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canto colEtiVo
E canto coral
Indaial – 2023
1a Edição
Copyright © 2023
Elaboração:
Profa. Mariana Lopes Junqueira
Impresso por:
aprEsEntação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Educação Vocal:
Canto Coletivo e Canto Coral! Educação Vocal: Canto Coletivo e Canto Coral
é a prática de canto coletivo, que integra diferentes pessoas em busca de
um objetivo comum, que é o de cantar em grupo. Assim, podem participar
do coral pessoas de diferentes idades, classes sociais, etnias, até pessoas que
não possuem nenhum conhecimento musical. Participar de um coro pode
trazer muitos benefícios para as pessoas, tanto emocionais, quanto corporais,
sociais e educacionais. Para além disso, o canto coletivo e canto coral é uma
atividade muito acessível, pois para que essa atividade possa acontecer,
geralmente se precisa um piano, cópias de partituras e da boa vontade dos
participantes, ou seja, ela não demanda um grande investimento financeiro.
Bons estudos!
III
IV
sumário
UNIDADE 1 - O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS ..................................1
V
VI
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três temas. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TEMA 1
1 INTRODUÇÃO
O coro vem do termo grego choros, e “em sua origem, choros representava
um conjunto de aspectos que, somados, iam ao encontro do ideal do antigo drama
grego de Ésquilo, Sófocles e Eurípides. O conjunto consistia em Poesia, Canto
e Dança” (ZANDER, 2003, p. 160). Já o cristianismo adotou o termo com outro
sentido, do termo latino chorus, que significa o grupo da comunidade que canta.
Inicialmente, a prática do coro era uníssono. Somente a partir do Século XV é que
se obteve o conhecimento de coros com mais vozes (ZANDER, 2003).
NOTA
2 PRÉ-HISTÓRIA
Não existem documentos que registrem como era o período pré-histórico,
mas alguns desenhos realizados pelos homens primitivos em pedras, conhecidos
atualmente como arte rupestre, nos dão pistas de que a música já estava presente
nesse período. No início, o som musical produzido pelo homem era uma imitação
3
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
dos sons que ele ouvia na natureza. Ao modificar a abertura da boca para imitar
esses sons, o homem descobriu que produzia diferentes sons vocais, o que pode
ter sido seu primeiro contato com o canto (CAVINI, 2011).
4
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
3 ANTIGUIDADE
Apesar de já existir a escrita neste período, há poucos registros sobre a
música, uma vez que vários documentos se perderam. Neste período havia os
povos da Mesopotâmia (sumérios, babilônios e assírios), hebreus e fenícios,
egípcios, medos e persas, chineses, gregos e romanos. Por meio de baixos-relevos,
mosaicos, afrescos e esculturas, sabe-se que a música desempenhou um papel
importante na vida desses povos.
5
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
6
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
FONTE: <https://bityli.com/FpCGr>.
Acesso em: 24 fev. 2020.
4 IDADE MÉDIA
Na Idade Média, o cristianismo fundamenta o pensamento religioso. O
cristianismo dominou os principais centros que abrigavam a Arte, de forma que
muitos elementos passaram a fazer parte do serviço da igreja. Na Idade Média,
houve um desaparecimento das tradições da prática musical romana, uma vez
que a maior parte desta música estava associada a práticas sociais que a igreja via
como horror, ou a rituais pagãos que a igreja queria eliminar, assim esse tipo de
música foi afastado da igreja. Outro elemento que foi rejeitado pela igreja foi o de
cultivar a música apenas pelo prazer que ela proporciona, assim como as formas
e tipos de música associados aos grandes espetáculos públicos (como festivais,
concursos e representações teatrais) (GROUT; PALISCA, 2007).
7
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
Nesse sentido, a música sacra era considerada a música que conduzia o ser
humano a algo superior e a música profana era desprezada. O canto gregoriano
ou cantochão é um canto tradicional da igreja católica que possui as seguintes
características:
O cantochão era composto sobre textos litúrgicos latinos, assim seu ritmo
era irregular, de acordo com as acentuações das palavras e o ritmo da língua
latina. Os cantos eram expressos de dois modos:
No período em que ainda não havia uma notação musical, os cantos eram
transmitidos oralmente. Dessa forma, eles sofreram inúmeras interpretações e
modificações melódicas.
DICAS
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TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
FONTE: <http://www.qualviagem.com.br/wp-content/uploads/2017/09/iStock-465616584.jpg>.
Acesso em: 19 fev. 2020.
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
Léonin compôs na voz tenor notas com durações muito longas, assim os
tenores precisaram ser auxiliados ou substituídos por instrumentos. Acima da
linha do tenor, ele escreveu um solo para uma voz que passou a ter o nome de
duplum que possuía uma notação mais rápida. Essas vozes eram parecidas com
as de dança.
FIGURA 4 – ALELUIA PASCHA NOSTRUM (ORGANUM DUPLO)
DICAS
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TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
DICAS
Nesse estilo de composição, a voz organal podia ser escrita acima da voz
principal.
FIGURA 6 – ORGANUM LIVRE
11
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
DICAS
No início do Século XII, o estilo de nota contra nota foi substituído. A voz
principal passou a cantar notas com longas durações e passou a ser chamada de
tenor. Acima da voz tenor, uma outra voz se movia com notas de curta duração e
suavidade. Uma única sílaba era cantada com várias notas, o que ficou conhecido
como melisma, o que originou o nome deste tipo de composição, o organum
melismático (BENNETT, 1986).
DICAS
12
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
DICAS
• Os menestréis criavam contos, mas era comum que eles apresentassem as obras
dos trovadores em suas apresentações, sendo que assim eles divulgavam as
obras dos trovadores.
DICAS
5 RENASCIMENTO
No renascimento, os compositores passaram a ter um interesse maior
pela música profana, apesar das obras mais renomadas desse período serem
compostas para a Igreja, em um estilo conhecido como polifonia coral. A polifonia
coral é uma música escrita em contraponto para um ou mais coros, com diversos
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
cantores encarregados de cada parte vocal. Muitas dessas músicas eram cantadas
a cappella, ou seja, sem o acompanhamento de instrumentos. As principais formas
da música sacra foram escritas para no mínimo quatro vozes. Os compositores
inseriram uma voz abaixo do tenor, o que agora denominamos de baixo. Nesse
período, os compositores passaram a dar uma atenção maior a harmonia da
música, assim como surgiram mais acordes dissonantes (BENNETT, 1986).
Os coros deste período eram compostos por dois, três ou mais cantores em
cada voz, assim como tinham composições escritas para serem executadas por
um cantor em cada voz. Um exemplo é a obra Improperia de Giovanni Pierluigi da
Palestrina (1525-1594), na qual havia uma indicação de um cantor para cada voz.
Com a polifonia, os coros foram aumentando de tamanho, com registros de coros
com cerca de 30 cantores, com exceção do Hofkapelle de Munique que por volta de
1570 contou com a participação de 92 membros (FERNANDES, 2009).
14
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
DICAS
DICAS
Ouça a obra El Grillo composta por Josquin des Près, no link: https://www.
youtube.com/watch?v=OI-bQ0RkArA. Essa obra é um exemplo de frótola.
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
DICAS
16
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
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RESUMO
Neste tema, você aprendeu que:
18
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) F – V – V – V.
d) ( ) F – V – F – V.
19
20
UNIDADE 1
TEMA 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tema, conheceremos um pouco mais sobre o canto a partir do
período barroco até os dias atuais. Nos períodos que estudaremos agora, você
poderá perceber grandes mudanças na música vocal, que vão desde a valorização
dos instrumentos musicais, a participação das mulheres e dos músicos amadores
nos coros, até a escrita não tradicional.
2 BARROCO
Durante o Século XVII, o sistema de modos foi reduzido para apenas dois:
o jônio e o eólio.
FIGURA 10 – MODOS EÓLIO E JÔNIO
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
FIGURA 11 – MONODIA
FONTE: <https://recursos.march.es/web/musica/jovenes/melodias-simultaneas/img/miniaturas/
pange-lingua.jpg>. Acesso em: 26 fev. 2020.
Recitativo era um estilo que era meio cantado, meio recitado. Seu
acompanhamento era simples, com uma linha de baixo, tocada por um
instrumento grave de corda que ficou conhecido como baixo contínuo. O baixo
contínuo era realizado por um outro instrumento como o cravo ou o órgão, para
estruturar os acordes e preencher as harmonias. Esses acordes eram improvisados,
assim, o instrumentista era responsável pela música. Por vezes, o compositor
escrevia alguns números que expressavam o acorde que ele havia pensado para
a composição.
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TEMA 2 | O CANTO NO BARROCO ATÉ OS DIAS ATUAIS
DICAS
A ópera era mais comum em Veneza, nos demais locais a música de câmara
era a preferida, especialmente as vocais. Dessa forma, a ária ou canção estrófica
foi retomada como a principal composição vocal. A ária geralmente era composta
por uma melodia para voz solista, com acompanhamento de baixo instrumental.
23
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
DICAS
Havia também a cantata (obras para solistas e coro), que era acompanhada
por orquestra e baixo contínuo. A cantata foi o gênero mais importante da música
de câmara vocal desse período e foi também o principal elemento musical do
serviço luterano. Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs mais de 200 cantatas
sacras.
3 CLASSICISMO
No classicismo a música passa a ser basicamente homofônica, com as
melodias podendo ser ouvidas sobre um acompanhamento de acordes.
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TEMA 2 | O CANTO NO BARROCO ATÉ OS DIAS ATUAIS
DICAS
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
DICAS
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TEMA 2 | O CANTO NO BARROCO ATÉ OS DIAS ATUAIS
DICAS
27
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
4 ROMANTISMO
Os compositores românticos buscavam uma maior liberdade de forma
e de concepção em sua música, e uma expressão mais intensa de sua emoção,
revelando seus pensamentos e sentimentos mais profundos. Foi no romantismo
que houve a expressão mais forte da emoção. Neste período houve a inclusão
de cantores amadores aos coros. A atividade coral foi marcada por uma grande
diversidade que ia desde a prática cappella da música sacra até a presença de
grandes massas corais no teatro de ópera.
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
Carl Maria von Weber (1786-1826) é quem inicia a ópera romântica. Sua
ópera Der Freischutz possui um tema ligado à magia e ao sobrenatural, uma
orquestração brilhante e eficiência das partes solistas e corais (CAVINI, 2012).
FIGURA 18 – WEBER
As partes vocais nas óperas de Wagner foram escritas em um estilo que combina
as características do recitativo e a ária. As melodias se baseiam nos ritmos da fala, são
líricas e cantadas, passando livremente por tonalidades inesperadas. As harmonias
possuem um rico cromatismo, com emprego de dissonância.
