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Natalino Alexandre Rocha Oliveira

Prova de Aptidão
Profissional
Produção de Cerveja

Curso Profissional: Técnico de Análises Laboratoriais

Período de estágio: 210 horas

Empresa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Orientador: Paula Melo

Monitor de estágio: Dra. Laura Vasconcelos e Dr. Pedro Poejo


Prova de Aptidão Profissional

Agradecimentos

Para a realização desta prova de aptidão profissional foi crucial a ajuda e


colaboração de algumas pessoas quer da Universidade Lusófona, onde realizei
o meu estágio quer da Escola Secundária Pinhal Novo, onde foi realizada a
minha formação académica.

Pretendo, portanto, agradecer à Dra. Laura Vasconcelos e ao Dr. Pedro


Poejo pela enorme ajuda prestada ao longo do estágio para a realização de
uma cerveja de ótima qualidade, por todo o incentivo na realização das
atividades e por me ter disponibilizado alguns documentos que se revelaram
bastante importantes para a realização da prova de aptidão profissional.

Agradeço igualmente à Professora Paula Melo pelo apoio prestado,


disponibilidade e ajuda durante o estágio e durante a realização deste projeto.

Agradeço também à minha diretora de curso, professora Erminia


Almeida, pela ajuda e escolha do tema deste projeto.

I
Prova de Aptidão Profissional

Resumo

O aluno Natalino Alexandre Rocha Oliveira, da turma 12ºG da Escola


Secundária de Pinhal Novo do curso Técnico de Análise Laboratorial
desenvolveu o seu Projeto de Aptidão Profissional cujo tema é a produção de
cerveja.

Este projeto tem por objetivo a produção de uma cerveja caseira leve, de
sabor único e de boa qualidade.

Ao longo deste projeto foi produzida uma cerveja artesanal com auxílio
de um kit de fermentação alta e tudo o que é necessário para o fabrico da
mesma. Foi também produzida, para comparação, uma cerveja em ambiente
laboratorial utilizando apenas material de laboratório. Existem várias diferenças
entre as duas cervejas produzidas, tais como o tipo de levedura utilizada, o
dióxido de carbono (CO2) libertado e o facto de uma ser consumível e a outra
não. Apesar de só ter produzido estes dois tipos de cerveja, considerei
pertinente abordar e explicar o método de produção industrial de cerveja, para
que seja mais fácil compreender os outros dois processos.

Trata-se de um projeto que foi acompanhado pela Universidade


Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pela Doutora Laura Vasconcelos e
pelo criador e produtor da cerveja Oeste, Doutor Pedro Poejo.

II
Prova de Aptidão Profissional

Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 1
História da cerveja..................................................................................................................... 3
A indústria cervejeira em Portugal............................................................................................ 4
Benefícios da Cerveja para a Saúde .......................................................................................... 5
Produção de cerveja ...................................................................................................................... 6
Cereais (maltados e não maltados) ........................................................................................... 6
Água........................................................................................................................................... 8
Lúpulo ........................................................................................................................................ 9
Levedura .................................................................................................................................. 10
Cerveja Industrial ........................................................................................................................ 11
Brassagem ............................................................................................................................... 12
Moagem .................................................................................................................................. 14
Empastagem ............................................................................................................................ 14
Filtração do mosto .................................................................................................................. 17
Caldeira de ebulição ................................................................................................................ 18
Whirlpool................................................................................................................................. 19
Fermentação ........................................................................................................................... 20
Arrefecimento do mosto ......................................................................................................... 20
Arejamento do mosto ............................................................................................................. 21
Inoculação da levedura ........................................................................................................... 21
Fermentação ........................................................................................................................... 21
Guarda/Maturação.................................................................................................................. 23
Filtração ................................................................................................................................... 24
Diluição e Carbonatação ......................................................................................................... 25
Engarrafamento ...................................................................................................................... 26
Cerveja Artesanal ........................................................................................................................ 27
Brassagem ............................................................................................................................... 28
Filtração ................................................................................................................................... 30

III
Prova de Aptidão Profissional

Fervura .................................................................................................................................... 30
Arrefecimento ......................................................................................................................... 31
Fermentação ........................................................................................................................... 32
Engarrafamento ...................................................................................................................... 33
Cerveja em laboratório ............................................................................................................... 36
Brassagem (preparação do mosto) ......................................................................................... 37
Filtração ................................................................................................................................... 39
Fermentação da cerveja .......................................................................................................... 39
Obtenção do produto final ...................................................................................................... 40
Interpretação de resultados ........................................................................................................ 41
Cerveja artesanal..................................................................................................................... 41
Cerveja laboratorial ................................................................................................................. 41
Conclusão .................................................................................................................................... 43
Webgrafia .................................................................................................................................... 44
Bibliografia .................................................................................................................................. 44
Anexo .......................................................................................................................................... 45

IV
Prova de Aptidão Profissional

Introdução

A cerveja é hoje em dia, a bebida alcoólica mais famosa do mundo. A


sua notoriedade deve-se a vários fatores universalmente desejados num
alimento tais como a frescura, bom paladar, prazer e satisfação. A sua
produção é, para além de uma ciência, uma arte, que exige muita dedicação,
amor, criatividade e saber.

Figura 1 – Consumo de cerveja no Mundo, dados de 2012 (in


https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerveja#/media/File:Map_of_world_by_beer_consumption.png, consulado em
29/ o6/2015)

A definição de cerveja é bastante complexa, por vezes contraditória, e


sempre incompleta. Segundo o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, “a
cerveja é uma bebida alcoólica fermentada, feita de lúpulo e cevada e outros
cereais”. Esta definição de cerveja está certa mas incompleta, pois, a cerveja é,
sobretudo, um alimento nutritivo, no estado líquido, apto para consumo
humano, obtido por fermentação alcoólica de cereais maltados ou não
maltados, açúcar, água potável, lúpulo e levedura cervejeira.

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Prova de Aptidão Profissional

Figura 2 – Ingredientes da cerveja (Água, Malte, Lúpulo e Fermento)

A cerveja é a mais antiga das criações do homem (data a 8.000 a.C.),


visto que Egípcios, Babilônios, Assírios e Sumérios já fabricavam e apreciavam
a sua própria cerveja. Esta bebida era, normalmente, utilizada para o
tratamento de doenças e para cerimônias religiosas ou festivas. Para o povo
Sumério a palavra cerveja significava pão líquido, pois os seus ingredientes
eram praticamente os mesmos que os do pão.
A cervejaria mais antiga foi descoberta por arqueólogos no Egito e data
a 5400 a.C..

Figura 3 - A Estela de Hamurabi, onde estão escritas as leis mais antigas sobre a cerveja,
no Museu do Louvre, em Paris (in wikipedia, consultado a 29/06/2015)

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Prova de Aptidão Profissional

Durante a idade média produção em maior escala começou a ser


difundida na Europa pelos mosteiros.

