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Jornal Internacional de Ginecologia e Obstetrícia 117 (2012) 243–247

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Revista Internacional de Ginecologia e Obstetrícia

página inicial da revista: www.elsevier.com/locate/ijgo

ARTIGO CLÍNICO

Viabilidade de treinar enfermeiras-parteiras zambianas para realizar procedimentos pós-placentários e

inserções pós-parto de dispositivos intrauterinos
b c d
Sarah Prager, Jully
a, ÿ, Chilambwe,
Pratima Gupta
Bellington Não tenho medo c,f , Josselyn Neukom c,e,f ,
, Maxine Eber e,f , Paul D. Blumenthal e,f,g
a
Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, Seattle, EUA
b
Centro Médico Kaiser, Oakland, EUA
c
Sociedade de Saúde Familiar da Zâmbia, Lusaka, Zâmbia
d
Hospital Universitário Universitário de Lusaka, Lusaka, Zâmbia
e
Population Services International, Washington DC, EUA
f
Grupo de Estudo PPIUD da Zâmbia, Lusaka, Zâmbia
g
Programa Stanford para Educação e Serviços Internacionais em Saúde Reprodutiva (SPIRES), Palo Alto, EUA

informações do artigo abstrato

Historia do artigo: Objectivo: Explorar a viabilidade da formação baseada em competências de enfermeiras obstétricas da Zâmbia na inserção de dispositivos
Recebido em 24 de agosto de 2011 intrauterinos pós-placentários e pós-parto (PPIUD) e estimar curvas de aprendizagem para este procedimento.
Recebido em formato revisado em 11 de janeiro de 2012 Métodos: Foi realizado um projeto piloto de prestação de serviços, envolvendo 9 enfermeiras obstétricas que participaram de um
Aceito em 23 de fevereiro de 2012
Curso de formação de inserção de PPIUD de 10 dias no Hospital Universitário, Lusaka, Zâmbia. EUA e Zâmbia
os médicos ensinavam o currículo didático e prático. Foram utilizados checklists para padronização e avaliação pélvica.
Palavras-chave:
modelo foi desenvolvido para alcançar a competência de inserção do PPIUD na sala de aula antes de passar para a clínica
Treinamento baseado em competências
prática. Os pacientes foram recrutados durante as consultas pré-natais, no início do trabalho de parto e no pós-parto. Informado, voluntário
Contracepção
Planejamento familiar
consentimento foi obtido. Todas as inserções clínicas de DIUPI foram supervisionadas ou realizadas por treinadores experientes.
Dispositivo intrauterino pós-parto Resultados: Todas as nove enfermeiras obstétricas alcançaram competência no modelo pélvico após três tentativas. Durante o treinamento
Dispositivo intrauterino pós-placentário período, foram inseridos 38 DIUPP em puérperas; nenhuma complicação ocorreu. Ao final do treinamento, 4
Modelo de treinamento das enfermeiras obstétricas foram consideradas competentes para inserir DIUs de forma independente. Em média, foram necessárias 4
inserções de DIUPI para atingir competência clínica. Conclusões: Treinamento concentrado e baseado em competências em
A inserção do PPIUD é viável num cenário africano. A replicação de tal formação poderia aumentar a popularidade e
prevalência do uso de PPIUD entre mulheres africanas.
© 2012 Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia. Publicado pela Elsevier Ireland Ltd. Todos os direitos reservados.

