Curo a .di#o *.

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¦ Guerrilheiros começam a supe-

rar os líderes religiosos

UQuem são os guerrilheiros revo-

"Republi-
lucionários por trás da
ca Islâmica" í
BA história da derrubada do regi- 'l
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me e da tomada do poder mW»J^: £*~i jgfr*. _..__r. .
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jitã,* ' _M*0t*>

MA queda da ditadura no Irã se

compara à Revolução Francesa
ou à revolução bolchevique de
1917? Ps. 18, 19, 20, 21

I
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ni_& jflte vj^^^BP^*^!. (RPN*,. ^|^K H9^«4hMlfii^^tak ** *^Ri

VITORIA 1

REVOLUÇÃO
Exclusivo:
ARRAES PREVÊ RADICALIZAÇÃO
P. 10
'*^^ê^^**^^^^F'
Movimento percorre sertão flagelado:
DESTRUIÇÃO E MISÉRIA
P. 8

Imprensa:
SEXO A MENOS DE Cr$ 30,00
P. 24

IÉÉKÉ^£inK^ -.-¦¦¦- -
Bujilfc:», ., ¦ -^ —-
yJÜjj^V
Nota de Edição

Movimento a
25 cruzeiros
partir desta semana
A Movi-
mento está custando mais caro nas
bancas: CrS 25,00. 0 aumento, de
25%, é necessário para equilibrar a
economia de Edição S/A, a editora
de Movimento. Após quatro meses
de operação equilibrada - uma po-
sição que foi facilitada com a que-
da da prévia e o conse-
censura
- Edi-
quente aumento de vendas
ção S/A voltou a acusar déficit em
função do grande aumento do custo
de produção do jornal:
despesa mensal de Edição S/A
em janeiro de 1978: CrS
600.000,00 A ECONOMIA POLÍTICA DE FIGUEIREDO
• despesa mensal de Edição S/A
em dezembro
1.300.000,00
de 1978: CrS
Desaquecimento e arrocho
aumento dos custos em 1978: Reduzir a inflação a 20% e privatizar Quaisquer que tenham sido as intençõest subsidiárias caiam nas mãos das
117% empresas estatais sáo os principais essa política resultou numa intensa multinacionais, todos nós sabemos
pois
destaques do documento que caiu nas desnacionalização da economia nacional que existem muitas empresas nacionais,
Esse aumento dos custos se deve
mãos Jornal do Brasil e traça
do as e numa forte concentração e centralização entre aspas, grupos que nâo passam
a dois fatores: à inflaçãao e aos invés- "diretrizes"
da política de capitais em mãos dos monopólios. Os de testas-de-ferro de estrangeiros".
grandes
timentos feitos para a melhoria da econômica e social do governo salários arrochados perderam cerca Outro ponto que provocou debate foi
"reserva
qualidade de Movimento editorial Figueiredo. Alem desses, são pontos de metade de seu valor real. o fim da de mercado". Uma fom
Devido a esses precedentes, as novas do Planalto
Palácio disse que o futuro
(como a contratação de mais reda- importantes: do
"acabar
Reforma agrária (cautelosa) nas diretrizes (não tão novas assim, como se governo vai com todas as regalias
tores, aumento do número de pági-
regiões mais produtivas ou onde haja vê) foram recebidas com duras críticas. estabelecidas em favor da indústria
nas, ampliação do uso de fotogra- 0 ex-deputado arenista Rafael de Almeida nacional de alguma forma
conflito social, sem dividir terras, que possam
fias e outros). mas elevando os impostos, forçando Magalhães se diz tão convencido do erro prejudicar a aceleração do processo de
O aumento do preço de venda seus proprietários a vendê-las; dessa política e dos seus efeitos sobre industrialização". Entre estas regalias
Reorganização do crédito agrícola com a sociedade, que considera extremamente estariam a reserva de mercado (existente
nos últimos doze meses-já contan-
uma maior do bolo improvável que seja colocada em prática por exemplo, no caso dos
do o aumento desta semana - foi, parte para
mais de seis meses.
dar aos pequenos e médios produtores; por minicomputado res)
no entanto, de apenas 66%, apesar Manutenção do FGTS e elaboração de " e a lei do similar nacional (que taxa
Disse ainda: o diagnostico está errado,
do aumento de 117% nos custos. novas leis
para ampliar a estabilidade violentamente a importação de máquinas
o remédio, errado e de efeitos
Essa diferença, favorável ao com- do trabalhador no emprego; - e equipamentos já fabricados aqui - é o
insuportáveis para a maioria a camada
Fortalecimento dos Estados e Munici- caso da indústria automobilística e da
prador de Movimento, é explicada mais fraca, pequena e média empresa
a
indústria de eletrodomésticos
pios
pelo aumento da rentabilidade da
nacional, assalariados e funcionários
elevando sua receita tributária. hiperprotegidas por alíquotas que
empresa editora, que têm poder reduzido de negociação".
proporcionada, Analisando as diretrizes, Adroaldo
E como
"o impedem importação). Além disso, o BNDE
autoritarismo nào admite erro
por sua vez, pelo aumento de 100% Moura, da Universidade de São Paulo, (através da Finame) passará a financiar
e transfere a responsabilidade, vai
nas vendas de Movimento após a que o governo Figueiredo tentará
acha
transferi-la
também a compra de máquinas e
para o comportamento da
um esquema ampliado da experiência de e equipamentos fabricados no Brasil
queda da censura oposição, para o movimento reivindicatório
Roberto Campos no período 64-66 - uma por empresas estrangeiras.
As revistas semanais de informa- dos assalariados". Por isso, Magalhães "abertos"
recessão que prepararia um boom Seriam também
acha que o maior perigo que essa politica
ção Veja e Isto É - cuja receita como o do governo Mediei. Ê o que propôs "possibilidade certos setores tradicionalmente fechados,
encerra é a de um recuo
aliás, na semana passada, Octávio Gouveia
principal e fundamental vem da político".
como os dos meios de comunicação.
- estão custando hoje de Bulhões. Também seria liberada a área de comércio
publicidade Que foi aquela experiência? Mário Henrique Simonsen, atual ministro
para atrair grupos internacionais para
CrS 35,00. Com o aumento, Movi- Quinze anos atrás,
o governo derrubado da Fazenda e futuro ministro do o setor de supermercados.
mento, que obtém apenas 1,2% de de Goulart, argumentos semelhantes foram Planejamento fez uma correção à proposta Ao invés de lutar contra a
sua receita geral em publicidade, apresentados como a salvação de Bulhões. Disse que não se entrada do capital estrangeiro, mesmo
ainda da economia trata de uma política de arrasa apenas em algumas áreas, a política
permanece com um preço "reversão futuro governo vai
que
do pais. A política de de quarteirão: o partir seria tentar se associar em condições
30% mais baixo do que aquelas re-
expectativas", de Roberto Campos e para um desaquecimento gradual da melhores,ou seja, forçando a transferência
vistas - relação de preço que vem Bulhões, os super-ministros de então, economia. Como atualmente a economia de tecnologia e a participação das
mantendo desde a sua fundação. implicou em uma funda recessão em que a anda crescendo na base de 5 a 6% ao ano, indústrias associadas nacionais nos
É necessário lembrar que Edição inflação foi controlada á isso talvez que se partiria
significa negócios dos trustes em outros mercados.
parcialmente
custa das massas trabalhadoras. Promoveu para taxas de 2 a 3% ao ano. Como chegar Muitos empresários náo aceitam essa
S/A não é uma empresa lucrativa.
a abertura da economia à importação de lá? Pelos planos de Figueiredo reduzindo
Seus acionistas - cerca de 400 jor- politica. Joaquim Mariano, diretor da
capitais e mercadorias estrangeiras, em fortemente os investimentos das empresas Associação Comercial de Minas Gerais, foi
nalistas, professores, engenheiros, "modernização", "racionali- "Se
nome da da estatais,
que serão controlados por o que foi mais longe: continuarmos
advogados, parlamentares, empre- dade" Simonsen. neste ritmo, e com o governo colocando
"eficiência"
sários nacionais, entre outros — e a das empresas e métodos Esse não será o único golpe contra as
em prática todas as medidas anunciadas
de produção. estatais. Algumas delas deverão passar nos últimos meses, como a privatização
nunca receberam dividendos, nem
Neste periodo também foram inventados o das empresas estatais, a exploração da
seus funcionários - 76 em todo o BNH e o FGTS, apresentados como
ao controle da iniciativa privada.
Amazônia e, agora, o cadastramento das
- vivem abastadamente com
país benefícios As medidas despertaram reações também multinacionais junto a Finame, os
os salários que recebem - bem para os trabalhadores, mas que serviram de militares nacionalistas — brasileiros continuarão apenas sendo
progressistas
de fontes coipplementares de acumulação ou não - que fizeram pesadas Não temos
mais baixos do que os do mercado empregados das multinacionais.
de capitais para as empresas. De quebra.o declarações contra a privatização, como o domínio da economia, nâo
de trabalho. Essa é a nossa contri-
FGTS pôs fim à estabilidade dos os conseguiremos criar uma tecnologia
generais Idálio Sardenberg, Candal da
buição à luta democrática em nos- trabalhadores, uma exigência das nacional e consequentemente
Fonseca, Tácito Freitas. Candal lembra, o domínio
sô desejamos repartir empresas estrangeiras
país, que para a compra de inclusive, que mesmo a venda a nacionais político passará do Pais a ser exercido
empresas nacionais. "é
com nosos leitores. é condenável: fatal que, com o .tempo, as por estrangeiros."

O
ammm*.
REDAÇÃO
Nacional
Armando
São
Sdrtori
Paulo Teodomiro

(secretário);
Braga
Roldão
(editor);
Oliveira
Fábio
nio
luiz
Campana
Carlos
Carlos
Moura
Antero
(correspondente).
(correspondente).
(correspondente).
Goiânia: Antô-
Fortaleza:
Maceió:
tário
Angeli,

loão
de

Zero,
produção); Agostinho Giié, Alceblade»,
Arnaldo, Artur, Tolanda Ytxntac,

Jota, Jucá
Joio Bittar,
Marfim, Kozzo, Luiz Ornei-
nio
ta/eza
Melo;
Luiz
Divinópolii:
Carlos Paes;
fessoa: Waker
Rui
Goiânia.
Campos Tavares;
Pedro Célio
Mar*bt:
for
Bor-
Ade-
ges; loto Oliveira;
U-ditor-asststente); Maurilo Carvalho, Paulo Bar- Aldo Rebelo (correspondente). Santos; lote Mei- ro, Laerte, Lúcia Reggiani, Luiz Gé, Marlene, Paulo Mário
mir Martins; Maceió. Edberto Ticianeli,
Conselho de Direção bosa (repórteres), Adélid Borges, Bernardo lerer, ref/es Passos (correspondente). K., Perón. Ruben Grilo. Pi i «lan Samuel Rodri- Soa-
Agra, José Albuquerque; Ateneus: Geraldo
Anuir...... Antônio C drdpreso, Anlò- Fernando Henrique Cardoso, Francisco Weffort, Economia: Marcos Comes Eduardo M.
(editor); gues (chefe); losé Carlos Ruy, Miguel Coelho |i- Ed-
res; Natal: Giovanni Rodrigues; Porto Alegre:
n.o Car los F. rj Antônio ( dtlos Moura, Antó Pemval de Sou/a. Reynaldo P leme, Ricardo Suplicy, jair Borin, los. Serra, Paul Singer, Ricardo menez. Revisão: Áurea Regina Sartori, Marlene mar Belmonte; Recife. Luciano Siqueira; Terezi-
«no Neto. Kit do Sditi.ri.BenediloCintid. Chico K«ii-.i ho, Sérgio Buarque de Gusmão. Tânia Anga- Bueno (colaboradores). Cultura: José fadeu Aran- Crespo, loão Bosco Possidio, Júlio César Garcia, na: Alberto Nunes, «Geraldo Borges;
de Almeida
Pinto C lov.s MIM tdudrdo M Supluy, Hifds ram (colaboradores) Brasília Chico Pinto (chefe tes (editor), Caco Barcelos, Carlos Nelson Couti- Luciano Machado. Administra-lo: Francisco Mar- Viçosa. Servira* Cevai*: Itamar
Carlos Dayrel. José
Andreato fr ndo Peni.to FUvtO (drvdího, |di de sucursal). Vera lúcia Man/olillo (chefe de re- nho, Clovis Moura, Emílio Fernando
Chagas, Pei- siglid (assessor-financeiro); Cassio M. C. Melo, de Oliveira, Manoel Casado, Sérgio Ferreira da Sil-
me ledo. Idime NduKhutk. Ijii Bonn, |ose Cn»os- dação) Amaury Muller, |aime Sautchuck, Vladimir «oto, Florestan Fernandes, Gilberto Galvão, lean Maria Leonor Viana, Sílvio Barini Pinto Pau- va, Tereza
(São Souza de Oliveira.
tomo de Sou/d lutt Muow luiz Berndfdev luiz Carvalho (colaboradores) Rio de/aneiro: Márcio Claude Bernadet, Augusto,
loão los* Antônio lo); Heloísa Sampaio Costa (Belo Horizonte); An- S/A
Movimento é uma da Edição
Cd'los Anleio. Mdimi Hueno Mdrcos Gomes. Bueno (chefe de sucursal), Denise Cunha, luiz A. Sinch da Silva, louzeiro, publicação
|osé Leandro Konder, tonio Carlos (Brasilia); Antônio Carlos
Queiroz Ba- Editora de Livros, Jornais e Revistas. Administração
Mdrid Amélia folies Amaria Helena Pereira. Mdrid Pdlmeird (repórteres). Aguinaldo Silva, Maurício Maria Cecília Garcia, Maria Elizabeth Vivianni, tista dos Santos Maria
(Rio); Elena Pereira (Salva- e Redação: Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 625
leonoi Vidnd Maurmo Azedo Murilo Carvalho, A/edo (edilores-nontribuintes), Carlos Gentile de Paulo Sérgio Pinheiro, Plínio Marcos, Robson C. dor) Ações: Terezinha Gonzaga. Pinheiros, São Paulo, telefones: 210-6622 e 210-
Departamento
«du. Bdrhos.i Rdimund.. K f« . ti Raimundo Melo, Duke Tupy Caldas, Mário Fonseca, Mário de Camargo, Ruy Guerra, Solange R. Steves, Sônia, de Publicidade: Penteado
Jaime
Departamento 6744. Sucursal Belo Horizonte: Rua Goitacazes, 71,
l.-odoro df Oliver.d Rendlo l ...dinho. Samuel Vítor de Assis Pacheco, Moni; Bandeira, Nelson Luyton Tárik de Souza, Zulmira Tavares (colabora- Jurídico: A. Modesto da Silveira, Luiz Eduardo - Brasilia:
sala 1410, telefone: 224-7605 Sucursal
Rodrigues. Budique. Sônid Rodrigues, leo- Werneck Sodré, Roberto Ribeiro Martins, Tânia dores). Internacional: Fiávio de Carvalho
Sérgio (editor); Greenhalgh, Márcio Ramos de Souza. Departa- - Su-
Edificio Márcia, sala 1007, telefone: 223-7416
Coelho (colaboradores) Be/o Horizonte' Aloisio Fiávio Dieguez (editor assistente), Izalco
domiro BidKd Sarden- mento de Vendas: Antônio Neto SJo Ptu- 606,
(chefe); cursai Rio de Janeiro: Rua da Lapa, 160, sala
Morais. Cláudia Sampaio, luis Bernardes, Marilo berg, Maria luiza Porto, Lauro Bandeira, Sérgio Io Maria AméliaTelles - Sucursal Salvador: Rua
(chefe); Enéas Rodrigues, telefone: 22-6493 Tiniui,
Albema/. Renato Godinho. Vilma Fazito Salva- Sister (colaboradores); Aureliano Biancarelli e A!- Bosco Possidio,
Conselho Editoral de Movimento dor Cnsotomo de Sou/a
loão C Olivina Aparecida de Me- 133, Campo da Pólvora, telefone 343-0442- Belém:
|ose (chefe de sucursal), berto Villas Paris);
(correspondentes Mário Chi- Io; Be/o Horizonte: Susete Barbosa
Alem ar furtado, André Forsler, Audálio Odntat, (chefe); Dalton Travessa Sete de Setembro, 159, sala 7, l elefone:
IjiK.ii. de Oliveira (chefe de redação). Boné Si- manovitch (correspondente Tel-Aviv), Frederico D'Ávila
Chko Buarque de Hollanda, Fernando Henrique de Paula, Vanda Piancarcelli; Bratiln: An- 222-3362 - Maceió: Rua |. Benevides, 30 - Recife:
mões. Grar,a Filadelfo, luis Antônio, Marcos lue- Fulgraff Correspondente Berlim); Renato Rossi tônio Carlos Artur conj.
Cardoso, Orlando Vilas loas. Hermilo Borba Queiroz (chefe); C. Cerqueira; Rua da Concórdia, 372, Edifício Concórdia,
dv. Ma ie Isabel. Paulo Martins. Rogério Meneses, Correspondente Roma), )udy Butler (correspon- Rio de laneiro- Luiza Maria Santos, Sônia Rodri- 12, sala 3. Distribuição: Abril S/A, Cultural e Indus-
Filho («/7/W12-2/*/»7W. (colaboradores). Recife, luis Augusto Falcão dor- dente Nova York), Helena Salen (correspondente Salvador
gues. Luís Augusto Ma.quês, Paulo lack- trial Emílio Goeldi, 575, telefone: 65-5111, São
Rua
respondente). Fupedito Vieira Marco Aurélio Al- Lisboa)
Diretor Responsável Arte: Sérgio r«j|i«Adra .edtar); Chico Ca- son Vrlas Boas; Belém: Isabel Cunha, Tânia Paulo - Composto e impresso nas oficinas da PAT -
Bu-
bertin (colaboradores) Porto Alegre Marcos ruso e Alcy
Ferreira (editores de humor) _ime leão (edi- Ihòes; Campinas Álvaro - Rua Dr
Antônio Carlos Antônio Caropreso, Publicações e Assistência Técnica Ltda.
klassmann (cehfe), Ddniel H«er/, Vdléno Campos ;oi de capa), flilds
'Be/em Andreattoe Pedro de Oliveira Campina Grande leimár de Oliveira; Campo Virgílio de Carvalho Pinto, 412, telefone: 282-2521
Édito» Raimundo Rodrigues Pereira luis Makluf (correspondente), Curitiba (editores-contribuintes). Sérgio de Oliveira (secre- Grande Mduro M Bittar; Cur/ti6a Márcio Anto Material internacional via Varig.

MOVIMENTO 19 a 25/2/79

-.
_ra_____gas_ti_.-_

/IO COM \ Desenterrando doutrinas da guerra fria,
/MEDO PE \ Anistiai Anistiai Gritavam com toda
Ilev/wsom.
V PÍRETA
-REFEITOS
Teste de força
No dia 12, uma reunião do MDB paulista
na Câmara Municipal terminou
com o fechamento da questão em
torno da indicação do novo prefeito pelo
governador biônico Salim Maluf: não se
aceita ninguém, até que seja votada a
emenda que o Senador Mauro Benevides
apresentará, restabelecendo as
eleições diretas nas capitais e
municípios considerados como áreas de
segurança nacional,
Foi uma ação eficiente desenvolvida
pelos novos deputados,
principalmente"candidatos
os chamados populares" nes
eleições de novembro, que mobilizaram
as bases dos bairros periféricos e
uniram 43 parlamentares para o
lançamento da proposta. A tática mostrou
"adesistas"
seu peso, deixando os sem
outra alternativa senão o silêncio ou o
discurso indefinido, cercado de vaias
por todos os lados. A unanimidade total
só não saiu por causa de um único voto
contra. Na verdade o
fato envolve muitos aspectos,, alguns
deles citados pelos parlamentares no
decorrer da reunião:
"nâo
11 o impasse agora é só um problema
de São Paulo, diz respeito a todos os
Estados do pais" (Almir Pazzianotto);
2) "essa proposta é um ato político
extremamente forte" (Antônio Resk);
3) "ou assumimos ou seremos cassados,
não pelo governo, más pelo voto do povo"
(Aurélio Perez);
4) "contamos com o poder do
povo" (Irmã
Passoni).
A proposta é um ato
político forte
porque obriga o governo a discutir agora
e tomar providencias concretas sobre uma
questão que pretendia deixar para mais
tarde: como fazer cóm as eleições
municipais? Abrir ou fechar? De fato,
setores do
poder que acham impossível
obter apoio
popular devido à necessidade
de contenção econômica (ver página 2)
fizeram ampla
propaganda em favor do
adiamento das eleições municipais
para
1982. Segundo Enio Pesce, articulista do
Jornal da Tarde (SP), essa
proposta
estaria ligada à idéia de manter as
indiretas ainda
para governadores e
senadores biônicos, dai ser necessário
garantir os atuais vereadores como
colégio eleitoral
para 82. Esses setores
prevêem desastrosas derrotas para o
governo em qualquer eleição futura
(o arenista
' paulista Cláudio Lembo até
ita pesquisa oficial a respeito).
Agora voltam à carga. Mas vacilam,
talvez porque não
queiram um confronto
tom o movimento democrático num mo-
mento em
que este cresce e em que a um-
dade das forças
que apoiam o regime está
abalada. Teotônio Vilela, Magalhães
Pinto e outros dissidentes arenistas
já
anunciaram apoio à emenda Benevides e
certamente votarão contra o adiamento
MOVIMENTO 19 a 25/2/79
kQf
AMALVO.
das eleições. E mesmo contra o já
anunciado projeto de retirar o poder das
Assembléias para examinar o nome dos
prefeitos. Mesmo Jarbas Passarinho,
futuro líder de Figueiredo no Senado,
disse no dia 13 que a decisão do MDB
paulista era uma coisa localizada, a ser
resolvida no próprio Estado (no dia 15
dizia que o governo poderia intervir
em São Paulo, sem ferir a Constituição)
Do lado do MDB também há dificuldades.
A decisão paulista não deveria
ser norma nacional? No Rio Grande do Sul
já se anunciou que a decisão será a
mesma. No Rio, porém, quase certamente
nâo: embora os adesistas, tipo Miro
Teixeira, já tenham dito que votarão
na Emenda Benevides. Mesmo em Sáo Pau-
lo
quais as possibilidades de levar a
proposta até o fim? Além do adesismo
tradicional, o MDB paulista conta agora
com um número de auto proclamados
independentes, que se situam num meio
"moderados"
caminho estranho entre os
e os adesistas". Na semana passada
surgiu uma lista com 20 deles.
Diante dessa situação, em que os dois
lados enfrentam problemas, de que forma
evoluirá a situação? O governo procura
explorar uma debilidade evidente da
posição emedebista: a de náo ter fechado
questão em torno do programa a ser
cumprido na prefeitura de São Paulo e,
sim, em torno de uma questão formal: a
"Folha
votação da emenda Benevides. A
S. Paulo", diário que tem assumido
posição editorial democrática, "projetoobservou
o MDB não ofereceu um
que
alternativo" para a prefeitura e parece
entáo rejeitar nomes sem sequer saber
indicará
quais são. É certo que Maluf náo
um democrata para a Prefeitura. Mas,
insistindo antes num programa, e náo em
nomes, a margem de manobra
do MDB náo cresceria? E não lhe permitira
melhor o trabalho de puxar suas bases
ser
populares? Esta posição poderia
combinada com a de defesa da emenda
Benevides. E solidificaria a defesa
•do
difícil
partido. Ficaria mais
Passarinho atacá-la como
por exemplo,
fez ná semana passada: tentando
fugindo a
provar que o MDB está
apreciar os nomes indicados para a
é uma de suas
prefeitura, quando esta
obrigações constitucionais. O MDB
de acordo com a
ainda, ficaria mais
exposta por um de seus
posição
mais aplaudidos deputados na reunião do
dia 12, Eduardo Suplicy. Ele lembrou
a respeitar na escolha
que o importante
do prefeito náo é a suposta afinidade
necessária entre o governador e o
.refeito, mas sim, o princípio da
soberania popular: é preciso haver
identidade entre o prefeito e o povo.
Entre a prefeitura e o programa que o povo
ijuer.
•*M
**é*it^>'tf^^
ITIA
Novaa vitórias
e novas manobras
força quase mil na noite da
pessoas que
última quarta-feira lotaram o Teatro
Municipal de Niterói. Comemoravam o
primeiro aniversário do Comitê
Brasileiro pela Anistia e suas
importantes conquistas nos últimos
meses.
Compareceram á reunião representantes
de movimentos pela anistia de vários
estados e personalidades democráticas
como o compositor Chico Buarque, o
antropólogo Darcy Ribeiro, o ator Mario
Lago e o deputado cassado Lisflneas
Maciel. Também estavam no auditório
alguns ex-exilados que retornaram eo
pais há pouco tempo e ex-presos
políticos recém-saídos dos cárceres. Ao
mencionar a presença destas pessoas, o
CBA fez questão de advertir que as
medidas adotadas até agora pelo governo
nfio substituem a urgente necessidade de
uma anistia ampla, geral e irrestrita.
Em seu discurso, Lisfineas Maciel também
destacou este aspecto, além de realçar
"o
que a anistia é, acima de tudo,
estabelecimento de um sistema mais
justo e menos opressor".
Na sexta-feira, dois dias depois da
comemoração, a Polícia Militar do Rio
confirmou as palavras de Lisâneas
dissolvendo com bombas de efeito moral
uma manifestação do CBA frente ao
consulado do Uruguai. Havia quase 300
pessoas e a intenção era entregar ao
cônsul uma carta do CBA pedindo a
libertação de Flávia Schilling, presa
no Uruguai desde 1972. Mesmo assim
a carta foi entregue ao representante
diplomático, no jardim do consulado.
Para o regime, de fato, náo é
interessante que a campanha pela anistia
assuma proporções incontroláveis. Daí
os entraves que opõe ás atividades dos
comitês e movimentos femininos. Mas
também não pode ignorar a crescente
mobilização da opinião pública em torno
do assunto. Daí as suas manobras, como
extinguir o banimento sem extinguir as
penas dos banidos, ou rever apenas
alguns processos de presos políticos.
As intenções são claras: esvaziar o
crescente movimento por anistia ampla,
geral e irrestrita.
Ainda na semana passada o governo faria
mais uma astuciosa investida nesta área.
Uma alta fonte arenista procurou o
ex-deputado Amaury Muller (MDB-RS)
para transmitir-lhe a nova intenção do
governo: conceder a anistia abrangendo
"delitos
numa primeira etapa os de
opinião". Seriam beneficiados com isto
nove dos dez parlamentares que ainda
permanecem com direitos políticos
suspensos: Marcelo Gato, Nelson Fabiano,
Nadir Rossetti, Amauri Muller, Lisâneas
Maciel, Glênio Peres, Marcos Klassman,
Marcos Tito e Alencar Furtado.
A exceção seria Leonel Júlio, cassado
por corrupção. Para anistiar estes
políticos o governo enviaria uma
de mensagem ao Congresso até maio.
Numa outra etapa seriam examinados os
chamados crimes políticos que
"delitos
envolvessem os de sangue", ou
seja: seriam anistiados os condenados
por tentativa de reorganização de
partidos políticos prescritos.
O vice-líder do MDB na Câmara, Alberto
Goldman, ao tomar conhecimento do
tal projeto, na quinta-feira, disse
que isto não significa nenhuma
abertura politica, pois a anistia deve
alcançar todos aqueles que foram
"por
atingidos qualquer ato ou lei
de exceção ou por sua ação política".
CIA
Os alemães e os
seus canhões
Não é novidade que o novo Ministério é
formado por figuras notoriamente ligadas
aos interesses estrangeiros. Contudo, o
agravamento da crise econômica mundial
acentua a disputa imperialista em torno da
economia de países dependentes, como o
Brasil. Alguns fatos
mostram a luta surda que se
trava. Foi divulgado, no último dia 13,
um documento de autoria de Roberto Cam
pos,
onde ele propõe ao gen. Hguab**edo ama
política externa de parceria seletiva" »*
de relações prioritárias oom os ItJA, pais
"o
fortalecimento militar brasileiro e um
elemento favorável eo próprio
fortalecimento militar norte-americano".
diz que no caso da ascenção de regimes de
esquerda na Itália e França, e com a URSS
"o
presente na África, Brasil terá de
expandir o seu papel militar como lider
regional", aproximando-se da Argentino e
da África do Sul. Sua proposta náo agradou
a setores militares, que classificaram-na
como contrária aos interesses do Brasil.
"Bob
Roberto Field" Campes reagiu á
divulgação do documento dizendo que fora
feita por pessoas interessadas em
"queimar"
as suas chances de ser
embaixador em Washington (no relatório,
Campos critica Carter por sua política de
direitos humanos). Aliás, já a sua
anunciada escolha para o Ministério das
Relações Exteriores teria sido vetada
pelo governo por sua excessiva vinculaçáo
com Washington, como disse Veja há três
semanas.
Por outro lado, segundo o Relatório
Reservado, a presença de Aureliano Chaves
e João Camilo Pena no governo Figueiredo
marca ponto para o imperialismo alemão.
Como governador de Minas, Aureliano e
seu Secretário da Fazenda, Camilo Pena
facilitaram a entrada de grupos alemães
no mercado brasileiro, via MG, apesar da
forte oposição do BNDE e da ÀBDIB.
Contudo, os interesses americanos ainda
estão seguros: segundo Orville Freeman,
ex-ministro da Agricultura dos EUA, a
presença de Delfim Netto na Agricultura
é garantia de incentivo para a
participação de multinacionais na
agricultura brasileira.
José Carlos Ruy
IMPRENSA
Processo
e apreensão
Segunda-feira, dia. 12, em Belém,
o jornalista Luiz Maklouf, editor do
Resistência, e o presidente e a
"Sociedade
secretária da Paraense de
Direitos Humanos'', Paulo Fontelles e
Hecilda Veiga, compareceram mais uma
vez á Auditoria. Militar para prestar
depoimentos. Os três estão indiciados
na Lei de Segurança Nacional, acusados
"notícias
de publicarem falsas'* para
indispor o povo contra as autoridades.
"noticias
As tais falsas" são
depoimentos de Fontelles e Hecilda a
respeito de torturas que sofreram no Minis-
tério do Exército (e que foram
publicadas no jornal editado por
Maklouf). Os três reafirmaram tudo que
foi publicado e também disseram que os
torturadores é que deveriam estar
no banco dos réus. Cerca
de 100 pessoas compareceram â
Auditoria, mas náo puderam entrar. Ao
final, os advogados de defesa pediram
a desqualificaçâo do crime para a Lei
de Imprensa.
Ministério da Justiça mandou apreender
"aten-
a última edição de O Repórter, por
tar contra a moral e os bons costumes"
0 jornal apreendido traz uma
reportagem sobre lesbianismo e, na capa
montagem fotográfica mostrando
Figueiredo vestido de mulher e com a
"Figueiredo
legenda: é nossa rainha"
(numa alusão aos super-poderes do
ministro Golbery do Couto e Silva).
A apreensão, segundo os
editores, nâo causará maiores danos
econômicos, pois 90% da edição já havia
-sido vendida.
ERRATA
Na semana passada, MOVIMENTO
afirmou na
"Em
nota 10 anos, 4 vezes mais
trombadinhas",
que existem 18 milhões de menores
armados na Capital de SP. Corrigimos
o evidente engano: na verdade são
18 mil menores em armas.
 HHHIH..H menor custa mensalmente CrS 7 mil, mas
MILITARES "a
comida é péssima, o agasalho é

*¦•¦_______________________' al mm O caso dos insuficiente, higiene nâo existe".

