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Produção da
Cerveja
Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Prof. Nívea de Lima da Silva
a
S586c
ISBN 978-65-5663-975-8
ISBN Digital 978-65-5663-976-5
CDD 660
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Controle de Produção da
Cerveja. Nesta disciplina, abordaremos as características das principais matérias-
primas, aquelas que estão presentes em todas as cervejas, e as matérias-primas
adjuntas, aquelas que são acrescentadas para agregar alguma característica à cerveja.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
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acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
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aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 54
TÓPICO 1 — INSTRUMENTAÇÃO...........................................................................................59
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................59
2 A INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL..................................................................................59
2.1 DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA PLANTA INDUSTRIAL E DOS PONTOS
CRÍTICOS DE CONTROLE ...................................................................................................................60
2.2 DEFINIÇÕES UTILIZADAS NAS PLANTA INDUSTRIAL................................................................. 67
2.3 COMPONENTES DA INSTRUMENTAÇÃO........................................................................................ 74
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................... 81
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 82
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 113
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 161
UNIDADE 1 -
ETAPAS DE PRODUÇÃO
DA CERVEJA E VARIAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-
PRIMAS E ADJUNTOS DA CERVEJA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, falaremos das principais matérias-primas envolvidas
nos processos de produção da cerveja, como: o lúpulo; o malte, que é obtido por meio
da cevada; a água; e a levedura ou fermento.
3
Os adjuntos do malte possuem amidos, que são hidrolisados por meio das
enzimas presentes no malte, transformando os amidos em açúcares fermentescíveis.
O que significa que, na etapa de fermentação, esses açúcares vão se transformar
principalmente em álcool etílico e dióxido de carbono. Entretanto, a quantidade de
adjuntos deve ser menor que 40% do malte, pois o excesso da glicose proveniente
desses adjuntos pode inibir o processo de fermentação (PIMENTA et al., 2020).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/group-friends-enjoying-beer-brewery-
pub-763401241>. Acesso em: 8 jul. 2021.
4
A cerveja é uma bebida fermentada que surgiu proveniente da fermentação dos
seguintes cereais:
• centeio;
• trigo;
• aveia;
• arroz;
• milho;
• cevada não maltada.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/raw-peeled-barley-grains-hordeum-
vulgare-1561279015>. Acesso: 12 jul. 2021.
Os adjuntos nem sempre são adicionados na forma natural, como o milho, que
é transformado em gliz, e o arroz, que é adicionado na forma de flocos.
5
QUADRO 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS ADJUNTOS DO MALTE (1)
6
QUADRO 2 – CARACTERIZAÇÃO DOS ADJUNTOS DO MALTE (2)
7
FIGURA 3 – GRÃOS DE CEREAIS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/glasses-filled-different-malts-hops-
over-648694897>. Acesso em: 12 jul. 2021.
8
FIGURA 4 – TIPOS DE CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/types-beer-vector-illustration-alcoholic-
beverage-1675937020>. Acesso: 19 jul. 2021.
IMPORTANTE
O malte é obtido por meio da germinação controlada da cevada. O
objetivo da germinação desse cereal é permitir o desenvolvimento de
enzimas e consequente transformação do amido, tornando-o macio
e solúvel. Vale ressaltar que o processo de germinação ocorre sob
condições controlada de aeração, temperatura e umidade dos grãos de
cevada (AMARO JR. et al., 2009).
9
O gliz é a parte do milho utilizada como adjunto do malte, esta matéria-prima
é obtida como subproduto da fabricação do óleo de milho. O óleo é obtido do gérmen
do milho, que corresponde à parte branca. Enquanto a parte amarela é destinada a
fabricação do gliz. Essa parte possui menor teor de gordura que o grão do milho, e entre
30 e 40% p/p de carboidratos (RABELLO, 2009).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/germinated-seeds-wheat-717928369>.
Acesso em: 13 jul. 2021.
ATENÇÃO
No processo de fabricação da cevada, no interior dos grão formam-se enzimas
que são importantes para o processo de fabricação da cerveja. A produção
dessas enzimas inicia-se com a germinação dos grãos e é interrompida por
meio do processo de secagem, que é realizado à temperatura controlada,
retirando a umidade e impedindo que as enzimas sejam danificadas.
11
Vale ressaltar que, antes da etapa de moagem do malte (trituração), é realizada
a sanitização dos equipamentos, para evitar o crescimento de microrganismos ao
longo do processo e para remover as impurezas presentes. O processo de limpeza dos
equipamentos pode ser realizado com o uso do hipoclorito (2%) ou do iodo (12,5 mg/L)
(PIMENTA et al., 2020).
FONTE: A autora
12
FIGURA 7 – LÚPULO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/green-fresh-hop-cones-making-
beer-788280586>. Acesso em: 13 jul. 2021
INTERESSANTE
Você conhece o ditado: “todo uísque um dia foi cerveja?”. É isso mesmo, o
início do processo produtivos das duas bebidas é igual. As duas bebidas são
preparadas a partir do grão maltado, que posteriormente, é fervido. Dessa
forma, a fermentação do malte obtido da cevada produz a cerveja, mas se
esse malte for destilado, obteremos uísque.
Devendo ser utilizado água potável, livre de sabor, incolor, livre de micro-
organismos e sem cheiro (inodora). Quando a indústria coleta água da superfície de
um lago, ou outro reservatório natural, pode ser necessário um tratamento prévio para
eliminar o teor de matéria orgânica (LIMA; MELO FILHO; 2011).
13
Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que a Ambev gasta em
média 3,75 litros de água para produzir 1 litro de cerveja (BRASIL, 2019). De modo que,
a contaminação desse insumo pode ocasionar sérios problemas aos consumidores,
inclusive a morte.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/mug-fresh-beer-
landscape-1906366066>. Acesso em: 23 jul. 2021.
14
Águas de origens distintas contém íons diferentes, que podem ter influência na
qualidade da cerveja. A composição da água depende muito da composição natural do
solo que a água atravessa. Os íons reagem com os diferentes componentes do malte e
assim contribui para o pH do mosto (SANTOS; RIBEIRO, 2005).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/beer-water-pitcher-219764842>.
Acesso em: 13 jul. 2021.
IMPORTANTE
A utilização de água com caráter alcalino poderá promover a extração
de substâncias amargas presentes na casca do malte e dificultar a
hidrólise do amido. A alcalinidade da água dependerá da localização
da fonte de água. Se essa localização contém solos ricos em rochas
calcárias, a água terá alta alcalinidade (BOULTON; QUAIN, 2008).
De acordo com Rabello (2009), a água deve ser clorada sem a presença de ferro
e o pH deve ser ajustado para 5,0.
15
Este ajuste é importante para duas finalidades: para potencializar o efeito
do cloro (que deve estar entre 0,1 a 0,2 ppm de cloro livre, pois acima deste valor há
formação de cloranfenicol na cerveja); aumentar o efeito da ação enzimática, pois as α
e β amilases e as proteases presentes nos grãos só atuam em pH baixo.
16
QUADRO 6 – SÓDIO E SULFATOS DA ÁGUA DA CERVEJA
17
QUADRO 8 – CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA DA CERVEJA
Além disso, é importante ressaltar que o íon magnésio atua como cofator
enzimático em muitas reações bioquímicas, principalmente durante a fermentação
(PALMER, 2017). Vale ressaltar que, as características da água cervejeira, que é utilizada
na maturação, na produção do inóculo (fermento), na fervura do mosto e no acabamento,
influenciam nas características da cerveja.
FONTE: A autora
18
odor específico à cerveja, pois, apesar de formar álcool e gás carbônico, basicamente,
cada cepa possui um metabolismo diferente e forma uma substância que influencia no
aroma e no sabor da cerveja (AMARO JR, 2009).
ATENÇÃO
Em cervejas suaves, a relação entre íons cloreto (Cl-) e sulfato (SO42-),
(CI:SO4) é de cerca de 1:1, o que resulta em uma cerveja suave equilibrada.
No caso de cervejas de elevado amargor, a relação entre os íons cloreto e
sulfato é deslocada para 1:5, ou ainda mais alta.
19
FIGURA 11 – FERMENTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ingredients-baking-dry-yeast-crumbled-
block-1711697518>. Acesso em: 20 jul. 2021.
20
QUADRO 9 – CARACTERÍSTICAS DOS ADJUNTOS DA CERVEJA
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
22
AUTOATIVIDADE
1 A água é um componente presente na maioria dos processos químicos. Na industria
cervejeira, a água está presente em várias etapas do processo e corresponde a,
aproximadamente, 90% da composição da cerveja. Sobre o uso da água, podemos
afirmar que é utilizada nas seguintes etapas:
I- Engarrafamento.
II- Maturação.
III- Fervura do mosto.
IV- Moagem da cevada.