1. Introdução podem manifestar-se riscos potencialmente fatais de aborto inseguro.

A gravidez indesejada é um importante problema de saúde pública global.
As estimativas actuais indicam que um terço de todas as gravidezes em países de baixo
rendimento e 40% em países de elevado rendimento são indesejadas
[1]. Melhorias anuais ocorrem na prevalência da contracepção
ao redor do mundo; no entanto, milhões de mulheres que desejam engravidar
prevenção ainda não usam métodos contraceptivos [2]. Os efeitos da gravidez indesejada
são múltiplos. As mulheres podem ter capacidade reduzida de
trabalho, portanto há menos recursos disponíveis para o resto da família.
Os efeitos negativos para a saúde podem ter impacto tanto na mulher como no seu
crianças (especialmente com gestações com espaçamento curto) e, se o
mulher vive em uma área onde o aborto é ilegal ou indisponível,
ÿ Autor correspondente em: Universidade de Washington, Box 356460, 1959 NE Pacific
Rua, Seattle, Washington 98195, EUA. Tel.: +1 206 221 2740; fax: +1 206 543 3915.
Endereço de e-mail: pragers@u.washington.edu (S. Prager).
A gravidez indesejada pode aumentar a transmissão materno-fetal de
VIH e outras doenças e pode ter um efeito devastador sobre a saúde materna
taxas de mortalidade, especialmente em áreas de poucos recursos onde tais taxas
já pode estar alto. As causas da gravidez indesejada também são variadas. Nos países
com poucos recursos, podem reflectir uma oferta inadequada de
contraceptivos, número inadequado de profissionais treinados, incapacidade de
fornecimento de contraceptivos em áreas rurais e falta de pacientes e prestadores de serviços
conhecimento sobre métodos contraceptivos [2]. Dito isto, falta de acesso
A contracepção reversível eficaz e de longa duração (LARC) é uma causa predominante
de gravidez indesejada em quase todos os contextos, independentemente de
quão bem recursos. É evidente que esta situação deve ser melhorada para
mulheres para colherem os muitos benefícios do LARC.
Uma área do LARC que tem sido largamente subutilizada, mas que ainda
ser razoavelmente fácil de implementar, é o uso de dispositivos intrauterinos pós-
placentários ou pós-parto (PPIUDs) [3]. Na Zâmbia, tal como em muitos locais de poucos
recursos, os cuidados médicos preventivos para as mulheres são pouco comuns
ou de difícil acesso e muitas vezes a única altura em que as mulheres comparecem para
cuidados formais é durante a gravidez ou no momento do parto. Esse assunto
torna o início do intervalo e a promoção da contracepção muito