História da cerveja

A cerveja é um alimento que desde há muito tempo tem sido produzido e


bebido pelos homens. Não se tratava da cerveja como é conhecida nos nossos
tempos, mas sim de uma bebida alcoólica fermentada a partir de cereais,
principalmente o milho. Na antiguidade, as regiões onde mais se produziam
cereais, como, por exemplo, o Egito e a Mesopotâmia, foram desde cedo
grandes produtores de cerveja pois tinham a matéria-prima acessível e
consideravam a cerveja uma bebida divina, digna de ser oferecida aos deuses,
dadas as suas propriedades medicinais curativas e preventivas.
No Egito, os cereais eram moídos e fervidos em caldas que, depois de
arrefecidas, fermentavam espontaneamente. Os Índios da América do Sul
mastigavam os cereais, para que as enzimas da saliva degradassem o amido
do cereal em açúcares simples. O cereal mascado (bem triturado e salivado)
era depois colocado num recipiente, para que a fermentação ocorresse de
forma espontânea.
Na Europa, inicialmente de produção doméstica, a cerveja, a partir dos
primeiros séculos da era cristã, passa progressivamente a ser produzida por
artesãos especializados e começa-se a generalizar o seu uso entre os povos
Celtas, Germanos e Escandinavos.
Durante a Idade Média, a produção de cerveja desenvolveu-se no
interior de mosteiros. Os monges eram detentores de conhecimentos de
ciência e arte, que, entre outras, aperfeiçoaram as técnicas de produção de
cerveja. A maltagem era realizada nos sótãos das torres dos castelos, lugares
húmidos e arejados, que contribuíam para a produção de excelentes maltes.

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Prova de Aptidão Profissional

Durante esta época medieval, a flor do lúpulo foi introduzida na


fabricação de cerveja. O lúpulo veio contribuir para melhorar a estabilidade do
produto e incrementar as suas propriedades medicinais.
Com a Revolução Industrial, a produção de cerveja começa-se a fazer
em grande escala e o consumo expande-se. Já no século XlX, com a
descoberta do processo de fermentação baixa, a cerveja tornou-se mais clara,
suave e duradoura.

No século XX, o fabrico de cerveja recebeu um grande impulso com a


resolução dos problemas do isolamento das leveduras responsáveis pela
fermentação e com o desenvolvimento dos aparelhos frigoríficos, que
permitiram manter os tanques de fermentação e as caves de guarda a
temperaturas baixas durante todo o ano.

A indústria cervejeira em Portugal

Em Portugal, existem registos de consumo de cerveja desde o século


XVII. No início do século XIX, existiam já sete fábricas de cerveja e bebidas
gasosas na cidade do Porto.
Até ao primeiro quarto do século XX, o mercado cervejeiro do continente
é abastecido por seis empresas: a Portugália, a Estrela, a Companhia União
Fabril Portuense, a Fábrica de Cervejas Trindade, a Companhia da Fábrica de
Cerveja Jansen e a Companhia de Cervejas de Coimbra. A mais antiga é a
Fábrica de Cervejas Trindade, que data a 1835. Devido à crise nacional, aliada
à Grande Depressão (Crash da Bolsa de Wall Street) vivida pela economia
mundial, alguns industriais apostaram na concentração industrial como
resposta à crise e, em 1934, nasce a Sociedade Central de Cervejas (SCC),
fruto da associação da Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, da
Companhia de Cervejas Estrela, da Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen
e da Companhia de Cervejas de Coimbra.

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Prova de Aptidão Profissional

Em 1940, aproveitando o momento histórico da realização da Exposição


do Mundo Português (propaganda do Estado Novo), a SCC lança no mercado
a cerveja Sagres e no ano seguinte, 1941, a cerveja Imperial.
Em 1963, é decidido avançar com o projeto de uma nova fábrica e,
depois de vários estudos e prospeções, são adquiridos 35 hectares de terreno
em Vialonga, Alverca. Em 1968, arranca a produção na nova fábrica de
Vialonga, garantindo a cobertura total dos mercados interno e externo. Esta
fábrica de cerveja apresenta-se como a maior do país, com investimentos de
360 mil contos, equivalente a 1.795.672 €, uma capacidade de 110 milhões de
litros de cerveja, 21 milhões de litros de refrigerante e 50 mil toneladas de
malte. A inauguração oficial da fábrica é realizada no dia 22 de junho de 1968.
A 7 de março de 1890, resultado da fusão de sete fábricas de cerveja,
nasce a Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas
Refrigerantes, mas conhecida atualmente por Unicer-Bebidas Portugal. A
Unicer produz, hoje em dia, as cervejas da marca Super Bock e Cristal.
Atualmente, a Sagres é a marca de cerveja portuguesa mais vendida no
mundo (aproximadamente 2,9 milhões de hectolitros), considerando os
mercados nacional e internacional. Os principais mercados de exportação são
Angola, Cabo Verde, Espanha, França e Suíça.

Benefícios da Cerveja para a Saúde

Atualmente, são conhecidos inúmeros benefícios para a saúde


originados pelo consumo moderado e regular de cerveja. Esta bebida é um
produto natural, produzido com matérias-primas que, para além de serem
totalmente naturais, têm conhecidas características terapêuticas.
A cerveja tem um efeito diurético elevado, contribuindo para uma
limpeza frequente do sangue e do sistema renal. Devido ao seu conteúdo em
vitaminas B6, B9 (ácido fólico) e B12, a cerveja impede o aumento dos teores
de homocisteína no sangue, substância que contribui para a deposição de
colesterol nas artérias e consequentes doenças coronárias.

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Prova de Aptidão Profissional

O teor de polifenois existente na cerveja é equilibrado de modo a


contribuir para uma redução de reações de oxidação e evitar doenças
cancerígenas. Para além disto, o consumo de cervejas escuras contribui para a
diminuição da cárie dentária.

Produção de cerveja

Para o fabrico de qualquer cerveja, necessitamos de um conjunto de


matérias-primas.

Existem milhares de matérias-primas, capazes de produzir vários tipos


de cerveja, mas a sua utilização depende do cervejeiro que elabora a cerveja e
do tipo de cerveja que se pretende. As principais matérias-primas são os
cereais maltados (malte) ou não maltados (trigo), grãos crus ou adjuntos
(arroz), a água, açúcares, o lúpulo e a levedura cervejeira.

Cereais (maltados e não maltados)

Os cereais maltados e não maltados são a base da fabricação de


cerveja. É a partir dos cereais que se extrai o amido que depois é convertido
em açúcares simples, a glucose, frutose, sacarose, maltose, maltotriose,
dextrinas e aminoácidos, que depois são assimilados pela levedura cervejeira.

Os cereais, quer maltados, quer não maltados mais utilizados


mundialmente para o fabrico de cerveja são a cevada, cevada maltada (malte),
trigo, trigo maltado, sorgo, sorgo maltado, gritz de milho e trinca de arroz.

O cereal utilizado nesta cerveja é o malte, é um dos mais utilizados no


mundo. Ele é responsável pela cor e corpo da cerveja, atuando também na
composição do sabor e aroma. O malte é bastante utilizado porque possui alto

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Prova de Aptidão Profissional

teor de proteínas em quantidade suficiente para fornecer aminoácidos


necessários à levedura.

O malte é rico em enzimas, amido, compostos organoléticos e proteínas.

O processo de fabricação do malte ou maltagem, é constituído por três


fases bastantes importantes, a molha, germinação e secagem/torrefação todos
eles produzidos na malteria.

A molha tem como objetivo fornecer á cevada o grau de humidade


suficiente para ativar a germinação. Existem duas fases na molha, a fase de
imersão e a fase a seco. Na fase de imersão a cevada fica totalmente coberta
com água de modo a absorver a máxima quantidade de água e libertar
substâncias indesejáveis, tem uma duração entre quatro a seis horas. Na fase
a seco a água é escorrida e a cevada mantem-se húmida. Para evitar a
sufocação do grão, a cevada é arejada e é periodicamente regada com água.
Esta operação dura entre seis a oito horas.

