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Plenarinha
Musicalidade
das infâncias:
de cá, de lá,
de todo lugar
VIII
Plenarinha
Governo do Distrito Federal
Secretaria de Estado de Educação
Musicalidade
das infâncias:
de cá, de lá,
de todo lugar Brasília, abril de 2020
Ficha técnica
Valdério Costa
Governador de Brasília Juliana Pereira de Melo Marcondes
Ibaneis Rocha Leda Carneiro Aguiar
Regina Lúcia Pereira Delgado
Secretário de Estado de Educação Teresinha Rodrigues Pereira
do Distrito Federal
João Pedro Ferraz dos Passos Colaboradores (Autores)
Augusto Charan Alves Barbosa Gonçalves
Subsecretário de Educação Básica Carla Patrícia Carvalho de Amorim
Tiago Cortinaz da Silva Daiane Aparecida Araújo de Oliveira
Maria Auristela Barbosa Alves de Miranda
Diretora de Educação Infantil Maria Luiza Dias Ramalho
Andréia Pereira de Araújo Martinez Murilo Silva Rezende
Paula da Silva Moreira Carvalho
Diretora do Ensino Fundamental Roberto Ricardo Santos de Amorim
Marli Dias Ribeiro Sara Paraguassú Santos do Vale
Tatiane Ribeiro Morais de Paula
Diretora de Serviços e Projetos
Especiais de Ensino Revisão de Conteúdo
Ana Karina Braga Isac Andreia Pereira de Araújo Martinez
Música é arte.................................................................................................................... 32
Desenvolvimento da musicalidade infantil....................................................................... 35
Corpo sonoro-musical...................................................................................................... 39
Seres de possibilidades.................................................................................................... 54
Cronograma..................................................................................................................... 83
Para registrar................................................................................................................… 84
Referências...................................................................................................................... 85
Valdério Costa
Passarinho
Passarinho saiu do ovo
e se encantou com o que ouviu
de onde viriam tantos sons,
quem os criou, quem os sentiu?
Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar meia volta e encontrar a das crianças na Primeira Infância e torná-las
criança que existe em cada um de nós? E de- partícipes na elaboração da primeira versão do
pois, vamos dar uma volta e meia e cantar? E ba- Currículo em Movimento da Educação Básica
tucar, e tocar, e dançar e cirandar?!?!?! – Educação Infantil (2014, 1ª ed.). Essa experi-
A VIII Plenarinha – Musicalidade das In- ência prosperou e no decorrer dos anos seguin-
fâncias: de cá, de lá, de todo lugar – nos convida tes, os temas foram escolhidos em consonância
a desenvolver nossa consciência musical, a ima- com o Currículo e com a participação efetiva
ginar e criar possibilidades para propiciar às das crianças, suscitando o desenvolvimento de
crianças momentos que tenham significado para novas políticas e organização do trabalho peda-
elas e que estejam repletos de musicalidade. gógico para a Educação Infantil, considerando
Mas antes disso, vamos retomar, breve- as crianças e suas relações sociais no centro do
mente, a história da Plenarinha na Secretaria de processo educativo.
Estado de Educação do Distrito Federal. “Eu cidadão, da Plenarinha à Participa-
A Plenarinha é um projeto da Subse- ção”, foi o tema da II Plenarinha, em 2014, e teve
cretaria de Educação Básica-SUBEB, organiza- como principal objetivo possibilitar às crianças
do pela Diretoria de Educação Infantil-DIINF e da Educação Infantil o exercício de cidadão ati-
realizado por toda comunidade escolar, voltado vo, conhecedor de seus direitos e deveres.
prioritariamente, à Educação Infantil e ao pri- Em 2015, a III Plenarinha teve como
meiro ano do Ensino Fundamental, da rede pú- tema “Escuta sensível às crianças: uma possibi-
blica de ensino do Distrito Federal. lidade para a (re)construção do Projeto Político
Esse projeto teve início no ano de 2013, Pedagógico”, que subsidiou e instrumentalizou
com o objetivo de fortalecer o protagonismo o debate em torno da (re)elaboração do Projeto
Fica a dica:
A ação pedagógica não se limita a um
momento estanque da Plenarinha Local,
Regional ou Distrital. Esses momentos
são importantes para compartilhar tudo o
Autoria Luís Gustavo | CEI 310 do Recanto das Emas
que foi vivenciado pelas crianças, ao lon- Professora Bel | 2º Período da Educação Infantil
go do ano letivo. Portanto, as crianças têm
o direito de vivenciar as sonoridades, as
músicas e sua musicalidade, no dia a dia,
de forma a se fazer realidade sua autono-
mia em seu processo de constituição de
aprendizagem e desenvolvimento.
1- Na sua opinião, o que é fundamental para o práticas educativo musicais a partir do corpo
desenvolvimento da musicalidade dos bebês? dos bebês, precisamos primeiro falar do corpo
Em primeiro lugar, é fundamental entender que da mãe, do pai, da cuidadora ou cuidador, da
bebê é esse. Considerá-lo como um ser em sua professora ou professor, enfim, do organizador
totalidade afeto-intelecto. E, também, enxergá- do espaço social educativo musical.
