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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

HOSPITAL DE CLÍNICAS

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PROTOCOLO MULTIPROFISSIONAL
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Título do SEDAÇÃO, ANALGESIA E DELIRIUM NO ADULTO Emissão: 22/3/2023 Próxima revisão:
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SEDAÇÃO, ANALGESIA E DELIRIUM NO


ADULTO

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SUMÁRIO
1 – CONCEITO/DEFINIÇÃO.............................................................................................................. 3
2 – OBJETIVOS................................................................................................................................ 3
3 – PÚBLICO-ALVO.......................................................................................................................... 3
4 – ÂMBITO DE APLICAÇÃO............................................................................................................ 3
5 – RESPONSABILIDADES................................................................................................................ 3
6 – CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS/NORMAS INSTITUCIONAIS........................................................... 3
7 - REFERÊNCIAS............................................................................................................................. 9
8 - HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO ..................................................................................... 10
APÊNDICES..................................................................................................................................... 11
ANEXOS.......................................................................................................................................... 13

SIGLÁRIO
AINES - Anti-inflamatórios não esteroidais
amp – Ampola
BPS - Escala comportamental de dor (Behavioral Pain Scale)
CAM-ICU - Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit
CPAM – Comissão de Protocolos Assistenciais Multiprofissionais
EN – Enteral
EV - Endovenoso
HC-UFTM – Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triangulo Mineiro
IM – Intramuscular
IRA - Insuficiência renal aguda
IV – Intravenoso
PRT – Protocolo
RASS - Richmond Agitation-Sedation Scale
SC – Subcutâneo
SNC - Sistema nervoso central
SNE - Sonda nasoenteral
STGQ – Setor de Gestão da Qualidade
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
VM - Ventilação mecânica
VO – Via oral

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1. CONCEITO/DEFINIÇÃO
Analgesia e sedação são pilares da terapia intensiva. Dor, ansiedade, agitação,
desconforto e insônia são disfunções frequentemente apresentadas pelos pacientes internados nas
Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de todo o mundo. Logo, viabilizar o conforto e o bem-estar do
paciente grave é um dever da equipe multiprofissional. Definições:
● Dor: experiência sensorial ou emocional desagradável, associada a um dano real ou potencial
a um tecido;
● Analgesia: abolição da sensibilidade à dor sem supressão das outras propriedades sensitivas
e sem perda de consciência;
● Sedação: alívio da ansiedade, agitação e indução de um estado de calma e tranquilidade;
pode envolver hipnose; o nível de sedação pode ser mínimo, moderado (sedação consciente) e
profundo.

2. OBJETIVOS
Este protocolo tem como finalidade revisar e padronizar condutas em sedação e manejo
da dor e do delirium em pacientes adultos internados nas UTIs ou em quaisquer outros setores do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triangulo Mineiro (HC-UFTM).

3. PÚBLICO-ALVO
O público alvo deste protocolo é toda a equipe multiprofissional, incluindo médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, entre outros que, de maneira direta ou indireta, estão em contato com pacientes que
necessitem de analgesia e/ou sedação.

4. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
● UTI adulta, perfil geral e coronariano;
● Sala de Recuperação Pós-Anestésica;
● Enfermaria de Cuidados Semi-Intensivos;
● Sala de Urgência;
● Outras unidades de internação.
● Unidades de Pronto-Atendimento.

5. RESPONSABILIDADES
Os responsáveis pela aplicação deste protocolo são todos os colaboradores da equipe
multiprofissional que trabalham com pacientes em uso de analgesia e/ou sedação ou que
apresentem delirium, nas diversas unidades hospitalares em que estes se encontrarem.

6. CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS/NORMAS INSTITUCIONAIS

6.1 Dor
Os pacientes críticos rotineiramente têm dor, tanto em repouso quanto durante a
execução dos cuidados/procedimentos. O tratamento adequado depende de ferramentas
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reprodutíveis de avaliação da dor e da resposta ao tratamento instituído, já que nem sempre


está disponível a verificação da dor por meio do autorrelato.
Nos casos em que o paciente não pode ou está impossibilitado de falar, ferramentas
válidas e reprodutíveis, como a escala comportamental de dor (Behavioral Pain Scale - BPS),
devem ser usadas. Esta escala é recomendada para realizar a monitorização da dor em pacientes
de UTI que preservam a função motora intacta e nos que as injúrias são observáveis, mas que
estejam incapacitados para apresentar um relato verbal acurado. A escala não é indicada para
pacientes vítimas de lesões no sistema nervoso central (SNC).
Já nos casos em que o paciente está alerta, orientado e que pode comunicar-se
verbalmente de modo eficaz, uma escala visual de dor deve ser utilizada. Ressalta-se que os sinais
vitais não devem ser usados isoladamente na avaliação da dor. Eles podem ser utilizados como
pistas para a avaliação apropriada da dor, funcionando como gatilhos para a realização de uma
avaliação sistematizada. Destaca-se, ainda, que este protocolo estabelece como meta que os
pacientes permaneçam confortáveis durante sua estadia no hospital.

 Manejo da dor
Os opioides são as primeiras escolhas no manejo da dor em UTI, sendo que seu uso deve
ser individualizado para cada paciente. Outros analgésicos podem ser usados de forma adjuvante
e para reduzir a necessidade dos opioides, como paracetamol, anti-inflamatórios não esteroidais
(AINES), anticonvulsivantes e anestesias locorregionais, mas não há estudos que comprovem sua
eficácia e segurança quando usados isoladamente. O quadro 1 descreve os principais opioides
utilizados em UTI, com discriminação de meia vida, vias de infusão e doses adotadas. O quadro 2
(vide seção “apêndices”) apresenta as equivalências de doses entre diferentes medicações
opioides e deve ser utilizado para realizar as conversões medicamentosas.

 Comentários sobre opioides e possíveis associações:


● Opioides são lipossolúveis e se ligam a neurorreceptores centrais e periféricos;
● Em baixas doses, agem como analgésicos, e em doses elevadas, têm efeito sedativo (sem
efeito de amnésia);
● A escolha do opioide depende do paciente, bem como de farmacocinética e
farmacodinâmica;
● Têm fácil titulação, efeito rápido, baixo custo e geram pouco acúmulo de metabólitos.

 Recomendações:
● Recomenda-se analgesia profilática e/ou medidas não farmacológicas para aliviar a dor
relacionada a procedimentos invasivos e potencialmente dolorosos e à remoção do tubo
orotraqueal, como aplicação de técnicas de relaxamento, musicoterapia e psicoterapia;
● Analgésicos não opioides devem ser usados para reduzir a necessidade de opioides e seus
efeitos colaterais;
● Carbamazepina ou gabapentina via sonda nasoenteral (SNE) ou sonda oroenteral podem ser
utilizadas em associação com opioides endovenosos (EV) para tratamento de dor neuropática.

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6.2. Agitação e sedação


Agitação e ansiedade ocorrem frequentemente em pacientes críticos e estão associadas
a desfechos desfavoráveis. A identificação da causa subjacente à agitação (dor, delirium,
hipoxemia, hipoglicemia, hipotensão, abstinência) é de grande importância para a administração
de sedativos. A sedação pode ser titulada desde níveis leves até profundos, sendo que estudos
demonstram malefícios da manutenção de sedação profunda por períodos prolongados. A
presença de memórias reais dos fatos concernentes à internação é assinalada como um fator
protetor ao desenvolvimento de prejuízos cognitivos e transtornos psíquicos de longa duração.

 Manejo de agitação e uso de sedativos


O uso de escalas de avaliação, protocolos de sedação e de drogas não benzodiazepínicas
é associado a desfechos favoráveis, como redução no tempo de ventilação mecânica (VM) e
internação, diminuição de episódios de delirium e redução de disfunção cognitiva a longo prazo.
A escala RASS (Richmond Agitation-Sedation Scale) é confiável e validada para medir a qualidade
e profundidade da sedação em adultos. Este protocolo recomenda que a sedação seja mantida
em um nível leve/moderado, com escores do RASS variando de 0 a +2, de modo continuado, ao
longo da internação do paciente. O quadro 3 (vide seção “apêndices”) descreve diversas
medicações sedativas utilizadas em UTI, com discriminação de meia vida e especificação de vias
de infusão e doses adotadas.