FIGURA 19 – WAGNER
30
TEMA 2 | O CANTO NO BARROCO ATÉ OS DIAS ATUAIS
DICAS
DICAS
31
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
A formação coral mista com voz soprano, contralto, tenor e baixo foi a mais
utilizada no Século XX, sendo que a presença das mulheres nos vários tipos de
corais, se firmou. Os coros formados por homens e meninos ainda existiam, mas em
menor número e eram ligados a instituições tradicionais eclesiásticas e acadêmicas.
Os coros seculares (que não eram vinculados a igreja) se tornaram populares e
tiveram a liderança de regentes especialistas em música coral, que levaram os coros
à um alto nível de execução técnica e musical do repertório coral a capella. Além dos
coros mistos e masculinos, surgiram os coros femininos, que estavam ligados às
instituições educacionais femininas.
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TEMA 2 | O CANTO NO BARROCO ATÉ OS DIAS ATUAIS
DICAS
• Durante o Século XVII, o sistema de modos foi reduzido para apenas dois: o
jônio e o eólio.
• Em 1597, foi composto um drama musical que pode ser considerado a primeira
ópera, Dafne de Peri. As primeiras óperas incluíam pequenos coros, danças e
peças instrumentais e possuíam longos trechos de recitativos.
• A ópera Orfeo de Monteverdi é a primeira grande ópera com uma música que
acentua o impacto dramático da história. No canto foram utilizados intervalos
cromáticos e espaçados, enquanto nos instrumentos foram utilizadas
inesperadas harmonias que incluíam dissonâncias.
• No classicismo poucas obras foram escritas para o coro a cappella, assim foram
escritas várias obras, com acompanhamento de orquestra, órgão ou pianoforte.
• Mozart transformou a ópera, ele transformou a cena final de um ato, com todos
os personagens cantando em conjunto, mas cada um exprimindo sua reação às
situações ocorridas.
34
• Com o crescimento dos coros, aumentou também a participação de cantores
amadores, que aos poucos passaram a substituir os profissionais. Assim, surgiu
no contexto da prática coral, a separação entre o religioso e o social.
• Wagner utilizava uma enorme orquestra em suas óperas, assim ele planejou um
teatro que foi construído especialmente para a representação de suas óperas,
no qual a orquestra foi colocada abaixo do palco, o que permitiu aos cantores
projetarem suas vozes diretamente para a plateia.
• A formação coral mista com voz soprano, contralto, tenor e baixo foi a mais
utilizada no Século XX, sendo que a presença das mulheres nos vários tipos de
corais, se firmou.
35
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
a) ( ) Romantismo.
b) ( ) Barroco.
c) ( ) Século XX.
d) ( ) Classicismo.
36
UNIDADE 1
TEMA 3
O CANTO NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
O canto faz parte da história do Brasil e já era uma prática realizada pelos
índios que aqui habitavam, antes de sua colonização. No entanto, os registros que
temos são da influência da música europeia, a partir da colonização. No início,
a música no Brasil acompanhava as tendências europeias. Nesse sentido, você,
acadêmico, poderá perceber a semelhança do canto nos primeiros períodos, com
o que já foi abordado nos temas anteriores. Somente com a república que o Brasil
se voltou para a música nacional.
2 PERÍODO COLONIAL
O canto coral surgiu no Brasil como prática educativa, desde o período
colonial quando os jesuítas tinham como missão catequizar os povos indígenas.
A educação musical praticada pelos jesuítas teve como uma de suas características
a imposição da cultura portuguesa, que desconsiderava a cultura e os valores dos
índios que aqui habitavam. Nas primeiras décadas, no Brasil, o principal alvo da
catequese foram as crianças, pois elas aprendiam com facilidade e serviam como
uma ponte entre os padres e os índios adultos. Alguns registros trazem a descrição
de meninos índios que aprendiam canto e instrumentos (FONTERRADA, 2008). O
interesse dos jesuítas pela música indígena nesse período era apenas o de conhecer
a música como uma forma de se aproximar dos índios (CASTAGNA, 2010).
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
Foi neste período também que o padre José Maurício Nunes Garcia, mestre
da Capela Real, foi financiado por D. João VI para ministrar aulas de música
gratuitamente para crianças pobres (BEZERRA, 2017).
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TEMA 3 | O CANTO NO BRASIL
Acadêmico, você notou que até aqui a história da música vocal foi muito
parecida com a história da música europeia? Isso acontece porque o termo
“música no Brasil colonial” engloba a música produzida no país entre 1500 a
1822, podendo ser de origem indígena, africana ou europeia. “A expressão não
define, portanto, um tipo, estilo ou padrão musical único, mas sim a totalidade
da música que se praticou no âmbito geográfico e cronológico que se definiu com
a expressão ‘colonial’” (CASTAGNA, 2010, p. 2).
3 BRASIL IMPÉRIO
Quando a família real retornou para Portugal, o financiamento do padre
José Maurício Nunes Garcia foi cortado e ele precisou encerrar as aulas por falta
de condições econômicas. Com o regresso da Corte para Portugal as atividades
artísticas chegaram ao declínio no Brasil, assim como a prática musical da Capela
Imperial que diminuiu seu número de músicos. Assim, o Brasil passou por
um período de instabilidade política e econômica, o que resultou em grandes
dificuldades para a execução e composição da música orquestral, no teatro e
igrejas. Isso fez com que a música doméstica, com canções acompanhadas ao piano
ou violão, aumentasse nesse período (CASTAGNA, 2003). Nos saraus familiares,
eram comuns modinhas e lundus cantados em português. Esses encontros eram
animados por músicos amadores, nos quais o canto era acompanhado por viola
ou violão, e no caso das famílias mais ricas, pelo piano. Diante disso, o ensino
de música ficou restrito aos filhos das famílias mais ricas, que tinham condições
de contratar professores particulares ministrar aulas em casa e para comprar
instrumentos musicais (BEZERRA, 2017).
4 REPÚBLICA VELHA
Um ano após a Proclamação da República foi instituído o Decreto Federal
n° 981/1890, que passou a exigir a formação especializada do professor de música.
O que não foi o suficiente para estabelecer a profissão (FONTERRADA, 2008).
Fabiano Lozano foi o nome que mais se destacou nas duas primeiras
décadas do Século XX, ele veio da Espanha com sua família quando tinha 1 ano
de idade e foi professor de piano e canto orfeônico. Desenvolveu vários métodos
para a prática coral e se dedicou a fazer a juventude cantar e a desenvolver o gosto
pela música e artes em geral. “Para Lozano, não saber cantar era tão lamentável
quanto não saber ler e escrever” (BEZERRA, 2017, s.p.). Lozano se tornou Orfeão
Normalista, em São Paulo, em 1914, e Orfeão Piracicabano em 1925, pelo qual
ficou conhecido nacionalmente por suas turnês com o grupo por diversas regiões
do país. Apesar de sua grande contribuição, suas atividades ficaram restritas a
alguns estados como São Paulo e Pernambuco (BEZERRA, 2017).
5 ESTADO NOVO
Em 1930, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) retornou de um período
que passou em Paris, e encontrou no Brasil um fazer musical precário, o que
incomodou o compositor, principalmente no que se refere à educação. Assim,
Villa-Lobos elaborou um projeto de renovação da educação musical, que foi
aprovado pelo governo de Getúlio Vargas, que tornou o ensino do canto orfeônico
obrigatório nas escolas sob a direção do próprio Villa-Lobos. Isso tornou a prática
do canto orfeônico acessível a muitos alunos, uma vez que não era necessário ter
um conhecimento técnico de música para praticá-lo.
41
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
FONTE: <https://www.revistaprosaversoearte.com/content/uploads/2017/03/Heitor-Villa-Lobos.
jpg>. Acesso em: 23 abr. 2020.
42
TEMA 3 | O CANTO NO BRASIL
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
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TEMA 3 | O CANTO NO BRASIL
Como vimos, o canto coral é uma prática que está presente na história
do Brasil e que já serviu para diferentes propósitos. Atualmente temos diversos
tipos de grupos vocais, com diversos estilos de repertórios. O canto coral além de
proporcionar a educação musical é uma prática socializadora, e que traz vários
benefícios aos seus participantes, conforme veremos nas próximas unidades.
45
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
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TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
47
UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
48
TEMA 1 | O CANTO DA PRÉ-HISTÓRIA AO RENASCIMENTO
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UNIDADE 1 | O CANTO NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS
50
como meio de renovação e formação moral, cívica e intelectual. Nesse sentido, o
compositor também desvelou a perspectiva socioeducativa do canto coral, que
poderia, do seu ponto de vista, desempenhar papel fundamental na educação
escolar, desde a infância [...].
Por outro lado, sem levar em conta a questão política, é inegável o fato
de que Villa-Lobos desempenhou papel crucial na formação de um padrão de
educação musical brasileiro, estabelecimento de diretrizes, produzindo material
didático e atuando pioneiramente como coordenador de entidades educativo-
musicais e educador musical.
51
O movimento nacionalista, guiado pela busca de uma música erudita
verdadeiramente brasileira encontrou em Villa-Lobos um grande representante.
Sua música era – e é ainda hoje – conhecida internacionalmente pelo ritmo
e pelas inspirações no folclore nacional. Assim, a atuação de Villa-Lobos no
Nacionalismo pode ser relacionada a outras atividades desenvolvidas pelo
maestro: a difusão da música brasileira no exterior e a educação musical. De
fato, se Villa-Lobos conquistou reconhecimento em diversas partes do mundo e
é hoje o compositor erudito brasileiro mais executado no exterior, tal situação é
consequência de atividades desenvolvidas por ele e por outros artistas nacionais
que proporcionaram uma internacionalização da música erudita brasileira: esse
é o caso, por exemplo, de gravações executadas pelo próprio Villa-Lobos com
orquestras sinfônicas de outros países, como o Momo Precoce, gravado em Paris
com Magdalena Tagliaferro.
52
RESUMO
Neste tema, você aprendeu que:
• O canto coral surgiu no Brasil, durante o período colonial, como uma prática
educativa dos jesuítas com a intenção de catequizar os índios.
• Com o retorno da família real para Portugal, houve um declínio nas atividades
artísticas no Brasil. Diante disso, o ensino de música ficou restrito aos filhos das
famílias mais ricas, que tinham condições de contratar professores particulares
ministrar aulas em casa e para comprar instrumentos musicais.