23
3 As matérias-primas da cerveja são constituídas por componentes imprescindíveis à
produção da bebida. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, que deve ser potável, insípida e
inodora para não influenciar nas características da cerveja, como gosto e aroma.
( ) O lúpulo é uma matéria-prima utilizada no processo de moagem da cerveja, sendo
triturado juntamente com os compostos adjuvantes e, em seguida, germinado para
possibilitar a liberação dos açúcares.
( ) As leveduras ou fermentos são utilizados na produção da cerveja e adicionados
ao produto do mosto na etapa de fermentação. Eles podem ser preparados
previamente em laboratório ou inoculada no fermentador.
5 Sabemos que há três tipos de água utilizados na indústria cervejeira. Descreva os três
tipos de água.
24
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO:
PARTE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, estudaremos as etapas iniciais do processo de
fabricação da cerveja, que consiste no preparo de uma das principais matérias-primas:
a cevada; para compor o mosto. Iremos abordar desde a moagem do malte até a filtração
do mosto.
25
2.1 MOAGEM DO MALTE, MOSTURAÇÃO, BRASSAGEM,
DECOCÇÃO, FILTRAÇÃO DO MOSTO
A primeira etapa do processo de produção da cerveja envolve cinco etapas: a
moagem do malte; a mosturação ou preparo do mosto; a brasagem; a decocção; e a
filtração do mosto.
Vale ressaltar que depois do processo de tritura dos grãos, estes não poderão
ser armazenados por muito tempo, dessa forma, o processo de moagem dos grãos deve
ser realizado pouco antes da mosturação.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/technological-process-grinding-malt-
seeds-mill-2001967352>. Acesso em: 18 jul. 2021.
26
A brasagem representa um conjunto de processo que ocorrem na sala de
fabricação da cerveja. Esse conjunto de processos é constituído pela moagem do malte
juntamente com seus adjuntos. Seguido da mistura do malte com a água, posteriormente
é realizado o aquecimento para facilitar a mistura ou dissolução dos componentes, essa
etapa é chamada de mosturação.
FONTE: <https://image.shutterstock.com/z/stock-photo-hop-addition-into-a-beer-575770156.jpg>.
Acesso em: 14 jul. 2021.
27
FIGURA 14 – DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE BRASAGEM
FONTE: A autora
28
FIGURA 15 – PROCESSO DE LIMPEZA DO FILTRO DO MOSTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/worker-brewery-cleans-wort-filters-
workflow-1558858811>. Acesso em: 14 jul. 2021.
29
FIGURA 16 – FERVURA DO MOSTO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/boiling-wort-home-brewed-brown-
ale-488683777>. Acesso em: 12 jul. 2021.
A fervura do mosto dura até que seja atingida a concentração de açúcares de-
sejada, e esse ponto é atingido entre 60 e 90 minutos de fervura (PIMENTA et al., 2020).
30
QUADRO 10 – CARACTERÍSTICAS DO MOSTO
31
O tratamento e resfriamento do mosto visam a retirada de materiais sólidos em
suspensão, seguido do resfriamento do mosto até 10 °C, para dar início à fermentação.
O processo de resfriamento contribui para impedir a contaminação do meio e também a
formação de odores não desejados. Em seguida, é realizada a injeção de oxigênio, que
proporciona a aeração do mosto. Posteriormente, inicia-se a fermentação.
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Após a decocção, é realizada a fervura do mosto que ocorre a 100 °C durante duas
horas, seguido do resfriamento, entre 9 e 15 °C e da aeração. O resfriamento e a
aeração preparam o mosto para a última etapa: a fermentação.
33
AUTOATIVIDADE
1 O processo de fabricação da cerveja consiste no preparo de uma das principais
matérias-primas: a cevada; para compor o mosto. Com base nas definições estudadas
do processo de fabricação da cerveja, em relação às etapas de fabricação do produto,
assinale a alternativa CORRETA:
34
3 A fervura da cerveja é uma etapa imprescindível para a produção da bebida. Sobre a
etapa da fervura, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, dessa forma, a fervura ocorre a
temperatura constante, atingindo a temperatura de ebulição da água a 1 atmosfera,
110 °C.
( ) A fervura garante a esterilização do mosto e também determina a coloração final
da cerveja, além de eliminar odores não desejados, por este motivo, deve ocorrer a
fervura intensa e posterior adição do lúpulo.
( ) As leveduras, ou fermentos, são utilizadas na produção da cerveja e adicionadas
na etapa de fervura. Esta matéria-prima pode ser preparada previamente em
laboratório, ou inoculada no fermentador.
35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO:
PARTE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, daremos prosseguimento às etapas do processo de
fabricação da cerveja. Iniciaremos falando da preparação do inóculo, que é o fermento
ou levedura, utilizada na transformação dos açucares em álcool. Posteriormente,
abordaremos a etapa mais importante da produção da cerveja: a fermentação.
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2.1 PREPARO DO INÓCULO E FERMENTAÇÃO E
MATURAÇÃO
A preparação do inóculo consiste em preparar a levedura ou o fermento
para, em seguida, inseri-lo no fermentador, que já se encontra o mosto. Pode ser
realizado no laboratório, neste caso, é acrescentado o inóculo em um meio contendo
pouca quantidade de nutrientes, e essa mistura é mantida em condições ideais para
o desenvolvimento do microrganismo. Após atingir o estado de fermentação intensa,
o inóculo será transferido gradativamente para recipientes maiores, contendo maior
quantidade de nutriente.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/loaf-rye-bread-fresh-sourdough-
on-1723387471>. Acesso em: 23 jul. 2021.
38
A fermentação ocorre em grandes recipientes, tanques, fermentadores ou
dornas. Esses equipamentos possuem camisa de resfriamento contendo um fluído
refrigerante, que pode ser amônia ou etileno glicol, haja vista que, durante o processo
de fermentação, ocorre o aquecimento do meio, característica típica das reações
exotérmicas, a mistura deve permanecer entre 10 e 12 horas a baixas temperaturas, em
torno de 18 °C. É importante o controle da temperatura, que geralmente fica entre 10
e 25 °C, pois essas condições permitirão a produção da cerveja com o sabor desejado
(ROSA; AFONSO, 2015).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/modern-beer-factory-rows-steel-
tanks-622172558>. Acesso em: 12 jul. 2021.
39
As cervejas podem ser divididas em cervejas de baixa fermentação, neste caso
as leveduras (Saccharomyces uvarum) permanecem na parte inferior do fermentador
durante o processo. Já cerveja de alta fermentação (Saccharomyces cerevisiae), as
leveduras localizam-se na parte superior do fermentador (ROSA; AFONSO, 2015).
IMPORTANTE
A espuma da cerveja é constituída por proteínas com alta massa
molecular. As proteínas são provenientes do malte e também de
resinas advindas do lúpulo. Problemas na formação da espuma pode
ser consequência da contaminação da cerveja com material de limpeza,
por exemplo. Outros fatores como a filtração com excesso de material
adsorvente (terra de diatomácea), ou o tratamento com excesso de
enzimas proteolíticas (ROSA; AFONSO, 2015).
40
FIGURA 19 – TANQUES TRADICIONAIS USADOS NA PRODUÇÃO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/old-traditional-beer-distillery-modern-
clean-1426188548>. Acesso em: 12 jul. 2021.
DICAS
O livro A revolução da cerveja, de Hindy (2015), conta a história da cerveja
artesanal nos Estados Unidos, enfatizando como o mercado cervejeiro
cresceu nos últimos 50 anos. O crescimento está atribuído a um grupo
de homens visionários, que criaram um movimento em defesa da cerveja
puro malte: a cerveja forte e saborosa. Características que desafiavam as
cervejas mais vendidas e tradicionais da época, a cerveja tipo Lager.
41
Após a filtração, é adicionado à cerveja um composto estabilizante, que mantém
as características da espuma da cerveja, também é adicionado um antioxidante para
impedir ou prevenir a oxidação dos constituintes da cerveja pelo oxigênio, como: os
ésteres; o álcool; proporcionando o aumento do tempo de validade da cerveja (ROSA;
AFONSO, 2015; AMARO JR. et al., 2009).
FONTE: A autora
FONTE: A autora
ATENÇÃO
A cerveja não pasteurizada pode ser armazenada em barris. Nestas condições,
a cerveja é chamada de chope e possui validade de apenas dez dias para o
chope claro e 15 dias para o chope escuro.
43
Portanto, podemos resumir o processo produtivo da cerveja da seguinte forma:
incialmente, é realizada a preparação do mosto, por meio da mistura do malte com os
componentes adjuntos, seguido da trituração dessa mistura. Posteriormente, é realizado
a mosturação, que consiste na adição da água à mistura que constituirá o mosto, para
favorecer a germinação do mosto.