0020-7292/$ – ver capa © 2012 Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia. Publicado pela Elsevier Ireland Ltd. Todos os direitos reservados.
doi:10.1016/j.ijgo.2012.01.013
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desafiante. O uso de PPIUDs tem o potencial de eliminar esta barreira,
pois pode ser fornecido no mesmo momento em que a mulher se apresenta para
Cuidado. Esses cuidados no local de serviço são necessários para as mulheres em ambientes
com poucos recursos médicos. Além disso, os PPIUDs duram até
12 anos e, portanto, pode fornecer proteção contra gravidez indesejada
por muito mais tempo do que qualquer outro método de LARC. Finalmente, a esterilização
tem disponibilidade limitada em ambientes com poucos recursos devido a questões como
como segurança, custo, preparação das instalações e escassez de prestadores treinados
(geralmente médicos). Foi demonstrado anteriormente que os PPIUDs
ser eficaz, ter baixas taxas de expulsão e ser aceitável para
mulheres em outros ambientes [4].
Para iniciar de forma sustentável os serviços de PPIUD em nível de programa, as
informações sobre necessidades de treinamento, curvas de aprendizagem e viabilidade devem ser e acessíveis. Uma descrição completa está disponível em um
obtidos e incorporados ao planejamento do projeto. Foi, portanto, instigado um projecto
centrado na formação de enfermeiras obstétricas com base em
em Lusaka, Zâmbia, na inserção imediata de DIUP para mulheres interessadas na prevenção
da gravidez a longo prazo. Este projeto piloto tem 3
objetivos principais. Primeiro, avaliar se as mulheres consideram a inserção imediata de
DIUPP um método contraceptivo aceitável. Em segundo lugar, para
avaliar se as enfermeiras obstétricas poderiam ser treinadas rapidamente para
fornecer tal contracepção de forma segura e competente. Terceiro, explorar
se treinar um pequeno número de enfermeiras-parteiras para fornecer este
O serviço teria um impacto mensurável na capacidade das mulheres de prevenir ou espaçar
a gravidez.
A inserção imediata representa uma abordagem bem aceita, embora subutilizada, para
o fornecimento de DIU [4–7]. Grupos que proporcionam saúde
serviços na Zâmbia – incluindo o Ministério da Saúde; o corpo docente do
Hospital Universitário Universitário (UTH) em Lusaka; e funcionários de 2 organizações não
governamentais, nomeadamente, Population Services International
e a Sociedade de Saúde da Família (SFH) – determinado em consulta
entre si que os PPIUDs poderiam preencher uma necessidade não satisfeita de contracepção
entre as mulheres zambianas e aprovaram o projecto. O SFH atendeu
como entidade organizadora local, visto que esta organização esteve presente em
Zâmbia desde 1992, com um histórico comprovado de fornecimento de uma variedade de
intervenções em saúde. Como parte inicial do Projeto Saúde da Mulher de
Population Services International (uma iniciativa multinacional destinada a
aumentando a utilização e o acesso ao LARC), o SFH conseguiu colaborar com o Ministério
da Saúde e com os líderes médicos locais da UTH.
Juntos, eles organizam o projeto PPIUD de forma programática, planejando
tanto para a formação como, se for bem sucedido, para a prestação de serviços. Envolvendo membros
da infra-estrutura de prestação de saúde a vários níveis foi fundamental para a
sucesso do projeto.
O foco do presente estudo foi atender ao segundo objetivo do
programa PPIUD; o primeiro e o terceiro objetivos serão abordados em publicações
subsequentes. Em última análise, este aspecto do projecto visa explorar a eficácia do uso
de PPIUD em Lusaka, Zâmbia, e avaliar a
viabilidade da formação de enfermeiras obstétricas, a fim de aumentar a base de
prestadores. No entanto, a partir da avaliação das curvas de aprendizagem e do número de
procedimentos necessários para obter competência na Zâmbia, orientação
poderia ser fornecido a outros programas nos quais seria realizada a formação de
prestadores de serviços semelhantes.
2. Materiais e métodos
Uma intervenção de formação piloto de 10 dias foi realizada num centro de referência
governamental de grande volume (UTH, Lusaka, Zâmbia) durante
o período de 2 a 13 de fevereiro de 2009 (nenhum treinamento ocorreu no final de semana).
Como um projeto de prestação de serviços que não envolve experiências
procedimentos nem dados relacionados ao paciente, não foi necessária aprovação
específica do Conselho de Revisão Institucional. O estudo foi desenhado
treinar um número seleto de enfermeiras-parteiras na colocação de
PPIUDs. O número de participantes escolhidos para o treinamento foi uma função
de quantos formandos se poderia esperar que atingissem a competência dada
a carga de casos prevista e o tempo alocado para o treinamento.
Participaram da intervenção 9 enfermeiras obstétricas, assim como 2 médicos