"Vi
certa vez comprarem 40
quilos de
queijo e metade ser desviada",
soldados e Nas unidades femininas, menores
saem
LÉK,:|ijãHHH BI com a cobertura de funcionários
^M_l __^l I desaparecidos para se
prostituírem na cidade, e quando voltam
repartem com eles o dinheiro. Até
Domingos dos Santos e Jorge Domingos dos pouco
tempo, os inspetores eram homens, e
Santos, integravam a Brigada de
obrigavam as meninas a manterem
Paraquedistas do Rio de Janeiro em 1969,
relações sexuais com eles.
quando foram transferidos para Porto Estupro
é coisa comum, menores com
Velho, em Rondônia. E desapareceram. Os
menores, com aquiescência de inspetores.
pais desses dois irmãos soldados vêm Maconha,
psicotrópicos e até drogas
tentando saber deles e agora deram
fortes são passadas por pessoas
corpus, no que
'< ¦ ' entrada em um habeas
trabalham na unidade, pagas pela
"boca
_i _l _H ww mm 'S-X y^É Tribunal Federal de Recursos. O caso
de fumo" do Jardim Arpoador.
é que as informações a respeito do que Depondo na comissão de Inquérito
aconteceu com eles são conflitantes.
instaurada pela Febem, Ângela confirmou
O Ministério do Exército informa que todas as declarações e estranhou
que
os rapazes não serviram, jamais, ao não lhe tivessem feito perguntas sobre
Exército, enquanto militares acionados
os aspectos mais graves de suas
pela família em busca de pistas dão denúncias, como tráfico de drogas,
versões as mais diferentes sobre o
*j*?*\~' prostituição, etc. E acrescentou ainda:
vSP^aJP"" /" .. -*^H caso. "Uma
__K|_N_fl_E_&_^_ta_S_-->^'>$d_k4 devassa total na Febem e demais
Consta que um teria sido mordido por uma
entidades encarregadas do menor seria
cobra, tratado e depois dispensado.
o melhor presente para a criança neste
Durante dois dias, i.400 motoristas pararam em Jundiai (SP). Seria Jorge, outros diziam ter
que ano internacional a ela dedicado".
saltado de paraquedas na Amazônia e se

GREVE perdido, embora existam indicações

METALÚRGICOS
dando os dois como desaparecidos
durante a guerrilha do Araguaia, o
que complicaria o caso e, caso se
Preparando-se para
Esses combativos confirmem, daria maior dimensão ao
julgamento da questão no TFR. a greve imediata
X medida que se aproxima a data (1" de
motoristas MENORES março)
setor
empresários e trabalhadores do
de
metalúrgico negociarem diretamente
a tentativa de acordo, acelera-se de
Uma denúncia cada lado a mobilização de forças e
recursos para que cada um dos campos
Nas grandes cidades brasileiras, a parados no portão da empresa. Em seguida estarrecedora ceda menos.
categoria dos motoristas urbanos tem os motoristas das outras empresas A Federação dos Metalúrgicos de São
enorme importância econômica e social: aderiram ao movimento. A greve pegou de Paulo, na circular 05/79,recomenda aos
é responsável pelo transporte da grande surpresa e não qualquer ajuda do
teve A professora e ex-funcionária da Febem sindicatos que orientem os associados
massa de trabalhadores e^quando pára, (Fundação do Bem-Estar do Menor) Ângela
sindicato. O presidente do sindicato, para que controlem de dentro das empre-
paralisa também o resto da população. É José Garcia só tomou conhecimento dela ML. divulgou gravíssimas acusações sas as tentativas de aumento da
também uma categoria sofrida e combati horas depois. Após dois dias de ao órgão. Depois de trabalhar 5 meses
quatro produção e estoque, o que facilitaria a
vaia em 1976, muito antes dos numa de unidades, afirma ter
suas
greve, porém, uma dezena de carros da "o dispensa de trabalhadores em momentos
metalúrgicos. Polícia Política e policiais da Polícia concluído que esquema de recuperação
críticos de negociação ou após a campanha
tentou fazer uma greve em São Paulo e Militar se deslocaram de Sáo Paulo a do menor funciona ao contrário".
salarial. O aumento de produção e
"garantia
seu sindicato sofreu intervenção Jundiai para dar a quem Algumas de suas denúncias: estoques é uma das recomendações de uma
•O
federal Vm ano antes, em Salvador, quisesse voltar ao trabalho"
ou seja, próprio diretor da unidade responde circular reservada do SIMESP (Sindicato
fizeram greve branca impedir as a dois processos administrativos por
para pressionar pela volta ao trabalho. da Indústria de Máquinas e São Paulo)
horas extras, um dos grandes tormentos Foi feito o acordo entre sindicato e roubo e desvio de madeira e material.
que chegou ao conhecimento dos demais
de sua situação Os casos de espancamento são comuns;
profissional. Este ano, patrões à revelia dos grevistas, "verdadeiras sindicatos.

H
o Rio parou quando os motoristas concedendo antecipação de 20% e não as unidades sáo centrais
Por outro lado, a nota da Federação dos
entraram era greve por melhores aumento de violência". Inúmeros menores têm
pedido. Metalúrgicos diz
que, patrõescaso os
condições de trabalho e maiores salários. Orna novidade da greve de Jundiai: embora problemas desurdezem conseqüência de
"telefones" mantenham a política de não negociar,
(tapas nas orelhas). "caberá
o sindicato não ajudasse, os motoristas aos companheiros preparar
agora, a greve dos motoristas de As unidades são autênticos cabides
contaram com a ajuda do líder do MDB efetivamente a categoria para uma grave
ônibus chega também ao interior. Em Areoval Alves que
de emprego. Naquela em que Ângela imediata, como única forma de impedir a
Jundiai, cidade de 300 mil habitantes, compareceu e sugeriu a formação de uma trabalhava, apenas 2 funcionários
ação opressora da classe empresarial
.i BO Km de São Paulo, 1400 motoristas foram admitidos
oposição ao sindicato local da categoria. por concurso. contra os legítimos interesses dos
pararam na semana passada, por 2 dias, As condições de trabalho dos motoristas e Os desvios de verbas são comuns. Cada trabalhadores".
reivindicando 20".. de aumento. Já em de Jundiai são as mesmas das grandes
setembro passado eles haviam parado as cidades. O motorista trabalha cerca de 12
três empreses de transporte urbano da horas diárias, na maioria das vezes sem
com a faixa aberta no Morumbi, SP, no
cidade S obtido 20% de aumento e mais intervalo FUTEBOL
para almoço para receber com
20 jogo Corintians x Santos, dia 11, com
para este janeiro, que afinal náo diversas horas extras um salário de "Anistia
saíram e constituíram parte dos motivos os dizeres: Ampla, Geral e
cinco mil cruzeiros.
Irrestrita". Apressou, também em dizer
de nova paralisação. .
A paralisação teve início na Auto Ônibus A anistia dos que é apolítico, mas não negou que
trabalhou na campanha de Cantídio
Jundiai, a maior empresa da cidade. Os GARIS Sampaio, um dos mais reacionários
primeiros trabalhadores começaram a gaviões deputados da
paulista. O que Arena
Chegar ás 4 horas da manhã e ficaram

Esses lixeiros dissidentes Castilho não diz

que começa a se é
consolidar um grupo de oposição dentro
"inconcebíveis" dos Gaviões, com a mesma
"garra",
da Fiel
O presidente do grêmio Gaviões da Fiel, mas sem ignorar os interesses mais
a maior torcida organizada do corintians
gerais da população. E, suspeita-se,
Andrés Moreno Castillo, fez de tudo teria sido esse grupo dissidente o
Após "Gaviões" para
quatro dias de greve, os lixeiros mostrar que os não tinham nada responsável pela oportuna faixa.
do
Rio voltaram ao trabalho, na última
quinta feira, sem terem conseguido, até
então, o aumento reivindicado (de Cr$
1.577,00
para Cr$ 4.680,00). Na quarta
**B ^WÊA^ 9****—
_ feira, dia
14, a greve já havia sido
^^^L
declarada ilegal pelo ministro Arnaldo
Prieto, enquanto o delegado regional do
Ji An i / k k
Trabalho do Rio, Luiz Carlos de Brito,
"Mais
dizia: do que ilegal, essa greve
é inconcebível". As ameaças de demissões
coletivas e individuais, além das ft^jaBiMKwffinsrS mmmiSm^Sbw n^__$i_C__9u
pressões do próprio presidente do
I___T" Sindicatodos Garis, José Umbelino dos
Wlmmmr V A Santos, foram decisivas para o fim do
L> r^M______k_^_^4 m \m movimento.
^_ufs__ i_ra___W_ M_-_nfir_ra l_--M^-----/eWl?Trlfaf^iM^P^^ílrmLímm» *ôm/\
Se o
prefeito Marcos Tamoyo tivesse, de
imediato, aceitado opedido dos garis,
além de evitar os transtornos
~^***^m^l^'^mmmA^ m decorrentes da
sujeira que se acumulou
mW'
pela cidade justamente agora que
estão chegando as celebridades
internacionais para o carnaval
a despesa total da Comlurb, que
foi de Cr! Fir.f. milhõf-s em 197R spria
aumentada em Cr$ 23 milhões. Ao invés de
destinar 2% de seus gastos com salários,
\, Areou al. o vereador que apoiou a greve. a Comlurb passaria a destinar 5%. No meio dos corintianos, uma faixa incomum

mm
MOVIMENTO 19 a 28/2/79

" ''. '

v
 'MmmmmmmrtL^irM,:
_^_. .^^.é \*\ú*y <
SEQÜESTRO "Fleury
vôo junto com o dos Pampas". tranqüilidade, conta que esfaqueou qual Constanteen Helal, pai do Paulo
Agora, resta esperar que a Justiça, com um canivete sua namorada, em era Provedor. Um sargento da PM,

Em tempo de revitalizada por esse tempo de diligências Curitiba, onde estava morando com sua Homero,

possa, enfim, dar uma satisfação â

família. Motivo: ciúmes. que investigara o caso por conta própria

diligências opinião pública sobre os acontecimentos Criança, João não que tivesse
acreditou e
aos
apresentaria
suspeitos/ também
conclusões desfavoráveis
morreu. Todos
mesmo matado a namorada. E fugiu da os
que levaram Lilian e Universindo
os primeiros indícios delegacia em que estava preso para filmes periciais, feitos quando o corpo
Finalmente, surgem aos cárceres da ditadura uruguaia. (HAF)
do Rio Grande do Sul (e assistir ao enterro. Passou algum tempo de Aracelli foi encontrado,
de oue a honra "Depois
Sinval Guazzeli)
IMPRENSA desapareceram e várias provas materiais
do governador poderão tendo pesadelos. passou", diz.
a partir desta que é a 13» Dois anos na Escola Correcional Queiroz também foram eliminadas,
ser reparadas
semana desde
o seqüestro do casal de Serginho Maverick, Filho, de Curitiba, foi demais para o
mesmo depois de
duas crianças, em Porto apanhava, a comida estarem em
poder da Justiça.
uruguaios e garoto. Fugiu porque
Alegre, no ultimo
novembro. a falsa glória era ruim. Ainda recolhido, decidiu, que Desta forma, apesar de volumoso, o
"aprontar":
são as dezenas reunir de
E os sintomas principais ia já era mesmo um assassino. processo pouco pode
de diligências pedidas
na semana que do menino mau Matou novamente 3 anos depois e, pela substancial contra os acusados. Segundo

justiça do Estado e Federal, terceira vez, em 1978. o jornal Folha de S Paulo, o juiz Hilton
passou pela Nasceu em 1953 ou em 1958? "Diário
do Conselho Superior Nessa época, o da Noite" Silly, responsável pela
além da nova postura Ele mesmo "Continua
da Segurança solto o reabertura do processo é um dos mais
de Policia da Secretaria náo sabe, mas é de Rio Branco do Sul,
afirmava em manchete:
e investigando a homem mais perverso da cidade". Ao lado íntegros do Estado do Espírito Santo.
agora reconhecendo interior do Paraná, e traz de lá a fala
de policiais no crime contra do título, uma foto de João. Isso, talvez não seja suficiente para
participação cantada. Pisca muito, seu único tique,
construiu a fama o processo chege ao seu final com a
a Soberania Nacional. é baixinho, está muito magro e há menos
A imprensa policial
"Promessinha" "Luz
que
Senão, vejamos: de marginais como e punição de todos os culpados, mas
¦Existem de 90 dias foi metralhado ao ser caçado
_ indícios de que outros Vermelha". Mandou para a morte pode dificultar a repetição de
pela policia em Corumbá, Mato Grosso, e "Wilsinho
além dos jd conhecidos, possam tantas irregularidades como as que foram
policiais, por isso manca perna esquerda.
da
neste caso". Foi a Galiléia".O garoto Maverick é sua última cometidas nestes 5 anos sob conivência e
estar envolvidos E moreno claro, cabelos ondulados e
Dirceu vitima. Com isso mascara a omissão da com
afirmação do promotor público acha
Pinto após encaminhar ao procurador- sociedade - que não ampara a uma participação de elementos do ministério
que faz um belo tipo para as mulheres.
geral da
Justiça do Estado, Antônio criança de 13 anos, já assassina. E público e da policia.
Mas nos seus vinte poucos anos de vida
de Medeiros, um pedido de Outros casos semelhantes se arrastam
Ricardo
matou três pessoas - duas mulheres. pior: esconde a ineficiência de
"mais carregados de denúncias de
diligências para que possa aprofundar Assim é João dos Santos, conhecido
uma polícia que não consegue sequer corrupção e
Dirceu Pinto estuda a deter o assustador número de 55 assaltos irregularidades
pelos Fóruns do país:
o caso.
por toda a sociedade como Serginho
CASO ANA LÍDIA
representação feita pela OAB/RS enviada e roubos realizados por dia, só na
Ana Lídia tinha 10 anos
Maverick", conforme se apresentou a
à Justiça com base no relatório da Grande Sáo Paulo, no ano passado. quando foi violentada e morta em
Movimento, na quinta-feira (15/2), um
Comissão de Investigação. O promotor (MT/HAF) Brasília. Entretanto, o caso permaneceu
dias de ser trazido por 2 policiais
depois
exigiu os 4 volumes (1 do inquérito insolúvel por envolver familiares de
da Equipe B da Delegacia de Crimes Contra POLÍCIA
da Polícia Federal e 3 da sindicância da ministros e senadores como o
a Pessoa, do DEIC (Departamento Estadual "Buzaidinho"
Secretaria da Segurança) e terá 15 dias de São Paulo.
atendidos os seus pedidos, para oferecer
de
Foram
Investigações
buscá-lo
Criminais)
no Mato Grosso - onde Os terrores ocultos filho do então ministro da Justiça
"Rezendinho",
ou náo denúncia ao procurador do Estado. Alfredo Buzaid e filho do
preso por acaso, depois de ter roubado
pelo dinheiro
"Esclarecer foi
com maior profundidade o senador Eurico Rezende, ex-senador pela
um Maverick de um tenente da Marinha.
episódio e nâo retardar o seu Arena e futuro governador biônico
É esse o garoto que ocupou as páginas Mais de 4 mil páginas, 296 testemunhas e do Espírito Santo.
esclarecimento". O governador Sinval
nobres dos jornais de São Paulo na
Guazzeli, há menos de 1 mês de deixar o 483 depoimentos. Assim estava o processo
ultima semana. Um prato cheio, para a "caso CASO NEILA - Em 1970,
tocante a do Aracelli" até dia 12 último,
poder, parece ter pressa no imprensa para a polícia: fez cem
e João Alberto AJves
retirar a mancha que paira sobre seu quando foi reaberto pelo juiz Hilton
assaltos em três estados (Paraná, São Bandeira, Antônio Isaburo Nishiyama e
Silly, da 3» Vara Criminal de Vitória
governo, como demonstra essa sua última Paulo e Mato Grosso) e desde Ricardo Irineu Queirolo Neto foram
que Desde a morte da menina Aracelli
declaração. E foi ele quem modificou por (ES).
matou o Junko Miazakim, membro acusados da morte de Neila Ribeiro, de
decreto a composição do Conselho Superior Cabrera Sanches, 8 anos, estuprada,
influente da 11 anos, na cidade de Londrina (PR).
de Policia: excluiu 4 policiais e coiônía japonesa, "pedidos". deformada com ácido e abandonada em
tornou-se um dos criminosos Ricardo foi excluído do
processo por ser
nomeando para 2 das vagas, um promotor local ermo, a 18 de maio de 1973, três
Por isso, os policiais do DEIC fizeram menor além de ser genro de um juiz de
(Rui Rosado Aguiar Jr.) e um consultor milionários capixabas passaram a ser
de sua apresentação à imprensa um direito da comarca. O poder financeiro
jurídico do Estado (Ivalino J. Bortolan). apontados como responsáveis: Paulo Helal
espetáculo no qual ela mesma dos demais favoreceu irregularidades
0 CSP passou de 9 para 7 membros, agora D ante de Barros Michelini e Dantinho
ficou com papel importante. Logo que e pressões que descaracterizaram a culpa
com 4 representantes da polícia e 3 Michelini. No correr do
processo, porém,
João dos Santos desceu do avião, em dos já indiciados.
bacharéis - entre estes, o advogado e verificaram-se irregularidades que
relator do de seqüestro, Renato
Congonhas, já o esperavam dois invariavelmente favoreciam os acusados. CASO CLÁUDIA O corpo de Cláudia Lessin
processo
fotógrafos e um repórter. Levado
Maciel de Sá Jr. Guazzeli
puniu, ainda Por exemplo, uma japona encontrada com Rodrigues foi encontrado nos penhascos
diretamente ao DEIC, começou a contar
exonerando das funções Silvio Alfonsin, manchas de sangue em um edifício da av. Niemeyer, no Rio, dia 25 de julho
suas histórias sete jornalistas,
a
porta voz da Secretaria da Segurança a próximo de 1977. Entre os suspeitos estava o
cada um acompanhado de seu fotógrafo,
quem coube divulgar e sustentar a versão ao local onde seria encontrado o cadáver milionário Michel Frank,
que mesmo após
de que o relator Maciel de Sá Jr., na sema-
numa sala pequena da Divisão de de Aracelli, e onde Paulo Helal tinha um ser formalmente indiciado em inquérito,
Homicídios. Ali, policiais de todas
na retrasada, já havia visto e pedido apartamento, náo foi incluída no conseguiu fugir para a Suíça. Os demais
as delegacias do Departamento passaram
diligências complementares á sindicância. forma,
processo e desapareceu. Da mesma"patota" envolvidos, sem os mesmos recursos
olhá-lo. Interrompeu-se a coletiva
Como se recorda, o advogado estava há 23 para Fortunato Picin, que pertencia á financeiros de Frank, aos poucos estão
Fleury,
dias fora do Rio Grande e sõ na última para que Sérgio Fernando Paranhos de Paulo Helal e Dantinho, e conhecia sendo alcançados pela lei, caso de
semana participou diretor do DEIC, pudesse vê-lo em sua detalhes altamente comprometedores do
pela primeira vez de George Khour, cabeleireiro, e do francês
sala do 5" andar. Fleury não
uma reunião do CSP. crime, morreu após uma injeção de Valium Daniel Labelle, expulso do pais por
comentou absolutamente nada, e
E o relator pediu 14 novas diligências 10, na Santa Casa de Misericórdia, da ordem do presidente Geisel.
à polícia para melhor esclarecer a também permitiu que o
não

sindicância feita no tempo recorde fotografassem com o garoto.

de
/O dias! Por João dos Santos tinha 13 anos quando aMMWBMMMPJHMMBBM ; *^atmM^*fMWMMÍj*MM
ter acompanhado o caso
cometeu seu primeiro crime. Com
através da Imprensa e da investigação da
OAB, Renato Maciel de Sá Jr. enumerou ________ _________________*. yffij_", 'P!___.___H ___¦____!
uma série de
perguntas que ficaram no ar
desde que os dois
jornalistas da revista
Veja surpreenderam 5
policiais no
apartamento de Lilian Celiberti, no dia
17/11,
&*_gv.- *•*-. PH R_fi ______K
e posteriormente reconheceram
entre estes o inspetor do DOPS Orandir
Portassi Lucas, "Didi Pedalada".
Eis as principais diligências requeridas __K__3f__^* _____________________________________
em ritmo
de urgência:
_^_ V_, *m
Submeter todos os funcionários lotados
ou a serviço do DOPS, de agosto a
novembro de 1978, ao reconhecimento dos
dois jornalistas; e da mesma forma o
proprietário do apartamento onde morava
Lilian Celiberti.
(Jaime Plavinik, o dono
do apartamentcyrecebeu
rlrailJ Pi • Z*mtnKBí*M MMW - * fi-*m>mr^*^. i ¦¦«C^ t___
de um homem um
bilhete falso de
Lilian 3 dias depois
dos jornalistas terem "operação
flagrado a
suja").
Chama especial atenção
para o fato de
terem os Hh*_fi _-_r3_r-____i
jornalistas feito o retrato-
"chefe
falado do da operação" no
apartamento -
homem que com eles falou
»os 20 minutos
que estiveram detidos _
impedidos de
exercer sua missão.
^'ede ser informado
sobre os chefes
imediatos de "Didi
Pedalada" no DOPS; e
quer saber o
que o delegado de operações
u dro Seelig(reconhecido
como seu
seqüestrador
pelo menino Camilo Celiberti)
oi fazer em São
Paulo no dia 21/11.
•Neste dia,
Seelig liberou dois policiais
uruguaios
no aeroporto de Porto Alegre,
depois de
deüdos
pela Polícia Federal
porque embarcavam
para Sâo Paulo por-
lando armas). Acima, à esquerda, Paulo Helal, um dos acusados pela morte de Aracelli (à direita).
"casos".
Maciel Embaixo, Ana Lídia e Cláudia Lessin, vitimas em outros
quer saber ainda da Varig,
MJais passageiros embarcaram Maverick": 3 mortes e 100 assaltos.
no mesmo

MOVIMENTO
lft a 25/2/79
 Todos estão cansados
das ditaduras
"Ante
a deplorável realidade de Lorscheider, como ainda na conclusão
violência na América Latina, queremos do documento, como primeiro elemento
nos pronunciar com positivo do trabalho feito de
clareza". Medellin para cá. Elas estão no
Este é um dos trechos do texto centro do documento, com um pequeno
final divulgadcno último dia 13 pelo estudo não muito desenvolvido, e
—
Z—Ammm^^^^mmi mÊStm^M lmÊm&mí^^ Ceiam, Conferência reaparecem por toda parte.
do Episcopado Latino-Americano, como É certo que o capitalismo e o
resultado de seus trabalhos em comunismo já deram o que tinham que
Puebla, no México. D. Paulo Evaristo dar e vocês notaram que náo foi muito
Arns, Cardeal-arcebispo de São Paulo, bom para o povo, explorado pelo
PETRÓLEO
fez da comissão final de capitalismo, e o comunismo
parte
redação do documento e falou com onde foi implantado acabou em

hora, a seu respeito á ditadura. Que se uma

De hora em
exclusividade procura
enviada especial de Movimento, (Regina terceira via náo é novo.
Festa). O texto de
Abaixo transcrevemos partes de sua Puebla diz que se procura ama
entrevista, de alguns trechos alternativa cristã para a sociedade

a coisa piora do
precedida
documentos dos
bispos latino-americanos.
nova.
deve
Mas também diz que ninguém
ditar para o povo. O povo mesmo
"ampla
Pedindo anistia e generosa" é quem deve construir a sociedade.
em todos os países e o retorno dos Eu acredito que o nosso documento
-do corresponderia ao perfil industrial muito a participação
A questão petróleo continua sendo exiladospolíticos à sua pátria, o favoreça
a fonte das maiores inquietações brasileiro onde ressalta saliente a documento ó extremamente explícito popular, mas acredito que nâo passou
quanto
indústria de automóveis, como se nós,
ao futuro da economia nacional. Cada vez em suas denúncias das condições de pela cabeça de nenhum bispo que a
mais a coisa No inicio do Brasil, fossemos Estados Unidos", miséria da América Latina e na Igreja iria ser a construtora da
piora. governo
Geisel, o Brasil produzia cerca de 180 observou Luiz Alberto Bahia na Folha de descrição das condições sociais, sociedade. Ninguém fazer alguma
pode
Paulo. Mas mesmo o consumo caia
mil barris por dia e consumia 800 mil, S. que econômicas e políticas do coisa paternalisticamente para o povo
"Queremos
conforme os dados da revista Veja da os 10% desejados pelo governo, o Brasil continente. nos referenciar sem o atraiçoar de alguma forma.
semana passada que também informa: hoje continuará dependente do óleo importado. especialmente á sindicalizaçáo", diz Eu entendo a anistia ampla e
"a
Isso explica a correria da Petrobrás o documento, quando fala que como reconciliação no sentido
produzimos 170 mil barris e consumimos generosa,
1,1 milhão de barris. Quer dizer, só para arranjar produtores que falta de respeito à dignidade do cristão, como base para
qualquer
substituam os 130 mil barris diários homem se expressa em muitos de vida. Em família pequena ou
temos que precisamos e somos
15% do
obrigados a importar o resto. Se fosse fornecidos pelo Irá (e que foram nossos países na ausência de ampliada, eu entendo anistia ampla e

possível economizar 10% do que . suspensos). A tarefa não está sendo participação social a diversos generosa como a definiu o episcopado
"Sobretudo
importamos, diminuiríamos nosso déficit fácil. Apenas a Venezuela já concordou níveis". nos países onde há para todos os que foram
brasileiro:
"a
em 400 milhões de dólares.
panorama O em remeter algo quadro de mais. Nesse regimes de força", diz ainda, condenados, exilados ou sofreram de
escurece mais ainda quando se vê o apertos um minguado consolo: o Campo de legislação trabalhista se aplica outra forma, como presos políticos,
crescimento dos rumores sobre um novo Garoupa começou afinal a produzir. Mas, arbitrariamente náo é levada em ou oor motivos ideológicos.
"vêem
aumento nos pregos do produto, alardeado só 1.500 barris por dia. conta", porque estes países Porque defendiam ideais, nós achamos
esta semana por vários representantes da com maus olhos a organização de que os demais atos cometidos com
OPEP. em função da virada no Ricardo Bueno operários, camponeses e setores violência devem passar para a
política
Irã, causando correria em todos os populares, e adotam medidas repressivas justiça civil, como é normal a todas
".
países importadores, enquanto 0 Brasil para impedi-le as nações, e não devem ser julgados
se mantém impassível, como se nada ALFÂNDEGA No campo político, os bispos por um tribunal especial.
"nos
estivesse acontecendo. Mas muita coisa afirmam que últimos anos se 0 documento fala com muita clareza
está acontecendo Ê o que explica este constata a deterioração do quadro sobre o relacionamento entre países
artigo*
Ci.istos de mais de 5 bilhões de dólares
Vigilantes político, em detrimento da. ricos e pobres, que se sentem
explorados.
até
participação dos cidadãos na agora marginalizados,
COtn
Um fantasma
as importações
muito
de petróleo este
real, devido ao
ano?
contestados condução de seus próprios destinos. É importante terem os observadores
Aumenta também com freqüência a desses países mais ricos tomado
violento aumento do consumo de injustiça
institucionalizado".O muito a sério esses pontos do
"a
derivados de petróleo (cerca de 19% de O Ministério da Fazenda deverá documento explica: tortura física episcopado.
janeiro dfl 78 a janeiro de 79) e a contratar, até o final do e psicológica, os sequestros, a Assim, talvez possamos
governo,
possibilidade de elevação do preço do 2.600 funcionários de nível médio, como perseguição de dissidentes políticos dar novos passos neste grande e
óleo no mercado internacional com o auxiliares de desembarco aduaneiro. Os ou suspeitos e a exclusão da vida complexo das relações
problema
corte produção no Irã
da (segundo maior salários vão de $ 4.550,00 a $ 7.700,00 pública por causa de suas idéias são internacionais e da exploração, que
exportador mundial, com 6 milhões de se ser feita a partir daqueles
para funções como vistoria de bagagem, sempre condenáveis". diz
"know-how",
barris por dia). controle de carga, vigilância e Refere-se também à doutrina de segurança que têm ou seja, aqueles
"se
0 que lazer? O governo saiu se com um repressão. nacional, dizendo que esta Dpoe a' que têm o conhecimento, os meios, o
novo pacote ile racionamento do consumo Os atuais fiscais acham uma visão cristã do homem", e dinheiro, a maquinaria, contra os que
que isso "vinculada que ela
determinando entre outras coisas que os facilita contrabando e
o importações está a um só têm a matéria-prima e se sentem
"A
postos de gasolina fechem às 9 horas da indevidas. inevitável rotatividade e determinado modelo econômico e sugados dos seus meios pelos outros.
noite nos dias de semana, proibindo que facilidade de contratação abre as portas de características e E certo que os empresários têm
político,
se venda gasolina em vasilhames com B importadores inescrupulosos que elitistas e verticalistas elementos muito interessados na
que
menos de 100 litros de capacidade e poderão introduzir prepostos remunerados suprime a ampla do doutrina social da igreja e no
participação povo
dando um aperto nas empresas para que pelos cofres públicos. nas decisões
políticas". comportamento dos cristãos dentro da
utilizem óleo combustível (não A constituição federal não essa O documento também destaca a sociedade. Gente da mais alta
permite
permitindo que a totalidade dos contratação. Mas, o coronel Darci situação dos pobres e cita os responsabilidade vai ler este
aumentos de preço desse derivado seja Siqueira, diretor do Departamento de indígenas, camponeses, operários, documento o quanto antes.
e
repassado aos custos de produção). Ò Administração dos Servidores Públicos, marginalizados, subempregados e Como ele vai ser recebido? Bem eu
"esqueceu-se"
objetivo do pacote é reduzir o consumo de incluir na proposta desempregados": rostos concretos em acredito que será recebido
em 10% e a avaliação de seu sucesso ou encaminhada a Geisel, foi concebido, com o
a lei n° 6.185 eo que são reconhecíveis os traços como
fracasso será Jeita em julho. decreto 77.464 do
que permite não .sofredores de Cristo. 0 texto espírito de construir a partir
Mas, desde agora, "os
alguns analistas contratações sem concurso púhlico, para porém, acrescenta que pobres, povo uma sociedade.
acham a
pretensão oficial absurda. Com evitar corrupções. E foi Geisel quem alentados pela ígreia, começaram a Mas se eles reservam para si tudo o que
esse pacote o máximo que será possível assinou as leis contratações se organizar uma vivência há de bom, então eles terão que continuai
que proíbem para
é reduzir o ritmo de crescimento do diretas, agora aprovadas. integral de sua fé e um reclame cercando suas casas de cachorros,
para
consumo F. uma das razões é que mais 1 de seus direitos". metralhadoras e de tantas outras
milhão de veículos estará circulando Enfim os bispos
denunciaram relações seguranças. Não é normal vivermos
"como
pelas ruas do país este ano. de injustiça entre os países com privilégios. É normal vivermos
Apesar disso, a indústria ECOLOGIA
conseqüência dos novos controles e compartilhando.
automobilística diz que dará sua exploração causada
da pelos sistemas (Sobre
contribuição para a racionamento, de organização
se o texto pode acentuar os
da
economia e da poli
acertou com o governo crescer atuais conflitos entre Igreja-Estado
pois
"apenas" tica internacional". Adverte que
no Brasil): Nós não viemos aqui para
5 a 6% (contra mais de 10% no esta situação pode mesmo agravar
ano passado), com os veículos de Lutzemberger o subdesenvolvimento do hemisfério,
declarar
viemos
guerra,
aqui para
mas
conservar
também
o
não
status
passeio ficando limitados a 2%. Caso a ou até torná-lo permanente.
redução de 10% náo seja atingida, o Abaixo estão alguns dos quo. Nós viemos aqui para levar
governo promete lançar mão de medidas José Lutzen berger continua com o título adiante aquilo que tem fermento na
comentários de D. Paulo sobre Puebla.
mais duras para deter a escalada do de Engenheiro Agrônomo de 1978. Foi o massa, sal para a comida, luz onde
consumo de o aqui no México, usou mais há trevas.
petróleo. O racionamento que ficou decidido na última papa,
estaria entre elas? O Palácio do sexta-feira, dia 16, quando quase 500 de vinte e cinco vezes a •
palavra Medellin era umaponta de lança.
Planalto fechou-se em copas. Mas há um agrônomos s euniram na sede da libertação e teologia da libertação,
Tinha alguns pontos acentuados, mas
forte obstáculo ao racionamento Além do Associação do.- Engenheiros Agrônomos Portanto, ela nâo poderia ser
não era um conjunto de pastoral. Em
consumo estar aumentando sempre e da do Estado de S. Paulo analisar a condenada se
o próprio papa veio
para Medellin nós saímos de um cursilho
queda de
produção, ao lado da proposta de alguns associados para que para cá e falou nessa linguagem.
internacional. Hoje nós vivemos com
performance da indústria de veículos, o título fosse retirado de Depois, o documento que elaboramos uma experiência carregada de
sempre crescendo (e agora com tanque» Lutzemberger. Na hora da votação, vai trazer muitos elementos para a
conflitos e depois de uma
maiores em alguns modeios), existe a apenas 6 pessoas, claramente teologia da libertação. Sem
experiência de dez anos com a
Petrobrársj cujas refinarias estão identificadas com os interesses das çviolência, porque tudo o que gera teologia da libertação. Quase todos
programadas para produzir grandes grandes indústrias de fertilizantes, violência não é teologia. o
estão cansados das ditaduras, mas
As comunidades de base mereceram
quantidades de gasolina em comparação votaram a favor da cassação,
povo não quer o caos, e sim construir
com os demais derivados de petróleo contra outras 450. A assembléia destaque logo no discurso de
"o uma possibilidade de todos terem
Afinal, seu perfil industrial terminou numa grande comemoração. abertura pelo cardeal Aloisio
comida, teto, instrução.