53
• Villa-Lobos empregou em sua prática educativa, canções folclóricas, pois para
ele esse seria o meio mais adequado e democrático para tornar o ensino de
música acessível a todos.
CHAMADA
54
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
55
( ) Villa-Lobos realizou concertos que reuniram milhares de crianças cantando
em massa dentro de estádios de futebol, nas principais datas do calendário
cívico nacional.
a) ( ) F – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) F – F – V – V.
56
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três temas. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
57
58
UNIDADE 2
TEMA 1
GRUPOS VOCAIS
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, no Brasil, temos coros amadores e profissionais, mas a
grande maioria dos grupos é de amadores. A atividade coral é historicamente
amadora, esses grupos geralmente não recebem orientação de um professor de
canto, e, na maioria dos casos, quem tem o conhecimento musical é o regente,
que acaba também exercendo o papel de professor do grupo e preparador vocal
dos coralistas. Raros casos, membros desses grupos são cantores profissionais ou
possuem formação específica da área.
59
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
DICAS
DICAS
60
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
DICAS
Conheça o Coro São Vicente Ensino Médio, de São Paulo, que está vinculado
ao Colégio São Vicente, como atividade extraclasse, no link: https://www.youtube.com/
watch?v=JoNTLim0PEY.
61
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
DICAS
• Coros de terceira idade: são grupos corais cujos participantes são pessoas
idosas. Esta atividade tem sido desenvolvida pelo Brasil, com a finalidade de
oferecer uma ocupação que devolva o ânimo, o humor e uma autorrealização
aos seus participantes.
DICAS
62
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
DICAS
DICAS
63
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
• Coros adultos mistos: grupos de homens e mulheres com vozes maduras (que
já passaram pela muda vocal). O repertório pode conter extensões variadas
que exigem vocalmente do cantor.
FIGURA 4 – EXPRESSO 25
DICAS
Conheça o Expresso 25, que sob a regência de Pablo Trindade, alia a expressão
corporal, percussão instrumental e corporal ao seu repertório, no link: https://www.youtube.
com/watch?v=rQCZFYRJ_RU.
2.3 REPERTÓRIO
• Coros sacros: são os coros de igreja que tem como objetivo enriquecer as
atividades litúrgicas. Seu repertório é quase exclusivamente de músicas
sacras, e geralmente suas apresentações acontecem dentro da própria igreja
ou instituição religiosa.
DICAS
64
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
DICAS
65
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
FONTE: <https://www3.eca.usp.br/sites/default/files/u1542/comunicantusdivulgacao.jpg>.
Acesso em: 23 abr. 2020.
DICAS
• Coros cênicos: grupos que podem executar tanto concertos quanto shows, e
que utilizam coreografia em suas apresentações.
DICAS
66
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
2.4 INSTITUIÇÕES
• Coros de empresas: possui dois tipos: um que geralmente é criado com o
objetivo de ter um grupo na empresa com atuação artística nas atividades
sociais ou patrióticas, no qual os participantes geralmente são funcionários
da empresa e que já possuem uma ligação com a música coral. O outro é o
que tem o objetivo de representar a instituição em atividades sociais dentro
ou fora da empresa.
DICAS
67
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
DICAS
Ouça uma música cantada a capela, pelo Stellenbosch University Choir, com
acompanhamento de instrumentos de percussão, no link: https://www.youtube.com/
watch?v=PCa8RxaOPW8.
DICAS
2.6 PARTICIPANTES
No quadro a seguir podemos ver a classificação dos coros realizada por
Amato e Escrivão Filho (2011), conforme a composição do coro:
68
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
Classificação Composição
São mantidos pelo
Composto por coralistas Estado (governo
Coros profissionais
profissionais. municipal, estadual ou
federal).
Composto por graduandos
em música, ou por músicos São mantidos por
Coros sem vínculo profissional faculdades de música
semiprofissionais permanente com a ou se constituem como
organização mantenedora grupos independentes.
do grupo ou com o grupo.
Podem ser
independentes ou
ligados a outras
instituições como
Composto por coralistas
Coros amadores universidades, clubes
não profissionais.
sociais, igrejas, centros
comunitários, escolas,
empresas, prefeituras
municipais.
FONTE: Adaptado de Amato e Escrivão Filho (2011)
3 CLASSIFICAÇÃO VOCAL
A partir de agora, abordaremos a classificação vocal no coro, conforme os
diferentes grupos. Conforme já foi abordado no livro de Prática Vocal, cada faixa
etária apresenta características vocais diferentes. Assim, os variados tipos de coro
também apresentam diferentes divisões de vozes.
69
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
distribuem com as vozes femininas, por serem mais agudas. Mas a voz infantil
é diferente da voz adulta feminina e possui algumas características como: um
timbre claro, sem vibrato e sua extensão é praticamente sem notas graves, a voz
infantil é mais frágil, menos encorpada nos sons médios, e com mais brilho e
volume nos sons agudos (CRUZ, 1997 apud UTSUNOMIYA, 2011).
70
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
Fundamental 2 (5º ao
Coro Infanto juvenil 10 a 14 anos
9º ano)
71
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
DICAS
A voz soprosa se refere à voz com escape de ar não sonorizado, isso é resultado
do fechamento incompleto das pregas vocais durante a vibração.
Assim a voz das meninas também precisa de atenção nessa fase. Para a
autora, precisa-se tomar um cuidado ao classificar as vozes nessa fase, mas ela
delimitou uma classificação, lembrando que no trabalho com essa faixa etária é
preciso observar bem cada integrante do coro, individualmente:
Tessitura
Faixa Configuração
Categoria Naipe Limite Limite
Etária Vocal
Grave Agudo
S Mi3 Fá4
Coro Vozes iguais e/
Entre 10 e
Infanto ou mistas A Dó3 Ré4
14 anos
Juvenil SABr
Br Mi2 Fá3
S Ré3 Fá4
72
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
NOTA
Soprano Aguda
Contralto Grave
Tenor Aguda
Baixo Grave
FONTE: A autora
73
TEMA 1 | GRUPOS VOCAIS
75
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
76
RESUMO
Neste tema, você aprendeu que:
77
• As crianças abaixo dos oito anos de idade possuem vozes iguais sendo
classificadas apenas como voz infantil. Após os oito anos elas podem ser
separadas por vozes, mas essa separação não é conforme a classificação da voz
adulta, e sim de acordo com a tessitura e conforto.
• O coro jovem é formado por pessoas que já passaram pela fase de muda vocal
e pode ser divido em quatro vozes – SATB.
78
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – F.
( ) O coro juvenil é formado por adolescentes que estão passando pela muda
vocal, assim sua divisão de vozes pode ser SATB.
( ) Um coralista da terceira idade possui a mesma classificação vocal de
quando era jovem.
( ) O coro infantil com crianças até oito anos é classificado em vozes infantis,
sendo divididos assim em sopranos e contraltos.
( ) As vozes adultas são classificadas em soprano, mezzo-soprano,
contralto, tenor, barítono e baixo, sendo que no coro geralmente as vozes
intermediárias se incorporam às outras vozes.
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
79
a) ( ) A classificação vocal depende somente da extensão vocal do cantor,
sendo o teste vocal realizado com o acompanhamento do piano
definitivo na classificação vocal.
b) ( ) A classificação vocal depende de vários fatores, como o sexo (feminino
e masculino), idade, características anatômicas da laringe, estrutura
corporal, aspectos funcionais da emissão vocal e personalidade da
pessoa.
c) ( ) O teste de classificação é vocal é realizado pelo preparador vocal, uma
vez que todo coro possui um.
d) ( ) Uma pessoa possui a mesma classificação vocal durante toda a sua vida.
80
UNIDADE 2 TEMA 2
TÉCNICA VOCAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, conceitos relacionados à prática vocal também são utilizados
no estudo dessa disciplina, porém, focaremos especificamente em aspectos da
técnica vocal no canto em conjunto, ou seja, no canto coral.
2 POSTURA E RELAXAMENTO
Para cantar bem precisamos estar fisicamente e psicologicamente bem, uma
vez que o nosso corpo é essencial para o canto. Dessa forma, uma boa postura está
vinculada à respiração que, por sua vez, influencia no canto. “Os principais objetivos
do trabalho de postura são: adquirir consciência do próprio corpo, colocá-lo em
posição natural, manter ou restabelecer sua elasticidade, e desenvolver equilíbrio e
autocontrole” (HOFBAUER, 1978 apud COELHO, 1994, p. 25).
Dessa forma, esses exercícios têm como objetivo buscar o equilíbrio entre o
tônus e o relaxamento muscular:
81
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
Para a realização desses exercícios também se deve ter paciência, uma vez
que talvez nem todos conseguirão realizá-los em um primeiro momento, mas
o treino levará a fazer com que aos poucos eles consigam evoluir na realização
deles.
82
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
3. Ativar o corpo: com os pés paralelos na posição do quadril, coluna ereta, deixar
a cabeça sobre a coluna como se estivesse suspensa pelo teto, com o queixo
levemente aproximado do peito, os ombros, braços e mãos devem ficar soltos
e livres ao lado do corpo, o abdômen deve estar firme e o quadril encaixado.
Expirar e deixar o corpo cair completamente para a frente. Sentir o balanço
do corpo e dos braços pendidos, afastando os pés e flexionando os joelhos até
sentir segurança e equilíbrio. Cruzar os braços e inspirar, jogar os braços para
trás e para o alto e expirar, repetir várias vezes, aumentando a flexibilidade
da cintura e dos joelhos. Quando o impulso for suficiente, a expiração deverá
ser feita pela boca, em um retorno à posição em pé, com os braços e dedos
estendidos para cima, e com o rosto e o olhar para o alto (COELHO, 1994).
FIGURA 11 – EXERCÍCIO 3
83
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
FIGURA 12 – EXERCÍCIO 10
11. Relaxar sentado: sentar-se em uma cadeira, sem encostar as costas, deixar
pernas e pés paralelos, com calcanhares levemente virados para fora e joelhos
discretamente afastados, apoiar o quadril de forma paralela ao assento. Deixar
pender os braços e girar o corpo em torno de um eixo imaginário (COELHO,
1994).
12. Desenvolver flexibilidade sentado: na posição descrita no exercício 11, deixar
a cabeça e a parte superior do corpo inclinar-se levemente para a frente, sem
dobrar-se e tensionando o abdômen. Após alguns instantes, pender a cabeça
e relaxar os músculos abdominais, sem deixar cair as costas (COELHO, 1994).
13. Relaxar os pés: na posição descrita no exercício 11, levantar um pé de cada vez
a uma altura de 10 cm, esticá-lo e desenhar círculos no ar, com o dedão, de um
lado para o outro (COELHO, 1994).