 Comentários sobre benzodiazepínicos:


● Os benzodiazepínicos ativam os receptores GABA A no cérebro, com efeito ansiolítico,
hipnótico, anticonvulsivante e causam amnésia, mas sem proporcionar analgesia;
● Ordem de potência: lorazepam > midazolam > Diazepam;
● Midazolam e diazepam são mais lipossolúveis que lorazepam, por isso têm efeito mais
rápido;
● Pacientes idosos são mais sensíveis;
● Causam taquifilaxia em infusão prolongada;
● Todos têm metabolização hepática, exigindo especial atenção com uso em hepatopatas e
quando associados a medicações que interferem na função do citocromo p450;
● A instabilidade hemodinâmica induzida por benzodiazepínicos é mais comum em pacientes
críticos que tenham doenças cardíacas ou pulmonares;
● Os metabólitos ativos do diazepam e do midazolam podem se acumular quando em uso
contínuo, principalmente em pacientes com insuficiência renal;
● O lorazepam tem metabólito ativo (propilenoglicol) tóxico para pacientes críticos, com
acidose metabólica e com insuficiência renal aguda (IRA).

 Comentários sobre propofol:


● O propofol se liga a vários receptores cerebrais (GABA A, nicotínico, M1 muscarínico), com
efeito hipnótico, antiemético e anticonvulsivante, além de provocar amnésia;
● Atravessam a barreira hematoencefálica, proporcionando efeito rápido;

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● Pelo rápido metabolismo, deve ser usado em pacientes que precisam ser reavaliados
neurologicamente com frequência;
● Dependendo da dose, pode causar depressão respiratória e hipotensão sistêmica (o que
pode ser potencializado se associado a opioides);
● Tem potencial efeito cardiodepressor (inotrópico negativo);
● É apresentado em solução lipídica a 10%, podendo causar hipertrigliceridemia, pancreatite
aguda e mioclonias;
● A síndrome da infusão do propofol é caracterizada por acidose metabólica, arritmias, IRA,
hipotensão, hipercalemia, rabdomiólise, disfunção hepática (raramente), e ocorre em infusões
prolongadas com dose superior a 70 mcg/kg/min; tem incidência de 1%, com mortalidade de
33%.

 Comentários sobre dexmedetomidina:


● A dexmedetomidina corresponde ao Precedex®, um agonista seletivo α2, com efeito
sedativo e analgésico;
● Possui efeitos simpaticolíticos (hipotensão e bradicardia), sem efeitos anticonvulsivantes;
● O início da sedação se dá em 15 minutos e alcança o pico em 1 hora;
● Dose máxima de 0,7 mcg/kg/min;
● Os pacientes sedados com dexmedetomidina contactuam melhor, sem apresentar
depressão respiratória;
● Seu uso apresenta menor índice de delirium quando comparado com o midazolam.

 Recomendações gerais sobre sedação:


● Monitorizar profundidade da sedação e função cerebral;
● Realizar medidas objetivas da função cerebral de modo adjuvante na avaliação da sedação
em pacientes recebendo bloqueadores neuromusculares;
● Realizar eletroencefalograma para monitorar atividade epiléptica não convulsiva em
pacientes com crises (confirmadas ou em suspeita), ou ainda para titular medicação
eletrossupressiva para atingir cessação da atividade epileptiforme em pacientes com pressão
intracraniana elevada em UTI.