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).;-.'TJ'.'
6 MOVIMENTO 19 a 28/2/79

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A verba liberada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico para socorrer as

re giões atingidas pelas enchentes é mais de quatro ve zes inferior
"ajuda"
à que o governo pretende conceder as empress falidas
do industrial Jorge Wolney Atalla

1,5 bilhão para os flagelados

W bilhões para Atalla
Depois de 40 dias de verdadeiro dilúvio,
sol reapareceu e
as chuvas diminuíram, o
rios das regiões de Minas, Espirito Santo
os
**m.
e Estado do Rio atingidas pelas grandes _______________________________________________________________________________________¦ ____________________ ¦*• *^mBB^^^BÊ
cheias finalmente começam a retornar aos
seus leitos. Mas é impossível comemorar. À
medida que as águas baixam, o quadro da
tragédia emerge em toda a sua impressio-
Wmfm** i» *m\) fll K_Jv
nante dramaticidade. Novos cadáveres
nas barrancas dos
aparecem aos montes
dos mor-
rios, aumentando a contabilidade
tos até o final da semana passada o nume-

ro de mortes comprovadas, de acordo com

dados oficiais, chegava a perto de 800, o
o número real seja pelo
que faz supor que
menos três vezes maior, sem contar um nú- fíáj] B^- *^________3__í ' fl 1^ fl fl fl
mero quase igual de desaparecidos.
f^^**m an^Lm'*^ _X il I __Hfl H
A tragédia social que as enchentes deixa-
ram, porém, é mais dolorosa. Na maior
do leste brasileiro a pobre-
parte dessa área
za já era um elemento tristemente incorpo- ' ^^
m^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^Ê <f JL-***"**" AvÈ
rado à paisagem do lugar. Milhares de
na mais completa desgra-
pessoas ficaram
ça, sem casa e sem nada, sem ter para onde
ir e sem meios de trabalhar e sobreviver.
Em todo o lado só há fome, doença e deses- HHI_^H___HHHBHIHHHHHHHHHHHH__ÍI WT tS*
se repetem
perança. As cenas de desespero
'diariamente O Conselho de Desenvolvimento Econômico reunido para socorrer os flagelados: mais impostos sobre os assalariados. Ja para Atalla..
do sul da Bahia ao norte flumi-
nense. Na região entre o norte de Minas e o guerra. Segundo o boletim do último dia 15 O futuro
governador de Minas, Franceli- de Calamidade Pública: apenas CrS 4 mi
sul da Bahia um número incontável de pes- da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil no Pereira, já admitiu que pelo menos nos lhões, menos do que o valor do novo placar
soas não têm o que comer além da amarga de Minas (Cedec), as enchentes mataram dois primeiros anos de seu governo não te- eletrônico do Maracanã inaugurado duas
fruta silvestre: o umbu. Segundo o jornal O em todo o Estado 197 pessoas e, uma sema- rá condições de fazer outra coisa senão semanas atrás. Ou ainda, dividindo se toda
Estado de S. Paulo, no Vale do Jequitinho- na depois que as águas começaram a bai- dedicar-se à reconstrução do Estado. Ape- a verba de CrS 4 milhões entreas pessoas
nha, região de Minas cuja pobreza tornou-a xar, ainda há 156.979 desabrigados. O nú- nas para reparar os prejuízos provocados famintas e sem teto (cujo número chegava
"Vale
tristemente conhecida como o da Mi- mero de cidades atingidas foi de 268, das pelas enchentes em Belo Horizonte, segun- a 400 mil naqueles dias), o que cada um re-
séria" lavradores cogitam recorrer a um do estimativas do chefe da Superintendên- ceberia mal daria para comprar um
quais 56 continuavam isoladas até o final picolé
velho recurso para conseguir dinheiro: a da semana passada. As chuvas também cia de Desenvolvimento da Capital, Josefá apenas CrS 10,00!
venda aos fazendeiros da virginidade das deixaram 90 estradas interrompidas, des- Moreira, será preciso no mínimo de Cr$
filhas mais
rizonte
bonitas.
dezenas de
Enquanto
flagelados
em Belo Ho-
disputavam
truíram 15 redes elétricas, redes
de 5.020 casa
15 de
des
200 milhões, o que dá uma idéia do volume
de recursos que será necessário para recu
Quem paga a conta?
água e 256 pontes, além
alimentos
atacadistas
estragados
dos
jogados fora pelos truídas e 9.454 parcialmente danificadas. perar todas as regiões de Minas, Espírito
Santo, Rio e Bahia atingidas pelas enchen
O assalariado
armazéns invadidos
pelas No que teve 22 municí
Espírito Santo,
águas do ribeirão dos Arrudas, em diversas famílias tes num cálculo grosseiro, no total será De qualquer forma, os governos esta-
pios inundados pelas águas, 35 mil
cidades do interior tornavam-se incontrolá necessário dispender algo entre 20 e 30 bi duais formalizaram no Ministério do Inte-
(quase 140 mil pessoas) ficaram desabriga-
veis as pilhagens e os saques. Em sua an- lhões de cruzeiros. rior seus pedidos de ajuda, acompanhados
das, segundo levantamento do governo es-
gustiante retirada, homens, mulheres e completado dados da Onde obter tantos recursos? Somente no de minuciosos levantamentos, de acordo
tadual, que pelos é
crianças roubam tudo o socorro aos flagelados as prefeituras das ci com a exigência do ministro Rangel Reis.
que encontram nas arquidiocese 366 pessoas mor-
de Vitória:
casas abandonadas: madeiras, telhas, obje- dades mais desvastadas gastaram todo o Só o governador do Espírito Santo, Elcio Al-
reram e cerca de 800 estão desaparecidas.
tos, enfim, tudo o
que possa ser mais tarde No sul da Bahia, onde os rios continuam su- seu já minguado orçamento - ou seja, em vares, reivindicou ajuda de CrS 4,8 bilhões,
convertido em dinheiro. inúmeros municípios também as prefeitu- além de créditos especiais e prorrogação de
bindo e invadindo casas, o número de de-
ras terão ser socorridas para não entrar dividas.Na quarta-feira, após a reunião do
Só em Minas, 268 sabrigados
do
atinge
Trabalho
34 mil,
e Bem Estar
segundo a Secre-
Social. En- em
de
completo colapso e nas outras, elas náo Conselho de Desenvolvimento Econômico,
taria
tem condições fazer muita o governo federal anunciava a verba libe-
cidades atingidas quanto no norte do Estado do
Rio, ainda de
dos
de
próprios serviços tradicionais. Os go
coisa além
rada para socorrer as regiões atingidas pe-
acordo com dados oficiais, quase 100 pes
As enchentes também deixaram outra vemos estaduais, que desde o início das en- Ias enchentes: apenas CrS 1,5 bilhões - CrS
soas morreram e cerca de 80 mil estão sem
desgraça: a ameaça do surto de doenças e chentes demonstraram completo desprepa- 900 milhões para Minas, CrS 400 milhões
teto.
epidemias. Médicos um surto de vêm dos ro e insensibilidade, já revelaram de públi- para o Espírito Santo e CrS 200 milhões .
prevêem Como estes números
governos
doenças infecto-contagiosas nos próximos estaduais, que a princípio tentaram mini-
co sua impotência diante da nova tarefa para o Estado do Rio. Além disso, o governo
dias, assim que têm pela frente. Agora, mais do que ainda anunciou algumas medidas de pouco
que as águas contaminadas dos mizar a tragédia, é de se supor que o balan-
rios acabarem de baixar. Mas em ampla fai- atroz, sobre- nunca essa parte do pais depende de quem efeito imediato, como elevar o IPI e o Im-
ço real seja várias vezes mais
xa de Minas e sul do Espírito Santo, nas á-
tudo no aspecto social. Complementando o concentra os podêres e recursos: o governo pdsto de Renda cobrado na fonte para au-
reas atingidas toda essa ampla fai- federal. mentar os recursos do Fundo de Calamida-
pelas águas dos rios Doce, quadro, as lavouras de
Jequitinhonha e Preto, des Públicas. Isto um dia após o Banco do
já há dezenas de ca- xa do leste brasileiro foram quase comple-
sos de tifo, hepatite, malária, meningite e
tamente arrasadas, desaparecendo planta A ajuda do governo: Brasil ter anunciado, em nota oficial, a sua
«•té gastroenterite e outras doenças. Só na feijão, cacau, milho, decisão de formar um consórcio de bancos
ções inteiras de arroz,
cidade mineira de Almenara, onde há mais e açúcar. A pecuária também so- para levantar CrS 6 bilhões e 500 mil para
de 4 mil desabrigados, até o final da sema-
mandioca
freu perdas enormes. Só o município de
1 picolé por flagelado socorrer as empresas falidas do industrial e
na passada usineiro Jorge Wolney Atalla!
já haviam sido registrados 18 Ponte Nova, um
principais produtores dos
casos de tifo. Até mesmo Contudo, os fatos indicam que não há ra- Por outro lado, a Bahia, apesar dos estra-
em Belo Horizonte mineiros de açúcar, perdeu uma plantação
apareceram casos
de sarampo e meningite equivalente a 80 mil toneladas de cana de zões para esperança. Na semana retrasada, gos causados pelas inundações em todo o
entre as 40 crianças abrigadas no Colégio sul do Estado que, entre outros prejuízos
açúcar. Na área entre os municipios de Li- quando as chuvas atingiam seu nível mais
Estadual Cândido Portinarí. A vacinação no norte do Espírito avassalador, o Conselho de Desenvolvi- deixou dezenas de milhares de desabriga-
nhares e São Mateus,
não atinge toda a região ameaçada e o au- cabeças de gado mento Econômico se recusou a atender dos, náo recebeu um tostão sequer do go-
Santo, pelo menos 40 mil
mento da incidência verno federal. Da mesma forma, os outros
de doenças é facilitado morreram afogadas. Em dezenas de outros qualquer pedido de verbas, conforme a su-
estados que começaram a viver o mesmo
pelo estado de extrema desnutrição da municipios, o balanço da catástrofe é igual- gestão do ministro Rangel Reis, do Interior,
maior cidades drama de destruição e morte causado pelas
parte da população. Em Linhares, mente desastroso, sobretudo das que exigiu que primeiro os governos esta
onde foram
registrados 42 casos de coque- submersas duais enviassem a Brasília um levantamen- chuvas - como Pará, Goiás, Mato Grosso e
que foram inteiramente pelas
mche, a dos Mato Grosso do Sul -, até o final da semana
possibilidade de ocorrência de sur- águas, como foi o caso de Januária, Aimorés to completo prejuízos. No começo da
epidêmicos é considerada passada continuavam completamente igno-
[os
inevitável pe- e São Francisco, em Minas. semana passada, após patéticos apelos de
¦os médicos: rados pelo governo federal, apesar da gra-
a cidade está sem água potá- Enfim, passada a dor da tragédia, o que diversos prefeitos municipais, o governo
vel. com "verba
a maior concordou em liberar uma vidade da situação em que se encontram. O
parte de suas ruas cober- há pela frente é uma monumental tarefa de de emer
ias de lama municipio de Marabá, por exemplo, teve
e envolta por um constante assistência social e reconstrução econômi- gência": não mais do que CrS 50 milhões
mau cheiro todos os estados mais atingidos, verba sua área urbana quase totalmente invadida
por causa dos corpos de milha ca: assistência aos quase 500 mil flagela- para
res de animais insuficiente para atender um único municí- na semana passada pelas águas dos rios
que morreram afogados du- dos, ajuda ás outras centenas de milhares
rante as cheias. Tocantins e Itacaúnas, elevando para 20
Em dezenas de outras cida- de pessoas que sofreram imensos prejuízos pio fluminense, Porciúncula, cujos prejuí-
aes o quadro de zos se elevaram a mais» de CrS 50 milhões, mil o número de desabrigados. Toda a aju-
é o mesmo. materiais, reconstrução ou reparação
Os números do redes segundo os cálculos das autoridades lo- da que o municipio havia recebido até o fi-
cômputo geral das viti- escolas, hospitais, prédios públicos,
mas e os nal da semana passada se resumia á insig-
prejuízos materiais apresentados de água, luz e esgoto, ruas, estradas, etc. O cais. Até então, toda a ajuda que o Estado
"exigir
P«?ios i>r.vèrtióJ estaduais-assemelham-se a- cue vai uma coldsSel SWBt d*> remi- Si __n.ni tavtl ntebido rio rjovera- Ms* nificante verba de CrS 200 o__ cniseir >s li
oerada .elo governo estadual. 0
 Miséria e desesperon
Não se tem um número de desabrigados na zona rur.
A fome, a doença, as doenças
e a falta de perspectivas para o
* m^L^Ê-^LmHÈL^L^Lm '^^i____LÍÍ??____ -
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____________________________________________¦________________________.' _-_:'_'71.7 _______(¦____ i'-mw^mmm '*___.£__' milhares de flagelados.
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IV Quantos eram? Quantos morreram?
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£_______ _Bl_M:'a Ninguém ainda sabe ao certo.
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No interior de Minas, foram quase
300 municípios atingidos,
*""*». I dezenas de cidades destruídas
I** ou danificadas, mais de meio
milhão de desabrigados,
' ^^^^^B _H-____ ______ !RI milhares de mortos. Em muitas
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cidades falta gás, gasolina e
água. Os alimentos são disputadas
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_____ sofregamente, mesmo aqueles
que já apodreceram e estão sendo
jogados na lama.

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|M_»*in*T%_r ."•* ,
 âiriíiiiiTfáViit^^
alamidade mineira!
eram? quantos
quantos
Por Aloísio Moraes,
Luís Bernardes e
Wilma Fazito
Fotos de Morena
- Isto é o último grau de indignidade hu-
manai Como é possível um país deixar seu
a um estado tal de pobreza que
povo chegar
a comer alimento que até
se vê obrigado
mesmo os porcos recusariam I
Um comer diante da rua Guaicurus, em
Belo Horizonte, protestava
pleno centro de
diante do quadro dramático de mulheres e
crianças disputando alimentos estragados
Arruda, ribeirão que serve
pelas águas do
de esgoto à cidade.
Na Guaicurus - famosa por ser a princi-
pai rua de comércio atacadista da cidade e
por concentrar em suas imediações a zona
de baixo meretrício - dezenas de mulheres
e crianças literalmente chafurdavam na la-
ma, procurando salvar alguma coisa dos
sacos de arroz, feijão, milho e açúcar joga-
dos fora pelos comerciantes locais. O sol
forte fermentava o arroz e o feijão, aumen-
tando o mal cheiro e o perigo da conta mi-
nação. Um trator que fazia a limpeza da
rua aumentava o perigo para as catadoras.
Indiferentes, cobertas de lama da cabeça
aos pes, elas iam enchendo as sacolas e boi-
sas. A cada empregado que saia de um ar-
mazém e jogava um saco de feijão ou arroz
na rua, havia um corre-corre. O saco estou-
rava e seu conteúdo espalhava-se na lama,
desaparecendo quase que imedietamente
nas mãos das catadoras. Houve até brigas
por migalhas de cereais já putefrados".
As fortes chuvas que cairam por mais de
40 dias em dois terços do Estado de Minas,
atingindo além da capital, o Vale do Jequi-
tinhonha, a Bacia do São Francisco, a Zona
da mata e o Vale do Rio Doce, deixaram
atrás de si uma situação realmente drama-
tica e calamitosa. A miséria que já era
grande nestas regiões aumentou a niveis
sem precedentes. A fome, a sede, a falta de
perspectivas para o futuro, de nâo ter como
reconstituir o que foi perdido e a ameaça de
epidemia se somaram à desnutrição de mi-
lhares de flagelados, formando um
desesperador.
quadro
Não há nem mesmo condições de calcu-
lar a tragédia em toda sua extensão: os da-
dos fornecidos
pela Coordenadoria Esta-
dual de Defesa Civil (Cedec) sobre o número
de desabrigados e os estragos
provocados
são parciais e estáo longe de revelar o
quadro real. Conforme admitiu um alto
funcionário do
governo, os dados existen-
tes foram levantados apenas a
partir dos
centros urbanos atingidos.
Quanto â população rural, concentrada
nas regiões ribeirinhas dos rios e córregos,
em locais muitas vezes de difícil acesso,
nâo se tem notícia: apenas supõe-se
que os
moradores, com seus filhos, casas, roças e
animais, tenham sido simplesmente "varri-
dos" pelas enchentes, arrastados
pelas á-
guas. Quantos eram? Quantos morreram?
Talvez nunca se saiba.
Revolução
da Fome
Em alguns lugares, o
povo está rezando
Para que as enchentes continuem", diz es-
tarrecido o deputado
arenista Sylo Costa,
aepois de
percorrer a região do Jequitinho-
nna e do Vale "Porque
São Freancisco.
s»m pelo menos,
ele tem alguma alimenta-
vae^ está mais ou menos
abrigado, tem re-
médios, está vacinado, enquanto ele náo
sane o
que espera apôs o término das en-
cnentes . Apavorado,
Sylo Costa teme e
Prevê, caso o
governo nâo adote as provi-
aencias necessárias
para acudir a popula-
Çao atingida, o nascimento
de uma verda-
rev?lu<?âo da fome". O
povo, segun-
Zai
d° ele,
pode perder a paciência!.
farte dos desabrigados
da capital foi alo-
em casas de amigoS'
íinh parentes e nas vi-
Mas- a maioria ou ficou ao de-
ÍS ?nça8,
ou está abrigada
^alento, provisoriamente,
iorma amontoada
i srejas,
nos grupos escolares,
até mesího em garagens e
galpões
Particulares. Nestes
locais, vivem agora,
numa situação
de promiscuidade, milhares
M0VU^INTq^Jl28/2/^
émà
m m m
',.-. •'
<¦ s*m
_3
morreram? Talvez nunca se saiba!
Se a comida distribuída pelo governo,
sem contar com a ajuda de civis, nâo está
dando, este problema tende a se agravar
pela frente, tanto» pelo desemprego como
pela especulação comercial e pela inflação.
%mW^i ^rr^M _____________ _____!^^B J____________________L^^^^^B Em Januária, uma das mais atingidas cida-
des pelas águas, uma mulher de origem
mais abastada começou a comprar um pra-
"um
to de comida — pouco de arroz com ti-
quinho de carne" - por 120 cruzeiros e o
mm WM *^^S?Sá^^^ aluguel de uma casa náo atingida pela en-
mm. 'jJ*m*^**rL\-^r.
chente, e por um mês, chega a custar mais
________a._____! ________ «^^•^Sl ^^^ ~;ã£%pví09SflR>jíC
^^S*\ atr^ de 13 mil cruzeiros. Em Pirapora, um boti-
*mmmm mAt£ll**m7*' m^M WÊ*mr*m jão de gás estava sendo vendido no começo
das enchentes por mais de 400 cruzeiros. E
até em Belo Horizonte, houve uma alta sur-
preendente nos gêneros alimentícios.
Isto é apenas o começo, pois as chuvas
destruíram toda a agricultura de subsistên-
____¦-: ***§ IL **i**a*Íiía^^ cia em quase dois terços do Estado. Em Al-
B menara, cidade que ficou completamente
¦itÂm2mm*\ W Kâtifl W^-^mm ¦¦¦l*^ ilhada, toda a safra de feijão da região,
que
mm9 ÀW Kl m^^^mUS^* - é o maior produtor do Estado, foi total-
W^M^'.' r^k mente perdida. A inflação deve crescer de
Èmm Jm ¦SPÍ^Hi Wy forma astronômica dificultando as condi-
^*%^***am^mm * • "¦ ^-^**£^*a*1*\*m^^ -slS^tÊzfaMa ções de vida do povo e enriquecendo os ne-
gociantes inescrupulosos.
ma ^B •» Wr*ma Desespero leva
**%^m ^m
ao suicídio
^m ¦smmawÈÊÊBmm mam*?!*¦¦zmw^^**-* ¦ ¦ Sebastião Nunes de Souza, 43 anos e com
oito filhos, dono de uma posse na ilha Vas-
soural, em Sâo Francisco, conta a enchen-
^| __íyk_B_a ^mn**'-*9* r'j*f'*,
^Êm *\ '£*4m*^^^^^^^^^^^^^^^^^r /________k te:
II m." mW*m\*mmmm^.. - As águas iam invadindo
plantações e
frágeis casas de adobe e pau a pique, deze-
I %**$**' nas de ilhas habitadas por lavradores iam
sendo inundadas, criações eram levadas
rio abaixo, lavradores juntavam rápida-
mente seus poucos pertences e eram resga-
"*'M ¦ tados por barqueiros para a cidade. Uma
familia chegou a ficar várias horas no topo
VI
***¥&MmmÉmWm*
de uma árvore com várias cobras e insetos
que desesperados procuravam abrigos. Em
JáWÊ _______âÍE«R_P ^^^P^H W
alguns lugares, o São Francisco chegou a
penetrar vários quilômetros em suas late-
'¦' ^'íjíW I rais, alagando, roças, estradas e pasto de
Jmm\ mmMÊÈÈÊm^SS**''
E^*llRál gado, deixando mais de duas mil casas sub-
mersas no meio rural e 350 na cidade!
rm %ÊÊ EI 0 panorama geral no interior é o de
JR i^l ' _______¦_ .______n^V'- ^Bfl
imensas filas de homens de mãos calejadas
'J
VS lonPt^ 11 e olhos tristes. Ontem trabalhadores, hoje
simples mendigos à espera de um pouco de
Na rua guaicurus. em centro de Belo Horizonte, região do- comercio mantimentos.
pleno
atacadista mineiro, os sacos de arroz, feijão e açúcar, estragados pelas 0 desespero levou várias pessoas a tenta-
águas, eram jogados fora pelos comerciantes. O povo desabrigado e •faminto
rem a morte, como na cidade de Jequiti-
disputava com os tratores da limpem urbana no recolhimento dos alimentos nhonha, onde um lavrador, depois de per-
estragados e misturados com as águas infe&adaz do ribeirão Arruda. der tudo, se embebedou e se atirou no rio,
falando coisas desconexas. Em Itinga, no
Vale do Jequitinhonha, um rapaz tentou
de pessoas, entre homens, mulheres, ve- dou a estação de tratamento. A água que dar um tiro na cabeça, alegando que afo-'
lhos e crianças, inclusive recém-nascidos. está sendo usada é a da beira do rio São gado ele náo morria.
Na maioria das vezes sem colchões ou co- Francisco que atingiu dezenas de fossas. Além da especulação, os políticos, princi-
bertores dormem no chão ou nas carteiras. palmente da Arena, tentam capitalizar em
Antes de ser expulsa pela Polícia Militar
"É cima da situação. Em Januária, a cada dis-
de um Grupo escolar do bairro da Pompéia, preciso tribuição de um pouco de mantimentos, ha*
uma mulher, mãe de dez filhos, nâo cansa- via discursos de políticos arenistas, asso-
va de perguntar:
mais comida'' ciando a
"ajuda"
a eles e ao governo. A
Oh! meu Deus do Céu! como que eu - Pode acontecer o maior êxodo rural da maioria dos deputados arenistas tem
pro-
vou fazer agora? A gente já náo tinha nada história. Porque este pessoal ficou sem curado a Secretaria da Saúde, a cata de
e a água levou tudo. Não tenho condições nada e quem mora nas ilhas do São Fran- vacinas para levar para suas regiões elei-
de voltar. Eu quero voltar para o meu bar- cisco não tem nem madeira para construir torais. São eles também que estão decidin-
raco". suas casas e pode haver um caos na econo- do para onde mandar os donativos libera-
No interior, a situação atingiu propor- mia da região porque toda a roça de milha, dos pelo Cedec.
Em Diamantina, o deputado Maurício
ções mais catastróficas: são quase três cen- feijão e arroz foi perdida.
tenas de municípios atiftgidos, dezenas de Campos e, em Governador Valadares, o de-
Afrânio de Oliveira e Silva, advogado do
cidades completamente inutilizadas, deze- Sindicato dos Trabalhadores Rurais de putado Jospe Laviola, ambos da Arena é
"é
nas de milhares de casas destruídas ou da- São Francisco prevê que no momento quem comandam pessoalmente a entrega
as- nificadas, mais de meio milhão de desabri- de alimentos e medicamentos, definindo
preciso muito mais alimento pois a situação
gados e milhares de mortos. Sâo várias as não voltará ao normal táo cedo". Lavouras para quem e onde entregar. Em Jequitinho-
nha, a disputa de políticos levou até ao se-
cidades onde a rede de água, esgoto e a inteiras perdidas, casas derrubadas, tudo
rede elétrica foram destruídas, onde falta leva a crer que a calamidade grande conti- questro de vacinas e injetores para uso em
tudo - gás, gasolina e gêneros de primeira nuará por muito tempo. função das zonas de prestígios
pessoais
necessidade. Em Januária, no norte de Mi- Também em Belo Horizonte, o problema políticos.
Ao lado disso, a solidariedade popular foi
nas, 95% da área urbana foi inundada e de alimentos é grande. A comida distribui-
boa parte da população se encontra debai- da pelo governo não está sendo suficiente e muito grande. Os estudantes da Universi-
dade Federal, por exemplo, transforma-
xo de lonas nas praças públicas. não atinge a todos. As iniciativas nâo-
"calourada"
Em São Francisco, o prefeito, ao decretar ram sua tradicional em uma
"estado governamentais, feitas por entidades como
no último dia 12 o de calamidade o Comitê Brasileiro pela Anistia, Movimen- campanha nas escolas e ruas arrecadando
pública", justificava seu ato dizendo to Feminino pela Anistia, entidades estu- fundos para os flagelados. Várias entída-
- Além da morte de milhares de cabeças des, personalidades fizeram a mesma coi-
dantis e profissionais liberais também nâo
de gado,de destruição de dezenas de casas, são suficientes. Em alguns locais de de- sa. Sem contar os que cederam sua casa e
milhares de desabrigados, nossa população sua comida para atender os atingidos. Em
sabrigados ou em favelas atingidas, quan-
está agora ameaçada de morte pela febre do chegam os caminhões com mantimen- Montes Claros, os padeiros da cidade ro-
solveram trabalhar
que está se alastrando! tos, o pessoal não agüenta as filas e acaba gratuitamente aos do
Lá mesmo depois de passada as enchen- saqueando de forma desordenada os cami- mingos, eom a produção de pães destinado
tes, nâo há água potável porque o rio inun- nhões. \*i\" ¦ • ..*.« * . . aos desabrigados. •..
0
 sm.r-, " "'-.-'r''"
fmrjfjs-.
'"'¦

ArraesrV Apesar do envolvimento momentâneo de políticos e intelecütais, a economia não mudará

«É
Por Alberto Villas eAureliano
FATAL: 0 REGIM
flífliiair^,corre^orideníes em Paris
Fotos de Sueli Tomazini
Miguel Arraes é um nome maldito

para o regime. Um dos primeiros ¦^•sfl m' 'I

cassados pelos golpistas de 1964,
hoje figura na lista das oito

personalidades proibidas de
retornarem ao ?rffB B W*
pais, ao lado de
Brizola, Prestes e outros.
Dono de uma popularidade imensa e
um dos possíveissucessores de
fofêé*
'' I P
Goulart na presidência, em 1965, MmX-'it K ma W*
*" '
MmmB
Arraes é apontado como um dos
jfif ' | ¦ ü
grandes articuladores da oposição SÊmir- \ *w mu
no exterior atualmente.
Entrevistado Movimento, em Paris,
por '1*
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Arraes negou ser contrário ;f* 1
à volta de Brizola agora, fc^,, )t' M fiM m^ZyZ^Z.
•; ... :¦¦¦ ¦;:;:..< .:.:..,V-VV.W::

W'M-ZZ:t,.^mZ''^Zr;::ZrZí::^ZZrZt.Z'':
como afirmam círculos interessados >Z:i.ZyiZ-ZzKZ>\rZ '"<¦>¦¦¦ -¦

em dividir a oposição. Mas não

endossa sua visão da conjuntura.
Para Arraes e regime está isolado, w^m ^^^^^h
^H;:
mas continua manobrando e ¦'¦".- :¦:.
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¦

"O
refinando a repressão contra Em Paris: Brasa, para exptwtar, paga 14 crusetros a lim-is por asilar, no caso de aitU*nát}*eis e pecai
os movimentos populares.

Movimento Na sua opinião, expressa em entrevista a em vastos subsídios a exportação de manufaturados, dos instrumentos de exceção existem ainda
para quidação que
Movimento In" 171, de 9/10/78), o regime está apenas ten são conservados até hoje, mas são incapazes de no país.
que que
tando ganhar tempo, pois já estaria morto. A escolha do cobrir sequer os
serviços da divida que foram amontoados Esse éo programa que une a oposição atualmente.Esse
novo ministério vem alterar alguma coisa? durante o seu periodo no Ministério da Fazenda. Já não há programa evidentemente terá que ser aos poucos aprofunda
Miguel Arrae:. Os ministérios, sobretudo os ministé mais o que fazer na questão dos manufaturados que se tor- do para que se constitua efetivamente numa alternativa
rios chaves, sâo ocupados pelas pessoas que dirigi
mesmas nam super onerosos.Como se sabe, o Brasil, para exportar também outros planos, isto é,de apresentar ao país as
sob
ram o regime desde 1964. No campo econômico não há qual coisas como automóveis e peças de veículos, paga 14 cruzei- condições necessárias para uma transição do atual sistema
quer mudança; antes, reforçam se os poderes daqueles que ros a mais por cada dólar exportado, o que constitui um peso de crescimento econômico instituído' pelo regime para um
são mais habilitados a dar continuidade à política econômi exorbitante para o povo brasileiro. E os próprios serviços sistema que resolva os problemas internos do nosso país ;
ca desenvolvida pelo regime, isto é, a politica de monopoliza- que vêm sendo exportados pelo Brasil, como é o caso de um não se justifica uma agricultura que se destine a exportar
ção da economia e concentração de riquezas. 0 ministério recente acordo assinado no Iraque, envolvem grandes sub- alimentos quando o povo brasileiro não come. Náo
podemos
traz figuias novas que deverão procurar manobrar e ate venções às firmas brasileiras que vão trabalhar no exterior. continuar a nos esforçar por exportar tecidos quando o povo
nuar certas arestas no campo político; mas isso não será su Segundo se diz, e a informação deverá ser confirmada, 200 o povo brasileiro não veste. É necessário uma reorientação
ficitMitepara modificar os problemas econômicos e sociais milhões de dólares seria o valor do subáidio nesse contrato do desenvolvimento e isso vai ser cada vez mais obstaculiza
que atingem o povo e o pais. A continuidade da política eco assinado no Iraque por uma firma construtora brasileira. do pelogovernona medida em que cresce a dívida externa
nómicu ¦ financeira é o que ressalta na escolha do ministério Assim, a exportação de serviços e manufaturados custa nos obriga a trabalhar apenas para pagar dividas e não
que
• nas declarações do novo general designado para ocupar a cada vez mais caro ao pais. O petróleo já foi entregue e a di- resolver os
para problemas sociais que existem no nosso
presidência no periodo de seis anos a começar daqui a pou- vida continua a crescer. Alguma coisa tem de ser entregue país.
co.
M A julgar pelos nomes que encabeçam esse novo mi-
nisteno, ele viria consolidar - ou ao contrário, isolar o regi-
agora. Restam sobretudo as nossas terras que serão também
entregues para continuarmos a pagar uma divida
que crês- ''Novos
partidos
cera continuadamente. O sistema financeiro tornou-se o
me? principal instrumento de dominação através do qual se cap-
- ta os resultados do trabalho e o esforço do nosso
MA O isolamento do regime deve continuar embora, pais.
M - Em que medida os interesses estrangeiros estariam

dividem frente
como disse, tenham sido escolhidos alguns nomes com os
quais se pretende ampliar talvez um diálogo na área politi- representados nesse novo ministério}
ca e no setor cultural, de modo a conseguir envolver momen-
M.A. - É
taneamente as camadas intelectuais e a estrutura possivel que haja uma tentativa de atrair re
politica
cursos estrangeiros para a agricultura na medida em que
existente no pais com promessas de uma distensão cada vez
maior, uma distensão progressiva prometida desde 64 ao
toda a filosofia do governo, toda a filosofia do regime, é ba HMICI H
seada no capital estrangeiro. E a principal oposição ao atual
povo brasileiro Mas, apesar dessas escolhas, feitas talvez
sistema vem do fato de sabermos que os fatores essenciais
com habilidade, se considerarmos o problema do lado do re- M - No Brasu, nesse momento, seria
do desenvolvimento devem ser o esforço do nosso povo e as possível a existên
gime. ele continuará a se isolar em razão da continuidade da cia de um partido que defenda somente os interesses traba-
riquezas do nosso pais, e não aquilo que não depende de nós
politica econômico financeira. Isso é o que isola; é o que o lhistas?
e que são os recursos externos; estes deveriam ser tidos
tem isolado e que o isolará daqui em diante. A política
como complementares num processo de desenvolvimento MA - Talvez seja, embora as condições legais existentes
econômico financeira tem apenas feito marginalizar uma
harmônico do país. não favoreçam a criação de um tal partido. Se por um parti
enorme massa da
população brasileira; e agora, com a crise
do de defesa dos interesses trabalhistas se entende a defesa
internacional que repercute duramente no pais em razão da M -
Em entrevistas que você deu no ano
passado, dizia
de todas as camadas assalariadas da população — os bóias-
internacionalização da economia, as camadas médias pas que ao regime só restava o recurso das manobras, no caso,
frias, os apanhadores de castanha do norte do Paraná, dos
sam também a sofrer dificuldades que durante um curto pe as reformas. Considerando que as
pressões populares au-
assalariados agrícolas de Pernambuco, dos peões do Rio
menlaram, considerando que o regime
riodo de euforia deixaram de ter. É fatal que o regime se iso parece cada vez mais
Grande e de outros lugares — então seria uma força que iria
le cada vez mais na medida em que não tem condições para desacreditado, voeé cré que novo governo terá ainda condi-
defender a solução
problemas dos de todas essas camadas.
dar soluções concretas a esses problemas e que o descontem ções de continuar manobrando?
No entanto, esta seria uma força popular capaz de redirecio-
lamento irá crescendo ainda mais, alimentando os protestos -r-
MA Ele
poderá manobrar até que se consolide uma nar o processo de desenvolvimento, não seria um partido li-
populares. alternativa real
para o pais. Falta à oposição a homogenei- gado somente às questões meramente trabalhistas, que gira-

'Agora dade necessária para apresentar um plano alternativo ao ria em torno de reivindicações especificas do operariado in-

o regime pais, náo só no plano das lutas pela democracia e pelas liber
dades. É preciso ir mais além e dizer o que fazer com a de
mocracia e a liberdade conquistada, isto é, deveríamos rede-
dustrial
um pais
zar uma
sem
muito
extravasar para as outras áreas. Como temos
diferenciado, seria necessário tentar organi-
grande força nacional capaz de abrigar todas essas
finiro processo de desenvolvimento e dar linhas gerais que camadas na defesa dos interesses do pais, da sua indepen-
permitissem o estabelecimento de um novo consenso dentro

vai entregar
dência e da solução de seus problemas sociais.
do pais em relação à função de diferentes classes e camadas
M - Afirma se que até mesmo Golbery seria favorável
que hoje se opõem ao atual regime. Falta essa alternativa e
à criação de um partido trabalhista no Brasil. Em que medi-
ela só poderá ser construída através do consenso das dife-
da a criação de um PTB - e outros partidos — interessaria ao

nossas ter ras" rentes correntes que compõem a oposição, através do deline-
aumento junto aos movimentos sociais de todo tipo - de
uma politica global que se oponha à politica
global do atual
governo?
MA -É evidente que a criação de novos
partidos inte-
M - O modelo econômico brasileiro regime. Enquanto as lutas permanecerem apenas no campo ressa ao Governo na medida em que ele conseguiria dividir a
fracassou. Seu au
tor, Delfim Netto, no entanto, vai agora
cuidar do campo. político e das manobras dentro da estrutura politica, o go oposição, dividiria um esforço que se desenvolve atualmente
Que rumos a agricultura brasileira verno poderá manobrar - ele dispõe, nesse sentido, de ins liquidar as leis de exceção e permitir ao conjunto da po-
poderá tomar? Uuais as para
conseqüências de uma truiiii nlos muito mais pulação expressar as suas reivindicações. Desconheço se o
possivel entrada de capital estrangei poderosos que a oposição.
ro na agricultura? General Golbery está ou não diretamente interessado na
M Você é otimista quanto á oposição?
criação de
qualquer tipo de partido mas o fato é que essa
MA - O modelo político brasileiro fracassou realmente MA Trato
de ser realista. Acredito que foi dado umpas criação nas atuais circunstâncias, como tenho repetido em
e é curioso que vá para a agricultura o sr. Delfim Netto pois so importante sentido da manutenção, pelo menos, da
no outras entrevistas, seria negativa na medida em
a sua pregação sempre foi a de que o Brasil deveria exportai que dividi-
unidade da oposição surgida nas eleições de 15 de no ria uma ampla frente democrática
que foi criada dentro do
produtos manufaturados, que o Brasil iria sair do subdesen vembrp. Todas as correntes, todas as tendências foram obri
pais que lá viveu durante todos esses anos, apesar do regime
volvimento e tornar se uma potência industrial mino p Japão,
gadas em razão da manifestação popular havida no Brasil, de repressão. Sou favorável a um reforço dessa frente demo-
como os paist*> europeus. Quem rever as declarações do sr de se curvar à evidência de que é necessário conservar essa crática através da união do MDB, dos setores sindicais
Delfim Netto naquela oportunidade vê ele tudo já or
que jogava unidade da luta pela democracia, pelas liberdades, pela li
ganizados è independentes, das associações que lutam pela

tm
 mm w^sm^n **mt*ms*********s***********************m
P^IPP^.: !rf' .