44
LEITURA
COMPLEMENTAR
CERVEJA ARTESANAL: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER
Capitão Barley
Vamos começar o texto com uma pergunta: o que é de fato cerveja artesanal?
O conceito é amplo e gera discussão, pois para alguns mais radicais cerveja artesanal
é apenas aquela produzida em pequena ou microescala, com equipamentos simples,
não automatizados e utilizando ingredientes bem definidos — como água, malte
de cevada (e alguns outros grãos malteados ou não), lúpulo e levedura (também
conhecida como fermento).
Sou mais adepto do termo “cerveja especial” do que de “cerveja artesanal”, acho
que abrange outros fatores de avaliação e fica de mais fácil entendimento.
De qualquer modo o que é importante saber sobre cerveja artesanal é que ela
existe, está conquistando cada vez mais mercado no Brasil (e no mundo!) e você não
pode ficar de fora desta brincadeira de bom gosto.
No Brasil o estilo mais consumido é o American Light Lager, que por aqui
chamamos erroneamente de Pilsen. Se agora você sabe que existem vários outros tipos
de cerveja artesanal, por que então beber sempre a Pilsen e não provar outros sabores?
45
A maior divisão entre estilos de cerveja artesanal está no tipo de sua fermentação,
que são 3: Lager, Ale e híbrida. Antes de explicar cada uma delas vamos te dizer o que
é fermentação!
Cada estilo reúne uma série de características como cor, sabores, aromas,
sensação na boca, índice de amargor, ingredientes usados, densidade da cerveja
(famoso “corpo”, quando falam que a cerveja é “encorpada”), porcentagem de álcool por
volume, dentre outras.
Nós fizemos uma Tabela Periódica da Cerveja com base no Guia BJCP 2015,
onde dividimos as cervejas por tipo de fermentação, depois por famílias e por fim por
estilos. Veja a imagem abaixo!
46
Nesta tabela é possível encontrar características de cada estilo de cerveja
artesanal como a gravidade inicial da cerveja (medida antes da fermentação), gravidade
final (medida depois da fermentação), cor, porcentagem de álcool por volume (famosa
graduação alcoólica) e índice de amargor.
Veja só que curioso descobrir que Pilsner (ou Pilsen) é o nome de uma família
inteira de cervejas e que o que consumimos no Brasil das marcas comuns sequer faz
parte desta família, mas sim da família das Light Lagers!
Agora o mercado está crescendo e cada vez mais gente se interessando por
novos estilos, sendo dos preferidos os da família India Pale Ale, com uma carga maior
de lúpulo que gera mais aroma e amargor mais intenso.
Outros estilos que caíram no gosto dos cervejeiros um pouco mais experimentados
em 2017 e 2018 foram as Sours (mais azedas) e as New England IPAs ou Juice IPAs
(vertente de India Pale Ale mas com cargas absurdas de lúpulos e o uso da levedura
Conan, que geram sabores e aromas florais e frutados absurdamente evidentes).
Família Pilsner – cervejas de cor clara, com graduação alcoólica entre 4,2% e
6%, baixo amargor e corpo baixo. Os estilos de Pilsner no guia BJCP 2015 são German
Pilsner, Bohemian Pilsner e Classic American Pilsner.
47
Família Stout – cervejas escuras, com graduação alcoólica entre 4% e 12%,
amargor de médio a alto e corpo de baixo a médio. Os estilos mais conhecidos desta
família são Dry Stout, Oatmeal Stout e Russian Imperial Stout.
Estilo Weiss – criado no sul da Alemanha, na região da Baviera, o estilo usa trigo
na receita, que deixa a cerveja com leve turbidez. Ao contrário do que muitos pensam
os sabores a aromas de banana e cravo não estão presentes por conta de adição destas
frutas na cerveja, mas sim por origem da fermentação, vindos de subprodutos da
fermentação característicos do fermento utilizado.
Estilo Witbier – estilo também conhecido como Belgian White, da Bélgica, com
tradução como Cerveja Branca. Uma cerveja leve, que usa trigo, semente de coentro e
casca de laranja que trazem um frescor sensacional ao sabor.
Família India Pale Ale – agora com vários estilos, a família cresce cada vez mais.
Característica por usar maiores cargas de lúpulo, a família tem graduação alcoólica entre
5% e 10%, amargor de médio a alto e corpo de baixo a médio. Novos estilos da família
podem ter características diferentes, como as Session IPA´s que tem baixa graduação
alcoólica ou as Imperial IPA´s, que tem alto volume de álcool e amargor muito acentuado.
Os ingredientes
48
As leveduras (ou fermento) são microorganismos vivos e existem, também,
assim como os lúpulos, em uma série de tipos. São fungos estudados e cruzados há
muitos e muitos anos, assim criaram-se várias espécies de levedura e cada qual traz
características diferentes à cerveja artesanal. Há as que deixam a cerveja com sabor
mais seco, por exemplo, outras que trazem aromas e sabores de frutas (como no caso
dos sabores de banana e cravo característicos das cervejas de trigo Weiss, originárias
do sul da Alemanha).
Então, amigos, quem “coloca o álcool na cerveja” não são os humanos que a
fabricam, mas sim a levedura! Como ela também produz gás carbônico, é usada para
refermentação da cerveja já na garrafa e, neste caso, responsável pela carbonatação
(colocar gás) da cerveja também.
49
Além do tipo de lúpulo o que vai influenciar o que ele trará à cerveja artesanal é
o momento em que ele é utilizado na produção, podendo ser durante a fervura do mosto
cervejeiro (em cada momento traz uma característica diferente, por exemplo no começo
da fervura trará mais amargor e mais para o final dela trará mais aromas e sabores), após
a fervura ainda com o mosto quente, durante a fermentação da cerveja ou durante sua
maturação a frio.
A água cervejeira antigamente tinha sua origem como algo muito importante.
Hoje com a tecnologia de produção e conhecimentos químicos é possível reproduzir a
água com as características necessárias para a produção da cerveja artesanal.
Há quem diga que cerveja artesanal custa caro, mas posso afirmar e garantir
que a experiência vale cada centavo investido.
De fato, são cervejas mais caras do que as convencionais, mas isto porque usam
processos mais adequados para a produção com qualidade, insumos e matérias-primas
importadas de qualidade indiscutível, além de não utilizarem técnicas de aceleração de
fermentação, ingredientes conservantes, estabilizantes ou até milho transgênico.
50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
51
AUTOATIVIDADE
1 Com base nas definições estudadas do processo de fabricação da cerveja,
especificamente da etapa da fabricação, assinale a alternativa CORRETA:
52
3 As matérias-primas da cerveja são constituídas por componentes imprescindíveis
à produção dessa bebida. Sobre esse assunto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) A cerveja é constituída por mais de 80% de água, que deve ser potável, insípida e
inodora para não influenciar nas características da cerveja, como gosto e aroma.
( ) O lúpulo é uma matéria prima utilizada no processo de moagem da cerveja, e é
triturada juntamente com os compostos adjuvantes e, em seguida, é germinada
para a possibilitar a liberação dos açucares.
( ) As leveduras, ou fermentos, são utilizadas na produção da cerveja e adicionadas ao
produto do mosto na etapa de fermentação. Essa matéria prima pode ser preparada
previamente em laboratório, ou inoculada no fermentador.
53
REFERÊNCIAS
AMARO JR, A. et al. Processo de produção de cerveja. Revista Processos Químicos,
Goiânia, v. 3, n. 6, p. 61-71, 2009.
BRASIL. É muita água na cerveja. Agência Nacional de Águas, Brasília, DF, abr.
2019. Disponível em: https://www.ana.gov.br/noticias-antigas/a-muita-a-gua-na-
cerveja.2019-03-15.6149061964.
Acesso em: 13 jul. 2021.
BOULTON, C.; QUAIN, D. Brewing yeast and fermentation. Hoboken: Wiley, 2008.
54
MORTON, J. A arte de fazer cerveja. São Paulo: Publifolha, 2018.
NACHEL, M. Cerveja para leigos. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2018.
PALMER, J. How to brew: everything you need to know to brew great beer every time.
New York: Brewers Publications, 2017.
ROSA, N. A.; AFONSO, J. C. A química da cerveja. Química Nova na Escola, São Paulo,
v. 37, n. 2, p. 98-105, 2015.
55
56
UNIDADE 2 —
CONTROLE DO PROCESSO
PRODUTIVO DA CERVEJA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INSTRUMENTAÇÃO
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
57
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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58
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
INSTRUMENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, estudaremos a instrumentação industrial, que é a base
da automação industrial, e aprenderemos os tipos de plantas industriais, desde as mais
simples, descritas por meio de diagramas de blocos (Block Flow Diagram), até as mais
complexas, descritas por maio de fluxogramas de processo (Process Flow Diagram).
