Acha importante sempre agir corretamente. Procura evitar fazer qualquer coisa que as pessoas possam
16
achar errado.
17 É importante para ele/ela obter o respeito dos outros. Quer que as pessoas façam o que ele/ela diz.
18 Acha importante ser leal aos amigos. Busca se dedicar às pessoas próximas a ele/ela.
Acredita fortemente que as pessoas deveriam preservar a natureza. Cuidar do meio ambiente é importante
19
para ele/ela.
A tradição é importante para ele/ela. Procura seguir os costumes transmitidos por sua religião e/ou sua
20
família.
Procura todas as chances que pode para se divertir. É importante para ele/ela fazer coisas que lhe dão
21
prazer.
Apuração do resultado
12 18
Benevolência 2
3 8 19
Universalismo 3
1 11
Autodeterminação 2
6 15
Estimulação 2
Hedonismo 10 21 2
4 13
Realização 2
2 17
Poder 2
5 14
Segurança 2
7 16
Conformidade 2
9 20
Tradição 2
Ana Celano
Doutora em administração de empresas pela Escola Brasileira de
Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas
(FGV). Mestre em administração de empresas pela Universidade Estácio de
Sá (Unesa) e graduada em comunicação e desenho industrial pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Acumulou
experiências de mais de 20 anos na área corporativa como consultora, tendo
atuado em vários projetos para diversas grandes organizações do país, nas
áreas de comunicação organizacional, gestão de pessoas, planejamento
estratégico e gestão por processos. Atualmente, na área acadêmica, é
professora em programas de pós-graduação lato e stricto sensu em algumas
instituições de ensino do Rio de Janeiro.