-lo como um ser de possibilidades! Todo adulto em seu percurso histórico-cultu-
Em segundo lugar, precisamos ter a consciên- ral, vive inúmeras experiências musicais. Es-
cia de que os bebês vivem no estado do sem- sas experiências, vão se constituir em vivên-
pre-presente, no agora! E não como seres que cias que serão a base para o desenvolvimento
precisam se desenvolver corporalmente para de suas musicalidades. Infelizmente, vivemos
poder aprender. numa sociedade em que impera o mito da
E, finalmente, é necessário que os bebês este- amusicalidade, ou seja, o senso comum de
jam num ambiente encharcado de experiências que somos seres desprovidos de musicalida-
musicais e, sobretudo, cercado de afetos positi- de (PEDERIVA e TUNES, 2013). Esse fenômeno
vos com carinhos, massagens e aconchego. Isso afeta as pessoas, que dizem não ter ritmo, que
exige, também, que os adultos responsáveis por não sabem cantar ou tocar um instrumento, en-
esses bebês estejam vivendo esse tempo pre- fim, que não sabem nada de música!
sente do agora com os bebês. Outro agravante é que no processo de escolari-
zação os nossos corpos são aprisionados e per-
2- Como é possível pensar em práticas edu-
demos muito a noção da nossa corporeidade.
cativo musicais a partir do corpo dos bebês?
Então, o primeiro passo para pensar em práticas
Na constituição humana, o outro precede o eu.
educativo musicais a partir do corpo dos bebês,
Chamamos isso de alteridade, parte essencial
é trabalhar o despertar da própria consciência
na teoria de Vigotski. Então, quando falamos em
Leandro Vaz
relação das crianças com diferentes
possibilidades de produções sonoras,
constitui a base para a experimenta-
ção com intencionalidade musical. As- crianças maneiras de emissões sonoras desses ob-
sim, é fundamental promover a educação musical jetos ligadas à atividade musical. Além disso, criar
utilizando objetos comuns do contexto educativo histórias sonorizadas com objetos, com o corpo e
na rotina da escola da infância/creche. com a voz, pode ser muito divertido e proporcio-
No desenvolvimento da musicalidade das crian- na o envolvimento ativo das crianças, ampliando as
ças temos essa tríade que é a criança, o adulto e possibilidades para a expressão e desenvolvimen-
o objeto sonoro (do corpo ou objetos), além dos to de suas musicalidades.
seus pares, que são as demais crianças. Então, 10- Voltando à sua base teórica, para Vigot-
o acesso a objetos é fundamental, pois a mani- ski a brincadeira é uma atividade guia de
pulação desses permite às crianças experimen- primordial importância para o desenvolvi-
tarem diferentes timbres e diferentes sonori- mento infantil, nesse sentido, como você
dades. Sobretudo, atividade musical educativa, percebe a relação da brincadeira com a ati-
deve permitir uma experiência musical carre- vidade musical?
gada de afetos, alegria e brincadeiras. A utilização do corpo como fonte de experimen-
Então, podemos realizar atividades musicais tação, criação, escuta atenta e organização do
educativas com objetos comuns que não tragam gesto musical, permite que a prática se enraíze
risco à integridade física das crianças, como a vida real. No Batuca Bebê a percussão corporal
baldinhos de plástico, copinhos de metal, colhe- é desenvolvida com atividades que consistem
res de pau, panelas, latas de leite, lenços colo- em jogos e brincadeiras, buscando a alegria, a
ridos, enfim, uma grande variedade de objetos diversão e a felicidade.
do dia a dia. Podemos, também, preparar choca- Na medida em que os bebês começam a orga-
lhos em garrafas plásticas utilizando diferentes nizar seus gestos musicais, esses sons e movi-
tipos de sementes, por exemplo. mentos começam a fazer parte do seu repertório
A professora ou professor pedagogo pode incenti- sonoro musical. Então, em momentos mais soli-
var a livre manipulação enquanto canta uma canção tários ou partilhados, ele vai brincar com esses
de roda, por exemplo. Pode ainda usar gravações elementos sonoros musicais, explorando, organi-
de diferentes estilos musicais e realizar marcações zando e criando novas combinações.
rítmicas por meio dos objetos, indicando para as Percebo a brincadeira totalmente imbricada
Você sabia?
Na pré-história, há cerca de 50.000
anos, no continente africano, os homens
primitivos começaram a desenvolver rea-
ções sonoras vocais baseadas na escuta e
percepção dos fenômenos da natureza. A
música das tribos primitivas não era escrita,
mas transmitida oralmente a cada geração.
Autoria Davi | CEI 02 de Planaltina
Professora Suellen | 2º Período da Educação Infantil Além do canto, há indícios de instrumentos
musicais antigos que foram encontrados
Em tudo e em todos há som, diversos sons... em sítios arqueológicos, como apitos e
A sonoridade sempre esteve presente... flautas de ossos de animais, que datam de
O ser humano, ao longo do curso da 40.000 a.C. (PUBLIFOLHINHA, 2013).
história, percebeu seu corpo e que ele produ-
zia som; percebeu a natureza e que nela existia
Pederiva e Tunes (2013) tratam desse
som. Percebeu, pensou, imaginou, experimen-
processo inicial do surgimento da música, que
tou e criou... Criou novos sons com seu corpo,
tem relação com o início da fala humana.
criou instrumentos que produziam sons e, criou
As autoras esclarecem que o homem
o seu ambiente sonoro-musical.
primitivo emitia sons expressivos, vocalizações,
O ser humano percebeu a si, o outro, o
um tipo de comunicação mais elementar, acom-
grupo e os materiais que existiam. Pensou sobre
panhados de gestos, sinais, expressões faciais
a realidade sonora. Percebeu o seu meio natural
e postura corporal, para demarcação de ter-
e social e produziu cultura, pensando, organizan-
ritório, aviso de perigo, entre outras situações.
do, imaginando e criando sons... Criando música.
