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PROTOCOLO DE

INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA
AGUDA EM
PEDIATRIA
PRT.DVM.025
V.1

CAJAZEIRAS-2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO BANDEIRA DE MELLO

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1. SUMÁRIO
2. SIGLAS E CONCEITOS ........................................................................................................... 2
2.1. Siglas ........................................................................................................................... 2
2.2. Conceitos ..................................................................................................................... 2
3. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 2
3.1. Geral ............................................................................................................................ 2
3.2. Específicos ................................................................................................................... 3
4. JUSTIFICATIVAS ................................................................................................................... 3
5. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.................................................................................. 3
6. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES .......................................................... 4
6.1. Enfermeiro (a) .............................................................................................................. 4
6.2. Técnico (a) em enfermagem ......................................................................................... 5
6.3. Fisioterapeuta .............................................................................................................. 5
6.4. Médico (a).................................................................................................................... 5
7. HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO* .................................................................................... 6
7.1. Causas de insuficiência respiratória aguda .................................................................... 7
7.2. Exame Físico ................................................................................................................ 8
8. EXAMES DIAGNÓSTICOS INDICADOS* ............................................................................... 10
9. TRATAMENTO INDICADO E PLANO TERAPÊUTICO* ............................................................ 11
10. CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO* ............................................................................................. 12
11. CRITÉRIOS DE MUDANÇA TERAPÊUTICA ............................................................................ 12
12. CRITÉRIOS DE ALTA OU TRANSFERÊNCIA ........................................................................... 12
13. FLUXOGRAMA ................................................................................................................... 13
14. MONITORAMENTO ........................................................................................................... 13
15. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 13
16. HISTÓRICO DE REVISÃO ...................................................................................................... 14
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2. SIGLAS E CONCEITOS
2.1. Siglas
ECG: Ecocardiograma;
ETCO2: Concentração de gás carbônico ao final da expiração;
FiO2 - Fração de Oxigênio Inspirado;
HUJB: Hospital Universitário Júlio Bandeira;
IOT: Intubação Orotraqueal;
O2: Oxigênio;
OVAS: Obstrução de via aérea superior;
PaCO2: Pressão parcial de gás carbônico;
PaO2: Pressão parcial de oxigênio;
PRISMA: Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses;
SaO2: Saturação de Oxigênio;
SBV: Suporte básico de vida;
SNC: Sistema Nervoso Central;
TAP: Triângulo de avaliação pediátrica; ou PAT (sigla em inglês)
TC: Tomografia Computadorizada;
USG: Ultrassonografia;
UTI: Unidade de Terapia Intensiva;
VA: Via Aérea.
2.2. Conceitos
Insuficiência respiratória aguda - Em geral, a insuficiência respiratória aguda é
definida como um lactente ou criança que apresenta dificuldade respiratória aguda com hipóxia
aguda, necessitando de fração suplementar de oxigênio inspirado (FiO 2) para manter uma
saturação de oxigênio (SpO 2 ) ≥92 por cento e / ou hipercapnia aguda com pressão parcial de
dióxido de carbono (PaCO 2 )> 50 mmHg (com pH arterial geralmente <7,35).

3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Padronizar as ações e procedimentos assistenciais aos pacientes pediátricos com
Insuficiência Respiratória Aguda no HUJB, a fim de garantir atendimento ágil, uniformizado,
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humanizado e resolutivo na Unidade de Pronto Atendimento e Unidade de Atenção à Saúde da


Criança e do Adolescente.
3.2. Específicos
Orientar a equipe médica para os critérios de internação e da alta hospitalar dos
pacientes/clientes/usuários internados no HUJB de forma responsável, integrada e humanizada;
Melhorar o cuidado e assistência a pacientes pediátricos vítimas de Insuficiência
Respiratória Aguda que chegam ao serviço de Urgência e Emergência Pediátrica.

4. JUSTIFICATIVAS
A insuficiência respiratória é o diagnóstico principal em cerca de 50% das crianças
admitidas em unidades intensivas de terapia pediátrica e é uma causa comum de parada
cardiopulmonar nessa faixa etária. Pode-se evitar essa evolução por meio do reconhecimento e
tratamento precoce.
Tendo em vista sua importância e prevalência, estabelecer critérios para o seu
diagnóstico, critérios de internação, investigação complementar adequada e o tratamento
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber é
imprescindível para o correto manejo dos pacientes no HUJB. Além disso, utilizar os mecanismos de
controle clínico e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos devem levar em
consideração critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias
recomendadas.

5. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO


Critérios de Inclusão Critérios de inclusão: o protocolo deverá ser aplicado pelos
profissionais médicos da Unidade de Pronto Atendimento e Unidade de Atenção à Saúde da Criança
e do Adolescente com sinais e sintomas sugestivo de insuficiência respiratória aguda. Alguns
exemplos são:
• Cianose
• Sonolência ou inconsciência
• Confusão mental
• Arritmias cardíacas
• Hipotensão
• Ritmo respiratório anormal (dispneia, taquipneia e uso de musculatura acessória)
• Instabilidade motora
• Convulsão
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Critérios de exclusão: pacientes fora da faixa etária pediátrica e/ou cujos sinais,
sintomas, agravos ou injúrias não sejam o perfil de atendimento do HUJB ou não sejam sugestivos
insuficiência respiratória franca.

6. ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS, RESPONSABILIDADES


O momento em que um paciente chega grave a emergência com insuficiência
respiratória aguda em iminente parada cardiorrespiratória e necessidade de assistência ventilatória
é essencialmente tenso e exige uma ação coordenada e organizada por todos os membros da equipe
plantonista. É essencial que todos os equipamentos e medicamentos necessários estejam
disponíveis e de fácil acesso na sala de reanimação.
É extremamente importante que cada profissional tenha conhecimento e
treinamento prévio de suas funções, pois a agilidade e a boa comunicação entre a equipe são
fundamentais para o sucesso que a situação exige.

6.1. Enfermeiro (a)


• Identificar pacientes em insuficiência respiratória ou risco eminente de
ocorrência, seja à beira do leito ou na classificação de risco;
• Acionar e coordenar a equipe que prestara assistência;
• Dominar o conhecimento sobre todas as características individuais necessárias
para o bom atendimento, e assim exercer bom trabalho em equipe;
• Revisão periódica do carrinho de parada - verificar se estão presentes as drogas e
se estas estão em quantidades adequadas para o uso emergencial;
• Checar materiais necessários para o IOT - quantidades e tamanhos adequados
para o paciente a ser assistido e a funcionabilidade do desfibrilador, caso seja necessário;
• Dispor os materiais e a preparação das drogas a serem usadas, de tal forma que a
equipe tenha fácil acesso e o procedimento seja realizado da melhor forma e no menor tempo
possível;
• Durante os processos de reanimação na parada cardiorrespiratória durante é
atribuição da enfermagem, bem como dos outros integrantes do grupo, se alternarem durante a
massagem cardíaca, se assim estiverem habilitados;
• Registro integral e adequado de todo o atendimento prestado;
• Evolução no prontuário eletrônico das intervenções a serem realizadas.
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6.2. Técnico (a) em enfermagem


• Auxiliar a equipe de enfermagem e realizar ações conjuntas como, acessos
periféricos, administrar soluções/soros e drogas previamente preparadas;
• Posicionar o paciente de forma a facilitar o processo de IOT, quando necessário;
• Ajustar o desfibrilador para uso, conforme indicação médica, quando necessário;
• Alterna-se com os outros membros do grupo para os ciclos massagem cardíaca
caso seja necessário e se assim estiverem habilitados;
• Registro integral e adequado de todo o atendimento prestado;
• Evolução no prontuário eletrônico das intervenções a serem realizadas.

6.3. Fisioterapeuta
• Identificar os pacientes de risco (se já em acompanhamento com a equipe) e
informar enfermeiro responsável;
• Havendo necessidade de assistência ventilatória, discutir com medico modo
ventilatório mais eficaz para cada paciente.
• Monitorar a pressão do cuff, quando em uso de tubo traqueal ou cânula de
traqueostomia;
• Avaliação e acompanhamento dos pacientes que apresentaram episódio de
broncoaspiração e elaboração de plano terapêutico;
• Alterna-se com os outros membros do grupo para os ciclos massagem cardíaca
caso seja necessário e se assim estiverem habilitados.
• Registro integral e adequado de todo o atendimento prestado;
• Evolução em prontuário eletrônico das intervenções a serem realizadas.