6.3. Delirium (estado confusional agudo)


O delirium (estado confusional agudo) é uma disfunção cerebral aguda muito frequente
em doentes hospitalizados, autolimitada, decorrente de alterações orgânicas (traumatismo
cranioencefálico, infecções, processos expansivos do SNC, procedimentos cirúrgicos, VM, dentre
outros), sendo caracterizado por flutuação no nível de consciência, prejuízo atencional, alteração
cognitiva aguda e desorientação temporal, espacial e autopsíquica, inclusive com alteração do
ciclo sono-vigília, com intensa variação da sintomatologia ao longo das 24 horas.
Podem estar presentes como sintomas secundários, como a agitação psicomotora,
agressividade, alterações agudas de humor e labilidade afetiva, alucinações e delírios, não sendo
obrigatórios a presença desses sintomas para o diagnóstico.

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O delirium se apresenta na forma hiperativa (com agitação psicomotora), hipoativa


(bradicinético) e de característica mista, todas com curso típico de piora ao entardecer.
A prevalência do Estado Confusional Agudo é elevada, ocorrendo em até 45% dos
indivíduos em internação hospitalar, sendo mais elevados nos pacientes que realizaram
procedimentos cirúrgicos (até 55%), internados em UTI (60%) e naqueles que receberam VM
(90%), sendo preditor de desfechos negativos nos quadros clínicos que está associado, do
aumento do período de internação e de morte.
No contexto do subdiagnóstico do delirium, os pacientes devem ser avaliados
periodicamente com a utilização de ferramentas validadas, como a CAM-ICU (Confusion
Assessment Method for the Intensive Care Unit).

 Manejo não-farmacológico e papel da equipe multiprofissional


Recomenda-se a avaliação constante e a adoção de intervenções, voltadas para os seis
fatores de risco, que são apresentados por pacientes internados: alteração cognitiva, insônia,
imobilidade, alteração visual, transtorno auditivo e desidratação.
A literatura descreve um conjunto de ações preventivas, denominado de pacote
ABCDEF: despertar (awakening), coordenação da respiração (breathing coordination), escolha de
analgésicos e sedativos (choice of analgesic and if needed sedatives), monitorização e tratamento
do delirium (delirium monitoring and management), mobilidade precoce (early mobility) e
família (family). Isto posto, o conjunto de ações inclui:
● Estimular o auxílio sensorial, permitindo, uso de óculos e aparelhos auditivos, dentre outros;
● Possibilitar a presença de acompanhante conhecido, sempre que possível;
● Estimular estratégias de reorientação: informar horário, data e local e fornecer instrumentos
como relógios e calendários;
● Permitir estratégias de manutenção do ciclo sono-vigília mais próximo ao natural, regulando
os níveis de luz e ruído em períodos noturnos;
● Sempre que possível, recomenda-se a remover estímulos nocivos, tais como: cateteres,
monitorizações e coletas frequentes de sangue;
● Permitir a higiene do sono, incluindo a redução de procedimentos e perturbação
desnecessária ao paciente no período noturno;
● Evitar mudanças de leito desnecessárias;
● Reduzir do ruído ambiente;
● Mobilizar precocemente pacientes sob VM;
● Promover ações de reabilitação física e cognitiva com estimulação multissensorial,
posicionamento, estimulação cognitiva, promoção de execução de atividades de vida diária e
estimulação motora de extremidades superiores.

 Manejo Farmacológico do delirium


Uma vez detectado o delirium, deve-se investigar as causas orgânicas (clínicas) e tratá-
las. A resolução da causa orgânica possibilitará a resolução definitiva do delirium.
É importante evitar e corrigir exposições iatrogênicas e ambientais, como desidratação,
privação do sono, excesso de instrumentalização, procedimentos desnecessários, infusões de
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benzodiazepínicos (exceto no delirium tremens) e uso de drogas com alto potencial