Durante a molha o grão de cevada aumenta em 30% o seu tamanho e a


humidade aumenta cerca de 40 a 43%.

Após a molha, a cevada passa para a germinação. O objetivo da


germinação é permitir que a cevada humedecida, submetida durante um tempo
determinado a condições de temperatura, humidade e oxigenação controladas,
para que produza enzimas suficientes para hidrolisar os constituintes do
endosperma do grão. A humidade do ar é constante durante toda a germinação
e a temperatura mantém-se entre os 16 e os 18ºC. A cevada é depois arejada
de forma a extrair o CO2 libertado pela respiração do grão. Os objetivos da
germinação são:

 Formação e libertação de enzimas necessários á fabricação do


mosto;
 Modificação dos grânulos de amido de modo a facilitar a sua
desagregação;
 Degradação de parte das substâncias nitrogenadas tornando-as
solúveis;

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Prova de Aptidão Profissional

 Degradação de fosfatos orgânicos solúveis;


 Transformações químicas adicionais que irão influir no processo
cervejeiro.

O tempo de germinação varia com a qualidade de cevada, mas pode


variar entre quatro a seis dias. Com a germinação a cevada é chamada de
malte verde.

Para finalizar o processo cevada-malte, é feita a secagem/torrefação. A


secagem consiste em secar o malte verde, através de ar quente. Tem como
objetivo terminar o processo de germinação do grão e a fixação das suas
características. O malte verde passa então a malte com uma humidade de 4.5
a 5.5%. O malte tostado com esta humidade torna-se um produto estável. A
tostação desenvolve a cor, o aroma e o sabor característico do malte. Este
processo demora cerca de dezoito a vinte horas.

Figura 4 – Cevada (in Google images, Figura 5 – Malte (in Google images,
consultado em 11/07/2015) consultado em 11/07/2015)

Água
Cerca de 90% de uma cerveja é constituída por água. As características
físico-químicas da água influenciam propriedades da cerveja como o aroma, o
gosto, a limpidez, a cor e a espuma. Foi a qualidade da água utilizada na
produção de cerveja que tornou famosas algumas cidades ou locais como
Pilsen, Burton-on-Trent, Dortmund, Munique e Viena.

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Prova de Aptidão Profissional

A água utilizada na produção de cerveja deve ser potável, isenta de


aromas, partículas estranhas e, claro, de microrganismos. Desta forma, cada
cervejeiro executa tratamentos à sua água de forma a corrigir as propriedades
da mesma e obter assim a composição apropriada para a elaboração do tipo
de cerveja que se quer produzir.

A água é bastante importante na produção de cerveja devido às suas


características, como por exemplo:

 O sulfato, SO42- contribui para um gosto seco e amargo na cerveja;


 O ião cloreto Cl- confere um gosto adocicado e mais incorporado;
 Alguns iões derivados do ferro conferem à cerveja um gosto metálico, no
entanto iões férrico e ferroso estão envolvidos na formação de
compostos que conferem cor à cerveja e alguns sais têm influência
positiva na espuma.

Lúpulo
O lúpulo é uma planta trepadeira da família das Cannabinacea que tem
o hábito crescimento em locais de clima frio e com abundância de luz solar
(dias longos). Desta planta, utiliza-se as flores das plantas fêmeas. O pólen
destas flores contem uma substância amarela denominada lupulina, cuja
quantidade e qualidade interferem na qualidade da cerveja.

Figura 6 – Estrutura interna do lúpulo Figura 7 – Lúpulo em flor (in Google


(in Google images, consultado em images, consultado em 11/07/2015)
11/07/2015)

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Prova de Aptidão Profissional

A adição do lúpulo no fabrico da cerveja tem a principal função de dar á


cerveja um sabor amargo característico e um aroma agradável. O lúpulo é
considerado a especiaria principal da cerveja. Existem variedades de lúpulos
que são mais aromáticos e existem outras variedades de lúpulos que aportam
um amargo mais intenso e mais agradável.

Ou seja de uma forma simples o lúpulo serve para dar amargor, aroma e
clarificação à nossa cerveja.

O lúpulo contém diversas resinas e óleos onde se destaca


principalmente uma: o ácido alfa. Este ácido é responsável pelo amargor da
cerveja. Se um determinado lúpulo possui 5% de ácido alfa, significa que em
100 gramas, 5 gramas são deste componente.

O lúpulo pode ser vendido em flor, Pellets, extrato e óleos de lúpulo.

Levedura

A levedura é um microrganismo unicelular responsável por transformar


os açúcares simples existentes no mosto, em álcool e gás carbónico. A esta
transformação designa-se fermentação. A estirpe de levedura utilizada é
determinante no perfil organolético da cerveja final.

O nome genérico das leveduras cervejeiras é Saccaromyces Cerevisia.

Existem dois tipos de levedura: a levedura de fermentação alta e


levedura de fermentação baixa.

As leveduras de fermentação alta floculam na parte superior do tanque


fermentação, este tipo de leveduras fermentam normalmente a temperaturas
entre os 15-25ºC e produzem bastantes aromas.

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Prova de Aptidão Profissional

As leveduras de fermentação baixa depositam-se no fundo do tanque de


fermentação. Normalmente, fermentam a temperaturas entre os 5-15ºC. Não
produzem muitos aromas, mas são mais resistentes ao álcool.

Figura 8 – Levedura cervejeira (in


Google images, consultado em
11/07/2015)
Figura 9 – Levedura vista ao
microscópio (in Google images,
consultado em 11/07/2015)

Cerveja Industrial

A fabricação de cerveja engloba 4 etapas distintas principais, inseridas


em dois blocos de fabrico. O bloco quente em que toda a ação do processo de
fabricação se processa a temperaturas elevadas (> =35ºC), e o bloco frio em
que a fabricação se processa a temperaturas baixas (<=15ºC).

Tabela 1 – Fases de produção da cerveja industrial

Fase Objetivo

Bloco quente Brassagem Fabricação do mosto

Fermentação

Bloco frio Maturação/Guarda Fabricação da cerveja

Filtração

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Prova de Aptidão Profissional

Figura 10 – Organograma de produção de cerveja industrial (in Google images, consultado em


11/07/2015)

Para produzir cerveja são necessários vários processos que temos de


cumprir para obtermos um bom produto e de boa qualidade.

A cerveja industrial é a cerveja que conhecemos no nosso dia-a-dia,


como a Sagres, a Super-Bock, entre muitas outras.

Brassagem

A primeira fase do processo de fabricação de cerveja é realizada na sala


de brassagem, onde se pretende fabricar o mosto, ou seja, o líquido que depois
de fermentado dará origem à cerveja.

O processo é composto pelas fases de moagem, empastagem ou


maceração, filtração do mosto, fervura e decantação por Whirlpool.

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Prova de Aptidão Profissional

O processo de brassagem é extremamente importante para o resultado


final da cerveja. É nesta fase que se define o perfil da cerveja que se pretende
obter no final a nível de atenuação, cor, teor alcoólico e amargor.

Durante a brassagem o malte é hidratado e as enzimas presentes nele


são ativadas. Com a ativação dessas enzimas, o amido é convertido em
açúcares fermentáveis (glucose, frutose, sacarose, maltose, maltotriose,
dextrinas e aminoácidos) e as proteínas em nutrientes. São várias as enzimas
responsáveis por essa conversão, porém cada uma se ativa consoante uma
determinada temperatura e pH.