6.4. Médico (a)


• Identificar pacientes em insuficiência respiratória ou em risco eminente de
ocorrência e estabelecer a gravidade de cada caso;
• Indicar a conduta a ser seguida;
• Realizar IOT, se necessário. Solicitar as medicações e doses pertinentes a cada caso
(sedativos, relaxante muscular, entre outros), os tamanhos do tubo traqueal, laringoscópio e suas
lâminas adequados para cada paciente;
• Discutir com equipe de fisioterapia o modo ventilatório mais adequado para a
possível patologia de base;
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• Evolução no prontuário eletrônico com descrição minuciosa das atividades


efetuadas durante a assistência.
• Avaliação, visita e prescrição;
• Solicitação de exames complementares, caso necessário;
• Solicitar avaliação dos membros da equipe multiprofissional: pediatras
subespecialistas, nutricionista, fonoaudióloga e fisioterapeuta respiratório, quando necessário.
• Alterna-se com os outros membros do grupo para os ciclos massagem cardíaca
caso seja necessário.
• Registro integral e adequado de todo o atendimento prestado;
• Evolução em prontuário eletrônico das intervenções a serem realizada.

7. HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO


A população pediátrica é particularmente suscetível a desenvolver distúrbio
respiratório de maior gravidade, em decorrência de diversos fatores inter-relacionados que
favorecem essa evolução, que vão desde peculiaridades anatômicas a características fisiológicas e
imunológicas.
Tabela 1 - Particularidades na criança que predispõem à Insuficiência respiratória

FONTE: Sociedade Brasileira De Pediatria 2017.

Os mecanismos fisiopatológicos que levam à insuficiência respiratória aguda podem


ser divididos didaticamente em: falha de oxigenação e falha de ventilação. O quadro clínico pode
variar de acordo com a etiologia e a faixa etária da criança. No lactente os sinais e sintomas são mais
exuberantes do que no adolescente. No entanto, há um ponto em comum: a taquipneia. A
bradipneia e a apneia são sinais de maior gravidade e mais tardios.
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Deve-se suspeitar de provável insuficiência respiratória se alguns dos sinais


apresentados estiverem presentes:
Frequência respiratória muito alta ou inadequada ou possível apneia;
Esforço respiratório significativo (batimento de asa de nariz, retrações e uso de
musculatura acessória), inadequado ou ausente;
• Fluxo de ar distal ausente;
• Taquicardia extrema;
• Bradicardia (deterioração potencialmente fatal);
• SaO2 menor que 90%;
• PaO2 menor que 60mmHg;
• PaCO2 acima de 50mmHg ou 20mmHg acima do basal;
• Redução do nível de consciência;
• Estridor (obstruções da via aérea superior), sibilos (obstruções de via aérea
inferior) e crepitações (doenças do parênquima pulmonar);
• Cianose.

7.1. Causas de insuficiência respiratória aguda


A insuficiência pode ocorrer devido a alguns fatores, isoladamente ou associados,
como: obstrução das vias aéreas superiores ou inferiores (1), doença do parênquima pulmonar (2)
e alteração do controle da respiração (3). Podemos agrupar as possíveis causas de cada uma dessa
maneira:

Crupe, angioedema, traqueíte


Possíveis causas bacteriana, abcesso retrofaríngeo, corpo
(1) Obstrução de vias aéreas
estranho e epiglotite (Superior);

Causas Bronquiolite e asma (Inferior).

Possíveis causas Pneumonia, edema pulmonar, contusão


(2) Doença do parênquima pulmonar pulmonar (trauma), Síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA).

