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CÓPIA CONTROLADA STGQ – HDT/EBSERH 30/12/2021

UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS
HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS
Tipo do PRT.DM.035 - Página 1/7
PROTOCOLO ASSISTENCIAL
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1. SUMÁRIO
2. SIGLAS E CONCEITOS .............................................................................................. 2
3. OBJETIVO ............................................................................................................... 2
4. REFERÊNCIA ........................................................................................................... 2
5. APLICABILIDADE ..................................................................................................... 2
6. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2
7. DIAGNÓSTICO......................................................................................................... 3
8. RASTREAMENTO..................................................................................................... 3
9. TRATAMENTO ........................................................................................................ 4
10. MONITORAMENTO................................................................................................. 5
11. REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 5
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2. SIGLAS E CONCEITOS

ATPs : antipsicóticos

.BZDs : benzodiazepínicos

3. OBJETIVOS
 Ser o norte dos profissionais médicos na identificação de um paciente apresentando quadro
de Delirium;
 Levar os profissionais médicos a desenvolver condutas corretas perante um paciente
apresentando quadro de Delirium;
 Atingir a diminuição da mortalidade de pacientes que desenvolvam quadro de Delirium;

4. REFERÊNCIA
Tal protocolo foi baseado na literatura especializada para o assunto , pautando-se em
livros e artigos de profissionais graduados em psiquiatria.

5. APLICABILIDADE
Aplica-se à equipe médica do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Araguaína
– Tocantins.

6. INTRODUÇÃO

O Delirium é a síndrome orgânico-cerebral encontrada com mais frequência por


psiquiatras clínicos. Essa síndrome recebe, pelos diversos especialistas que com ela se deparam
muitas denominações, o que torna o estudo às vezes dificultoso. Os termos mais comuns utilizados,
entre outros, são: paciente confuso, estado confusional agudo, síndrome confusional aguda, psicose
tóxica, psicose exógena, síndrome orgânico cerebral aguda, encefalopatia metabólica e reação
exógena de Bonhoeffer.

A fisiopatologia do delirium envolve múltiplos fatores que interagem nas redes


neurais para provocar uma disfunção aguda das funções cerebrais. Entre outros fatores biológicos
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propostos, destacam-se as alterações neuroinflamatórias e o desequilíbrio de neurotransmissores


diante de uma reserva cognitiva reduzida.

É um grande desafio para os profissionais e fator de grande desgaste para os


familiares pois está relacionado a um maior tempo de internação, declínio funcional, taxas elevadas
de institucionalização e maior mortalidade. Ensaios clínicos revelam que boa parte dos casos de
Delirium podem ser evitados através de programas multidisciplinares de prevenção e detecção
precoce.

7. DIAGNÓSTICO

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, os critérios


diagnósticos para podermos diagnosticar se o paciente se encontra em estado de Delirium, são:

A. Pertubação da atenção(i.e.,capacidade reduzida para direcionar, focalizar, manter e


mudar a atençaõ) e da consciencia ( menor orientação para o ambiente).
B. Apertubação se desenvolve em um periodo breve de tempo( normalmente de horas a
poucos dias), representa uma mudança da atenção e consciencia basais e tende a oscilar
quanto a gravidade ao longo do dia.
C. Pertubação adicional na cognição (p.ex., déficit de memória , desorientação, linguagem,
capacidade visuoespacial ou percepção).
D. As pertubações dos criterios A E C não são mais bem explicadas por outros transtornos
neuro – cognitivo persistente, estabelecido ou em desenvolvimento e não ocorrem no
contexto de um nível gravemente diminuído de estimulação, como o coma.
E. Há evidencias a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais de que a
pertubação é consequencia fisiológica direta de outra condição médica, intoxicação ou
abstinência de substancia ( i.e., devido a uma droga de abuso ou a um medicamento), de
exposição a uma toxina ou de que ela se deva a múltiplas etiologias.
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8. RASTREAMENTO

O reconhecimento de certos fatores nos auxiliam na melhor identificação de uma


população de risco para a qual devem ser direcionados esforços de prevenção e de rastreio. Tais
fatores são: idade (principalmente acima de 75 anos); antecedentes de síndrome demencial; carga
cumulativa das doenças crônico degenerativas; presença de déficits sensoriais; etilismo.

