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PROJECTO TECNOLÓGICO
13ª CLASSE
Luanda, 2023
INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL DE LUANDA
PROJECTO TECNOLÓGICO
13ª CLASSE
Turma: QP13A
Turno: Manhã
Orientador
Joaquim Quimonha
FICHA DE APROVAÇÃO
EPÍGRAFE
Aos nossos pais, que de maneira incansável sempre nos apoiaram e nos forneceram
recursos que tornaram possível a realização deste trabalho.
Aos nossos professores, tutores, e colegas que de forma directa e indirecta nos ajudaram
no desenvolvimento deste trabalho.
AGRADECIMENTO
Primeiramente queremos agradecer a DEUS por nos conceder o dom da vida e por nos
conceder o dom da sabedoria e o dom do entendimento para conseguirmos desenvolver este
trabalho.
Agradecemos aos nossos pais por apostarem em nós e por terem nos ajudado de forma
directa e indirecta na realização deste trabalho.
Aos nossos professores, colegas e amigos por nos encorajarem e por nos auxiliarem no
processo de desenvolvimento do trabalho.
RESUMO
O presente trabalho tem como objectivo realizar um estudo detalhado sobre a produção
de GIN artesanal com base no álcool etílico obtido a partir do sorgo. O GIN artesanal é uma
bebida destilada que tem ganhado cada vez mais popularidade nos últimos anos. Sua produção
artesanal permite uma maior personalização e diferenciação, conferindo características únicas
a bebida. Neste estudo, será abordado o processo de produção de GIN artesanal com base no
álcool etílico obtido a partir do sorgo, desde a obtenção do álcool etílico a parir do sorgo,a
seleção dos ingredientes até as etapas fundamentais que constituem o processo de produção do
GIN, fermentação e destilação. Serão também analisados aspectos como a escolha dos
botânicos para o aprimoramento dos parâmetros organolépticos, técnicas para extrair os aromas
dos botânicos, de em outros. Espera-se que este trabalho contribua para o aprimoramento da
produção de GIN artesanal com base no álcool etílico obtido a partir do sorgo, bem como para
o conhecimento e apreciação desta bebida pelos consumidores.
The present work aims to carry out a detailed study on the production of artisanal GIN
based on ethyl alcohol obtained from sorghum. Craft GIN is a distilled drink that has gained
more and more popularity in recent years. Its artisanal production allows for greater
customization and differentiation, giving the drink unique characteristics. In this study, the
process of producing artisanal GIN based on ethyl alcohol obtained from sorghum will be
covered, from obtaining ethyl alcohol from sorghum, the selection of ingredients to the
fundamental steps that constitute the GIN production process. , fermentation and distillation.
Aspects such as the choice of botanicals to improve organoleptic parameters, techniques for
obtaining ethyl alcohol from sorghum, and others will also be analyzed. It is expected that this
work will contribute to the improvement of the production of artisanal GIN based on ethyl
alcohol obtained from sorghum, as well as to the knowledge and appreciation of this drink by
consumers.
FICHA DE APROVAÇÃO................................................................................................................ 3
EPÍGRAFE ....................................................................................................................................... 4
DEDICATÓRIA ................................................................................................................................ 5
AGRADECIMENTO ........................................................................................................................ 6
RESUMO .......................................................................................................................................... 7
ABSTRAT ......................................................................................................................................... 8
ÍNDICE DE FIGURA...................................................................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 14
1.4. OBJECTIVOS....................................................................................................................... 19
1.5. METODOLOGIA.................................................................................................................. 20
E. RECTIFICAÇÃO ...................................................................................................... 34
2.3.1. DESTILAÇÃO DE GIN À VÁCUO ........................................................................... 36
RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................................... 49
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 50
APÊNDICE ..................................................................................................................................... 52
ANEXOS ......................................................................................................................................... 53
GLOSSÁRIO .................................................................................................................................. 56
1. INTRODUÇÃO
De acordo com o parágrafo II, do artigo 12º do Decreto 6.871/2009, que regulamenta a
Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o
registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas:
“II - bebida alcoólica: é a bebida com graduação alcoólica acima de meio por cento em
volume até cinquenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, a saber:
O gin artesanal, é uma bebida destilada que tem ganhado bastante popularidade nos
últimos anos. Ele é feito de forma individualizada, com ingredientes selecionados e um
processo de produção cuidadoso.