Tabela 2 – Algumas enzimas ativadas durante a brassagem

Enzima Substrato pH Ótimo Temperatura

α-Amilase Amido 5.5 – 5.8 70ºC – 75ºC


β-Amilase Amido 5.4 – 5.6 62ºC – 65ºC
Proteases Proteínas 4.0 – 5.0 <50ºC
Peptidases Péptidos 4.2 – 5.0 <55ºC

As duas enzimas mais importantes são a α-amílase e a β-amílase. A β-


amílase quebra o amido em maltose dando álcool à cerveja. Por isso quanto
mais tempo estiver ativada mais álcool terá a cerveja pois produz mais açúcar.
A α-amílase quebra o amido em cadeias de vários tamanhos, conferindo corpo
à cerveja e aumenta o rendimento.

Resumindo:

β-amílase + álcool – corpo


α-amílase – álcool + corpo

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Prova de Aptidão Profissional

Moagem
O malte é recebido em grão da malteria ou da empresa responsável pela
produção de malte. O malte em grão necessita ser moído para se poder extrair
os seus componentes. A particularidade da moagem é que deve ser mais fina
possível de forma a aumentar o rendimento de extração, mas condicionada
para não danificar as cascas, pois vão servir de filtro na fase de filtração do
mosto. A moagem pode-se realizar em moinhos de rolos, moinhos de martelos
ou moinhos de discos.

Figura 11 – Moinho de rolos (in Google


images, consultado em 11/07/2015) Figura 12 – Moinho de discos (in Google
images, consultado em 11/07/2015)

Empastagem

Nesta etapa extrai-se do malte e grãos crus, os compostos solúveis,


assim como os que se solubilizam por ação enzimática, com determinada
quantidade de água e temperaturas convenientes durante um tempo
apropriado e pH controlado.

O objetivo destra fase é de obter do malte moído e grãos crus, por


extração com água em condições apropriadas, a maior quantidade possível de
extrato com as melhores qualidades para produzir cerveja.

O processo mais conhecido e utilizado nas indústrias cervejeiras


portuguesas é o processo de empastagem por dupla massa.

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Prova de Aptidão Profissional

No processo de empastagem por dubla massa, são utilizadas duas


caldeiras, a caldeira de caldas e caldeira de empastagem.

Na caldeira de caldas, pretende-se unicamente a liquefação do amido


proveniente dos grãos crus. Estes são introduzidos na caldeira juntamente com
água e cerca de 10-20% de farinha de malte. A utilização desta farinha nesta
caldeira tem como objetivo o fornecimento das enzimas necessárias para a
liquefação do amido (α-amílase). O empaste na caldeira das caldas é realizado
à temperatura de 50-60ºC.

Na caldeira de empastagem, ou caldeira principal, adiciona-se a restante


farinha de malte juntamente com água à temperatura de 30-40ºC.

Água; Malte;
Água; Malte
cereais não
maltados

Caldeira de Caldeira
Caldas Empastagem

Figura 13 – Caldeira de caldas e de


empastagem (in Google images, consultado em
11/07/2015)
Mosto não filtrado

O processo decorre cumprindo os tempos descritos no diagrama de


fabrico da cerveja a produzir-se. Assim, a massa da caldeira de empastagem
sobe para 50-55ºC de forma a cumprir a proteólise, ou seja o descanso de
atuação das enzimas proteolíticas em que ocorre a degradação das proteínas
do malte.

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Prova de Aptidão Profissional

Gráfico 1 – Diagrama de fabrico da cerveja (in Google images,


consultado em 11/07/2015)

O passo seguinte é subir a temperatura da caldeira de empastagem para


os 65-67ºC. Para tal, adiciona-se a esta caldeira a massa da caldeira de
caldas. Inicia-se assim a degradação dos polissacarídeos do amido em
unidades simples de maltose e glucose (açucares fermentáveis). As enzimas α-
amílase e sobretudo a β-amílase são responsáveis pela atividade enzimática
neste patamar. A α-amílase liquifica os grãos de amido que depois são
sacarificados pela β-amílase.

O processo sofre uma noma subida de temperatura para os 76ºC de


forma a estabelecer-se o descanso de estabilização da massa e a atividade da
α-amílase, que completa o trabalho de degradação de dextrinas não
convertidas. O teste de reação negativa ao iodo confirma o fim da
sacarificação, e o mosto está pronto a prosseguir para a filtração.

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Prova de Aptidão Profissional

Filtração do mosto

Depois do processo de empastagem, toda a matéria solúvel que foi


extraída do malte e grãos crus deve separar-se da parte insolúvel ou seja a
dreche. Para isso, utiliza-se o processo de filtração do mosto. Esta separação é
principalmente um processo mecânico que deve efectuar-se com a maior
eficiência possível de modo a obter-se um mosto brilhante e livre de
sedimentos.

O processo de filtração engloba duas etapas:

1. Separação do primeiro mosto;


2. Lavagem da dreche com água de modo a retirar o mosto retido na
mesma.

Durante o processo de filtração as cascas do malte e dos grãos crus


servem de leito filtrante. Não se utilizam placas filtrantes. Portanto a
característica da moagem da matéria-prima é fundamental para uma boa
filtração do mosto.

A dreche que fica retida no fundo das placas é constituída maioritariamente


por cascas de malte, proteínas coaguladas e lípidos. Esta matéria é um
excelente composto para alimentação animal.

Figura 15 – Mosto filtrado (in Google


Figura 14 – Dreche (in Google images,
images, consultado em 11/07/2015)
consultado em 11/07/2015)

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Prova de Aptidão Profissional

O mosto à saída do filtro está límpido e brilhante e segue para a caldeira


de ebulição.

Caldeira de ebulição

A ebulição do mosto é outra etapa bastante importante no processo de


fabrico da cerveja pois pode interferir com a qualidade da cerveja. A sua
importância deriva principalmente do facto de que nesta etapa, é adicionado o
lúpulo.

Esta fase tem dois objetivos principais:

1. Estabilização do mosto por:


 Inativação de enzimas e da atividade enzimática;
 Destruição de microrganismos;
 Coagulação de substâncias nitrogenadas complexas que
podem causar turvação.
2. Extração das substâncias amargas ou valiosas do lúpulo.

O lúpulo é adicionado durante a ebulição. No entanto, existem diferentes


alturas durante a fervura em que este é adicionado. Assim, o lúpulo amargo é
adicionado no início da ebulição, de forma a extrair o máximo possível dele. Os
lúpulos aromáticos, são adicionados a cerca de 10-15 minutos do final da
ebulição. Neste caso, não se pretende uma total dissolução das resinas, mas
sim uma transmissão de aroma e sabor que se desenvolve rapidamente. O
mosto é fervido durante uma hora e meia, para que os constituintes do lúpulo
de isomerizem e se dissolvam no mosto.

18
Prova de Aptidão Profissional

É durante a ebulição de mosto que se adicionam açucares exogéneos,


xaropes de glucose, etc. Estas matérias-primas servem apenas para aumentar
o teor alcoólico da cerveja.

No caso de cervejas especiais, nos últimos 10-15 minutos de ebulição


introduzem-se também as matérias- primas que vão fornecer os aromas e
sabores característicos. Por exemplo o cravinho, o mel, chocolate, etc.