Também existem condições ou circunstancias que atuam em conjunto para


desencadear o delirium e tem importância especial por serem potencialmente modificáveis. No
ambiente hospitalar tais fatores precipitantes são: infecção; desidratação; distúrbios eletrolíticos
(p.ex., sódio, cálcio); hipoperfusão ou hipóxia; medicações sedativas ou anticolinérgicas; dor sem
controle adequado; obstipação; imobilidade; dispositivos que causam restrição (p.ex., sondas,
cateteres, contenção física) e distúrbios metabólicos ( p.ex., glicemia , uremia).

9. TRATAMENTO

ANTIPSICÓTICOS: Embora não existam medicações comprovadamente efetivas no


tratamento do Delirium, os ATPs tem sido utilizados com frequência na prática clínica. Recomenda-
se que os ATPs sejam reservados para as situações de agitação grave e/ou sintomas psicóticos
importantes. O Haloperidol devido apresentar grandes evidencias de menor efeito sedativo é o
agente de primeira escolha em grande parte dos casos. ATPs de baixa potência devem ser evitados
em pcientes hospitalizados com Delirium.

DEXMEDETOMIDINA : Pacientes sedados com tal medicação apresentam mínima


depressão respiratória, interagem mais e são despertados com maior facilidade. Deve ser utilizada
em ambientes com monitorização devido ao alto risco de sedação excessiva, hipotensão e
bradicardia. E controversa sua indicação em pacientes com Delirium que não tenham indicação de
sedação.

CLONIDINA: Tem sido proposta para substituir a dexmedetomidina após seu


desmame ou mesmo como alternativa em ambientes sem monitorização.

BENZODIAZEPNICOS: De forma em geral os BZDs devem ser evitados nos pacientes


com Delirium, pois podem piorar o quadro confusional, causar agitação paradoxal e sedação
excessiva. Deve ser restrito ao Delirium Tremens e no contexto dos momentos finais de vida. Nos
pacientes que fazem o uso continuo de BZDs a medicação pode ser mantida para evitar quadros de
abstinência.

TIAMINA: Principalmente indicada na encefalopatia de Wernike, observada


tipicamente em pacientes alcoólatras ou desnutridos. Tal medicação é praticamente isenta de
efeitos adversos.
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CONTENÇÃO FÍSICA: Deve ser uma conduta excepcional, justificando-se apenas pelo
risco de integridade física ao paciente ou aqueles que estão a sua volta, após todos os recursos de
tratamento farmacológico serem esgotados. Além de agravar o quadro de Delirium, tal
procedimento dificulta o reposicionamento no leito, causando dor osteomuscular e aumentando
substancialmente o risco de lesão por pressão. Quando a contenção física for impreterível o
paciente deve receber explicações simples e assertivas a respeito do procedimento. Da mesma
forma, os familiares do paciente devem ser esclarecidos sobre o procedimento e estar de acordo
com o mesmo.

10. MONITORIZAÇÃO

Pacientes com delirium em condições potencialmente graves (p.ex., AVC, choque


séptico) devem ser mantidos na UTI, principalmente se apresentarem rebaixamento do nível de
consciência. Se a não houver condição grave associada, o paciente com delirium deve ser alocado
em apartamento. A presença de agitação psicomotora não deve ser critério de transferência para
UTI. Ao contrário, o paciente nestas condições pode piorar neste ambiente.

Pacientes que apresentam Delirium no Hospital Dia devem ter fluxo preferencial de
transferência para internação nas alas, já que a permanência em um ambiente tumultuado pode
agravar os sintomas.

Pacientes com delirium medicados devido agitação psicomotora devem ser


avaliados em intervalos de 30 a 60 minutos.
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11. REFERÊNCIAS
1. HALES R. E., YUDOFSKY SC. ; tradução Claudia Dornelles ... [et all]. Neuropsiquiatria e neurociências na
prática clínica. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

2. DALGALARRONDO P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2008.

3. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais:


DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.

4. HCOR, Associação Beneficente Síria. Protocolo de delirium: prevenção, detecção e tratamento. 2020.
Disponível em www.hcor.com.br/. Acesso em 13 dez. 2021.
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VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

01 06/12/2021 Elaboração do Protocolo

Elaboração Data: 06/12/2021


Marcos Superbo da Silva Cardoso Junior - Médico
Psiquiatra

Validação Data: 30/12/2021


Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente

Aprovação (Nome, Função, Assinatura) Data: 14/12/2021


Maurício Teixeira Martins da Costa Filho – Chefe da Divisão
Médica

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte

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