'Desejoso, sempre, "mas

de voltar - até agora não há condições" - fala o líder no exílio.

SE ISOLARA MAIS »

I Ül «BI * ÁmmmW ''^0*****'i^*^' ~mmm\f^ BmB mWfmM

Miguel Arraes ficou nacionalmente conhecido a

partir de
1959, quando implantou na Prefeitura de Recife um estilo
de administração onde juntava os escassos recursos
municipais a uma efetiva participação do
povo na solução
de seus problemas. Mais tarde, sua vitoriosa candidatura
ao governo do Estado foi praticamente uma imposição das
£ um peso pare o povo. massas populares. Odiado pelos latifundiários e pelo
imperialismo, quando ocorreu o golpe de 1964 o
governador
foi imediatamente preso e levado para a ilha de Fernando de
Noronha. Só conseguiu deixar o pais 15 meses depois.
Nas fotos, Arraes com o presidente João Goulart e o então
comandante do IV Exército, sediado em Recife,
general
Castello Branco. Á direita, Arraes durante concentração popular,
juntamente com o superintendente da Sudene, Celso Furtado.

anistia, pelo movimento contra o custo de vida e de outras
entidades que no Brasil lutam setorialmente por reivindica-
ções da população.
M - Na sua opinião haveria outro caminho a ser segui-
do pela oposição, que náo passasse pela criação de novos
partidos?
MA - O que é um partido? Um partido, uma frente, um
movimento é um instrumento de ação. Não se escolhe antes
um instrumento de ação sem saber quais são os objetivos
que se tem. Escolhe-se um instrumento em função de uma
tarefa que se vai executar. Qual é a tarefa que temos hoje
pela frente no Brasil? A principal, fundamental? No meu en-
tender é a luta contra um novo tipo de neocolonialismo que
se implantou no pais, moderno e sofisticado. Portanto, é uma
obrigação de todos os brasileiros lutar unificadamente con-
tra a dependência crescente do nosso pais. É possível que
métodos e táticas possam ser
preferidos por um ou outro, de-
vendo ser adotados em função da diversidade que existe em
nosso pais e da necessidade de sé tratar com classes diferen-
ciadas que lá se encontram. Mas, isso implica no entanto em
unificar os brasileiros no sentido de defender o pais contra a
ocupação econômica cada vez maior que vem se dando des-
de 1964. Podemos divergir
quanto às soluções internas que
poderiam ser dadas uma vez estabelecido um governo inde-
pendente no nosso pais, voltado efetivamente para a solução
dos problemas internos. Poderemos divergir
quanto ás for-
mas e ai as tendências
poderiam ser criadas e admitidas
porque o debate de todos esses problemas existirá. Mas, en-
quanto não, entendo que essa luta deverá prosseguir unifica-
damente.
M - Ao lado do partido de oposição
- nesses dois permitido
últimos anos ficou bem demarcada a impor-
- o MDB
M - Quer dizer que o governo pode continuar nesse mo-
mento a repressão sem a necessidade do AI-5?
MA - Sem necessidade do AI-5 e sem a violência que foi
utilizada no Brasil. Uma repressão mais refinada e menos
violenta. Quando se examina a repressão no Brasil vê-se cia-
ramente que ela tem seguido esse sentido, isto é, reduzir a
violência o tanto quanto possível e utilizar outros meios de
dissuação.
E, por repressão, eu falo nâo só daquela que atinge os
movimentos operários e outros, mas me refiro também a re-
pressão sob certas classes possuidoras que existem no Brasil
que dependem, para fazer sobreviver suas empresas, de em-
préstimos constantes dos organismos do governo, e portanto
estão sempre presas.
M - Seriam os pequenos e médios proprietários? Os em-
presários nacionalistas?
MA - Empresários de todo tipo, grandes e pequenos. Se-
rá que o empresário está satisfeito com o sistema financeiro
que existe no pais e que o obriga a pagar 60% de juros ao
ano? O sistema financeiro tem sido criticado até mesmo pe-
Ias grandes empresas.
M - Você acha possível um acordo entre esses grandes
empresários e a oposição?
MA - Acho que esses grandes empresários são extrema-
mente fracos diante do poder, para realmente fazerem uma
oposição continuada e efetiva. Fracos no sentido em que eles
são extremamente dependentes do sistema. Dai o fato de a
chamada burguesia nacional ter desempenhado em todos es-
ses anos um papel extremamente à parte do movimento poli-
tico. Essa burguesia náo se preocupou nem se manifestou
diante das manobras do Governo. Na sua opinião, que reper-
cussões poderá ter esse Encontro e quais as perspectivas
atuais do Movimento pela Anistia?
MA - Acho que o movimento deve ser reforçado de
modo a impedir que venha a ser esvaziado por medidas par-
ciais que venham a ser tomadas diluindo o problema da
anistia. Nesse sentido, o Encontro internacional tem grande
importância. Mas o Movimento pela Anistia não é apenas
um problema ligado a exilados, a prisioneiros políticos e ai-
gumas pessoas ainda marginalizadas dentro do próprio pais.
O movimento pela anistia implica na concessão de maiores
e mais amplas liberdades para todo o povo brasileiro. A anis-
tia é um marco no sentido de que abre perspectivas
para
uma ação política mais ampla e mais livre. Ela é fundamen-
tal no sentido em que permite um reposicionamento de for-
ças fazendo com que o movimento venha a desembocar
numa Assembléia Constituinte. Essa Assembléia Constituinte
deverá ser o canal através do qual os movimentos sociais no
país, nas suas várias regiões e tendências, poderão se mani-
festar e virão a conseguir um novo consenso social
que per-
mita ao pais atravessar uma fase de transição no sentido de
um desenvolvimento mais coerente com os interesses do
nosso povo, com os interesses, sobretudo, das grandes mas-
sas que se marginalizam com o atual tipo de crescimento
econômico do pais.
Assim, a volta dos exilados e a liberdade aos presos
poli-
ticos é apenas uma das bandeiras do movimento
pela anis-
«Só

tância das lutas setoriais - do movimento operário, estudan-

contra o que se fez no pais até agora, mesmo que grande par-
te dela tenha sido liquidada pelas medidas econômicas e fi-
voltarei
til. Você vê alguma nanceiras do Governo.
possibilidade de o governo desmobilizar mais co-
M - Em que medida a volta de alguns cassados

quando houver
esses movimentos atendendo algumas reivindicações?
MA - O governo nhecidos, sobretudo os oito que não foram autorizados pelo
poderá atuar no sentido de liquidar, - ou dificultar - a
através de uma repressão refinada, os movimentos sociais Governo a entrarem no país, poderá ajudar
exemplo,
que são criados no pais como é o caso por exemplo do movi- unificação das forças de oposição? Brizola, por
mento operário de São Paulo antes mesmo de voltar, parece que já está preocupando a
seqüências das
greves
que está sofrendo agora as con-
recentes. As demissões de operários
que participaram mais ativamente das greves têm se dado,
oposição.
MA -Eu soube de declarações do ex-governador Leonel apoio interno"
em grande número, e os
protestos são relativamente reduzi- Brizola no sentido de que ele estaria disposto a entrar no
M - Leonel Brizola diz que volta, no mais tardar, até
dos. Então através desse tipo de ação, de retirar aqueles
que MDB formando uma tendência trabalhista. Portanto esse pe-
abril. Isso vem alterar alguma coisa?
se dispõem a organizar o
povo, o governo poderá têmpora- rigo de uma divisão estaria pelo menos por enquanto afasta-
MA - No que me toca, não altera nada. Tenho os meus
riamente reduzir a ação dos movimentos
populares. Mas não do. No <,i_e toca aos demais, creio que lutaremos pela unifi-
caminhos. Quanto ao panorama político, é
liquidá-los. cação das forças que lá estão. No que me toca particular- possível que a
- e volta do ex-governador do Rio Grande do Sul
mente, me integrarei nos movimentos que foram feitos provoque alte-

«Repressão que estão sendo feitos

- em Pernambuco, ligados ao movi-
mento geral no Brasil de maneira a ajudar aqueles que fize-
rações. Mas não sei em. que condições Brizola voltará,
pois
até agora sua volta, do que eu tenho ouvido falar, nâo esta

será ram a resistência democrática no nosso Estado e no pais in-

teiro, executando as tarefas que me couberem, que me fo-
realmente definida: Isto é, não sei se ele aguardará uma
anistia jurídica para voltar, ou se voltará sem ela
para res-
rem designadas. ponder aos processos. Desconheço completamente as condi-
M - Você falou no retorno de todos os exilados. Como ções em que ele pretende voltar, ou as condicionantes que

mais ref inada, você vê o fato de alguns estarem voltando isoladamente, an-
tes da concessão de uma anistia ampla e irrestrita?
porventura ele tenha para voltar. Por isso não posso opinar
sobre isso.
M - Você diz que só voltará
MA - Há muita gente que pode voltar, pois suas penas pelas mãos do povo e num
momento propicio. O que você considera um momento
se extinguiram e elas já não têm maiores problemas para en-
menos violenta" trarem no país. Essas pessoas estão tomando decisões indivi-
duais considerando — ou não
- as
possibilidades de retorna-
picio?
MA - Eu voltarei quando houver apoios internos
pro-

que
rem à vida política na situação atual. Outros, não se inter- permitam a volta. Não buscarei apoios externos para voltar
à vida Então essas são de- e voltarei tranqüilamente, com a minha familia,
M - o que você chama de repressão refinada? ressam mais em retornar politica. para de-
cisões isoladas de cada um, que não cabe serem julgadas. sembarcar no Recife, na oportunidade em tiver condi-
MA - Toda repressão agora está sendo voltada exata- que
mente para os movimentos de massa. Se, num movimento de M - Os Centros de Anistia do Brasil e da Europa estão ções de falar livremente ao povo brasileiro.
massa, você consegue retirar, desempregar, transferir cem organizando um Encontro Internacional pela Anistia previsto O apoio interno a que me refiro são as condições inter-
ou duzentas Roma e que seria patrocinado pelo Tribunal nas do país: a conquista de uma anistia, o restabelecimento
pessoas que constituem os elos de ligação
da para abril em
massa, você evidentemente reduz a força desse movimento e uma coligação de partidos europeus. Esse en- das liberdades democráticas, enfim, a existência de uma
Russel por
correlação de forças lá dentro
pelo menos temporariamente até que outros substituam com contro - que deverá ser reforçado com manifestações simul- que permita efetivamente
uma ação política de organização do
a mesma eficácia
aqueles que durante anos realizaram esse tâneas no Brasil e diante de consulados brasileiros no exte- povo. Até agora essas
condições não foram criadas.
trabalho. rior — faz parte de uma ofensiva do movimento pela anistia

MOVIMENTO
19 a 25/2/79 11

Dos quilombos
LIGAS CAMPONESAS:
Por Paulo Cavalcanti
Beta texto, especial
Movimento,
ará parto de livro
{tara
I sobre ai Ligas Cam-
ponasas e a situa-
çio agrária de Per-
nanbuco, desde o
tempo das sesma-
rias. O autor, Paulo
Cavalcanti, 63
anos, ex-deputodo
estadual eleito pelas
! forças populares da
__________!¦1
Frente do Recife
(1947/1954), ex-
secretário das Finanças da Prefeitura reci-
frase nas gestões de Pelópidas da Silveira e
Miguel Arraes, promotor público, jornalista
e escritor (Eça de Queiroz, Agitador no Bra-
sil, col. Brasiliana, premiado pela /«cadê-
mia Brasileira de Letras, Prêmio Jabuti
1960; O Caso eu Conto como Foi da Coluna
Prestes à Queda de Arraes, ed. Alfa ômega,
2* edição). Do novo livro sobre as ligas
Camponesas, fará parte réplica do autor à
tese defendida pelo sociólogo Caio Prado
Jr. no livro A Revolução Brasileira. Arépli-
ca, publicada em 69, foi atualizada por
Paulo Cavalcanti.
lutas sociais no cam-
po, em nosso pais, da-
tam de muitos séculos,
assumindo modalidades
aparentemente diversas.
A reação sangrenta dos
Índios aos processos de
usurpação de suas ter-
As ras pelos colonizadores,
o levante dos negros contra a escravidão,
formando quilombos de resistência coleti-
va, as lutas épicas de Canudos, do Contes-
tado, e do Caldeirão, que a história oficiosa
reproduz como fenômenos de exacerbação
do beatério, as façanhas de Antônio Silvino
e Lampião contra
"as
forças da lei", repre-
"macacos"
sentadas pelos bisonhos
"meganhas"
das Policias Militares - são
modalidades dos conflitos em que estive-
ram envolvidos trabalhadores rurais e
camponeses sem terra, ao curso dos anos.
Outra forma dessas lutas, que Hobsbawn
denomina de pré-políticas, foi o movimento
"quebra
pinada
quilos" no Nordeste, contra a ino
aplicação do sistema métrico deci-
mal, provocando nos fins do século XIX a
ira das populações rurais pela brusca ado-
ção das novas medidas nas feirais-livres e
nos mercados; além da insubmissão ao re-
cruta mento militar, usado pelos adeptos do
Império como meio de perseguir os adver
sários políticos.
Do ponto de vista social, esses fenômenos
compreendem o estágio entre a longa fase
evolucionária da organização tribal ou co-
munal e a nova sociedade capitalista, re-
presentando mil e uma nuanças de protesto
político embrionário, ainda incaracteristi-
co.
A aventura
da luta
armada
A partir do surgimento do proletariadc
no cenário político brasileiro é que essas lu-
tas campesinas assumiram um sentido de
arregimentaçáo, dentro de um ideário mais
ou menos preestabelecido. Às agitações
operárias nas grandes cidades, nas duas
primeiras décadas do presente século, cor-
respondeu um incipiente trabalho de coor-
denação das lutas rurais, deformadas, to-
da via, pela influência urbana levada ao
"tarefas"
campo através de partidárias.
Após a queda da ditadura de Vargas, em
1945, e sob o estimulo das grandes vitórias
das forças democráticas contra o nazi
fascismo, começaram a surgir as primeiras
entidades de camponeses no Brasil. O Par
tido Comunista, na legalidade, tratou for
malmente de instalar algumas Ligas Cam
trabalhistas da é
ponesas. Embora as leis
Üè Vargas permitissem, em tese, a for
poça
à paz social do bóia-fria,uma história muitas vezes escrita com sangue
II
aaVlSal KbCbS .Mm\m* ___* SwA*
Recife, 63: comício por Cubo * coritra o golpe qu* m o*1a*mi\o*o. Falando, o
inação do sindicalismo rural, na prática,
todavia, esses primeiros passos de cons-
cientização da massa campesina eram afo-
gados em sangue pela ação dos latifundiá-
rios, acolitados pelo próprio Governo.
Das agremiações polltico-partidárias, a
única, em realidade, que se ocupava em or-
ganizar os trabalhadores do campo e os
camponeses era o PCB, fazendo-o, no en-
tanto, sob moldes artificiais, no transplante
mecânico de métodos e experiências urba-
nas.
As Ligas Camponesas, as poucas que
existiram nessa época, tiveram a duração
da vida legal do PCB, proscrito pelo Tribu-
nal Eleitoral a 7 de maio de 1947. Estava-
ou mos então no governo do general Eurico
Dutra e ás vésperas da remessa ao Con-
gresso do Projeto de Estatuto do Petróleo,
que mandava entregar a exploração do
minério «os trustes estrangeiros. Para que
tudo coifesse fácil, urgia ilegalizar o movi-
mento aperário-camponês, o único capaz
de, juiMndo-se aos outros estamentos da
sociedade, forçar - como o fez - o recuo
"entreguistas".
jiquer modo, a
clandestinidade do
nsequente desativação das Ligas
ias esvaziaram a área rural da
agitaçãl de idéias. Algumas Ligas persisti-
riam ei»|uncionar ilegalmente, sendo obje-
to das r**js brutais arremetidas da reação.
Na flfl da luta armada, a que foi levado
Camente o PCB, na vigência do fa-
Bifesto de Agosto de 1950, a tese
do processo de
fição a curto prazo
Poder contaminou essas Ligas
es, tornando-as mais débeis em
I apoio de massa. O radicalismo
Srguês, que já infestara o PCB
"tenentismo"
t resquício do das
? 20 e 30
- fez deflagrar inglória-
is de guerrilha em alguns luga-
mais importante, por sua posi-
%~ca
e tempo de existência, o de
> longo do rio Paranapanema,
ulo e Paraná - sem falar em
de curta duração em outras
has do PCB morreram pre-
e. E, com elas, novos recuos se
i lutas sociais. Com a derrota,
òrças militares» golpistas que
pedir a posse de Juscelino Ku-
anos 50, voltou o pais a viver
ítabilidade politica, não sem
qui e ali, novas ameaças de
as Forças Armadas no pro-
átiço.
í Ligas Camponesas, restava,
a de Iputinga, no chamado
"cinturão
vewe" do Recife, sob a direção
do velho militante José Aires dos Prazeres,
"Coluna
antigo combatente da Prestes" e
"aliancista"
integrante do movimento de
1935. Esse José Aires dos Prazeres teria
participado, num tempo mais recuado, de
iniciativas de solidariedade à revolução so-
cialista russa, arrecadando fundos para
.r—
.iyp §^J ja
"^0
T_F___« SS _T V—esPeR
"ogitaAOr''
ajudar a jovem República Soviética. Na
Liga Camponesa da Iputinga, Prazeres con-
tou com o concurso do seu irmão Amaro,
conhecido por Amaro do Capim, e com a as-
sistència de Carlos Cavalcanti, ex-
combatente de 1935 e dirigente do Comitê
Regional do PC pernambucano, tendo sido
na legalidade seu Secretário Político.
As ligas
camponesas
de Juliâo
Em 1955, em condições gerais favorá-
veis, tanto no Pais como em Pernambuco,
criou-se em Vitória de Santo Antão, cidade
próxima ao Recife, a Sociedade Agrícola e
Pecuária, agrupando, lado a lado, proprie-
"morado-
tários de terra e lavradores ou
res" do Engenho Galiléia. Oscar Beltrão,
dono das terras do engenho, era seu presi-
dente de honra, juntando-se a ele, como in-
tegrantes da sociedade, outros latifundiá-
rios locais, como Sadir Pinto do Rego, do
Engenho Surubim, e Constantino Carneiro
de Albuquerque Maranhão, do Engenho
Tamata mirim.
Com os rumores de que a nova entidade
encobria elementos comunistas ou a servi-
— versão difundida
ço do comunismo por
outros grandes proprietários de terra, que
"mau
temiam o exemplo" da reunião de
"moradores" -
patrões com seus Beltrão
afastou-se da Sociedade Agrícola e Pecuá-
ria, levando consigo os demais donos de en-
genhos. A partir de então, a polícia iniciou
uma série de perseguições ao normal fun-
cionamento da entidade, agora apelidada
de liga para confundi-la, de propósito, com
as Ligas Camponesas que os comunistas
haviam criado na fase de legalidade do PC.
O fato é que o nome vingou, a principio por
provocação, depois pelo consenso pacífico
do povo.
Diante das medidas de repressão da poli-
cia e dos latifundiários, a Liga Camponesa
de Galiléia contratou os serviços profissio-
nais de um advogado no Recife para
assisti-la na Justiça. A escolha recaiu em
f rancisco Juliâo Arruda de Paula, descen-
dente de proprietários de terra no munici-
pio pernambucano de Bom Jardim, ele
"uns
mesmo possuidor de tratos de chão"
naquela cidade do agreste, experiente ad-
vogado, ex-dirigente do Partido Republica-
no em seu Estado, agora deputado à As-
sembléia Legislativa de Pernambuco pelo
Partido Socialista Brasileiro.
Ai começou a vida das Ligas Camponesas
de Juliâo, que logo em seguida criou no Es-
tado o Conselho Regional das Ligas Campo-
nesas, cujo embrião foi o Engenho Galiléia.
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C^fí^^^ 6
<ft' l_t!_____ra«r^B____ra_. «f
Jml Sibrtira.
Enquanto Prazeres e Amaro do Capim se
afastavam da entidade, por discordarem
dos novos métodos de organização, a Liga
de Galiléia escolheu José Francisco de Sou-
za para dirigi-la. Homem de 70 anos,
atuante e querido pelos moradores do enge-
nho, Zezé da Galiléia fez história, passando
a ser conhecido inclusive fora do Brasil, em
reportagens publicadas na Europa e nos Es-
tados Unidos. Prazeres, contudo, náo cru-
zou os braços: iniciou a criação de outras
Ligas fora de Vitória de Santo Antão.
Ao longo de cinco anos, o Engenho Gali-
leia representou o ponto mais alto das atívi-
dades políticas dos lavradores da região,
objeto e centro das preocupações constan-
tes de Juliâo, seu maior líder.
Governo manda
rezar contra
a fome
De debate em debate, deflagrou-se o mo-
vimento em favor da desapropriação do en-
genho, para entregá-lo a seus velhos mora-
dores, em forma de cooperativa agrícola.
Autor do projeto de lei sancionado pelo go-
vernador Cia Sampaio: Carlos Luiz de An-
drade, tombem deputado socialista, mili-
tante das campanhas populares do Recife,
"Petróleo
sobretudo dos tempos do é Nos-
so". A aprovação do projeto, todavia, náo
foi pacífica. Grandes manifestações popu-
lares organizaram-se em Vitória e no Reci-
"Frente
do Red-
fe apoiar a medida. A
para
fe , integrada por comunistas, socialistas e
elementos do Partido Trabalhista, partici-
pou desse movimento, forçando Cid Sam-
paio a sancionar o projeto da Assembléia
Legislativa, aprovado por maioria de votos.
A essa altura, alguns conflitos entre polícia
"moradores"
e do Engenho Galiléia já ha-
viam ocorrido, com prisões dé lavradores e
desrespeito ás imunidades parlamentares
de Juliâo. Um certo capitão Jesus trais in-
vadh* Galiléia - numa contrafação da cena
bíblica.
Reunindo cerca de 140 famílias, num to-
tal de mil pessoas, o Engenho vivia em con-
diçôes semifeudais; a família Beltrão exer-
"baronato",
cendo uma expécie de apare-
cendo na propriedade regularmente, de
tempos em tempos, para arrebanhar, em
sacos de farinha de trigo, a dinheirama do
aluguel da terra - o foro - devido pelos
"moradores",
trazendo-a para ò Recife na
boléia de jipes. A cada ano, o foro era ele-
vado, aumentando as rendas permanentes
dos latifundiários.
Com a desapropriação, coube á Compa-
nhia de Revenda e-Cçlpt^za^o^ien^ad^ ^*
 ¦ , ¦*>-_£»«* .mim-- •..«,, '
«r>M
rn^r? ¦• ¦•- i-.-y

Lideres presos ou exilados. A chacina de Estreliana. A visita de Kennedy. O papel de Juliáo.

UMA LUTA SECULAR das Ligas se reuniram, exumaram os restos

mortais do companheiro, puseram-nos num
-v ataúde de 1* classe e, em romaria, leva-
ram o cadáver á cidade, onde o enterraram
no cemitério principal. Até a missa de 7"
dia, numeroso grupo de lavradores montou
guarda defronte da usina, onde caíra morto
o camponês, em volta dos destroços do cai-
xão funerário utilizado na primeira hora -
até que as chuvas daqueles dias de inverno
;V~ não deixassem resquício algum de tábuas e
vísceras humanas, a podridão incomodan-
•'____
do patrões e funcionários da Usina Caxan-
gá. Houve missa na matriz, no 7' dia, e ses-
são solene na sede da Liga.

A grande
N
greve
rural

Em novembro de 1 963, mais de duzentos

-_-»_*. mil elementos das Ligas Camponesas e dos
w*p«mmmmi—mAMm—m •_¦ir» '« í«rs mm, * **_¦ 5
PKM"- -w mamam—MmmMMMW*^W, f ¦..-__¦„¦ ¦ f!_£ISBk, *¥i-J*l
Sindicatos Rurais, estes controlados
pelos
dos fr-mdoi Nascimento. Comício da
I C-Juicina Frente: fala Lima Cavalcanti; ao lado Juliáo (camisa branca, sem chapéu). comunistas, deflagram a maior greve rural
do Brasil, exigindo o disciplinamento do
do Governo do Estado, supervisionar o Enge- Bom Jardim, a de Limoeiro, a de Água Pre- um dos soldados. Sua casa de taipa ficou trabalho no campo. Como seqüela de tem-
nho Galiléia. Em geral, os órgãos ligados à ta, a de Pesqueira, a de Buíque, a de Bezer crivada completamente de balas, ao fim da pos feudais, as tarefas agrícolas variavam
agricultura no Nordeste sempre foram diri- ros, a de Totó, a do Cabo, etc. - cidades ou refrega. de engenho, na limpa dos canaviais, antes
"baita
gidos por prepostos dos grandes proprietá- lugarejos situados em todas as zonas geo No Nordeste, raro é o proprietário de ter- da semeadura. Aqui, era a de foice",
"partido", "conta",
rios de terra, quando não por profissionais ali, o acolá, a mais
"coronéis" gráficas do Estado, inclusive na capital. ra, o senhor de engenho ou usineiro que
colocados pelos do interior para Dos lideres mais conhecidos, afora Julião não dispõe de armas privativas do Exerci- além, outro nome tiradode nomenclaturas
o jogo de suas influências. No governo de e Clodomir Morais, também deputado, to. Seus principais prepostos, o gerente, o antanhas. Com a dè Miguel
interferência
"barra "A-
Etelvino Lins, por exemplo, depois da mor- (PTB), atuavam nessas Ligas: Chapéu de administrador, o responsável pelo Arraes e seus assessores, celebrou-se o
te de Agamenon, a Secretaria de Agricultu- Couro, até hoje recolhido à Penitenciária de cão", etc, além de possuir porte de arma, cordo do Campo" padronizando as tarefas.
ra foi entregue ao agrônomo Eudes de Sou- Itamaracá, Pernambuco, onde cumpre conduzem carteiras do SNI ou do DOPS es Com isso, evitava-se o grande poder de bar-
za Leão Pinto, funcionário de uma multina- "subversivos",
pena de reclusão Júlio Santana, falecido tadual - para dedurar os ganha dos latifundiários,
"contas" que aumentavam
"partidos"
cional de algodão, que certa feita, numa recentemente, logo depois de passar anos e o tamanho das e dos à
que outros não são senão os lideres que as
fase de estiagem no sertão de Pernambuco, anos de condenação no mesmo presidio, massas vão criando," no curso de suas lutas medida que eram forçados a elevar a
recomendou ás populações que rezassem em João Virginio, José Caçador, Joaquim Ca- reivindicatórias. O general Frederico Minde remuneração de seus trabalhadores. Per-
procissão, como única forma de resolver lo, em livro recente de memórias, confessa diam por um lado, ganhavam por outro. O
milo, José Evangelista, Manuelzinho e mui- "Acordo
seus problemas, como o faz exatamente do Campo" foi assinado pelas Li-
tos outros, quase todos antigos posseiros ou que, nos tempos de Arraes, forneceu armas
hoje o general Figueiredo, lavando as mãos "moradores" gas e pelas entidades de classe dos usinei-
de engenhos. Ao lado deles, desse tipo ao latifundiário José Lopes de Si-
ambos - diante de problemas que sâo "para ros, senhores e plantadores de
de engenho
realizando, por conta própria, tarefas ra queira Santos combater o comunis-
mais dos homens, e dos homens públicos, mo". Drayton Nejain, atual prefeito de Ca- cana. Após 1964, á estaca zero,
voltou-se
dicalizantes, com o evidente propósito de "Acordo"
do que das forças da Natureza. ruaru, figura celebérrima em Pernambuco, sob a capeiosa alegação de que o
tornar antipático o trabalho das Ligas Cam-
Dai porque a Companhia de Revenda e não havia sido solenemente homologado
ponesas, atuavam elementos ligados à poli- por seus antecedentes criminais, também
Colonização não planificou o processo de confessou em juízo, numa audiência em pela Justiça do Trabalho...f
"moradores" cia e aos órgãos de espionagem das Forças
assistência do Estado aos de Essa gigantesca e memorável greve rural
Armadas — comandando invasões de pro- que era réu por crime de espancamento de "Piquetes"
Galiléia, deixando de lado outras medidas sua esposa, que possuía dessas armas pri- foi um exemplo de organização.
priedade, incendiando canaviais, prenden- "por
que completariam o embrião de reforma em número de três a quatro mil se forma-
do donos de engenho, ameaçando Deus e o vativas ordens superiores", durante o
agrária: o fornecimento de insumos a pre- de Arraes. ram para convencer os lavradores da juste-
Diabo, de metralhadora á mão, vestidos â governo
ços módicos, a concessão de crédito acessi- za do movimento paredista e, inclusive,
moda de cubanos. Desses Com essas armas — compradas com o di-
vel, a assistência técnica "guevaras" guerrilheiros para montar guarda às propriedades dos
permanente, a de opereta, revolucionários de nheiro do povo - os latifundiários assassi-
criação de escolas patrões, ás pontes, ás estradas de ferro das
profissionalizantes, etc. fôlego curto, uns quantos se encontram nam pobres camponeses e agricultores ru-
Como era de esperar, a experiência do "reformulan- usinas, aos escritórios de administração -
hoje bem instalados na vida, rais. E o caso ocorrido na Usina Estreliana,
Engenho Galiléia nâo deu resultado, dentro Ribeirão, de propriedade do mesmo José a fim de evitar danos ou atos de provoca-
do" seus conceitos, sob a alegação de que o
desse ção de agentes policiais infiltrados na gre-
plano preconcebido de fazer ideal revolucionário que buscavam naquela Lopes de Siqueira Santos, a quem o general
malográ-la no nascedouro. Mindelo fizera entrega de armas do Exerci- ve.
época está hoje representado por Geisel, Fi-
Hoje, com o desmantelamento das Ligas
to. No dia 7 de janeiro de 1963, semanas
gueiredo, Delfim Netto, Andreazza, Arman
antes da posse de Arraes, cinco campone- e com o esvaziamento dos Sindicatos, entre-
do Falcão e quejandos. A opinião pública se "pelegos"
"conversões". gues a ou a alcaguetes dos ór-
diverte com suas E as viti- ses das Ligas foram covardemente assassi-
'Guevaras mas de suas delações tremem de ódio nas nados pelas costas no pátio da usina, pelo
fato de terem ido â presença do patrão exi
gãos de segurança, com raras exceções, a
situação é de penúria no campo. Os traba-
sepulturas.
lhadores vivem à míngua, alimentando-se
gir o pagamento, em atraso, do 13' mês.
de ratos,conforme denunciou o presidente
Das vitimas, quatro pertenciam à mesma
de familia - Batista do Nascimento - irmãos do Sindicato Rural de Palmares, recente-
mente. Os
"barracões"
das usinas expio-
Armas entre si. O delegado de polícia encarregado
do inquérito, Romildo Leite, conhecido es- ram o comércio de viveres, vendendo pro-

opereta" pancador de presos políticos, isentou o usi-

"capangas"
dutos de má qualidade, a preços exorbitan-
tes: farinha mofada, feijão bichado, carne

para os
neiro e seus de qualquer res- "passada" "barra-
ou podre, etc. Esses
ponsabilidade pelo hediondo delito.
cões" são outras seqüelas das relações
Em agosto de 1963, no Engenho Oriente,
Ainda assim, não faltou o apoio necessá-
no, de parte do
latifundiários no município de També, o líder camponês
Jeremias foi trucidado pelos
"cabras"
dos
semifeudais
ficam presos
no
permanentemente
campo.
a uma
Os trabalhadores

povo, â Liga Camponesa de "barraqueiro" —

<-ezé e Julião. Raro conta-corrente do prepos-
era o dia em que o En- latifundiários José Borba e Pompeu Veloso
to do dono da usina ou do engenho — e nâo
genho Galiléia nâo era visitado Borba. Seu cadáver foi arrastado e sua ca-
por jornalis- chegam nunca a saldar seus débitos. En-
tas e beca esmigalhada a coice de rifle. Jeremias
grupos de pesquisadores sociais, do A formação das Ligas, contudo, nâo se isso,
nâo podem sair do trabalho à
tírasil e do exterior. liderava um movimento por melhores sala- quanto
O Senador Kennedy, ir- fazia por caminhos pacíficos. Custava, no de
mao do procura outras paragens onde seu esfor-
presidente dos Estados Unidos, foi mais das vezes, o sangue de muitos. O pri- rie: para os trabalhadores do engenho. De-
uma dessas ilustres ço físico seja menos explorado.
visitas. A toda elas os meiro dessa galeria de herdis quase esque- pois do golpe de 1964, o Promotor Público "dinheiro" "barracões"
moradores" do engenho acolhiam com O usado nos sâo
cidos hoje, foi o camponês João Tomás, "ca- que que, a mando de Arraes, processou os cri-
'estas e "foguetes minosos, foi demitido sumariamente do seu vales assinados pela administração da usi-
girândolas, espocando tivera dois irmãos assassinados pelos "de-
do ar" nos céus cargo e submetido a ação penal por na ou do engenho, ao invés de moeda cor-
Teresa e Nossa
de Galiléia, como sinal pangas" das Usinas Santa rente.
Até pouco tempo, algumas usinas de
para a concentração dos seus habitantes na Senhora das Maravilhas, no muniéipio per- nunciaçfto caluniosa"...
casa-grande da Pernambuco usavam pagar o salário de
nambucano de Goiana. Em fins de 1955, no Em Bom Jardim, um de Juliáo, de
propriedade. primo seus trabalhadores com moedas cunhadas
Sob a influência de Julião, alvorecer das Ligas, Jofio Tomás e um gra- nome Antônio Cícero, foi emboscado e mor-
já agora auxi- "moradores" com o nome da empresa. Essas moedas cor-
uado de engenho foram ata-
por um grupo de ativistas políticos - po de to por elementos dos proprietários de terra
estudantes, lideres riam paralelamente com o dinheiro oficial,
camponeses, parlamen- cados por forças da Policia Militar de Per- locais.
tares, intelectuais - em pé de igualdade — outro resquício de
outras Ligas se forma- nambuco Aleyado das duas pernas, an- Na Usina Caxangá, do industrial Júlio
ram em Pernambuco: formas semifeudais nas relações de produ-
a de Bonito, a de dando de muletas, o bravo lavrador reagiu Maranhão, um delegado da Liga Campone-
Barra da Guabiraba, "vigias" ção. Arraes planejou extinguir o odioso sis-
a da Serra de Passira, ao cerco de sua casa, mantendo cerrado ti- sa foi assassinado pelos do usinei- "barracões",
9 de Araçoiaba, "meganhas" tema dos criando cooperati-
a de Ponte dos Carvalhos, a roteio com os da Força Poli- ro, seu corpo sepultado no cemitério da
ae Quipapé, vas de consumo nas Ligas e nos Sindicatos.
a de Tacaimbó, a de Mirueira, ciai. Depois de algumas horas, João Tomás propriedade, em caixão funerário de 3*
a de Jaboatáo, - - deixando morto classe. Dias depois, milhares de associados
a de Cova da Onça, a de fugiu ao assédio até hoje continua na página seguinte

^VUttNTo
19 a 2tmm*J79 13
 Os dilemas que existem em torno da anistia são falsos e
camponesas: vão desaparecer, assim como as restrições
de alguns setores. É o que prevê o presidente da OAB.
UMA LUTA
SECULAR
Faoro:
"Anistia
Para
corpo
verno
substituir
esquálido
mandou confeccionar um
de Arraes
"macacão ",
os
dos
trapos que cobriam o
trabalhadores, o go- deve
tipo ecológico de fresco e resis- *mt:' ^^__________k^B

ser ampla,
"
tente às labutas do campo. Lotes desses w • ¦_*_____ m.
*V ^^^.
ml ^**m_t
"macacões",
apreendidos pelo Exercito,
em 1964, foram exibidos pelas televisões
"fardamento
como dos guerrilheiros de Ar-
raes", que iriam tomar o Poder,

geral e irrestrita.
"república
transformando o numa bolche-
vista"...