Whirlpool

O mosto uma vez fervido, é enviado para um Whirlpool ou Rotapool. Este


tanque cilíndrico e de fundo plano, ou ligeiramente inclinado, tem duas funções
principais:

I. Armazenar o mosto enquanto se efetua o arrefecimento do mosto prévio


à fermentação;
II. Servir de depósito de sedimentação do turvo quente.

O mosto entra no Whirlpool tangencialmente às paredes laterais e a grande


velocidade sendo obrigado a girar. A força centrípeta da rotação obriga todas
as partículas a juntarem-se no centro, junto do vórtice, e a depositarem-se no
fundo.

O mosto permanece estacionado no Whirlpool durante 30 minutos. Durante


este tempo, todo o turvo quente deposita-se no centro do tanque, ficando o
mosto límpido e pronto para seguir para a fase seguinte.

Acabou a fase no bloco quente, passamos agora para o bloco frio.

O bloco frio é constituído por:

 Fermentação;
 Maturação/Guarda;
 Filtração.

19
Prova de Aptidão Profissional

Fermentação

A fase da fermentação é a fase de todo o processo cervejeiro. É durante


a fermentação que o mosto dá lugar à cerveja. A levedura assimila os açúcares
simples existentes no mosto e transforma-os em álcool e CO2.

Existem duas classes de fermentação:

 Fermentação alta – Utiliza-se uma levedura de fermentação alta que


depois de terminada a fermentação deposita-se na superfície.

 Fermentação baixa – Utiliza-se uma levedura de fermentação baixa que


se sedimenta no fundo depois de terminada a fermentação do mosto.

A fase da fermentação é composta pelas etapas de arrefecimento do mosto,


arejamento do mosto, inoculação da levedura e fermentação.

Arrefecimento do mosto

O mosto depois do repouso no Whirlpool, necessita de arrefecimento


desde os 98/100ºC até à temperatura de iniciação da fermentação (9ºC). Para
isso utiliza-se um permutador de placas cujo refrigerante é a água de
fabricação de mosto. Assim aquece-se a água e ao mesmo tempo arrefece-se
o mosto. De seguida, o mosto a cerca de 23ºC passa por um permutador de
calor tubular, cujo refrigerante é o amoníaco. Este segundo arrefecimento baixa
a temperatura do mosto para os valores desejados.

20
Prova de Aptidão Profissional

Arejamento do mosto

O mosto uma vez arrefecido e antes de se colocar a levedura, deve ser


arejado, pois a levedura necessita de Oxigénio (O2) para crescer em tamanho e
propagar-se. Um mau ou não arejamento do mosto pode resultar numa
fermentação lenta e porventura incompleta.

Inoculação da levedura

A levedura é inoculada à passagem do mosto, previamente arrefecido e


arejado. A quantidade de levedura a inocular depende do tipo de cerveja a
produzir e do extrato primitivo (densidade) do mosto a fermentar. Na maior
parte das cervejarias mundiais, trabalha-se com mosto concentrado pelo que a
quantidade de levedura a inocular varia entre 13 e 17 milhões de células por
cada ml de mosto. Como regra geral, pode-se dizer que se inocula 1 milhão de
células de levedura por cada ºp (grau plato) de mosto. 0ºp é uma medida de
densidade utilizada em cervejaria que refere à quantidade de extrato em peso
por cada 100 kg de mosto.

Regista-se a densidade da levedura armazenada em termos de


células/ml e, a partir deste valor, calcula-se a quantidade de levedura a inocular
para o volume de mosto a fermentar.

Fermentação

O mosto inoculado segue para o fermentador para dar início à


fermentação. No início, a levedura passa por um processo de adaptação,
assimilação de oxigénio e outros nutrientes como ácidos gordos insaturados.
Nesta fase, não há multiplicação de levedura. De seguida, a levedura passa à

21
Prova de Aptidão Profissional

fase em que inicia o seu crescimento e propagação. Nesta fase, inicia-se a


libertação de CO2.

Uma vez esgotado o ar dissolvido no mosto, a levedura inicia a


fermentação anaeróbica assimilando os açúcares simples e transformando-os
em álcool (C2H5OH) e dióxido de carbono (CO2), com libertação de energia.

Açúcares simples 2 C2H5OH + 2 CO2

Durante a fermentação existem uma série de transformações físico-


químicas na cerveja. A densidade diminui pela transformação dos açúcares em
álcool. Portanto, o extrato diminui ao longo da fermentação assim como o pH,
amargor e a cor.

Depois de todo o extrato fermentescível tenha sido consumido, dá-se o


golpe de frio à cerveja, ou seja, abre-se completamente o frio do fermentador
de forma a arrefecer a cerveja o mais depressa possível. Pretende-se com esta
ação acelerar a depositação da levedura e terminar com a fermentação o mais
rapidamente possível. A levedura parada sem açúcares para fermentar torna-
se facilmente contaminável.

Quando a temperatura atingir os 4-6ºC, retira-se a cerveja por meio de


bombagem a cerca de 30 cm acima do fundo do tanque, e retira-se por último a
levedura.

A cerveja denominada de cerveja verde segue para a fase seguinte do


processo de fabricação. A levedura é armazenada até surgir uma nova
utilização.

22
Prova de Aptidão Profissional

Guarda/Maturação

A cerveja verde, durante a fermentação, foi sujeita a grandes transformações


físico-químicas que desequilibram a estabilidade do produto. A guarda ou maturação é
uma fase que tem como principal função fomentar a estabilização da cerveja, quer em
termos organoléticos quer em termos físico-químicos. A estabilização físico-química é
denominada de estabilização coloidal. Colóides são aglomerados moleculares que se
formam no seio de um líquido e que atingem tamanho tal, que deixam de estar
dissolvidos e passam a estar misturados no liquido. Este fenómeno origina a turvação
do líquido base. A cerveja com o tempo promove a formação de coloides. Cabe ao
cervejeiro eliminar ou retardar o aparecimento destas partículas.

Os principais objetivos da guarda são:

 Deixar sedimentar naturalmente a matéria amorfa e a levedura em suspensão


na cerveja;
 Refinar o sabor da cerveja verde pela eliminação de substâncias que causam o
sabor verde;
 Redução do composto diacetilo que transmite sabor indesejável à cerveja;
 Separação por precipitação dos compostos que causam a turvação na cerveja;
 Melhoramento da estabilidade coloidal, eliminado os complexos de proteínas e
polifenois.

A guarda da cerveja pode ser quente, fria ou uma combinação das duas.
Existem empresas cervejeiras que apenas praticam guardas quentes e outras que
praticam uma guarda quente seguida de uma fria, no entanto, a realização de apenas
uma guarda fria é a prática mais comum realizada no mundo cervejeiro.

Na guarda quente a temperatura de estacionamento varia entre os 5 e os 10


ºC. Por vezes é denominada segunda fermentação, visto que geralmente esta guarda
é uma continuação da fermentação principal, realizada a uma temperatura mais baixa.

Durante esta fase, a atenuação da cerveja é levada ao limite, embora com a


quantidade de levedura que ainda se encontrava em suspensão no final da fase
antecedente (fermentação). Com a guarda quente, pretende-se perlongar o contacto
da levedura com a cerveja, com o objetivo de reduzir ou eliminar compostos
indesejados na cerveja.

23
Prova de Aptidão Profissional

Na guarda fria, a cerveja permanece durante um tempo predefinido


dependendo do diagrama de guarda de cada cerveja, em tanques isolados à
temperatura constante e controlada de -0,5 ºC. Os tempos de de guarda normais
podem variar entre os dez dias e os trinta dias, dependendo do tipo de cerveja a
fabricar. Há cervejas que permanecem em maturação mais de seis meses. Com a
guarda fria pretende-se principalmente melhorar a estabilidade coloidal da cerveja e a
estabilidade organolética.