Diferente do gin produzido em larga escala, o gin artesanal busca resgatar técnicas
tradicionais e valorizar sabores únicos. Os produtores artesanais muitas vezes utilizam
ingredientes locais e frescos, como ervas, especiarias e frutas, para criar um produto de
qualidade e personalidade.
Neste trabalho, que tem como objectivo geral estudar o processo de produção de gin
artesanal com base no álcool etílico obtido a partir do sorgo, forneceremos informações valiosas
para produtores e apreciadores desta bebida destilada e para o aprimoramento da produção do
GIN artesanal.
Além disso, o gin artesanal permite uma maior experimentação e inovação. É comum
encontrarmos gins envelhecidos em barris de carvalho, que trazem notas amadeiradas ao
produto final. Também é possível encontrar gins com infusões de ingredientes exóticos, como
pimenta rosa, lavanda ou chá verde.
Em resumo, o gin artesanal com base de álcool etílico obtido apartir do sorgo é uma
opção interessante para quem busca uma experiência sensorial diferenciada. Com sua
diversidade de sabores e a preocupação com a qualidade dos ingredientes, ele se tornou uma
alternativa apreciada pelos amantes da boa bebida.
1.1. JUSTIFICATIVA
A produção de GIN artesanal com base no álcool etílico obtido a partir do sorgo tem
atraído a atenção de destilariais e produtores independentes como uma oportunidade de
inovação e diferenciação. No entanto, a falta de conhecimento científico sobre o tema dificulta
o desenvolvimento de produtores de qualidade e o estabelecimento de padrões confiáveis. Com
a evolução da produção de bebidas alcóolicas artesanais, começou a surgir a necessidade de
se realizar um estudo abrangente sobre a produção de GIN artesanal com base no álcool etílico
obtido a partir do sorgo, afim de fornecer informações científicas valiosas para produtores,
entusiastas e consumidores.
1.2. PROBLEMA
Como produzir GIN artesanal utilizando o álcool etílico obtido a partir do sorgo?
1.3. HIPÓTESE
1.4. OBJECTIVOS
❖ Estudar a produção de GIN artesanal com base no álcool etílico obtido a partir do
sorgo.
O gin é uma bebida destilada descoberta em 1650 pelo holandês Francisco de la Boe,
com o objetivo de criar um remédio renal de baixo custo. Ele acrescentou óleo de zimbro ao
etanol destilado, pois essa planta já era conhecida por sua capacidade diurética.
De acordo com Alcarde (2016), no final do século XVII o gin foi levado à Inglaterra
através de soldados que voltavam da guerra nos Países Baixos e começou a competir com as
bebidas da época, como rum e conhaque. Como essas bebidas eram importadas das Índias
Ocidentais e França, respectivamente, em 1688 o rei inglês William de Orange proibiu essas
importações como uma forma de incentivar a produção doméstica de gin.
Com o impulso da Revolução Industrial no século XVIII, o gin se alastrou pelas classes
mais populares. Porém como a produção era doméstica e não fiscalizada, havia muita
contaminação, principalmente com metanol, levando a intoxicação de várias pessoas. Devido a
isso, foi decretado o Gin Act¹ que regulamentava e licenciava os produtos.