2 A INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL
Os instrumentos estão presentes nas plantas industriais acoplados a
equipamentos e tubulações industriais e são responsáveis por: indicar; analisar;
transmitir; e controlar as variáveis de interesse. As variáveis podem ser dívidas em:
variável medida; variável manipulada; e variável controlada, conceitos fundamentais
para a rotina industrial.
59
FIGURA 1 – PROCESSO DE ENGARRAFAMENTO DA CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brewery-bottling-beer-glass-bottles-
on-1485983522>. Acesso em: 8 jul. 2021.
60
FIGURA 2 – TANQUES CILÍNDRICOS DE CEVADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/silos-granary-modern-warehouse-
wheat-other-1181322541>. Acesso em: 8 jul. 2021.
61
FIGURA 3 – ESPALHAMENTO DOS GRÃOS DE CEVADA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/barley-malt-on-malting-floor-
distillery-1127744825>. Acesso em: 8 jul. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/view-on-metal-open-furnace-
dried-387787789>. Acesso em: 8 jul. 2021.
62
As etapas de secagem visam a redução da umidade de aproximadamente 50%
para de 4 a 5%. Vejamos as diferenças entre as duas etapas.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/detail-inside-mash-tun-while-
making-183432398>. Acesso em: 8 jul. 2021.
63
O tanque fechado em batelada possui elevada velocidade de fermentação
e o controle da temperatura é efetivo. As perdas de dióxido de carbono e etanol são
desprezíveis e o processo de fermentação não há formação da capa de levedura que
adsorve as resinas do lúpulo, como no tanque aberto, por esse motivo, há maior absorção
do lúpulo. Outra vantagem é que o excesso de dióxido de carbono formado, ocasiona
a formação de uma corrente que mistura o sistema e as leveduras se sedimentam na
região cônica do tanque.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fermenter-stainless-steel-tank-yeast-
vessel-1601761648>. Acesso em: 8 jul. 2021.
64
FIGURA 7 – TANQUES DE FERMENTAÇÃO CONTÍNUA EM SÉRIE
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/fermentation-vats-little-creatures-
fremantle-western-446106832>. Acesso em: 8 jul. 2021.
• filtro vertical;
• filtro horizontal;
• filtro com placa e suporte;
• filtro à vela.
O filtro à vela possui estrutura cilíndrica vertical por discos estruturados sob
uma hélice central oca. A filtração é processada por meio da retenção das camadas de
impurezas sob os discos, recobrindo-os.
65
FIGURA 8 – CORTE VERTICAL DE UM FILTRO DE VELA
FIGURA 9 – FILTRO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/filtration-machinery-modern-brewery-
production-line-1336991378>. Acesso em: 8 jul. 2021.
66
O filtro de placas, em seu princípio da filtração, consiste em acrescentar terra
diatomácea no meio filtrante por meio do bombeamento. A essa terra é acrescentadas
camadas de grãos mais finos. Após o perfeito empacotamento do meio filtrante com a
terra, bombeia-se a cerveja. Entretanto, as desvantagens para sua utilização são: a terra
se satura rapidamente com as impurezas presentes na cerveja; forma-se uma capa
na parte externa do meio filtrante contendo as impurezas da cerveja, após passagem
pelo interior das placas a cerveja é conduzida para o sistema de descarga (PICCINI;
MORESCO; MUNHOS, 2002).
67
Nas plantas industriais utiliza-se diagramas que apresentam características
específicas das plantas industriais (BOJORGE; 2014), exemplo de diagramas temos:
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/power-plant-control-room-780849049>.
Acesso em: 8 jul. 2021.
68
A descrição dos processos é realizada por meio dos diagramas de bloco e
fluxogramas de processo, que fornecem informações visuais e representam, de forma
clara, o processo industrial, facilitando a interpretação dos processos químicos. Sendo
esses diagramas imprescindíveis para os engenheiros, pois facilitam visualizar o
processo como um todo, localizar com facilidade os pontos que requerem atualização,
melhorias ou correções. O diagrama mais detalhado que apresenta os equipamentos, os
instrumentos industriais e as linhas de reagentes, produtos e utilidades é chamado de
Diagrama de Processo e Instrumentação ou Process Instrumentation Diagram (P&ID).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/distillation-process-flow-chart-diagram-
technology-1192908976>. Acesso em: 8 jul. 2021.
69
No fluxograma de processo, são apresentadas as sinalizações dos fluxos, a
simbologia dos equipamentos e o código dos equipamentos. As linhas ou tubulações
também aparecem no fluxograma de processo, podendo constar indicação do diâmetro
da linha, normalmente em polegadas, as linhas são numeradas. E alguns equipamentos
são apresentados em detalhes. Uma tabela especificada pela numeração de cada linha,
e a tag dos equipamentos é apresentada, detalhando dados operacionais apresentados
nos processos, por exemplo, temperatura e pressão de operação, vazão de alimentação
dos equipamentos (BOJORGE; 2014).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/beer-brewery-production-process-line-
factory-709393003>. Acesso em: 8 jul. 2021.
O diagrama de blocos ou Block Flow Diagrams (BFD) fornece uma visão geral
das características do processo ou de uma planta industrial. Esse desenho contém
linhas e blocos, cada bloco representa um equipamento ou uma operação unitária. Esse
diagrama não mostra detalhes dos equipamentos ou noção de tamanho (escala) dos
equipamentos. Normalmente os blocos são conectados por meio de linhas e setas.
70
O Quadro 2 mostra a descrição da simbologia dos diagramas de blocos e em
fluxograma de processo. Por exemplo, em um fluxograma ou em um diagrama pode
haver uma sequência de equipamentos que estão dispostos na planta industrial de forma
amontoada, por esse motivo, é necessário o uso da indicação de linhas cheias e pontilhadas
que indicam a presença de tubulações sobrepostas.
71
FIGURA 13 – FLUXOGRAMA DE PROCESSO DE UMA CERVEJARIA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/brewing-process-infographic-beer-
design-elements-691077901>. Acesso em: 8 jul. 2021.
72
FIGURA 14 – SISTEMA DE CONTROLE DA ETAPA DE ENVASE DAS LATAS DE CERVEJA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/canning-another-brand-beer-
pedernales-brewing-1780779779>. Acesso em: 8 jul. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/manometer-pressure-
measurement-235552732 >. Acesso em: 8 jul. 2021.
73
O tubo de Bourdon é constituído por uma estrutura em espiral, sensível a
dilatação do fluido, dessa forma, dilatação ou contração do fluido conduz o tubo de
Bourdon a enrolar ou desenrolar a hélice. Os movimentos do tubo são marcados em uma
escala de temperatura, sendo medida, dessa forma, a temperatura do fluído.
74
QUADRO 4 – ABREVIATURAS DOS INSTRUMENTOS INDUSTRIAIS
75
QUADRO 5 – ABREVIATURAS DOS INSTRUMENTOS INDUSTRIAIS
76
O sinal entre instrumentos medidores ou registradores e o sistema de controle
ou indicação, também é apresentado por meio de linhas pontilhadas, conforme
apresentado no trecho do fluxograma.
Outros símbolos são utilizados para descrever os tipos de abreviações que indicam
a presença de utilidades na planta industrial, que são: ar; vapor d’agua; e nitrogênio.
Esses elementos, normalmente, são suprimentos utilizados em equipamentos, por
exemplo, o vapor d’água, que é produzido na caldeira e utilizado nos trocadores de calor
para aquecer um produto.
ABREVIAÇÕES SIGNIFICADO
AS Suprimento de ar (air supply)
ES Suprimento elétrico (electric supply)
GS Suprimento de gás (gas supply)
HS Suprimento hidráulico
NS Suprimento de nitrogênio
SS Suprimento de vapor (steam supply)
WS Suprimento de água (water supply)
77
FIGURA 17 – TANQUE DE ARMAZENAMENTO DE FLUÍDO
78
Portanto, ao observarmos o controle de temperatura de um tanque de
armazenamento de fluidos, haverá os seguintes instrumentos:
79
Em seguida, esse sinal é enviado para um instrumento receptor que pode ser
um controlador, um registrador ou um indicador de temperatura. Vale ressaltar que
o instrumento receptor pode estar no campo ou na sala de controle. Para finalizar, o
controlador emite uma correção, se necessário. O sinal de correção do controlador vai para
um atuador eletrônico que pode ser uma válvula, uma bomba ou um aquecedor. No
caso do exemplo, o sinal de correção é enviado para a bomba localizada na tubulação
de saída do tanque (RIBEIRO, 2002).
80
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• As plantas industriais podem ser retratadas de forma simplificada, por meio dos
diagramas de blocos. Podem ser retratadas por meio dos fluxogramas de processo,
que apresentam os equipamentos, as direções dos fluxos e as condições operacionais.
