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Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Carlos Henrique Mayer
M468b
ISBN 978-85-515-0410-9
CDD 641.5
Impresso por:
Apresentação
Se você gosta de cerveja, ou conhece alguém que gosta e bebe, você já
deve ter percebido que a cerveja dispensa protocolos. As regras para consumo
são ditadas pelo próprio consumidor e, é fato, todo mundo tem as suas. Nesse
livro, vamos beber à vontade de diversas fontes da cultura cervejeira.
Nos tópicos sobre a história, veremos que a cerveja sempre foi uma
bebida de todos. Nela, nunca houve qualquer tipo de segregação de classe,
pobres, camponeses, o clero e até mesmo nobres e monarcas sempre tiveram
suas cervejas por perto. Aliás, cerveja sempre foi assunto sério, sob pena de
morte, literalmente, para quem ousasse, de alguma forma, adulterar ou faltar
com a cerveja de direito de algum popular. Trata-se de uma das mais antigas
leis que tratam do uso da cerveja, a qual detalharemos no respectivo tópico.
III
fossem replicados em qualquer lugar do mundo. Baixa fermentação, alta
fermentação, fermentação espontânea, amargor, dulçor, acidez, propriedades
da água. Tudo pode ser produzido em qualquer lugar.
Bons estudos.
IV
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
LEMBRETE
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V
UNI
VI
VII
VIII
Sumário
UNIDADE 1 – CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA.................................................................. 1
TÓPICO 1 – INGREDIENTES.............................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 55
2 ÁGUA..................................................................................................................................................... 56
3 MALTE................................................................................................................................................... 58
4 LEVEDURA........................................................................................................................................... 60
5 LÚPULO................................................................................................................................................. 62
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 66
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 67
IX
3 FERMENTAÇÃO................................................................................................................................. 72
4 MATURAÇÃO...................................................................................................................................... 73
5 ACABAMENTO................................................................................................................................... 75
6 ENVASE................................................................................................................................................. 75
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 79
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 137
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
A HISTÓRIA DA CERVEJA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico. A história da cerveja nos apresenta uma das bebidas
alcoólicas mais antigas conhecidas pelo homem. De surgimento acidental e
involuntário, caiu na graça de todos os povos e se expandiu com o avanço das
civilizações. Geograficamente, partindo do Oriente Médio, sua terra natal,
crescendo pela Europa, onde ganhou fama e foi catapultada para o resto do
mundo. Cronologicamente, mais de 7 mil anos se passaram desde os primeiros
registros encontrados.
Se você bebe cerveja, fique sabendo que está bebendo uma bebida das
massas. Por ser uma bebida barata e de fácil produção, todos tinham acesso e, em
algum lugares e períodos, todos tinham direito a sua medida regular de cerveja
e de qualidade também preestabelecida. Numa comparação ruim, é como se a
cerveja fizesse parte da cesta básica. Se porventura alguém não tivesse condições
de arcar com os custos de comprar sua própria cerveja, havia algum projeto social
que forneceria a cerveja para essa pessoa ou família carente. A cerveja era algo
fundamental para a sobrevivência das pessoas. Também era fundamental para
manter a organização do caos estabelecido, por mais paradoxal que isso possa
parecer. Uma sociedade que vivia em constante estado de embriaguez até que
noções básicas de saneamento tornaram a água segura para ser bebida, e que os
chás e, principalmente, o café, despertou nos seres humanos da época a sobriedade
e os benefícios de realizar as atividades cotidianas sem os efeitos do álcool. Luz
para o mundo e para a cerveja como uma bebida de opção.
FONTE: <http://ifbainfohistoria.blogspot.com/2011/06/crescente-fertiljonathas-alves.html>.
Acesso em: 14 nov. 2018.
Outra grande vantagem dos cereais é que eles podiam ser guardados por
longos períodos, não havendo escassez de comida durante os períodos entre as
safras. Mesmo sabendo que era possível guardar os cereais, era difícil, naquela
época, achar um local para armazenamento que ficasse inteiramente livre do
contato com a água. Água da chuva, por exemplo. O homem logo percebeu
que os cereais que acabavam molhados, inchavam, como na sopa, mas que com
algum tempo tornavam-se doces. Hoje esse processo é compreendido e sabe-se
que se trata do processo de germinação do grão, no qual o amido é convertido
em açúcar. Se uma parcela desse cereal fosse utilizada para a produção de uma
sopa ou mingau, e este fosse armazenado, outra mágica acontecia e tínhamos um
alimento, meio líquido, meio sólido, efervescente e alcoólico devido ao processo
de fermentação que ocorria espontaneamente. O mingau tornava-se uma bebida
agradável e embriagante. Resumidamente, foi assim que ocorreu o surgimento
da primeira cerveja. E o homem nunca mais abriu mão dela!
Essa pode não ter sido a primeira vez que o homem provou uma bebida
alcoólica. Algo semelhante já existia, a partir da uva (vinho) e do mel (hidromel).
Porém, essas duas matérias-primas eram bem mais escassas, o que limitava muito
a produção. Enquanto a uva tem um ciclo vegetativo anual e armazenar qualquer
coisa na época era muito complicado, o mel também não é nada abundante. A
cerveja demonstrou grande eficiência nesse sentido, pois pode ser produzida
em qualquer época e em qualquer quantidade. Inclusive de forma pontual, para
atender um período de festividade, por exemplo.
5
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
Em uma sociedade quase que totalmente iletrada, foi nos mosteiros que, durante
o período medieval, a cerveja encontrou condições mínimas para evoluir como bebida.
Inclusive nos dias atuais, como destaca Perozzi (2014), entende-se que higiene e precisão
são características fundamentais para a produção de uma boa cerveja, logo, os monges
católicos foram capazes de registrar detalhes da produção cervejeira, aumentando sua
qualidade e conseguindo produzir em escala maior. Apesar de muitos produzirem-na
nas próprias casas, as cervejas dos monges adquiriam fama de qualidade, e por muito
tempo foram consumidas dentro dos próprios mosteiros, distribuídas aos pobres e,
quando havia excedentes, vendida para a população.
NOTA
“Numa época em que a cerveja era considerada alimento, cada monge consumia
de 5 a 8 litros de cerveja por dia” (MORADO, 2017, p. 31).
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Edua-rd_Gr%C3%BCtzner_
Drei_M%C3%B6nche_bei_der_Brotzeit_1885.jpg>. Acesso em: 23 dez. 2018.
6
TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DA CERVEJA
Fora dos mosteiros ou, pelo menos, numa visão mais próxima da científica,
feita por alquimistas do período medieval, o processo da fermentação ocorria pela
combinação dos elementos da natureza: terra, água, ar e fogo. Logo, cervejeiros
alquimistas passaram a utilizar a estrela Salomônica de seis pontas, símbolo dos
alquimistas, também como símbolo de suas cervejas. Muitos rótulos as mantêm
até os dias de hoje e, na Figura 3, podemos observar (esquerda) o rótulo da cerveja
Estrella Galicia, que destaca a estrela no topo e a fachada de uma cervejaria que
apresenta a estrela com um copo de cerveja ao centro.
4 LEI DA PUREZA
ATENCAO
Estavam sentados, em uma mesa de bar, os donos das quatro maiores cervejarias
do Brasil, quando chamaram o garçom.
E ele respondeu: — Ué, se ninguém aqui vai tomar cerveja eu também não vou!
8
TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DA CERVEJA
NOTA
O que é o gruit?
“[...] o gruit poderia conter alecrim, absinto, artemísia, milefólio, zimbro, murta-do-
brejo, urze e gengibre” (MORADO, 2017, p. 39).
FONTE: <https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/por-onde-anda-o-baixinho-da-kaiser/>.
Acesso em: 23 dez. 2018.
FONTE: <https://www.infomoney.com.br/negocios/grandes-empresas/noticia/6537209/
marcas-mais-valiosas-brasil-juntas-elas-valem-bilhoes>. Acesso em: 23 dez. 2018.
FONTE: <https://edutakashi.wordpress.com/2015/02/28/itaipava-apresenta-novo-filme-da-serie-
o-verao-e-nosso/>. Acesso em: 23 dez. 2018.
12
TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DA CERVEJA
13
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
um vácuo cervejeiro no Brasil de quase 150 anos. Foi em 1808, com a vinda da
Família Real para o Brasil, com a abertura dos portos, liberação da manufatura e a
vinda de grandes levas de imigrantes, que surgiram iniciativas bem-sucedidas na
fabricação da cerveja no Sul e no Sudeste brasileiro, mas ainda bastante tímidas.
14
TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DA CERVEJA
FONTE: <http://telecerveja.blogspot.com/2010/01/bodas-de-diamante-da-cerveja-em-lata.
html>. Acesso em: 23 dez. 2018.