O Gin é uma bebida destilada alcóolica feita principalmente de ceriais, como cevada ou
trigo, podendo ser feita também com outros tipos de alcóol. Ela obrigatoriamente deve levar
zimbro em sua composição, o que traz as características específicas dessa bebida. Em 1269, os
médicos usavam o zimbro em suas preparações devido à sua reputação como diurético (odiamos
declarar o óbvio desagradável, mas um diurético é algo que aumenta a excreção de urina). Por
séculos, compostos de zimbro infundidos seriam usados para tratar condições de estômago, rins
e fígado.
Geralmente, esta bebida é equilibrada com coentro e aromatizada com botânicos, como
casca de laranja, hortelã, frutas e diversas especiarias. O Gin é conhecido por sua versatilidade
em coquetéis e é uma das bebidas mais populares e versáteis do mundo e tem uma graduação
alcóolica de 3,5% e 54%, podendo a chegar a um teor superior.
A história remonta o século XVII, quando foi criado na Holanda como uma forma de
curar doenças. O Gin original é conhecido como jenever e tinha um sabor amargo e forte. No
século XVII tornou-se popular na Inglaterra, onde passou a ser produzido com uma formulação
mais suave e aromatizado com botânicos. A partir daí, o Gin tornou-se uma bebida popular em
todo o mundo.
Para a obtenção de álcool etílico a partir do sorgo que será utilizado na produção de GIN
artesanal, é necessário seguir um processo de fermentação e destilação.
O sorgo é um grão cereal cultivado em muitas partes do mundo, e possui alto teor de
açúcar, o que o torna uma matéria-prima ideal para a fermentação e produção de álcool.
O etanol de sorgo é muito semelhante ao etanol obtido de outras fontes, como cana-de-
açúcar ou milho. No entanto, o sorgo pode ser uma opção mais sustentável para a produção de
etanol, pois é uma planta que requer menos água e fertilizantes para crescer. Além disso, ele
pode ser cultivado em áreas com menor aptidão agrícola, contribuindo para a diversificação das
culturas.
O álcool etílico obtido a partir do sorgo pode ser utilizado como combustível veicular,
diminuindo a dependência dos combustíveis fósseis e reduzindo a emissão de gases poluentes.
Além disso, ele também pode ser utilizado na indústria química, na produção de produtos de
limpeza, desinfetantes e outros materiais.
Todas as bebidas alcoólicas passam pelo processo de fermentação, ou seja, toda bebida
destilada surge primeiro como fermentada.
2.2. FERMENTAÇÃO
A palavra fermentação vem do latim fervere, que significa ferver. Foi usada pela
primeira vez por Pasteur, que comparou o processo fermentativo à fervura, devido a liberação
de gases, fazendo lembrar a ebulição. Os processos fermentativos são controlados através da
escolha dos microorganismos, temperatura, pH adequado e substrato.
A molécula de glicose passa por doze etapas intermediárias antes de ser transformada
em etanol e gás carbônico. Além dos produtos principais, são formados acetaldeído, glicerol²,
2,3-butilenoglicol³, ácido succínico, ácido cítrico, entre outros produtos resultantes da
fermentação alcoólica, que contribuem para o sabor e aroma do produto fermentado. As fontes
de açúcares mais comuns para a realização da fermentação alcoólica são os monossacarídeos
com 6 átomos de carbono (C₆H₁₂O₆) glicose, frutose, galactose e manose (AQUARONE et al.,
2008).
Para a geração do etanol, muitas etapas e transformações químicas são necessárias por
parte da levedura, sendo que o processo fermentativo pode ser reduzido a três etapas principais:
a metabolização do monossacarídeo em piruvato (C₃H),₄O₃ em seguida, há descarboxilação
do piruvato levando a formação do acetaldeído (C₂H₄O) e gás carbônico (CO₂), e por fim, a
redução do acetaldeído em etanol, conforme figura 02 (p. 25) (FONSECA, 2020).