ginecologistas obstetras da UTH. Das 9 enfermeiras-parteiras
que participaram do estudo, 5 eram empregados do SFH e prestavam
serviços de planejamento familiar em diversas policlínicas do bairro
em torno de Lusaka, enquanto 4 eram empregados da UTH e trabalhavam no
enfermaria de parto e/ou no ambulatório de pré-natal. Os 2 médicos estavam presentes
durante o treinamento para promover uma posição positiva do hospital em relação ao
uso de PPIUDs e para garantir o apoio e endosso do treinamento
programa, tanto dentro da UTH como em toda a Zâmbia.
Foi utilizada uma abordagem de formação baseada em competências que envolveu
apresentações didácticas por formadores dos EUA e da Zâmbia, bem como
instrução e prática supervisionadas em modelos pélvicos desenvolvidos especificamente
para este treinamento e em pacientes consentidos. O treinamento
O modelo foi modificado a partir de um modelo pélvico pós-parto utilizando materiais baratos
vídeo criado para demonstrar a montagem e utilização deste modelo de inserção do PPIUD
[8].
O currículo foi adaptado de um guia produzido pela Engender-Health, uma organização
internacional sem fins lucrativos envolvida na saúde reprodutiva [9]. As sessões didáticas
foram realizadas durante 2,5 dias
e abordou 9 tópicos: visão geral dos PPIUDs; anatomia pós-parto e
fisiologia; aconselhamento e consentimento informado; prevenção de infecções
(processamento de instrumentos); avaliação do paciente para uso de DIU; técnicas de
inserção; cuidados pós-inserção; prevenção e gestão de
efeitos adversos e complicações; e introdução aos check-lists clínicos (fig. 1). As sessões
foram todas ministradas por 2 consultores norte-americanos (SP e
PG), exceto aqueles sobre prevenção de infecções e aconselhamento informado e
consentimento, que foram liderados por 2 enfermeiras-parteiras que trabalham
para SFH. As sessões didáticas foram seguidas por 1 dia de instrução explícita,
demonstração e prática prática em modelos pélvicos
que foram criados especificamente para simular um útero pós-parto. Consistente com os
princípios aceitos de treinamento baseado em competências, uma lista de verificação clínica
detalhada foi criada para garantir que todos os
as etapas processuais críticas acordadas foram executadas corretamente.
Todas as inserções foram feitas usando uma pinça de anel para colocar um CuT-380A
DIU (INJEFLEX, São Paulo, Brasil) o mais profundamente possível no útero
fundo (Fig. 2). Usando a lista de verificação como guia, cada participante primeiro
praticado no modelo pélvico quantas vezes fossem necessárias até
observou-se que eles eram “competentes”, definidos como executando corretamente todas
as etapas críticas do procedimento sem a contribuição do treinador.
Cada participante foi então observado realizando uma inserção em um modelo pélvico sem
usar a lista de verificação e foi aprovado por 1 dos
formadores (SP ou PG) quando conseguissem demonstrar adesão satisfatória ao checklist
e pudessem inserir o PPIUD com segurança. Uma vez comprovada a competência no
modelo pélvico, cada participante
realizaram colocações de PPIUD em pacientes consentidos, tudo sob a supervisão direta
dos treinadores. Essas inserções diretamente supervisionadas
ocupou o restante do tempo de treinamento.
O interesse dos pacientes no projeto foi gerado pela enfermeira do SFH –
parteiras que postaram cartazes sobre DIUPP na clínica pré-natal
e enfermaria de parto na UTH, bem como nas enfermarias de parto em 3 clínicas vizinhas.
Além disso, 3 das enfermeiras obstétricas já tinham
comecei a fazer “sensibilizações” (sessões de aconselhamento contraceptivo)
quanto ao uso do DIUBP para todas as gestantes que chegam ao
clínicas pré-natais. Durante essas sensibilizações de grupo,
a contracepção pós-parto foi revista, com ênfase na
PPIUDs e o próximo programa. Após o início do programa
(inclusive enquanto os treinadores ainda estavam presentes), essas sensibilizações
também foram realizados para mulheres que apresentam trabalho de parto prematuro e para
puérperas antes da alta hospitalar. As mulheres geralmente recebiam alta após 12 a 24
horas, o que estava bem dentro do período de 48 horas.
janela de horas recomendada para inserção de PPIUD [5]. Mulheres que
manifestaram interesse no uso de PPIUDs foram então aconselhados individualmente e
forneceram consentimento informado voluntário por escrito antes
inserção. Os registros de respostas não foram mantidos em relação a essas mulheres
que concordaram em se submeter à inserção do DIUPP, mas não receberam;
no entanto, todas as mulheres que receberam PPIUD preencheram estes critérios. Todos
métodos de contracepção foram discutidos durante a sensibilização, e
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S. Prager et al. / Jornal Internacional de Ginecologia e Obstetrícia 117 (2012) 243–247 245