Possíveis causas Convulsão, infecções do SNC, tumores


(3) Alteração do controle da respiração cerebrais, hidrocefalia, doenças
neuromusculares e intoxicações.
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Dessa forma, é importante distinguir o motivo da insuficiência, sendo necessária a


identificação e o reconhecimento dos problemas respiratórios, resumidos a seguir:

7.2. Exame Físico


Triângulo de avaliação pediátrica (TAP) é uma avaliação rápida que se baseia em três
observações para identificar rapidamente uma criança com comprometimento respiratório ou
circulatório, ou ambos, que requer cuidados de suporte imediato e mostrou alta confiabilidade
quando usada no pré-hospital e ambientes hospitalares:
• Aparência
• Respiração
• Estado circulatório
Além de reconhecer crianças que precisam de estabilização com intervenções
respiratórias ou cardiovasculares, o TAP também identifica a maioria das crianças com doenças
graves que devem receber avaliação imediata.
Uma criança com insuficiência respiratória pode ter trabalho respiratório anormal
com aparência ou circulação anormais, enquanto um paciente com anormalidades em todos os três
componentes do TAP pode apresentar parada cardiopulmonar iminente. Em comparação, um bebê
com uma aparência anormal sozinho pode ser fisiologicamente estável, mas ter uma infecção com
risco de vida, como meningite.
Aparência - crianças pequenas em um ambiente desconhecido podem ficar agitadas,
chorando ou resistir ao exame. Esses pacientes devem ser diferenciados de crianças que ficam
inquietas ou ansiosas como resultado de hipóxia, ou sonolências por hipercarbia, hipóxia grave ou
choque.
As seguintes características da aparência de uma criança (o mnemônico "TICLS")
ajudam o clínico a distinguir entre uma resposta apropriada ao desenvolvimento e sinais de doença
grave:
• Tom - Qual é o tônus muscular do bebê? Movimentos vigorosos e tônus muscular
normalmente são reconfortantes. Em comparação, as crianças gravemente doentes podem ter
diminuído o tônus muscular ou parecer flácidas e fracas.
• Interatividade - A criança é brincalhona e interativa ou indiferente às distrações
do ambiente? Uma criança que pega um brinquedo ou exibe ansiedade de estranhos apropriada
para o desenvolvimento é menos preocupante do que aquela que não responde a um cuidador ou
resiste adequadamente ao exame.
• Consolabilidade - O bebê pode ser consolado ou distraído por um dos pais ou
cuidador? O choro pode ser um sintoma inespecífico que indica ansiedade ou fome, em vez de
desconforto severo.
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• Olhar / olhar - O bebê ou criança foca nas pessoas ou objetos do ambiente, ou o


olhar está desfocado? Um olhar sem resposta sugere um estado mental alterado.
• Fala / choro - O choro é alto e forte, ou fraco? Semelhante à diminuição do tônus
muscular, um choro fraco é uma indicação importante de doença grave. Além disso, uma voz rouca
ou abafada sugere obstrução das vias aéreas superiores.
Uma criança que está alerta, facilmente consolável ao chorar, tem um bom tônus
muscular e responde a um cuidador, provavelmente não estará gravemente doente. Por outro lado,
o clínico deve estar muito preocupado com um bebê que está flácido, não é interativo, apático e
tem um choro fraco.
Trabalho respiratório - Crianças com deficiência de oxigenação e / ou ventilação
podem apresentar alguma evidência de comprometimento respiratório, conforme indicado pelo
aumento do trabalho respiratório.
A diminuição do trabalho respiratório pode ser observada conforme o paciente fica
cansado e progride para insuficiência respiratória e parada respiratória.
A avaliação dos sons das vias aéreas, a posição de conforto da criança e o uso dos
músculos acessórios fornecem informações sobre o trabalho respiratório do paciente.
• Sons das vias aéreas - os sons anormais das vias aéreas que podem ser ouvidos
sem um estetoscópio são frequentemente uma indicação de dificuldade respiratória. Estes incluem
estridor, ronco, grunhidos e respiração ofegante.
• Posicionamento - Para maximizar a abertura das vias aéreas quando há obstrução,
a criança pode assumir a "posição de cheirar" (pescoço flexionado, cabeça levemente estendida)
para alinhar os eixos das vias aéreas e melhorar o fluxo de ar.
Para crianças mais velhas, a posição de tripé, na qual a criança fica sentada e inclinada
para a frente com as mãos estendidas, pode ser preferida.
• Uso de músculos acessórios - Pacientes com oxigenação ou ventilação inadequada
costumam usar músculos acessórios (como grupos supraclaviculares, intercostais e / ou
subesternais) para aumentar o volume corrente, melhorando assim a ventilação minuto.
As retrações resultam do uso de músculos acessórios. Eles podem ser
supraclaviculares, intercostais e / ou subesternais. Retrações severas de mais de um grupo muscular
indicam hipóxia significativa.
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Tabela 2 - Causas da Insuficiência respiratória

FONTE: Sociedade Brasileira De Pediatria 2017.