Fonte: https://vestibulares.estrategia.com/portal/biologia/fermentacao/
O processo fermentativo é composto por quatro fases distintas: fase lag, fase
exponencial, fase estacionária e fase de morte celular (figura 03, p.16). Todo processo
fermentativo passa por estas fases e a duração de cada uma varia conforme uma série de fatores
(YEASTLAB, 2018).
Conforme Reis e Ribeiro (2009 apoud PEREIRA et al., 2020) diversos factores afetam
a fermentação alcoólica como, fenômenos físicos: temperatura, pressão osmótica; químicos:
pH, oxigenação, nutrientes minerais e orgânicos e os fenômenos microbiológicos: espécie,
linhagem e concentração de levedura, contaminação bacteriana. Todos esses fatores têm
impacto diretamente no rendimento da fermentação e, também, na eficiência da conversão
do açúcar em etanol.
2.3. DESTILAÇÃO
Quando se aquece um líquido, que contenha dois ou mais constituintes, até ao seu ponto
de ebulição, a composição do vapor será normalmente diferente da do líquido. É esta diferença
na composição das duas fases em equilíbrio que constitui a base do processo de destilação.
a) Destilação diferencial;
b) Destilação Fracionada;
c) Destilação por Arraste;
d) Destilação integral ou de equilíbrio;
e) Rectificação.
A. DESTILAÇÃO DIFERENCIAL
Os destilados obtidos desta forma não estão 100% puros, apenas mais concentrados do
que a mistura original. Para obter graus de pureza cada vez maiores, pode-se fazer sucessivas
destilações do destilado. Como este processo é demorado e trabalhoso, utiliza-se em seu lugar
a destilação fracionada.
B. DESTILAÇÃO FRACCIONADA
Fonte: www.wikipédia.com
A uma certa altura um pouco acima da condensação anterior, o vapor torna a condensar-
se e escorrer para baixo. Esta seqüência é um ciclo que ocorre repetidas vezes por todo o
comprimento da coluna. Os vários obstáculos instalados na coluna forçam o contacto entre o
vapor quente ascendente e o líquido condensado descendente.
Muitos componentes dos óleos essenciais são substâncias de alto ponto de ebulição e
podem ser isolados através de destilação por arraste a vapor.
A técnica da destilação por arraste de vapor envolve duas substâncias imiscíveis: a água
e a mistura a ser destilada. De acordo com a lei de Dalton, a pressão total de vapor acima de
uma mistura de duas fases é igual à soma da pressão de vapor dois componentes puros
individuais.
onde:
Se esta mistura for destilada, o ponto de ebulição será a temperatura na qual a soma das
pressões de vapor é igual à pressão atmosférica, ou seja:
(2) pl + p2 = p = patm
Esta temperatura será menor do que o ponto de ebulição do componente mais volátil,
porque é evidente pela equação (2), que os dois líquidos contribuirão para atingir a pressão
atmosférica (Patm) e como conseqüência, não ocorrerá uma destilação no sentido comum do
termo, com o líquido fervendo à sua temperatura de ebulição, mas sim um arraste a vapor.
Quando uma mistura de líquidos imiscíveis for destilada, o ponto de ebulição da mistura
permanecerá constante até que um dos componentes tenha sido quase que completamente
destilado (desde que a pressão total independa das quantidades relativas dos dois líquidos), o
ponto de ebulição então se elevará até a temperatura de ebulição do líquido contido no balão de
destilação.
Destilação por Equilíbrio ou Destilação Flash é o caso mais simples de uma separação
por destilação. Destilação flash é uma técnica de separação em um único estágio, sendo
considerada uma expansão isoentálpica. Como exemplo, uma alimentação de mistura líquida é
bombeada através de um aquecedor para aumentar a temperatura e entalpia da mistura. A
alimentação então flui através de uma válvula e a pressão é reduzida, causando a vaporização
parcial do líquido. Normalmente, a corrente de alimentação (líquido) é aquecida num
permutador de calor, passando depois por um “flash” adiabático (despressurização rápida) que
dá origem a duas correntes saturadas, uma de líquido e outra de vapor, em equilíbrio. O tanque
“flash” permite facilmente a separação e remoção das duas fases.