Também podem apresentar os equipamentos, os instrumentos, as malhas de controle
como nos fluxogramas de processo e instrumentação.
81
AUTOATIVIDADE
1 “No início de 1950, P&I significava Piping and Instruments (Tubulação e Instrumentos).
Atualmente, P&I passou a significar Process and Instruments. Há também a forma
mais extensa, P&ID, na qual D é diagrama. A norma ISA 5.1 é aplicada nos P&I. Em
português é usado Diagrama de Processos e Instrumentação e/ou Fluxograma”
(RIBEIRO, 2001, p. 8-9, grifo nosso). Sobre o exposto, marque a alternativa CORRETA:
82
FIGURA – DIAGRAMA DE BLOCOS
FONTE: A autora
83
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
TIPOS DE CONTROLADORES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2 estudaremos os tipos de controladores, as ações
desses controladores e a importância do uso do controle de processo para a obtenção
de produtos com maior qualidade e com menor intervenção humana.
Para finalizar, falaremos dos distúrbios que ocorrem em uma malha aberta
ocasionando o atraso no sistema de controle da variável. E dos microcontroladores,
que são computadores em miniaturas. Os microcontroladores correspondem a uma
alternativa mais barata e compacta que os controladores convencionais.
85
QUADRO 9 – DEFINIÇÕES DO CONTROLE DE PROCESSO
Em que:
86
• Uma equação diferencial:
Em que:
Em que:
E = DV = desvio.
KD = TD = ganho derivativo (tempo derivativo).
MV = KP.E+KP.K .E.T+KP.KD.VC
Em que:
T = tempo.
Vc = velocidade do desvio.
88
QUADRO 10 – ATRASOS NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS
2.2 MICROCONTROLADORES
De forma resumida, podemos definir os microcontroladores como um pequeno
computador (computador em miniatura) constituído por um chip, que executa
funções específicas através de um software. Os microcontroladores surgiram por ser
mais compacto e barato substituir a lógica dos sistemas digitais por um conjunto
de processador e software. Os componentes dos microcontroladores são (PENIDO;
TRINDADE, 2013):
89
Os microcontroladores podem ser do tipo on-off, nestes a ação liga-desliga
ocorre de forma discreta, ligando ou desligando o controlador a depender do valor da
variável medida. A saída do controlador só assume o valor on (0%) ou off (100%), se este
estiver acoplado a uma válvula, esse equipamento também assumirá duas posições, 0
ou 100%, totalmente fechada ou totalmente aberta, oscilando entre o valor máximo e o
valor mínimo (RIBEIRO, 2002).
90
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
91
AUTOATIVIDADE
1 Alguns processos apresentam variações ao longo do tempo. Sendo imprescindível
a medida e o controle de diferentes variáveis ao mesmo tempo. Pois a viabilidade
econômica desses processos depende diretamente do efetivo controle das variáveis.
Com base nessas informações e nos estudos sobre controle de processo, classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
2 “O tempo morto pode ser tomado como o parâmetro de referência para o estudo do
grau de dificuldade de controle do processo. Por exemplo, o controle de pH (potencial
hidrogeniônico) é um dos mais complexos e difíceis, pois envolve funções não
lineares, grande tempo morto e grande tempo característico” (RIBEIRO, 2001, p. 8).
Sobre o tempo morto, analise as sentenças a seguir:
I- É o tempo gasto para comparar o valor atual com o valor desejado e calcular o desvio.
II- É a grandeza operada com a finalidade de manter a variável controlada no valor desejado.
III- É o sinal que tende a afetar adversamente o valor da variável controlada.
IV- Corresponde a um intervalo de tempo entre o instante em que o sistema sofre uma
perturbação e o instante em que esta começa a ser detectada.
92
3 “O controlador split-range permite estender ou dividir a faixa de medida de uma
variável, isso significa alterar a faixa normal de um elemento final da que ele dispõe,
aumentando ou diminuindo-a. Por exemplo, se considerarmos uma válvula que opera
entre 20 e 100 kPa (normal), com o controlador split-range ela passa a operar entre
20 e 60 kPa (metade inferior) ou entre 60 e 100 kPa (metade superior)” (RIBEIRO,
2001, p. 8-9). Em relação a isso, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O mesmo sinal realiza o comando, ao mesmo tempo, dos dois elementos finais de
controle.
b) ( ) Se processo possuir uma perturbação periódica, é recomendado o uso desse
controlador.
c) ( ) Para minimizar o erro entre a variável de entrada e a variável de saída, estas são
medidas e comparadas possuindo efeito decisivo sob ação do controlador.
d) ( ) A atuação do controlador independe da variável de saída.
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
CONTROLE DE TEMPERATURA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3, daremos prosseguimento às etapas do processo de
fabricação da cerveja. Iniciaremos falando o processo de produção de uma cerveja
artesanal, em seguida, falaremos dos mecanismos de controle utilizados na produção
dessa cerveja, mas etapas de cozimento e fermentação da cerveja.
95
QUADRO 11 – PROCESSO PRODUTIVA DE CERVEJA ARTESANAL
96
GRÁFICO 1 – RAMPA DE AQUECIMENTO DA PRODUÇÃO DA CERVEJA ARTESANAL
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/handsome-adult-brewer-inspecting-
process-brewing-1433953739>. Acesso em: 5 ago. 2021.
98
NOTA
O processo de secagem do malte verde é chamado de kilning stage. Este
termo vem da palavra kilne (estufa ou forno). Dessa forma a expressão
“malte kilned” significa que o malte verde já passou pelo processo de
secagem que pode ocorrer numa estufa ou num forno.
99
FIGURA 20 – FERMENTADOR COM SISTEMA DE AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO
100
LEITURA
COMPLEMENTAR
CERVEJA BRILHANTE
Marcos de Oliveira
101
Ele teve a ideia de usar a luz no processo de fabricação de cerveja enquanto fazia
seu doutorado no IFSC, desenvolvendo pesquisas junto com os professores Vanderlei
Bagnato, orientador da tese, e Igor Policarpov. O alvo era o uso de luz para quantificar
carboidratos em amostras de mosto cervejeiro na fase de fermentação.
102
álcool presente no mosto em fermentação. “Ela age a partir da absorção obtida pela
reflexão da luz incidida sobre uma amostra de cerveja ou qualquer alimento industrial,
como massa de tomate, por exemplo.” Os pesquisadores também acreditam que o uso
será possível na indústria sucroalcooleira tanto para monitorar produção de etanol como
para verificar a quantidade de açúcar presente na cana ainda no campo. A emissão de
luz sobre o caule, a análise da resposta espectral, que é a parte de luz absorvida pelo
material, e o consequente processamento das informações por um computador, em
poucos segundos, podem mostrar a hora certa do corte da cana. Os primeiros protótipos
desses aparelhos deverão ser iniciados ainda neste ano.
O sistema também utiliza redes neurais artificiais que são programas baseados
em neurônios biológicos capazes de aprender por meio de exemplos utilizando
interconexões computacionais e matemáticas.
103
104
A produção da cerveja começa com malte O mosto é resfriado e adiciona- o metabolismo das leveduras. Impurezas e materiais A cerveja em garrafas e latas
de cevada, água e, se for o caso, adjuntos se a levedura Saccharomyces A fase seguinte é a maturação particulados, como é pasteurizada para eliminar
cervejeiros como arroz e milho, formando cerevisiae. Nessa fase, segundo por períodos de até 21 dias, leveduras residuais, são microrganismos e ter validade
um caldo, o mosto. Ele é aquecido para os estudos realizados pela USP. quando uma série de reações retirados e a cerveja torna- maior. Nos barris é para
beneficiar algumas reações enzimáticas e Os LEDs são mergulhados no bioquímicas confere o aroma e o se transparente consumo rápido
depois fervido com a adição de lúpulo líquido para acelerar sabor definitivo da cerveja
FONTE: ÉVERTON ESTRACANHOLLI
Dentre os processos de fermentação possíveis de serem analisados com
arranjos de LEDs em faixas de luz visível e infravermelho estão a fermentação de caldo
de cana para obtenção de etanol combustível ou produtos destilados como a cachaça,
além de vinagres e derivados. Na produção específica de cerveja o novo sistema de
análise em tempo real na linha de produção poderá quantificar os principais carboidratos
presentes na fermentação do mosto da bebida, como glicose, maltose, maltotriose e
dextrina, além do etanol.