Nesse início, o som comunicativo estava ligado à
A percepção e o pensamento, aos pou-
atividade prática, em meio a uma situação real.
cos, permitiram ao ser humano, tomar consci-
Tratava-se de uma comunicação ativa. O desli-
ência da realidade, orientando seu compor-
gamento dos sons e gestos da atividade prática
tamento. Para Vigotski (2012), consciência é a
surgiu muito tempo depois. A sonoridade ex-
propriedade estruturante do comportamento
pressa pelos hominídeos, estava mais próxima
humano. Perante a ação do comportamento, a
da estrutura musical do que da fala semântica,
realidade concreta passou por inúmeras trans-
Você sabia?
Música é a organização de sons e
Autoria Hiago | CEI 304 do Recanto das Emas
Professora Jéssica | 2º Período da Educação Infantil silêncio, podendo ser composta por
melodia, harmonia e ritmo (SCHAFER,
Falar sobre o universo sonoro-musical e 2009). Vale destacar que mesmo que
as experiências das crianças, permeadas pelo a música não tenha letra, ela é música.
trabalho pedagógico intencional, requer trazer Nesse sentido, não é recomendado
para o epicentro da conversa a pluralidade cul- proibir um determinado gênero ou
tural do nosso território e da diversidade das estilo musical por conta da letra. É
infâncias. Afinal, um dos grandes desafios da importante que a diversidade musical
educação, seja em qualquer de suas etapas, é faça parte do contexto de educação
materializar-se em uma educação efetivamente coletiva, evidenciando assim, o respeito
democrática, que reconhece, acolhe, considera a identidade musical de cada criança. Os
e inclui a pluralidade cultural das crianças no mais diversos estilos e gêneros musicais
processo pedagógico. podem fazer parte do contexto educativo,
Como expressa o Currículo em Movi- destacando as sonoridades existentes
mento (2018), o Distrito Federal é um território em sua composição musical.
com características próprias forjadas na consti-
tuição social, cultural e histórica de diferentes
pessoas de todos os Estados do país, estrangei- Sousa e Nascimento (2015), com base nos
ros, povos indígenas, comunidades remanes- estudos de Vigotski, indicam que a compreensão
centes quilombolas, a geração que aqui nasceu, da música, de qualquer tipo, como ato criativo, ge-
entre outros, e essa multiplicidade, que constitui ralmente associada a um ideal mistificado, restrito
sua singularidade, precisa ser contemplada nas a alguns grandes artistas, pode romper com essa
práticas educativas da Educação Infantil e dos ideia e, também, com a hierarquização ou juízo de
anos iniciais do Ensino Fundamental. valor entre os variados gêneros musicais. Assim,
A música é uma área do conhecimen- compreender a música nessa perspectiva, é pen-
Livro A Musicalidade
dos bebes. Educação e sificam – as vozes, as conversas, os acalantos, os
desenvolvimento
sons que a natureza produz ou que são produzidos
pelo contexto cultural – compreendem as sonori-
dades captadas pelos bebês. E, aos poucos, eles
desenvolvimento. Entendendo, também, que começam a reagir a essas sonoridades, com olha-
a Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino res, movimentos corporais, balbucios, entre outras
Fundamental, não são os únicos lugares propí- possibilidades (MARTINEZ e PEDERIVA, 2020).
cios para o desenvolvimento da musicalidade
infantil, pois pode acontecer nos mais diversos
contextos aos quais as crianças têm acesso. Por- Você sabia?
tanto, é importante considerar os conhecimen- Acalanto; nana-nenê, dorme-nenê;
tos e saberes que as crianças já trazem consigo, canção ou cantiga de berço, canção ou
exercitando o respeito e empatia à identidade cantiga de ninar, de embalar, de acalentar;
musical de cada uma. e canção para adormecer menino: todas são
As experiências sonoro-musicais das designações brasileiras para as canções
crianças ocorrem muito antes delas nascerem, entoadas, comumente, para conduzir ao
pois quando ainda estão no ventre materno, são sono as crianças pequenas (MACHADO,
capazes de captar as sonoridades internas e 2012, p. 12). O acalanto é uma experiência
externas do corpo de sua genitora. Na 12ª se- sonoro-musical carregada de estados
mana de gestação, já existe um funcionamento afetivos e de processos educativos, que
primitivo do sistema auditivo fetal. Na 16ª, o feto dizem respeito aos traços históricos
é capaz de ouvir sons abafados. Por volta da 21ª e culturais de um determinado povo
semana, acredita-se que ele seja capaz de ouvir (MARTINEZ e PEDERIVA, 2020). Era uma
e distinguir a voz materna claramente, ou outras prática muito comum, mas será que está
vozes que fazem parte de sua experiência sono- se perdendo nos novos tempos?
