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Alberto Caeiro

Fingimento artístico: o poeta bucólico

- é o Mestre, por não procurar um sentido para a vida, contentando-se com aquilo que vê e sente em
cada momento e constituindo um ponto original a partir do qual todos os outros “eus” existem

- poeta do campo (bucólico), sem formação, que vive em plena comunhão com a Natureza

- deslumbra-se pelas coisas simples e naturais percecionadas pelo seu olhar

- contudo, a sua visão era idealizada e o seu aparente bucolismo apenas esconde apreciações abstratas

- Este poeta fingidor opõe o seu fazer poético, simples e ingenuo, ao dos outros poetas que trabalham os
versos artificialmente.

- O seu fingimento artístico consiste em fazer crer que não há lugar para a intelectualização das
emocoes, surgindo a criação artística de forma espontânea

Reflexão existencial: o primado das sensações

- as sensações permitem captar a essência da realidade, tal como o olhar ingenuo da criança

- a visão é o sentido primordial do poeta

- assim como a natureza, não pensa, não crê em nada, limita-se a existir

- é o criador do sensacionismo – privilegia a perceção sensorial e não procura conhecer o que está para
lá do que vê e sente

- aceitação serena da realidade – não recorda o passado nem pensa no futuro

- exprime sensações aparentemente espontâneas mas que na verdade são produto de uma reflexão

- Caeiro finge ser o mais sensacionista mas é cerebral e a sua poesia é pensada e trabalhada – falsa
ingenuidade/inconsciência do poeta

Outros tópicos relevantes

- preconizador do objetivismo absoluto, que lhe permite recusar um envolvimento emocional

- rejeição/recusa total do pensamento – atitude antimetafísica: evita conhecer ou adivinhar o sentido


oculto das coisas

- defensor de que o pensamento deturpa a compreensão da realidade

- lirismo instintivo e espontâneo

- identificação e comunhão com a natureza


- poeta deambulante, absorvido pela Natureza e por tudo o que observa – pastor por metáfora

- simbiose entre o sujeito poético e a natureza, conhece-a em profundidade e vive de acordo com ela

- revela-se em paz consigo mesmo

- bucolismo: contacto com a natureza a fim de com ela estabelecer uma relação harmoniosa,
perfeitamente integrado nos seus ritmos

- a reflexão interfere na contemplação da natureza (o pensamento está entre o sp e a mesma)

- integra-se na Natureza – deslumbra-se com a constante renovação do ciclo das estacoes

- poesia clara, com linguagem coloquial, simples e concreta, que não respeita regras poéticas. É a
expressão instintiva de pensamentos

- simplicidade sintática e recurso habitual ao presente do indicativo

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