Durante a fase de guarda, a cerveja é retirada do fermentador e é transferida


para a guarda. Esta transferência denomina-se “baixada”. Durante a baixada a cerveja
pode passar por uma centrifugação e por um arrefecimento (chiller) até a -0,5/-1,5ºC
antes de seguir para a guarda. A centrifugação tem como objetivo remover uma
grande parte da levedura embebida na cerveja verde. Se o destino da cerveja verde
for uma guarda quente, não se efetua uma centrifugação, visto que para satisfazer os
objetivos deste tipo de guarda é necessária a continuação do trabalho da levedura. O
arrefecimento “chiller” tem como objetivo arrefecer a cerveja até aos -1,5/-0.5ºC, para
que possa mais rapidamente iniciar o seu estágio de maturação.

Uma vez fermentada, o pior inimigo da cerveja é o oxigénio. Este elemento


promove reações de oxidação que podem danificar o produto rapidamente. Durante a
guarda e nas fases seguintes, é imprescindível o máximo de cuidado no
manuseamento da cerveja de forma a evitar a entrada de oxigénio na mesma. Se tal
acontecer, a cerveja perderá rapidamente a sua estabilidade de sabor, tornando-se
oxidada e com sabores indesejados.

Filtração

Uma vez a cerveja maturada deixa de denominar cerveja verde,


passando a ser chamada de cerveja turva. Esta cerveja está pronta para ser
consumida, no entanto, por questões de mercado e apresentação o produto é
filtrado de forma a tornar-se límpido e brilhante. A filtração não deverá remover
substâncias que são desejáveis para as características organoléticas e para a
estabilidade da espuma da cerveja.

24
Prova de Aptidão Profissional

Após estas 8 fases a cerveja esta pronta a ser consumida, porém é


necessário haver uma fase de diluição, que serve para regular a
concentração da cerveja, e uma fase de carbonatação para garantir que a
cerveja contém CO2 suficiente.

Diluição e Carbonatação

Pelo facto de se fabricar cerveja concentrada, chega-se ao ponto em


que é necessário adicionar água de forma a regular a concentração da cerveja.

A diluição da cerveja faz-se através de um equipamento que mede a


densidade da cerveja e automaticamente ajusta este parâmetro para o set-
point pretendido. Ao diluir-se a cerveja, todos os parâmetros físicos e químicos
que caracterizam a cerveja (pH, cor, álcool, amargor, etc) são implicitamente
ajustados para os valores finais.

Imediatamente a seguir à diluição da cerveja, o CO2 da mesma é


ajustado para valores da cerveja final. O gás carbónico, ou seja, o CO 2,
libertado durante a fermentação, é limpo e purificado. Muito CO 2 ainda sobra
para ser vendido a empresas de gases líquidos.

Após todos estes processos a cerveja está pronta para o


engarrafamento.

25
Prova de Aptidão Profissional

Engarrafamento
Esta última fase é composta por cinco fases, em sequência:

1) Enchedora – é um depósito com a forma de uma coroa circular cheio de


cerveja que roda sobre um eixo oco, por onde passa a cerveja vinda dos
tanques de cerveja filtrada.
2) Capsulador – aparelho que esta cheio de cápsulas/caricas e que as vai
colocar nas garrafas que saem cheias da enchedora.
3) Pasteurizador – é uma “caixa” com chuveiros de água quente, a uma
temperatura de 62 ºC, por onde passam as garrafas cheias de cerveja,
com o objetivo de destruir micro-organismos que possam existir nas
garrafas.
4) Rotuladora – é o aparelho que coloca os rótulos nas garrafas.
5) Engradadora – é o aparelho que coloca as garrafas cheias nas grades.

Figura 16 – Enchedora (in Google Figura 17 – Tampador (in Google images,


consultado em 11/07/2015)
images, consultado em 11/07/2015)

Figura 19 – Rotuladora (in Google images,


Figura 18 – Pasteurizador (in Google consultado em 11/07/2015)
images, consultado em 11/07/2015)

26
Prova de Aptidão Profissional

Cerveja Artesanal

Ao contrário do que se possa pensar, não é a quantidade de cerveja


produzida que separa a cerveja artesanal da industrial, mas sim o seu processo
de fabrico. Se formos bem a ver uma cerveja artesanal leva malte puro e é
carbonatada naturalmente, tal como a sua fermentação. Já na cerveja industrial
não se pode dizer o mesmo, pois a cerveja industrial é filtrada e diluída em
água. Um exemplo bastante bom e que explica bem a diferença entre elas é
pensarmos num sumo natural e num refrigerante, é exatamente igual o que
separa uma cerveja artesanal de uma cerveja industrial, respetivamente.

Os materiais utilizados ao longo da produção de cerveja artesanal foram:

 12 KG de malte pilsner;
 50 L de água;
 Levedura de fermentação alta variedade sachoromyces;
 50 g de lúpulo nortebrewer;
 Baunmeister;
 1 balde de fermentação com airlock;
 Desinfetante;
 1 metro de mangueira;
 1 permutador de placas;
 Tanque de enchimento;
 Enchedor automático de 3 bicos;
 Espátula;
 Tampadora;
 Caricas;
 Garrafas de cerveja.

O malte utilizado é um malte já moído para se poupar a fase de moagem.

As fases da produção artesanal de cerveja são semelhantes às da


produção industrial, divergindo apenas na quantidade de aparelhos utilizados,

27
Prova de Aptidão Profissional

sendo que na produção artesanal o número de máquinas é inferior visto que


várias fases são feitas no mesmo aparelho. Essas fases são:

1. Brassagem;
2. Filtração;
3. Fervura;
4. Arrefecimento;
5. Fermentação;
6. Guarda;
7. Engarrafamento;
8. Carbonatação na garrafa.

Brassagem
Nesta fase, é utilizado o Braumeister, um aparelho que contém um
tanque menor com uma rede inserido num tanque maior que irá albergar o
mosto. No taque menor é colocada a farinha de malte juntamente com água
que é posteriormente submetida a condições operatórias de tempos (2 a 4
horas) e temperaturas especificas e controladas de forma a obter-se um mosto
de composição adequada ao tipo de cerveja a produzir, que se irá depositar no
tanque maior.

Figura 20 – Braumeister (in Google


images, consultado em 11/07/2015)

28
Prova de Aptidão Profissional

Durante a brassagem, o malte é hidratado e as enzimas presentes nele


são ativadas. Com a ativação destas enzimas, o amido é convertido em
açúcares fermentáveis (glucose, frutose, sacarose, maltose, maltotriose,
dextrinas e aminoácidos) e as proteínas em nutrientes. Porém as enzimas são
ativadas consoante a temperatura.

Existem duas enzimas, entre muitas outras, que são bastante


importantes na brassagem, a β-amilase e a α-amilase. . A β-Amilase quebra o
amido em maltose dando álcool à cerveja. Por isso quanto mais tempo estiver
ativada mais álcool terá a cerveja pois produz mais açúcar. A α-Amilase quebra
o amido em cadeias de vários tamanhos, conferindo corpo à cerveja e aumenta
o rendimento.