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Não se sabe ao certo quando foi o primeiro contato do homem com as bebidas
alcoólicas e nem qual foi a bebida, mas a partir da descoberta da cerveja, com
certeza ela começou a ganhar importância rapidamente, pelo simples fato de
ser boa, relaxar, dar prazer, curar e aproximar o homem de seus deuses.
• Fazer cerveja passa a ser rotina familiar, muitas vezes de responsabilidade das
mulheres da casa, assim como o cuidado dos filhos. Outras comunidades tinham
grupos responsáveis pela produção. Mas foi entre os monges, membros da
igreja, que a cerveja se desenvolveu como bebida, melhorando sua qualidade.
16
• No final da Idade Média, o duque Guilherme IV, da Bavária, na Alemanha,
aprovou a Reinheitsgebot, também conhecida como Lei da Pureza da Cerveja
Alemã. Essa lei tratava, entre outras coisas, que toda a cerveja só poderia
ser produzida com água, malte de cevada e lúpulo. Essa lei permanece, com
modificações, até os dias de hoje, mas sem poder compulsório.
17
AUTOATIVIDADE
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você já deve ter percebido que a cerveja não foi nenhuma
modinha temporária, mas sim uma bebida/alimento fundamental para os seres
humanos de todas as épocas e das mais diversas sociedades. Talvez, hoje,
possamos ouvir opiniões de algumas pessoas que julguem a cerveja como um
produto supérfluo em nossas vidas (e, se analisarmos do ponto de vista alimentar,
realmente é), mas você bem percebeu que nem sempre foi assim. É possível viver
sem cerveja; triste, mas possível.
Sendo a cerveja, então, tão importante, à medida que ela se espalhou pelo
mundo foi ganhando características diferentes em cada canto. Receitas próprias
que respeitam estilos, preferências, necessidades e fatores culturais de cada lugar.
A cerveja, como já vimos, não é uma bebida de terroir, como é o vinho. Ou seja,
o solo ou condições climáticas não necessariamente interferem no resultado final
da cerveja, em tempos antigos, alguns regionalismos poderiam ser difíceis de
esconder, mas atualmente, uma cerveja pode ser produzida exatamente igual
em qualquer lugar do mundo. Basta respeitar a receita, que inclui até mesmo
propriedades físico-químicas da água a ser utilizada.
2 ESCOLA BRITÂNICA
Os ingleses e britânicos, como um todo, sempre estiveram no topo do
desenvolvimento do mundo, seja em questões sociais, culturais, econômicas e, claro,
não poderia ser diferente, também são vanguarda na gastronomia. Se os britânicos
podem, muitas vezes, não ser os desenvolvedores, criadores ou mesmo os criativos
em muitas coisas, mas se não é deles a ideia, é pensado, vendido e consumido por
eles, devido ao tamanho do poderio econômico e de influência mundial que detêm.
19
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
3 ESCOLA GERMÂNICA
A cerveja é uma bebida mundial, mas a Alemanha e os demais países
que compõem a região germânica tomaram essa bebida para parte de si. É
praticamente impossível separar a história dessa região da história da cerveja.
Os países que compõem a região da Germânia são: Alemanha, República Tcheca,
Eslováquia, Áustria, Holanda e Polônia.
NOTA
21
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
FONTE: <http://stuttgartsteps.com/blog/2014/3/19/a-visit-to-the-biergarten>.
Acesso em: 30 dez. 2018.
ATENCAO
Falando nos tchecos, vale registrar que cabe a eles o mérito de serem os
pioneiros na utilização do lúpulo na cerveja. Se não fosse por isso, caro acadêmico,
talvez ainda estaríamos bebendo cervejas com o gruit, produzido nos mosteiros
da igreja. Mas apesar dessa atitude inovadora da época, hoje em dia a indústria
cervejeira dos tchecos é bastante tímida, muito devido as duas grandes guerras
22
TÓPICO 2 | A CERVEJA PELO MUNDO
que afetaram fortemente o país e, ainda, o regime socialista que impedia qualquer
avanço na área. O único benefício dessa situação foi o de manter suas receitas
e técnicas intactas durante muitos anos, não sofrendo com as fortes influências
do mercado e da indústria, que muitas vezes acaba desconfigurando o conceito
inicial do produto cerveja.
4 ESCOLA BELGA
A Bélgica tem um relacionamento com a cerveja bastante peculiar, bem
diferente da Alemanha, que busca uma produção regrada, de qualidade e até
mesmo de quantidade, a Bélgica parece tratar a cerveja com mais requinte e
criatividade.
“A Bélgica não é conhecida como o país da cerveja, mas, com muito mais
justiça, como o paraíso da cerveja” (MORADO, 2017, p. 345).
E
IMPORTANT
DICAS
5 ESCOLA AMERICANA
A cerveja nos Estados Unidos passou por grandes dificuldades até se
tornar a referência que é atualmente. Trazida da Europa por imigrantes, segundo
Mosher (2017), os primeiros barris de cerveja atracaram nos Estados Unidos em
1620, e não demorou muito para que ingleses e irlandeses iniciassem os primeiros
empreendimentos cervejeiros. As dificuldades eram enormes, principalmente
24
TÓPICO 2 | A CERVEJA PELO MUNDO
FONTE: <https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/chile-sera-o-primeiro-pais-ter-
verdadeira-duff-de-homer-simpson/>. Acesso em: 7 jan. 2018.
• A cerveja não é uma bebida de terroir. Apesar que a origem dos ingredientes,
como a água, por exemplo, pode influenciar no resultado da cerveja, atualmente
não há nada que não se possa controlar na produção da cerveja.
• Os Pubs são os lugares preferidos dos ingleses para consumo de cerveja. Para
eles, trata-se de uma bebida extremamente social.
• Diferente dos britânicos, que preferem a discrição e reserva dos Pubs para
beber suas cervejas, os germânicos são povos dos festivais. Bebem ao ar livre
em parques e praças próprios para isso, além de regularmente organizarem
festividades cujo tema é a cerveja.
26
• Outra característica da escola belga é a maestria com que usam ingredientes
diferentes em suas cervejas, como frutas, ervas e especiarias. Receitas que
influenciam cervejas por todo o mundo.
• Por volta de 1960, surge o movimento Craft Beer, que fez ressurgir a produção
de cervejas de grande qualidade, elaborada por pequenos produtores. Um
contraponto às grandes indústrias de porte internacional, que enchiam o
mercado com cervejas ruins e baratas.
27
AUTOATIVIDADE
1 Quais são os estilos de cerveja que mais se identificam com a Escola Britânica?
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3
TIPOS DE CERVEJAS
1 INTRODUÇÃO
“Cerveja não é tudo igual”. Apesar da receita básica ser a mesma, a
qualidade dos ingredientes, da água, os métodos e técnicas empregados em
cada preparo acaba proporcionando um sem fim de tipos e estilos diferentes de
cervejas. Isso sem considerarmos os adjuntos cervejeiros que cada produtor pode
decidir ao seu puro prazer. Muitas vezes recursos interessantes nos surpreendem
com bebidas realmente boas e diferentes, por outras vezes, parece ser apenas uma
tentativa frustrada, um erro, uma brincadeira de mau gosto ou um acidente de
percurso sendo aproveitado na mídia.
29
FIGURA 13 – ESQUEMA DE TIPOS E ESTILOS DE CERVEJAS
30
TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
FONTE: <http://cervejatcheca.com/qual-a-diferenca-entre-cerveja-ale-e-pilsen-lager/>.
Acesso em: 5 jan. de 2019.
• Fermento.
• Temperatura.
• Tempo.
NOTA
2 LAGER
Quando alguém lhe convida para tomar uma cerveja, de acordo com
Carpenter (2017), essa pessoa está sendo terrivelmente pouco específica no que diz
respeito ao tipo de bebida que será servido, a única certeza é que será uma bebida
feita, pelo menos em parte, de grãos. Quando lhe convidam para tomar uma Lager,
já começa a haver uma definição, mas ainda longe de evitar surpresas. Mas assim
é o mundo da cerveja. Lager, antes de ser o nome dado a um tipo de cerveja, é o
nome (ou apelido) de uma levedura em especial, as Saccharomyses pastorianus. A
partir do uso dessa levedura na produção da cerveja, define-se também o tipo da
cerveja que leva o mesmo nome: Lager. Mas, sobre leveduras, falaremos mais na
unidade seguinte. Nesse ponto focaremos na produção desse tipo de cerveja.
32
TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
DICAS
3 ALE
Ale é um tipo de cerveja que ficou durante muitos anos abandonado pelos
produtores frente à preferência massiva dos consumidores pelas cervejas com maior
drinkability, apresentadas ao público com o surgimento da germânica Pilsen. A
facilidade de beber esse novo tipo de cerveja, mais leve, de sabores menos intensos,
por vezes até mais pobres, mas que matavam mais a sede, ou que era possível beber
em grandes quantidades ou por períodos mais longos, característica fundamental
para manter a alegria nos momentos sociais e festivos por todo o mundo, fez da Ale
um tipo de cerveja à margem do grande mercado consumidor.