"Reforma
BE!!! I _________ m*T.
E vai ser assim".
agrária Faoro: sem hesitações ou temoret.
envolve o outro que seria 6 o retorno de antigos lideres como
político do crime que
Por Déa Barbosa o crime comum. Esse é o chamado crime Brizola, Arraes, Prestes - este último já pe
na marra" conexo. A discussão está só em torno disso. diu seu passaporte á embaixada do Brasil
em Moscou.
Na quarta feira passada, 14 de fevereiro, o Mas esse é um problema,acredito,de solu-
- Esses
Comitê Brasileiro pela Anistia - CBA - co- fácil. Basta consultar os antecedentes R.F. líderes já retornaram. No
Jânio Quadros, eleito ção
Acompanhando
memorou um ano de existência. A data foi
políticos e jurídicos do povo
brasileiro para momento que os jornais falam deles toda
Presidente da República. Julião visitou Cu
comemorada exclusão do crime co- hora, eles (ou ele) já estão de volta, atuando
pelos movimentos de anistia, ver que nunca houve
ba. em 1960 A partir daí, as Ligas começa Por isso, estamos tratando
principalmente no Rio, como um marco da nexo. Houve anistia até em plena ação ar- politicamente.
ram ;i trilhar noves rumos. Em seguida,
luta mada, em 1893 e como condição para que de um falso problema.O que é um líder poli
pela conquista da anistia ampla, geral
com a frustrada tentativa de invasão da tico? Uma pessoa que atua
e irrestrita. houvesse a deposição das armas. Os líderes politicamente.
Ilha CIA pelose elementos anti
pela data, foi lançado todos eles são Se está aqui ou se está na Europa, no Ja-
EE.UU., as Ligas No ano
passado, nesta que fizeram esta revolução,
castustas refugiados nos
"revolução" no Rio de Janeiro, o primeiro núcleo do anistiados e anistiados de crimes conexos pão, não interessa. Ao meu ver namedida
passaram a adotar a linha da
banco, em que o rádio e a TV falam deles, isso já
CBA, em solenidade realizada na Associa também. De modo que assaltaram
imediata, com os grito* de reforma agrária, representa uma volta pois em torno de suas
ção Brasileira de
Imprensa, presidida por expropriaram (chamavam naquele tempo
na lei ou na marra". F.ram os tempos da
"doença Iramaya Queiroz Benjamim, Secretária da Requisição) e não houve nada. Em 45, a personalidades já se travaram discussões, e
infantil"' do esquerdista antilhano, isso não impfica nem em anistia; podem
<is
"guevariâtss"
dos
"focos", entidade. 0 ponto alto do acontecimento foi anistia abrangia o crime conexo também. Há
Com teses constituir novos problemas, como a in-
- fenô a palestra do general Peri Beviláqua, minis um pouco de confusionismo jurídico em
das guerrilhai urbanas" ou rurais fluência nas eleições.
tro cassado do STM, que além de pregar a torno de uma coisa que é muito simples.
meno que empolgou certas forças de es M - Como assim?
anistia ampla fez a denúncia do caso PA Para nâo ser deselegante, eu não mencio-
mundo inteiro. Os elementos
querda no F.F. - Bem eles influíram nas eleições.
nas Ligas e os pró RASAR naria pessoais dos atuais ou futuros
casos
provocadores Infiltrado! detentores do poder que têm famílias que Porque nâo?
prios dirigentes dos grupos de Julião, que decorrer deste período, a reivindica-
No
foram beneficiadas de crimes M - Então aqueles que pregam anistia
políticos
rendo tocar o sol com os dedos, apressaram ção de anistia que ja vinha sendo levantada restrita estão fazendo tempestade em um
com envolvimento em crime conexo. Na re-
as formas ds luta, radicalizando as. Entre por diversos setores sociais e políticos al- copo d'água?
volução de 32, por exemplo, houve mortes,
mentes Arraes defrontava se com a arregi cançou enorme amplitude, transformando-
houve também R.F. Eu diria que estão levantando fan
problema de crime político
mental âo das forças conservadoras do F.s se num verdadeiro clamor nacional e ad-
tasmas e não estão fazendo uma análise
e houve anistia.
tado, por outro lado. Entre o radicalismo caráter organizado.
quiriu fria da realidade política naciomal. Está
da esquerda e da direita, Arraes dificilmen
Hoje, vindo a questão para a ordem do- Militares? falso problema faltando também muita reflexão jurídica. 0
te se pôde conservar em posição de equi
dia da situação política a reclamar imedia- presidente deveria é enviar uma mensa
líbrio, gastando suas forças na vã tentativa
ta solução, o próprio regime já se manifesta M A que se atribui tanto receio em rela- gem ao Congresso diferente do que foi a re
de manter e cumprir mandato, a essa seu
"desestabili em torno de uma anistia parcial, como uma vogação de decreto de banimento e anis-
hora minado pelo processo de ção á anistia irrestrita?
das primeiras medidas a serem propostas R.F. É um pouco de inadequação à tiar.
tação" custeado pela CIA e pelas chama
'classes pelo general Figueiredo logo que
assuma a
própria idéia. As idéias nascem assim timi- M - Correm o risco de chamar preso poli-
das conservadoras'. Havia no
Presidência da República. Os movimentos tico de comum?
norte americano do Recife nada
damente oupor tentativa. Daqui a pouco,
consulado
de anistia, muito embora considerem uma com uma melhor reflexão e com a consulta R.F. - Não podem porque tem uma lei de
menos de 14 vice cônsules, quase todos li
conquista qualquer medida que venha a ser à história, essas restrições vão desapare- segurança arrolando em todos os seus arti-
gados .i CIA inclusive próprio cônsul.
o
alguns dirigentes das posta em prática, entendem que a manobra cer. Agora, também atribui-se a resistência ao gos crimes políticos. Houve tempo em que
Perdendo a cabeça,
do regime tendente a discriminar aqueles fato, esse sim, de natureza nova e univer- se renegava essa categiria de crimes políti
Ligas adquiriram no sul acampamentos - como os
que mais precisam de anistia sal, de se supor que toda pessoa que partici- cos, não sei porque. Hoje já não se pode ne-
para tremo de o que irritou os
guerrilhas, o AI-5 falava em crimes
nacionalistas das Forças Armadas e presos políticos, precisa ser combatida com pou de luta armada é terrorista. Então po gar, pois próprio
grupos a defesa da anistia ampla, geral e irrestrita, fantasma de Baader Meinhof, das Briga- políticos.
espicaçou a ânsia de golpe dos inimigos da M - Então, na sua opinião, a anistia deve
Ksses acampamentos jamais por entender que esta será a única que su- das Vermelhas, freqüenta muito a cabeça
democracia
perará a unidade rompida da nação. desses objetores e aí também sem uma me- abranger aqueles que aqui estão encarce
funcionaram Sei cie um deles em que os
"guerrilheiros", Sobre o assunto da anistia parcial, Movi lhor reflexão. O que é necessário é distin- rados?
cansados de esperar pelas - Claro. Se não abranger esses a
mento ouviu o presidente da Ordem dos terrorismo de luta armada. E essa dis- R.F.
armas formaram bandas de guir
prometidas, Advogados do Brasil, Raimundo Faoro, tinção não se faz somente no campo políti- quem vai abranger? Aos que já cumpriram a
música, improvisando se em tocadores de
uma das personalidades que vêm se mani co, ela se faz também no campo jurídico. É pena da extinta punibilidade a anistia vem
saxofones, de pistons, de contra baixos,
festando pela anistia ampla. necessário que os juristas advogados e meramente formal.
etc , azucrinando a vizinhança. Era o lado poli-
ticos estabeleçam de uma maneira carac- M - A competência da anistia devia ser
cômico, ou ridículo, de uma tragédia pela exclusivamente do Congresso?
qual pagamos caro, todos nós, até hoje. A Anistia era tabu terizada o que é terrorismo e o que é luta
R.F. - Sim, exclusivamente do Congresso
li armada.
imprensa burguesa alugava, a tanto por
- M E os militares? Seriam um obstácu- Nacional. Porque, invocando os preceden-
nha, seus editoriais, fazendo coro às provo Movimento Diversos setores, inclusive
lo... tes brasileiros, acho aue o Congresso reflete
cações dos latifundiários do governo, têm falado de anistia. O Sr. a vontade popular, de uma maneira mais
começavam acha que ela sai? E como virá, R.F. Esse é um falso problema. Digo isso
Exatamente por essa época parcial-
calcado em antecedentes imediata do que o presidente da República,
a surgir, no seio da massa campesina, seus ou ampla e irrestrita?. judiciários.
Quando se fala em anistia ampla, geral e ir- sobretudo no atual sistema. Tam-
verdadeiros lideres fora do alcance dos Raimundo Faoro - Nós, advogados, temos
restrita ela supõe restrições institucionais. bém o presidente da República se fosse elei-
tempo, es de
ideólogos urbanos Mais algum uma posição já formada em Curitiba,
Ninguém fará
um funcionário público, ou to diretamente; por isso acho que no atual
ses Imperes teriam retomado o caminho do uma maneira clara, definida, no sentido
um juiz que tenha mais de 70 anos voltar sistema, sobretudo, seria aconselhável que
bom senso, influenciando sobre os traba que ela deve ser ampla, geral e irrestrita.
ao serviço ativo, ninguém fará*' É uma restri- a Constituição desse a atribuição exclusiva
lhadores e camponeses, nas Ligas e nos Sin Não temos nenhuma hesitação sobre isso. Se
ção constitucional e não é de agora. A volta ao Congresso. Al seria um decreto legislati
dicatos. Mas já era tarde O golpe de lude ela sai ou náo, é outra coisa. Mas eu acho
"paz dos militares que seria também uma obje- vo.
e,
abril estava na ante sala Hoje, a so que sai. Meu recioclnio é muito simples - Com isso a
M o Sr. acha desnecessário
ciai" da ditadura é um deserto de lutas e de em certo sentido, óbvio. Há um ano ou dois, ção é um falso problema, pois os militares
saíram do exército só poderiam voltar Constituinte?
tabu que
idéias Os campos despovoam se, com os quando falávamos em anistia, era um R.F. - Eu sempre
mediante a freqüência a certos cursos etc, achei que a Constituinte
de ararapara o sul ou rumando a sociedade, tinha se de falar baixo,
paus "bóia para
e, é o fim de um
processo e não um começo.
do Nordeste. O era um risco. Hoje é uma idéia aceita. 0 portanto, já perderam a oportunidade.
para as capitais
"morador"
fria"'
Eu nunca admiti a constituinte sob a vigên-
Então, qual o problema? Digo que tem ante-
substitui o de engenho - sem que se cogita hoje é se ela atinge uma deter-
cedentes judiciais, porque quando o Supre cia do AI-5. Isso significaria que a consti
carteira profissional assinada, sem casa minação da categoria ou se apenas outra.
mo mandou reintegrar em decorrência de tuinte seria aleita com 300 deputados e o
para residir, sem roça para plantar sua Ia M Fala-se que quem assaltou banco é
voura. Com isso, além da exploração do criminoso. Eles devem ser anistiados? um crime comum, mas a hipótese jurídica é presidente da república teria poderes para
a mesma, o tenente Bandeira, falo do Ban- reduzí-los a 25. Não era uma constituinte.
trabalho humano, encarece se a vida tanto R.F. Uma parte do equivoco já foi corri-
deira porque é o caso mais notório, ele não De modo que é um processo. A Constituinte
na cidade como na área rural. Os alimentos gido. A nova lei de segurança nacional se-
são importados do sul A agricultura de o assalto a bancos sem motivação o mandou voltar às fileiras da aeronáutica, pressupõe anistia, então são etapas a serem
para
reforma agrária, porque ele não podia voltar. Ele saiu com a cumpridas. Se nós não temos nem a liber
subsistência definha. De polftica daquele com motivação política.
nem se fala mais Contudo, as Ligas escre Esse equívoco, intecionalmente provocado, patente de tenente e teria direito de voltar dade de quem se quer esta consti-
eleger
compatente superior. Para obtê-la teria de tuinte não seria tão adequada. E todo mun-
veram uma das mais bonitas páginas da já está parcialmente corrigido. O que há em
Mesmo com os cumprircertosrequisitosqueele perdeu com do fique também consciente que isso é tam-
história social do Nordeste discussão agora é um outro problema, júri
erros que ele mesmo, autocriticando se, dicamente um problema simples. É se o cri- a idade e o tempo.Então, esse problema da bém uma estratégia do processo. Uma es-

confessa querer repeti los, Francisco

não me conexo deve também ser anistiado. O volta dos militares é sem dúvida um falso tratégia que precisa ser seguida. A nossa,
- ele e as como seria um falso menos sempre foi a seguinte: conse-
Julião tem perante a massa rural crime conexo é aquele
que o crime co- em problema problema pelo
-
forças progressistas que elegeram Arraes mum está vinculado
crime político. Ê o ao querer que um juiz com mais de 70 anos guir primeiro o habeas-corpus (liberdade
unia imagem que os séculos eternizarão. caso da luta armada. É o caso do homicí voltasse ao serviço ativo, e por isso não há física) e as garantias do judiciário. Depois

Cabe nos a todos, nesta hora, tirar lições dio. Em todas as revoluções existe morte, porque criar um ambiente de restrições. o problema da pacificação que comprein-

desse recente difusão de sangue. Acontece que o aspecto M - Mas existe outro problema apontado deria a anistia e por fim a Constituinte. ¦
passado

14 MOVIMENTO 18 a 28/2/79

_____________ ^oS-M-i-
______
 ~~

Distribuição de Renda

PERDÃO, GENERAL:
O POVO VAI MESMO MAL
Recentemente o general Geisel disse que a distribuição
de renda no Brasil tinha melhorado. Errou feio!

Por Ricardo Bueno

Há pouco tempo, numa visita que fez a
São Paulo para um congresso da indústria
eletroeletrônica, o general Ernesto Geisel
"chamuscada"
aproveitou para dar uma
nos que afirmam que o bolo é mal dividido
no Brasil (com os ricos devorando quase tu-
do). Citando uma série de dados sobre o au-
mento no número de automóveis, televiso-
res, rádios, etc. concluiu: a renda no Brasil
não é tão mal distribuída, como vivem di-
zendo os que criticam o governo, pois um
maior número de famílias vem tendo aces
so a esses bens.
Essa visão otimista, não coincide nem com a
do atual presidente do Banco do Brasil e fu-
turo ministro da Fazenda, Karlos Rischbie-
ter. Preocupado com a rebelião popular no
Irá, um país de crescimento rápido com ren
da altamente concentrada, ele disse: o Bra-
sil nào pode continuar mantendo à margem
de sua economia 35 a 40 milhões de pes-
soas, que vivem em condições de miséria
absoluta (famílias com renda de até dois
salários mínimos).
Os dados da Pesquisa Nacional
por
Amostra de Domicílios-1976, que o IBGE
está divulgando desde dezembro, estão aí
para comprovar que o quadro é realmente
sombrio. A miséria é assustadora: das 38,9
milhões de pessoas ocupadas, mais de 70%
(27,3 milhões) recebem até dois salários
mínimos. Nada menos
que 11,2 milhões
(mais de 40% dos que trabalham)
ganha-
vam em 1976 apenas até 1 salário mínimo.
Em contraste com essa multidão de
pessoas
que consegue pouquíssimo para viver, cerca
de 394 mil privilegiados
ganham mais do
lação.Mesmo nas regiões mais ricas do
A REGRA É A MISÉRIA país, as conseqüências desse modelo foram
calamitosas para os trabalhadores. Um es-
tudo divulgado há alguns meses pelo Con-
selho Nacional de Política Salarial (órgão
subordinado à Secretaria de Emprego e Sa-
"demons-
lário do ministério do Trabalho),
tra que, em 1976, 21% dos trabalhadores
formalmente empregados no Estado de São
Paulo recebiam uma remuneração mensal
f*m _K_CT^'^.*^;/trT^*feffi_fc'hye * inferior a 1,4 salário mínimo. Na indústria,
essa participção era menor (18%), subindo
para 26% no setor terciário (comércio e ser-
viços). Nos estados da região Sul, as parce
Ias de trabalhadores recebendo até 1,4 sa-
lário mínimo por mês eram ainda mais ele-
vadas: 37,1% no Paraná, 37,5% em Santa
Catarina e 38% no Rio Grande do Sul. Essa
rjBM_&Iíb_______Í_______________^ .. _ _•.. .-aSifeÇ' •
pesquisa, realizada com base nas informa-
ções da Lei dos 2/3, refere-se apenas ao
chamado mercado formal de emprego, ca-
racterizado por relações estáveis e legais.
Ainda assim, o próprio Ministério do Traba
Iho constatou que a porcentagem de traba-
lhadores recebendo mensalmente menos de
2 salários mínimos atingia 38,4% em São
Paulo, 53,5% no Paraná, 58% em Santa Ca-
tarina e 58,3% no Rio Grande do Sul esta
*_rg__i H_S____I___3_B____i___ _B»nW_____fc_l t'"**a*5»i*w dos que respondem por 54% do total de
mão de-obra empregada no país e concen-
tram os setores capazes de oferecer maio-
res remunerações,", diz o boletim Análise
(de circulação dirigida para homens de ne-
AS CASAS NÃO TÊM ESGOTO gócios).
******---.-__-—--_____________--. ______ a
¦„ a *^AOA\l*i
'»
•

que 20 salários mínimos (pouco mais de 1%

rs*. ' ." «-- .
Retrato
da força de trabalho).
Além disso, há 4,9 milhões de
pessoas
da pobreza
que trabalham, mas nada recebem. São,
em geral, membros de famílias Mas a Pesqi" _ Nacional por Amostra de
que culti- Domicílios 19
vam pequenos j náo se limita aos sala
pedaços de terra. O proble- rios, apresenta
ma é gravíssimo no Nordeste, em uma série de dados
que per
que quase mitem traçar um verdadeiro
18% da população ocupada não retrato sem
põe a mão retoques (especialmente
em pagamento de espécie retoques oficiais)
alguma. Aliás,
nessa região do Brasil. Eis alguns deles:
problema a concentração da
renda é muito mais acentuada Água e instalações sanitárias dos quase
que nas 21,8 milhões
reas mais ricas. A PNAD-76 mostra de domicílios existentes no
que no
NE apenas 12,6% dos pais, mais de 65,2 milhões não tem qualquer
que trabalham ga- tipo de instalação sánit_íria (rede
Miam mais de 2 salários geral, fossa
mínimos, contra
%no R»o de Janeiro e 49%
em São Paulo. SEMGELADEIRAE TELEVISÃO séptica ou rudimentar). Cerca de 6,3
lhões de domicílios têm que se contentar
mi-

com uma fossa rudimentar.

Entre No Nordeste,
onde a situação é mais grave do que na mé-
____h______kí____í__m____I |0H^A^BMfr_9^|^ft ^BBKSJHH|XlB^^^H0|^fl^Bftife>*4É dHHM^^2M^i^^k__l.T>' dia do pais, 61,2% dos domicílios
os piores tam com qualquer tipo de instalação
não con
sani-
fssa repartição tária. Além disso, menos de 50% dos do-
perversa do bolo, provo- micílios brasileiros canalização
*da entie outras ' possuem
coisas pela política de '-¦'-•->VjÍ
'rrocho salarial, " 44Í7_E',J_______________^-tmIÉi __-_f \ interna para água. No Nordeste o percen-
faz com que de acordo __i__ÃJ-________ri-'__i_____Mi__i_rmm
•om um levantamento tual cai dramaticamente: apenas 20%.
estatístico do Banco Alfabetização - há mais _£ 27
aundial, a distribuição milhões
da renda no Brasil de analfabetos no Brasil, para uma popula-
pareça como mais concentrada
«sés (de um total que em 61 ção de 105 milhões de habitantes. Portanto
de 73 países para os 1 em cada 4 brasileiros não sabe ler nem
Ws se obtiveram dados). Pior
que nós, so- escrever. Um dado que por si só revela a fa-
pente países como África do Sul, Rodésia e lência do Mobral. Dizem que uma das me-
|anao , afirma o economista José Serra,
Universidade de tas prioritárias do governo Figueiredo será
Campinas. Ainda se- reduzir violentamente o analfabetismo, ten
undo ele, os
dados de 1976 revelam
que do como meta que apenas 1 em cada 12
i«» 5% mais ricos da
'nam cerca população aboca- os da PNAD 76 ou quando surgem os re- 3 mil a CrS 6.900,00) subiram apenas 6,2% brasileiros não saiba ler nem escrever.
de 39% da renda sultados de pesquisas sobre a evolução dos
-anualmente pessoal gera- ao ano. E para os salários baixos de (CrS
no país, enquanto a metade Há alguma coisa
que esses dados todos
salários. 768,00 a CrS 3.000,00) a situação foi muito
da População não chega a rece- mostram, além de
miséria para dezenas e
er i ?2 a pior pois o avanço, sempre em termos dezenas de milhões e luxo
ta « a.d>ferença
xlsa
renda- Em te"nos de renda Modelo reais é claro, foi de apenas 4,6% ao ano. Es- para uns poucos?
Sim, há. Mostram a necessidade óbvia (e
*W resulta assombrosa: um ses dados não incluem milhões de subem-
¦en. 1
«nsaimente
daque-es afortunados 5%
ganha
Insano pregados espalhados pelos campos e cida-
urgente) de mudar um modelo
que cama-
Cerca de das cada vez mais amplas da
quarenta vezes mais Um trabalho do economista Domingo _.ur- des e que ganham menos de 1 salário mini população se
membro dos 50% recusam a tolerar. Mas
para que as mu-
menos aquinhoa- ron Ócio, publicado pela Revista de Admi- mo por mês.
;rum danças sejam para valer, e não meros cos
0 que chega nistraçáo de Empresas da Fundação Getú- A insanidade do modelo concentrador dt
a ser hilariante (ou melhor, méticos para embelezar o modelo, há
aK>com,Co), lio Vargas, mostra que no período 1969-76 renda fica ainda mais evidente, que
| que certos tecnocratas ofi- quando se avançar rumo à democracia
politica. Só as-
os altos salários aumentaram em ritmo sabe que entre 1970 e 1976,
afirn*ar para cada 1 sim os foram até agora deserdados na
mil
"a. rSam que o governo Geisel muito mais veloz do que os baixos salários. cruzeiro de elevação na renda média de um que
distribuição do bolo,
para melhorar a distribuição da Assim, os ordenados muito altos (acima de trabalhador pobre, houve um avanço de 48 poderão conseguir fa-
!_
F aa Mas toda tias maiores. Não há caminho mais curto
essa retórica, vai por á- CrS 50 mil) subiram em média de 11% ac ano cruzeiros na renda média dos
DaiX0 privilegiados que a democracia, para enterrar o modelo
quando aparecem dados como nesse período. Já os salários médios (de CrS que fazem parte dos 5% mais ricos da popu- concentrador.

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E traição
Hugo Arruda, o policial que denunciou o delegado João Acioly como chefe do
esquadrão da morte em Pernarnbuco.
de lascar 1
Existem coisas que acontecem nessa nossa pátria amada
só mesmo rindo. Por exemplo: dia desses, estava eu fo-

Crimes e horrores na
que
lheando os jornais da imprensa salutar e eis que deparo
com uma notícia alarmista. O Almirante Elmo Zumwalte,

ex chefe de operação naval da Marinha dos Estados Unidos,

e
alertava, que a União Soviética, em muitas áreas tecnológicas
militares, supera os Estados Unidos. Li essa notícia e fiquei

matutando como essa notícia devia estar preocupado os mi-

costuma ver comu

polícia pernambucana
litares brasileiros.Essa gente, que
cama, pulando das
nista em parte, saindo debaixo da
toda
e dos armários, se infiltrando nas repartições públi
gavetas
cas e na irnpresa, pensava eu, devia estar padecendo de insô-
nia, a partir do momento em que souberam da advertência
á faca. 0 do Almirante Elmo. Estava pensando nisso e continuando a
A policia pernambucana amanheceu alvoroçada
no últi contrados com marcas de algemas e perfurações retumbante
ler o jornal e, pálido de espanto, deparo com um
10 de janeiro: na noite anterior haviam atentado crime foi atribuído a um Esquadrão da Morte de Pernambu- "O
a União Sovié
mo dia manchete: Brasil vai vender canhões para
a solução do
de Roubos e Furtos, Jo CO. Até a semana passada não havia pistas para
contra a vida do veterano delegado tica."
Mais de 100 homens muito bem armados e caso e o secretário da segurança, Sérgio Higino, já ia jogar
nathan Marques.
João Acio Ministério da Justiça todo o inquérito, além de Meu patuá entortou. Minha mufa fundiu
Podem crer.
chefe de Polícia Metropolitana, nas mãos do "A
comandados pelo União Soviética está
o autor do atentado. ajuda também à Polícia Federal. Não deu pra entender. Li a notícia:
K foram mobilizados para capturar pedir "Não - su-
à Polícia Federal, não" adquirindo canhões de fabricação brasileira para equipai
Apesar do alvoroço e da quantidade de policiais,o princi precisa pedir ajuda
Hugo na semana passada.E sem seguida,apontou os res- carros de combate. Trata-se de canhões 90 MM, construído;
suspeito, Hugo Arruda Albuquerque, não foi encontrado geriu "O
pai foi traçado delega- Eletro Finos." Tremi nas bases. Juro por
Metal Aços
sua casa ponsáveis pela chacina: pelos pela
no Recife, mas em represália os policiais invadiram plano
as criança». Essa foi a dos João Aciolly e Jonathan Marques. Mas os seis marginais essa luz que me ilumina que até atribuí aos canhões que c
v prenderam toda a família, inclusive
com a Paraíba Brasil vai vender para a União Soviética o fato de essa po
o acuado Hugo Arruda, que resolveu então foram para a divisa de Pernambuco
levados
gota dágua para tência estar superando militarmente os Estados Unidos. E
a polícia de Per agentes
dois e vários outros colegas".
soltar uma enxurrada de denúncias contra pelos
confidente e cúmplice até ai Acioly limitou se a dizer que recebe as acusações do também andar ultimamente tendo a idéia digna de um jerico
nambuco, de quem havia sido "Comprometedor,
mesmo, seria de se expandir mais e mais pela Europa e África. Mas, con-
antes. marginal como um elogio:
guinas semanas fesso que o que mais me intrigou não foi o fato da expansão
Pcmambu elogiasse'.'
Dias depois daquela blitz chegava ao Diário de se ele me
as entranhas
não nega seus crimes. Pelo contrário: cita ou não da União Soviética. O que me bagunçou
CO unia carta onde Arruda polícia, entre outras
acusava a Hugo Arruda
foi enfim a certeza de que o ouro de Moscou corrompe mes-
coisas, de abuso de autoridade, desperspeito aos direitos os um a um e até lembra o artigo do Código Penal em que

humanos, sevícias, torturas, desrespeito à Justiça, roubos, cada um deles se enquadra, como forma de evitar que outros mo.
crimes lhe sejam imputados injustamente. Mas também não maior

h
invasão de domicílios, etc". Citava fatos, nomes e datas; de Acho um governo brasileiro trair seu
absurdo o
ter atentado em toda esta história. E vai arrolando de- com o terrível urso Polar. Inacre-
safiava a polícia a desmenti lo; reconhecia quer Bear sozinho amigo, os Estados Unidos,

contra a vida do delegado Jonathan Marques e ainda expli núncias intermináveis: ditável, acachapante. Depois do governo brasileiro dar tan-
"Impiedosamente, O
tal: com requin agente Nunes tentou matar um marginal conhecide tas e tantas provas de amor desvairado pelos Estados Uni-
(ava seus motivos para
ele retalhou minha mulher com cipd de Roberto, que havia prometido denunciar suas extorsões. dos, fazer uma traição dessas é de lascar. O que é que vão di-
tes de perversidade, por
deixando a com hematomas pelo corpo, Levou 0 para um local deserto, disparou vários tiros contra zer para as criancinhas que ainda não compreenderam bem
boi por seis horas,
confessasse onde poderia me encontrar, ele e foi embora, tê-lo assassinado. Mas, por ver- o que o governo brasileiro quer fazer com a Amazônia, que
para que a mesma pensando
matar me" dadeiro milagre, Roberto conseguiu salvar-se. E também cada dia é mais entregue aos projetos Jari e a outras multi-
para
0 delegado Acioly, que comandava com incrível vivaci pode comprovar minhas denúncias". nacionais? O que é que se vai dizer para as criancinhas, que
um dos ¦ Cinco o delegado Acio-
dade a perseguição a Hugo Arruda, era justamente policiais que trabalhavam para diariamente vêem e ouvem pelos veículos de comunicação
na sua carta. ly roubavam e davam cobertura às ações de Hugo Arruda. do Brasil uma cultura de consumo importada dos Estados
principais acusados
O irmão bandido, conhecido
No dia 25 de janeiro, quando foi preso no bairro do Ca delegado Acioly tem um Unidos, para que nós, brasileiros, possamos ir nos descaracte-
voltou à carga. E novamente o delegado no mundo do crime como José Sales, contrabandista com nos desvinculando das nossas raízes de brasilidade
tete. no Rio, Hugo rizando,
Acioly erao principal atingido.acusado até mesmo de manter processos na área federal." e adqurindo o hábito de imitar o americano, que os nossos
O envolvido em mais de
onde levava próprio delegado Acioly já foi não saberia o que di-
unv cemitério clandestino em Alagoas, para "Ocemité- governantes tanto amam? Não sei, ou
marginais tirados à força de algumas delegacias: um inquérito policial. zer às criancinhas, que assistem à invasão do americano no
0 foi
rio é do tempo em que o doutor João era delegado de Roubos agente Diomedes, da Polícia Pernambucana, como de repente o
país, consentida pelo governo brasileiro,
3 mil cruzeiros ao Arruda ele fu a União Soviética com ca-
e Furtos. Quando ele não gostava de um marginal procurava quem deu "desse
para que pudesse Brasil começa a armar justamente
leva lo para seu cemitério e lá, depois de tortura lo, matava c com a língua nos dentes". para uma crianci-
gir, com medo de que nhões de nossa fabricação. Como explicar
Os
lenta e friamente. Cs agentes Nunes e Humberto não vão agentes Nunes e Humberto prederam um marginal nha esse negócio,essa criancinha sabe que a atenta poli-
se
me deixar mentir." com 80 mil cruzeiros além de muitas jóias: pe
em dinheiro, cia brasileira vez prendeu um cidadão contribuinte sob
uma
se-
garam todo o produto do roubo e ainda ameaçaram o margi suspeição de ser comunista só porque na sua coleção de
Chacina nal de morte, caso falasse. Este marginal está no presidio Ios ele tinha uns da União Soviética?
A
Mourão Filho e pode confirmar a história.
Desde o dia em que prendeu dois padres americanos, no * desrespeitam
Os delegados e policiais de Pernambuco
esses de-
Recife, às vésperas da visita da primeira dama dos Estados os advogados, espaçam senhoras idosas, grávidas; torturam
Não sei como para as criancinhas que
explicar
tentores do poder aqui no Brasil, tanto amavam os Esta- i
Unidos ao Brasil, que o delegado Acioly não passava por ta propinas, fazem chantagem,
que
padres e pastores; recebem arrebatados pela
sejam
manhas dificuldades. Mesmo assim continua à frente do ca arrobam e invadem casas, abusam da autoridade que não dos Unidos, de repente subitamente

so, sempre sobre as denúncias.