8. EXAMES DIAGNÓSTICOS INDICADOS


Uma avaliação estritamente clínica da insuficiência respiratória aguda nem sempre é
confiável, por isso é importante suplementá-la com dados laboratoriais, como análise dos gases
sanguíneos. Ademais, mais exames podem ser solicitados dependendo do problema de base e
condição clínica do paciente. Alguns dos testes complementares são:
• Oximetria de pulso: deve ser realizada em todos os pacientes;
• Gasometria arterial: avaliação do equilíbrio acidobásico e confirmação do
diagnóstico;
• ECG: pode ser usado em pacientes com exame cardiológico alterado;
• USG de tórax: avaliação de derrame pleural;
• ETCO2: pode ser usado para confirmar posição de cânula endotraqueal após
intubação;
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• Perfil toxicológico: solicitado para afastar suspeita de intoxicações e em pacientes


sem febre com insuficiência respiratória resultante de alteração do nível de consciência;
• Monóxido de carbono, nível de meta-hemoglobina: solicitado se houver histórico
clínico compatível e PaO2 normal;
• Radiografia cervical lateral e de tórax: Avaliação de OVAS, pneumonia, derrame
pleural;
• TC de crânio: suspeita de tumor, hidrocefalia ou trauma craniano.

9. TRATAMENTO INDICADO E PLANO TERAPÊUTICO


As intervenções iniciais devem manter ou restaurar a oxigenação e a ventilação
adequada, incluindo uma avaliação rápida e específica da função respiratória para identificar o tipo
e a gravidade do problema. Uma vez estabilizadas, deve-se identificar a causa do problema para
facilitar intervenções direcionadas. Para os profissionais do HUJB, é importante usar a sequência:
avaliar- identificar – intervir para monitorizar os sintomas ou a resposta ao tratamento e priorizar
outras intervenções em seus pacientes. De forma sucinta, deve-se:
1- Garantir a potência e a manutenção da via aérea superior;
2- Oferecer suporte respiratório (oxigenação e ventilação);
3- Otimizar suporte cardiovascular
4- Fazer tratamento da doença de base.

Tabela 03: Tratamento da Insuficiência Respiratória

Avalie Intervenções (conforme necessidade)


• Mantenha via aérea (VA) pérvia (deixa a criança em uma posição confortável). Se
necessário abra a via aérea com uma das manobras seguintes:
- Inclinação da cabeça – elevação do queixo.
- Anteriorização da mandíbula, sem inclinação da cabeça se houver suspeita de lesão de coluna
Via aérea cervical. Se essa manobra não abrir a VA, use a inclinação da cabeça elevação do queixo ou a
anteriorização da mandíbula, com cuidadosa extensão da cabeça.
• Desobstrua a via aérea, se indicado (p.ex. aspire nariz e boca, remova o corpo estranho
visualizado).
• Considere uma VA orofaríngea ou nasofaringea para melhorar abertura/patencia da VA.
• Monitore a SATO2, por oximetria de pulso.
• Administre O2 (umidificado, se possível) use um dispositivo de administração de
alta concentração, como uma máscara do tipo reinalante, para tratamento de
desconforto respiratório intenso ou possível insuficiência respiratória.
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• Administre medicação inalada (p.ex. salbutamol, epinefrina). Conforme a


Respiração necessidade.
• Auxilie a ventilação com bolsa-válvula-máscara e O2 suplementar, se necessário.
• Prepare-se para a inserção de uma via aérea avançada, se indicado.

• Monitore a frequência e o ritmo cardíaco e a pressão arterial.


Circulação • Estabeleça acesso vascular (para tratamento com fluidos e medicações)
conforme necessário.

FONTE: Adaptado de American Heart Association, PALS, 2017.

10. CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO


O paciente que estiver em angústia ou insuficiência respiratória identificada pelos
profissionais deve ser prontamente internado até estabilização dos sinais vitais e identificação e
tratamento da doença de base.

11. CRITÉRIOS DE MUDANÇA TERAPÊUTICA


1. Falha clara da terapia inicial;
2. Não responsividade às drogas administradas;
3. Necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva;
4. Reações adversas ou alérgicas a algum dos medicamentos administrados.

12. CRITÉRIOS DE ALTA OU TRANSFERÊNCIA


1. Melhora do quadro clínico com possibilidade de término do tratamento a nível
ambulatorial;
2. Responsáveis orientados para administração das medicações e cumprimento das
recomendações;
3. Na presença de sinais de alarme (paciente em ventilação mecânica, com
Instabilidade hemodinâmica, uso de drogas vasoativas e/ou em sepse grave) avaliar necessidade de
transferência para UTI.
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13. FLUXOGRAMA
Paciente com suspeita de Insuficiência Respiratória Aguda

Avaliação rápida e específica da função respiratória e solicitação de


exames laboratoriais e complementares (se necessário);

- Posicionamento da via aérea; - Oximetria de pulso;

- Aspirar se necessário; - Monitor de ECG (conforme indicação);

- Oxigenioterapia; - SBV conforme indicação;

Tratamento específico da doença de base

14. MONITORAMENTO
Não se aplica a este protocolo

15. REFERÊNCIAS
American Heart Association, PALS – Pediatric Advanced Life Support – Provider manual. 2017.
CARVALHO et al., Insuficiência Respiratória Aguda. Sociedade Brasileira de Pediatria,
Departamento Científico de Terapia Intensiva, 2017. Disponível em:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Terapia_-_Insuficiencia_Respiratoria_Aguda.pdf.
Acesso em: 01 out. 2020.
CD Smallwood, Walsh BK. Monitoramento não invasivo de oxigênio e ventilação. Respir Care 2017;
62: 751.
Cheifetz IM. Ano em Revista 2015: ARDS pediátrico. Respir Care 2016; 61: 980.
Departamento Científico de Terapia Intensiva. Insuficiência Respiratória Aguda. Sociedade
Brasileira de Pediatria, 2017
Hammer J. Insuficiência respiratória aguda em crianças. Paediatr Respir Rev 2013; 14:64.
HAY, William W. (Org.) et al. Current pediatria: diagnóstico e tratamento. 22. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2015.
Horeczko T, Enriquez B, McGrath NE, et al. O Triângulo de Avaliação Pediátrica: acurácia de sua
aplicação por enfermeiras na triagem de crianças. J Emerg Nurs 2013; 39: 182.
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KLIEGMAN, Robert M. et al. (Ed.). Nelson. Tratado de pediatria. Elsevier Health Sciences, 2020.
Reconhecimento de dificuldade e insuficiência respiratória. In: Pediatric Advanced Life Support:
Provider Manual, American Heart Association, Dallas, TX 2016. p.37.
SCHVARTSMAN, Benita G. Soares et al. Pronto Socorro. Coleção Pediatria. Instituto da Criança HC –
FMUSP. BARUERI: Manole, 2017.
Topjian AA, Raymond TT, Atkins D, et al. Parte 4: Suporte Pediátrico Básico e Avançado de Vida:
2020 Diretrizes da American Heart Association para Reanimação Cardiopulmonar e Atendimento
Cardiovascular de Emergência. Circulation 2020; 142: S469.

16. HISTÓRICO DE REVISÃO


VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO
1 18/12/2020 Novo.

Elaboração:
Kaline Cristh Rabelo
Data: 18/12/2020
Lyvia Maria Fernandes
Danielly Raquel de Souza Fernandes Guerra
Validação:
Data: 23/12/2020
Silvia Inara Araujo Gomes – Médica – Setor de Vigilância em
Conforme Processo SEI Nº 23771.005395/2021-44
Saúde e Segurança do Paciente
Aprovação:
Data: 18/08/2021
Ana Paula Oliveira Da Silva – Gerente de Atenção À Saúde
Conforme Processo SEI Nº 23771.005395/2021-44
Substituta

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