33
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
Para não desaparecer de forma definitiva, Morado (2017) lembra que pequenos
produtores voltaram a fomentar a produção da Ale. Uma iniciativa pioneira e de
significativo sucesso surge na década de 1960 na Inglaterra – a CAMRA – Campaign
for Real Ale (Campanha pela Autêntica Ale). O movimento, na verdade uma ONG sem
fins lucrativos, buscou unir produtores e conscientizar consumidores da importância
de preservar a tradição cervejeira, que por séculos perdurou, principalmente na
Inglaterra e todo o Reino Unido, em relação ao tipo de cerveja consumida, fazendo um
contraponto às grandes companhias internacionais que se preocupavam apenas com
o lucro. Preservando o produto, automaticamente se preservaria também as pequenas
cervejarias artesanais. A CAMRA, entre outras coisas, buscava manter viva a produção
das Ale e, principalmente as fermentadas em barris e madeira, que deixa o sabor da
cerveja ainda mais natural e fresco. Esse estilo, em particular, denominado de Cask Ale
(literalmente Ale de barril), chegou quase a ser extinto por força da grande indústria.
Já nos Estados Unidos, surge alguns anos mais tarde, entre as décadas de
60 e 70, um movimento semelhante ao inglês, chamado de Craft Beer. Como você
deve lembrar, caro acadêmico, vimos anteriormente sobre a escola americana da
cerveja, que seus consumidores eram carentes de entendimento e qualidade em
suas cervejas. Com o movimento Craft Beer isso mudou rapidamente, ainda mais
associado ao movimento Hippie que Steve (2015) bem lembra ser um movimento
que influenciou mudanças em diversos setores da economia, principalmente em
suas opiniões contrárias a grandes empresas e valorizando os produtos locais e
artesanais. No caso das cervejas, os homebrewing. Esses movimentos, inicialmente
o CAMRA, na sequência o Craft Beer, chegaria ao Brasil por volta de 1990.
NOTA
FONTE: O autor
4 FERMENTAÇÃO ESPONTÂNEA
É o primeiro tipo de cerveja que se conheceu. O processo fermentativo
ocorria de forma natural, com leveduras próprias do ambiente. Tudo muito
bonito, mas também muito perigoso e arriscado. O risco de contaminação por
alguma bactéria prejudicial à saúde humana é enorme ou, numa outra hipótese,
perder um lote de uma possível boa cerveja. Diferente da produção de vinhos,
sidra ou hidromel, em que frutas e mel são povoados de leveduras comuns nesse
meio, tornam a fermentação por leveduras selvagens mais segura, a cerveja
precisa fermentar em um meio que passou por cozimento ou fervura, para
obtenção do malte. Logo, nesse meio natural não há mais leveduras nativas, as
novas leveduras precisam vir de um meio externo, que é a própria cervejaria, seja
pelo ar ou pelos utensílios empregados no processo de produção, o que torna
tudo muito mais arriscado e de difícil controle. Mas assim são feitas as cervejas
de fermentação espontânea, conforme apresenta Katz (2014).
35
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
E
IMPORTANT
No Brasil, há um produtor que ganhou destaque por fabricar uma cerveja que,
apesar de ser uma Ale, se inspirou nas belgas Lambic. Trata-se da Falke Bier, que usou
e ousou utilizar a jabuticaba, uma fruta típica brasileira em uma de suas cervejas cuja
fermentação e maturação durou por vários meses. A seguir, a imagem da cerveja.
FIGURA – VIVRE POUR VIVRE - CERVEJA COM JABUTICABA PRODUZIDA PELA FALKE BIER
5 ESTILOS DE CERVEJA
Caro acadêmico, volte algumas páginas e analise novamente a Figura 13.
Adentraremos agora nas conexões mais profundas dos estilos cervejeiros. Até então,
somente classificamos as cervejas em Lager, Ale e de fermentação espontânea, mas
agora, a partir dessa etapa, acrescentaremos diversas variáveis, como regionalismos,
ingredientes e técnicas de produção que farão multiplicar rapidamente a quantidade
de estilos de cerveja. Trabalharemos com quadros, em que cada um deles apresenta
um grupo de estilos de cerveja, seja por região, ingrediente ou técnica de produção.
Diversas vezes os estilos serão muito próximos, apenas um ponto os difere dos
demais, como se os estilos se entrelaçassem. Os quadros são um compilado de
informações coletadas na obra de Ronaldo Morado (2017).
36
TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
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TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
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UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
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TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
O termo India Pale Ale, por extenso, só pode ser usado quando se refere ao
estilo original. Em outras referências usa-se o termo abreviado IPA, já que as
variações não têm relação direta com a Índia e nem todas são claras (Pale).
Nesses casos, o termo IPA quer expressar que se trata de uma Ale amarga e
lupulada, sendo muito disseminado atualmente (MORADO, 2017, p. 219).
No século XIX, eles (os três estilos do quadro acima) foram apelidados
conforme o preço do barril de cerveja, que variava pelo teor alcoólico,
em shilling (cujo símbolo era /-), que era a moeda corrente. Dessa forma
as mais leves eram chamadas 60/-, as de teor alcoólico moderado eram as
70/- e as mais alcoólicas eram as 80/-. Atualmente esses estilos chamam-
se Light, Heavy e Export, respectivamente” (MORADO, 2017, p. 222).
41
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
NOTA
FONTE: <http://twixar.me/W3P1>.
Acesso em: 6 jan. 2019.
42
TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
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UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
QUADRO 22 – IPA
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TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
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UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
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TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
ATENCAO
Teor
Amargor Cor
Estilo alcoólico Descrição
IBU SRM
APV
Cerveja bastante rara hoje em dia. Feitas de
trigo, altamente carbonatadas, utilizam sal,
Gose 4,2% a 4,8% 5 a 12 3a4
coentro e lactobacilos em suas receitas, o que
as deixam quase exóticas.
Cervejas de trigo, defumadas, ácidas e
Lichtenhainer 3,5% a 4,7% 5 a 12 3a6 baixo teor alcoólico. Refrescante e com boa
carbonatação.
Conhecida como London Style, são saborosas,
London 22 a nota-se o malte, caramelo, café e biscoito. Sua
2,8% a 3,6% 15 a 20
Brown Ale 35 cor é sempre marrom, às vezes opaca. Hoje
em dia, quase extinta.
Trata-se do estilo parecido com o Czech
Pre- Premium, produzido na América antes da
prohibition 4,5% a 6% 25 a 40 3a6 Lei Seca. Após todas as dificuldades voltou a
Lager ser produzida, mas com adaptações de sabor
devido à escassez de ingredientes.
Pre- Estilo produzido durante a Revolução
18 a
prohibition 4,5% a 6% 20 a 30 Americana (1776). Uma variação da English
30
Porter Porter, mas com ingredientes locais.
Uma variação da Dunkelweizen, mas que
14 a
Roggenbier 4,5% a 6% 10 a 20 usa centeio no lugar do trigo. Adstringente,
19
refrescante e encorpada.
Típicas da Finlândia para festividades, são
Saht 7% a 11% 7 a 15 4 a 22 pesadas e fortes. Sabor de centeio, zimbro,
banana e cravo.
47
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
Estilo Descrição
O termo wild, traduzido ao português como “selvagem”,
não significa que as leveduras utilizadas são selvagens, de
American Wild Ale
fermentação espontânea, mas que há a interação de outros
micróbios no processo fermentativo.
São interpretações modernas de cervejas belgas com a utilização
Brett Beer
de Brettanomyces, leveduras do tipo das cervejas Lambic.
Uma interpretação ácida ou rústica, de uma versão clássica
Mixed- Fermentation Sour Beer. belga originalmente não ácida. Normalmente obtida com a
utilização de leveduras diferenciadas.
Versões ácidas de cervejas com frutas, ervas ou especiarias, feita
Wild Specialty Beer com leveduras selvagens envelhecidas em barris de madeira.
Apesar do barril, a madeira não costuma ser predominante.
Um casamento entre frutas e cerveja com o intuito de
engradecer a cerveja, nunca gerar um novo produto com
Fruit Beer
caráter artificial. Costumam ser usadas frutas como morango,
cereja, framboesa, mirtilo e damasco.
Assim como a Fruit Beer busca uma harmonização entre a
Fruit and Spice Beer cerveja e as frutas, agora busca, também, com especiarias, a
exemplo de cravo, canela e coentro.
Tal qual as anteriores, aqui há ainda a adição de ingredientes
Specialty Fruit Beer como mel e açúcares fermentáveis, adicionando um novo
processo na produção da cerveja.
Semelhante à Fruit, aqui adiciona-se, ao invés de frutas,
Spice Herb ou Vegetable Beer ervas e especiarias. Por exemplo, abóbora, baunilha,
chocolate, mel ou gengibre.
Cervejas que remetem a um clima fresco típico de outono.
Pode ter, inclusive, adição de adjuntos típicos da estação.