ra constante. E por volta da 24ª semana, começa
crianças, comunidades, povos, nações, exer- Ou seja, é imerso na cultura, nas práti-
citando o respeito e empatia. Ouvir e perce- cas sociais de colaboração e união entre os in-
ber as sonoridades, as fontes sonoras, como divíduos-sociais, em meio às experiências, nas
os sons são organizados. Ouvir, perceber,
Sugestão de atividade
Uma sugestão de atividade, é fazer por meio dos acalantos. Muitos acalantos
uma pesquisa entre as crianças e, também, abordam temáticas que podem suscitar o
com os familiares sobre acalantos. Pergun- medo nas crianças. Conversar com elas so-
tar para as crianças se seus familiares can- bre esses sentimentos.
tam acalantos para elas ou se já cantou e Pode-se também, propor uma
quais eram. Fazer as mesmas perguntas para brincadeira de casinha, para as crianças
os familiares, se eles cantam acalantos para entoarem para as outras crianças ou bo-
suas crianças, em quais momentos, quais necas os acalantos que aprenderam, ima-
são as canções. Com o intuito de perceber ginando e brincando que estão embalan-
se a atividade do acalanto é uma prática que do suas filhas e filhos para dormir.
está se perdendo nos tempos atuais. Depois, Agora, fica o convite para você pen-
pode-se compartilhar com as crianças aca- sar quais Campos de Experiências e quais
lantos de vários povos, para elas ouvirem e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvi-
cantarem, percebendo a melodia, o ritmo, as mento podem ser trabalhados por meio des-
sonoridades, as histórias que são contadas sas atividades realizadas com as crianças.
Valdério Costa
Já ouviu o coração de um bebê pulsan- vimento da musicalidade. Ou seja, todos nós, hu-
do por meio de um ultrassom? Certamente, uma manos, possuímos musicalidade possível de ser
experiência indescritível para muitas mães e desenvolvida e educada na cultura (MARTINEZ
pais. O som do coração é o indicador de que a e PEDERIVA, 2020). Todos possuímos um corpo
vida pulsa e que um bebê está a caminho. sonoro-musical (AMORIM, 2016).
Ainda no ventre da mãe, a pele do bebê Sendo assim, uma vez que a música é,
é formada ao mesmo tempo que o Sistema Ner- basicamente, a organização dos sons dentro da
voso Central. A pele está na base da formação do cultura, o ambiente social, geralmente, o ambien-
corpo do bebê, e envolve, dentre outras coisas, te familiar, será o campo em que os bebês terão
toda a estrutura cerebral e todos os órgãos senso- suas primeiras experiências musicais depois do
riais que constituem a audição, a visão, o olfato, o nascimento. Então, o contato com as músicas da
paladar e o tato. É também, o maior órgão do Cor- sua casa, da creche, da escola da infância, en-
po Humano. Por isso, a pele é considerada como fim, as músicas da vida real, serão fundamentais
a matriz de todos os sentidos (MONTAGU, 1998). para o desenvolvimento de sua musicalidade.
Vale a pena lembrar que quando éra- E o que é musicalidade? Basicamente
mos um pontinho minúsculo, flutuando na barri- é a capacidade que as pessoas tem de organi-
ga da nossa mãe, nossa pele já vibrava. E é bem zar os sons dentro de sua cultura (GONÇALVES,
intrigante saber que o crescimento do embrião, 2017). Por exemplo, quando cantarolamos uma
até se tornar um feto, começa na fecundação canção debaixo do chuveiro, ou batucamos um
que forma uma célula única, tão pequena quanto ritmo na mesa acompanhando uma música do
o ponto final dessa frase. Spotify, estamos organizando os sons de forma
Isso é assustador e ao mesmo tempo divi- musical e, por mais que isso possa parecer algo
no, não acha? O mais interessante é que as primei- distante das grandes estrelas do show businnes,
ras experiências sonoras acontecem no corpo do é sim, uma forma de expressão da musicalidade.
bebê desde a barriga da mãe. Esse fato se torna Como vivemos em uma cultura em que
muito importante quando pensamos no desenvol- a música está presente no cotidiano de todas as
vimento da musicalidade humana. Significa dizer, pessoas, é fácil discernir que o essencial para o
que quando o bebezinho nasce, já traz marcado desenvolvimento da musicalidade acontece no
na pele uma trajetória de vivências sonoras que dia-a-dia da vida real. Além disso, é possível con-
aconteceram durante o período de sua gestação. cluir, que a música é uma necessidade humana.
