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A CATEGORIA POLÍTICA-CULTURAL DA AMEFRICANIDADE

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Professor: Lucio Lugão de Macedo.


Grupo de Seminário:
Thais Paixão França 20190020664
Paulo R. Mendes de Oliveira 20220030013
Vitor Fonseca Costa 2017365252

Em sua obra "A categoria políticocultural da Amefricanidade" denuncia a discriminação


racial na própria definição da língua materna brasileira, misturando o português com elementos
linguísticos africanos. Sobre o conceito Lélia afirma, "O que eu chamo de "pretoguês" é apenas
um sinal da africanização do português falado no Brasil. O estilo tonal e rítmico das línguas
africanas que foram trazidas para o Novo Mundo mostra uma faceta pouco explorada da
influência negra na formação histórico-cultural do continente.
Lélia sinaliza não apenas o pretoguês, mas também desenvolve a categoria
Amefricanidade, que propõe uma abordagem combinada "do racismo, do colonialismo, do
imperialismo e de seus efeitos". A autora afirma que an Amefricanidade é uma experiência de
sair da ótica antropologica europeia e pensar "de dentro" as culturas indígenas e africanas, desse
modo, devolvendo o protagonismo dessas culturas as quais ricamente moldaram a nossa
liguagem policultural. Assim, constratando com as interpretações históricas eurocêntricas, que
são centradas na visão de mundo do pensamento moderno europeu. Diferentemente do conceito
de Amefricanidade conceituado pela autora, pois segundo ela, a amefricanidade engloba todo o
processo histórico de cultura intensa e dinâmica (adaptação, resistência), referindo-se a modelos
como a Jamaica e o akan, que é o modelo dominante. Já no Brasil, ela cita os modelos de
modelos ioruba, banto e ewe-fon como fontes. Como resultado, ela nos leva a construir uma
identidade étnica completa da qual torna-se notório os elementos do pan-africanismo estam
intimamente ligados à noção de amefricanidade.
Ainda sobre sua escrita, Lélia narra como a construção identitária nacional foi construida
sob a ciência determinista do século 19, com a institucionalização social do racismo como
“ciência”, além do auxílio de anos de construção ideológica de superioridade cultural e
messiânica pela igreja europeia.
Ela ainda pontua sobre a estratégia utilizada pelos países europeus durante a colonização
quanto a internalização da “superioridade” do colonizador, ou da inferioridade de tudo que se
constituiu aparte de sua lógica de civilização, em aspectos linguísticos, culturais, entre outros
elementos os quais compõem uma sociedade.
Além disso, são mencionados outros aspectos inconscientes, como a categoria freudiana
de objeto parcial (Partialobjekt), que se refere a partes do corpo ou equivalentes simbólicos que
são visados pelas pulsões parciais. No contexto brasileiro, é ressaltada a concentração de
fantasias sexuais em torno do objeto parcial da bunda, que tem influência linguística africana e
remete à presença negra na cultura brasileira.
Referente a linguagem, e como ela sofre com a perspectiva do colonizador, Lélia aborda
como grandes contribuidores da cultura brasileira não foram reconhecidos em razão dessa visão
racisma implementada, citando como exemplos Abdias Nascimento e Franz Fanon, os quais
receberam seu reconhecimento nacionalmente apenas quando outra nação europeia o fez. Além
disso, muitos desses nomes só recebem sua notoriedade pós morte, desse modo, podemos
perceber como o ciclo se desenvolve pelo reconhecimento que somente é adquirido mediante aos
padrões institucionalizados ou a ratificação realizada pelos países europeus e/ou potênciais
mundias, como estados unidos. Dessa forma, tudo que for distinto desse modelo segue
marginalizado e desvalorizado. Por isso, a posição adotada por Lélia se mostra como a chamada
para uma coletiva resistência a qual ela menciona, pois por meio do reconhecimento dos
elementos presentes culturalmente e etimologicamente na formulação identitária nacional
podemos prosseguir com nossa complexidade multicultural.
Neste sentido, em relação a proposta de materiais relacionados a comunidade surda,
pudemos encontrar o estudo da inserção dos estudos étnicos raciais para surdos mediante a lei
11.645/08 da qual segundo a tese:
O entendimento acerca destas particularidades do surdo e o respeito às
diversidades e particularidades de cada sujeito, são fatores primordiais para
nortear as estratégias de ensino da proposta de intervenção aqui apresentada,
tendo como foco a cultura afro-brasileira em cumprimento da lei 11.645/08. A
Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da
história e cultura afrobrasileira e africana em todas as escolas, públicas e
particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. (FAMELLI, 2016,
p.13).
Este glossário, no qual contém atividades lúdicas em auxílio da identificação das palavras
de origem africana que são utilizadas no cotidiano para o ensino de surdos. Assim, tendo por
intuito promover a acessibilidade desta comunidade minoritária ao conhecimento acerca da
cultura africana e suas influências na cultura brasileira.
Bibliografia:

GONZALEZ, Lélia. A categoria política-cultural da Amefricanidade. In: HOLLANDA, Heloísa


B. Pensamentos feministas – Conceitos fundamentais. RJ: Bazar do Tempo, 2019.

FAMELLI, Walquíria Chagas de Castro. PALAVRAS DE ORIGEM AFRICANA UTILIZADAS


NO COTIDIANO: O glossário e atividades lúdicas como estratégias de ensino para surdos. MG,
2016.

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