84
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
3 RESPIRAÇÃO
Segundo Coelho (1994), o maior dos problemas na respiração dos cantores
está na expiração e no excesso de ar. Conforme Figueiredo (1990), quando respiramos
além do necessário, há um desperdício de energia e um descontrole da respiração,
fazendo com que as impurezas do ar que não foi utilizado permaneçam nos pulmões,
diminuindo o controle de entrada do ar na próxima inspiração. No livro de Prática
Vocal você aprendeu que a respiração correta é a costodiafragmática abdominal na
qual o diafragma se contrai e abaixa, quando inspiramos, comprimindo as vísceras
e empurrando a parede abdominal para a frente. Na expiração o diafragma é
elevado, retornando à posição inicial (PACHECO; BAÊ, 2006).
FIGURA 15 – ATIVIDADE DO DIAFRAGMA DURANTE A RESPIRAÇÃO
85
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
FIGURA 17 – EXERCÍCIO 6
4 VOCALIZES
Vocalizes são exercícios que servem para desenvolver possibilidades
técnicas da habilidade vocal. Durante o ensaio deve-se utilizar vocalizes com
o objetivo de treinar algo que depois será exigido no repertório, antes de uma
apresentação os vocalizes devem ser utilizados apenas como aquecimento, sem
grandes exigências técnicas (COELHO, 1994). Conforme a autora:
87
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
A fim de que o público entenda bem o texto que está sendo cantado, é
necessário, primeiramente, que se trabalhe a pureza dos sons vocálicos
e a clareza das consoantes. Entretanto, este trabalho de enunciação
não é o suficiente. Para atingir tal objetivo, é preciso combinar essas
qualidades com a prática insistente de se cantar as palavras com a
acentuação adequada e dar sentido ao conteúdo poético de cada
verso do texto, adequando-o ao conteúdo musical. Assim, os textos
ganham em expressividade e seu significado é melhor comunicado
(FERNANDES, 2009, p. 236).
4.1 EXERCÍCIOS
Os exercícios devem ser realizados subindo um semitom a cada repetição.
EXERCÍCIO 1 – RESSONÂNCIA
88
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
89
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
Neste exercício, deve-se trabalhar o legato entre os saltos, para que não se
tenha cesuras ao longo da melodia.
90
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
EXERCÍCIO 12 – RESSONÂNCIA
91
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
EXERCÍCIO 13 – ARTICULAÇÃO
EXERCÍCIO 15 – ARTICULAÇÃO
92
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
EXERCÍCIO 16 – ARTICULAÇÃO
EXERCÍCIO 17 – PROJEÇÃO
EXERCÍCIO 18 – PROJEÇÃO
93
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
EXERCÍCIO 19 – EXTENSÃO
5 HIGIENE VOCAL
No livro de Prática Vocal, vimos várias recomendações de cuidados que
temos que ter com a voz, para ter uma boa saúde vocal. Relembraremos algumas
dessas recomendações que também são muito importantes no canto coral.
QUADRO 5 – CUIDADOS COM A VOZ PARA UMA BOA SAÚDE VOCAL
Hábitos Efeitos
O ato de pigarrear é um atrito entre as pregas vocais;
este roçar forte e agressivo pode contribuir para o
Pigarrear
aparecimento de alterações nas pregas vocais, pois o
atrito provoca irritação e descamação do tecido.
O excesso de fala, principalmente em emissão
continuada, é prejudicial para a laringe, pois submete
o aparelho vocal a um esforço prolongado; nessas
Falar muito situações, o risco de se desenvolver uma lesão é também
maior. Quando o uso continuado de fala ou canto se
fizer necessário, procure, em seguida, descansar a voz
pelo mesmo período.
94
TEMA 2 | TÉCNICA VOCAL
95
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
NOTA
96
RESUMO
Neste tema, você aprendeu que:
• Uma boa postura está vinculada à respiração que influencia o canto. Assim, a
postura, a respiração e o canto estão ligados.
• Uma boa dicção é essencial para o coro, assim o grupo deve ter uma enunciação
clara, capaz de proporcionar o melhor entendimento do texto.
• Ao cantar no coro é preciso manter bons hábitos de higiene vocal, o que mantém
a voz saudável.
97
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – V.
b( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – V.
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
3 Existe uma postura ideal que devemos ter enquanto estamos cantando. Com
relação à postura no canto, é CORRETO afirmar:
98
a) ( ) A postura ideal para se cantar sentado é idêntica a postura em pé, mas
com as costas apoiadas no encosto da cadeira.
b) ( ) Não se deve preocupar tanto com a postura nos ensaios, uma vez que a
maioria das pessoas já possuem uma boa postura.
c) ( ) Uma boa postura está vinculada à respiração, que influencia diretamente
no canto.
d) ( ) Os exercícios de postura e relaxamento têm como objetivo buscar o
equilíbrio entre a tensão muscular e o relaxamento corporal.
99
100
UNIDADE 2 TEMA 3
1 INTRODUÇÃO
A música está presente no cotidiano das pessoas e nas interações sociais,
tanto em espaços e situações intencionais como a ida a um concerto em um teatro
ou um show, ou não intencionais como as brincadeiras cantadas que fazem parte
do universo infantil (ANDRADE, 2015). Como vimos na Unidade 1, o canto coral
é uma prática que acontece no Brasil desde o período colonial, e ainda hoje muitas
pessoas buscam a prática coral por diversos motivos, como aprender música,
por se sentir bem em uma prática coletiva, por gostar de cantar, entre outros.
Participar de um coro traz muitos benefícios, não só musicalmente, mas também
socialmente, emocionalmente e corporalmente.
2 BENEFÍCIOS SOCIAIS
Como a grande parte dos coros brasileiros são formados por músicos
amadores, eles buscam nessa prática não somente o aprendizado musical, mas
também um espaço de convívio social. O canto coral é uma prática exercida e
difundida em diferentes etnias e culturas, e é uma atividade que envolve um grupo
heterogêneo, com diferentes pensamentos. Além disso, dependendo da formação
do coro, ele pode envolver pessoas com diferentes faixas etárias, gêneros, classes
sociais, níveis de escolaridade, culturas e etnias. Justamente por envolver um
grupo heterogêneo, além da aprendizagem musical e do desenvolvimento vocal,
essa prática envolve a integração e a inclusão social (AMATO, 2007).
101
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
um dos motivos para a participação das pessoas no grupo. Para que isso ocorra,
ao chegar no grupo, a pessoa precisa se sentir acolhida pelo grupo. Para fazer
com que o grupo se conheça melhor e tenha um bom relacionamento, o regente
pode fazer algumas atividades visando esse objetivo, assunto que abordaremos
mais adiante.
3 BENEFÍCIOS EMOCIONAIS
Para participar do coro, é importante que todos os cantores tenham
motivação, conforme Amato (2009, p. 88), “motivação é um estado psicológico
no qual o indivíduo tem disposição para realizar uma ação, seja um trabalho, seja
em qualquer esfera de sua vida”. Para que os cantores se sintam motivados, é
preciso cultivar a autoestima individual de cada um, integrar cada um ao grupo
de trabalho e fazer com que cada um se sinta importante no sucesso do grupo.
(AMATO; NETO, 2009). Vários fatores influenciam para que o grupo se mantenha
motivado, desde o repertório cantado pelo grupo, dinâmicas de ensaio, satisfação
pessoal, entre outros.
103
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
4 BENEFÍCIOS CORPORAIS
Participar do canto coral desenvolve o lado físico do cantor, uma vez
que ele precisa ter um conhecimento do funcionamento de como seus órgãos
trabalham para a emissão vocal (FIGUEIREDO, 2006). Ao participar do coro,
104
TEMA 3 | BENEFÍCIOS DE PARTICIPAR DA EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL
Outro benefício é que cantar no coro exercita a memória, uma vez que a
maior parte dos coralistas são amadores, eles não possuem o conhecimento da
teoria musical, fazendo com que tenham que memorizar as melodias cantadas.
Até para quem tem conhecimento da teoria musical a memória é exercida, uma
vez que, dependendo do grupo em que se participa, as músicas são decoradas
para a apresentação, não sendo possível a utilização da partitura.
105
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
LEITURA COMPLEMENTAR
Patricia Costa
Pois, então, busquei outro parâmetro que pudesse trazer alguma motivação
para iniciar esta organização. Optei por utilizar, primeiramente, o critério de
escolaridade dos participantes, o que acarreta a série de considerações que vou
descrever a seguir. Estas demarcações, naturalmente, também não são definitivas
e muito menos estanques, até porque nem todos os indivíduos passam pela
mesma série escolar na mesma idade. Mas pode ser um caminho. A relação idade
– escolaridade pode variar bastante, de uma região para outra, de uma cultura
para outra. Sofre ainda evidente influência de questões sociais e econômicas. Mas
há uma média aproximada e é nela que estou me fiando [...].
Arrumamos, então, mais uma gaveta de nosso armário coral, no que tange
a divisão das vozes. Mas há outros fatores que precisam ser levados em conta, ao
se trabalhar o som do grupo. Por exemplo, a preparação vocal para o coro jovem
deve ser similar à técnica para coro adulto, ou eles deveriam apenas desenvolver
o que adquiriram na voz da infância? Isto é uma pergunta que o regente coral terá
que responder primeiramente, para poder tomar decisões quanto ao repertório,
configuração e/ou planejamento de seu grupo [...].
106
TEMA 3 | BENEFÍCIOS DE PARTICIPAR DA EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL
Por volta dos 10, 11 anos, o desenvolvimento físico começa a dar sinais de
mudanças, muito embora a maioria dos indivíduos ainda guarde características
de um corpo da infância. Entre 12 e 14 anos, aproximadamente, acontece o famoso
estirão, quando alguns alunos parecem crescer de um ensaio para o outro. De
forma singular e irregular, esse crescimento repentino faz com que dois cantores
de 13 anos possam ter diferenças gritantes entre si, de altura, de tamanho, de
desenvolvimento. Algumas meninas de 12 podem aparentar (tanto pelo corpo
quanto pela atitude) serem moças de 16 anos e, ainda assim, lidarem muito bem
com seus colegas franzinos e que, imberbes, ainda trazem aspectos corporais
infantis. Portanto, no coro infanto juvenil, a percepção que podemos ter é de
crianças misturadas a alguns adolescentes, numa desarmonia interessante, uma
certa bagunça visual [...].
107
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
108
TEMA 3 | BENEFÍCIOS DE PARTICIPAR DA EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL
se os participantes tivessem que atuar como adultos para serem levados a sério.