Autumn Seasonal Beer Costumam ser moderadamente encorpadas, com final
aquecedor. Condimentos também são utilizados para criar a
sensação de conforto ao beber.
São cervejas típicas de inverno. Normalmente utilizam
Winter Seasonal Beer ingredientes típicos da época, como mel, frutas cristalizadas,
nozes, tâmaras, casca de limão, pimenta, canela, cravo e gengibre.
Cervejas com predominância de aromas e sabores defumados.
Normalmente o processo consiste em defumar o malte,
Classic Style Smoked Beer queimando madeira de diversos tipos e expondo o malte a
essa fumaça. Madeiras comuns são o carvalho, noz-pecã,
nogueira, macieira, cerejeira, entre outras.
Um mix entre as cervejas defumadas com adição de frutas em
Specialty Smoked Beer
suas receitas.
São cervejas com características adquiridas no toque na
Wood-Aged Beer madeira. Nunca advindo de outros usos da madeira, como
vinhos ou uísques.
Aqui sim, cervejas envelhecidas que adquirem aromas e
sabores a partir de toque na madeira que já tiveram outros
Specialty Wood-Aged Beer
usos, como vinhos, uísques, rum ou cachaça, por exemplo. A
cerveja adquire características da bebida em questão.
48
TÓPICO 3 | TIPOS DE CERVEJAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Sandro Macedo
49
UNIDADE 1 | CERVEJA: CONHECENDO A BEBIDA
“Até aqueles que votavam contra estão comemorando, porque isso acaba
trazendo as atenções para o movimento cervejeiro no país”.
FONTE: <https://www1.folha.uol.com.br/comida/2018/07/refrescante-catharina-sour-e-o-1o-estilo-
brasileiro-de-cerveja-catalogado.shtml>. Acesso em: 13 jul. 2019.
CHAMADA
50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Cervejas não são todas iguais. Elas podem ser diferentes pelos ingredientes
empregados e pelas técnicas de produção utilizadas, mas só essas duas
variáveis tornam infindável a quantidade de estilos de cervejas no mundo.
• Com o surgimento das cervejas do tipo Lager, mais fáceis de beber, as do tipo
Ale começaram a desaparecer. Para evitar isso surge a CAMRA – Campaign for
Real Ale – em Londres, e anos mais tarde é apoiada pelo movimento Craft Beer,
nos Estados Unidos.
• A partir dos três tipos de cerveja: Ale, Lager e de fermentação espontânea, surgem
centenas ou até milhares de estilos diferentes de cerveja pelo mundo. Alguns
estilos se tornam clássicos e tendem a ser imitados. E, a partir dos clássicos, surgem
novos e inusitados estilos, muitas vezes vinculados à origem de fabricação.
51
AUTOATIVIDADE
52
UNIDADE 2
FABRICANDO A CERVEJA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INGREDIENTES
CHAMADA
53
54
UNIDADE 2
TÓPICO 1
INGREDIENTES
1 INTRODUÇÃO
Como bem aprendemos na primeira unidade deste Livro Didático, a
cerveja surge há alguns mil anos atrás, num feliz acidente envolvendo cereais,
água e leveduras que, sob condições certas de temperatura, fermentaram
criando um líquido alcoólico que seria a forma mais rudimentar e inicial do que
conhecemos hoje como cerveja.
Chamamos atenção a este primeiro parágrafo, pois ele nos lembra que
a produção de cerveja demanda uma receita. Uma mistura de ingredientes e
uma sequência de processos que podem ser mais simples ou mais complexos,
dependendo da cerveja que se deseja produzir, mas, mesmo nas versões mais
simples, há uma receita com ingredientes e modo de preparo. Logo, neste
tópico primeiro, conheceremos um pouco mais sobre cada um dos principais
ingredientes que compõem a cerveja. São eles: água, malte, levedura e lúpulo.
Claro que outros ingredientes podem fazer parte da receita de produção de
muitas excelentes cervejas, mas neste momento manteremos nossa atenção
somente nesses citados, pois são os ingredientes que são regulamentados pela
Lei da Pureza Alemã. Também porque são os ingredientes base para a produção
de qualquer cerveja.
FONTE: <http://blog.prazeresdacasa.com.br/brew/ingredientes-da-cerveja-qual-a-funcao-de-
cada-um-na-producao-de-cerveja/> . Acesso em: 25 jul. 2019.
55
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
2 ÁGUA
Considerando os volumes entre os ingredientes, a água é o principal
deles, pois corresponde a algo entre 92 e 95% do peso das cervejas, conforme
destaca Filho (2016). Além disso a água está presente em diversas etapas da
produção como na fabricação propriamente dita, na situação de ingrediente,
como também em trasfegas, filtrações e higienizações. Para o momento,
focaremos na água ingrediente.
FONTE: <https://www.badenbaden.com.br/microcervejaria/processo-de-fabricacao/>.
Acesso em: 17 nov. 2019.
Hoje, ter uma fonte de água de qualidade pode até ser um grande trunfo
na fabricação da cerveja, porém, tanto as grandes cervejarias como as pequenas
e artesanais, já conseguem manipular a fórmula química da água, corrigindo
características químicas evitando problemas e proporcionando melhor qualidade
para a cerveja. No quadro a seguir, uma tabela que apresenta alguns índices da
análise química da água, necessário para a fabricação de uma boa cerveja.
56
TÓPICO 1 | INGREDIENTES
Intervalo
Mínimo Máximo
pH 5 9,5
Ca mg/L 70 90
Mg mg/L 0 10
Na mg/L 0 20
SO4 mg/L 30 150
Fe mg/L 0 0,1
Mn mg/L 0 0,05
NTE
INTERESSA
Cidades como Agudos e Ribeirão Preto, em São Paulo, e Petrópolis e Nova Iguaçu,
no Rio de Janeiro, levam a fama de terem fontes puríssimas de água, o que seria refletido
na qualidade única de suas cervejas. Logo, a cerveja X, de um desses lugares, seria melhor
que a mesma marca, só que feita em outro Estado.
Balela de botequim.
Isso só fazia sentido até o século 19, quando cervejarias precisavam se instalar
perto de boas fontes de água. Daí veio a fama de cidades como Pilsen (República Checa)
ou Munique (Alemanha), por exemplo.
Luciano Horn, mestre-cervejeiro da Ambev, dona das três marcas mais consumidas
no País (Skol, Brahma e Antarctica) diz que a empresa faz questão de desmentir a lenda. “A
Brahma de Agudos é famosa. Mas é igual à de outras cidades. Queremos que o consumidor
encontre sempre o sabor esperado”. É igual, mas pode ser melhor.
57
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
3 MALTE
Se a água tem importância por ser o ingrediente de maior proporção
dentro da cerveja, o malte é importante por entregar muito da personalidade da
cerveja. Muitos cervejeiros dizem que o malte é a “alma da cerveja”, pois o malte
interfere em cor, aroma, sabor e na estrutura como um todo da cerveja.
Malte não é algo que se colhe no campo, caro acadêmico. Pelo menos, não
se colhe pronto. Você deve lembrar que logo no início desta unidade, destacamos
a cerveja como uma bebida que precisa de receita para ser produzida, pois bem,
o malte é, ainda, um ingrediente que precisa ser produzido de forma antecipada,
uma espécie de pré-preparo.
FIGURA 3 - CEVADA
FONTE: <https://www.wickbold.com.br/os-beneficios-da-cevada-para-a-sua-saude/>.
Acesso em: 26 jul. 2019.
ATENCAO
58
TÓPICO 1 | INGREDIENTES
59
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
4 LEVEDURA
Se a água é importante devido sua proporção, se o malte é a alma que
dá vida e estilo para a cerveja, é a levedura que faz o milagre da transformação,
é a levedura quem realmente põe todo mundo para trabalhar. Peixoto (2002),
define as leveduras como os agentes de fermentação para a produção de bebidas
alcoólicas fermentadas, como o vinho, o saque, a cidra e, obviamente, a cerveja.
E
IMPORTANT
A descoberta recente das leveduras também pode ser notada quando nos
deparamos com a lei original da Pureza da Cerveja Alemã, a Reinheitsgebot, promulgada
em 1516, a qual não destacava as leveduras como um ingrediente, pois não se sabia da
existência das mesmas.
60
TÓPICO 1 | INGREDIENTES
FONTE: <http://beercast.com.br/leia-o-rotulo/cerveja-artesanal-caseira-as-leveduras/>.
Acesso em: 27 jul. 2019.
E
IMPORTANT
61
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
Morado (2017), nos lembra que foi em 1883 que os cientistas começaram
os primeiros processos bem-sucedidos de seleção de leveduras. Ou seja, foi aí que
os cientistas começaram a conseguir separar as famílias de leveduras boas para
a fabricação de cervejas das demais, continuando, criaram cepas de leveduras
que agiam cada vez melhor no processo de fermentação da cerveja. Isso trouxe
padronização e qualidade para o processo produtivo da cerveja. Essa pesquisa
resultou na seleção, dentre centenas de espécies de levedos (ou leveduras), das
duas principais, destacadas segundo Morado (2017): Saccharomyces cerevisae e
Saccharomyces pastorianus, responsáveis pelas produções das cervejas dos estilos
Ale e Lager, respectivamente.