O que isso quer dizer? Que todo ser hu- Por ser assim, no percurso da nossa his-
mano é dotado, desde o ventre, de experiências tória somos e nos tornamos seres musicais, do-
sonoras que são fundamentais para o desenvol- tados de um corpo sonoro musical. Isso porque
PARTES DO CORPO
LETRA DA CANÇÃO SOLFEJO CORPORAL
PERCUTIDAS
UM, DOIS, TRÊS TUM, TUM, TUM
PEITO
INDIOZINHOS TUM, TUM, TUM, TUM
QUATRO, CINCO, SEIS DOM, DOM, DOM
BARRIGA
INDIOZINHOS DOM, DOM, DOM, DOM
SETE, OITO, NOVE TXA, TXA, TXA
COXAS
INDIOZINHOS TXA, TXA, TXA, TXA
DEZ TXUM
NUM PEQUENO TXUM, TXUM, TXUM, TXUM PÉS
BOTE TXUM, TXUM
Agora, fica o convite para você pensar quais Campos de Experiências e quais Objetivos
de Aprendizagem e Desenvolvimento podem ser trabalhados por meio dessas atividades
realizadas com as crianças.
Todos os sons que foram percebidos, cional e consciente, voltando-se para os sons,
compõem a paisagem sonora em que você está para vivenciá-lo (PEDERIVA e GONÇALVES,
neste momento. Paisagem sonora é um conceito 2018). A consciência sobre os sons é essencial
criado pelo autor e compositor Murray Schafer, para o desenvolvimento da musicalidade huma-
em 1970, e é “[...] qualquer campo de estudo na, que pode ser guiado por meio de atividades
acústico. Podemos referir-nos a uma composição que tenham como centralidade as vivências das
musical, a um programa de rádio ou mesmo a pessoas com as paisagens sonoras, a exemplo
um ambiente acústico como paisagens sonoras” do convite realizado no início desse texto.
(SCHAFER, 2011, p. 23). Ou seja, cada ambien- Em relação a atividade de imaginar as
te que os seres humanos vivenciam é, também, sonoridades do trânsito, pode-se solicitar que
uma paisagem sonora. A casa, rua, campo, esco- os sons imaginados sejam compartilhados e,
la, cachoeira, clube, praia, parquinho, shopping, em seguida, conversar sobre o que nos agrada
trilha, entre outros, cada local possui suas sono- e desagrada acerca dessa paisagem sonora.
ridades, que podem ser da natureza ou criadas Perceberemos que alguns podem narrar an-
pelos seres humanos, em seu meio cultural. gústia, queixando-se da demora e monotonia
Alguns sons são tão comuns e recorren- dentro de um carro. Outros podem relatar sa-
tes em nosso cotidiano, que muitas vezes, dei- tisfação com a paisagem sonora, pois é nela
xamos de notá-los, outros, mesmo sendo mais que encontram a oportunidade de vender aos
raros, passam despercebidos. Para que consiga- motoristas alguns produtos, como água, pipo-
mos perceber a paisagem sonora em que esta- ca etc. Cada pessoa se relaciona com distin-
mos, é necessário desenvolver a escuta atenta, tas paisagens sonoras e possui suas próprias
esta diferencia-se da escuta casual, pois é inten- vivências, portanto, um som emitido por uma
Numa perspectiva trazida por Martinez e Pederiva (2017), com o objetivo de or-
ganizar um espaço social educativo que de fato possibilite às crianças enriquecer suas
experiências musicais, vamos pensar em espaços, tempos e materiais que:
• Sejam povoados por variedade de objetos dispostos ao alcance das mãos das
próprias crianças (bebês, crianças bem pequenas, crianças pequenas e demais
crianças) para que elas brinquem, toquem, ouçam, sintam e experimentem as
possibilidades sonoro-musicais;
• Tenham diferentes objetos que possibilite a exploração sonora pelas crianças,
que não precisam ser, necessariamente, instrumentos musicais convencionais ou
a tradicional bandinha, pode ser instrumentos produzidas pelas próprias crian-
ças ou qualquer objeto que produza som, a exemplo: os utensílios de cozinha
servem como “instrumento musical” e para pesquisa sonora;
• Ofereçam materiais em sua forma original e objetos adaptados, construídos ou
reconstruídos, materiais reciclados, recursos sonoros da própria natureza, afinal
a música está em toda parte;
• Ofertem uma diversidade de espaços – sala de referência, outros espaços do contex-
to de educação coletiva ou em sua redondeza, como grupos musicais da comunida-
de, ou até mesmo, passeios para contextos em que as crianças possam ampliar sua
experiência musical, como concertos, orquestras e demais apresentações musicais.
Então, como fazer com as crianças sur- nora, Haguiara–Cervellini (2003) nos lembra
das? Podemos responder: faça igual com as que nossa pele é o maior órgão e que nos per-
crianças não surdas. A gente, de antemão, vai mite sentir e ter inúmeras sensações, Martinez
conhecendo, no cotidiano escolar, como cada (2017) nos convidada a perceber que o desen-
uma se desenvolve, o que gosta, o que não gos- volvimento dessa musicalidade acontece desde
ta, o que aceita de forma leve, e o que tem re- os primeiros dias de vida.
sistência. O que a deixa alegre e triste. Neste No trabalho com a música para e com to-
ínterim, as possibilidades de atividades musi- das as crianças, registramos que, se nosso olhar
cais são apresentadas de maneira a proporcio- estiver voltado para centralidade do corpo da
nar uma participação de todas, mas sabemos criança, muitas das atividades se tornam aces-
que nem sempre todas assim a desejam. Pre- síveis para as crianças surdas, também. Lem-
cisamos também, aprender a respeitar essas brando que a oferta das atividades deve ser, em
situações e procurar caminhos que irrompam todo tempo, voltada para todas elas, respeitando
a rigidez nas atividades, concedendo o máxi- e considerando a especificidade do desenvolvi-
mo de liberdade, com a responsabilidade de mento de cada uma.