Tal estética abrange, inclusive, a preparação vocal, fazendo com que o coro soe
forçadamente como coro adulto, desperdiçando o frescor natural das vozes juvenis.
Muitas vezes, o uniforme ou o figurino escolhido também pouco combinam com
o jeito de se vestir do adolescente, acabando por engessar sua postura no palco.
Mas e aquele brilho no olho tão espontâneo, típico do adolescente? Por que cargas
d’água deveríamos forçá-los a se comportarem de uma forma diferente da sua
maneira natural? Seria isso uma inspiração do repertório coral tradicional? Eu
não acredito que a música coral pré-assuma, compulsoriamente, uma postura
formal para todos os estilos musicais.
Por outro lado, não é incomum encontrar coros juvenis cujo repertório
sugira temas infantis [...]. E daí encontramos aqueles coros juvenis que cantam
com expressão de tédio e distanciamento, como se estivessem tentando passar a
mensagem de que não mais pertencem àquele mundo infantil [...].
Vamos analisar a temática para cada fase. O coro infanto juvenil costuma
acolher com alegria qualquer música “de adolescente”. O interessante é que
ele reagirá ao menor indício de estar cantando música infantil, mas será capaz
de se divertir mesmo assim, se esta for apresentada a ele de forma atraente
(uma movimentação cênica, um adereço inusitado, uma história precedendo a
distribuição da partitura) [...].
Esta é uma fase em que o repertório requer extremo cuidado para não
afastar o cantor do coral, pois é grande a probabilidade de se ultrapassar esse
limite entre a criança e o adolescente num momento inadequado. No entanto,
posso afirmar que, uma vez tendo conquistado o cantor, ele comerá na minha
mão. É nessa hora que aproveito para apresentá-lo àquilo que considero adequado
ao patamar de seu desenvolvimento musical, deixando seu gosto pessoal em
segundo plano.
109
UNIDADE 2 | A MÚSICA VOCAL EM GRUPO
Eis que chegamos no coral do Ensino Médio. Alguns regentes, talvez por
desconhecimento, vão buscar nas peças para coro adulto o repertório para coro
juvenil iniciante, visando aproveitar as vozes pós muda vocal. É bom lembrar
que o repertório coral até o período moderno não trazia obras dedicadas ao coro
juvenil (levou-se muito tempo para entender a adolescência como um período
distinto da infância), muito embora a música da Renascença, por exemplo,
conduza a uma leveza que muito combina com as vozes juvenis. Além de
possíveis impedimentos técnicos (divisão dos naipes, número de cantores por
naipe, extensão vocal exigida, nível de musicalização dos participantes), o teor da
maioria das obras tradicionais pode não ser muito atraente para o adolescente,
por ter sido feito para adultos cantarem ou em uma época em que o adolescente
ainda não tenha condições de contextualizar para achar a devida graça.
Atualmente lido exatamente com três corais, cada um em uma das fases
que busquei definir aqui (Freud explica!). Para cada coro, me apresento como
uma Patricia diferente. Mudo o vocabulário, o ritmo de conteúdo abordado, a
cobrança de resultado, o planejamento de ensaio, o rigor nas presenças e mesmo
a concentração e o foco nos ensaios [...].
110
TEMA 3 | BENEFÍCIOS DE PARTICIPAR DA EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL
FONTE: COSTA, P. Afinal, coro infantojuvenil, coro juvenil ou coro jovem? 2017. Disponível em:
https://www.academia.edu/37445611/Afinal_coro_infantojuvenil_coro_juvenil_ou_coro_jovem.
Acesso em: 29 mar. 2020.
111
RESUMO
Neste tema, você aprendeu que:
• O coro traz benefícios emocionais aos seus participantes, pois pode diminuir
sintomas de estresse, ansiedade e pode fazer com que pessoas tímidas tenham
uma melhor interação social.
• Na terceira idade a prática vocal traz vários benefícios corporais além dos
citados anteriormente, como: melhora na agilidade e precisão vocal, resistência,
aumenta a extensão vocal, promove maior controle sobre a emissão vocal,
diminui a desafinação e aumenta o controle do ar.
112
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – V – F – V.
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
3 A prática coral traz vários benefícios para as pessoas, benefícios esses que
podem ser emocionais, sociais, educacionais. Com relação aos benefícios
emocionais da prática coral, é CORRETO afirmar:
113
a) ( ) As pessoas tímidas não conseguem participar do coro, uma vez que elas
precisam se expor.
b) ( ) A prática coral pode ajudar na redução de sintomas como ansiedade e
estresse.
c) ( ) Ao participar do coro, as crianças precisam ter a mesma dedicação e
disciplina dos adultos, o que auxilia no amadurecimento delas.
d) ( ) O regente é o único responsável pelo sucesso do grupo, isso influencia
na motivação do grupo.
114
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três temas. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TEMA 3 – O REGENTE
CHAMADA
115
116
UNIDADE 3 TEMA 1
1 INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, abordamos vários benefícios da prática coral, desde
ser uma prática em que todas as pessoas podem ser incluídas, assim como poder
desinibir as pessoas, promover integração entre seus participantes, trabalho em
equipe, sentimento de realização pessoal, entre outros. Agora, abordaremos a
educação musical na prática coral, uma vez que o coro abarca a aprendizagem
musical e o desenvolvimento vocal.
117
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Aqui no Brasil, a prática coral na escola não é tão comum como na realidade
norte americana, mas muitos professores têm optado por realizar um trabalho
coral, conforme já abordamos anteriormente, por questão de infraestrutura e
possibilidades materiais que encontramos na escola. Assim, o professor de educação
musical acaba também assumindo o papel de regente do coro. Fora da escola, como
a maior parte dos coros é formada por cantores amadores, o regente do coro acaba
assumindo o papel de professor, já que poucos grupos possuem a realidade de
ter um preparador vocal para ensinar a técnica vocal, e realizar exercícios com os
coralistas. É muito importante que o regente tenha um profundo conhecimento
sobre técnica vocal, uma vez que ele precisará ensinar para os coralistas que não ter
esse conhecimento pode prejudicar a saúde vocal dos cantores.
Além de considerar a vivência musical que o coralista já traz com ele, outro
ponto importante a ser abordado é a seleção de pessoas para compor o coro. Alguns
regentes fazem testes para escolher as vozes para o seu grupo, impedindo assim
que algumas pessoas participem do seu grupo. Sobre esse tema, D’Assumpção
Junior (2010) aborda que por mais que alguns regentes tentem escolher as vozes
que irão compor seu grupo, esse processo é um pouco complexo, uma vez que
as definições de desafinação são muito distintas, assim o regente precisa lidar
com as vozes que possui a sua disposição. Em alguns casos, ao ingressar no coro,
as pessoas que alguns regentes inicialmente classificam como “não aptas” para
participar do grupo, com o decorrer do tempo vão adquirindo no ensaio a percepção
musical e conforme vão perdendo a timidez e o medo de cantar, vão diminuindo
os erros. Da mesma forma, o regente como educador deve ser um facilitador de
processos individuais, promovendo oportunidades precisas e objetivas, mas nunca
excludentes. Nesse sentido, o autor aborda que “nem todo professor de música,
enquanto educador, precisa ser um regente de coros, mas todo regente de coros,
precisa ser um educador” (D’ASSUMPÇÃO JUNIOR, 2010, p. 10).
119
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
120
TEMA 1 | EDUCAÇÃO MUSICAL NO CORAL
do grupo. É preciso ter o cuidado para não demandar grande tempo do ensaio
trabalhando partes difíceis do repertório, cansando assim os coralistas. É preciso
também cuidar para não trabalhar apenas aspectos fáceis do repertório, não
estimulando o grupo para a solução de novos problemas. Outro cuidado que se
deve ter é não trabalhar um repertório com notas muito agudas no início do ensaio,
uma vez que o grupo ainda não estará bem aquecido, e talvez não corresponda às
expectativas nas notas agudas. Assim, como talvez não corresponda no final do
ensaio, se o início do ensaio os deixou cansados, dessa forma eles também não irão
corresponder. Todavia, se o regente tem um planejamento, uma organização do
ensaio é possível verificar esses problemas e adequar o ensaio conforme o que está
acontecendo.
121
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Ferramenta Objetivos
NOTA
122
TEMA 1 | EDUCAÇÃO MUSICAL NO CORAL
1. Inteligência vocal: cada coralista precisa ter consciência do uso da sua voz, assim
é muito importante a transmissão de conceitos básicos para a saúde e higiene
vocal, conhecimentos sobre a anatomia, como os órgãos fonatórios funcionam e
sobre o sistema respiratório com base na produção vocal. A apropriação desses
conhecimentos é muito importante para uma melhora de qualidade de vida
para o coralista, já que utilizamos muito a voz, tanto para falar quanto para
cantar. “A consciência de que é possível executar música vocal com qualidade
deve ser altamente estimulada, pois o ato de cantar está ao alcance de todo ser
humano, na medida em que a produção vocal não requer investimentos além
de um corpo saudável e bem educado” (AMATO, 2007, p. 85).
Todos podem cantar, para isso é preciso que o canto seja exercitado para
ser aprimorado. No coro, o estudo da técnica vocal é fundamental para que
se tenha uma emissão da voz cantada com boa qualidade e sem prejudicar o
coralista. É o regente quem acaba passando esses conhecimentos ligados ao canto,
assim é essencial que o regente tenha conhecimento sobre a técnica vocal e sobre
cada faixa etária, uma vez que não podemos trabalhar com o canto com crianças,
adolescentes ou terceira idade como se trabalha com adultos, por exemplo. Por
ser um trabalho coletivo, muitos coralistas acabam também aprendendo uns com
os outros, observando os exemplos dos seus colegas.
123
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
124
TEMA 1 | EDUCAÇÃO MUSICAL NO CORAL
125
RESUMO
126
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – F.
I- Inteligência vocal.
II- Consciência auditiva.
III- Recursos audiovisuais.
IV- Prática de interpretação.
127
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) II – IV – I – III.
( ) IV – II – III – I.
( ) IV – III – II – I.
( ) I – III – IV – II.
128
UNIDADE 3
TEMA 2
1 INTRODUÇÃO
Como estudamos no tema anterior, a prática coral abarca a aprendizagem
musical e o desenvolvimento vocal. É importante que o regente conheça bem
a faixa etária com que irá trabalhar, para desenvolver atividades de educação
musical adequadas à faixa etária do seu grupo. Dessa forma, refletiremos sobre a
educação musical no canto coral, com cada faixa etária.