APOIO DA UNIVERSIDADE
105
O professor Bagnato acredita que o projeto em parceria da USP com a Kirchen
poderá gerar um produto inovador. “Quem sabe, no futuro, combinar a análise em tempo
real com a estimulação fotônica deverá produzir uma forma totalmente diferente de
promover e controlar a fermentação. Assim, a luz injetada no sistema se tornará um
novo parâmetro na área”, diz. “A minha filosofia é que as empresas nascentes devem ter
apoio dos laboratórios que as produziram, no caso o IFSC. A empresa do Éverton não
poderá de imediato ter toda a infraestrutura que temos na USP. Dessa forma, é essencial
que tenhamos uma colaboração, disponibilizando nossos equipamentos para que ele
realize as caracterizações e outros estudos que se tornam difíceis de outro modo. Essa
é a verdadeira forma de gerar um spin-off no meio acadêmico”, acredita Bagnato, que
também é coordenador-geral da Agência USP de Inovação.
106
Microcervejarias que produzem cervejas especiais ou premium podem ser as
primeiras fábricas a experimentar os LEDs na produção.
107
No Brasil, o caminho mais recente em pesquisa de adjuntos cervejeiros em
ambiente acadêmico vem da Bahia. Um grupo de pesquisadores na Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS) estuda a produção de cerveja, com frutas
encontradas no semiárido nordestino, como umbu, cajá e cacau, entre outras.
“Queremos aproveitar a alta fonte de carboidratos encontrados nessas frutas e também
os compostos aromáticos que podem incrementar as cervejas feitas nesta região do
país”, diz o professor Giovani Brandão Carvalho, coordenador do grupo.
O professor Almeida e Silva acreditam que esse tipo de cerveja seria ideal
se tivesse até 1% de álcool porque serviria para repor nutrientes em esportistas. Ele
também já fez experimentos com o uso de arroz-preto, do Instituto Agronômico (IAC)
108
de Campinas, como adjunto de cerveja. “Nosso intuito foi aproveitar a perda de até 25%
do arroz-preto durante o beneficiamento, que se quebra facilmente e não tem valor de
mercado. O resultado foi uma cerveja tipo pilsen um pouco escura, quase marrom, que
possui o processo patenteado”, diz.
109
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
110
AUTOATIVIDADE
1 Diagramas de processo são utilizados pelos engenheiros principalmente no diagnós-
tico de problemas na planta industrial e para visualizar os efeitos das ampliações, atu-
alizações e instalação de equipamentos nas plantas industriais. Considerando essas
informações e o conteúdo estudado, assinale a alternativa CORRETA:
111
3 O processo produtivo da cerveja é constituído por várias etapas. Porém, existem
alguns pontos que são considerados críticos. Considerando essas informações,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Adição do malte.
( ) Inicio da germinação.
( ) Inicio do resfriamento.
( ) Carbonatação da cerveja.
112
REFERÊNCIAS
AGUIRRE, L. A. Fundamentos da instrumentação. São Paulo: Person, 2013.
GARCIA, C. Controle de processos industriais. São Paulo: Blucher, 2017. (v. 1).
MANZANO, J. A. N. G. Revisão e discussão da norma ISO 5807 – 1985 (E) Proposta para
padronização formal da representação gráfica da linha de raciocínio lógico utilizada no
desenvolvimento da programação de computadores a ser definida no Brasil. Revista
Programar, São Paulo, v. 1, n .21, p. 1-31, 2009.
MELO, D.J. Como cozinhar cervejas: o seu guia definitivo para fabricar cervejas
artesanais. Michigan: Independently Published, 2019.
113
PENIDO, E.C.C.; TRINDADE, R.S. Microcontroladores. Ouro Preto: Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais; Santa Maria: Universidade Federal de
Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de Santa Maria: Rede e-Tec Brasil, 2013.
PICCINI, A. R.; MORESCO, C.; MUNHOS, L. Fermentação. UFRGS: Porto Alegre, 2012.
Disponível em: https://www.ufrgs.br/alimentus1/feira/prcerea/cerveja/ferme.htm.
Acesso em: 20 jul. 2021.
114
UNIDADE 3 —
ANÁLISE E PADRONIZAÇÃO
DO PROCESSO PRODUTIVO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar
o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
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115
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A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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116
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos as principais análises realizadas para o
controle de qualidade da cerveja, dando ênfase para as análises físico-químicas e micro-
biológicas. Abordaremos, também, as etapas de padronização dos processos produtivos.
117
2 COMO É FEITA A ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
As análises físico-químicas são realizadas nas diversas etapas do processo
produtivo da cerveja, cada uma delas requer parâmetros que atestem o controle de
qualidade dos produtos intermediários e do produto final.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/researcher-glass-laboratory-chemical-
test-tubes-1445340467> Acesso em: 14 jul. 2021.
118
• Aspectos sensoriais (límpido ou turvo, com ou sem presença de sedimentos próprios).
• Parâmetros organolépticos (aromas, sabores, presença de sedimentos).
• Presença de contaminantes (arsênio, chumbo, cadmio e estanho).
ATENÇÃO
A quantidade de cervejas artesanais vem crescendo cada vez mais no Brasil.
A comercialização das cervejarias artesanais deve ocorrer após o registro do
estabelecimento no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
FONTE: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-65-de-
10-de-dezembro-de-2019-232666262>. Acesso em: 28 ago. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/assorted-beers-flight-ready-
tasting-259774457>. Acesso em: 12 ago. 2021.
119
Por consequência das características da fermentação, os sabores, aromas,
cor de cada uma das cervejas possuem características diferentes, por exemplo, a de
fermentação e maturação prolongada e processada à baixa temperatura possui os
sabores mais intensos.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/reading-value-hydrometer-used-
determining-specific-1598543947>. Acesso em: 25 jul. 2021.
120
FIGURA 4 – PHMETRO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/woman-rubber-gloves-holding-glass-
electrode-1779461255>. Acesso em: 28 jul. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/person-wearing-gloves-testing-ph-
chemical-523213690>. Acesso em: 23 ago. 2021.
121
O valor do pH influencia em várias propriedades ao longo do processo produtivo
da cerveja. A alcalinidade representa uma condição de uma solução entre pH 7 e 14. Na
água da cerveja, a principal fonte de alcalinidade é a presença dos íons bicarbonatos
(HCO3-). No processo contínuo de fermentação da cerveja, que ocorre em tanques
fechados e contínuos, o reaproveitamento da levedura proveniente do fermentador
é realizado após a retirada das impurezas com a redução do pH do meio, conforme
apresentado a seguir:
IMPORTANTE
Os íons cálcio ocasionam a redução do pH da água nas etapas de
maceração e fervura. Porém, a presença de íons bicarbonatos e
carbonatos ocasionam o aumento do pH. Sendo os últimos íons duas
vezes mais eficientes no aumento do pH da água que os íons cálcio na
redução do pH.
A dureza da água é balanceada pela alcalinidade, uma vez que é pelo caráter
alcalino, que contém íons bicarbonatos. Dessa forma, na determinação do pH, na etapa
de brasagem da cerveja, é imprescindível o conhecimento das concentrações de íons
cálcio, magnésio e da alcalinidade da água.
122
QUADRO 1 – FATORES QUE INFLUENCIAM O PH
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/cold-beer-hops-decoration-644736865>.
Acesso em: 11 ago. 2021.
123
O amargor tem a concentração expressa em Bitterness Units (BU), a
determinação refere-se ao teor total dos iso-α-ácidos, que são retirados da cerveja
por meio da extração por solventes, e a concentração é determinada por meio da
espectrometria, sendo a metodologia adotada nos Estados Unidos e Europa. Mas o teor
desse ácido também pode ser determinado por meio da cromatografia líquida, dada em
miligramas por litros (mg.L-) ( SILVA; FARIA, 2008).
Em que:
• AAU corresponde as unidades de alfa ácidos (AAUs) de cada lúpulo que é dado pela
Equação (2):
O parâmetro cor é medido em uma escala que poderá seguir dois padrões: o dos
Estados Unidos, Standard Research Method (SRM); ou da Europa, European Brewery
Convention (EBC). A mais utilizada é a dos Estados Unidos (SRM).
124
FIGURA 7 – COLORAÇÃO DAS CERVEJAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/set-many-beer-glasses-different-
isolate-1078052174>. Acesso em: 14 ago. 2021.
Em que:
A turbidez pode ser definida como a turvação (névoa) de uma solução ocasionada
pela presença de uma substância que ocasiona a dispersão da luz (HAGE;CARR, 2012).
125
QUADRO 2 – FATORES QUE OCASIONAM A TURVAÇÃO DA CERVEJA
ATENÇÃO
Os sais de magnésio, por serem mais solúveis em água que os sais de cálcio,
interferem menos no pH do mosto. Porém, podem provocar a formação
de gosto amargo e ácido na cerveja. Dessa forma, recomenda-se que a
concentração de íons magnésio não deve ultrapassar 100 ppm.