anticolinérgico.
O manejo psicofarmacológico do delirium corresponde ao controle da agitação
psicomotora e desorganização comportamental nos eventos de característica hiperativa.
Caso haja dependência de opioides ou benzodiazepínicos, evitar a abrupta suspensão,
realizando desmame gradual para se evitar a ocorrência ou agravamento do Estado Confusional
Agudo.
As drogas de escolha são aquelas que produzem menor sedação (para que não haja
prejuízo na avaliação clínica subjacente) assim como daquelas que tenham a menor interação
farmacológica ou que alterem o equilíbrio hidroeletrolítico. Em situações de agitação sem
agressividade, a opção é pelo uso oral ou SNE:
A) Haloperidol 2,0mg/mL, 25 gotas à noite, até 25 gotas, de 12/12 horas;
B) Risperidona 1mg 12/12 horas a 2mg 8/8 horas;
C) Risperidona 1mg/mL 1mL 12/12 horas a 2mL 8/8 horas;
Em situações de agitação psicomotora, com risco de auto ou heteroagressividade e
prejuízo comportamental grave, a opção é pelo uso parenteral, intramuscular:
A) Haloperidol 5mg/mL (ampola - amp), aplicação de 2,5mg intramuscular, repetindo em 30
minutos se necessário até o limite de 30mg por dia. Devido os riscos cardíacos é sugerido não
realizar o uso de haloperidol intravenoso.
Em situações de delirium tremens (síndrome grave de delirium associada ao período de
abstinência por álcool):
A) Diazepam 10mg, comprimido, até 60mg por dia;
B) Se crises convulsivas: Diazepam 5mg/mL, 2mL EV, bolus lento, sem diluição.
Fazer reposição de tiamina parenteral, preferencialmente intravenoso, 500mg, 8/8 horas.

Observações:
O uso de diazepam instramuscular NÃO é permitido.
É recomendada a não utilização de clorpromazina, pelo elevado risco de alterações
hidroeletrolíticas e de levomepromazina, devido ao elevado risco de sedação.

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7. REFERÊNCIAS

Flôres, D. G.; Capone Neto, A. (Ed) Delirium no paciente grave. São Paulo, Ed.Atheneu, 2013

Barr J, Fraser GL, Puntillo K, Ely EW, Gélinas C, Dasta JF, Davidson JE, Devlin JW, Kress JP, Joffe AM,
Coursin DB, Herr DL, Tung A, Robinson BR, Fontaine DK, Ramsay MA, Riker RR, Sessler CN, Pun B,
Skrobik Y, Jaeschke R; American College of Critical Care Medicine.
Clinical practice guidelines for the management of pain, agitation, and delirium in adult patients in
the intensive care unit. Crit Care Med 2013

Mart MF, Williams Roberson S, Salas B, Pandharipande PP, Ely EW. Prevention and Management of
Delirium in the Intensive Care Unit. Semin Respir Crit Care Med 2021

Korenoski A, Li A, Kane-Gill SL, Seybert AL, Smithburger PL. Pharmacologic Management of Delirium
in the ICU: A Review of the Literature. J Intensive Care Med 2020

Devlin JW, Skrobik Y, Gélinas C, Needham DM, Slooter AJC, Pandharipande PP, Watson PL,
Weinhouse GL, Nunnally ME, Rochwerg B, Balas MC, van den Boogaard M, Bosma KJ, Brummel NE,
Chanques G, Denehy L, Drouot X, Fraser GL, Harris JE, Joffe AM, Kho ME, Kress JP, Lanphere JA,
McKinley S, Neufeld KJ, Pisani MA, Payen JF, Pun BT, Puntillo KA, Riker RR, Robinson BRH, Shehabi
Y, Szumita PM, Winkelman C, Centofanti JE, Price C, Nikayin S, Misak CJ, Flood PD, Kiedrowski K,
Alhazzani W. Clinical Practice Guidelines for the Prevention and Management of Pain,
Agitation/Sedation, Delirium, Immobility, and Sleep Disruption in Adult Patients in the ICU. Crit Care
Med 2018

Stollings JL, Balas MC, Chanques G. Evolution of sedation management in the intensive care unit
(ICU). Intensive Care Med 2022

Sessler CN, Gosnell MS, Grap MJ, Brophy GM, O'Neal PV, Keane KA, Tesoro EP, Elswick RK. The
Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and reliability in adult intensive care unit patients. Am
J Respir Crit Care Med. 2002