Uma vez que a mistura entra com um volume grande o suficiente no vaso de flash, o
líquido e vapor se separam. Devido ao vapor e líquido estarem em contato antes da destilação
ocorrer, os produtos líquidos e vapores formados estão aproximadamente em equilíbrio. A
Destilação “Flash” só permite um grau de separação razoável se a diferença de volatilidade
entre os dois compostos a separar (A e B) for elevada. A Destilação Flash (comum nas refinarias
de petróleo) usa-se, normalmente, para um primeiro tratamento da mistura, sendo as duas
correntes produzidas submetidas a tratamentos de destilação subseqüentes. Também nos
sistemas de dessalinização da água se recorre a unidades sucessivas de Destilação Flash. A água
é aquecida e bombeada para um tanque a baixa pressão onde se vaporiza repentinamente. O
vapor que se forma é condensado e retirado como água pura. O líquido não vaporizado segue
para a unidade flash seguinte.
E. RECTIFICAÇÃO
Nos dois processos acima descritos, o vapor que sai do destilador em qualquer instante
está em equilíbrio com o líquido que fica e normalmente haverá apennas um pequeno aumento
na concentração do constituinte mais volátil. O mérito essencial da rectificação é que possibilita
a obteção de um vapor, que é substancialmente mais rico do que o líquido que fica na caldeira.
Esse é basicamente o método "embeber e ferver", mas como o nome sugere, o álcool é
re-destilado com botânicos sob vácuo e, então, reduzido à temperatura em que o etanol ferve.
Quanto mais forte o vácuo, mais baixa será a temperatura de fervura.
Essa é uma variação do método "embeber e ferver" que está sendo cada vez mais
utilizada pelos novos fabricantes. Cada botânico é embebido e fervido separadamente e, então,
os inúmeros resultados de cada botânico são misturados em conjunto para criar o gin finalizado.
2.4. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO ÁLCOOL ETÍLICO A PARTIR DO SORGO
PARA A PRODUÇÃO DE GIN ARTESANAL
Para a obtenção de álcool etílico a partir do sorgo que será utilizado na produção de GIN
artesanal, é necessário seguir um processo de fermentação e destilação.
Primeiro, o sorgo é moído e triturado para que seus grãos sejam quebrados e
processados. Esses grãos são então cozidos em água quente para extrair os açúcares presentes
no sorgo. Esse cozimento é realizado em um equipamento chamado mash tun, onde o sorgo é
misturado com água quente e mantido em uma temperatura adequada por um certo período de
tempo.
Durante o período de fermentação, que pode levar vários dias a uma semana, a levedura
irá consumir os açúcares e produzir álcool etílico, além de outros subprodutos como dióxido de
carbono. É importante controlar a temperatura e manter condições adequadas para garantir uma
fermentação saudável e eficiente.
Esse álcool etílico destilado pode ser utilizado como base para a produção do GIN. Para
isso, são adicionados os botânicos, que são compostos vegetais e especiarias que dão
características e sabores específicos à bebida. O GIN artesanal geralmente é produzido em
pequenas quantidades e possui um processo de destilação cuidadoso para obter um produto final
de alta qualidade e sabor único.
Vale ressaltar que o processo de obtenção de álcool etílico a partir do sorgo pode variar
de acordo com a técnica utilizada pelo produtor e as características desejadas para o GIN
artesanal. No entanto, o processo geralmente envolve os passos de moagem, cozimento,
fermentação e destilação descritos acima.
2.5. SELECÇÃO DOS INGREDIENTES
Cada marca se destaca por sua combinação única de ingredientes, dos quais as bagas de
zimbro são obrigatórias, por lei. O zimbro é o fruto ( baga ) de árvores do género juniperus da
família dos ciprestes, primos dos pinheiros originárias do hemisfério norte. Este é o único
ingrediente obrigatório em qualquer Gin.