Tempo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Módulo 1: Bem vindo; Aquecimento Aquecimento Aquecimento Aquecimento
introdução aos formadores e
08:30
participantes;
Módulo 5: Paciente Módulo 9: Pós-inserção Módulo 10: Prevenção Registros e relatórios de casos
Objetivos;
avaliação para PPIUD Cuidado e gerenciamento de efeitos (Serviços Populacionais
expectativas;
adversos e Internacional)
introdução aos materiais de
complicações
treinamento; teste pré-
09:00 treinamento

QUEBRAR Módulo 7: Técnicas de

inserção
09:30
Módulo 2: Visão geral de QUEBRAR QUEBRAR QUEBRAR
DIUs
10:00
QUEBRAR Prática com modelo Prática com modelo Prática com modelo
pélvico e casos em trabalho de pélvico e casos em pélvico e casos em
10h30
parto e parto trabalho de parto e parto trabalho de parto e parto
Módulo 8: Prática clínica
supervisionada
11:00
(introdução aos checklists e
Módulo 3: Anatomia e
inserção prática com modelo
fisiologia pós-
pélvico)
11h30 parto
ALMOÇO ALMOÇO ALMOÇO ALMOÇO ALMOÇO
12:00

12h30
Módulo 4: Aconselhamento Casos em trabalho de parto Discussão; revisão da Discussão; revisão da Teste pós-treinamento
e escolha informada e parto; discussão; praticar experiência do caso; experiência do caso;
13:00
com modelo pélvico casos adicionais casos adicionais
Planos para formação futura;
programação para a semana
13h30
seguinte; avaliação do
Módulo 6: Prevenção de
curso de formação
infecções
14:00

14h30
QUEBRAR QUEBRAR conforme necessário

15:00
Introdução ao modelo pélvico Discussão; revisão da Discussão; revisão de Discussão; revisão da
PPIUD experiência do caso; experiência do caso; experiência de caso; casos adicionais
15:30
casos adicionais casos adicionais

16:00

16h30

17:00

Figura 1. Agenda para treinamento de enfermeiras obstétricas para realizar a inserção pós-placentária e pós-parto de dispositivos intrauterinos. Abreviatura: PPIUD, intrauterino pós-placentário/pós-parto
dispositivo.

foram disponibilizados gratuitamente através do setor público. Os DIUs usados 3. Resultados