Azevedo, L.C.P.; Oliveira, A.R.; Ladeira, J.P.; Velasco, I.T. Medicina intensiva baseada em evidências.
São Paulo: Editora Atheneu, 2009

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8. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
3 10/2/2023 Revisão e atualização do protocolo (PRT)

Elaboração – versão 1 Data: 2015


Edson Elias Vieira, chefe da Unidade de Terapia Intensiva e Semi-intensiva
Validação
Sonia Beatriz Felix Ribeiro, chefe da Divisão Médica
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento
Aprovação
Colegiado Executivo

Revisão e atualização – versão 2 Data: 21/1/2019


Hudson Henrique Gomes Pires, médico da Unidade de Terapia Intensiva e Semi-intensiva
Ana Claudia Borges, enfermeira, responsável técnica da Unidade de Terapia Intensiva e Semi-intensiva
Edson Elias Vieira, chefe da Unidade de Terapia Intensiva e Semi-intensiva
Validação
Taciane Cristina Santana, fisioterapeuta da Unidade de Reabilitação
Liliane Barreto Teixeira, chefe da Unidade de Farmácia Clínica e Dispensação Farmacêutica
Thais S. Guerra Stacciarini, enfermeira do Serviço de Educação em Enfermagem
Eliene Machado Freitas Felix, coordenadora do Núcleo de Protocolos Assistenciais Multiprofissionais e
chefe da Divisão Médica
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento
Aprovação
Colegiado Executivo

Revisão e elaboração da versão 3 Data: 22/3/2023


Taciana Fernandes Araújo Ferreira, chefe da Unidade de Clínica Médica e membro da Comissão de
Protocolos Assistenciais Multiprofissionais (CPAM)
Daniel Hugo Winter, médico pneumologista
Vinicius dos Santos Sguerri, médico psiquiatra
Validação
Ivone Aparecida Vieira da Silva, chefe do Setor de Cuidados Especializados
Rodrigo Juliano Molina, médico do Setor de Gestão da Qualidade (STGQ)
Luciana Paiva Romualdo, chefe do STGQ
Registro, análise e revisão
Ana Paula Corrêa Gomes, chefe da Unidade de Planejamento, Gestão de Riscos e Controles Internos
Aprovação
Andreia Duarte de Resende, gerente de atenção à saúde

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APÊNDICES
Quadro 1: Principais opioides utilizados em UTI
OPIOIDES
Drogas Meia Vida Vias e Doses Solução Padrão
Efeitos
Morfina 2-4h Intravenosa (IV), 1 amp + NaCL 0,9%
Analgesia +++
(10mg) subcutânea (SC) 8m Sedação +
Amp 2ml 2 a 10mg/bolus (1mg/ml)
Depr.Resp +
Morfina 2-4h IV, SC Sem diluição
Analgesia ++
(2mg) 2mg/bolus Sedação +
Amp 2ml Depr.Resp +
Fentanil 30-60 min IV 2 Frascos + NaCl Analgesia +++
(50mcg/ml) 25 a 100mcg/ 0,9% 80ml Sedação +
Frasco 10ml bolus (10mcg/ml) Depr.Resp +++
*Contexto-
sensitivo
Remifentanil Equivalente IV 1 frasco + SG 5% Analgesia +++
(2mg/5ml) ao momento 0,2-0,7mcg/kg/h 95ml Sedação +
de infusão (4mcg/ml) Depr.Resp +++
Tramadol 6-8h IV, intramuscular 1 amp + 100ml NaCl Analgesia +++
(IM) 0,9% Sedação +
50-100mg a cada Depr.Resp +
6 ou 8h
Nalbufina IV/SC/IM Sem diluição Analgesia +++
5 horas 10mg de 3-6 Sedação +
horas Depr.Resp +
Metadona Via Oral VO Não se aplica Analgesia +++
(VO): 24 a 48 8/8 horas ou Sedação +
horas 12/12 horas Depr.Resp +
*contexto-sensitivo = quanto maior o tempo de infusão contínua, maior a meia vida. Fonte: própria.