Entre os ingredientes mais usados, além do zimbro, estão a canela, cascas de frutas
cítricas, sementes de coentro, pimenta-da-jamaica, raíz de alcaçuz, pimenta-do-reino, cássia,
farinha de amêndoa e outros. Mais de 100 botânicos diferentes são comumente utilizados para
aromatizar gins e algumas marcas individualmente podem conter de sete a vinte tipos. É o
equilíbrio desses ingredientes e a variedade dos métodos de destilação que dão às diferentes
marcas seus estilos distintos.
Botânico Sabor
Bagas de zimbro Agridoce e picante
Canela Picante
Cardamomo Picante e cítrico
Gengibre Ardente
Alcaçuz Amadeirado, agridoce
Fonte: Diffords guide (c2022).
❖ Embeber e ferver botânicos: Este é o mais tradicional e ainda mais comum método de
destilação de gin. Uma mistura de zimbro e outros botânicos são embebidos em um
destilado neutro, que teve reduzida sua força com água (normalmente a
aproximadamente 50% de teor alcoólico). Alguns produtores deixam os botânicos
embebidos por até 48 horas antes da destilação; outros acreditam que a maceração
"estufa" os aromas e então, destilam a mistura imediatamente. Seja qual for, assim que
a maceração é considerada concluída, a mistura é destilada em um alambique,
produzindo um destilado cheio de aromas e sabores dos botânicos. Água é adicionada
para reduzir à força do gin destilado ao teor de engarrafamento.
❖ Infusão por vapor: Com esse método, a mistura de zimbro e botânicos não entra em
contacto com o destilado de maneira alguma. Eles são colocados em cestas dentro de
alambiques modificados e só encontram o destilado como vapor. O vapor infundido de
botânicos então condensa em um destilado com infusão botânica e água é adicionada
para reduzir para o teor alcoólico de engarrafamento.
Os dois métodos acima podem ser combinados e realmente alguns destiladores usam
uma combinação de embeber e ferver com infusão por vapor. Nesse caso, alguns botânicos
serão embebidos no pote de fervura e o mesmo alambique tem uma câmara para colocar os
botânicos, através da qual a infusão de vapor do pote de fervura vai passar. Abaixo estão outras
variáveis que um destilador pode usar.
❖ SORGO
O sorgo é um cereal cultivado em diversas partes do mundo como alimento básico para
humanos e ração para animais. É uma planta da família das gramíneas, pertencente ao gênero
Sorghum. É também chamado milho-zaburro no Brasil, mapira (também grafado mapila)
em Moçambique e massambala em Angola.Existem várias variedades de sorgo, cada uma com
características distintas, mas em geral ele tem um ciclo de crescimento de 90 a 120 dias.
❖ Sorgo granífero: é um tipo de sorgo de porte baixo, altura de planta até 170cm, que
produz na extremidade superior, uma panícula (cacho) compacta de grãos. Nesse tipo
de sorgo o produto principal é o grão. Todavia, após a colheita, como o resto da planta
ainda se encontra verde, pode ser usada também como feno ou pastejo. O sorgo
granífero é o que tem maior expressão econômica e está entre os cinco cereais mais
cultivados em todo o mundo, ficando atrás do arroz, trigo, milho e cevada.
❖ Sorgo sacarino: é um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois metros,
caracterizado, principalmente, por apresentar colmo doce e suculento como o da cana-
de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e produz poucos grãos (sementes). Pode ser
utilizado como sorgo forrageiro, na forma de silagem e de corte. Todo sorgo sacarino
pode ser forrageiro. Apropriado para confecção de silagem e/ou como alternativa para
produção de açúcar e álcool. Sorgo sacarino ou sorgo doce são cultivares que têm níveis
mais elevados de sacarose no suco. Os açúcares armazenados principalmente nos
colmos, consistem principalmente de sacarose, frutose, glucose e pequenas quantidades
de manose e galactose. Os sorgos “doce” apresentam teor de açúcar ao redor de 21% na
MS, enquanto nos cultivares graníferos, não doces, este teor se situa ao redor de 5 a 6%.