Aquelas leveduras, presentes nos mosteiros desde antigamente,
mencionadas nos parágrafos anteriores, recebem um outro nome Brettanomyces. São
típicas das cervejas Lambic e outras de fermentação espontânea, essas leveduras
são comumente chamadas de leveduras selvagens justamente por estarem livres
nos ambientes cervejeiros e nos insumos. Eventualmente podem causar aromas
desagradáveis na cerveja, logo, por isso, alguns produtores já trabalham com as
Brettanomyces de forma controlada, inoculadas no mosto cervejeiro e não natural.
5 LÚPULO
O último dos ingredientes principais. Um tempero, o toque final!
62
TÓPICO 1 | INGREDIENTES
FONTE: <https://www.vidarural.pt/wp-content/uploads/sites/5/2016/02/l%C3%BApulo-Vira-
Rural-1809.jpg>. Acesso em: 27 jul. 2019.
FONTE: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/campo-e-lavoura/noticia/2019/01/de-
onde-vem-o-lupulo-usado-na-producao-da-cerveja-cjrce8vlr00ek01nyywfr5231.html>.
Acesso em: 27 jul. 2019.
ATENCAO
Morado (2017) lembra que o lúpulo também agrega valor nutricional, por conter
vitaminas do complexo B, vitamina C e taninos entre outros. Lembra ainda que o lúpulo, de
nome científico Jumulus Lupulus, da família das Cannabaceae, - mesma família da maconha,
logo, também tem efeito relaxante. A cerveja então possui propriedades relaxantes tanto pelo
álcool como pelo lúpulo empregado na fabricação. É comum em algumas comunidades, a
confecção de travesseiros com flores de lúpulo para relaxar durante o sono.
63
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
FONTE: <https://www.cervejacsac.com/mundo-cervejeiro/temporada-de-lupulo/>.
Acesso em: 27 jul. 2019.
FONTE: <https://www.poislbrew.com.br/loja/lupulo-czech-saaz-em-pellet-t-90-50g-barth-
haas/>. Acesso em: 27 jul. 2019.
64
TÓPICO 1 | INGREDIENTES
NTE
INTERESSA
FONTE: O autor
65
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A cerveja é uma bebida alcoólica fermentada, que poder ser composta com
diversos ingredientes, mas segundo a Lei da Pureza da Cerveja Alemã, os
ingredientes permitidos na sua fabricação são: água, malte, levedura e lúpulo.
• O grau de torrefação do malte será responsável entre outras coisas, pela cor,
aroma e sabor da cerveja. Maltes menos torrados dão origem a cervejas claras e
leves. Maltes mais torrados dão origem a cervejas mais escuras e encorpadas.
• O lúpulo é uma planta do estilo trepadeira cuja flor fêmea é rica em uma resina.
Esta resina é o elemento que contribui para a cerveja. Ele pode ser utilizado de
forma natural com a flor fresca, com a flor seca, ou processado em forma de pellets.
66
AUTOATIVIDADE
3 O que é o malte?
67
68
UNIDADE 2 TÓPICO 2
O PROCESSO DE
FABRICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
É provável que você já tentou, ou conhece alguém que tenha tentado
fabricar sua própria cerveja em casa. Talvez tenha conseguido, talvez não. O
processo de fabricação de cerveja não é tão complexo, mas para que a cerveja
seja de qualidade, certos cuidados, algumas boas práticas e equipamentos de
acordo são imprescindíveis. Percebe-se que uma grande dificuldade enfrentada
pelos cervejeiros artesanais, está justamente nos controles que exigem alguma
técnica ou equipamento mais apurado. A ausência destes, normalmente acarreta
em lotes imprecisos de cerveja, ou seja, é difícil fazer uma cerveja igual a outra.
Barril
Levedura
Latas
Garrafas
A produção da cerveja começa com O mosto é resfriado e adiciona-se a levedura Saccharomyces Impurezas e materiais A cerveja em garrafas e latas
malte de cevada, água e, se for o caso, cerevisiae. Nessa fase, segundo os estudos realizados pela particulados, como é pasteurizada para eliminar
adjuntos cervejeiros como arroz e USP, os LEDs são mergulhados no líquido para acelerar o leveduras residuais, microrganismos e ter
milho, formando um caldo, o mosto. metabolismo das leveduras. A fase seguinte é a maturação são retirados e a cerveja validade maior. Nos barris é
Ele é aquecido para beneficiar algumas por períodos de até 21 dias, quando uma série de reações torna-se transparente. para consumo rápido.
reações enzimáticas e depois fervido bioquímicas confere o aroma e o sabor definitivo da cerveja.
com a adição de lúpulo. FONTE ÉVERTON ESTRACANHOLI
69
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
2 BRASSAGEM
70
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE FABRICAÇÃO
pois ativa as enzimas que produzem notas aromáticas de cravo, quando se está
utilizando maltes de trigo. A figura a seguir é um exemplo de como se comportam
as rampas de temperatura: permanece-se com a temperatura do mosto por mais
tempo a 50 °C, 67 °C e finaliza com 76 °C.
FONTE: <https://docplayer.com.br/47936415-Fundamentos-de-fabricacao-de-cerveja.html>.
Acesso em: 17 nov. 2019.
71
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
FONTE: <https://goronah.blog.br/2016/artesanato/whirlpool-clarificacao-mosto>.
Acesso em: 31 jul. 2019.
3 FERMENTAÇÃO
Na etapa da fermentação, segundo Morado (2017) as leveduras são
adicionadas e iniciam o trabalho de processar e transformar os açúcares presentes
no mosto em álcool (etanol C2H6O), gás carbônico (CO2) e outros elementos em
menor escala. Após a fermentação concluída, já temos uma bebida alcoólica
que podemos chamar de cerveja! Perozzi (2014), por sua vez, comenta que a
fermentação é o momento da paciência, pois é a fase em que é preciso esperar
para que as leveduras façam o trabalho que precisa ser feito. Esse período pode
demorar de 5 até 10 dias.
72
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE FABRICAÇÃO
FONTE: <https://www.cervejacsac.com/homebrew/cerveja-caseira-fermentacao/>.
Acesso em: 31 jul. de 2019.
4 MATURAÇÃO
Após o término do processo de fermentação alcoólica, a cerveja passa para
o estágio de maturação. Já é um estágio final de acabamento da cerveja, porém
não menos importante. Oetterer, Regitano-D'arce e Spoto (2006) definem como
um momento dos mais importantes, pois, aromas, sabores, espumas, limpidez
além de outros detalhes, podem ser acertados nesta fase da elaboração da cerveja.
FONTE: <http://www.condadodacerveja.com.br/como-fazer-a-carbonatacao-da-cerveja-
artesanal/?utm_source=maisumgole&utm_medium=rss>. Acesso em: 17 nov. 2019.
74
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE FABRICAÇÃO
NOTA
O Dry Hopping é uma técnica utilizada por alguns mestres cervejeiros que
consiste na infusão a frio de mais lúpulo na fase de maturação. Nesta fase o lúpulo tem
seu sabor intensificado, pode produzir aromas diferenciados do que na fase de fervura e
produção do mosto e trazer frescor para a cerveja.
5 ACABAMENTO
Após o período de maturação a cerveja ainda não está totalmente pronta,
ainda possuindo “arestas” para acabamento afim de ser finalizada. Na cerveja
ainda existem resíduos de leveduras que precisam ser removidos, é possível
corrigir aromas desagradáveis e a qualidade da espuma.
6 ENVASE
Encerrando o processo de produção da cerveja, temos o envase. Apesar
de ser a última etapa, cuidados com relação à higienização e à assepsia dos
equipamentos, barris ou garrafas, são imprescindíveis para evitar que o trabalho
do mestre cervejeiro seja perdido.
76
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE FABRICAÇÃO
FONTE: <https://cervejonalista.wordpress.com/2017/12/04/bancada-evangelica-quer-proibir-
pasteurizacao-de-cerveja/>. Acesso em: 17 nov. 2019.
77
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O lúpulo tem por finalidade aportar aromas, sabores, estrutura, tornam mais
refrescante e agir como conservante da cerveja.
78
AUTOATIVIDADE
79
80
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, entendemos como é a produção da cerveja em sua
receita mais básica e original. No entanto, a criatividade dos mestres cervejeiros,
durante os séculos, ou porque não, milênios de produção, desenvolveu novas
e variadas receitas com a utilização de ingredientes alternativos e técnicas
diferenciadas na produção, que fugiam da importante e tradicionalíssima Lei da
Pureza da Cerveja Alemã, que, durante o andar da história, deixou de ter força
de lei. Por essa ousadia, criatividade e liberdade, surgiram os diversos estilos de
cerveja que conhecemos.