129
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Outro ponto a ser destacado sobre o canto coral infantil, é que quem opta
por realizar um trabalho de canto com crianças, precisa ter em mente que não
pode realizar o mesmo trabalho que se realiza com o adulto. É preciso conhecer
tanto sobre a voz infantil quanto sobre pedagogia para trabalhar com crianças.
Conforme Schimiti (2003), para se ter êxito no trabalho com o coro infantil,
é preciso refletir sobre alguns tópicos:
130
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Para Brito (2018), a inserção de brinquedos pode ser uma rica ferramenta
utilizada nos ensaios do coro infantil, uma vez que o brinquedo guarda um forte
valor cultural, e desenvolve o potencial imaginativo de quem o manipula, “a
aprendizagem de música poderá ser mais bem interpretada e compreendida se
trabalharmos com elementos que estejam efetivamente ligados ao universo da
criança” (BRITO, 2018, p. 20). Trazer o brinquedo para o ensaio, permite com
que as crianças visualizem o que está se querendo ensinar, ao invés de apenas
verbalizar o conteúdo. Assim por meio de brinquedos e objetos é possível trazer
para o visual a explicação da linguagem musical.
131
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Outra atividade que pode ser realizada com as crianças é o solfejo corporal,
que, conforme Freire (2008), é uma ferramenta pedagógica que auxilia as crianças
no solfejo das notas musicais. O solfejo corporal é um conjunto de sinais utilizado
para mostrar em um lugar do corpo cada nota musical, assim, ao cantar a nota
a criança coloca a mão na respectiva parte do corpo. Essa atividade auxilia a
criança a entender a sequência das notas musicais, assim como a internalizar o
132
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Dó3 Quadris
Ré3 Costelas
Mi3 Ombros
Fá3 Orelha
Sol3 Cabeça
133
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Nas notas com acidentes, as mesmas partes do corpo das notas naturais
podem ser mostradas, mas as notas com bemóis devem ser mostradas com as
mãos fechadas, e as notas com sustenido podem ser mostradas com os polegares
para cima (FREIRE, 2008). Esses são alguns exemplos de como trazer a ludicidade
e a visualidade para a prática coral, mas cada regente pode adaptar e criar
atividades diferentes.
134
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
135
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Além desses fatores, a autora aborda que é preciso observar outros fatores
que frequentemente são encontrados no coro juvenil como vozes com ar, roucas,
ásperas e com presença de quebras no registro vocal.
Costa (2009) sugere que o regente realize uma avaliação vocal com o
adolescente quando ele ingressa no coro, e que depois seja realizada uma nova
avaliação a cada ano, para acompanhar o desenvolvimento vocal do adolescente.
A autora sugere uma ficha de avaliação, mas essa ficha pode ser adaptada
conforme a necessidade de cada grupo.
136
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Durante o ensaio com adolescentes, o ideal é que eles não fiquem em uma
mesma posição o ensaio todo, pois é prejudicial à circulação do sangue, e também
para que eles se movimentem durante o ensaio, assim eles podem alternar entre
a posição em pé e sentados. Apresentamos algumas atividades que podem ser
realizadas com o coro adolescente, conforme Gaborim-Moreira (2015), essas são
apenas algumas sugestões que podem ser adaptadas conforme o grupo com que
se está realizando o trabalho:
1. Andar na pulsação: uma pulsação é estabelecida pelo regente, que pode tocá-
la em um instrumento de percussão, todos os coralistas andam na mesma
pulsação. Em um determinado momento a pulsação para, e todos viram
estátua, e permanecem em silêncio (pausa) até que a pulsação seja retomada.
2. Pulsação na cabeça: o regente estabelece uma pulsação, tocando-a no
instrumento de percussão, e os coralistas andam conforme a pulsação. Em
um determinado momento o regente para de tocar a pulsação e os coralistas
continuam a andar, seguindo a mesma pulsação que deve estar interiorizada.
Após um tempo, o regente volta a tocar, mudando o andamento da pulsação.
3. Jogo do espelho: realizado em duplas, com um coralista na frente do outro.
Um adolescente cria movimentos corporais (lentos e silenciosos), e o outro
representará sua imagem como se fosse um reflexo, imitando o que o outro
está fazendo.
4. “Din-Don” – atividade de alongamento da musculatura do pescoço: o regente
canta “Din-Don” em um intervalo de 3ª Maior. Os coralistas quando ouvem
“Din”, inclinam a cabeça lentamente para o lado direito (orelha em direção
ao ombro sem que os ombros se levantem). Ao ouvirem “Don”, lentamente
inclinam para o lado esquerdo. Também podem ser utilizadas as palavras “sim”
e “não”, que podem ser faladas com glissando ascendente ou descendente pelo
regente. Os adolescentes levam a cabeça para frente e para trás quando ouvem
o sim, e giram para a esquerda e para a direita quando ouvem o não.
5. Monumentos – apresentar as imagens dos monumentos: Cristo Redentor,
Estátua da Liberdade, Big Ben e Torre Eiffel, conforme o regente indica um dos
monumentos, os coralistas representam cada um deles corporalmente.
137
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
FIGURA 4 – MONUMENTOS
138
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
139
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
em nossas escolas, talvez muitos adolescentes não vão ter uma vivência coral
na infância, assim podem ser utilizadas algumas ferramentas para auxiliarem
nos ensaios do repertório como o acompanhamento de um instrumento como
o piano por exemplo, para que o grupo primeiro escute o som antes de solfejar
a música. Outro recurso que pode ser utilizado são os softwares de edição de
partitura, como o Encore, Finale ou o MuseScore, uma vez que os adolescentes
poderão escutar previamente a música a ser cantada, assim o regente pode enviar
por e-mail a música, para que eles possam chegar ao ensaio com uma ideia do que
será cantado no grupo. Outra ferramenta que pode ser muito útil nos ensaios é
o gravador, geralmente os adolescentes possuem um gravador em seu celular, e,
ao gravar as músicas no ensaio, eles podem utilizar essas gravações para ensaiar
em outros momentos, podendo relembrar assim o que foi ensaiado (COSTA,
2009). Como os adolescentes estão rodeados pela tecnologia, e geralmente tem
facilidade em manuseá-la, trazê-la para a prática coral, poderá trazer grandes
benefícios ao desenvolvimento do grupo.
140
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
141
TEMA 2 | EDUCAÇÃO MUSICAL NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Exercício 2: esse exercício parte dessa ideia melódica e pode ser adaptado
a outros trechos da canção, com ritmo mais ampliado, que apoia a consolidação
da linha melódica. A proposta é exercitar uma sílaba por semínima em graus
conjuntos, trabalhar o “S” e a ligadura de expressão.
FIGURA 10 – VOCALISE COM AS NOTAS DO PRIMEIRO COMPASSO
143
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
• No canto coral infantil não se pode realizar o mesmo trabalho que se realiza
com o adulto, é preciso conhecer tanto sobre a voz infantil, quanto sobre
pedagogia para trabalhar com crianças.
• O trabalho com adolescentes também precisa ser mais dinâmico. Como eles
aprendem por imitação, ouvindo, o trabalho com escuta e repetição auxiliam
nesse processo de memorização. Outra estratégia para tornar o ensaio mais
dinâmico é a substituição e alternância das atividades.
145
AUTOATIVIDADE
I- Dó3.
II- Mi3.
III- Sol3.
IV- Si3.
V- Lá3.
( )
( )
( )
146
( )
( )
a) ( ) III – IV – I – V – II.
b) ( ) V – II – III – I – IV.
c) ( ) IV – III – II – I – V.
d) ( ) I – III – V – IV – II.
147
148
UNIDADE 3
TEMA 3
O REGENTE
1 INTRODUÇÃO
O regente é visto como aquele que conduz e ensaia o coro, mas, na
verdade, o papel do regente é muito mais amplo. Acadêmico, você já parou para
pensar em tudo o que o regente precisa fazer quando está à frente de um trabalho
de canto coral? O regente, na maior parte dos casos, assume o papel de professor
do grupo, uma vez que são poucos os coros que possuem um preparador vocal, o
regente também precisa manter o grupo motivado, precisa agendar apresentações,
ensaios, escolher o repertório, planejar os ensaios de acordo com as necessidades
do grupo, e, por vezes, acaba tendo que decidir conflitos que possam surgir entre
o grupo, são muitos os papéis que o regente acaba assumindo.
FIGURA 13 – O REGENTE
149
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
150
TEMA 3 | O REGENTE
Essa liderança que o regente exerce não deve ser uma liderança
autoritária, mas sim uma liderança conquistada pela relação que ele estabelece
com o seu grupo,
Para assumir esse papel de liderança sobre o seu grupo é importante que
o regente tenha um bom relacionamento com os coralistas, para isso ele precisa
ouvir os participantes do grupo, considerar a opinião deles e tentar conduzir o
seu trabalho de forma que venha abarcar também os anseios do grupo. Dessa
forma, o regente mantém o seu grupo motivado, uma vez que estabelece uma
gestão participativa, ao invés de exercer uma liderança autoritária, na qual ele
toma todas as decisões sozinho.
• Técnica vocal: para poder ensinar os coralistas e para trabalhar com os coralistas
de forma que não prejudique a voz deles.
• Ouvido apurado para questões de afinação, timbre: dessa forma o regente
conseguirá perceber quando há problemas de afinação e como orientar para
resolver esses problemas.
• Precisão rítmica.
• Desenvoltura com questões analíticas e musicológicas.
• Domínio de repertório e das questões interpretativas de natureza estilística.
• Muita cultura geral, literária e artística.
151
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
• Conhecer a educação vocal: o regente não precisa ser um grande cantor solista,
mas precisa ser capaz de dar exemplos com a sua voz, que são necessários ao
trabalho coral (RAMOS, 2003; ZANDER, 2003).
152
TEMA 3 | O REGENTE
1. Saber comunicar: o coral é um grupo que se comunica pelo som, mas esse
processo de comunicação deve ser iniciado com eficácia pelo regente, a
habilidade de comunicação é muito importante no desenvolvimento de
estratégias interpretativas e educacionais por parte do regente. Para isso,
o regente precisa saber comunicar tanto os conceitos musicais quanto a
comunicação organizacional do grupo e o que ele espera do seu grupo. O
processo de comunicação é muito relevante para a eficácia do trabalho do
regente nos ensaios e apresentações, dessa forma a direção do coro está ligada
aos processos comunicativos interpessoais. A capacidade de se comunicar
influencia na motivação dos coralistas, na liderança do grupo e nas atitudes
relacionadas à resolução de conflitos interpessoais. É muito importante que o
regente tenha uma boa comunicação com o seu grupo, sempre aberto à opinião
dos coralistas realizando assim uma gestão participativa na qual prevaleça o
consenso. Da mesma forma, o regente precisa comunicar com clareza aos seus
coralistas, a sua interpretação da obra que será realizada, ou seja, o que ele
espera dos coralistas.