Outros autores apresentam médias de 11% de carboidratos solúveis na MS para sorgos
graníferos e 18,3% para sorgos doces
❖ Sorgo forrageiro: é um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois
metros, muitas folhas, panículas (cachos) abertas, com poucas sementes, elevada
produção de forragem e adaptado ao Agreste e Sertão de Pernambuco. Existe sorgo
forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso, pode ser chamado também de sorgo
sacarino.
O sorgo pode ser cultivado em diferentes condições climáticas, desde áreas secas até
regiões úmidas. É uma cultura bastante resistente à seca, o que o torna uma escolha popular em
áreas onde a água é escassa. Além disso, o sorgo é menos exigente em termos de fertilidade do
solo em comparação com outros cereais, tornando-se uma opção viável em solos menos férteis.
O sorgo tem uma ampla variedade de usos. Para consumo humano, as sementes podem
ser moídas para produzir farinha ou em flocos como alternativa ao trigo. Também pode ser
utilizado na produção de xarope de sorgo, que é utilizado como adoçante. Além disso, o sorgo
pode ser utilizado como matéria-prima para a produção de álcool etílico.
Figura 7- Bagas de sorgo Figura 8- Sorgo moído
O grão não tem glúten, sendo uma opção segura para intolerantes ou celíacos,tem baixo
índice glicêmico, poucas calorias e carboidratos. Pode substituir o arroz, trigo, milho, quinoa,
grão-de-bico entre outros grãos. A proteína prevalente no sorgo é a cafirina (que é uma
prolamina) e não provoca uma resposta alérgica ou uma reação auto-imune em humanos, como
acontece com as proteínas do trigo, por exemplo.
Pesquisadores vêm demonstrando que o sorgo integral, além de fonte de carboidratos, é
boa fonte de fibra alimentar e de compostos bioativos incluindo taninos, ácidos fenólicos e
antocianinas, além de possuir quantidades consideráveis de amido resistente, minerais (fósforo,
potássio, ferro e zinco), tocoferóis e tocotrienóis. A composição lipídica dos grãos é semelhante
a do milho, com grande concentração de ácidos graxos poli-insaturados. Por ser rico em
compostos bioativos tem alto poder antioxidante ajudando na prevenção de doenças crônicas.
Além disso, a presença de taninos confere a ele poder anticarcinogênico, antimutagênico e
antimicrobiano.
Quais os benefícios dele para a saúde?
❖ ZIMBRO
O zimbro é uma planta medicinal que produz pequenas frutas de cor escura, semelhante
a uvas, que são usadas no preparo de sucos ou chás. As sementes dessas frutas, quando secas,
tornam-se um tempero saboroso e bastante aromático.
www.wikipédia.com
Desses frutos ainda pode ser extraído um óleo essencial, conhecido como óleo de
zimbro, que funciona como um potente diurético e tônico digestivo. Mas não é apenas isso, o
extrato dessa planta ainda é usado como calmante, para aliviar os sintomas da artrite e também
no tratamento de infecções respiratórias.
De acordo com o especialista em fitoterapia, Danilo Ramon, o zimbro é uma planta com
frutos parecidos com uva e de cor bem escura. Esses frutos são pequenos, carnosos e possuem
um sabor amargo. Chamado cientificamente de Juniperus communis, esse arbusto também é
conhecido por nomes como junípero, zimbrão ou genebra e é mais comum de ser encontrado
em países frios do continente europeu.
Fonte: www.wikipédia.com
Em seguida, são adicionadas ervas, especiarias e botânicos, como zimbro, coentro, casca
de limão e hortelã, que conferem o aroma, sabor e características únicas do GIN.