educadores que somos, para que as crianças Já foi mencionada a importância de
surdas se sintam à vontade para tal (DE PAULA as atividades propostas fazerem sentido para
e PEDERIVA, 2018). as crianças, logo, quando o objetivo da ativi-
E quais atividades oferto para elas? dade é ligado diretamente ao uso de alguma
Lembram da questão do corpo? Pois bem, Amo- música, faz-se necessário que a criança sur-
rim (2016) nos fala que nosso corpo é fonte so- da tenha acesso, minimamente, ao conteúdo
Valdério Costa
Sugestão de atividade
Como mencionado, a brincadeira é sugerido, por parte da intérprete, e combina-
a dança das cadeiras. Na primeira rodada, a do com toda a turma, que ao realizar deter-
professora passou a música e a criança surda, minado sinal, o ritmo dos passos ao redor da
ao perceber o movimento dos demais crian- cadeira seriam mais rápidos ou lentos, e por
ças, sabia que a música havia parado e que fim, ao sinal de parar, todos sentariam.
era o momento de procurar uma cadeira para As músicas cantadas pelas crianças
sentar. A segunda rodada, ao percebermos eram cantigas de roda, as quais foram, pre-
que daquela maneira não fazia muito sentido, viamente, explicadas para a criança surda.
visto que ela não ouvia a música e nem sa- Neste momento, não houve a preocupação da
bia a hora exata de sentar, independente de interpretação da música, até porque, o foco
sua capacidade em perceber os movimentos, da brincadeira não estava diretamente liga-
resolvermos combinar que ao levantar de do a letra, mas aos movimentos ao redor da
mãos da professora, era o momento de todos cadeira, aos gestos e sinais combinados para
sentarem. Ainda incomodadas, professora e que a brincadeira fosse acessível a todos.
intérprete, resolveram fazer diferente. Como Diante dessa atividade, fica o con-
as crianças estavam cantando as músicas ao vite para você pensar quais Campos de
redor das cadeiras, e isso possibilitava a rea- Experiências e quais Objetivos de Apren-
lização de movimentos mais rápidos ou len- dizagem e Desenvolvimento podem ser
tos, conforme a música que tocava, então foi oportunizados às crianças.
Sugestão de atividade
Como sugestão de atividade com as crian-
que nós não temos experiências musicais, muito
ças, pode-se realizar uma roda de conversa
menos, que as crianças não as têm.
sobre as músicas que elas ouvem em casa.
Seja por meio da escuta, da experimen-
É importante deixar as crianças desenvol-
tação de instrumentos convencionais ou não, de
ver sua oralidade por meio da fala e é im-
uma brincadeira, de uma paródia, de uma ativi-
portante deixá-las cantar as músicas que
dade rítmica ou da descrição de uma experiên-
costumam ouvir, compartilhando suas expe-
cia musical (BRITO, 2003), o importante é deixar
riências, oportunizando a ampliação do re-
a imaginação fluir, não só das/nas crianças, mas
de todos que organizam o espaço social educa- pertório e o respeito pela identidade musi-
tivo. É preciso promover, provocar, ofertar mate- cal do outro. A partir desse momento, outras
riais diversificados, proporcionar experiências, atividades podem ser realizadas, como por
e isso só é possível se quebrarmos o paradigma exemplo, cantar as músicas acompanhadas
de que a música não é para todos. por percussão corporal ou por instrumen-
Assim, reafirmamos a ideia de que a tos musicais convencionais ou não, cantar
vida, também, é uma escola e, cabe a nós, pro- as músicas em diferentes ritmos, fazer pa-
fessoras ou professores, de música ou não, inte- ródias a partir das músicas compartilhadas,
grar o cotidiano, bem como as experiências das entre outras possibilidades.
crianças, mostrar que o fazer musical é de todos, Diante dessa atividade, fica o convite para
para todos e deve ser feito com todos, sem me- você pensar quais Campos de Experiên-
dos, preconceitos ou barreiras, basta ter vontade. cias e quais Objetivos de Aprendizagem e
Desenvolvimento podem ser oportuniza-
dos às crianças.
Valdério Costa
Basta caminhar próximo às salas de Ensino Fundamental, do que poderia acontecer,
Educação Infantil para ouvir o que há de mais oportunizando conhecimentos musicais pró-
musical na maioria das escolas da Educação prios e essenciais para o desenvolvimento mu-
Básica. Essa talvez, seja a etapa que mais opor- sical das crianças.
tunize o contato das crianças com a música. Há, Mas antes de falar da importância de
no entanto, que voltarmos nossa atenção para compreendermos a música como uma área de
as atividades musicais que são desenvolvidas, conhecimento, é importante salientar que ela é
levantando algumas questões. Existem conhe- utilizada, muitas vezes, com funções lúdicas, em
cimentos e vivências musicais específicas em momentos de introdução, fixação e rememora-
meio a essas atividades? Ou a música se resume ção de conteúdos, em que a música se configura
apenas à organização de tempos e espaços? Ou em práticas inovadoras.