silenciando União Soviética. Falar o quê? Vou procurar Mestre Zagaia,
têm.
sete
As provas apresentadas por Hugo são tão evidentes que, velho cabo de esquadra que viajou sem bandeira pelas
águas barrentas e sempre contra a maré,e lhe dou as notl
depois de tentar esvazia Ias com o argumento de que margi
O desafio meu problema. O velho cabo-de-esquadra,
nais náo merecem crédito, a Secretaria de Segurança de cias e exponho
Pernambuco acabou prendendo os agentes Nunes e Humber que se guia pela Tabuada das Candongas, nem vacila. Arreia
to, acusados de extorsão. Numa só ocasião, os dois recebe Para uma dessas acusações Hugo Arruda diz ter
cada sua embaixada:
"Onde
ram 150 mil cruzeiros para não denunciarem um filho do testemunhas, e sempre lança desafios: está o margi- - São truques dignos de um Mandrake de mafuá, mai
Soviétici
psiquiatra Luiz Ignácio, de
Recife, envolvido com uma qua- nal Baleia, parceiro do filho de Luiz Ignácio? O delegado Acio- que enchem os olhos da galera. Veja lá. A União
ly pode apresenta lo à imprensa, vivo? Se não apresentá-lo, sabe que canhão brasileiro tá com nada. Compra o canhão»
drilha especializada em roubo de toca fitas de automóveis.
"Eles
dois inclusive assassinaram o marginal Baleia, com confesse em público: por que o matou? Para não abrir a bo- dá pra Polônia, pra Checoslováquia e tal. Os governante)
ar
abrir a boca e ca? Assassino! Covarde!" desse países fazem onda junto ao seu povo que estão se
parsa do filho do Dr. Ignácio, que prometia sai
denuncia Ios se também não fosse excluído do inquérito ins mando. Mas, com esses canhões, se eles saem no pau,
se considera
Mesmo assim ele teme por seu futuro, e já fritados numa nova Primavera de Praga. Já por sua vez,
i
taurado para apurar os responsáveis pelos roubos." "homem
um morto", conforme revelou em sua primeira carta Diz que preo
Essa é uma pequena parte da denúncia contra os dois, "Passo
a me governo brasileiro faz média junto ao povo.
"São de denúncia, quando ainda estava foragido: eles »
ex confidentes de Hugo Arruda: acostumados a tomar sam exportar para pagar a divida externa e que pra
considerar vítima do Esquadrão Acioly, seja na captura, seja cotf
e manda Ios fugir do Recife, sob pena de interessa o Brasil. E pra conseguir divisa, negociam
produtos de ladrões no Dresídio". e florestt
serem assassinados. Com outros, entretanto, eles criaram qualquer um. Vendem canhão pra União Soviética
amizade. Foi o que aconteceu comigo." Hoje ele está no presídio Mourão Filho, num
recolhido amazônica para os Estados Unidos. Os americanos sabem q»

Graças a essa amizade rompida meses atrás quando bairro de advogado, Teócrito Guerreiro, que a
Recife. Seu o canhão brasileiro tá com nada (coisa que os brasileiro»
v&
houve um desentendimento entre o delegado Acioly e Arru Polícia também acusa de estar em atividades criminosas, também sabem, pois quando querem arma de verdade
"Hugo o *
acompanhar
da, é que também começaram a surgir na semana passada, afirma que, no período em que esteve no DOPS, foi portam), mas, a pretexto de se reforçar pra
*
as primeiras luzes sobre um dos mais horrorosos crimes de torturado e os agentes tentaram assassiná-lo em duas opor- senvolvimento da União Soviética, arrancam mais grana
"Chacina
Pernambuco ocorridos nos últimos anos: a de Caa tunidades por asfixia e outra por envenenamento".
uma impostos do povo. Em síntese: é tudo um jogo de cartas mar.
"arrebanhando «o
Ainda Teócrito, a polícia estaria
segundo cadas, no qual os detentores do poder sempre se dão bem
porá"
ano pessado, na cidade de Caaporã,
do marginais para incriminá-lo". Em troca, eles receberiam fo- povão se dana, como massa de manobra.
Em novembro "alguns
com a Paraíba, seis jovens entre 18 e lha corrida limpa, além da promessa de que inquéri- É, deve ser assim mesmo. Mestre Zagaia sabe das coisas
divisa de Pernambuco
e seus corpos ainda foram en tos seriam rasgados".
25 anos foram assassinados

MOVIlfBNTO 19* 2«/2/*|

16

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^M m/Ême ^K^Hw^H ^K^l

O aiatofd JT/iomeini - 4 direita em

seu Qiuulel-Generai, noi suòiirWos
de Teerd • tf o che/» abscAuto
de povo iraniano. Mae mae ordene
./d etifretttam a* primtnas oposiçô**.
0» gntpos guerrilheiros Fedayin e
Mojahidin recusam-se a entregar
as
antkas tomadas durante as ocupações
dos quartéis. Para os
guetrilheiros,
a* armas são necessárias
para levar
a revolução a uma nova etapa e
para
esmagar a resiktincia do* agentes
da Savak - acima, com olhos vendados,
prisioneiros no QG de Khomeini.

k Khomeini, a revolução está no fim. Para os guerrilheiros, deu só o primeiro passo.

VITÓRIA DO POVO ARMADO

•sMJosé Tadeu Arantes o aiatolá a revolução já estaria praticamen- norte de Teerã tinham sido
já ocupadas por Por outro lado, as possibilidades de
te encerrada, com a queda da monarquia, camponeses, que se proclamavam seus ume intervenção estrangeira parecem des-
hmeiro ato do drama revolucionário parq os grupos guerrilheiros foi dado ape- verdadeiros proprietários; choques com cartadas, no momento. Qualquer uma das
bo está consumado. No dia 11 de fe- nas o primeiro passo. No programa divul- forças da velha ordem
prosseguiam em vá- duas superpotências — Estados Unidos e
b, naufragou definitivamente o efô- gado pelos Fedayin, por exemplo, eles se Vios pontos do país; e, na capital, na ultime União Soviética - sabe que uma intromis-
loverno de Shapur Baktiar e, com ele, propõem como meta suprema"a destruição sexta-feira, 50 mil pessoas manifestavam- sâo no processo iraniano poderá provocar
¦restava do odiado regime do xá Reze do sistema capitalista com suas ramifica- se pela constituição de uma "exército de- um imediato revide da outra.
Ti (ver matéria das páginas 18 e 19). çóes estrangeiras". E, para abrir condições mocrático".
bundo ato, talvez ainda mais decisivo para ela, pregam a
"criação
de um verda- Apesar da composição predominante- Longe das
desenrola-se atualmente deiro exército popular", a nacionalização
I primeiro, mente moderada do gabinete anunciado
super potências
Ias de Teerã e no interior do das instituições financeiras e a fundação de
país. De "verdadeiramente por Mehdi Bazargã, que convocou para
desdobramentos dependerá de um banco nacional", integrá.-lo sobretudo elementos ligados ao
que a ex- Isso nâo quer dizer, é claro, que o Irá te-
bária sublevaçáo do além da estatizaçfio de todas as proprieda-
povo iraniano clero xiita e aos grandes partidos da Frente nha conquistado já uma efetiva indepen-
¦como conseqüência apenas a mu- des da família real e as relacionadas com Nacional de Oposição, o Governo Provisó- dencia nacional. Essa é ainda uma meta a
Ido regime político, com a substitui- ela. rio nâo parece estar insensível ás pressões, ser alcançada. E sua consecução estará
bportantíssima, é claro, mas de ai- das massas populares. Ainda na sexta-feira tanto mais próxima quanto mais se apro-
¦ainda limitado, da ditadura terroris- Unidade contra da última semana informava-se que quatro •funde o
processo revolucionário, quanto
>á por uma república representativa, mais seja alterada a estrutura econômico-
generais comprometidos com o regime do
}
ela possa se aprofundar e se trans- a Savak xá haviam sido condenados por um tribu- social do país. É certo, porém, que difícil-
t numa revolução, no sentido nal islâmico e executados, entre eles o de- mente o novo governo seguirá a orientação
preciso Essas diferenças, porém, nâo têm impe-
lavra, capaz de modificar testado general Nasiri, ex-chefe da Savak. entreguista de Reza Pahlevi em relação aos
profunda- dido que os grupos guerrilheiros e os parti-
I a estrutura econômica e social do Anunciava-se também que todos os bens Estados Unidos. A sua frente estão os reli-
dários do aiatolá Khomeini continuem
¦ver matéria da página 21). o xá e sua família nâo tinham consegui-
atuando juntos no combate aos remanes- que giosos xiitas, que já têm uma longa tradi-
is forças se epfrentaram ainda ná do carregar para fora do Irá haviam sido
centes do antigo regime, que ainda nâo ção de luta contra os vários tipos de depen-
de imprimir o seu selo no desen- confiscados. dencia, e, no novo ministério, alguns dos
Iva abandonaram seus planos de restauração
pento da rebelião iraniana: de um la- homens que participaram do governo na-
religiosa xüto,encimada
como ficou demonstrado nos sangrentos
choques da semana passada entre os efeti-
A desagregação cionalista de Mossadegh (1951-1953), que
[cúpula pelo
ja Khomeini, e o Governo Provisório um golpe arquitetado pela CIA derrubou,
Mehdi Bazargfi; do
vosjda Savak, a famigerada polícia política
do xá» e o povo na cidade de Tabriz.
do Estado para reconduzir o xá ao poder. Mas, prin-
pmeiro-ministro Um fator decisivo que facilita a manu-
!¦ os grupos radicais, em especial os cipalmente,
Na verdade, parece muito pouco viável por trás desses homens e
a - Organização tenção da pressão popular sobre o Governo
empurrando-os para diante está a mobili-
de Guerrilha dos
Panos do Povo do Irã - que os agrupamentos guerrilheiros tentem, Provisório é o estágio de desagregação em
e os Mojahidin zaçfio de um povo que já deu mostras repe-
por ora, qualquer tipo de confrontação di-
Kamzação dos Combatentes do
Povo que se encontra o aparelho estatal no Irfl. tidas vezes, inclusive na invasão da embai-
- (ver reta com as forças leais a Khomeini. Apesar
matéria na página 20). Na verdade, depois dos últimos aconteci-
pno de todo o prestigio que conquistaram du- xada norte-americana durante a semana
mentos, é difícil saber o que restou dele. A
Kh°meini é incontestável. rante as últimas batalhas contra o governo passada, que detesta a dominação estran-
líü^S8 ** Guarda Imperial e a política - os destaca-
sobre a maioria da de Baktiar quando se revelaram os elemen- geira tanto quanto o regime do xá, que a
jscendência popu- mentos mais diretamente vinculados aos ela servia.
I iraniana é um fato tos mais combativos eles sabem que, na hi-
fora de dúvida. interesses ultra-reacionários foram prati- O fim do domínio absoluto dos Estados
isao' inclusive os pótese de um confronto, perderiam inevita- camente desmantelados. O restante das
U2?í?citm gru- Unidos sobre o Irã nâo autoriza a concluir,
com oe cuidados velmente a maior parte do apoio popular de forças armadas saiu quase incólume, devi-
tecn^!lroSvMa8' porém, que este entre de imediato na esfera
^comenda
a boa tática
política, algu- que desfrutam e seriam por isso derrota- do â oportuna decisão dos membros do Alto
deAcí-f*9 têm sido desrespeita- dos. O mais provável é que procurem, por de influência soviética. Os integrantes do
?PUJS Comando de retirar seu apoio a Baktiar.
E enquanto, se constituir num grupo de pres- Governo Provisório estão, apesar de tudo,
orden» do ^«tolá de Pouco depois, porém, porta-vozes do novo
fo .fl ?das que
a empurrar o Governo muito mais próximos do Bloco ocidental do-
arma8 capturadas nos sâo, destinado
Kvolva 5 governo admitiam que o Exército tinha
Provisório cada vez mais para a esquerda, que do oriental. Quanto ao Partido Comu-
t LlgUerr?Iheir08 Jé ««Ponderam: praticamente deixado de existir, devido nista Tudeh (pró-soviético), ele teve, segun-
o "atola Khomeüú, a promover a erradicação mais complete às deserções em massa dos soldados, oue
fi™! que é o do as informações disponíveis, um
1"Çâ0' e aPOiamos
o governo possivel das sobrevivências do regime der- ou se passaram para o lado dos manifes- papel de
fcrn rubado e a ampliar progressivamente o es- pouca relevância na queda do antigo regi-
Mehdl Bezargá; mas tantes populares ou simplesmente foram
S ^n antesT1™ me. Seus seguidores, após manterem em
e dispo«tos a címbater paço de manifestação das massas popula- para suas casas. Além do mais, o enorme e
teíiml8 relação ao aiatolá Khomeini, uma
pgime que não seja suficientemente res, criando, dessa forma, melhores condi- sofisticado arsenal das Forças Armadas prolon-
gada hostilidade, aderiram incondicional-
para iSso- Precisamos de ar- ções para uma eventual ação futura. Eles iranianas caiu em grande parte nas mãos
lle^tme mente a ele quando perceberam
°8 compatriotas tém a seu favor todo o potencial revolucio- do povo, que se apoderou não apenas de que nâo
it&nS^T que seria outro o grande vencedor. Por outro
armados nas nário desencadeado na luta contra o regi-
Cm cidades do Irá or- mais de 70 mil metralhadoras e fuzis, mas
lado, as organizações guerrilheiras Fedayin
massas a fim de me do xá. Amplíssimas massas populares também de canhões de artilharia, tanques,
io nJ!? que o» gru- e Mojahidin definem,ambas,a União Sovié-.
ampliem- Preparamo8nos foram postas em movimento. Será difícil mísseis, sistemas eletrônicos de transportes "revisionista",

KXraT ^^ da reÍ0lUÇâ0" "

fuma n,86 tica como e o povo iraniano,
agora,para o Governo Provisória contê-las. e caças-bombardeiros, entre eles, os mo-
Até o final da semana passada, continua- que cresceu tanto nos últimos meses, difi-
dernissimos F-104, F-4 e F-5. Calcula-se
"bj<fvos fmais cilmente concordará em ter resgatado
vam em greve 67 mil operários das refina- par-
wSmSi
expressados que das metralhadoras apreendidas, pelos te de sua independência em relação a uma
S^PQS-guerrilheiros. . rias .cie petróleo;. luxuosas propriedades menos 10. mil estejam em
|arS^Pf°S
^^^WíWBjViPoguanto poder dos grupos super potência para ir negociá-la com a ou-
I para próximas ao mar Cáspio e nos bosques ao guerrilheiros. tra.
* ii

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Hp9Mt Jr ^^. »4íjs __m__________I _^P^_IL ffri v. kwHI

/Va /oto maior, os gu**vrtme*>os nas

bamcada* ao eituo da Comuna de Paris
em que liUaram contra as forças pró xá.
Eles superuram a hetdíaçáo de Khomeiní
em lançar a Djihad (Guerra Santa) contra
os Imortais da Guarda Imperial. Trazendo
o povo armado atrás da si, os Fedayin e
os Mojahidin juntaram te aos toldados da
Força Aérea e ctmdvsiram toda a luta
armada. Na foto menor, os corpos dos
Imortais depois dessas Imitas.

e não os religid
Na luta armada pela derrubada do governo, foram os guerrilheiros

OS * DIAS mando da Força Aérea. O comandante-em-

EM
situação e permitir que os estrangeiros con-
QU
em longe, de telhado em telhado, se ouviu
Por Paul Balta tinuassem pilhando o país", ele declarou: um grito grave e trêmulo, e a respostas
chefe, gen. Rabihi, explicava aos sol-
Le Monde "eu
não dei ainda a ordem para a Djihad Allah Akhbar (Deus é o maior). Teerã sentia
dados (Homafar), que haviam participado
com a partida do xá do Irâ, assis- chegar a hora da decisão.
Teerá das manifestações a favor de Kho- (guerra santa) e sempre preferi que o povo
timos ao fim de um reinado de trinta e oito se meter decidisse seu futuro legalmente, pela via Pouco após a meia-noite, o Estado Maior
meini, que os militares não deviam
anos. Na seqüência do ataque absurdo dos eleitoral. Mas eu não posto suportar essa resolveu recuperar sua posição: os blinda
"imortais" em política. Começou então uma discussão
Djavidâ (os da Guarda Impe- selvageria. Se estas matanças não para- dos foram postos na rua e chegaram refor
e o tom se exaltou. Sob pretexto desses inci- leste (Faraha
rial, fiéis aos xá) contra os Homafars (cadê-
dentes, entre 150 e 200 Djavidâ, com todo rem, se a guarda imperial não retornar âs ços para os Djavidâ do setor
bad), jnas a população e a Força Aérea n
tes da Força Aérea que haviam aderido à seu prestígio, se aventuraram numa opera- casernas e se os chefes das forças armadas
e depois ao ataque. Ai
rebelião popular), o mundo foi testemunha, Mas, para sua não puserem um fim ás injustiças e â opres- sistiram passaram
ção que consideravam fácil. delegacias caíram uma atrás da outraJ
em quarenta e oito horas, do enterro de surpresa, encontraram uma dupla resistôn- são, eu tomarei, em nome de Deus, minha to
uma monarquia, do desaparecimento de última decisão... A proclamação da lei mar- tática era simples: formar uma massa,
cia, dos Homafar e da população que cor- um número*
um poder que proclamava sua legalidade, e ciai é ilegal e ilegítima. O povo não deve coragem e dispor de grande
reu em seu socorro. Para se defender os mi-
da paralisia de um exército que o soberano coquetéis molotov, o que efetivameat»
litares da Força Aérea forajn ao depósito de respeitá-la. Não tenham medo".
dizia ser inabalável. Durante os dois dias acontecia.
armas e as distribuíram aos civis. Os Djavi- Às quatro e meia da tarde de sábado, o ¦
em que se decidiu a sorte do regime irania- Esses ataques transformaram-se em
dã, por sua vez, mandaram pedir armas em poder legal Unha que tomar uma decisão em
no, o Estado Maior das Forças Armadas nas incríveis. A multidão juntou-se j
Lavisã, seu quartel-General, e reforços de definitiva, mas com muita incerteza: impor
permaneceu impotente diante
de uma esco- ta do Majlis (Parlamento). Alguns gueia
soldados e tanques. Na manhã de sábado, o toque de recolher a uma capital exaltada, n»
lha impossível: resistir por dever a uma lheiros avançaram e jogaram coquetéis
dia 10 a luta continuou. Os soldados mais com o sol ainda claro, seria passar dos limi- incêndio. Depois disso•
verdadeira guerrilha uioana ou ceder, per- lotov: começou o
fieis ao xá não se renderam, apesar de esta- tes. A insurreição não aceitaria ter aue en-
cebendo subitamente que estava enfrentan- coisas se passam mais rápido: os policio
rem cercados, terem gasto sua munição e tregar a rua aos militares pela simples im- ma»
do tbdo um povo em revolta. ou se renderam ou tentaram fugir. 0
tido muitas dezenas de mortos e 40 prisio- posição de um poder vacilante. E de fato.
Na manhã do dia 12 de fevereiro a vitó- leste rial foi atirado pelas janelas, os papeis»
neiros. Entre as 10 e 14 horas, o setor"Comuna em resposta ao apelo de Mehdi Bazargã, - duas hoi"
ria desse povo parecia praticamente asse- "toque ram rasgados ou queimados
se transformara numa espécie de que a incitou a ignorar este de reco-
uma carcf
centenas depois só restava do edifício
gurada, mas ao preço de muitas de Paris". Levantaram-se barricadas com lher provocador", a população se preparou
de mortes e de milhares de feridos. Durante fumegante. Um menino nas proximida
sacos de areia e tijolos apanhados nas nas para enfrentar o desafio. À hora marcada, um.
os dois dias dramáticos e decisivos, o con- saltou sobre um blindado, atirando
construções. as ruas, as praças e as avenidas se cobri- lá de deif
trole da situação não esteve com nenhu-
ram de chamas. Foram queimados pneus, quetel molotov pela abertura:
ma das duas forças principais o exército e Os Kamikazes: papelão e paliçadas.
saiu um general, com o braço em farrapo
¦
num hospital per
o movimento religioso liderado por Kho-
meini. Foram os grupos guerrilheiros (mar
prontos para morrer Com a noite, a autoridade havia perdido que tentou se esconder
enquanto a multidão o perseguia. Em
tr
a parada. As avenidas intermináveis, que
xistas ou não), dotados de um verdadeiro Ao perceberem o que estava acontecendo, tos quarteirões os tanques foram ataca"
- movimento se entrecruzam em ângulos retos, forman-
arsenal, que dominaram a ação. É verdade os Fedayin de guerrilha da mesma maneira. Sete foram destruí-
do uma rede através de toda a cidade, ofe-
estiveram constantemente apoiados marxista-leninista - se dividiram em peque- e outro general morreu durante os
cou
que reciam surpreendentes oportunidades â
sem a qual esta insurreição nos grupos para ajudar os guerrilheiros
pela população, dos combates. A cidade fi- osl
náo teria sido mais do que uma escaramu- muçulmanos, os Mojahidin. A maior parte movimentação Quase âs cinco horas da manhã,
deles colocou um pano branco na cabeça, cou eriçada de barricadas. Para atravessar
"desli dados da Força Aérea, ajudados pelos ff
ça. "pronto a capital, vindo do sul, era preciso
A emissão de televisão do diá 11 come- cujo significado é para morrer". rilheiros e pela população do quartel
"povo
heróico do Eram
"os
kamikazes de Khomeini". zar" entre os obstáculos; passar de uma atacaram uma fábrica de armas pro»»
çou com esta declaração: locais de honra fl
A partir daí eles ditaram as regras do calçada a outra sob a vigilância constante praça Jaleh, um dos
Irã, nós saudámos todos os mártires, ho- "sexta-leuj
lança de de um punhado de jovens armados de paus volução e do massacre da
mens e mulheres, que deram seu sangue jogo e tornaram se os pontas de
e barras de ferro, machados e manivelas. de tiros de f
pela revolução... Uma
nova era começa uma série de ações que certamente não es- gra". Depois de uma troca
de duas horas, começaram as negociai*
Os analistas sublinharam qUe tavam nos planos do religiosos. Foi com
para o país".
Khomeini, que após o meio-dia lançou vá base neste centro de resistência, solida-
A tática: coragem Os militares, para salvar a vida deci<J|

rios apelos á calma, que a luta começara na mente montado, que os insurrectos passa- render-se. j
sexta-feira â tarde contra uma parte da ram a ocupar os principais pontos estratégi-
e coquetéis molotov As oito da manhã, as portas
do an
"era No extremo sul, onde se estendem longa- com di
cos da capital. foram bloqueadas por homens
guarda imperial e que preciso perma "serviço da revo
As 14 horas, a rádio anunciava que o to- mente as favelas legadas pelo gigantismo
"tropas" deiras do de ordem
necer vigilante". "antigo esta-
de- cego do regime", as Os carros se apresentari
O primeiro balanço era impressionante que de recolher seria às 16:30. Pouco islâmica".
dispunha de uma esta- vam agitadas: os gritos e a gesticulaçêo se carregaram as armas (principalmente!
0 palácio do primeiro ministro fora ocupa- pois, Khomeini, que"pirata",
organizada pelos misturavam à torrente de ordens dadas a e fuzis-metralhadoras), depois
tomaj
do pelo povo, o Parlamento estava vazio ção de televisão men»
, com um raio de ação de 5 quilo- cada minuto. Para o lado da estação cen- caminho do Q.G. de Khomeini,
com todos os deputados demissionários grevistas,
uma dezena de delega metros, fez uma proclamação. Reafirmou trai, a mobilização estava mais calma, visi- carros dos guerrilheiros, que se perdia»
diversos quartéis e Em cada
a uma solução pacífica e velmente melhor coordenada. CÍdNaeavenida,
por manifestantes,
cias tomados de assalto"recuperadas" que era favorável "aparelho
de opressão e in- barricada os curiosos se reuniam, tinha a dois passos do ParW
e a televisão pelos ressaltou que o
a rádio se tornou subitamente!
justiça é que havia cometido novos cri meninos brincando e as mulheres passea- to, a revolução tm
grevistas.
22.30 mes ao atacar o heróico povo muçulmano". vam com os filhos mais novos. Nas ruelas rente, alegre, exaltada e sorridente,
Tudo começou na sexta, dia 9, à mortos certamente, muitos mortos, i
Tappeh, nos setor Depois de condenar a ação dos Djavidâ, vizinhas, a multidão tinha saído para as sa-
hs na base de Douchane "mataram ras anteriores. Mas não eram ram
encontrava o co seus irmãos para reverter a cadas ou para a porta das casas. De longe
leste da cidade, onde se que

MOVIMENTO 19 a 2J
18
______i_________*_*______fe_____.
 ;-t*»**?Útóafcítt' ¦^%*G$y****^*,'~.z^.'jggBETü,.:^r:*^ZUl^CC. - -- ¦ ¦ ¦ ...
....... *vw*nrnrrr*- .

Na foto maior, á direita, m toldadot ae

m *m\ 3* **m\ H ^HÚfl HhBS^^I H
confraternisam eom o povo. Ao lado,
baixo, a população carrega a cabeça em
ronxe do pai de Reta Pahlevi, como um
símbolo dojbnda dinastia. Após
kta que derrubou o governo de Shapour
Bakhtiar lem cima, á direita), Mahdi
)aiargá (em cima, á esquerda),
primeiro
ministro indicado por Khomeini, saudou
"mártires
sl6 deram aeu sangue
que"nova pela
revolução" e a era aue começa".

)maran^niciativa contra os militares

pró-xá e ocuparam a capital

DITADURA CAIU
mártires" que seriam enterrados e lamen- A uma hora da tarde,
quantos soldados ciais. A caserna se abre
idos Um velho fazia a multidão havia na praça ninguém sabia. Uns para uma praça rb
rir, exi- diziam donda no fim da avenida Sepah. juramento e permaneço fiel a ele." Em se-
indo uma ponta de baioneta aos cento e cincoenta; outros, Por volta "fruto
que pas- que eram mais das 3 da tarde, a avenida foi guida, admitiu que a revolução era
un: temos as armas, de dois mil. Eles acabaram saindo aos sacudida por
gritava ele, Bakh- uma artilharia de inúmeras injustiças cometidas
ar acabou, Khomeini gru quase constante. De passa- pelo anti-
ganhou. Bye Bye pos de vinte ou trinta, a maior parte, cho- go regime", que ela era necessária e levaria
arter". gem, um supermercado do exército tinha
rando: primeiro, de medo, depois de ale- o país ao progresso.
'Khomeini gria. De medo, porque pensavam que iam
sido atacado: empresa fácil e
pilhagem ga-
Perguntado se tinha
medo de morrer, respondeu friamente
rantida; dois "nascemos que
quilômetros mais adiante po-
ganhou* ser linchados, de alegria
quando descobri- rém a coisa era mais séria, e
os combates
para morrer um dia".
ram que os guerrilheiros lhes davam cober-
Bye-Bye Carter" tura.
em Bagh-e-Chah duram mais de
duas ho- Contrastando com a violência
que reina-
ras. Mas a massa também estava va no resto da cidade, a tomada da televi-
Âs duas e meia da tarde, a rádio foi to- lá, pronta
De um mini-tanque equipado com
um para entrar, assim que houvesse uma bre- são ocorreu calmamente, no fim da tarde.
mada. Os revoltosos a esvaziaram: milha-
ideroso auto-falante, um cha. Ela se esconderia em cada canto Os moradores elegantes dos melhores bair-
padre xiita repe- res de papéis de arquivo foram rasgados, e es-
i as últimas consignes: "todas quina, nas portas e nos muros, visivelmente ros foram aglomerados
as armas amontoados e queimados. A tomada da rá- perto do jardim
vem ser recolhidas o exaltada. Os meninos aos Xainxá, cercado de edifícios onde os
mais depressa dio ocorreu após uma das mais violentas gritos encoraja- guerri-
•ssível à escola Alavie, vam os combatentes, lheiros Mojahidin estavam emboscados nas
QG de Khomeini, batalhas do dia. Solicitamente entrinchei- que, do outro lado da
ide elas serão redistribuídas rua, avançavam a descoberto. janelas. A ordem era garantida por 8.400
á hora cer- rados, os soldados — a
guarda imperial, se- Os que iam na frente eram os mais aguer- jornalistas e empregados em greve. Nos
Duas horas depois reinava gundo se disse - aparentemente defendeu- ridos. Os grupos clandestinos de ontem de- seus cartazes, lia-se: "nós somos os
em torno da se até o último cartucho, atirando sobre grevis-
cola uma incrível monstravam uma evidente eficiência- Mas tas, nós protegemos a nossa televisão. ".
bagunça. As ruas do
larteirao ficaram tudo o que se mexia. Por duas vezes, os en-
repletas de carros e ca- também do lado dos militares, o número de Um possante alto-falante anunciou: "a
fermeiros das ambulâncias par-
«netas, carregadas
de armas de todo ti- que se aventu- soldados e de material era poderoso. A sua tir desse momento, a televisão nâo está
1 a ravam até as primeiras linhas foram me- "por
policia islâmica" que frente, os soldados um dia" atiravam mais nas mãos dos militares. Nós é
arteirao não protegia o tralhadosi, feridos ou mortos. Um mal e bem. Mais mal que bem, a julgar que va-
queria abrir as portas, para náo jornalista pelo mos dirigi-la. Cooperem conosco. Os solda-
r alogada francês foi atingido no braço. assovio das balas perdidas. As cinco horas,
pela massa. Os fuzis, granadas, dos estáo solidários com nossa ação.
ipês de metralhadoras, Os insurrectos contornaram a praça uma autometralhadora tomou posição
caixas de muni- Ajudem-nos a colocar este órgão a serviço
>es eram Shahr, um dos raros focais tranqüilos desta diante da entrada principal da caserna e
passados por uma fresta, indo da revolução. Considerem os militares
«formar a área capital monstruosa, para atacar o ministe- fez cinco longos minutos de fogo ininterrup-
num verdadeiro arse- como soldados da revolução,
rio da habitação e desenvolvimento, um to. Era o assalto, e a multidão avançou porque eles
DbocaPPariaKras garantiram a segurança do material".
d.e ordem eram grande edifício branco onde os soldados se atrás do blindado.
Doca em boca: "à passadas abrigaram. 0 ataque seria breve. As portas O exército estava prestes a evacuar
rádio! \i Bagh-e-Chah foi tomado. Mas à medida o lo-
polícia mili- cederam sob seu volume e rapidamente os cal quando, subitamente, a tensão cresceu.
Hesrratabaá de fato que se avançava aumentava a estranha
»nvertera LraÇa dossiês começaram a voar pelas janelas de impressão de que estava tudo vazio, ou 0 chefe dos Mojahidin, arrogante,
UIÜ eií0nne exigia
i mí£ ^aTUíl da P°"" todos os andares. Sobre um terraço um me- que os soldados abandonassem suas armas,
altos muros' <^e a quase. Nos garantiram que os áltimos ocu-
put £; „ercad0 ie nino armado quebrava sistematicamente
pantes tinham fugido pelo lado de trás, um
e eles se recusaram a essa afronta.
Os gre-
'da lll L 8uerrilheiros mantinham si- vistas entretanto se interpuseram,
todos os vidros. terreno plano que serve de heliporto. E de obtendo
ntaram V*1 .f2? grup0S' os soldados se Outras novidades chegaram. A delega- um compromisso
pelo qual os soldados es-
™ludâ°-Os outros fato, a metralha continuava, sem
vm As ainda hesi- parar, a conderiam as armas.
ção israelense, uma embaixada sem estatu- cerca de quinhentos metros. Um dos milita-
° avançavam"^068 COm*W*™* ™* to diplomático, havia sido transformada res foi apanhado por um
igiamas armf' ,?0rque os tosurrectos "terra "Ele grupo de jovens Os moradores dos bairros
asJ ComeVaram
em Pouco depois da ré- superexcitados. matou nossos ir- pobres chega-
a jogar co- ^palestina". ram para engrossar a multidão e os
BSTmnK dio ter caído em mãos dos manifestantes, mãos", gritou um manifestante, e os mili- milita-
dC motocidetas ou dos "o res começaram a ficar com medo. Para
•dos X?v te- foi lido um comunicado: Conselho Supe- evi-
tantes tiveram que cercar o soldado atrope-
g8S0lÍna da Pra<a tar os incidentes, foram colados cartazes
fa% Tev°aE?«n0Hde rior do exército, a fim de evitar e prevenir a lado e assustado, tentando fazê-lo entrar de
1 de fum J!n ando uma esPessa corti- Khomeini no lado dos cinco tanques
anarquia e o banho de sangue, decidiu numa ambulância. Chef
caminhões então, derru- tain, sobre os
iSidSfíL01 manter a sua neutralidade entre as rivali quais os grevistas subiram e
ultidãi LPB!?aços dos muros' Por onde a dades políticas atuais e, por isso, ordena
'V se confraternizaram com os militares.
Um
quanto m
r°U'
,atrás
dos guerrilheiros,
que os soldados retornem âs casernas".
Xá
é meu chefe* mola se instalou sobre o capo de um
jipe, ao
S°,dados se entrincheira- lado do chefe dos Mojahidin e
£0S Este texto foi redigido pelos chefes milita- ambos fize-
res que haviam se reunido pela manhã. Permaneço fiel a ele" ram apelos à calma, lembrando
que o povo
iram em n *doras e os fuzis« acabava de obter uma
• °s civis Ouviu se ainda que, durante o dia Bakhtiar grande vitória.
número- Mas isso não Na mesma hora. um dos "pila
Pediu oTip °r?n* encontrara-se com Bazargã e o general principais
ataque res" do regime já estava na
re* come, Progredisse. Os inva- Gharabaghi, chefe do estado-maior, e este A capital acordou com um
presença de um boletim de in
s- «nbora apoderar de blinda- de jornalistas: o general Mehdi lormaçao, logo na segunda
mp!La de 2 parecia ter tomado partido pelo ministro de grupo feira de manhã
em chamas caminhões estives Rahimi, administrador da lei Oil 12 de fevereiro, dos
Khomeini. Depois disso, Bakhtiar desapare- marcial e eo guerrilheiros Fe
vernador militar de Teerá, oayin. Eles detinham o controle
ceu e não se sabia o que fora feito dele. que fora preso do aero
'n^l°poderOSi0afÍnda disP"nham de um quase que por acaso, ao sair de sua casa porto;deram instruções para
e' baStaria <*Ue Se Uti" garantir a or
iSsem
de-e Ao mesmo tempo, nas ruas, uma consig- por passantes que o reconheceram. dem. Em doze horas de um
domingo exalta
'.,, üarI°fg0
'orçar os invasores a re-
ar Seria na começou a correr de grupo em grupo: "0
do, a população de Teerã
"ag*m 'Bagh-e-Chah': havia simples .;-<a
r;^!nmassacre. Mas não tiveram um imenso complexo mili xá é meu chefe", diz ele sem o menor ««te posto fim a "dois mil
. *"»« isso, "Foi e quinhentos
preferindo se render. tar, centro de instrução de cadetes e ofi- sinai de emoção. a ele que eu prestei <jnos de monarquia' .

