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Resumo
O relatório em questão visa analisar o papel da Base Nacional Comum Curricular e sua relação
com a Educação Ambiental, com o propósito de apresentar as devidas características de ambos
os temas, e levantar possíveis problemáticas relacionadas aos mesmos. O planeta está sentindo
cada vez mais, e com mais intensidade, os efeitos do aquecimento global, tornando-se
indispensável a aplicação de medidas para reverter esse quadro. Serão, também, objetos de
estudo desse relatório, artigos que abordam a Educação Ambiental como política pública, a
análise do processo de elaboração e aprovação da BNCC e inserção da Educação Ambiental na
mesma.
Palavras chave: BNCC; Educação Ambiental; Desenvolvimento Sustentável.
Abstract
The report in question aims to analyze the role of the National Curricular Common Base and
its relationship with Environmental Education, with the purpose of presenting the due
characteristics of both themes, and raising possible problems related to them. The planet is
feeling more and more, and with more intensity, the effects of global warming, making it
essential to apply measures to reverse this situation. Will also be objects of study of this report,
articles that approach Environmental Education as a public policy, the analysis of the process
of elaboration and approval of the BNCC and insertion of Environmental Education in it.
Keywords: BNCC; Environmental Education; Sustainable Development
Introdução
O meio ambiente é visto como o grande pilar da vida e desempenha um papel essencial
para que haja equilíbrio na terra. É nele onde se encontram os recursos naturais necessários para
1
Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: gabrielbelo62@gmail.com
2
Profissional do grupo Ser Educacional Negociador Financeiro. Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá.
E-mail: felipe01evaristo@gmail.com
3
Bacharel em ciências contábeis pela UFPE; graduanda em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail:
marcellargpeixoto@gmail.com
4
Graduando em Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: marciodominnus@gmail.com
5
Designer de Moda pela Faculdade Boa Viagem; pós graduada em Modelagem e Criação pela Faculdade Senac; graduanda em
Educação Física pela Universidade Estácio de Sá. E-mail: vgdmelo@gmail.com
a sobrevivência dos seres vivos, como água, alimentos e matérias-primas. Matérias estas que
são de grande serventia para o homem, usadas para fabricar novas tecnologias, para gerar e
armazenar energia (como painéis solares, hidroelétricas, moinhos de vento) e para a
manutenção global da vida terrestre. No entanto, o mundo se encontra imerso em um cenário
capitalista, individualista, onde pouco se aprende ou fala sobre educação ambiental. A
humanidade caminha a passos cada vez mais acelerados, acarretando em desequilíbrio e
esgotamento dos recursos naturais. Tendo em vista a urgência de visibilidade desse tema, se faz
importante a abrangência do mesmo em âmbito escolar, para que seja trabalhado, debatido e
compreendido nas áreas pedagógicas do ensino infantil, fundamental e médio.
• Para a educação infantil: aplicabilidade de seis direitos aos alunos, os quais seriam
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.
• Para o ensino fundamental: continuidade aos estudos, organizando-se em quatro áreas
de conhecimento: linguagens (englobando língua portuguesa, artes, educação física,
língua inglesa); matemática; ciências da natureza, e ciências humanas (englobando
história e geografia). No final dessa fase, os estudantes devem buscar uma relação com
seus desejos, pesando em seu futuro e preparando-se da melhor forma possível para
próxima etapa.
• Para o ensino médio: mantimento de algumas disciplinas e a inclusão de novas áreas do
conhecimento. Seriam inclusas nas ciências humanas a filosofia e sociologia; um
aprofundamento de linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias,
ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, e
formação técnica e profissional. É responsabilidade da escola organizar seus currículos
de acordo com a demanda de alunos por área, seguindo sempre as normas da BNCC.
Educação Ambiental
O meio ambiente como política pública, não pontual, no Brasil, surge após a
Conferência de Estocolmo, em 1972. Mas, apenas em 1977 (após a I Conferência
Intergovernamental de Educação Ambiental de Tibilise), a educação ambiental foi introduzida
como estratégia para conduzir a sustentabilidade ambiental e social do planeta. Ainda na década
de 70, era amplamente discutido um modelo de desenvolvimento que abrangesse as relações
econômicas com o bem estar da sociedade e a gestão responsável dos recursos naturais. Esse
modelo foi chamado de ecodesenvolvimento, por Ignacy Sachs (1986). No entanto, a partir do
relatório de Brundtland (1987), o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser usado
em substituição ao termo “ecodesenvolvimento” e formou a base para a reorientação das
políticas. Diante disso, via-se a urgência de uma transformação do meio natural que, se
utilizando de técnicas apropriadas, impediria desperdícios e enalteceria as potencialidades do
mesmo, cuidando das demandas da sociedade, tendo em vista a diversidade dos meios naturais
e dos contextos culturais.