126
leveduras (fermento) convertem os açúcares em álcool (etanol) e dióxido de carbono,
por meio da fermentação alcoólica (PIMENTA et al., 2020). Quanto ao teor alcoólico, este
pode ser ranqueado da seguinte forma (Quadro 3).
A cerveja pode ser classificada em: cerveja sem álcool e com álcool. A bebida
com teor alcoólico inferior a meio por cento em volume (0,5%v/v) é classificada
como cervejas sem álcool. Vale ressaltar que, para este tipo de cerveja, não existe
obrigatoriedade de declaração no rotulo.
A cerveja com álcool, quando seu conteúdo em álcool for igual ou superior a meio
por cento em volume (0,5%v/v), deve obrigatoriamente constar no rótulo o percentual
de álcool em volume (RABELLO, 2009).
IMPORTANTE
O consumo de cerveja no Brasil é 35 vezes maior que o consumo de vinho. O Brasil é o 17º
consumidor da bebida no mundo, com 1,7 litros per capita tomados por ano, sendo que
o consumo de cerveja é de 60,4 litros por pessoa anualmente. O elevado
consumo da bebida tem motivados as fabricas de cerveja a preferir
embalagens em latas de alumínio em detrimento das garrafas de vidro.
Por haver reciclagem em massa das latas, reduzindo o impacto ambiental.
127
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• A determinação das propriedades, como pH; cor; turbidez; e do teor alcoólico nas
diversas etapas de fabricação da cerveja, são de fundamental importância para
garantir a qualidade do produto.
• O teor alcoólico varia de acordo com o tipo de cerveja, se ao malte for misturados
adjuntos que possuem maior teor de açúcares, como o xarope, a concentração do
álcool aumenta.
128
AUTOATIVIDADE
1 As análises físico-químicas são realizadas nas diversas etapas do processo produtivo
da cerveja. Haja vista que cada etapa do processo produtivo requer parâmetros que
atestem o controle de qualidade dos produtos intermediários e do produto final.
Assinale a alternativa CORRETA:
129
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
c) ( ) Apenas a sentença III está correta.
d) ( ) Apenas a sentença I está correta.
130
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
ANÁLISE MICROBIOLÓGICAS
1 INTRODUÇÃO
Agora, no Tópico 2, abordaremos alguns conceitos que serão fundamentais
para o entendimento dos microrganismos que se proliferam na cerveja. Aprenderemos
as bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Em seguida, falaremos das leveduras e
dos bolores.
131
FIGURA 8 – BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/bacteria-gram-realistic-top-view-
petri-1897648045>. Acesso em: 13 ago. 2021.
132
A metodologia Gram é uma técnica que as bactérias são coradas e
classificadas em dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. As principais
bactérias Gram-positivas são as derivadas de ácido láctico (espécies de
Lactobacillus e Pediococcus) e possuem crescimento potencializado em
condições microaerofílicas e, algumas vezes, anaeróbicas. Em adicional, algumas
espécies Gram-positivas são favorecidas pela presença de dióxido de carbono
(DRAGONE et al., 2007).
IMPORTANTE
Os odores desagradáveis ocasionados pela presença das bactérias
lácticas, possuem características doce, amanteigada ou de mel. São
ocasionados pela presença de diacetil e ou cetonas vicinais. Em alguns
casos, ocorre a formação de composto glutinoso que torna a cerveja
mais viscosa. Por consequência da formação dos heteropolímeros, que
são compostos contendo glicose, manose e ácidos nucleicos.
As bactérias ácido lácticas são responsáveis, em média, por 70% dos problemas
de contaminação da cerveja, como consequência da presença desses microrganismos
na cerveja, temos: turvação da cerveja; aumento da acidez; e formação de odores
desagradáveis (DRAGONE et al., 2007).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/quality-control-expert-inspecting-beer-
laboratory-1128073403>. Acesso em: 12 ago. 2021.
133
Uma espécie de bactérias do gênero Micrococcus (M. kristinae) também
foi verificada nas cervejas com as seguintes características: baixo teor alcoólico; pH
superior a 4,5; baixa concentração de lúpulo. Apesar de ser característicos do gênero
Micrococcus, a respiração aeróbica, a M. kristinae possui potencial de multiplicação e
crescimento em ambientes aeróbios e anaeróbios.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/close-gramnegative-bacteria-growth-
on-macconkey-1691409148>. Acesso em: 12 ago. 2021.
134
QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DAS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS
135
QUADRO 6 – CARACTERÍSTICAS DAS LEVEDURAS SELVAGENS
Não-Saccharomyces
(Brettanomyces,
Candida, Cryptococcus,
Debaryomyces, Dekkera,
Endomyces, Filobasidium,
Hanseniaspora,
Hansenula, Kloeckera,
Kluyveromyces,
Pichia, Rhodotorula,
Schizosaccharomyces,
Torulaspora, Torulopsis e
Zygosaccharomyces)
Saccharomyces (S.
diastaticus, S. pastorianus,
S. ellipsoideus e S.
Willianus)
136
FIGURA 11 – LEVEDURAS SELVAGENS
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/wild-yeast-brettanomyces-fermenting-
home-brewed-1572747988>. Acesso em: 14 ago. 2021.
Escherichia coli
137
Em adicional, foi encontrado que cerca de 2,2% das amostras estavam
contaminadas por coliformes tolerantes ao calor (termotolerantes), curiosamente, foram
encontradas concentrações correspondentes a cerca de 4 e 7 NMP/cm², nas latas de
cerveja seladas coletadas nos bares. Os resultados mostram que foram verificadas
contaminações em latas seladas e não seladas, e os maiores níveis de contaminações
foram verificadas nas bebidas comercializadas pelos ambulantes em embalagens de
isopor contendo água e gelo (FIRME; UENO, 2018).
138
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
139
AUTOATIVIDADE
1 O conhecimento das características da cerveja é de fundamental importância para a
obtenção de produtos com qualidade. Dessa forma, na etapa de moagem é verificado
o grau e o teor de pó. Na etapa de brasagem, é medido o pH do mosto, a coagulação
de proteínas, a cor, aspectos visuais e olfato. Na etapa de fermentação é medido o
grau de fermentação, extrato aparente, teor de diacetil. Analise as sentenças a seguir.
140
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) I e II são corretas
b) ( ) II, III e IV são corretas
c) ( ) I, II e IV são corretas
d) ( ) I, II e III são corretas.
141
142
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PADRONIZAÇÃO DO
PROCESSO PRODUTIVO
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 3, abordaremos as ferramentas utilizadas nos processos produtivos
cervejeiros, compreendendo como é realizada a gestão da produção. Estudaremos a
gestão de qualidade que integrou, inicialmente, o cotidiano das organizações de todos
os portes, atividades e alcance de atuação.
2 FERRAMENTAL DE QUALIDADE
O crescente aumento da competitividade no mercado levou as organizações a
buscarem maneiras de otimizar seus processos, com a finalidade de reduzir custos. Uma
das formas para se obter essa redução está na melhoria do controle e gerenciamento
de estoque (ARAGÃO et al., 2016).
143
As ferramentas de qualidade representam um conjunto de técnicas que são
utilizadas com o objetivo de resolver problemas existentes em um determinado setor.
Elas são denominadas de: diagrama de Ishikawa, diagrama de Pareto, fluxograma, carta
de controle, histograma, gráficos de Dispersão, que podem ser aliados com o ciclo
planejar, fazer, checar e agir (PDCA).
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/pdca-plan-do-act-check-
business-2016928469>. Acesso em: 12 ago. 2021.
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/fishbone-ishikawa-diagram-identify-
cause-effect-1455536138>. Acesso em: 12 ago. 2021.
144
• Plan (planejamento): consiste no estabelecimento da meta ou objetivo a ser
alcançado, e do método, ou plano, para se atingir este objetivo;
• Do (execução): é o trabalho de explicação da meta e do plano, de forma que todos os
envolvidos entendam e concordem com o que se está propondo ou foi decidido;
• Check (verificação): durante e após a execução, deve-se comparar os dados obtidos
com a meta planejada, para se saber se está indo em direção certa ou se a meta foi
atingida;
• Action (ação): transformar o plano que deu certo na nova maneira de fazer as coisas
(SAVEDRA et al., 2021).
145
Um dos objetivos do controle de estoque é reduzir os custos proveniente da
manutenção e da aquisição do estoque. A administração do estoque representa a base
para o controle da cadeia produtiva, tendo em vista que as matérias-primas usadas na
produção permanecem armazenadas no almoxarifado, setor responsável por compra e
logística. As etapas de aquisição e disponibilização dos produtos para os clientes deve
ser realizada com rapidez, permitindo a redução dos custos e fidelização dos clientes
(RIBEIRO, 2009; BALLOU, 2001).