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Durante um ano o xd usou uma violência crescem* para métodos do xá, Baktiar náo conseguiu quebrar a
i^_____l B tentar destruir a oposição iraniana. Mas teve que incrível persistência e a coragem do povo iraniano.
recuar gradualmente até ser expulso do pa*. Ele ainda Numa demonstração terrível dessa disposição, os
tentou manobra com a designação do primeiro manifestantes, após enfrentar a repressão do exército,
ministro Shjapur Baktiar (em cima, à esquerda), para molham as mãos nosangue dos companheiros e mostram-nas
"férias".
substituí lo em suas. Mas foi inútil. Com a para os soldados (no centro, acima). As mulheres participa
saída do xá, Khomeini, o líder inconteste da rebelião ram ativamente dessa luta e, embora ainda usem
iraniana, voltou de um exüio de 15 anos para ser o véu tradicional (à direita), isso certamente mrá
recebido por milhões de pessoas e enorme euforia importante para a sua conscientização e
popular (embaixo, á esquerda). Embora usasse os mesmos organização no futuro.

VITORIA SOBRE 0 AS FORCAS BA

"PODER OPOSIÇÃO IRANIANA
ABSOLUTO-' "lutou
Seguindo o exemplo de outros regimes meini, dizendo que ele contra o xá e
No dia de janeiro de 1978, o ministro da
7 tendida ao resto do Nesta data sinis-
país.
ditatoriais, também o xá criou para o Irã o imperialismo de todas as formas e apoia
informação do Irã ditou um artigo à revista tra, uma manifestação, em Teerã, de 500 "oposição"
mos suas iniciativas completamente", da
uma consentida. Assim, um de-
iraniana Etellaat, no qual se retomava os mil pessoas desarmadas, que protestavam
"delicados" creto seu de 1957 formou o Partido do Po- Assembléia Constituinte à República Islã
termos usados pelo xá contra a contra o estado de sítio, foi dissolvida à
"reação vo, para ocupar esse lugar na sua mistifica- mica.
____. negra", como ele chamava os reli- bala pelo exército, deixando milhares
de
"animais
asquerosos que cha- ção. Os dois grupos guerrilheiros mais impor
giosos xiitas: mortos. O general encarregado da matança
furdarn em seus próprios excrementos". Agora, como em 1961, a principal força tantes são os Fedayin (Oraganização de
foiGholan Oveyssi, autor também dos mas-
acusava Khomeíní, então exilado na luta contra o xá foram os religiosos, e, Guerrilha dos Partidários do Povo do Irã) e
0 artigo sacres de 1963 (10 mil mortos), e por isso
"ser "carniceiro". os Mojahdini (Organização dos Combaten
de náo ser iraniano e de
no Iraque, um conhecido como naquela época como agora, Uderados por
homossexual financiado ingleses". Nesse período, o xá continuou a fazer Khomeini. Massacrados em 1963 e perse- tes do Povo Iraniano). Segundo a revista in-
pelos
Economic and Political Weekly
Mas essa provocação, ao contrário das que concessões, demitindo o chefe e vários co- guidos por uma implacável repressão a diana
fez 1967, período negro no Irã, custou
em mandantes menores de sua polícia política, partir de então, eles demoraram algum (13/01/79), eles teriam se formado em mea
"de
tempo para tomar as rédeas da oposição, dos dos anos 60, maneira autônoma,
caro ao xá: em primeiro lugar a desmorali- a famigerada Savak, prometendo realizar
"política "100% não sofrendo as limitações impostas pelos
zação imediata de sua de abertu- eleições (junho de 79) livres"; e mas quando o fizeram, arrastaram consigo
ra", iniciada no ano anterior. No dia se- mais tarde chegou a limites inconcebíveis parcelas crescentes do espectro político e partidos que falam em nome das revolu
guinte, dez mil estudantes de Qom, onde em outras épocas, libertando prisioneiros
setores representativos da população, dos ções russa e chinesa. Ainda de acordo com
Khomeini ensinara, se manifestaram em liberando a censura e aumentan- pequenos comerciantes do Bazar, sempre a revista, o Mojahdini era a principio
políticos, "islâmico-marxista",
a seu campo de ação básico, aos trabalhado- mas está cada vez
protesto pelo insulto. Foram reprimidos do os salários. Mas era um pouco tarde.
tiros pelo exército, com um saldo de 60
"Em - o res petroleiros, os intelectuais e os estudan- mais desligado do Islã, enquanto os Fe
janeiro diz Paul Balta povo exi- "marxistas-
mortos. A partir daí, as manifestações e a saída do xá; tes. dayin sempre foram
gia reformas; em setembro, a
escalada de violência não pararam de crês- Os primeiros a se pronunciar vigorosa- leninistas". Estão empenhados na luta ar-
em outubro, queria o fim da dinastia." As "abertura"
cer. mente após as promessas de do mada, que justificam como uma forma de
¦ mudanças de governo, inúteis, passaram a "alienação
Em um só dado, a situação do Irã era a xá foram os membros da Frente Nacional quebrar a e a sensação de impo-
ficar difíceis: ninguém queria aceitar mi-
•de Oposição,
principal força organizada en- tência" da classe trabalhadora. Vêem a
seguinte: menos de 1% da população rece- nistérios. Dia lp de outubro, estourava uma "revisionista",
tre os meios políticos leigos. A Frente URSS como mas conside-
bia mais de 80% da renda privada do pais greve geral ruinosa; e dia 31, ela atingia
(The Herald Tribune, 20/01/79). toda a indústria do petróleo, causando pre- apoiou o regime nacionalista de Mossa- ram os principal» inimigos os EUA e o xá.
"Há
degh, em 1951, sendo depois esmagada dez anos, diz a E&P Weekly, eles lu
juízos de milhões de dólares por dia.
Os primeiros sinais de que o xá estava re-
Contra essa nova e poderosa arma da pela repressão e cortejada de novo pelo xá tam para desenvolver o seu trabalho e
dondamente enganado surgiram em mea-
oposição, o xá jogou seu último recurso de quando este precisou de apoio político. Ela vêem realizando ações esporádicas no nor-
dos de 1977, com alguns protestos de seto- se compõe de dois grupos basicamente. O te do pais".
força, aceitando a demissão do primeiro-
res liberais e moderados. Assim foi a carta Partido do Irã, caracterizado por Le Monde Em meados de janeiro, eles divulgaram
ministro Charif Emani e nomeando em seu "social-democrata",
aberta de três Uderes da Frente Nacional como de tendência uma carta aberta, dirigida a Khomeini,
lugar o chefe do Estado Maior do Exército, "re-
(Sanjabi, Foruhar e Baktiar) denunciando cujo secretário é Karin Sanjabi, e que tem onde pediam a atenção do aiatolá para
"despotismo "poder general Gholan Reza Azhari. Pouco depois
o imperial" e o absolu- ligiosos intransigentes que usam o Islã
"situação ele renunciava, sem ter acabado com a gre- partidários entre os reUgiosos, o Bazar e
to" que levaram o pais a uma ca- como pretexto para criar um cUma de in-
ve e sem conseguir impor a lei marcial. No grande parte dos intelectuais. Sanjabi, que "cUma
tastrófica". Os três vinham de 25 anos de assumiu a liderança de toda a Frente, man- de ter-.
dia 26 de dezembro, o país estava paralisa- quisição", e denunciavam o
silêncio passagens esporádicas pelas ce-
e 'do
e não tinha petróleo bastante para ex- teve com Khomeini uma firme aliança a par- ror criado contra as forças leigas que lutam
Ias iranianas, e seu manifesto obteve gran- tir de novembro, num momento em que o
portar. 0 xá havia perdido o controle políti-
pela Uberdade e pela democracia". Afirma-
de repercussão.
co e econômico do pais.
xá fazia tudo para tirar do Uder xüta qual- vam ainda que o povo fará tudo para se
0 xá tentou calar esses setores com a tá-
Teve que deixar o país dia 16 dejaneiro, quer apoio nos meios políticos, que buscava opor a um sistema unipartidário", alertai,
tica já usada de dividir a oposição entre os atrair. Sanjabi firmou com o aiatolá um do que esta interpretação do Islã era ape
após nomear o ex oposicionista Baktiar e "um
que o aceitavam e os que pediam a sua der- acordo com bases mínimas (governo islâmi- nas instrumento do imperiaUsmo, que
um conselho de regência para substitui-lo "mas
rubada, guardando o fogo grosso da repres- "férias": co, também democrático, nacionalis- não pode ser tolerado".
em suas uma última manobra
são para estes últimos e fazendo salamale ta e socialista") e, a partir de então, seguiu Dez mil pessoas desfilaram no dia 22 de
sem qualquer perspectiva. Iniciou-se então
quês para os primeiros. Seus
conciliatórios seus passos cuidadosamente. janeiro, as mulheres sem o véu tradicional
um braço de ferro entre Baktiar, à busca de
primeiros passos nesse sentido foram as re- 0 segundo grupo da Frente Nacional é o para reafirmar os termos desta carta, mai
apoio político para complementar a susten- "Khomeini
pressões aos estudantes e prisões de religio- Movimento de Libertação Nacional, dirigi- cantavam é o único Uder".
ao mesmo tempo, da
tação que lhe dava o Exército, e Khomeini,
sos, e o oferecimento, do pelo atual primeiro-ministro Mehdi Ma- O chefe religioso, segundo as análises fei
Abbas que destruía as possibilidades do primeiro-
cabeça de seu primeiro-ministro zargã e extremamente próximo aos religio- tas então, teria apressado a sua volta justa
ministro uma a uma, sempre tendo
Hovveyda, após doze anos de serviço leal.
atrás de si os milhões de iranianos nas sos. mente devido a estes incidentes. De fato,
Mas depois de Qom, a violência desmen- O Partido Comunista Tudh (pró- reafirmou imediatamente sua disposição
ruas.
tia a cada quarenta dias (período de luto
Dia Io de fevereiro Khomeini voltou ao soviético) era a maior força organizada nos de não se Ugar aos comunistas de forma al
xiita) todas as promessas. Com incrível co- tempos de Mossadegh. Foi desmantelado liber
país, contra a vontade do comando do guma, mas insistiu sobre sua inteira
ragem, o povo enfrentou a repressão crês
Exército e com uma autorização forçada do em 56, quando sua direção passou para o dade de expressão. Além disso, deixou cl«
cente com manifestações cada vez maiores, exílio e perdeu grande parte de sua influên- ro por suas atitudes que não partilhava ne\
governo. A oposição do Exército limitou-se
se multiplicavam pelo país. As princi cia em amplitude nacional. Seu recém indi- cessariamente da posição dos religiosos I
que a duas escaramuças (que no entanto fize- "velhos
pais foram em Tabriz, Yazd, Isfahã, Ma ram centenas de mortos). No dia 10, o co- cado secretário-geral apontou os Os guerrilheiros, agora, tiveram uffll
I
chad e Abada, acumulando centenas de
mando ordenava a volta aos quartéis e trabalhadores" como a sua principal base grande papel na luta pela derrubada do go
mortos. Em 12 de agosto, o xá aplicava a Baktiar desaparecia de cena e, com ele, o de apoio, que inclusive incluiria também verno, e reafirmaram sua posição de queol
"governo
lei marcial em Isfahã, e, no dia 8 de se parte da nova geração dos petroleiros. O de transição de Bazargã é apenas |
"Sexta-Feira que restava do regime de terror do xá Reza
te_mbrp_ p fiegrjà". ela
era es
Pahlevi. I ,*u.«J.'- .**_ Tudeh.só. agora deu seu apoio total a Kho- -0_.primáinô passo"*- .*¦*«-- __-v-

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Teerã, 197B: o povo ocupa a r*tkUnd* 4*

———— I Petrogrado, 1917: a tornada do
palácio de Inverno

DE FEVEREIRO A OUTUBRO
Bn 1917, a Rússia teve duas revoluções: cia de recursos e de repressão alimentou reiçâo iraniana diferiu em muitos
a de fevereiro e a de
aspectos No dia 14 de julho de 1789, o
outubro. também umá escandalosa corrupção admi- da clássica insurreição de outubro ha kús- povo de Pa-
A_sublevaçâo do povo iraniano talvez nistrativa. E assim foram-se alinhando ris tomou a Bastilha, celebre fortaleza-
sia, em 1917, a começar "Mas
naa possa ainda ser caracterizada como pelo fato de que, prisão real. isso é um motim", teria
contra o xá e sua corte de favoritos nâo ao contrário do Exército russo naquela
uma revolução. 0 regime do xá caiu, apenas os trabalhadores da cidade e do
épo- dito Luiz XVI, ao ser informado. "Não Se-
ca, o Exército iraniano náo se encontrava
mas as estruturas sociais do Irã campo e uma burguesia nacional aguerri- nhor, não é um motim. É a revolução", foi a
desagregado por uma
continuam intactas. Os acontecimentos, guerra externa nem resposta de um palaciano. A história regis-
da, mas inclusive setores de distante das grandes cidades.
grandes co- tra muitos levantes populares, mas nem to-
porém, merciantes e proprietários de terra.
estão longede terem interrompido seu Direção burguesa dos constituíram autênticas revoluções.
Da crise social á crise econômica e de
curso. De qualquer forma, eles motivam 4. As noticias indicam, Muitos deles serviram apenas de instru-
ambas â crise do poder, portanto, foi ape- porém, que ape-
desde já importantes comparações sar das vitórias alcançadas, o movimento mento para a mudança de
e nas uma questão de tempo. O agravamento grupos no poder.
ensinamentos. Quais as semelhanças popular iraniano se ressente ainda de sé- Uma rebelião aprofunda-se, transforma-se
e as da situação dos trabalhadores, a espoliação
diferenças entre a sublevaçáo iraniana e rias deficiências. A esse respeito dão em revolução se, em sua direção, houver
econômica e a desfiguração cultural do proce-
as principais revoluções do de qualquer identificação apressada entre uma classe interessada em mudanças so-
passado? pais, o enriquecimento fácil e ostentatório ciais mais profundas.
Que conclusões os fatos o levante popular do Irã e a insurreição re-
já permitem tirar? de uma minoria, as próprias violências
po- volucionária de outubro de 1917, na Rús- A Revolução Francesa foi iniciada
lidais acabaram empurrando setores so- pelo
sia. Terceiro Estado (trabalhadores,
Por Alfredo Pereira ciais e políticos cada vez mais amplos â campone-
A insurreição russa foi dirigida ses, pequena burguesia e burguesia);
ação, apesar de todas as dificuldades. E se por um as
autêntico classes inferiores" - trabalhadores,
viu, mais uma vez, que em partido operário. Baseado num arte-
Quem vê a barba de seu vizinho períodos de sãos e pequenos comerciantes -
arder efervescência política os meses valem programa científico, esse partido tinha por radicaliza-
poe a sua de molho. Sem dúvida, os Estados por objetivo ajudar as massas ram a revolução, tomando o
anos. A consciência, a organização e a ini- populares a esta- poder. A mo
Unidos e seus aliados estão tirando belecer um poder de operários e campone- derrubada (10 de agosto de
lições ciativa populares deram saltos e, no
aa vigorosa insurreição prazo ?2_SUia
1792), Luiz¥
popular que pôs de alguns meses, as contradições e os sofri- sas, levar até as últimas conseqüências a XVI e Maria Antonieta foram
abaixo o regime tirânico revolução democrática e
e entreguista do mentos longamente acumulados se conden- passar à constru- guilhotinados (1793). e o poder foi.ocupado
xá Reza Pahlevi. As forças
populares têm saram num irrefreável levante de massas. ção do socialismo. A insurreição se baseou, por um Cpmitê de Salvação Pública, lidera-
também muito além disso, numa sólida aliança operário- do pela pequena-burguesia radical
que aprender com a expe- Bela lição para os míopes e desesperança- e apoia-
nencia do movimento camponesa, que se materializava nos sovie- da nas comunas revolucionárias
democrático e popu- dos! Em política, quem não quiser ser su- das cida-
lar do Irã. É verdade tes de operários, des.
que ainda é cedo para tem que olhar para além das camponeses e soldados,
um balanço mais sistemático. preendido No dia 9 de setembro de 1978, um sába-
organização básica de toda a luta então
aparências.
1 Há dois anos atrás, travada. A divisão do Exército se deu, tam- do, o Exército iraniano atirou contra mani-
quem diria que o 2. É indiscutível que o papel decisivo na
ma cair tão cedo? O Irá bém, a partir da base e não da oficialidade festantes, em Teerã, assassinando centenas
g era o país mais derrocada do regime iraniana
bem armado do foi desem- de pessoas; esse fato fez crescer a dísposi-
Golfo Pérsico. Chegou a e, sob a direção dos sovietes, as massas tra-
ocupar, impunemente, pelas massas populares, pela sua balhadoras constituíram organizações ar- ção de luta contra o xá. Da mesma forma, o
ilhas vizinhas ao Iô- ita heróica e persistente, pelos seus ata-
Senhado
men e enviou tropas madas próprias. massacre de mais de 1000 operários em Pe-
ao Dofar para conter o
movimento quês sucessivos que, nos últimos meses, trogrado foi o estopim da revolução de
guerrilheiro libertador No Irã, apesar do papel motriz decisivo
que mantiveram o xá sob permanente assédio.
° de 0mâ- Internamente, das massas populares, a direção ficou com 1905-1907 que, embora vencida, deu ao
oIZTVa A combatividade popular acabou por obri-
poder do xá*ultâo
era absoluto. Ele nomeava o correntes burguesas. Essa direção vem se movimento revolucionário russo uma me-
governo e tomava gar a que os próprios setores oposicionistas dida de suas forças e deficiências.
pessoalmente todas as exercendo, além disso, em
aec soes importantes. burgueses e latifundiários se mantivessem grande parte,
Vangloriava-se de através de religiosos xiitas, em cuja Com o massacre da revolução, teve inicio
numa posição firme. O xá nâo teria caído, ideo-
a fldelida<te incondicional do logia se mesclam elementos um periodo de repressão feroz na Rússia.
Ex?rri,C°m
Exército e sua nem a derrocada de seu regime teria ido progressistas e
modernos com traços retrógrados e obscu- Com a crise profunda cau-
polícia política, a famigera- tão longe sem a vasta e perseverante mobi-
rePnnua selvagemente rantistas. E acima de tudo sada pela I Guerra Mundial, a sublevaçáo
üLtllfK a todos lizaçâo popular dos últimos meses. paira a lideran-
que tentavam resistir popular obrigou a abdicação do czar Nico-
ao despotismo, defen- Contudo, é inegável também que a ação e ça pessoal e religiosa de Khomeini e não de
um partido popular e nem mesmo de uma lau II (fevereiro de 1917). Formaram-se os
Pei!íência n«cional ou reclamar a Organização das massas populares foram "soviets",
mPlhn!2 condições
melhores organização .de massa como os sovietes. organizações de deputados ope-
de vida e de trabalho. facilitadas por se desenvolver no quadro de
Em conseqüência, o rários, camponeses e soldados. Seguiu-se
D0D»i!,rrepeníe'JPorém'
° descontentamento uma ampla frente democrática e patriótica. governo que emergiu
do levante é claramente uma fase de intensa luta
movimento oposicionis- um governo política; o Gover-
ía SLexplodlu'.° A oposição popular e os setores oposicionis- no Provisório, integrado
6 eStf?Ít0U 8ua unidadrdeu nacional-burguôs. E este
governo já se lan- por partidos da
«HáTS pro- tas burgueses e latifundiários se apoiaram
pequena-burguesia radical, não realizava
combatividade e in- ça, com o apoio de Khomeini, a reprimir e
tZt??rà0TdinArí* e estimularam mutuamente. desarmar as massas, as reformas exigidas pelo
° XÔ' ape8ar de toda a *+ Confirmou-se, mais uma vez, portanto, para impedir seu "Pão, povo, sintetiza-
pres £ d?/ * as m-nobras avanço e seu desenvolvimento independen das no lema paz e terra". Kerenski,
e de todo o
apoio
anoio *r\
dos íEstados
í°ías que uma luta política pode ser ao mesmo te. Já começa também a último chefe do Governo Provisório,
Unidos, teve que fazer as tempo ampla/radical, flexível e combativa pregar a necessi-
pres.sas e ty**-' Se« soího deliran- dade de uma política econômica de "auste- aproximava-se cada vez mais dos chefes
5 d_ rí 3. Extraordinária foi também a capaci- ridade" e sacrifício. A se comparar com a militares, para reprimir o Partido Bolchevi _.'*-
2 eusSJdfíEi*^lm**™Perea'
al.nuséna o d* opressão de seu dade demonstrada pelo movimento popular Rússia de 17, a insurreição iraniana está que, organização da vanguarda do proleta-
poveia ri e democrático do Irã.em conservar a inicia- mais próxima de fevereiro do riado. Para o povo, a alternativa era apro-
££ Poddeetzs^'g-m ao dMerto tiva e a ofensiva, adaptando-se a uma si- tubro.
que de ou-
fundar a revolução. A
"todo palavra de ordem
"Modernização" tuação em constante mudança e elaboran- poder aos soviets" repercutiu forte-
do sempre novas formas de luta e de orga- mente nas massas. Quando a luta atingiu
tirânica
nizaçâo, sem transplantes mecânicos de
outros países e sem doutrinarismo ou es- Povo em armas seu climax, no dia 7 de novembro (25 de
outubro, pelo antigo calendário), o Governo
Pró^rioPlíiCnanÇÍ0 ^8ica deve *T bu8cada no quematismo prévios. Provisório já náo passava de um fantasma,
ía denPnHP envolvimento capitalis-
«f8 sem nenhuma autoridade. O Partido Boi-
vivência f6ní • combinado com as sobre- Do ponto de vista capitalista, o Irã é um
Por José Carlos chevique, liderado
Ruy por Lenin, dirigiu uma
nanío 9,feudai8' *»•*- vinha patroci-
''modernkadòra" país mais atrasado do que o Brasil, por insurreição vitoriosa
es- exemplo. Tem uma larga população rural. O povo do Irã varreu, finalmente, o que expulsou Kerens-
tava conH681^8 ki do pais, organizou-o Estado Soviético e
que
intrínseca rP • P°r e8ta contradição Suas sobrevivéncias feudais são mais acen- restava da monarquia. E sua epopéia recor- consolidou-o, enfrentando uma
recroma aos métodos prolongada
nico ll mais tira- tuadas do que em nosso país, a começar da, de forma inevitável, outros movimentos
sufocar guerra civil, que ceifou cerca de 6 milhões
impor Ia qualquer resistência e pelo regime, monárquico ou pela gritante em que a ira popular acabou com regimes de vidas. Entretanto, apesar da miséria,
model° econômico; opressão das mulheres. Sua industrializa corruptos e tirânicos: lembra cenas classi-
quanto r porém, dos sofrimentos, da desorganização da eco-
lo de ámm Ta.,evado adiante esse mode- ção ainda está no inicio. No entanto, a que- cas como a Tomada da Bastilha (em Paris, nomia, sua forra estava
da do regime se deu através de uma verda- justamente no fato
Popuk C_,v.olvimento antinacional e anti- 1 789), ou o Domingo Sangrento {em S. Pe- de basear-se diretamente no
acentuavam as contradi- *"í«**nra insurreição urbana e não de uma tersburgo, Rússia, 1905), ou ainda a Toma- poder popu-
ções dl^se
xeda-*'- iraniana lar; seu exército nâo era um exército
"prra
"e ecl.' e novas forças popular prolongada, que tivesse co- da do Palácio df Inverno (em S. Peters>>ur- fissional, mas sim o
pro
-m contra o regime.
. .eçado no interior. Por outro lado, a insur- povo em armas • armas
A àbundân- go, Rússia, 1917). arrebatadas aos
quartéis do antigo regime
•Hi
. .',-•• •
**. ^-rnÊrn
22Jz
 montanhas que se sucedem. Em seus vsles,
*>; >;:^*fMH quase ao nível do mer, o
calor e a
üflH^,;: ^*m*Í*mtoL
^^BBBB**. Z-i
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**R*WÊÍ ** *
x *'—., ___«»»
-»• - *&¦*$&•*¥¦ umidade sáo intensos. Esses fstores
**-'-3f.
mmmWmmmmf y>- constituíam defess natural aos caboclos
abandono.
que ali viviam em completo
I das famílias vem do surto de
\**mEmm*\' I JH HhP^MMÍ^ A maioria
penetração do Vale da época do ouro, ou
seja, desde fins do século XVII. Elas
suas posses,
jamais cuidaram de legalizar
no Vale e o
pois a abundância de térrea
seu valor jamais
pouco
atraíram cobiças.
Um grande surto de ocupação do Vale
1 ¦mII nffl NI a I começou há cerca de 15 anos, quando
lm******* e
levas de mineiros e de trabalhadores
Trottkr.
m^fl ******\^^^^^***\ ****¦ m\ nordestinos pere lá afluíram, com a
R__P00RÍM

lll mi« ri II abertura da BR-116. Esses trabalhadores

estabeleceram novas posses. No Vale
havia terras devolutas suficientes para
alojar a todos.
Entretanto, nos dois últimos anos, a ROlimiCM.
cobiça dos grupos imobiliários de Sâo
Paulo, por áreas destinadas a
loteamentos de chacrinhas para a classe
média passar seus fins de semana, somada
a ganância dos grandes grupos por áreas
destinadas á exploração florestal e,
atualmente, ao plantio de cacau, vieram
destruir a paz que existia no Vale.
Ao centre, a peitoral Ofensa» Mearas dd Meia ao petas Ar 1964.
Hoje, apenas 40% das terras do Ribeira
têm documentação legal. Isso favorece os
grandes grupos econômicos, alguns
éa revoJacáo
tarviéticat ainda
hoje tema de
uniforme para a aiuação política imediata.
Para se orientar na atual discussão qu°
se trava em torno do euro-comunismo, o
leitor tem três textos clássicos sobre
a ditadura do proletariado. Em
0 estado e a revolução, escrito em
agosto-setembro de 1917, às vésperas,
portanto, da tomada do poder pelos
operários russos, Lênin interpretou
magistralmente a teoria política de