participantes do estudo foram adquiridos pelo SFH e fornecidos gratuitamente aos

todos os participantes. Todos os formandos alcançaram competência no modelo pélvico após 3
inserções simuladas de PPIUD. No total, foram inseridos 38 PPIUDs em
puérperas durante o período de formação. Não ocorreram complicações imediatas ou
infecções consideradas relacionadas à inserção do DIU
antes da alta hospitalar. A inserção não pôde ser realizada em 2
mulheres devido ao desconforto. Um DIU foi removido de uma mulher
que tinha dor devido a uma suspeita de separação da sínfise, que foi
não parece estar relacionado à inserção em si. As inserções foram todas diretamente
supervisionado, e em apenas 5 casos o treinador precisou realizar o
inserção real (tudo após tentativas frustradas de uma enfermeira-parteira).
Ao final do treinamento, 4 enfermeiras obstétricas foram consideradas competentes para
inserir PPIUDs de forma independente, incluindo 2 que poderiam treinar outros em
o futuro. Estas duas enfermeiras obstétricas trabalhavam para o SFH e faziam parte do
seu objetivo ao realizar o treinamento era ser capaz de fornecer
formação aos seus colegas noutras áreas da Zâmbia.
As enfermeiras-parteiras geralmente alcançaram competência clínica
após 4 inserções. Alguns eram competentes após 2–3 inserções, mas
ainda preferiu realizar inserções adicionais observadas. O alcance
O número de inserções realizadas pelas nove enfermeiras obstétricas foi de 0 a 6,
embora todas as enfermeiras obstétricas tenham sido consideradas competentes inseridas no
Figura 2. Colocação fúndica do dispositivo intrauterino. Imagem criada por Tracy Angulo. pelo menos 4 DIUs. A competência parecia estar associada a
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246 S. Prager et al. / Jornal Internacional de Ginecologia e Obstetrícia 117 (2012) 243–247
motivação do fornecedor individual e estava relacionado com futuros
expectativas de realizar inserções frequentes de PPIUD. Pessoal
a motivação não foi uma variável de resultado para o presente estudo e
não foi medido formalmente. No entanto, todas as quatro enfermeiras-parteiras
que treinaram com competência foram contratados pelo SFH e seu trabalho
a descrição incluiu o fornecimento de sensibilizações para uso de PPIUD e inserções
subsequentes. Em contraste, 4 das 5 enfermeiras obstétricas que fizeram
não atingir a competência trabalhada na UTH, onde o uso de PPIUDs era
não é uma parte obrigatória de seu trabalho.
Apenas 1 médico participou da parte clínica do projeto.
Este médico realizou 1 inserção observada e descobriu-se que
seja competente naquele momento. O outro médico participou das partes didáticas do
treinamento, mas optou por não participar da parte clínica.
4. Discussão
As observações do presente estudo indicam que os cursos de curta duração
o treinamento de enfermeiras obstétricas em um protocolo para inserção de DIUPP é
viável. Aproximadamente metade dos formandos alcançou competência clínica
durante a formação e continuaram a prestar este serviço. A rapidez com que alcançaram
competência superou as expectativas,
que resultou da experiência de trabalhar com estagiários residentes
nos Estados Unidos. As enfermeiras obstétricas estagiárias inscritas no presente
estudo eram todos médicos experientes, o que talvez tenha diminuído seu
tempo para competência com inserção de PPIUD.
Inscrevendo participantes de clínicas de bairro e UTH
foi muito importante para a implementação da formação e para o sucesso final do projeto,
assim como o apoio e participação de
UTH e o Presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia. Dado que a maioria
dos partos normais (ou seja, de baixo risco) ocorrem
nas clínicas de bairro, o envolvimento de enfermeiras-parteiras que prestam serviços
nessas clínicas era essencial. O apoio da UTH foi
também crítico, na medida em que forneceu um espaço de grande volume para o treinamento
para ocorrer, forneceu apoio oficial visível de obstetras e ginecologistas locais proeminentes
e estabeleceu uma conexão com a UTH
caso seja necessário o manejo de quaisquer complicações.
O presente estudo possui diversas limitações. Complicações a longo prazo
não foi possível avaliar devido à curta duração da formação. Embora
a rede SFH é extensa e o alcance comunitário é abrangente,
pacientes com complicações imediatas poderiam ter sido
atendidos por profissionais de saúde desconhecidos do SFH. No entanto, a experiência
de outros empreendimentos do SFH indica que se estivessem ocorrendo complicações
relacionadas ao PPIUD, a organização provavelmente teria sido