Para produzir um gin decente, são necessários dois estágios no processo. Primeiro, uma
base de "destilado neutro" é feito e depois é aromatizado através da re-destilação com sementes,
bagas, raízes, frutas e ervas e especiarias, coletivamente conhecido como "botânicos".
Para produzir um gin destilado, a base deve ser re-destilada com os botânicos
selecionados para extrair seus óleos essenciais para dar aroma ao destilado base. Por último, o
agora gin aromatizado é reduzido ao teor de engarrafamento com a adição de água (hidratação).
Diferente de destilados "ásperos" como o uísque e o conhaque, o gin não requer longos
períodos de envelhecimento e, se deixado por mais de seis meses, irá rapidamente se tornar
muito amadeirado e seco. Para envelhecer um gin é essencial um barril já bem usado e dois a
três meses de maturação geralmente é tempo suficiente.
É importante ressaltar que todo o processo de produção de GIN artesanal utilizando o
álcool etílico obtido a partir do sorgo deve ser realizado dentro das normas legais e de segurança
alimentar. O resultado final é um GIN único e de alta qualidade, com características sensoriais
distintas e um sabor singular.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADO E DISCUSÃO
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
RECOMENDAÇÕES
BIBLIOGRAFIA
www.wikipédia.com
https://www.diffordsguide.com/Pt-br/g/1108/gin/history-of-gin-1100s-mid-1500s
https://www.diffordsguide.com/pt-br/g/1108/gin/legal-definitions
https://www.copper-alembic.com/pt/pagina/como-fazer-gin
https://www.diffordsguide.com/pt-br/g/1108/gin/production
¹Gin act: Lei de venda de Bebidas Espirituosas de 170 (comumente conhecida como Lei
do Gin de 1751 ) foi uma lei do Parlamento da Grã-Bretanha ( 24 Geo. 2. c. 40) que foi
promulgada para reduzir o consumo de gin e outras bebidas destiladas. Esta lei proibiu os
destiladores de gin de venderem a comerciantes não licenciados, restringiu as lincenças de
retalho a detentores de propriedades substanciais e cobrou taxas elevadas aos comerciantes
elegíveis para licenças de retalho.
Fonte: www.wikipédia.com
Maiores produtores de Sorghum - 2019
(milhões de toneladas)
Nigéria 6,7
Etiópia 5,3
México 4,4
Sudão 3,7
China 3,6
Índia 3,5
Brasil 2,7
Níger 1,9
Mundo 61,5
Fonte: FAO[10]
Figura 11 – Colunas de destilação
Fonte: www.wikipédia.com
GLOSSÁRIO
A
Acção catalítica: Processo de mudança na velocidade de uma reação química por uma substância que
permanece quimicamente inalterada durante toda a reação. A velocidade pode tanto ser aumentada como
diminuída.
Botânicos: são ingredientes, como fruta ou especiaria, que se acrescenta a uma bebida
alcoólica, como o gin, para lhe conferir um determinado sabor.
Coentro: é uma planta glabra, da família Apiaceae, de flores róseas ou alvas, pequenas
e aromáticas, cujo fruto é diaquênio e cuja folha, usada como tempero ou condimento, exala
odor característico.
Diuréticos: são fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau do fluxo urinário.
Excreção: é o processo pelo qual os produtos residuais do metabolismo e outros materiais sem
utilidade são eliminados do organismo. Este processo é realizado pelos pulmões, rins e pele.
Leveduras: são organismos unicelulares microscópicos, classificados no reino dos fungos, tal
como os bolores e os cogumelos.
Propriedades organolépticas: são características dos materiais que podem ser percebidas
pelos sentidos humanos, como a cor, o brilho, a luz, o odor, a textura, o som e o sabor.
Respiração anaeróbica: é uma série de reacções de quebra de açúcar para obter energia sem a
utilização de O2.