2. Saber agir: a habilidade de saber agir envolve que o regente tenha a
compreensão plena de sua função e de suas atribuições. Suas atribuições
dependem conforme o grupo, por vezes, alguns coros possuem pessoas que
podem contribuir nas funções como um membro do grupo que transmita a
opinião do grupo ao regente, monitores de naipe, professor de técnica vocal,
mas na maioria das vezes o regente precisa assumir todas essas funções. O
saber agir está relacionado com a capacidade de decisão do regente: escolha de
repertórios, locais de apresentação, gestão de problemas entre os coralistas, e
de sua autoridade na liderança do processo de trabalho. Assim, a capacidade
de decisão envolve os papéis gerenciais de empreendedor, controlador de
distúrbios, administrador de recursos e negociador. O regente empreendedor
atua como ponto de partida da organização de seu grupo e como planejador
de todas as atividades, devendo incluir melhorias na organização e identificar
as possibilidades e oportunidades para um fortalecimento do grupo. O
regente controlador de distúrbios age de maneira pontual nos imprevistos,
crises e conflitos. O regente administrador de recursos administra o seu
tempo, programa o trabalho das pessoas que o auxiliam (quando é o caso), e
autoriza decisões reivindicadas por outras pessoas. O regente negociador atua
nas situações para estabelecer contratos ou apresentações com empresas ou
indivíduos que não fazem parte da rotina de ensaios e concertos.
3. Saber liderar: a liderança exerce um significativo papel na organização
e condução de grupos de trabalho, como na maioria das vezes o coro é um
grupo bem heterogêneo, a liderança do grupo pode ser entendida como um
processo de gerenciamento de recursos humanos, baseando-se em bases de
153
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
154
TEMA 3 | O REGENTE
Se você parar para pensar, como futuro professor, você consegue puxar
na memória exemplos de professores que você teve, que serviram tanto como
exemplo do que você deve ou não fazer. Assim é o regente, ele não influencia
apenas no conhecimento musical, mas também influencia com todas as suas
atitudes. “Torna-se então no mínimo uma demonstração de cuidado, por parte
do professor, dedicar-se a um trabalho de desenvolvimento pessoal (o que
significa dizer conhecer-se melhor, cultivar o equilíbrio interno, centramento,
155
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
156
TEMA 3 | O REGENTE
4 O ENSAIO
O ensaio é um momento muito importante no trabalho coral, pois é
nele que ocorre o aprendizado musical, a integração entre os coralistas, e que o
repertório toma forma. Para que uma apresentação aconteça, é necessário muito
ensaio e dedicação por parte do grupo, “o êxito do trabalho coral está diretamente
relacionado com a qualidade do treinamento aplicado durante os ensaios”
(FIGUEIREDO, 1990, p. 5). Conforme o autor, o planejamento dos ensaios é uma
das mais importantes responsabilidades do regente, pois o ensaio é o espaço
de aprendizagem no canto coral, assim um bom planejamento, irá aumentar a
eficiência da aprendizagem.
158
TEMA 3 | O REGENTE
159
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
Para que isso ocorra, antes de ensaiar uma peça com o grupo o regente
precisa primeiramente estudar a música assim como a regência dela. O regente
precisa estudar bem a música, ter domínio sobre o que será cantado por cada voz
e sobre a harmonia da música. Não tem como o regente chegar no ensaio inseguro
com a música, sem estudá-la, pois, isso fará com que o grupo se sinta desmotivado
e trará insegurança para o grupo. O regente precisa também estudar a regência
dessa peça, identificando os pontos em que precisará auxiliar os coralistas com
os seus gestos. Uma boa forma de estudo de uma peça é diante do espelho ou
gravando a regência para que depois você possa assistir e identificar os pontos
que precisam ser melhorados.
Para não cair em uma rotina, é importante que o ensaio traga algo novo,
o que demanda criatividade por parte do regente, “costumo sempre dizer que
todo bom ensaio tem uma pulsação, um ritmo. As coisas vão acontecendo quase
como se houvesse um metrônomo marcando essas pulsações. A manutenção
desse ritmo ajuda na concentração do coro e do regente” (FIGUEIREDO, 2006, p.
8). Dessa forma, identificamos a importância de um bom planejamento do ensaio,
uma vez que cada ensaio é único, não se pode adotar um mesmo trabalho para
todos os ensaios.
160
TEMA 3 | O REGENTE
5 REGÊNCIA CORAL
Conforme Zander (2003, p. 16), regência “em música significa dirigir,
conduzir um grupo de executantes, músicos ou cantores, dentro de uma certa
unidade musical, guiada pelos gestos das mãos, do corpo e, até certo tempo, por
expressões fisionômicas”. Na regência coral, como a maior parte dos coralistas
são cantores amadores, exige um maior trabalho em conjunto entre o regente e
os coralistas, assim como um maior convívio. Esse maior convívio permite que
o regente muitas vezes utilize gestos especiais e particulares, uma vez que os
coralistas possuem um maior contato com o regente conseguem compreender
esses gestos. Todavia, é importante salientar a importância de o regente seguir os
gestos universais de regência, uma vez que assim todos os grupos entenderão os
seus gestos. Assim como possui uma notação musical universal para que possa
ser compreendida por todos, desse modo também funciona com os gestos da
regência.
A regência possui um gestual que é comum tanto para a regência coral quanto
para a regência orquestral, mas a regência coral possui algumas especificidades. Um
regente consegue reger tanto uma orquestra quanto um coro, mas tanto a regência
orquestral quanto a regência coral possuem características específicas. Podemos
comparar essa diferença com os instrumentos musicais, cada instrumento musical
possui uma característica para ser tocado, mesmo que o instrumento seja parecido,
da mesma forma o grupo é o instrumento do regente, assim o coro possui certas
características, assim como a orquestra também possui. A marcação gestual é a
mesma, mas a condução do trabalho possui algumas especificidades.
161
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
DICAS
Para ser regente de canto coral, não é necessário saber tocar vários
instrumentos, mas é importante saber cantar. O regente de coro não precisa ser
um exímio cantor solista, mas ele precisa conhecer o seu próprio instrumento
que é o canto, precisa conhecer a respiração, a técnica vocal e isso influenciará na
sua regência. É importante também que o regente consiga tocar um instrumento
musical. Geralmente os regentes utilizam o piano no acompanhamento do
canto coral, isso não significa que o regente precisa ter grande domínio sobre
o instrumento, à ponto de conseguir executar um concerto, mas precisa ter o
conhecimento para tocar a música que irá ensaiar com o seu grupo, para estudar
a peça que irá trabalhar com o seu grupo (VIZANI, 2013).
162
TEMA 3 | O REGENTE
FIGURA 14 – BATUTA
O gestual do regente é universal, mas cada regente vai trazer a sua inter-
pretação para a música. Assim, é possível observamos diferentes corais cantando
a mesma música, e cada coral irá interpretar essa música de forma diferente.
DICAS
163
UNIDADE 3 | EDUCAÇÃO VOCAL: CANTO COLETIVO E CANTO CORAL COMO EDUCAÇÃO MUSICAL
LEITURA COMPLEMENTAR
164
[...] é possível conceituar como competência qualquer conjunto de
habilidades (desenvolvidas a partir de conhecimento teórico e prático), classificadas
segundo algum critério: por exemplo, um médico pode ter competência técnica/
médica (habilidades de saber diagnosticar a doença, saber prescrever o tratamento
adequado etc.) e competência interpessoal (habilidades de saber interagir com
o paciente, saber trabalhar em conjunto com médicos de outras especialidades,
etc.), entre outras [...]. Ao lado das habilidades que compõem cada competência,
estas são integradas por saberes teóricos, de caráter aplicativo menos imediato,
mas que decerto embasam a capacidade de ação do regente coral.
165
Na concepção de Zander (2003, p. 29): “além de conhecer a tradição
da prática coral, a autenticidade na interpretação de seus diferentes estilos, é
preciso, sem juízo destes, fazer com que eles sejam não só válidos historicamente,
mas também vivos em nossa atualidade” [...]. O papel que um regente tem na
condução de seu grupo musical envolve, assim, a capacidade de liderar o grupo
e motivar cada um de seus componentes, levando-os a uma vivência musical
realmente proveitosa do ponto de vista pessoal e comunitário.
166
• saber aprender com os coralistas;
• saber corrigir as falhas musicais e vocais;
• saber exemplificar, demonstrar;
• saber usar analogias e ilustrações;
• saber propiciar o desenvolvimento dos outros;
• saber aperfeiçoar-se;
• saber transmitir os conhecimentos musicais e vocais de maneira clara e eficaz
(o necessário para cantar e para a vida do coralista).
167
• Saber estimular a criatividade do coral: promover atividades de criação e
improvisação, incentivando a criatividade.
• Saber mobilizar recursos materiais: saber mobilizar recursos financeiros e
materiais, criando sinergia entre eles.
• Saber representar e ser porta-voz do grupo frente a instituições.
• Saber negociar em prol do grupo.
• Saber criar uma rede de contatos (conhecer o ambiente coral e as oportunidades
para o grupo).
• Saber obter e transmitir informações “privilegiadas” (formal ou informalmente)
aos coralistas.
• Saber procurar oportunidades para aperfeiçoar o grupo.
Max Rudolf (1950, p. 9), em sua clássica obra The Grammar of Conducting,
coloca: “parte músico, parte ator, o regente exerce uma arte que não é facilmente
definida”. De fato, corais constituem-se, ao mesmo tempo, como grupos
de aprendizagem musical, desenvolvimento vocal, integração e inclusão
social, sendo ambientes permeados por complexas relações interpessoais e
de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o ofício da regência coral requer de
seu praticante um conjunto de habilidades inter-relacionadas referentes não
somente ao preparo técnico-musical, mas também à gestão e condução de um
conjunto de pessoas que buscam motivação, educação musical e convivência
em um grupo social (AMATO, 2007; 2008). Adjacentes a tais habilidades estão
os saberes interdisciplinares – educacionais, musicais, fonoaudiológicos,
históricos etc. –, os quais, em sinergia, conduzem a uma prática de canto em
conjunto concomitantemente gratificante aos seus participantes e aos ouvintes,
com desempenho social e musicalmente ativo.
