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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUA RELAÇÃO COM A BASE

NACIONAL COMUM CURRICULAR

Gabriel Alexandre Ferreira Belo1


José Felipe Martins Evaristo2
Marcella Rayssa Gomes Peixoto3
Márcio Silva de Lima4
Vanessa Gomes de Melo5

Resumo

O relatório em questão visa analisar o papel da Base Nacional Comum Curricular e sua relação
com a Educação Ambiental, com o propósito de apresentar as devidas características de ambos
os temas, e levantar possíveis problemáticas relacionadas aos mesmos. O planeta está sentindo
cada vez mais, e com mais intensidade, os efeitos do aquecimento global, tornando-se
indispensável a aplicação de medidas para reverter esse quadro. Serão, também, objetos de
estudo desse relatório, artigos que abordam a Educação Ambiental como política pública, a
análise do processo de elaboração e aprovação da BNCC e inserção da Educação Ambiental na
mesma.
Palavras chave: BNCC; Educação Ambiental; Desenvolvimento Sustentável.

Abstract

The report in question aims to analyze the role of the National Curricular Common Base and
its relationship with Environmental Education, with the purpose of presenting the due
characteristics of both themes, and raising possible problems related to them. The planet is
feeling more and more, and with more intensity, the effects of global warming, making it
essential to apply measures to reverse this situation. Will also be objects of study of this report,
articles that approach Environmental Education as a public policy, the analysis of the process
of elaboration and approval of the BNCC and insertion of Environmental Education in it.
Keywords: BNCC; Environmental Education; Sustainable Development

Introdução

O meio ambiente é visto como o grande pilar da vida e desempenha um papel essencial
para que haja equilíbrio na terra. É nele onde se encontram os recursos naturais necessários para

1
Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: gabrielbelo62@gmail.com
2
Profissional do grupo Ser Educacional Negociador Financeiro. Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá.
E-mail: felipe01evaristo@gmail.com
3
Bacharel em ciências contábeis pela UFPE; graduanda em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail:
marcellargpeixoto@gmail.com
4
Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: marciodominnus@gmail.com
5
Designer de Moda pela Faculdade Boa Viagem; pós graduada em Modelagem e Criação pela Faculdade Senac; graduanda em
Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: vgdmelo@gmail.com
a sobrevivência dos seres vivos, como água, alimentos e matérias-primas. Matérias estas que
são de grande serventia para o homem, usadas para fabricar novas tecnologias, para gerar e
armazenar energia (como painéis solares, hidroelétricas, moinhos de vento) e para a
manutenção global da vida terrestre. No entanto, o mundo se encontra imerso em um cenário
capitalista, individualista, onde pouco se aprende ou fala sobre educação ambiental. A
humanidade caminha a passos cada vez mais acelerados, acarretando em desequilíbrio e
esgotamento dos recursos naturais. Tendo em vista a urgência de visibilidade desse tema, se faz
importante a abrangência do mesmo em âmbito escolar, para que seja trabalhado, debatido e
compreendido nas áreas pedagógicas do ensino infantil, fundamental e médio.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A Base Nacional Comum Curricular é um documento de caráter normativo que define


o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação. Esse documento visa nortear a
base curricular de ensino da rede pública à privada, da educação infantil, fundamental e do
ensino médio – ancorado no Artigo 210 da constituição (BRASIL, 1988). Também prevista no
Artigo 9º, inciso IV (BRASIL, 1996), a formulação de conteúdo aplicado e qualificação de
professores, nos âmbitos federais, municipais e estaduais, alinhado às políticas de ensino e
aprendizagem.

