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HOSPITAL DE CLÍNICAS
1. OBJETIVO
Padronizar entre a equipe multiprofissional da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e
Neonatal (UTIPN) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) a
Hora do Soninho dos pacientes internados.
2. INTRODUÇÃO
O surgimento das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatais teve início nos meados
dos anos 80, devido à necessidade de aumentar a sobrevida de neonatos que precisavam de cuidados
de alto risco¹. Desde então, houve uma crescente evolução tecnológica que modificou,
substancialmente, a ecologia dessas unidades, transformando-as em um ambiente caótico com altos
níveis de pressão sonora (NPS), luminosidade ininterrupta e ritmo de trabalho intenso. Essa situação
ambiental compromete de maneira significativa a saúde dos pacientes e da equipe de trabalho².
A exposição prolongada aos níveis elevados de ruído, luminosidade e manuseios
frequentes é potencialmente perigosa, podendo comprometer o neurodesenvolvimento pleno dos
recém-nascidos (RNs), especialmente os prematuros ²,6.
Pesquisas mostram que preservar o sono do RN pré-termo contribui para a maturidade
cerebral e adaptação ao meio ambiente, contribuindo para redução do estresse e promovendo ciclo
sono-vigília6. O sono profundo exerce um papel fundamental na maturação das funções cerebrais dos
RNs e sua interrupção pode provocar agitação, irritabilidade, choro e, consequente aumento da
pressão intracraniana².
O enfoque do cuidado desenvolvimental foi introduzido na década de 1980, como
estratégia para mudar as condições ambientais da UTI, visando o bem-estar e segurança do neonato,
tendo como objetivos centrais: respeitar o ritmo do RN, controlando o manuseio pelos cuidadores e
modular ou atenuar as respostas do neonato aos cuidados5. Assim, foi desenvolvida nas UTIs o
horário do soninho como estratégia que integra: redução da luminosidade, do ruído, e a manipulação
mínima do RN, durante determinados períodos do dia, assim como evitar que qualquer prática que
possa levar ao ruído e à manipulação seja evitada, a fim de proporcionar melhores condições
ambientais para o repouso dos neonatos.
3. INDICAÇÕES
RNs a termo, RNs pré-termo, lactentes e pacientes pediátricos internados na UTIPN do HC-UFTM.
4. RESPONSÁVEIS
Equipe Multiprofissional da UTIPN
5. INFORMAÇÕES GERAIS
A Horário do Soninho foi programada para acontecer nos horários dispostos no quadro a seguir:
A equipe multiprofissional deve realizar uma reunião antes de iniciar os cuidados para
programar os procedimentos que serão realizados de modo a agrupá-los e evitar manuseio nos
pacientes durante a Hora do Soninho;
Procedimentos eletivos são acordados entre a equipe multiprofissional e programados para
serem realizados em outro momento. Já as intercorrências devem ser atendidas com a luz focal do
leito e o menor ruído possível. Caso não seja possível, a Hora do Soninho pode ser suspensa e ser
acordado com a equipe outro horário compensatório;
Procedimentos e avaliações realizadas por médicos de interconsultas, bem como exames
devem ser evitados durante a Hora do Soninho ou utilizado a luz focal do leito e o menor ruído
possível;
No primeiro acolhimento, a família deve ser orientada sobre a Hora do Soninho e que nesses
momentos o sono da criança não deve ser interrompido;
A família poderá participar da Hora do Soninho oferecendo o colo quando a criança estiver
estável e com autorização médica. O familiar deverá comprometer-se a permanecer durante todo o
período com a criança no colo.
7. REFERÊNCIAS
2. Cardoso MVLML, Chaves EMC, Bezerra MGA. Ruídos e barulhos na unidade neonatal. Rev.
bras. enferm. 2010 jul/ago;63(4):561-6.
3. United States of America. Departament of Navy. Appendix C In: Draft environmental impact
statement - US Navy f-35c west coast homebasing. Volume II. San Diego: Departament of Navy, 2013.
Available on line: http://www.navyf35cwestcoasteis.com/Resources/ Documents/58-13_F-
35_West_Coast_FEIS_Delay.pdf.
4. Kynio NM, Ravn IH, Lindemann R, Smeby NA, Torgersen AM, Gundersen T. Parents of preterm-
born children; sources of stress and worry and experiences with an early intervention programme –
a qualitative study. BMC Nursing 2013;12(1):28. Available on line: http://
www.biomedcentral.com/1472-6955/12/28.
6. KITASE Y.; SATO, Y.; TAKAHASHI, H. SHIMIZU, M. ISHIKAWA C.; YAMAMOTO, H. et al. A new
type of swaddling clothing improved development of preterm infants in neonatal intensive care units.
Early Human Development, Irlanda, v.112, p. 25-8, set. 2017. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.earlhumdev.2017.06.005.
8. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
1 16/8/2022 Elaboração do Procedimento Operacional Padrão (POP)