2 CERVEJA OU CHOPE?
O chope ou chopp, como é mais comumente utilizado pela indústria
cervejeira, é uma cerveja. Segundo Furtado (2009), o Brasil ainda é uns dos
poucos países no mundo onde se consome chope de maneira significativa, pois
as vantagens do chope, nem sempre superam as desvantagens.
81
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
E
IMPORTANT
82
TÓPICO 3 | A CERVEJA E ALGUMAS VARIAÇÃO DA RECEITA
FONTE: <https://www.tecprimmus.com.br/index.php?route=product/product&product_id=111>.
Acesso em: 3 ago. 2019.
Morado (2017), lembra que essa definição de chope como cerveja não
pasteurizada e extraída do barril sob pressão é bem brasileira, visto que em outros
países, não há diferenciação maior entre os termos. Chope e cerveja são como
sinônimos. Para diferenciar o que entendemos aqui no Brasil como chope, outros
países costumar acrescentar o termo barril em sua descrição, ou seja, o chope é
chamado de cerveja de barril, por exemplo. Outro termo menos comum é “cerveja
viva”, uma alusão aos microrganismos que não são eliminados na pasteurização.
3 CERVEJAS CHAMPANHADAS
Algumas cervejas passam por mais um processo fermentativo, após a
maturação. Essa prática tem como inspiração a produção de espumantes a partir
dos vinhos, e o objetivo dessa nova fermentação é o mesmo. Segundo Morado
(2017) proporcionar à cerveja mais fermentação após o período de maturação,
proporcionar para a cerveja novas propriedades aromáticas e principalmente um
ganho excepcional de espuma.
83
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
DICAS
Dica sobre cervejas caras: o brasileiro não é acostumado a pagar muito caro
por suas cervejas, porém a indústria assim como os pequenos produtores começaram a
arriscar produzir cervejas de maior valor agregado. Lembre-se! Cerveja tem validade curta
e não é difícil que elas fiquem velhas na gôndola das lojas, mercados e restaurantes. Antes
de comprar, consulte a validade e compre somente se ela for nova. Caso contrário é bem
capaz de você pagar caro pela cerveja e acabar não gostando do produto, mesmo que
originalmente ele fosse muito bom!
84
TÓPICO 3 | A CERVEJA E ALGUMAS VARIAÇÃO DA RECEITA
UNI
FONTE: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/04/29/ambev-embaralha-
letras-de-suas-marcas-em-acao-de-consumo-consciente.htm>. Acesso em: 17 nov. 2019.
Antarctica virou “Atratcica” e Brahma virou “Bhamra”, por exemplo. A ideia de trocar
as letras de lugar é para mostrar ao consumidor de cerveja que, sob efeito do álcool, muitas
vezes achamos que tudo está certo, quando na verdade não está. Por isso é preciso ter
consciência ao beber.
85
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
FONTE: <https://fionalarmon.wordpress.com/2016/01/15/heineken-launches-new-global-
responsible-consumption-campaign/>. Acesso em: 17 nov. 2019.
NOTA
86
TÓPICO 3 | A CERVEJA E ALGUMAS VARIAÇÃO DA RECEITA
Morado (2017) explica que os cereais não maltados são muito utilizados
pela indústria cervejeira e trazem muitos benefícios para a cerveja. Trigo, aveia e
centeio não maltados, entregam aroma, sabor e textura para a cerveja e também
87
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
E
IMPORTANT
6 INGREDIENTES ESPECIAIS
No texto anterior entendemos que é possível produzir cervejas que não
necessariamente sigam a Lei da Pureza da Cerveja, utilizando outros cereais
diferentes da cevada maltada. É muito comum e, em alguns aspectos interessante,
se utilizar de outros cereais como o milho, o arroz e o trigo entre outros, mesmo
que não maltados, mas porque não tornar a receita da cerveja ainda mais criativa,
89
UNIDADE 2 | FABRICANDO A CERVEJA
misturando ainda outros ingredientes que, muitas vezes, nem parecem fazer
parte da receita. De modo geral, são considerados adjuntos cervejeiros, assim
como também são os cereais não maltados.
FONTE: <https://blog.clubedomalte.com.br/curiosidades-cervejeiras/especiarias-na-cerveja/>.
Acesso em: 17 ago. 2019.
90
TÓPICO 3 | A CERVEJA E ALGUMAS VARIAÇÃO DA RECEITA
LEITURA COMPLEMENTAR
Thiago Volpato
A Rogue Beard Beer chega ao mercado custando $ 6,75 dólares nos EUA, e
promete se tornar uma verdadeira prova de fogo para os beer lovers mais fortes de
espírito. Vai encarar?
Fonte: <https://gq.globo.com/Sabor/noticia/2013/06/uma-cerveja-feita-de-barba.html>.
Acesso em: 11 set. 2018.
91
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Apesar de haver uma lei - conhecida como a Lei da Pureza da Cerveja -, mas
que hoje tem apenas força de tradição, muitos outros ingredientes e técnicas
diferentes, podem ser utilizados na fabricação da cerveja.
• Cervejas champanhadas são cervejas que passam por mais uma fermentação
após o período de maturação. Com isso ficam com espuma mais abundante e
característica. Esse novo processo de fermentação ocorre normalmente dentro
da garrafa final. Cervejeiros costumam usar as tradicionais garrafas de vinho
espumante.
• As cervejas sem álcool não tiveram um bom começo na sua relação com o
público consumidor. As primeiras edições pouco lembravam em sabor e
aromas as cervejas tradicionais. Por isso, até hoje têm fama de serem ruins,
porém isso não é mais tão verdade.
• Novas técnicas de produção da cerveja sem álcool fizeram com que elas se
tornassem muito parecidas em sabor e aroma com as tradicionais cervejas
alcoólicas. Com isso, ganham cada vez mais adeptos.
• Cervejas sem álcool no Brasil, segundo legislação, são as cervejas que contêm
menos de 0,5% de álcool em sua composição. No entanto, algumas marcas têm
se esforçado para produzir cervejas com ainda menos teor alcoólico, a fim de
cativar o público que realmente deseja, ou precisa, evitar o consumo de álcool.
92
• Cereais não maltados são adjuntos cervejeiros que costumar aumentar a
drinkability da cerveja.
CHAMADA
93
AUTOATIVIDADE
94
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo.
CHAMADA
95
96
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Avaliar a qualidade de uma cerveja não é algo que possa ser totalmente
objetivo ou totalmente subjetivo. É preciso encontrar um meio terno, até porque
nem tudo é passível de ser medido ou quantificado. Imagine criar uma escala de
prazer ao tomar um gole de cerveja, com certeza algo impensável até porque sofre
diferentes análises de degustador para degustador. Então, a análise sensorial
deve ser criteriosa e rigorosa dentro do que é possível medir, quantificar, colocar
em escala e imbuir de critérios. Amargor, cor, dulçor, espuma e frescor são alguns
pontos que podemos utilizar numa análise sensorial de cerveja, abstraindo
preferências pessoais.
2 APARÊNCIA
Todo alimento ou bebida que será degustado, tem seu primeiro contato
com o degustador pelo aspecto visual, é a primeira impressão. Na cerveja, Morado
(2017) divide a análise do aspecto da aparência em três: cor, espuma e turbidez.
Vamos iniciar sobre o aspecto da cor da cerveja.
97
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
FONTE: <http://blog.prazeresdacasa.com.br/brew/como-fazer-malte-processo-de-fabricacao/
escala-srm-ebc/>. Acesso em: 3 out. 2019.
98
TÓPICO 1 | ANÁLISE SENSORIAL DA CERVEJA
FONTE: <http://www.cervejahenrikboden.com.br/turbidez-estabilidade-coloidal/>.
Acesso em: 3 out. 2019.
99
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
3 ESPUMA
Avançando nas percepções do aspecto visual da cerveja, além da cor
temos algo que completa o copo, que por definição faz parte de cerveja e que, sem
ela, é até difícil identificar o líquido que se tem no copo. Nos referimos à espuma!
Também chamada de creme ou popularmente conhecida como colarinho. Cunha
(2019) muito bem lembra que o colarinho se tornou alvo de críticas e passou a ser
indesejado por muitos consumidores, mas que, não há como negar, é fundamental
e indissociável da cerveja, é fundamental para identificação e manutenção da
qualidade da cerveja até o último gole. A espuma é responsável por manter a
temperatura do líquido, o frescor, aromas, e a cremosidade da cerveja. A espuma
também pode definir a sanidade da cerveja, pois, se a cerveja não produzir
espuma, pode haver algum defeito na bebida ou problema no serviço, como um
copo sujo ou falha no servir, por exemplo. O mesmo pode-se dizer se a espuma
não permanecer firme até o final do copo.
Por outro lado, a cerveja também não deve ser somente espuma, cerca de
1/3 do copo deve ser preenchido por espuma, enquanto os outros 2/3 de líquido.