Figura 22 – Brassagem (fotografia tirada a


Figura 21 – Humedecimento do malte (fotografia
28/04/2015)
tirada a 28/04/2015)

O aparelho Braumeister utilizado nesta fase irá servir para realizar as três
primeiras fases da produção (brassagem, filtração e fervura), sendo que este
representa o bloco quente do processo de produção de cerveja industrial na
produção de cerveja artesanal.

29
Prova de Aptidão Profissional

Filtração

Durante este processo, é apenas retirado o tanque menor do


Braumeister de modo a ficar apenas o tanque maior com o mosto, ou seja,
separa-se a parte solúvel (mosto) da parte insolúvel (malte húmido). O malte
húmido contido no tanque menor passa denominar-se dreche. Esta é
constituída maioritariamente por cascas de malte, proteínas coaguladas e
lípidos. É um excelente composto para alimentação animal.

Figura 23 – Filtração – retirada da dreche do


mosto (fotografia tirada a 28/04/2015)

Fervura

A fervura consiste na ebulição do mosto durante cerca de hora e meia. É


nesta fase que é adicionado o lúpulo que confere o sabor amargo característico
da cerveja. O lúpulo é adicionado em 3 vezes de quantidades diferentes: 30g,
15g e 30g, seguindo uma sequência. O objetivo da divisão da adição de lúpulo
em três quantidades é conferir as propriedades do lúpulo à cerveja, ou seja, a
primeira adição (30g) confere amargor à cerveja, a segunda adição (15g)
clarifica o mosto e a terceira adição de lúpulo (30g) confere aroma à cerveja.

30
Prova de Aptidão Profissional

A fervura tem três objetivos principais:

 Esterilizar o mosto;
 Precipitar as proteínas juntamente com o lúpulo;
 Ferver o lúpulo para transformar os α-ácidos em isómeros mais estáveis
que vão garantir o amargor da cerveja.

Figura 24 – Lúpulo em pallets (fotografia tirada Figura 25 – Fervura (fotografia tirada a


a 28/04/2015) 28/04/2015)

Arrefecimento

É nesta fase que termina o bloco quente e a utilização do Braumeister e


se inicia o bloco frio da produção de cerveja.

O objetivo desta fase é arrefecer o mosto para que este possa ser
colocado no tanque de fermentação.

No arrefecimento é utilizado um permutador de placas que arrefece o


mosto através da introdução de água numa das serpentinas e introdução de
mosto na outra. É importante referir que a água e o mosto não se misturam

31
Prova de Aptidão Profissional

nesta fase e o arrefecimento é conseguido apenas pela aproximação das duas


serpentinas.

Concluído o arrefecimento, o mosto passa imediatamente para o tanque


de fermentação através de uma mangueira ligada ao permutador.

Mosto quente

Água quente

Água fria

Mosto arrefecido

Figura 26 – Permutador (in Google images, consultado a 11/07/2015)

Fermentação
Na introdução do mosto no tanque de fermentação é importante que
este produza bastante espuma, pois esta traduz o oxigénio presente. Durante a
entrada de mosto no tanque é colocada uma solução de levedura (que contém
água e levedura) para que se possa iniciar o processo de fermentação.

Uma vez colocado todo o mosto, o tanque é fechado e selado para


impossibilitar a entrada de oxigénio e outros compostos indesejados. A
levedura colocada realiza um processo aeróbio, ou seja, reproduz-se com a
presença de oxigénio. Após a levedura ter consumido o oxigénio presente no
tanque, irá transformar os açúcares do mosto em CO2 e álcool, ou seja,
começa a fermentação.

A levedura utilizada é de fermentação alta e, portanto dá-se uma


fermentação alta a uma temperatura de 15 a 18ºC. Esta fase dura entre 21 a
28 dias, o que representa a 6ª fase - guarda, que tem como objetivo a
obtenção da estabilização físico-química e organolética da cerveja.

32
Prova de Aptidão Profissional

Figura 27 – Colocação do mosto no tanque Figura 28 – Observação da espuma


de fermentação (fotografia tirada a resultante (fotografia tirada a 28/04/2015)
28/04/2015)

Figura 29 – Tanque de fermentação (fotografia


tirada a 28/04/2015)

Engarrafamento
O engarrafamento tem como objetivo, tal como o nome indica,
engarrafar a cerveja. Terminada a fermentação, a já chamada cerveja é
depositada num tanque menor de enchimento. É feita uma solução de açúcar
de aproximadamente 6g por litro que é adicionada ao tanque de enchimento e
que irá fazer com que, dentro das garrafas, se dê uma segunda fermentação,
ou seja, mais especificamente, uma carbonatação. Esta tem como objetivo o
aumento do CO2 existente na cerveja, uma vez que as leveduras ainda
existentes irão transformar o açúcar em dióxido de carbono.

33
Prova de Aptidão Profissional

Após estes procedimentos, a cerveja contida no tanque de enchimento é


colocada aos poucos no enchedor automático que irá depositar cerveja nas
garrafas. Depois do enchimento, é feita a tampagem com o auxílio de uma
tampadora manual que coloca as caricas nas garrafas.

É necessário deixar repousar a cerveja dentro da garrafa antes de a


consumir durante cerca de 4 semanas para que a fermentação/carbonatação
se conclua, sendo esta a 8ª fase – carbonatação na garrafa.

Observação: Durante a carbonatação três garrafas rebentaram devido a defeitos de


fabrico nas mesmas, pois a carbonatação aumenta a pressão dentro da garrafa.

Figura 30 – Colocação do mosto já fermentado no Figura 31 – Tanque de enchimento (fotografia tirada


tanque de enchimento (fotografia tirada a 19/05/2015) a 19/05/2015)

Figura 32 – Colocação da cerveja do tanque de


enchimento no enchedor de três bicos Figura 33 – Enchimento das garrafas (fotografia
(fotografia tirada a 19/052015) tirada a 19/05/2015)

34
Prova de Aptidão Profissional

Figura 34 – Colocação das caricas nas garrafas Figura 35 – Garrafas tapadas (fotografia tirada a
com o auxílio do tampador (fotografia tirada a 19/05/2015)
19/05/2015)

Figura 36 – Garrafa partida devido a defeito


(fotografia tirada a 03/06/2015) Figura 37 – Produto final (fotografia
tirada a 04/06/2015)

35
Prova de Aptidão Profissional

Cerveja em laboratório

A cerveja realizada em laboratório foi feita com o objetivo de se fazer


cerveja apenas em ambiente laboratorial. Esta cerveja é impropria para
consumo pois foram utilizados materiais de laboratório, possivelmente
utilizados noutros trabalhos experimentais. Em relação à cerveja artesanal e à
industrial que se pode realizar uma análise sensorial completa com prova,
nesta cerveja apenas se pode sentir o aroma a cerveja e observar-se a sua cor
acastanhada, uma vez que não é consumível. É importante referir que a
levedura utilizada neste tipo de cerveja é uma levedura de padeiro, logo a
cerveja produzida em laboratório não irá ter as mesmas caraterísticas de uma
cerveja artesanal ou industrial pois estas contêm levedura cervejeira.

Para a produção desta cerveja foi seguido um protocolo e utilizado um


conjunto de materiais de laboratório.

Tabela 3 – material e matérias-primas utlizadas


Matéria-prima Reagentes Material
Farinha de malte Solução de iodo Balão de Erlenmeyer
Água da torneira Caixa de petri
Levedura de padeiro Coador
Lúpulo Gobelé
Espátula de metal;
Vareta de vidro;
Termómetro
Compressa de gaze
Tigela
Balança analítica
Placa de aquecimento
Banho-maria
termostático

36
Prova de Aptidão Profissional

O protocolo seguido para a produção de cerveja em laboratório foi repartido


em três fases:

 Brassagem ou preparação do mosto (que inclui a filtração e a fervura)


 Fermentação da cerveja;
 Obtenção do produto final.