Com a promulgação da Lei nº 13.005/2014, a qual propagou o Plano Nacional de


Educação (PNE) visando a necessidade de uma Base Nacional, observa-se pontos importantes,
sendo um destes a aplicabilidade do conteúdo no cotidiano e na vida dos alunos. A BNCC se
compromete com a educação integral e conhecimento global, com o objetivo de formar
cidadãos que atuem como solução de problemas na sociedade – sincronizando isso com suas
necessidades, possibilidades e interesses. Essa proposta parte da adoção de competências que
trabalhem a ética, a moral, e valores voltados à preocupação com a cidadania, autonomia, saúde
física e emocional. A BNCC se estrutura em 3 níveis, sempre abordando as principais
competências de cada fase do ensino:

• Para a educação infantil: aplicabilidade de seis direitos aos alunos, os quais seriam
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.
• Para o ensino fundamental: continuidade aos estudos, organizando-se em quatro áreas
de conhecimento: linguagens (englobando língua portuguesa, artes, educação física,
língua inglesa); matemática; ciências da natureza, e ciências humanas (englobando
história e geografia). No final dessa fase, os estudantes devem buscar uma relação com
seus desejos, pesando em seu futuro e preparando-se da melhor forma possível para
próxima etapa.
• Para o ensino médio: mantimento de algumas disciplinas e a inclusão de novas áreas do
conhecimento. Seriam inclusas nas ciências humanas a filosofia e sociologia; um
aprofundamento de linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias,
ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, e
formação técnica e profissional. É responsabilidade da escola organizar seus currículos
de acordo com a demanda de alunos por área, seguindo sempre as normas da BNCC.

Educação Ambiental

O termo “Educação Ambiental” está ligado a processos em que o indivíduo e a


coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e habilidades, atitudes e competências
voltadas para conservação do meio ambiente – bem de uso comum de todos, essencial à
qualidade de vida e sua sustentabilidade.

A educação ambiental atua na mudança de padrões, acarretando em revoluções


científicas e políticas. Revoluções paradigmáticas são reflexo de um desenvolvimento não
cumulativo nos quais um modelo antigo é substituído por um novo, incompatível com o
anterior. Já as revoluções políticas se desenvolvem à medida que há necessidade de alterações.
Essas transformações têm o potencial de mudar a ciência e o mundo, na medida em que incidem
na concepção que se tem dele e de seu caminho (Kuhn, 1969). Educar a cidadania por meio da
educação ambiental, é um estímulo para que haja ação política nesse cenário – contribuindo
para uma coletividade que é responsável pelo mundo que habita.

A palavra “política”, vem do grego “polis” e se compreende na arte de definir os limites.


Ao entender política a partir da origem do termo, não diz respeito a regulação sobre a sociedade,
mas sim de uma regulação entre sociedade e Estado que favoreça as diversidade e igualdade
social e política – ou seja, o que é o bem comum. Resgatar o significado da política é
fundamental para que se estipule uma ética da sustentabilidade resultante das lutas
ambientalistas. Reitera-se a importância da questão distributiva entre benefícios e prejuízos da
apropriação e do uso da natureza. Seria possível desenvolver como sociedade sem que haja um
cuidado com o meio ambiente? Ou construir uma cultura que compreenda natureza e sociedade
como elementos diretamente ligados seria o ideal?
O antropólogo, sociólogo e filósofo Edgar Morin idealizava a criação da cidadania
terrestre: “A tomada de consciência da comunidade de destino terrestre deve ser o
acontecimento chave do novo milênio: somos solidários desse planeta, nossa vida está ligada à
sua vida. Devemos arrumá-lo ou morrer. Assumir a cidadania terrestre é assumir nossa
comunidade de destino.” Diante disso, o compromisso em assumir responsabilidades
individuais e coletivas se torna um grande fator de mudança. É preciso existir autonomia para
a participação no debate de políticas públicas, tais como a qualidade da educação, a mudança
na matriz energética e de transporte, a relação das comunidades locais com o lixo produzido e
compromissos pelos bens comuns. O modelo conhecido como “erosão da diversidade biológica
e cultural” se mostra como uma construção histórica que padroniza comportamentos por meio
do estímulo ao consumismo, da comunicação de massas e por autoritarismos de todos os tipos.
Tendo em vista essa problemática, o estudo em questão reitera a importância da implementação
de políticas públicas voltadas para questão socioambiental, principalmente à educação
ambiental – que tem como objetivo a abertura de espaços que sirvam para melhoria da qualidade
de vida do planeta e dos seres vivos (humanos e não-humanos) que nele habitam.