168
RESUMO
• O regente não é aquele que somente rege o grupo, mas que precisa acabar
assumindo várias funções à frente do seu grupo. Além do papel específico
de regência, que é ensaiar e conduzir o grupo, dos vários papéis que o
regente assume à frente do coro, ele precisa também assumir o papel de:
empreendedor, controlador de distúrbios, administrador de recursos,
negociador, liderança e professor.
• A liderança do regente não deve ser uma liderança autoritária, mas sim uma
liderança conquistada pela relação que ele estabelece com o seu grupo. Para
assumir esse papel de liderança sobre o seu grupo, ele precisa estabelecer uma
gestão participativa. Essa gestão participativa influenciará diretamente na
motivação do grupo.
• Como o regente precisa assumir vários papéis, isso demanda que o regente
tenha vários conhecimentos e habilidades como: conhecimento na área de
técnica vocal, ouvido apurado para questões de afinação, timbre, precisão
rítmica, desenvoltura com questões analíticas e musicológicas, domínio do
repertório e das questões interpretativas de natureza estilística, muita cultura
geral, literária e artística, uma apurada técnica de resolução de problemas,
capacidade de gerência de problemas entre pessoas, de liderança de longo
prazo associada a um certo carisma.
169
• O ensaio deve seguir uma estrutura: introdução, preparação técnica,
desenvolvimento, conclusão, avaliação e avisos finais. Apesar da sua estrutura
ser definida, o ensaio deve ser um momento dinâmico, no qual cada ensaio
deve ter uma variedade de exercícios e abordagens, para não se tornar uma
atividade monótona.
• Conforme Zander (2003, p. 16), regência “em música significa dirigir, conduzir
um grupo de executantes, músicos ou cantores, dentro de uma certa unidade
musical, guiada pelos gestos das mãos, do corpo e, até certo tempo, por
expressões fisionômicas”.
• A regência possui um gestual que é comum tanto para a regência coral quanto
para a regência orquestral, mas a regência coral possui algumas especificidades.
A marcação gestual no trabalho com os dois grupos é a mesma, mas a condução
do trabalho possui algumas especificidades.
• Na regência coral geralmente não se usa batuta, uma vez que, no coro, os
cantores estão mais próximos, assim eles conseguem visualizar facilmente o
regente, não necessitando da ampliação do movimento por meio da batuta.
Como no coro, as obras possuem texto, isso demanda uma expressividade
contínua. Para reger essa expressividade o regente utiliza os movimentos e
gestos das mãos e dos dedos.
• O gestual do regente é universal, mas cada regente traz a sua interpretação para
a música. Assim é possível observamos diferentes corais cantando a mesma
música, e cada coral interpretará essa música de forma diferente.
CHAMADA
170
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.
a) ( ) F – V – F – V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
171
3 O ensaio é um momento muito importante, no qual há ocorre o ensino e o
aprendizado musical, a integração do grupo e o ensaio do repertório. Os
ensaios não podem ser todos iguais, mas eles possuem uma estrutura pré-
definida. Analise os momentos que compõem a estrutura de um ensaio:
I- Desenvolvimento.
II- Conclusão.
III- Preparação técnica.
IV- Avaliação.
a) ( ) I – II – III – IV.
b) ( ) I – III – IV – II.
c) ( ) III – I – II – IV.
d) ( ) III – IV – I – IV.
172
REFERÊNCIAS
AMATO NETO, J.; AMATO, R. de C. F. Organização do trabalho e gestão
de competências: uma análise do papel do regente coral. Gepros: Gestão da
produção, operações e sistemas, Bauru, v. 2, n. 2, p. 89-98, jan./abr. 2007.
BEHLAU, M.; REHDER, M. I. Higiene vocal para o canto coral. Rio de Janeiro:
Revinter, 1997.
173
BEZERRA, W. S. O canto coral no Brasil: traçados sobre uma prática
de educação musical. In: CONGRESSO NACIONAL DE PRÁTICAS
EDUCATIVAS, 1., 2017, [s.l.]. Anais COPRECIS. Campina Grande: Realize
Eventos Científicos & Editora, 2017.
174
especificidades. 2017. 243 f. Tese (Doutorado) – Curso de Música, Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
175
em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/36118/R%20
-%20D%20-%20ROGERIA%20TATIANE%20SOARES%20FRANCHINI.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 27 abr. 2020.
GOULART, D.; COOPER, M. Por todo canto: método de técnica vocal. São
Paulo: G4 Edições, 2002.
176
MÚSICA, 26., 2016, Belo Horizonte. Anais do XXVI Congresso da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música. Belo Horizonte: Anppom,
2016. p. 1-8.
KERR, S. Carta canto coral. In: FIGUEIREDO, C. A. et al. Ensaios: olhares sobre a
música coral brasileira. Organização Eduardo Lakschevitz. Rio de Janeiro: Centro
de Estudos de Música Coral, 2006. p. 118-143.
177
REGÊNCIA Coral com Maestro Marcelo Vizani. Petropólis: Cordas e Música,
2013. (28 min.), color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=58S-
ZtuOW34. Acesso em: 30 abr. 2020.
178
GABARITO DAS
AUTOATIVIDADES
UNIDADE 1
TEMA 1
179
2 Sobre o canto nos diferentes períodos históricos, assinale a alternativa
CORRETA:
TEMA 2
180
2 Sobre o canto nos diferentes períodos histórico, assinale a alternativa
CORRETA:
a) ( ) Romantismo.
b) ( ) Barroco.
c) (X) Século XX.
d) ( ) Classicismo.
TEMA 3
181
b) ( ) O ensino de música se difundiu por todo o Brasil, uma vez que as famílias ti-
nham condições financeiras para contratar professores particulares de música.
c) (X) Em 1843, o ensino de música ganhou força com a criação do Conservatório
de Música do Rio de Janeiro.
d) ( ) As mulheres passaram a fazer parte dos coros ligados à igreja.
UNIDADE 2
TEMA 1
( ) Todos os grupos vocais no Brasil são formados por grupos mistos, ou seja,
fazem parte desses grupos tanto homens quanto mulheres.
( ) Os grupos universitários estão ligados ao departamento de música das
universidades.
( ) Nos últimos anos surgiram vários grupos corais de terceira idade.
( ) No Brasil temos mais coros profissionais do que amadores.
182
2 Sobre as diferentes classificações vocais e divisão de vozes conforme a faixa
etária, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O coro juvenil é formado por adolescentes que estão passando pela muda
vocal, assim sua divisão de vozes pode ser SATB.
( ) Um coralista da terceira idade possui a mesma classificação vocal de quando
era jovem.
( ) O coro infantil com crianças até oito anos é classificado em vozes infantis,
sendo divididos assim em sopranos e contraltos.
( ) As vozes adultas são classificadas em soprano, mezzo-soprano, contralto,
tenor, barítono e baixo, sendo que no coro geralmente as vozes intermediárias
se incorporam às outras vozes.
a) (X) V – F – V – V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
3 Cada faixa etária apresenta características vocais diferentes, desse modo, cada
coro, que é formado conforme a faixa etária, apresenta diferentes divisões de
vozes. Com relação à classificação vocal, é CORRETO afirmar:
TEMA 2
183
A alternativa que apresenta a sequência CORRETA é:
a) ( ) V – F – V – V.
b) (X) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – V.
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) F – F – F – V.
c) (X) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
3 Existe uma postura ideal que devemos ter enquanto estamos cantando. Com
relação à postura no canto, é CORRETO afirmar:
a) ( ) A postura ideal para se cantar sentado é idêntica a postura em pé, mas com
as costas apoiadas no encosto da cadeira.
b) ( ) Não se deve preocupar tanto com a postura nos ensaios, uma vez que a
maioria das pessoas já possuem uma boa postura.
c) (X) Uma boa postura está vinculada à respiração, que influencia diretamente
no canto.
d) ( ) Os exercícios de postura e relaxamento têm como objetivo buscar o
equilíbrio entre a tensão muscular e o relaxamento corporal.
TEMA 3
184
( ) A prática vocal pode prevenir e até reverter a perda da flexibilidade vocal
das crianças.
( ) O coro é um lugar no qual a criança pode se expressar.
a) ( ) V – F – V – V.
c) (X) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.
e) ( ) V – V – F – F.
3 A prática coral traz vários benefícios para as pessoas, benefícios esses que
podem ser emocionais, sociais, educacionais. Com relação aos benefícios
emocionais da prática coral, é CORRETO afirmar:
a) ( ) As pessoas tímidas não conseguem participar do coro, uma vez que elas
precisam se expor.
b) (X) A prática coral pode ajudar na redução de sintomas como ansiedade e
estresse.
c) ( ) Ao participar do coro, as crianças precisam ter a mesma dedicação e
disciplina dos adultos, o que auxilia no amadurecimento delas.
d) ( ) O regente é o único responsável pelo sucesso do grupo, isso influencia na
motivação do grupo.
185
UNIDADE 3
TEMA 1
I- Inteligência vocal.
II- Consciência auditiva.
III- Recursos audiovisuais.
IV- Prática de interpretação.
186
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) (X) II – IV – I – III.
b) ( ) IV – II – III – I.
c) ( ) IV – III – II – I.
d) ( ) I – III – IV – II.
TEMA 2
I- Dó3.
II- Mi3.
III- Sol3.
IV- Si3.
V- Lá3.
( )
( )
187
( )
( )
( )
a) ( ) O trabalho realizado com crianças deve incluir o lúdico, nesse sentido os termos
musicais devem ser evitados, uma vez que elas não conseguem compreendê-los.
b) ( ) É mais fácil trabalhar com adolescentes do que crianças no canto coral, por serem
maiores é possível repetir com eles mais vezes os exercícios e as atividades não
precisam de adaptações.
c) ( ) A prática coral com adultos é uma das mais fáceis de se trabalhar, uma vez que a
maioria deles já teve participou do canto coral na escola.
188
d) (X) Uma das grandes dificuldades que se pode encontrar na prática coral com
a terceira idade é a falta de memória, o que pode causar uma dificuldade de
percepção rítmica, auditiva, falta de atenção e concentração.
TEMA 3
2 Para exercer os vários papéis à frente de um coro, o regente precisa ter vários
conhecimentos. Sobre esses conhecimentos que o regente precisa ter, assinale
V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
I- Desenvolvimento.
II- Conclusão.
III- Preparação técnica.
IV- Avaliação.
a) ( ) I – II – III – IV.
b) ( ) I – III – IV – II.
c) (X) III – I – II – IV.
d) ( ) III – IV – I – IV.
190