De acordo com exigências constitucionais, esse documento relata que compete somente
a União legislar sobre a base e diretrizes da educação nacional, fixando conteúdo mínimos a
respeito do assunto de uma forma respeitosa a seus valores. Com isso, a DCNEA pode criar
uma base curricular geral direcionada para todos – sendo esta revisada com o passar do tempo.
Segundo esse documento, não existe a necessidade de se criar uma disciplina voltada para a
questão ambiental, devendo esta ser mais transversal e interdisciplinar. As diretrizes do
documento atuariam como guia para as instituições de ensino abordarem o tema do meio
ambiente.
Nas mais de 300 páginas da primeira versão da BNCC, não é citado a Educação
Ambiental, e sim encontrado nele a palavra “ambiental” trinta e duas vezes, relacionando-a, na
maioria das vezes, à degradação ambiental ou a parte de gestão ambiental. Elencando assim, à
química, biologia e a contextualização histórica. Há uma disposição de ser colocada a questão
ambiental de forma mais ampla dentro da BNCC, aumentando os pontos a serem explorados
nas próximas versões.
Na terceira versão da BNCC, constata-se que não há mais menções sobre Educação
Ambiental, apenas sobre à sustentabilidade, mas muito pouco para a importância deste tema.
Houve uma audiência pública em cada região do Brasil, onde se pode observar que a Educação
Ambiental foi pouco citada ou nem mencionada em momento algum. Foi observado também
um número razoável de colaborações recebidas pelo CNE, onde a grande maioria foram críticas.
Salienta-se que, após as versões, ainda existiam muitas críticas em relação ao documento e
várias mudanças que deveriam ser realizadas – como a inclusão da Educação Ambiental na
versão definitiva da BNCC.
Uma pesquisa foi realizada para levar em consideração o número de vezes em que
palavras relacionadas com a temática ‘’ambiental’’ apareciam no documento, e o resultado foi
precário. A palavra “consciência socioambiental” apareceu cinco vezes, e os termos
“degradação ambiental”; “equilíbrio ambiental”; “importância ambiental”; “papel ambiental”;
“conservação ambiental”; “diversidade ambiental”; “qualidade ambiental” e “socioambiental”,
não ultrapassaram 3 vezes. A partir disso, outra pesquisa foi realizada, esta com o objetivo de
registrar a localização das palavras no documento e relacionar com a unidade de significado.
Em relação à Educação Ambiental, esta é apenas citada uma vez em meio a outros temas
transversais (áreas da geografia, história e ciências da natureza), mostrando que, para o governo,
este tema ficou completamente em segundo plano na montagem de uma Base que será utilizada
por muitos anos em todo o território Nacional. Ocorreram diversas audiências públicas
consideradas suficientes pelo governo onde foram enviadas muitas sugestões via internet por
diversas pessoas e entidades. Porém, faltaram debates para embasar a aprovação da Base e não
foi informado como todo o material enviado foi analisado e sistematizado, faltando
transparência neste processo.
A versão final da BNCC do ensino médio foi aprovada um ano após a aprovação do
ensino infantil. No entanto, vale salientar que o documento não aborda os temas da forma que
se esperaria, onde a educação ambiental só é citada uma única vez em todo o arquivo. Dessa
forma as escolas teriam que abordar o assunto de forma contextualizada. Com isso, pode-se
observar que o governo federal não demonstrou ter prioridade alguma com a educação do país.
Considerações finais
Ao analisar o que diversos autores abordaram em seus artigos, e o que foi mencionado
neste relatório, é importante reiterar que a educação ambiental tem papel fundamental para o
país e o mundo. No entanto, também é necessário que haja um olhar crítico para a questão
ambiental e sua relevância na BNCC.
Referências
COUSIN, C.S; BEHREND, D.M; GALIAZZI, M.C. Base Nacional Comum Curricular: o que
se mostra de referência à educação ambiental? Edição Especial para o X Encontro e Diálogos
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JUNIOR, L.A.F; SORRENTINO, M; MENDONÇA, R.T.P. Educação ambiental como política
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OLIVEIRA, L; NEIMAN, Z. Educação ambiental no âmbito escolar: análise do processo de
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SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo, v. 28, 1986.
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