A educação ambiental, no âmbito do Estado, enquadra-se naquilo que Bourdieu (1998)


denomina “mão esquerda do Estado” (reúne trabalhadores sociais, educadores e professores),
cujas ações são ignoradas pela chamada “mão direita do Estado” (áreas de finanças, de
planejamento, bancos). No entanto, de acordo com o PNEA (Política Nacional de Educação
Ambiental), artigo 2º da lei 9795/99, a educação ambiental é “componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”.

O meio ambiente como política pública, não pontual, no Brasil, surge após a
Conferência de Estocolmo, em 1972. Mas, apenas em 1977 (após a I Conferência
Intergovernamental de Educação Ambiental de Tibilise), a educação ambiental foi introduzida
como estratégia para conduzir a sustentabilidade ambiental e social do planeta. Ainda na década
de 70, era amplamente discutido um modelo de desenvolvimento que abrangesse as relações
econômicas com o bem estar da sociedade e a gestão responsável dos recursos naturais. Esse
modelo foi chamado de ecodesenvolvimento, por Ignacy Sachs (1986). No entanto, a partir do
relatório de Brundtland (1987), o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser usado
em substituição ao termo “ecodesenvolvimento” e formou a base para a reorientação das
políticas. Diante disso, via-se a urgência de uma transformação do meio natural que, se
utilizando de técnicas apropriadas, impediria desperdícios e enalteceria as potencialidades do
mesmo, cuidando das demandas da sociedade, tendo em vista a diversidade dos meios naturais
e dos contextos culturais.

Com o objetivo de validar tais transformações do meio natural, estratégias foram


propostas pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente) e MEC (Ministério da Educação). De
acordo com o MMA, o projeto contaria com o compromisso de um grupo de municípios de uma
eco região, com a implementação de quatro processos educacionais:

• Formação de educadores ambientais: por meio de programas oferecidos por parceiros


pelo MMA, que possibilitem o enraizamento do processo;
• Educomunicação socioambiental: estratégias de comunicação com finalidade
educacional e de tomada de decisão (envolvendo a produção e distribuição de materiais
educacionais, campanhas);
• Estruturas educadoras: da escola à praça pública – ações ou projetos voltados para a
sustentabilidade;
• Foros e coletivos: diferentes espaços de participação democrática que se propõem a
realizar projetos e ações a favor da sustentabilidade, ao mesmo tempo em que discutem
valores, métodos e objetivos de ação.

Mediante discussões analisadas no projeto em questão, observou-se que a educação


ambiental deve ser componente essencial na educação nacional. Por conseguinte, o MEC
elaborou uma proposta que se baseia na construção de um processo permanente de educação
ambiental nas escolas – por meio de modalidades de ensino presenciais, à distância e difusas.
Para que esse ideal se torne efetivo e sustentável, é incentivada a instalação do Com-Vida
(Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida) na escola – com a participação dos
Conselhos Jovens pelo Meio Ambiente – bem como a implementação da Agenda 21, dando
suporte a atividades curriculares e extracurriculares. A estratégica conta com:

• O fornecimento de materiais instrucionais que permitam o acesso à informação e ao


conhecimento;
• A criação de instâncias regulares de debates, pesquisa e ação nas escolas para a
produção de conhecimentos locais significativos;
• O estímulo da relação escola-comunidade, facilitada pelas Comissões de Meio
Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas (Com-Vida).
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA)

De acordo com exigências constitucionais, esse documento relata que compete somente
a União legislar sobre a base e diretrizes da educação nacional, fixando conteúdo mínimos a
respeito do assunto de uma forma respeitosa a seus valores. Com isso, a DCNEA pode criar
uma base curricular geral direcionada para todos – sendo esta revisada com o passar do tempo.
Segundo esse documento, não existe a necessidade de se criar uma disciplina voltada para a
questão ambiental, devendo esta ser mais transversal e interdisciplinar. As diretrizes do
documento atuariam como guia para as instituições de ensino abordarem o tema do meio
ambiente.