Na figura a seguir, os dois copos de cerveja (chope) foram servidos errados, o
primeiro com muita espuma e o segundo com pouca.
FONTE: <https://paladar.estadao.com.br/noticias/bebida,chope-bom-tem-muito-ou-pouco-
colarinho-desvendamos-o-misterio-e-avaliamos-15-bares-de-cidade,70001667252>.
Acesso em: 3 out. 2019.
100
TÓPICO 1 | ANÁLISE SENSORIAL DA CERVEJA
UNI
FONTE: <https://www.papodebar.com/copos-de-cerveja-por-que-beber-no-copo-certo/>.
Acesso em: 3 out. 2019.
4 AROMA
Após a etapa visual e inicial, podemos chegar mais perto da cerveja e
seguir para a próxima etapa, a olfativa. Nesta segunda parte da análise sensorial
da cerveja, percebemos os aromas existentes na cerveja. Cunha (2019) lembra
que nem sempre utilizamos nossa capacidade de perceber aromas, pois não é
algo que parece ser útil ao nosso dia-a-dia. Há alguns milhões de anos, o olfato
apurado era sinônimo de sobrevivência, seja pela presença de uma ameaça animal
ou para evitar o consumo de algo impróprio, cujo cheiro não parecesse seguro.
Atualmente nosso olfato parece ser algo que usamos de forma inconsciente, pois
raramente prestamos atenção nele, exceto quando percebemos algo marcante ou
exagerado, como gasolina, carniça, a praça de alimentação do shopping center
ou aquela pessoa que exagera no perfume. Por outro lado, temos dificuldade de
perceber nuances de defeitos ou qualidade na nossa comida ou bebida. Pura falta
de treino e atenção!
101
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
UNI
102
TÓPICO 1 | ANÁLISE SENSORIAL DA CERVEJA
5 SABOR
A sensação que obtemos pelo paladar, em boca, na verdade é um conjunto
de sensações obtidas pela junção de sensações obtidas entre boca e nariz,
praticamente impossível de serem desassociadas, conforme apresenta Morado
(2017), que segue no tema: toda boca, mas em especial a língua é coberta por
sensores capacitados para a identificação de gostos, doce, amargo, ácido, salgado
e umami. Qualquer avanço nas sensações obtidas em boca já demanda a união e
intepretação associada com informações do olfato.
Todos os gostos podem ser encontrados nas cervejas, alguns são mais
comuns outros menos, mas um em especial deve ganhar alguns parágrafos
de atenção, o gosto amargo. O amargor da cerveja é um dos pontos da análise
sensorial que costuma ditar a personalidade da cerveja. O ingrediente principal
responsável pelos sabores amargos da cerveja é o lúpulo, mas maltes mais
torrados também podem contribuir para destacar o sabor amargo das cervejas.
FONTE: <https://www.invictacervejaria.com.br/1000-ibu-imperial-ipa-cervejaria-invicta>.
Acesso em: 17 out. 2019.
Exageros à parte, uma cerveja com 1000 IBU pode não existir. Apesar de
ser possível teoricamente, são raras as cervejas que passam do 60 IBU. E há ainda
outro ponto, destacado por Morado (2017), o paladar humano não distingue mais
variações de intensidade de amargor após os 100 IBU, que é o limiar máximo.
103
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
Logo, uma cerveja com amargor na casa dos 1000 IBU, pode até ser verdadeira,
mas de nada adianta no momento da degustação. Cervejas mais sutis no sabor
amargo, costumam ter de 8 a 15 IBUS. Cervejas de médio amargor vão até 35 IBU,
acima disso o amargor da cerveja começa a ser bastante marcante.
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RESUMO DO TÓPICO 1
• Turbidez não deve ser considerado um defeito na cerveja, porém, via de regra,
a grande maioria dos consumidores preferem cervejas límpidas, independente
da coloração.
105
• Os aromas da cerveja podem ter origem dos diversos ingredientes utilizados
em sua produção.
• O malte assim como no aroma, terá variação de sabor conforme sua origem e
grau de torra.
106
AUTOATIVIDADE
3 Como o grau de torra do malte pode interferir na cor, nos aromas e sabores
da cerveja?
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UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A ideia de harmonização costuma, de forma injusta, ser associada ao
vinho. Talvez pelo relacionamento desta bebida com a gastronomia e a associação
mais evidente do vinho à mesa, no momento da refeição, enquanto que a cerveja
é mais associada a momentos festivos, que até envolvem comida, porém, nem
sempre tão formais. Em relação ao vinho, a cerveja possui uma “aura” mais leve
e desapegada de rituais. Ser entendedor de cerveja, nunca foi pré-requisito para
consumi-la e ainda manifestar opinião, já o vinho, parece haver necessidade de
diplomas para abrir uma garrafa. Talvez por essa diferença o tema harmonização
esteja mais relacionado ao vinho do que à cerveja, frisamos que, para harmonizar
alguma comida com alguma bebida, é preciso prestar atenção, pensar, estudar e
praticar, coisas que os cervejeiros mais interessados, estão fazendo com maestria.
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UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
E
IMPORTANT
110
TÓPICO 2 | HARMONIZAÇÃO COM CERVEJA
FONTE: <https://vejasp.abril.com.br/blog/notas-etilicas/um-guia-rapido-de-como-harmonizar-
cerveja-com-queijo/>. Acesso em: 18 out. 2019.
111
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
FONTE: <https://www.opovo.com.br/jornal/colunas/carolzilles/2018/04/cozinhando-com-
cervejas.html>. acesso em: 18 out. 2019.
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TÓPICO 2 | HARMONIZAÇÃO COM CERVEJA
na gastronomia, possui uma veia artística muito forte. Somente a arte não basta,
arte não está relacionada à sorte. A arte está relacionada a uma habilidade nata,
ou adquirida, aprimorada por muito estudo e treino.
113
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
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116
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A mesa está posta, caro acadêmico. Aliás, mesa para beber cerveja, como
bem vimos, pode ser como você bem entender. Pode ser com toalha, sem toalha,
pode ser de lata, madeira, vidro, mármore ou até meio fio. O copo pode ser do
jeito que tiver, tulipa de cristal, alto, baixo, de vidro ou de plástico. Pode ser
de vidro fino ou uma caneca grossa e pesada ou do “bico” da garrafa mesmo.
A temperatura tem certo rigor, se fugir muito da correta não agrada. Para a
cerveja tudo parece mais fácil, até mesmo as coisas que são difíceis, como a
análise sensorial e a harmonização. Tudo fica mais simples, só por que não tem
pressão ou obrigação.
FIGURA 8 - UM BRINDE
117
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
2 O SERVIÇO DA CERVEJA
Morado (2017) afirma no início de seu capítulo sobre o serviço da cerveja
que esta é uma bebida que não exige rituais solenes ou procedimentos rigorosos.
Complementando o autor, não é que a cerveja não tenha procedimentos ou regras,
mas sim é uma bebida que permite que você quebre e deixe de lado qualquer
solenidade, sem que outro degustador te condene do outro lado da mesa. As regras
existem, mas quebrá-las é um ato de personalidade, preferência ou desprendimento.
Lembre-se, para quebrar as regras, primeiramente é preciso conhecê-las.
118
TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
ATENCAO
FONTE: <https://pinheirense.com.br/produto/stout-copo-chopp-cerveja-pint-473ml-7051-nadir-
figueiredo/17491>. Acesso em: 22 out. 2019.
119
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
FONTE: <http://blog.prazeresdacasa.com.br/brew/tipos-de-copos-de-cerveja-o-copo-ideal-
para-cada-estilo-de-cerveja/>. Acesso em: 22 out. 2019.
FONTE: <https://umamipresentes.wordpress.com/2013/01/29/tipos-de-copos-para-bebida/>.
Acesso em: 22 out. 2019.
120
TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
FONTE: <https://www.papodebar.com/copos-de-cerveja-por-que-beber-no-copo-certo/>.
Acesso em: 22 out. 2019.
O copo tipo flute, leva este nome pelo formato fino e comprido semelhante
à uma flauta musical. Trata-se do mesmo estilo de copo utilizado para o consumo
de vinhos espumantes, e a adesão dele para cervejas deve-se pelo mesmo motivo
dos vinhos: a capacidade de apreciação da espuma. No caso das cervejas, ele é
ideal para servir cervejas do estilo champanhadas.
121
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
FONTE: <http://botecobrejinha.blogspot.com/2011/02/com-qual-copo-eu-vou.html>.
Acesso em: 22 out. 2019.
O copo do tipo Weisen já leva o nome da cerveja indicada para ele, as cervejas
de trigo. Normalmente são copos que comportam grandes volumes, até 600 ml,
ou uma garrafa inteira de cerveja. A origem deste estilo de copo é que a garrafa
de cerveja weisen deve ser entornada toda dentro do copo, após uma breve e leve
agitação da garrafa afim de misturar os componentes sólidos da cerveja ao líquido.