146
O Just in Time representa o fluxo contínuo, permite a produção ágil. Não
havendo a interrupção da produção, nem a formação de estoques intermediários ou
super estoques, diminuição do tempo de parada das máquinas (ESTEVES, 2014).
Ele tem como objetivo suprir a necessidade instantânea, sem haver desperdício,
dos insumos, das horas trabalhadas pelos colaboradores, realizando a produção
mediante a solicitação do cliente, ou seja, a produção por encomenda. O Just in Time
está baseado nos seguintes princípios (RIBEIRO, 2009):
• princípios de qualidade;
• princípio da velocidade;
• princípio da confiabilidade; e
• princípio da flexibilidade e compromisso.
O 5W2H é uma ferramenta que descreve o plano de ação de forma clara, res-
pondendo as seguintes questões: o que (what), quem (who), quando (when), onde
(where), porque (why) e como (how). Já o Lean Manufacturing surgiu no Japão,
após a Segunda Guerra Mundial. O seu principal intuito é produção limpa, sem des-
perdício, reduzindo o tempo entre o pedido e o prazo de entrega ao cliente (ARAUJO;
RENTES, 2006).
O peso total do malte que será usado na brasagem foi determinado utilizando
a Equação (4):
Em que:
147
Após o cálculo do peso total do malte, é calculada a quantidade de cada tipo
específico de malte que será utilizado. Em seguida, foi calculada a cor, por meio da
Equação (5):
Equação (5)
Em que:
Os valores de cor obtidos por meio da Equação (5) foram comparados com os
dados fornecidos pelo espectrômetro. O amargor foi determinado utilizando a unidade
internacional que caracteriza o amargor, medida pela International Bitterness Units
Scale (IBU), Equação (1).
148
FIGURA 14 – DIAGRAMA DE ÁRVORE DA PADRONIZAÇÃO DA COLORAÇÃO DA CERVEJA PILSEN
POR MEIO DO CICLO PDCA
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/flat-design-people-qfd-quality-
function-2006293520>. Acesso em: 10 ago. 2021.
149
O QFD é chamado de casa da qualidade, por consequência da apresentação
gráfica visual da ferramenta. Ele traduz a forma como os clientes visualizam os
requisitos dos produtos. Dessa forma, essa ferramenta permite a identificação de
possíveis oportunidades e de deficiências do processo produtivo. Dentre as atribuições
da ferramenta a análise dos dados deve ser realizada seguindo as etapas a seguir:
150
Observando a matriz da gestão de desenvolvimento do produto (Figura 16)
podemos realizar as seguintes interpretações:
INTRODUÇÃO
152
Quando foi criado, o programa pretendia substituir a cevada usada pelas
cervejarias que, naquela época, era toda importada. Esse objetivo ainda não foi
atingido. A produção nacional de 300 mil toneladas por ano (t/ano) do grão, de acordo
com a Embrapa, atende a 43% da necessidade da indústria brasileira para produção
de malte, nome dado ao cereal germinado seco usado na fabricação da bebida. Para
suprir a demanda dos fabricantes, o Brasil compra cerca de 400 mil t/ano de cevada de
produtores argentinos, europeus, norte-americanos e canadenses.
NOVAS FRONTEIRAS
Outro fator que explica o êxito da iniciativa é a tecnologia por trás da criação dos
novos cultivares. “Pelo método tradicional de melhoramento genético, um novo cultivar
leva pelo menos seis anos para fixar suas características genéticas. Depois disso, são
necessários mais quatro anos em testes de campo para avaliação de rendimento, da
qualidade do grão e de resistência a doenças”, explica Minella. Na Embrapa Trigo, os
cientistas usam a técnica de haplodiploidização, com o desenvolvimento in vitro de
plantas derivadas de gametas (células reprodutivas), portadoras da metade do genoma,
que de forma espontânea ou artificial dá origem a linhagens duplo-haploides. “Assim,
alcançamos uma nova linhagem pura geneticamente em apenas uma geração, ao invés
de seis ou mais com o processo convencional, obtendo um novo cultivar em sete anos.”
153
de ser cultivada no país. Apenas as flores da planta fêmea, ricas em resinas amargas
e óleos essenciais, entram na composição da bebida. Ela tem uma folha no formato
de palma e cresce se enrolando em fios. Atinge 6 metros de altura e, no auge de seu
desenvolvimento, cresce até 30 centímetros por dia. Por ser uma cultura típica de
regiões de clima temperado do hemisfério Norte, ela nunca se adaptou às condições
do país, que importa todo o lúpulo usado pelas cervejarias nacionais – em torno de 2,4
mil toneladas por ano, ao custo de cerca de US$ 35 milhões. Até poucos anos atrás,
a produção nacional de lúpulo era inexistente, mas o trabalho de pesquisadores e
pequenos produtores está mudando esse cenário.
154
O agrônomo jogou o material fora, na compostagem de seu sítio, e esqueceu
do assunto. Tempos depois, percebeu que uma trepadeira brotara no local. “Era um pé
de lúpulo sobrevivente. Ele deve ter sofrido alguma mutação genética que o tornou
adaptado ao intenso regime de chuvas da Mantiqueira e resistente ao ataque de
fungos. Foi um feliz acaso botânico”, conta. Veraldi multiplicou esse indivíduo e deu
início a um dos primeiros – senão o primeiro – cultivo comercial de lúpulo do país em
escala muito pequena.
155
microcervejarias oxigenaram o setor cervejeiro nacional. Durante anos, as grandes
cervejarias fabricaram basicamente um tipo de bebida, a American Stardard Lager, uma
cerveja leve, de coloração clara e fácil de beber. Nos anos 1990, principalmente em São
Paulo, começou um movimento de importar cervejas de outros tipos, com sabores mais
acentuados, ainda de forma tímida e restrita a poucos bares e supermercados. Com o
surgimento dos pequenos produtores, o portfólio se ampliou e foi lançada uma gama de
bebidas que o brasileiro desconhecia: cervejas com diferentes teores alcoólicos, novos
ingredientes, sabores e aromas variados e diversos níveis de amargor”, destaca o biólogo
Luís Henrique Poleto, consultor e mestre-cervejeiro da A Tutta Birra, microcervejaria de
Piracicaba (SP) que fabrica cinco tipos diferentes de cerveja.
Com o bom resultado obtido nas pesquisas, Cauré decidiu criar uma empresa
para oferecer leveduras customizadas ao mercado de bebidas. “Uma possibilidade
inovadora é o emprego de blends de leveduras, que é a utilização de mais de um
microrganismo no processo fermentativo. Algumas proporcionam mais aromas,
enquanto outras são mais neutras. Ao empregar mais de uma levedura de forma conjunta
ou sequencial – primeiro um certo microrganismo e, em seguida, outro –, podemos
modular o processo fermentativo e criar uma cerveja diferente, com características
próprias”, informa o pesquisador. Batizada de Smart Yeast (levedura inteligente), a
startup encontra-se em fase de projeto.
156
A ESTABILIDADE PROTETORA
157
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• O PCP permite a produção com menor custo e com a qualidade exigida pelo cliente.
158
AUTOATIVIDADE
1 Em um processo industrial, é necessário haver um controle desde o projeto da
planta até a inspeção dos produtos finais, por meio de um programa de qualidade
que realize não somente a inspeção da matéria-prima, mas também dos produtos,
dos clientes, dos fornecedores. Analise as sentenças a seguir:
I- O PCP tem como objetivo a produção com menor custo e com a qualidade exigida
pelo cliente.
II- São perguntas realizadas pela ferramenta 5W2H: o que (what), quem (when), quando
(who), onde (where), porque (why), como (how) e quanto custa (how much).
III- O Kaban agrega maior valor com o mínimo de desperdício ao processo e representa
a melhoria contínua do processo.
IV- O Lean Manufacturing visa a produção limpa, sem desperdício, reduzindo o tempo
entre o pedido e o prazo de entrega ao cliente.
159
3 O PCP vem implantando técnicas que facilitam o gerenciamento da produção, como:
Lean Manufacturing, Kaizen, Kaban, Just in Time, 5W2H. Assinale a alternativa CORRETA.
160
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, A. M. S. et al. Aplicação da curva abc em uma empresa do setor atacadista
no estado de Sergipe. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 36.,
2016, João Pessoa. Anais [...]. João Pessoa: Fapesp, 2016.
161
MARQUES, W. L. Controle de estoques para análise fundamental empresarial: utilizada
nas micro e pequenas empresas. In: MARQUES, W. L. Contabilidade gerencial a
necessidade das empresas. Curitiba: Livrarias Curitiba, 2010.
PALMER, J. J. How to brew: every think to need to know to brew beer right the first
time. 4. ed. Colorado: Brewers Publications. 2017.
RABELLO, F. F. P. Revisão: Produção de cerveja. Agro, Porto Alegre, v. 14, p. 145-155, 2009.
162