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

O PCN é um documento segmentado com o objetivo de orientar os educadores por meio


da normatização de alguns aspectos fundamentais concernentes a cada disciplina. Os PCNs
servem como guias para professores, coordenadores e diretores, que podem adaptá-los as
particularidades locais. Seu início vai abordar temas como crise ambiental atual e preocupações
com o meio ambiente, além de trabalhar valores e atitudes sustentáveis, gerando cidadãos mais
conscientes. O tema deve estar presente no cotidiano dos alunos, e os professores devem
adequar o tema de acordo com sua disciplina. Grandes blocos foram adotados como critérios
no caso em questão: natureza “cíclica” da Natureza; Sociedade e Meio Ambiente e Manejo e
Conservação Ambiental. Tais temáticas devem ser desenvolvidas e abordadas pelo profissional
de maneira flexível, de acordo com sua disciplina e faixa etária de ensino.

No contexto escolar, a respeito do tema “meio ambiente”, destaca-se a importância de


uma formação e capacitação contínua dos professores, para trazer e gerar conteúdo – bem como
estimular encontros de estudos, debates e reflexões acerca dos temas. O objetivo do PCN nas
escolas é introduzir temática ambiental dentro das disciplinas, evidenciando problemas
ambientais, conflitos sociais, econômicos e históricos, para que se questione maneiras de fazer
a diferença em prol do mundo em que vivemos.

A Educação Ambiental nas versões preliminares da BNCC

Nas mais de 300 páginas da primeira versão da BNCC, não é citado a Educação
Ambiental, e sim encontrado nele a palavra “ambiental” trinta e duas vezes, relacionando-a, na
maioria das vezes, à degradação ambiental ou a parte de gestão ambiental. Elencando assim, à
química, biologia e a contextualização histórica. Há uma disposição de ser colocada a questão
ambiental de forma mais ampla dentro da BNCC, aumentando os pontos a serem explorados
nas próximas versões.

Após muitos debates em seminários, contando com a participação de mais de 9 mil


professores, gestores e especialistas, foi publicada a segunda versão da BNCC com mais de 650
páginas, versão mais completa em relação à temas transversais. Apresenta a Educação
Ambiental em 26 oportunidades e aborda temas das mais diversas formas, como Educação
Ambiental no Brasil e no mundo, com embasamentos legais – tal qual a Lei 9.795/99, e faz
referência à Conferência de Estocolmo e aos avanços que a Educação Ambiental apresentou
frente a outras tantas conferências.

Na terceira versão da BNCC, constata-se que não há mais menções sobre Educação
Ambiental, apenas sobre à sustentabilidade, mas muito pouco para a importância deste tema.
Houve uma audiência pública em cada região do Brasil, onde se pode observar que a Educação
Ambiental foi pouco citada ou nem mencionada em momento algum. Foi observado também
um número razoável de colaborações recebidas pelo CNE, onde a grande maioria foram críticas.
Salienta-se que, após as versões, ainda existiam muitas críticas em relação ao documento e
várias mudanças que deveriam ser realizadas – como a inclusão da Educação Ambiental na
versão definitiva da BNCC.

Versão final da BNCC - educação infantil, ensino fundamental e médio

Aprovada em 15 de dezembro de 2017 pelo CNE, a versão final da Base Nacional


Comum Curricular relacionada a Educação Infantil e Ensino Fundamental, tratada pelo governo
como a “terceira versão da Base Nacional Comum Curricular revisada”, e em outras esferas
chamada de “quarta versão”, apresentou poucas mudanças nas suas 470 páginas em relação à
terceira versão, principalmente dentro da Educação Ambiental.

Nesta versão tornou-se obrigatório no currículo escolar de todos os estudantes, o Ensino


Religioso – incluído como uma área de conhecimento. Outra mudança foi na alfabetização,
onde afirma que as crianças devem ser alfabetizadas até os sete anos de idade – diferente do
que ocorria até então, quando isso se dava após as crianças completarem oito anos de idade.