ainda, a música é apenas utilizada como um re- O próprio fato de utilizarmos a música
curso pedagógico? Ou ainda, como uma forma para o desenvolvimento das linguagens oral e
mecanizada para treinar as crianças para algu- escrita, da capacidade de expressão, da socia-
ma apresentação específica? lização e da ambientalização, entre outros, en-
Os questionamentos podem parecer fatiza as perspectivas que se pode ter acerca
análogos, mas reúnem em si as circunstâncias do uso da música. O importante aqui, é refletir-
que diferenciam a música que acontece na Edu- mos sobre a música como área de conhecimen-
cação Infantil e, até mesmo nos anos iniciais do to, ou seja, uma área que possui conhecimentos
Sugestão de atividade
Valdério Costa
ainda que sem perceber, diversas expressões artísticas.
Ao combinar músicas, sons e histórias é possível propor-
cionar experiências de composição, apreciação e per-
formance, potencializando o desenvolvimento As canções também, podem fazer parte
da expressão, percepção, interpretação, caráter da sonoplastia. Elas têm a capacidade de abrir
expressivo, uso da voz, manuseio de instrumen- e fechar as narrativas, caracterizar personagens,
tos, imaginação e criação, motivando as crianças situações, distinguindo-os e ambientando as his-
para as possibilidades sonoras. tórias. A todo esse conjunto chamamos de trilha
Sonorizar histórias é uma atividade que, sonora, que pode ser composta, especialmente,
pela sua praticidade, envolve as crianças e con- para determinada história ou aproveitada de
siste em tornar sonoro uma trama por meio de músicas já conhecidas.
instrumentos musicais convencionais ou não, do Ao falar de histórias sonorizadas é fácil
corpo, da voz e de melodias que passam a in- lembrar das canções que, por si só, já conduzem
tegrar a narrativa tornando-a dinâmica e provo- a uma narrativa. Quem não se lembra da “Linda
cando diversas sensações e emoções. É a cha- Rosa Juvenil”? Essas histórias cantadas fazem,
mada técnica da sonoplastia! em sua maioria, parte do cancioneiro popular
Segundo Reys (2011) a sonoplastia pode e são conhecidas pelas crianças, professoras
ser usada com o objetivo de simplesmente, am- e professores e, há gerações continuam sendo
bientar a narrativa, atribuir expressão às cenas cantadas e representadas.
e estimular a imaginação dos ouvintes. Neste Certamente, às histórias sonorizadas ca-
caso, a percussão: chocalhos, folhas de raios X, bem o encanto de levar os envolvidos, sejam pro-
tampinhas, molho de chaves, tambores, sacos fessoras ou professores e crianças, ouvintes e con-
plásticos, folhas secas, paus de chuva, cocos, bi- tadores, às experiências ligadas a arte: música,
locas, instrumentos musicais convencionais ou artes visuais, teatro, dança, criação de cenários e
não, e tantos outros objetos podem ser utilizados figurinos, sonorização e composição. É justamen-
na busca por timbres e sonoridades que se adé- te esta característica que faz dela uma atividade
quem a cenas (personagens, sentimentos, sons que tende a respeitar as diferenças, pois permite
da natureza, entre outros). diversos tipos de participação: aquele que não
Livro Livro Danças Livro De todos os Livro Jogos e Livro Lenga La Livro Música em
Barangandão Circulares cantos do mundo Brincadeiras Lenga Diálogo
Barulhinho musicais
Pensando a transição
A música é indispensável para a formação integral e
estética dos indivíduos (DISTRITO FEDERAL, 2018). Você sabia?
A música é um dos campos de conhe- Na Educação Infantil, em
cimento do componente curricular Arte e no respeito às crianças, optamos em usar
Currículo em Movimento do Distrito Federal, alguns termos, como por exemplo, no lugar
é compreendida como um conhecimento hu- de “escola” usamos “escola da infância”
mano e como “técnica social dos sentimen- ou “contexto de educação coletiva”, pois
tos”, assim denominada por Vigotski (1999). se trata de um espaço em que a infância
Nessa perspectiva, não é um dom, algo que o precisa ser privilegiada considerando as
sujeito traz consigo desde o nascimento. An- especificidades das crianças e, também, em
tes, é necessário “educar o desenvolvimento relação ao segundo termo, trata-se de um
da musicalidade das pessoas em quaisquer contexto de educação, como tantos outros,
condições sociais” (DISTRITO FEDERAL, mas que envolve muitas crianças que
2018, p. 97). convivem juntas diariamente, destacando
Uma vez que aqui nos ocupamos da o caráter coletivo desse espaço
Plenarinha, política pública da Secretaria de (CARVALHO e FOCHI, 2017).
Estado de Educação do Distrito Federal, que
atende às crianças da Educação Infantil e pri-
Pensando a transição, devemos levar
meiro ano do Ensino Fundamental, faz-se ne-
em conta as experiências vividas pelas crianças
cessário discutir as transições que passam as
em sua trajetória de vida, respeitando sua indivi-
crianças nos contextos de educação coletiva.