Quadro 2: Equivalência de doses de opioides


AGONISTA OPIOIDE PARENTERAL ORAL
Morfina 10 30
Oxicodona (não padronizado no HC) - 20
Tramadol 100 300
Metadona - 5
Fentanil 0,01
Codeína 0,01 130
Observação: A avaliação de equivalência é realizada utilizando a mesma unidade de medida, como os exemplos abaixo.
1) Morfina 10 mg EV = Fentanil 0,01 mg EV;
2) Tramadol 100 mg EV = Tramadol 300 mg VO;
3) Morfina 10 mg EV = 130 mg VO de codeína.
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Quadro 3: Medicações sedativas e suas características farmacológicas


BENZODIAZEPÍNICOS
Drogas Meia Vida Vias e Doses Solução Padrão Efeitos
Lorazepam 12 – 16 horas Enteral (EN), VO Não se aplica Analgesia 0
(1mg) Sedação ++
Depr.Resp +
Midazolam 1,5–2,5 horas IV, IM Sem diluição Analgesia 0
(15mg) 1 a 5mg/bolus Sedação +++
Amp 3ml Depr.Resp +++
*Contexto-sensitivo
Midazolam 1,5–2,5 horas IV, IM 5 amp + NaCl 0,9% Analgesia 0
(50mg) 1 a 5mg/bolus 200ml Sedação +++
Amp 10ml (1mg/ml) Depr.Resp +++
Diazepam 14-60 horas IV Sem diluição Analgesia 0
2 a 10mg/ Sedação ++
Bolus Depr.Resp ++
Clonazepam 19-42 horas EN, VO Não se aplica Analgesia 0
2,5mg/ml Sedação ++
Frasco Depr.Resp +
NEUROLÉPTICOS
Haloperidol 14-26 horas IV, IM Sem diluição Analgesia 0
(5mg) 2,5 a 20mg/ bolus Sedação +
Amp 1ml Depr.Resp 0
Haloperidol 14-26 horas EN, VO Não se aplica Analgesia 0
(2mg/ml) Sedação +
Frasco 20ml Depr.Resp 0
Risperidona 3-20 horas 0,5mg 2x/dia, podendo Não se aplica Analgesia 0
(1, 2, 3mg) progredir até 3mg Sedação +
Depr.Resp 0
ALFA-2 AGONISTAS
Dexmedetomidina 2 horas Até 1,4mcg/kg/h 1 amp + 48ml de NaCl Analgesia +
(200mcg) 0,9% em Bomba de Sedação +
Amp 2ml infusão contínua ou Depr.Resp 0
Bomba de Seringa
(0,4mcg/ml)
OUTROS
Propofol 30-60 min IV Sem diluição em acesso Analgesia 0
(10mg/ml) 50 a 100mcg/kg/min central Sedação +++
Amp 10ml Acesso periférico – Depr.Resp +++
diluir 1:1 com SG5%
Ketamina 2-3h IV, IM 2 frascos + NaCl 0,9% Analgesia ++
(50mg/ml) 2-3mg/kg/ bolus 80ml Sedação ++
1-4mg/kg/h (10mg/ml) Depr.Resp +
Amitriptilina 10-50 horas 25 a 75mg/dia Não se aplica Analgesia 0
(25mg) Sedação +
Comprimidos Depr.Resp 0
Thionembutal 5,5-26 horas IV 2 frascos + 40ml ABD Analgesia 0
(1g) Coma barbitúrico: (20ml em cada frasco) + Sedação +++
Pó liofilizado 10mg/kg/30min NaCl 0,9% 160ml Depr.Resp +++
5mg/kg/3h
Manutenção:
1-3mg/kg/h
*Medicamento não padronizado na instituição.
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ANEXOS
I – Escala Comportamental de Dor - BPS (Behavioral Pain Scale)
Escala comportamental de dor Descrição Pontuação
Expressão Facial Relaxada 1
Pouco tensa 2
Muito tensa 3
Fáceis de dor 4
Extremidades superiores Sem movimento 1
Parcialmente fletidas 2
Completamente fletidas, incluindo dedos 3
Permanentemente retraídas 4
Interação com o ventilador Tolera os movimentos 1
Tosse ocasionalmente, mas tolerando a 2
VM na maior parte do tempo
Briga com o ventilador 3
Incapaz de permanecer em ventilação 4
controlada