informado. Além disso, dados anteriores indicam que as complicações relacionadas à
inserção são mínimas [4–6]. Na verdade, os dados de um estudo separado
observar o acompanhamento dos pacientes nesta população de mulheres zambianas
indica uma taxa de expulsão de cerca de 7%, apoiando uma taxa geral de complicações
baixa [10].
Outra limitação do presente estudo é que apenas 4 das 9 enfermeiras obstétricas
participantes foram treinadas em competência. Obtenção de
a competência pode ser limitada por uma série de razões. Primeiro, um fornecedor
pode ter habilidades limitadas. Em segundo lugar, o volume clínico é pequeno, portanto não
mesmo fornecedores altamente qualificados podem demonstrar competência no
tempo alocado. Finalmente, alguns participantes têm incentivo ou motivação limitados
para completar a formação clínica. Destacar a realidade da competência diferencial pode
ajudar outros programas a implementar futuras
treinamento, permitindo-lhes planejar um equilíbrio apropriado entre
número e antecedentes dos formandos, e o número provável de casos
a ser realizado durante o período de treinamento.
O presente estudo teve como foco a formação de enfermeiras obstétricas,
opôs-se aos médicos, por diversas razões. Enfermeiras-parteiras atuam
a maioria das entregas na Zâmbia. Além disso, fornecem o
maioria dos cuidados pré-natais e estão, portanto, bem posicionados para fornecer
Sensibilizações por PPIUD. Por outro lado, os médicos geralmente prestam cuidados
em áreas urbanas para pacientes com gravidez complicada ou que necessitam
cirurgia, 2 grupos menos propensos a incluir candidatos apropriados para
Inserção de PPIUD.
O objetivo do presente projeto era treinar enfermeiras obstétricas para
realizar inserção de DIUPP; no entanto, demonstrando a viabilidade de
o treinamento para a competência é inútil se a prática não for sustentável
além do período de treinamento. O programa de Lusaka, no entanto, floresceu desde a
conclusão do programa de formação inicial, com aproximadamente 1.600 PPIUDs inseridos
de Fevereiro de 2009 a Julho de 2010.
Além disso, os DIUs representam agora 7% a 10% de todos os DIUs inseridos por
prestadores de SFH mensalmente. Nenhuma complicação grave ou evento adverso foi
relatada através da extensa rede de coleta de dados do SFH [11]. Treinamento subsequente
de ambas enfermeiras-parteiras
e médicos que trabalham fora de Lusaka foi conduzido por 2 prestadores formados no
presente estudo, utilizando os mesmos materiais de formação.
Um total de 28 enfermeiras obstétricas e 5 médicos já foram treinados
na Zâmbia [11]. Como resultado, o âmbito da prática dos PPIUDs é bastante
expandido, e há maior disponibilidade desses dispositivos para
Mulheres zambianas que vivem em zonas rurais.
Em conclusão, o presente estudo demonstra que a formação em DPIUD baseada em
competências para enfermeiras obstétricas é viável e prática. Uma formação semelhante
poderia ser implementada noutros países com poucos recursos.
configurações para introduzir serviços PPIUD. Além disso, as conquistas e
documentação de competência – que é a porta de entrada para obter permissão para
fornecer este serviço na prática clínica – não é mais necessária
de 4 inserções. Esta informação fornecerá orientações importantes
a outros programas que estejam iniciando ou planejando treinamento e prestação de
serviços PPIUD. Sem esses dados, as recomendações que exigem
estagiários realizem um maior número de procedimentos antes de serem
considerado competente poderia dificultar a implementação de tais programas
e limitar o acesso à contracepção.
Os benefícios de saúde a longo prazo que as mulheres zambianas receberão
A utilização de LARC eficazes com PPIUDs poderia ajudar a reduzir a mortalidade materna
e a transmissão materno-infantil do VIH e de outras doenças infecciosas. Além disso, o
uso de PPIUDs permite o número e o espaçamento dos
nascimentos a serem planejados. Com base nestas conclusões iniciais, a formação
enfermeiras-parteiras que trabalham em ambientes com poucos recursos para realizar PPIUD
a inserção parece ser viável e razoavelmente fácil de realizar.
O sucesso do programa de treinamento requer tanto uma visão humanística funcional
modelo para prática pré-clínica e uma carga de casos adequada para clínica
treinamento dentro de uma infraestrutura de saúde de apoio. Aumentando
esforços de treinamento concentrados e baseados em competências para inserção de PPIUD
é recomendado aumentar o acesso a este método altamente eficaz e conveniente de
planeamento familiar.
Conflito de interesses
Os autores não têm conflitos de interesse.
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