Valdério Costa
Autoria Sophia | CEPI Sagui (CRE Brazlândia) Autoria Sophia | CEPI Sagui (CRE Brazlândia)
Professora Michelle | 2º Período da Educação Infantil Professora Michelle | 2º Período da Educação Infantil
MODALIDADE
HORÁRIA
CARGA
HORÁRIA
CARGA
CURSO OBJETIVO PÚBLICO
Professores e
Música e
coordenadores
inclusão: Explorar possibilidades pedagógicas
pedagógicos que
Vivências e vivenciadas no processo de construção
Híbrido
atuam na Educação
produção de e uso de instrumentos musicais feitos a 60h
Infantil e Anos
instrumentos partir de materiais acessíveis e reutilizáveis
Iniciais do Ensino
musicais de forma inclusiva e interdisciplinar.
Fundamental, e na
alternativos
Educação Inclusiva.
Professores e
coordenadores
Musicalidade Ampliar conhecimento e desenvolver
Presencial
pedagógicos que
em ação: estratégias para o trabalho pedagógico com
atuam na Educação 60h
Saberes e música conforme disposto no Currículo
Infantil e Anos
vivências em Movimento do Distrito Federal.
Iniciais do Ensino
Fundamental.
Rodas de Professores e
Refletir sobre o brincar e sua importância
brincar: coordenadores
no âmbito educacional e as manifestações
Músicas, pedagógicos que
Híbrido
nte
cleo Bandeira ntil
toria Pietro | CEI 01 do Nú Período da Educação Infa
Au Cristina | 2º
árcia
Professora M
Valdério Costa
no Distrito Federal
Nome do projeto: mo, melodia, timbre, harmonia, cores sonoras,
MUSICALIZAÇÃO INCLUSIVA ambientes sonoros, sonoridade, etc...).
Nome da Instituição:
Polícia Militar do Distrito Federal Justificativa: A educaçãomusical é um pro-
cesso de construção do conhecimento, que tem
Responsável: Ten. Roberto Cardoso
como objetivo despertar e desenvolver o gosto
Público alvo: Crianças com ou sem
musical, favorecendo o desenvolvimento da sen-
diagnósticos de 9 meses a 4 anos e 6 meses
sibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer
Local de realização: Academia de de ouvir música, da imaginação, memória, con-
Polícia Militar de Brasília, Área Especial centração, atenção, autodisciplina, do respeito ao
1, Setor Policial Sul, Sala 1 – Brasília-DF próximo, da socialização e afetividade, também
Carga horária: 45 minutos por semana contribuindo para uma efetiva consciência cor-
Formas de ingresso: Inscrição gratuita poral e de movimentação. Significa desenvolver
conforme o número de vagas o senso musical das crianças, sua sensibilidade,
Período de inscrição: das 14h as expressão, ritmo, “ouvido musical”, isso é, inse-
18h, na sede da Banda de Música da ri-la no mundo musical, sonoro. As atividades
PMDF (Academia de Polícia Militar de educação musical permitem que a criança
de Brasília, Setor Policial Sul). conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua
noção de esquema corporal, e também, permi-
Objetivo geral: O objetivo primário do pro- tem a comunicação com o outro.
jeto é oferecer às crianças inscritas uma me-
lhora na qualidade de vida por meio da músi- E-mail p/contato:
ca, proporcionando contribuições para o seu pmdfmusicalizacaoinclusiva@gmail.com
desenvolvimento integral, por meio de apren- Telefone p/contato:
dizado dos elementos básicos da música (rit- (61) 3190-6482 / (61) 999617832
Parque Diversom
Nome da Instituição: Udigrudi Produções Justificativa: O foco principal do Parque Diver-
Responsável: Luciano Porto som é despertar a percepção auditiva por meio
da associação de sons e movimentos, proporcio-
Público alvo: Crianças de
nando um ambiente lúdico de experimentação
todas as idades / famílias
sonora. É formado por brinquedos tradicionais e
Local de realização: Por projeto
originais, acoplados a aparatos sonoros que são
– o parque é itinerante
acionados pelo movimento do brincante.
Carga horária: Livre
Formas de ingresso: Livre E-mail p/contato: lucport@gmail.com
Período de inscrição: Não é necessário Telefone p/contato: (61) 981 430 093
Objetivo geral: Proporcionar uma experiên-
cia lúdica com brinquedos sonoros.
á)
do Parano
lto Interlagos (CRE til
A fan
ola Classe ucação In
yan | Esc | 1º Período da Ed
Autoria R ian e
Crist
Professora
nte
cleo Bandeira ntil
| CEI 01 do Nú Período da Educação Infa
Autoria Théo a Cristina | 2º
M árci
Professora
Valdério Costa
Divulgação do tema: Estudo do tema
“Musicalidade das e início do
infâncias: de cá, de desenvolvimento do
lá, de todo lugar”. projeto nas Unidades Março Abril
Escolares (Públicas
e Parcerias). Estudo do tema Estudo do tema
Observação
Devido a pandemia do COVID-19, e seguindo as recomendações
da OMS, este ano não indicamos no cronograma as etapas
Locais, Regionais e Distrital, para evitar aglomerações.
Ressaltamos que podem ocorrer alterações posteriores,
caso acorram novas orientações acerca do coronavírus.
Valdério Costa
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Educação Infantil. Secretaria de Estado de Educação
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