II – Escala de Agitação-Sedação de Richmond (RASS)


Pontos Termo Descrição
+4 Combativo Claramente combativo, violento, representando risco para a
equipe
+3 Muito agitado Puxa ou remove tubos ou cateteres, agressivo verbalmente
+2 Agitado Movimentos despropositados frequentes, briga com o
ventilador
+1 Inquieto Apresenta movimentos, mas não agressivos ou vigorosos
0 Alerta e Calmo
-1 Sonolento Adormecido, mas acorda ao ser chamado (estímulo verbal) e
mantém os olhos abertos por mais de 10s
-2 Sedação leve Desperta ao estímulo verbal e mantém olhos abertos por
menos de 10s
-3 Sedação moderada Movimentação ou abertura ocular ao estímulo verbal, mas
sem contato visual
-4 Sedação intensa Sem resposta as ser chamado pelo nome, mas apresenta
movimentação ou abertura ocular ao toque (estímulo físico)
-5 Não desperto Sem resposta ao estímulo verbal ou físico
Procedimento para uso da Escala
Observar o paciente:
1. Se paciente está acordado, podendo atentar espontaneamente para estímulos ambientais:
- Avaliar atividade motora e qualidade da interação;
2. Se paciente não está alerta:
- Dizer o nome do paciente, pedir para abrir os olhos e olhar na direção do profissional;
- Avaliar abertura ocular, tempo de sustentação da mesma e direção do olhar;
3. Quando paciente não responde ao estímulo verbal, realizar estímulo físico:
- Avaliar atividade motora reacional ao estímulo físico.

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III – Escala CAM-ICU


Realizar CAM-ICU se RASS maior que -4
Característica 1: Flutuação do estado mental basal
a) Há evidência de mudança no estado mental basal?
b) Essa mudança tem caráter flutuante nas últimas 24h?
NÃO SIM
Pare, não há delirium Ir para característica 2
Característica 2: Inatenção
a) O paciente tem dificuldade para manter a atenção?
Teste das letras
Diga ao paciente que irá falar dez letras e que ao ouvir a letra A, ele deverá apertar sua mão. Leia a
seguinte sequência com intervalo de 3s para cada letra:
SAVEHAART
MENOS QUE 3 ERROS 3 OU MAIS ERROS
Não há delirium Ir para característica 3
Característica 3: Alteração do nível de consciência
a) O paciente está sonolento, comatoso ou agitado?
Realizar avaliação com Escala de RASS
SE RASS ≠ 0 SE RASS = 0
Ir para característica 4
Há delirium
Característica 4: Pensamento desorganizado
a) O paciente tem discurso incoerente?
b) O paciente é incapaz responder aos comandos corretamente?

Teste das perguntas dicotômicas


Pergunte ao paciente se:
- Uma pedra flutua na água? Resposta esperada: Não
- Há peixes no mar? Resposta esperada: Sim
- Um quilo pesa mais que dois quilos? Resposta esperada: Não
- Você pode bater um prego com um martelo? Resposta esperada: Sim

Teste do comando
Mostre dois dedos ao paciente por alguns segundos e peça para ele repetir.
Após isto, peça para que ele faça com a outra mão.
Caso o paciente esteja impossibilitado de utilizar uma das mãos, peça que ele adicione um dedo a
mão inicialmente testada.
MENOS QUE 2 ERROS 2 OU MAIS ERROS
Não há delirium Há delirium
Observação: o Delirium é diagnosticado quando as características 1 e 2 são positivas e as
características 3 ou 4 estão presentes
Fonte dos anexos I a III: própria

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