Nem toda cerveja do estilo weisen possui resíduos sólidos em sua composição,
atualmente a maioria já é filtrada, mas a tradição do copo ainda permanece.
sem querer defender a qualidade de qualquer produto, é natural que haja uma
recomendação, se é a 1 ou 2°C que a cerveja se torna atrativa, é importante que isso
seja divulgado e estimulado. Agora, sobre isso ser uma estratégia para disfarçar
problemas, lembro que até mesmo o melhor um grande champagne pode parecer
ruim se for consumida quente.
Furtado (2009), conta que quanto mais leve a cerveja, mais frio deve
ser a temperatura de serviço. Cervejas mais estruturadas e encorpadas podem
ser bebidas em temperaturas mais elevadas. É importante também, considerar
a temperatura do ambiente, regiões frias aceitam que a cerveja seja consumida
em temperaturas levemente mais elevadas, mesmo que as cervejas sejam leves.
Nesses casos, a qualidade e riqueza de aromas e sabor da cerveja são bem mais
importantes, pois estarão mais evidentes. Por outro lado, regiões quentes, até
mesmo cervejas fortes e encorpadas pedem que sejam resfriadas para consumo.
Abaixo, segue tabela com algumas temperaturas recomendadas e não definitivas
para alguns tipos de cerveja.
123
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
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TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
água e deixá-los em banho maria para que os ingredientes mudem sua estrutura
e aportem sabor ao líquido. Cada chef de cozinha, embora siga uma receita, tem
sua “própria mão” para o trabalho, tem seu jeito, da mesma forma cada mestre
cervejeiro, seja profissional ou amador, também fabricará uma cerveja com sua
própria expressão. Assim como na cozinha, você, caro acadêmico, sabe que há
cozinheiros mais e menos capazes de fritar um ovo com qualidade, da mesma
forma são os produtores de cerveja. Equipamentos adequados para a produção
da cerveja são tão úteis como uma boa frigideira. Perozzi (2014) conclui que a
receita da cerveja é simples, mas fazer uma cerveja premiada é para poucos. Fazer
uma cerveja suficientemente boa para beber com os amigos já é algo bem factível.
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UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
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TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
FIGURA 17 - AUTOSSIFÃO
FONTE: <https://www.cervejadacasa.com/fermentacao/airlock-tipo-s-para-fermentacao>.
Acesso em: 1° nov. 2019.
• Um funil pode ser muito útil para tornar todos os processos mais limpos e
seguros de serem feitos. Importante lembrar que todos os utensílios devem ser
limpos e esterilizados.
• Ao terminar o processo de fabricação da cerveja, será preciso engarrafá-las. Por
tanto, você precisa de garrafas. Dê preferência para garrafas de vidro, podem
ser novas ou usadas, mas sempre muito limpas e higienizadas.
127
UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
Beber uma cerveja feita por você mesmo pode ser uma sensação
extremamente gratificante, mesmo que ela não esteja, assim, totalmente perfeita,
mas o esforço e dedicação costumam compensar esses “detalhes”. Além dos
utensílios citados muitos outros seriam úteis na produção de uma boa cerveja,
como, por exemplo, um fogão capaz de conduzir e manter a temperatura correta
e resfriadores. Então, a decisão de produzir sua própria cerveja deve sempre vir
acompanhada de muita inspiração, estudo, investimento de tempo e dinheiro e
uma serena capacidade de lidar com frustrações. Por outro lado, a consciência de
que é possível melhorar com o exercício da prática constante, e o aprimoramento
das técnicas, com certeza resultará em cervejas dignas de serem servidas aos seus
melhores amigos.
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TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
5 O MERCADO CERVEJEIRO
O mercado cervejeiro é global, o mundo inteiro consome cerveja e as
principais marcas estão todas sob o guarda-chuva de empresas multinacionais
que atuam sempre em muitos países. Apesar das posições variarem ano após
ano, a cerveja está sempre entre as primeiras colocadas, no ranking da mais
consumidas no mundo. Segundo Filho (2016), no ano de 2012, a produção total de
cerveja no mundo foi estimada em 195 bilhões de litros, e China, Estados Unidos
e Brasil, figuravam entre os principais produtores e consumidores da bebida. A
concentração das principais marcas mundiais de cerveja, formaram empresas
gigantes que se fundiam entre si e compravam marcas menores para inseri-las
em seus portfólios ou mesmo afim de liquidá-las para evitar o aparecimento e o
crescimento de marcas concorrentes.
FONTE: <https://www.carrefour.com.br/Cerveja-Skol-Puro-Malte-269ml/p/5624509>.
Acesso em: 2 nov. 2019.
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UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
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TÓPICO 3 | TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE CERVEJA
6 FESTIVAIS
A cerveja é uma bebida tão popular e que está tão relacionada aos bons
momentos da vida, que ela, por si só, é motivo para festejar. Espalhados pelo
mundo, há diversos festivais cujo tema parece ser a alegria de beber uma boa
cerveja acompanhado dos amigos. Talvez, a mais tradicional e conhecida de
todas as festas seja a Oktoberfest, cuja origem é alemã da cidade de Munique,
no início do século XIX. O festival da cerveja, também conhecido como festas de
outubro, se espalharam para fora da Alemanha. No Brasil, a primeira aconteceu
em Itapiranga, SC, no ano de 1978, e, posteriormente, para outras cidades cuja
colonização era alemã, a exemplo de Marechal Cândido Rondon no estado do
Paraná, e Blumenau em Santa Catarina. As edições de Blumenau são, atualmente,
as maiores festas a serem realizadas fora da Alemanha. Na figura a seguir, uma
foto do desfile da Oktoberfest em Itapiranga, SC.
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UNIDADE 3 | BEBENDO (E VIVENDO) A CERVEJA
LEITURA COMPLEMENTAR
Saiba como harmonizar a bebida preferida dos brasileiros com sushis e sashimis.
Não há dúvidas de que o Brasil abraçou a culinária japonesa e,
especialmente, os pratos feitos com peixe cru, como sushi e sashimi. Será que esse
novo hábito dos brasileiros combina com a já antiga paixão nacional, a cervejinha?
Como fazer então para harmonizar esses dois elementos - cerveja e peixe cru
– sem esconder o sabor de nenhum e potencializar o paladar? Passarelli lembra que
peixes crus, em sua maioria, têm sabores delicados e, no caso da culinária japonesa,
são a grande estrela do prato. “Não podemos utilizar cervejas muito intensas, que
passem por cima desse sabor. Cervejas sutis e refrescantes como Pilsen, Witbier e as
Kolsch (cervejas alemãs leves e frutadas) são boas escolhas”, afirma.
Por isso, Padilha sugere cervejas com algum grau de acidez, como estilos
com base de trigo. “Quem é leigo nem repara na acidez dessas cervejas, mas existe”,
diz. O sommelier indica as Weizenbier e as Witbier, essas últimas especialmente
pela acidez de ingredientes como cascas de laranja e cascas e raspas de limão
siciliano, presentes em alguns rótulos.
Para não errar, a dica dos sommeliers é fugir de cervejas mais escuras,
com malte tostado. “Não combinaria com uma Dunkel Weizen, por exemplo,
uma cerveja de trigo preta e escura”, diz Padilha.
FONTE: <http://g1.globo.com/especial-publicitario/somos-todos-cervejeiros/noticia/2016/06/
cerveja-combina-com-comida-japonesa.html>. Acesso em: 2 nov. 2019.
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RESUMO DO TÓPICO 3
• A cerveja é uma bebida popular que está inserida nos mais diversos contextos
e ambientes sociais.
• A cerveja não é uma bebida desprovida de regras de consumo, mas sim uma
bebida que permite facilmente que suas regras sejam quebradas sem que haja
maiores desconfortos.
• A lata é uma boa forma de envasar uma cerveja, porém, beber diretamente da
lata diminui drasticamente os prazeres sensoriais que a cerveja pode oferecer.
• Beber cerveja tem regra e o copo é uma delas. Beber no copo correto ajuda na
valorização das boas características da cerveja.
133
• Em contraponto as grandes marcas e grandes cervejarias, as craft beer
se despontam agradando boa parte do público consumidor de cerveja.
Principalmente os mais exigentes e com capacidade de pagar por produtos
melhores e mais exclusivos.
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
AQUINO, B.; QUARESMA, D. Uma viagem pelo mundo da cerveja artesanal
portuguesa. Alfragide, 2019.
BEATO, M. Queijos brasileiros à mesa com cachaça, vinho e cerveja. São Paulo:
Senac, 2017.
CARPENTER, D. Lager: the definitive guide to tasting and brewing the word’s
moust popular beer styles. Minneapolis: Voyageur Press, 2017.
137
NOONAN, G. J. New breewing lager beer: the most comprehensive book for
home and micro brewers. Boulder, CO: Brewers Publications, 1996.
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