Brassagem (preparação do mosto)

Em primeiro lugar, pesa-se 300g de farinha de malte com o auxilio de


uma balança analítica. De seguida, coloca-se a farinha pesada num balão de
erlenmeyer que contém 500ml de água da torneira. Coloca-se, então, o balão
de ernlenmeyer numa placa de aquecimento com agitação para que haja um
aumento de temperatura para depois se colocar o balão em banho-maria. No
processo de aquecimento por banho-maria a temperatura é aumentada,
sempre com agitação, da seguinte forma: 32ºC durante 1 hora; 50ºC durante
25 minutos; 63ºC durante 1 hora; 76ºC durante 20 minutos, de modo a
provocar a sacarificação do amido do malte.

Ao longo do aquecimento é realizado o teste de iodo para verificar a


existência de amido. Se o resultado do teste for azul significa que o mosto
contém amido, se for acastanhado significa que o amido foi todo ele
transformado em açúcares fermentáveis.

Figura 38 – Balança analítica


Figura 39 – Aquecimento (fotografia
(fotografia tirada a 26/05/2015)
tirada a 26/05/2015)

37
Prova de Aptidão Profissional

Figura 40 – Aquecimento em
banho-maria (fotografia tirada a
26/05/2015)
Figura 41 – Colocação de iodo na
caixa de petri (fotografia tirada a
26/05/2015)

Figura 42 – Teste de iodo, com o resultado


acastanhado (fotografia tirada a 26/05/2015)

Figura 43 – Arrefecimento (fotografia


tirada a 26/05/2015)

38
Prova de Aptidão Profissional

Filtração

Realizada a brassagem, e com o auxílio das compressas de gaze, do


coador e do gobelé, a solução é filtrada separando, assim, a fase sólida
(dreche) da parte liquida (mosto filtrado).

Fervura
Figura 44 - Filtração (fotografia tirada Figura 45 - Mosto (fotografia tirada a
a 26/05/2015) 26/05/2015)
O mosto bem filtrado é,

Fermentação da cerveja

Na fermentação, um balão com 100ml de mosto filtrado é agitado e


colocado em arejamento. De seguida, é adicionada a levedura de padeiro. O
mosto, já com levedura, fica, então, a fermentar á temperatura ambiente
durante uma semana.

39
Prova de Aptidão Profissional

Obtenção do produto final

Depois de fermentada, a já chamada cerveja é filtrada, obtendo-se,


então, o produto final não consumível mas de bom aroma.

Figura 44 – Produto final (fotografia


tirada a 03/06/2015)

40
Prova de Aptidão Profissional

Interpretação de resultados
Cerveja artesanal
Uma vez concluída, a cerveja artesanal foi enviada para a Sociedade
Central de Cervejas e Bebidas para poder ser analisada quando ao seu teor
alcoólico.

A cerveja produzida foi sujeita a prova por várias pessoas, quer


elementos da Universidade Lusófona, quer por amigos. Todos gostaram
bastante, comparando-a, relativamente ao sabor e aroma, a uma cerveja
Heineken.

Cerveja laboratorial
A cerveja laboratorial não foi analisada, uma vez que não é própria para
consumo, por terem sido utilizados materiais de laboratório possivelmente
utilizados em outras atividades laboratoriais. Contudo, nesta cerveja pode
sentir-se o seu aroma e observar a sua cor acastanhada. Porém não existe
garantia que contenha dióxido carbono, uma vez que não foi sujeita a prova.

Tabela 3 – Comparação de resultados entre os tipos de cerveja

Teor Extrato Própria


Dióxido de Imagens em relação á
Cerveja alcoólico Primitivo para Cor
Carbono cor
% (v/v) (ºp) consumo

Artesanal 5.53 11.67 Contém Sim Dourada

Cobre
Laboratorial Não
escuro

41
Prova de Aptidão Profissional

Conforme se pode verificar na tabela acima, a cerveja artesanal tem


5.53% de teor alcoólico. O teor alcoólico é a percentagem de álcool numa
cerveja. Pode-se exprimir em peso ou em volume, neste caso está em volume,
logo significa que existem 5.53ml de álcool em 100ml de cerveja.
Na cerveja artesanal podemos ver a existência de CO2 mal abrimos a
garrafa e se bebermos um pouco. O gás da cerveja é essencialmente dióxido
de carbono. Uma vez que não provámos a cerveja de laboratório, nem a
engarrafámos, visto que é impropria para consumo, não podemos saber se
contém dióxido de carbono como a artesanal.
O extrato primitivo é uma medida da densidade do mosto que vai ser
fermentado, ou seja, a quantidade de matéria-prima extraída dos grãos. Isto é,
a cerveja artesanal contém 11.7ºplato de extrato primitivo, o que significa que o
seu mosto, antes de fermentar, tinha 11.7 gramas de matéria extraída em 100
mililitros de solução.
A cor das cervejas foi baseada na seguinte tabela:
Tabela 5 – Cor da cerveja.

Figura 45 – Tabela de cores, cerveja (in Google images, consultado em


11/07/2015)

42
Prova de Aptidão Profissional

Conclusão

Este projeto cumpriu o seu objetivo. Fazer uma cerveja de sabor único e
de ótima qualidade. A produção de cerveja requer algum tempo, amor e
dedicação.
O processo de produção de cerveja está organizada, como mostra a
figura 46, num conjunto de processos bastante simples: Moagem, brassagem,
filtração, fervura, arrefecimento, fermentação e engarrafamento.

Figura 46 – Fluxograma processos produção de cerveja

Este estágio fez-me perceber o que é realmente a cerveja que tanto


consumimos no nosso dia-a-dia, enriqueceu-me a nível profissional, pois quem
sabe se não irei seguir o grande mundo cervejeiro.

43
Prova de Aptidão Profissional

Webgrafia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerveja

http://www.unicer.pt/pt/home-pt/marcas/cervejas/producao-da-cerveja

http://www.beerlabelizer.com/

http://www.cervejartesanal.com/como-fazer/a-partir-de-malte-em-grao/

http://www.grabenwasser.com.br/como-fazer-cerveja/o-processo-
1/brassagem

http://www.condadodacerveja.com.br/aprenda-mais-sobre-a-brassagem-
da-cerveja-artesanal/

Bibliografia

 Engenheiro José Nobre Sobral. Centro de Formação Profissional Para


Setor Alimentar: Manual Curso elementar de Cerveja 2006.

 Manuel Pereira Galvão. A química da cerveja. 1997.

 Central de Cervejas e Bebidas. Processo de fabrico.

44
Prova de Aptidão Profissional

Anexos

45
Anexo 1
No mundo cervejeiro, concluída a produção de cerveja é realizada uma
ficha de prova para verificar a qualidade da mesma.

Ficha de prova

Nome do provador:

Instruções

Prove cada uma das amostras separadamente e situe-as na seguinte escala:

A B C D E F

Gosto
extremamente

Gosto muito

Gosto

Gosto
moderadamente

Gosto pouco

Não gosto nem


desgosto

Desgosto pouco

Desgosto muito
Desgosto
moderadamente
Desgosto
extremamente

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