Uma pesquisa foi realizada para levar em consideração o número de vezes em que
palavras relacionadas com a temática ‘’ambiental’’ apareciam no documento, e o resultado foi
precário. A palavra “consciência socioambiental” apareceu cinco vezes, e os termos
“degradação ambiental”; “equilíbrio ambiental”; “importância ambiental”; “papel ambiental”;
“conservação ambiental”; “diversidade ambiental”; “qualidade ambiental” e “socioambiental”,
não ultrapassaram 3 vezes. A partir disso, outra pesquisa foi realizada, esta com o objetivo de
registrar a localização das palavras no documento e relacionar com a unidade de significado.
Em relação à Educação Ambiental, esta é apenas citada uma vez em meio a outros temas
transversais (áreas da geografia, história e ciências da natureza), mostrando que, para o governo,
este tema ficou completamente em segundo plano na montagem de uma Base que será utilizada
por muitos anos em todo o território Nacional. Ocorreram diversas audiências públicas
consideradas suficientes pelo governo onde foram enviadas muitas sugestões via internet por
diversas pessoas e entidades. Porém, faltaram debates para embasar a aprovação da Base e não
foi informado como todo o material enviado foi analisado e sistematizado, faltando
transparência neste processo.

A versão final da BNCC do ensino médio foi aprovada um ano após a aprovação do
ensino infantil. No entanto, vale salientar que o documento não aborda os temas da forma que
se esperaria, onde a educação ambiental só é citada uma única vez em todo o arquivo. Dessa
forma as escolas teriam que abordar o assunto de forma contextualizada. Com isso, pode-se
observar que o governo federal não demonstrou ter prioridade alguma com a educação do país.

Considerações finais

Ao analisar o que diversos autores abordaram em seus artigos, e o que foi mencionado
neste relatório, é importante reiterar que a educação ambiental tem papel fundamental para o
país e o mundo. No entanto, também é necessário que haja um olhar crítico para a questão
ambiental e sua relevância na BNCC.

Apesar de compreender a importância da abordagem da educação ambiental nas escolas,


alguns pesquisadores criticam a colocação desse tema no meio interdisciplinar. Eles sugerem a
criação de uma disciplina unicamente voltada para essa temática, para que, assim, os alunos
pudessem dar maior prioridade ao assunto e apresentar uma formação mais crítica em relação
a ele. Já segundo Sorretino e Portugal (2016), se faz necessária a inserção da educação
ambiental nas diretrizes da BNCC, para que seja possível a aplicação de instrumentos que
envolvam toda a comunidade escolar – possibilitando que as crianças e os jovens tenham um
pensamento mais crítico e um compromisso maior com o meio ambiente.

A educação ambiental acaba por despertar o senso crítico, o estímulo a debates e a


conscientização da população para tornar o mundo um lugar melhor. Há pouca preocupação
com as gerações futuras, além da falta de importância que se dá ao meio ambiente. Por
conseguinte, a educação ambiental tenta ganhar espaço em um contexto histórico que enaltece
o lucro e molda o cidadão para o mercado de trabalho. Os aspectos regionais de cada parte do
país também deveriam ser levados em consideração, tendo em vista que a educação é um direito
de todos. Por fim, constata-se que a BNCC visa realizar uma padronização do tema, para que
este seja abordado de forma rasa e inconsistente com a realidade.

Referências

COUSIN, C.S; BEHREND, D.M; GALIAZZI, M.C. Base Nacional Comum Curricular: o que
se mostra de referência à educação ambiental? Edição Especial para o X Encontro e Diálogos
com a Educação Ambiental – EDEA. Revista de Educação Ambiental, Rio Grande, v. 23, n.
2, p. 74-89, 2018.
JUNIOR, L.A.F; SORRENTINO, M; MENDONÇA, R.T.P. Educação ambiental como política
pública. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 285-299, maio/ago. 2005.
OLIVEIRA, L; NEIMAN, Z. Educação ambiental no âmbito escolar: análise do processo de
elaboração e aprovação da base nacional comum curricular (BNCC). Revbea, São Paulo, v. 15,
n. 3, p. 36-52, 2020.
SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo, v. 28, 1986.
SORRENTINO, M.; PORTUGAL, S. Educação Ambiental e a Base Nacional Comum
Curricular. Relatório interno, MEC, 2016.

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