O livro polêmico somados até ao capital estrangeiro, como

a Field, Comércio e Participações, aue
têm contratado jagunços para expulsar os
moradores não titulados. Ao todo, sáo
cerca de 3 mil famílias ameaçadas de
Marx e Engels, contrapondo-a às
deturpações reformitas de Kautsky e às
posições extremistas do anarquismo. A
polêmica se dirigiu antes de tudo contra
o reformismo parlamentarista e« visou dar

do general Mourão
Durante muitos anos, o gen. Olympio
Mourão Filho escreveu seu diário. Em
1971, doou os originais ao historiador
Hélio Silva, para publicação após sua
morte, que ocorreu em 1972. Quando, em
1978, Hélio Silva anunciou a publicação
do livro, Laurita Linhares Mourão
Irazabal, filha do general, contestou
sua autenticidade, depois, tentou sustar
a publicação, pois seu pai estava doente,
incapacitado, quando entregou os
originais a Hélio Silva. Além disso, a
publicação poderia prejudica la, e ás
suas sobrinhas, empregadas em repartições
públicas; as memórias conteria, ainda,
"pessoas
criticas a ilustres do cenário
político e do setor militar".
juiz João Ferreira Loureiro, de
Porto Alegre, não aceitou a argumentação
liberou o livro para venda, no último
"não
dia . Disse que se pode elevar
certas pessoas à condição de intocáveis,
principalmente pessoas que ocupam cargos
públicos de alta responsabilidade".
Logo após sua liberação, o livro já
começou a causar polêmica. Ele relata a
cassação, em julho de 1966 do juiz-
auditor da Ia Auditoria Militar de
Porto Alegre, Lauro Schuch, por ter
resistido às pressões do então comandante
do III Exército, ge, Justino'Alves
Bastos, e do governador lido Meneghetti,
para condenar pessoas sem provas.
Ainda que Justino Alves e lido
Meneghetti neguem essas pressões, Lauro
Schuch entrou com ação contra a União,
para anular as punições que sofreu.
Mourão Filho ocupa o cenário político
desde 1937; nessa época ele era capitão
do Exercito e chefe do Serviço Secreto
do Partido Integralista, sendo acusado
de ser o autor do Plano Cohen.
Foi um dos organizadores do golpe
militar de 1964, tendo desencadeado o
movimento ao sublevar as tropas da IV
Região Militar, sob seu comando,
sediadas em Juiz de Fora. Logo, porém,
desencantou se com o movimento que
ajudara a desencadear, tornando-se
acerbo crítico do regime. Aposentou-se
como Ministro do Supremo Tribunal
Militar.
José Carlos Ruy
Uma grande
reportagem
sobre o tenso
Vala da Ribeira
I Jair Borin tem 36 anos, escreve sobre
de São Pauio, é
{.economia na Folha
de Birigui e nos idos de
| paulista
^¦i/fiA t*r»
seromto do aervnáutio. ¦*
participou das Ligas Camponesas.
Aqui sua visão sobre as tensões no
Vale da Ribeira, a partir da série
de reportagens que fez para a Folha
de outubro de 78 para cá. O valor de
seu trabalho pode ser medido por dois
fatos: D A Comissão de Justiça e Paz
da Arquidiocese de S. Paulo usou-as para
um dossiê que vai ser enviado ao
governo federal e outras autoridades;
D o Juiz da Comarca de Miracatu tentou
agredi lo quando levantava dados para
as reportagens. Uma sindicância
mostraria, mais tarde, que a Comarca
contava com 185 processos desaparecidos.
A violência pela posse da terra aumenta
a cada dia no Vale da Ribeira. Grandes
empresários de São Paulo estão se
dirigindo ao vale a fim de aproveitar os
gordos financiamentos destinados ao
plantio de cacau. São 46 mil cruzeiros
por hectares que o governo financiará a
juros negativos, com prazo de carência
de quatro anos e saldo da dívida em
oito. Na formação de uma
apenas 30 hectares,
receberá cerca
recursosfinanciados quase de graça.
O Vale do Ribeira começa a apenas 50
quilômetros de São Paulo,
de Itapecerica
até o Paraná.
ele abrange cerca 20 mil quilômetros
Nessa área onde ocorrem as
quadrados.
maipres precipitações do país,
comparáveis a de algumas regiões
Amazônia, o clima é bastante
a topografia também.
A^sMaTj^^H
*\W *****\ _______________________
a ** ______________!_____L* ./
f ^KB?^ W" j
Vp /ale tinte**
de
perderem suas benfeitorias e seu meio
subsistência, apenas no médio Vale do
Ribeira. Nessa região, já surgem as
Associações de Defesa dos Moradores, que
estão procurando reunir os posseiros
para a defesa de suas terras. E nos
conflitos de terra, ano passado, já
morreram seis pessoas.
Três livros e
uma interpretação
sobre o socialismo
Jacob Gorender, estudioso do marxismo,
dá sua interpretação sobre obras dos
três famosos teóricos, recentemente
editadas no Brasil.
Cinco obras importantes da literatura
marxista foram recentemente colocadas à
disposição do leitor brasileiro: duas de
introdução geral à doutrina filosófica
e sócio econômica e três de teoria
inclui
política. No volume que
As três fontes, a editora Global reuniu
mais dois ensaios de Lênin um sobre
lavoura de Marx e outro sobre Engels. A feliz
o proprietário junção desses três ensaios propicia ao
iniciante excelente introdução à
de 1,5 milhão de concepção marxista, nas suas partes
fundamentais: a filosofia materialista
dialética, a economia política (com sua
descoberta da mais-valia) e o socialismo
nos municípios
científico (com sua tática de luta de
e Juquitiba, e estende-se
classe do proletariado). Embora às
Em território
paulista, vezes um tanto dificuldato pelo estilo
com predileção pelas interpolações e
de
períodos longos, Lênin é notavelmente
didático e rigorosamente preciso na
exposição do pensamento dos clássicos
da fundadores da teoria revolucionária
inóspito e contemporânea. Outra obra com caráter
introdutório é a de Stalin, publicada
São cadeias de
pela primeira vez em 1938 e que se
constituiu em texto obrigatório para
toda uma geração de comunistas. Georges
Cogniot, do Comitê Central do Partido
Comunista Francês, chegou à ousadia de
chama la de O Discurso do Método do
****
# S marxismo, colocando-a, assim, a par com
'¦ * (o que efetivamente ocorreu na Rússia
AÊT*" a imortal obra-prima de Descartes. Com a
mudança dos tempos, não foi tâo longe
"pequeno
Althusser, que viu no tratado
de Stalin" uma obra teórica, sem dúvida,
mas de estrutura pedagógica. De fato, o
texto tem o feitio de catecismo,
A i
W' araa HR lembrando os tempos de seminarista de
seu autor. Em vez de estudar o sistema
de leis da dialética materialista, expõe
de maneira pobre
"traços
fundamentais",
*> •
>^m entre os quais omite qualquer referência
mm* ÍjSs K \
à lei da negação da negação,
incompatível com o estilo stalinista
de raciocínio. Os multiformes caminhos do
desenvolvimento histórico da humanidade
são mecanicamente reduzidos ao esquema
universal e invariável dos cinco modos
de produção. E, como manifestação
exemplar de dogmatismo, os princípios
/¥ á__w*Jtf**w " -
teóricos'sêò"convértiÜôs, sem qualquer
psnuceirtr- hr**'** acuado lediaçâo histórica, era receituário
aos militantes uma idéia fundamentada da
ditadura do proletariado, então esquecida,
mas de vital significado prático para os
comunistas russos. Escrevendo antes da
tomada do poder, Lênin enfatizou as
características democráticas da ditadura
do proletariado, no sentido o mais
revolucionário da extinção paulatina do
Estado. Já em Como iludir o povo, escrito
sob a pressão da guerra civil e da
intervenção imperialista, em meados de
1919, é dada ênfase à função repressiva
do novo tipo de Estado instaurado pela
Revolução Socialista de Outubro. A
comparação entre esses dois textos e com
a história real subsequente constitui
exercício adequado à reflexão sobre o
fato incontestável de que nenhum dos
Estados socialistas existentes ofereceu,
até agora, qualquer sintoma de
perecimento. Pelo contrário, a tendência
de todos têm sido a da expansão, e, em
alguns casos, como precisamente o
soviético, a do agigantamento
asfixiante das formas mais elementares
de democracia. Os dois textos de Lênin
não serão corretamente assimilados se
não forem inseridos, como sempre
"análise
concreta
recomendou o autor, na
de uma situação concreta". Só assim
terão validade para a compreensão dos
problemas da atualidade nacional e
internacional. A Revolução permanente,
por fim, é uma das obras teóricas mais
importantes de Trotsky - a figura
política mais caluniada de nossa época
que, no entanto, a verdade historiográfica
vai restabelecendo como um dos maiores
líderes e heróis da revolução proletária
no século XX. Nesse livro encontramos o
polemista denso e ágil, o escritor de
estilo brilhante e o pensador capaz de
notáveis aprofundamentos dialéticos. Mas
encontramos também o que foi o defeito
mais grave, gravíssimo, de Trotsky como
teórico e como estrategista político: a
sua insuficiente sensibilidade para
transições, mediações e diferenciações,
que sáo inevitáveis em todo processo
histórico nacipnal e, mais ainda, em
escala mundial. Por isso mesmo, se
Trotsky se antecipou na previsão da
realização de tarefas democráticas
essenciais pela ditadura do proletariado
e
na China, sobretudo no que se refere à
reforma agrária camponesa),
o seu esquema
a
estratégico cometeu o erro de eliminar
etapa democrática - não necessariamenf
burguesa - na revolução dos países
atrasados com certo desenvolvimento
capitalista. Essa etapa se efetivou na
Rússia com a Revolução de Fevereiro, q
derrubou a monarquia e deu lugar à
dualidade de poderes, e na China, com
revolução de Sun-Yat-Sen, que liquidou
monarquia e estabeleceu um regime
democrático sob a hegemonia
do Kuomintang
(antes da virada contra-revolucionária
de Chiang Kai-Chek, em 1927). Bm suma,»
-obra- de Trsteky-, -como -a* -denwj. k .-sou»
itura crítica ler^^UtfiB^tfVVÍ j'*Jv'<-,1*

***»- -
 "' ~ "¦***'

:-'*p t.Oj *>m.«-Orem3Ífa

a falta de um índice
Aa nova edição,
do competente tradutor,
lurn cochilo
Le em nota
de pé de página, chama a ^AAO&lOStílriAtVS O candidato
Outubro de
Uolução Socialista de
Estado". Jacob Gorender
brasileiro
Lolpe de
VOlt^í...
fl Lénin As três fontes e as trôs
do marxismo,
ao Oscar
¦artes constitutivas
Editora Global, 78 páginas, CrS 55,00;
Hucitec,
I estado e a revolução, Editora A Lira do Delírio: Direção de Walter Lima
CrS 120,00; Como iludir o
154 páginas, Júnior 178); Fotografia: Dib Luft. Com
¦ovo com slogans de liberdade e
Anecy Rocha, Paulo César Pereio, Cláudio
64 páginas,
Vaidade, Editora Global, Marzo
- Materialismo e Antônio Pedro.
¦Crt 50,00. Stálin, J.
Considerado bem cotado
histórico, para uma das -
|ialético e materialismo cinco vagas de finalistas
ao Oscar de
Editora Global,
64 páginas, CrS 50,00.
melhor filme estrangeiro, A Lira do
delírio poderá vir a concorrer ao lado
autoritarismo, de Sonata de outono de Ingmar Bergman
e O império da paixão de Naguisa
exílio a outraa
Oshima.

Talvez pareça surpreendente,

por se tratar
eituras de um simples filme brasileiro,
também se trata de um filme
mas
igualmente
Intre os demais livros lançados
surpreendente.
ecentemente, há dois sobre a vida dos
xilados e suas interpretações sobre a Como o descreve o diretor, Walter Lima
listória recente de nosso país. Um deles Jr, A Lira é um filme
passa redondo. Se
de Fernando Gabeira: iovem redator do como se fosse dentro
de um espelho é
uma charada dialética,
ornai âo Brasil, no Rio, em 1968, onde os valores
o autor do seqüestro do embaixador tanto sáo •¦¦i
positivos como negativos ou
lorte americano Burke Elbrick, em 1969, ^p*^^^1^***™*'^™™'^— V
se eqüivalem. Um
quebra-cabeça em cima
"E
ireso nesse mesmo ano e exilado político do comportamento.
a impressão que
lesrj" 1970, quando foi trocado junto tem '
:om outros 49 presos pela vida do o espectador é de, ora
estar assistindo
embaixador alemão von Holleben. O outro o filme através de
espelho onde a um
é de Chrisuna Pinheiro Machado, também
jornalista,
da sucursal de O Globo em Quem tem
medo de rea idade aparece indistinta
múltiplos reflexos e ora
Irente desse espelho.
entre
de estar bem na
>ão Paulo, e focaliza com depoimentos e
algumas opiniões pessoais o que foram os

jornalismo eletrônico?
A estóriai se passa no submundo carioca,
momentos mais importantes da política
onde a
personagem central Ness Elliot
brasileira de 1964 para cá. O prefácio
(Anecy), táxi girl de um cabaré da Lapa,
5 de Luiz Eduardo Greenhalgh,
se envolve em aventuras
residente do Comitê Brasileiro pela Tem
gente que, como diz meu professor no centro" de São Paulo. Nos policiais e é
dias ajudada pelo repórter seu amigo
Anistia, seção São Paulo, de educação física, só dando com um (Paulo
gato seguintes, a Secretaria de Segurança C. Pereio). Há momentos de
tonando Gabeira - Carta sobre a anistia, morto até fazer miar. A imprensa em Pública divulgava trabalho mostrando grande beleza,
que devidos principalmente á primorosa
iditora Codecri, 80 páginas, CrS 65,00. geral, mas especialmente o jornalismo o crime na capital paulista cresceu fotografia de Dib Luft cujo trabalho
Ihristina Pinheiro Machado - Os exilados, eletrônico, acaba de tomar um puxão- à taxa de 25% ao 1978, com ano, em também pode ser visto em Tudo bem
iditora Alfa Qmega, 136 CrS de orelha do critico Arnizaut de Matos, 6 assassinatos de
páginas, por dia Arnaldo Jabor. A originalidade do roteiro,
)0,00. general recém saído do Comando do 1 carro roubado a cada 50 minutos
composto de
Depois da publicação do livro de memórias Planalto para a Diretoria de 2 assaltos peças que vão se sobrepondo
por hora... e envolvendo o espectador em sua tentativa
do general Mourão, o jornalista Carlos Especialização e Extensão do Exército. sem falar nas enchentes, na gasolina,
"protege" de montar o quebra-cabeça, faz com
Chagas traz á luz sua versão sobre os Segundo Arnizaut, jornalista no Irã, na inflação, na Nicarágua... que a
estória vá se definindo
episódios que marcaram o impedimento e subversivos e só noticia o que é ruim; O mundo se agita em nossa juntamente com os
volta,
morte do ex presidente Costa e Silva, de ele deu um exemplo: a tv brasileira personagens, até chegar ao ponto central
e tem gente querendo que tv a fale só
que dá unidade ao filme: um bloco de
quem foi assessor. É um relato denso e mostrou a
greve dos ônibus em Londres e, de apicultura e tiro ao alvo.
sujos de carnaval de Niterói
ilustrado com 110 no dia seguinte, estourou a de
páginas de documentos. greve Walter
Carlos Chagas Lima Júnior, viuvo de Anecy
113 dias de angústia, ônibus no Rio. E concluiu: jornalista
"boas Comopor encomenda; dias depois o Rocha, desenvolveu diretor no se como
Editora L&PM, 308 páginas, CrS 250,00. devia também divulgar notícias"
sr. Said Farhat, futuro ministro Cinema Novo, tendo trabalhado com o
Reinoldo Atem nasceu no Piauí, mas não (não explicou
é quais).
da Comunicação, retificava: o cunhado, Glauber, em Deus e o diabo na
piauiense. Dos seus 28 anos de idade, governo
Muitos pensam que televisão é só tem, ele próprio, a obrigação de terra do sol.
25 foram passados no Paraná, onde
fliperama. Mas o papel em branco informar; e mais, o
larticipou de todos os mais recentes povo tem o direito Seus três filmes
aí está, escrever nele um monte anteriores sâo:
movimentos culturais. Como podemos à informação sobretudo o que se passa!
Dceta que é. de asnices, ou um Menino de engenho (65), Brasil ano
poema de Drummond. Não era sem tempo. Quem tem medo
gora ele lança sua primeira novela: uma 2000 168) e Na boca da noite (69). Dez
Bem assim aí está a tv: para baboseiras, da tv? Que medo é este? Será
iflexáo sobre o ano de 1971, marcado por que anos depois, A Lira do delírio
ou foi um dos
«la para aulas, novelas de folhetim, ela chega a mais gente? Quem, então,
violência policial e da qual sucessos do último Festival
shows, filmes, esporte, comédias, grandes de
i autor também foi vítima, gostaria que todos ignorassem e só Brasília,
informação. Jaime, o impressor, diz onde recebeu os prêmios de
ieinoldo Atem - 1971, que alguns soubessem? Quem torce
Editora "papel para o povo direção, atriz, ator coadjuvante,
aceita tudo". Podemos adaptar: continuar fora do que se passa
leija flor, 78 fotografia e montagem.
páginas, CrS 60,00. por
vídeo aceita tudo. E, como qualquer em seu próprio país e no mundo?
lepois de Guevara O filme, sem
e Fidel, talvez tenha dúvida,
justiça a faz
veículo, pode enchouriçar ou instruir, As respostas (tcham-tcham
o jovem e idealista francês Regis tantas recomendações, não se pode mas
jdo
'ebray educar, divertir e informar. tcham- tcham...
o personagem quem?) deixar de atribuir grande parte
político mais
«becido da América Latina, Nosso caso, aqui, é o da informação na ajudariam a
mostrar por que do mérito à excelente atuação de Anecy
nos idos
* 191 6. Seu livro tv. As críticas acima apontadas fazem ainda não se vêem na nossa televisão, com Rocha neste seu último trabalho,sem a
Revolução na
evolução? pensar. Pode a tv influir na
opinião mais minúcias e mais recursos técnicos, ele jamais seria
penetrou como uma labareda "temem" qual o mesmo. ¦
m todas as universidades,
fazendo pública com tanta força como com todas as cores da terra brasileira, Cláudio Poles
alguns? Sim, parece que pode. 0 exemplo com padrão formal a serviço do
Icendiar as discussões em torno
de novas
errnas de luta clássico de nosso tampo é o das imagens padrão de contudo", as grandes e
pela libertação. Foi preso
«Bolívia, via satélite chegando aos lares americanos, pequenas batalhas que todo o povo traví
participando da guerrilha ao
fresquinhas, diretamente do Vietnã, nos escritórios, fábricas, ruas, salões e
Wo de Guevara, e depois de
wrante o
libertado,
governo de Torres, retomou a
mostrando o cacete que os .Johnnys palácio.?, redações, quartéis e agrovilas, Guerrilha,
arts onde continuou estavam levando nos Nguyens. Dizem que em busca de um país melhor.
«ia primeira vez,
escrevendo. Agora,
se publica
a guerra acabou bem mais cedo, graças
Essa briga de 110 milhões de pessoas dupla surpresa
0 Brasil um romance a isto. Parabéns, televisão. fira linda no vídeo. E ajuda antecipai
*»» Debray
A neve
seu.
Em segundo lugar,
jornalista protege
o encontro de soluções, com certeza. em Assis
queima, tradução
•Virgínia da mesmo subversivo? Sim, protege Mas, Desfecho: tal como o crítico Arnizaut
Mata Machado, Até retrasada, a maioria dos 70
a semana
ditora Vega, corrigindo o sofisma desse tipo de de Matos, nós também boas
180 páginas, CrS 120,00. queremos habitantes de Assis, no interior de
«• fiz e Terra, mil
180 páginas, Cr$ 120,00 crítica, vamos completar que jornalista notícias, e o mais rápido possível - em
São Paulo, ainda não sabia da existência
também autoridades, bandidos, ritmo eletrônico,
protege por que não? Mas nau da guerrilha do Araguaia nus idos de
policiais, ministros, generais e civis, nos esqueçamos, por fim, que durante
1972-74. E surpresa maior seria a
jogadores de futebol, membros do olero, os últimos tempos (e ainda hoje).
revelação de que Helenira P,esende de
da Câmara e do Senado, enfim protegemos Ioda e.qualquerpéssima esteve notícia
Souza Nazareth, uma das mais brilhantes
tudo quanto é personagem de notícia. proibida no vídeo, pela censura. alunas da cidade, além de jogadora de
Nossos telejornals só mostram o que ê E o país melhorou com isso?
basquete campeã pela seleção local, fora
ruim? Pode até ser verdade, mas apenas
morta como
guerrilheira nas matas do sul
em parte. Fácil é a demonstração de
do Pará. A história que comoveu a cidade
que o ruim é mais notícia do que o bom,
foi contada pelo diário assisense Voz da
pois o ruim normalmente é o que foge À queima roupa e à primeira vista,
Terra, na quinta-feira, dia 8, em duas
da rotina. Um avião lotado de o caso do Sítio do Pica-Pau Amarelo,
páginas, ilustradas com fotos de
passageiros levanta vôo a cada instante que a tv angolana tirou do ar por Helenira na equipe de basquete e com,
em todo o mundo, e tudo corre bem, apresentar negros sempre em posição
vários depoimentos de professores e de
que ótima notícia! Mas não vai ao ar inferior, suscita outra questão:
amigos da familia.
na uma chatice. Vai ao
televisão, seria o programa está no ar (Rede Globo) há
Na abertura da
ar que um avião lotado
a notícia de mais de dois anos, e até agora ninguém, reportagem traça um rápido
o iornal
de passageiros foi derrubado por entre nós, havia
que ali notado
"subversivos" perfil do pai da guerrilheira, o médico
na África do Sul, bolas! existe racismo! E em Angola, o
programa Adalberto Nazareth, conhecido na cidade
E, é claro, o presidente sai
se foi tirado do ar tão logo se "médico "médico
como pobre" e dos
da rotina inaugura a obra do século,
e passaram seis capítulos!
pobres". Segundo o editor de Voz da
a notícia vai ao ar com hino e tudo. O assunto precisa ser mais bem analisado. Terra, Eli Elias, a ediçço de 5 mil
Curiosamente, no dia em que o Uma curiosidade, de saída: a trilha
exemplares esgotou-se em menos de
uma
general pedia notícias boas, sonora do programa é de autoria
duas horas.
"E
foi o assunto da cidade
telejornalista foi assaltada em plena de Gilberto Gil. um negro.
' durante toda a semana seguinte", afirmou
tvela o luz do dia, a dez de sua emissora, Mylton Severiano da Silva
govarno Cotia a Slbra passos
o editor. ¦

"n***»*o»>mmm —— i
 -^M &•*£ ^^.<:^,^L^k^^»âêkiãm
.-.'*.m*mm**emk_ ___ in¦
mmm am m»iii ¦¦»iniiiim
**u *A**m—~*m:

DirittidmU pm-a um pilMfeo

*• _______r_____l de menor poder aquisitivo,
_________________________________________P
eOm atmmmmmmmm* A*fmftVã Vm*i*ÍmV*'\,

usaiiao modvloamaia baratos

dV m_*mÍ*A*4tU, UtmViAmmA
"populares"
de sexo oferecem
a seus leitores um escape
v a pvtpvtuaçào de
prvconceüm contra a mulher.
¦______MI____f__TIT__________________Bl----M-r
"populares" - menos hipocrisia e ta|
Nas revistas de sexo - pelo menos no preço

SEXO A MENOS Dl incontrolável, deve-se procurar o auxi-

Mas essas revistas deixam muito claro res cheio da nota. Ou seja, é uma prostitu-
Por Dagomir Marquezi ta." lio de um psicólogo, pois as razões sào
sua condição de classe A e se destinam a "
um público pretensamente rico e sofistica- Inamá Simões destaca um segundo esca- exclusivamente emocionais.
Antigamente era luxo e só os bem riqui
do. A sombra delas, espalham-se publica- lão de revistas, o maior de todos, na faixa
nhos podiam ter uma Play bov (americana) Hot Girls segue nessa Unha contando pia
entre essas mais populares e as quatro de
em casa. Quem tinha, escondia. Nos giná ções mais populares, com preços que vão das, curiosidades e aulas diretamente rela
<
30 cruzeiros. Em circulação, luxo. O narrador sai um pouco de cena e a
sios, as obras imortais de Carhfcs Zéfiro (o dos 15 aos cionados a sexo. Tudo é sexo, inclusive o
uma delas já ameaça as quatro de luxo: Pe- mulher passa a ter alguma voz. Mas conti-
maior autor de quadrinhos pornográficos do horóscopo:
teca, da editora paranaense Grafipar, ven- nua como um objeto de decoração:
Brasil) eram negociados evidentemente por
das grandes des- dida a 15 cruzeiros e com o tamanho de um "A "Peixes
jovenzinhos vivendo a era loura e a almofada. Uma coisa - a pessoa amada espera
cobertas. Pato Donald.
macia sobre outra coisa macia" (Fies- muito de você e como sua forma física
Inamá Simões, jornalista e psicólogo de ¦ a
Os grandes mitos sexuais femini- ta). está ótima, nâo tenha dúvidas que
São Paulo, está usando o cinema erótico
nos pareceriam extremamente castos nos "As mais popula- será formidável.
brasileiro como tema da sua tese na escola modelos nas revistas sua performance "
de hoje Sofia Loren, Gina Lolobngida,
dias de Comunicações da USP. Buscando um res assumem às vezes posições anatômica- Muito sucesso em tudo. "coluna
maio ou
Brigitte Bardot. Elas estavam de efeito de comparação, ele acabou se afun- mente desconfortáveis, quase impossíveis. Nas últimas páginas, uma gay
biquíni em o Cruzeiro, Manchete, e Cine dando nas revistas masculinas e hoje pos- O objetivo é mostrar o máximo possível." com um senüdo muito didático, contandoi
ma_
lândia. sui um material considerável de publica- Nas intermediárias elas se postam mais á hitória do homossexualismo. Peteca
"gay troca de cor
vontade. E se nas populares elas são anun- tém um corner", para
As menos conhecidas (e também ções e depoimentos. E uma das sua obser- -Ea coluni
vagões refere se à semelhança ética e este- ciadas como prostitutas em oferta, nas in- respondência e de encontro
menos vestidas) estavam nas revistas de "De CunJ
j
expostas com tica das pornochanchadas com as revistas termediárias reforça-se a idéia de que elas cabo a rabo", assinada por Celso
piadas (de salão) e mulheres, hei-3
salões de barbeiro. Nada muito populares para homens. estão ao alcance do leitor. Peteca, aliés»é o modelo de HotGirls.e
orgulho nos
"Na mais bem cuidado.
ousado. verdade elas estão divididas em dois "Tem
noite que eu nâo pego no sono
grupos", diz Inamá.
Mas, de uma forma ou de outra, homem e fico brincando na cama. Então eu
No primeiro estão as mais populares
menos uma
que era homem arranjava pelo mesmo, um gênero aparentemente em ex-
revista de muié pelada para exibir aos ami-
tinção. Elas cultivam ainda a velha fórmu-
disco um número qualquer de telefo-
ne... se é homem que atende, começo
Sexo do rico
Aos mais velhos, podia representar a
gos. Ia de mulheres e piadas e as misturam com logo a falar algumas frases excitantes.
fuga de uma vida sexual emperrada no co-
curiosidade do tipo almanaque. São as re- Palavras de amor, que trazem conse- "Sexyterapia"
tidiano. Aos adolescentes, delícias para dá uma
em outra coisa. vistas que compram as fotos mais baratas nem lhes
A seção "sexyhoró!
quem não consegue pensar quências que eu nâo posso sobre ejaculaçâo prematura. O
de agências ligadas à Boca do Lixo.É muita
contar..." ("Marta", revista Peteca n*" copo" aconselha às nativas de Aries
<H
Para todas as idades,a magia frustranteda bunda, muita celulite. As mulheres nunca
34). usem o preservativo condon e aos Capncoi
masturbarão. falam por si. Há um narrador que conversa "Lânguida, na cl
sensual, esta inquieta nio que deixem de tantos caprichos
com o leitor, desenvolvendo fantasias se-
temesfomeado
o de
olhar ma. J
Hoje, as muié pelada estão em qualquer xuais muito machistas" gatinha
New Girl (Triestre) é o caso típico, apesar* servi- Sendo muito bem vendida, Peteca possi
banca de jornais. Dos quinze aos cinqüenta amor. Que está esperando
"Helene"
para coi
de seu preço: Cr$ 35,00."Kátia", sentada uma movimentada correspondência
anos, embrulhadinhas uma a uma, as re Ia?" (Sobre Hot Girl n° 2) "Confissões Intimas
A seção
vistas masculinas saíram da ilegalidade
e no meio de um campo de margaridas, é seus leitores.
de visitas dos lares Enquanto nas revistas populares a mu- revela e responde a cartas bastante dei
até invadiram as salas apresentada assim: "servida"
liberais. E, segundo a Isto E, lher é ao leitor com umjeitinho lhadas com dúvidas sobre o tamanho
mais dos
livrarem da "Vamos meio cafajeste, nas intermediárias, às ve- um pênis, a atração por crianças
logo mais se deixar de balacobaco, tur-
preparam se para zes a situação se inverte: é a modelo quem aos 12 anos, a fimose e o transexualisrt
nas sutis
censura prévia e caírem garras ma! Olhem só a zinha que mostramos a se serve.
de autocensura. vocês... é uma parada, mesmo! E fi- "Sou bei
"O
tipo de homem ideal de Beth tem casado há dois anos, vivo
a Kátia tem só deze-
quem sabendo que com minha mulher, e estamos coi
bem, falar
nove aninhos, bem vindos, por sinal..." que ser sociável, vestir-se Minn
vontade de praticar a sodomia.
Muita celulite O redator que criou este texto não sabe o
pouco e agir muito. E qus
ra capilar no tórax,
'um
tenha fartu-
tremendo mulher tem medo que essa prática
M
nome ou a idade da modelo. Provavelmen- cause problemas físicos, como
a düad
charme'...". (Fiesta n° 79)
te, nem sua origem. Ele inventou tudo e estéticos.
çào do ânus e problemas
As revistas brasileiras para homens en deve achar que o leitor vai se sentir mais Expor fotos de mulheres talvez seja o ú-
Piracicaba, SP)
(De um leitor de
tram no seu quinto ano de existência (o motivado em suas fantasias. As fotos são as nico ponto em comum entre todas as revis-
marco é Status, agosto de 1974) como um mais baratas, as modelos, digamos, as mais tas masculinas. Quanto ao resto, elas con- Qua»
umas das ou- New Girl quase não tem texto.
investimento seguro para as editoras. Play vulgares. servam bastante distância mínimo
tem, eles seguem uma linha no
A visão que NewQirls tem das mulhe há um I
boy (Abril) é a mais vendida, cerca de 170 "é trás.
riosa. No número 27 da revista
res", continua Inimá, a de que é preciso Hot (Tir/s(Noblet) publica um grande arti- "A e
mil exemplares mensais. Suas rivais mais vida sexual de.Stálin
saber como trata las. Sabendo, elas não a maior go sobre J
imediatas são Status (Três) e Ele & ela go sobre a masturbação (dando chamada
oferecem resistência. Veja como NewÇirls força). A linguagem é muito direta, quase pequena obra de antropologia são tnj
(Bloch). Lui 80, também da Três, corre por "Ivete": dura vida dos milionários". Estes
apresenta Loura, boazuda. O que como num manual de primeiros socorros: dis»
cima-custa 50 cruzeiros e se tornou uma re dos como alguma tribo da Oceania,
sem deixar mais poderia querer Ivete? Ela tem admi- "Quando
vista de ensaios e reportagens, o desejo de se masturbar é tes de qualquer contato maior:
radores cheios da nota. Ela tem admirado-
de exibir modelos.

MOVIMENTO 19 a 25
24
 ¦*___ .__._._._._._.__._._._.______ — FotoNtUi»

flBlU * fr.ufc» n_Ui r mJL _,_.u

*
»_ ,, ,_ /_______¦_____¦______.
wun-vers_tária,heim,
FISM^k' i*«»rtjiSni.rt-n»rif«_l«-|!»_i,p-. a_a jA*m m*\
mmma^m ..iia< . j.i.i*u_. OAkthaiL ______i _______
«"_______
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^Liit). à*rt\ ihW), **» _iimJ| j^H|
' ^^¦M»
«»"'?"W"» ¦•* *•*•¦
_J_____f VW _____T^^(___B

bandida! Querendo
umatransadinha?'
Toda essa gente solitária, de onde eles
vêm?"
"Olha
^«-H III '<*_f_H _____r^_B --------i ('Eleanor Rigby, de Lennon e McCartney) eu espero que voei, como umaga
"Jovem
universitária, 20 anos, deseja rota inteligente que deve ser, náo va rir da
manter correspondência com rapazes inte- minha simplicidade, porque como traba-
ressados num bom lhador que sou acho que não estou a altura
papo e talvez futuros
de usar um vocabulário
passeios pelas quentes noites paulistanas. para escrever a
Cartas para a Caixa Postal n" tal, Sáo uma Universitária (...) Eu achei um pretex-
Paulo
ÍMl .' 1*"XfflF flH !¦¦:¦»__» *!____________ ________________ SP" to para escrever, a você, náo é para sair
^H 1\_L\ fl *¥tm\ Este anúncio saiu na sessão Correio
da passearcom você nas noites
quentes de Sáo
revista Homem de "jo- Paulo, porque náo tenho condições de ir até
janeiro. Até agora, a
vem universitária" recebeu 92 respostas. você (...) Sou um leitor assíduo de leituras
Metade delas de rapazes entre 25 e 29 relativas a sexo. Sabe após conhecer mui-
anos
_-_-fl-----rnÉ -ÍH _________l______^_________________________________________________f_f (e um quarto de homens entre 30 e
39
tos tipos de prazer sexual, existe coisas
que
anos). 52 das 92 cartas chegaram da eu descobri que me excitam muito por
Gran-
de São Paulo. Outra exemplo, quando eu morava em B. Hori-
grande parcela se divi-
dia entre o interior zonte. eu costumava fazer telefonemas
Inamá Simões, as paulista e o Grande Rio,
pticólogo
"populares''
repetem na mas havia também interessados em Minas, anônimos a garotas que eu nunca vi em mi-
i
no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. nha vida, fazendo diversas
ua o fenômeno das p*rnochanchaàt%s perguntas, por
"com A grande maioria deles se dizia univer- exemplo, como era ela fisicamente,
ma, fantasias sexuais que tipo
sitário e trabalhando no ramo de adminis- de roupa usava, qual a cõr da calcinha, e
machistas''. Para o editor de
tração de empresa e da contabilidade. coisas assim que me excitavam,
, Osmar Júnior lao látdo, nào há Mas que chega-
* ter havia também de nível vam a me fazer masturbar. O
problemas de"atrapalha
consciência; gente primário, que excita
publicitários, IBMs, talvez não seja as palavras mas sim, o
ura também náo programadores um fato
médico, um químico, um chefe de de pensar que quem estava dizendo aquilo,
; o gue eles mandam faxer, eu faço. pessoal e
um preso político. era uma garota linda, rica, boazuda, ou en-
tentando até onde tmrrnsmpm''.
Alguns trechos dessas cartas revelam tão casada que é mais excitante, mas estas
um
pouco de onde vem esta gente solitária. mulheres tem que ser da alta sociedade, se-
"(...)
Como costumo ir a São Paulo even não tem não tem graça, e o
que é melhor
tualmente, a serviço da Empresa, muitas garotas gostam da brincadeira, ago-
formação quanto em revistas mais caras. também de fazer amizade com
gostaria
ra descobri a coisa também através de car-
pessoa resi
dente nessa capital, logicamente do sexofe- ta e você é a primeira para
quem escrevo,
minino. Assim, acredito só pelo fato de você ser universitária, voei
que minhas noita-
das solitárias aí possam terminar. deve ser rica, e muito linda, isto me deixa

$3000
Através de outra revista travei conheci- excitado, inclusive já estou excitado neste
mento com uma momento (...)".
garota formidável de Vitó-
ria. Espírito Santo, estudante de medicina (Técnico de rádio, 27 anos, Piraquara, PR)
(...) Tive a oportunidade de oferecer-lhe es-
tada em meu pequeno apartamento. Foram

ntimamente, a maioria dos milionários dez dias maravilhosos, além da amizade

humor regional e a malícia do duplo senti- "Não
•ser evidentemente posso passear pelas quentes noites
igual a todas as pessoas: gn "Marle- surgida. Confesso que as
do. Há joguinhos de todos os tipos. "quentes",
(fiando o time está noites foram bem apesar de náo paulistas como você sugere, porque squ ca-
ganhando, empinar ne" diz frases que se transformam
quando sado e isso dá um
igaio com a meninada da rua. (1...) Os "Gosto estar fazendo calor. grilo danado. Mas posso
o leitor pula uma linha: de um bom/
mários têm te convidar para vir um fim de se
poucas opções a fazer passar
papo e acho muito/cacete quando/ ouço coi- Peço desculpas
ido se trata de terminar uma noite por escrever algo tão bre mana em Santos, desde
que você avise an
sas que não/estou a fim". ve. Tenho pressa de terminar
ilando(---),Umaoutra opção,além de sair porque esta tes para eu arranjar o apartamento. E, se
0 número 6, nas bancas, traz um rei em São Paulo nos dias... e
isa para uma boate badaladíssima, se- quebra- você tiver outras colegas
cabeça
"levanta gostaria, já que também quei
(chamado cabeça") que, nessa viagem, de conhecer você ram vir* eu tenho outros amigos
eceber os amigos em casa. Em tais re para tran-
montado, revela o primeiro nu frontal de que pode
fies, o preço varia de 600 a 1200 cru- sarmos as devidas sacanagens. (...) riam fazer lhes companhia. Nota: como so
abertas publicado no Brasil. Isso
pernas "Fridam" P.S. - Mais beijos. Suma "donas"
I por pessoa, sem contar as bebidas, pô- mos casados, vocês ficariam do
palmadinha
de. Já a alemã, não teve licença na bunda. Bem de leve."
ida mais fina "No ap., e nós passaríamos lá apenas
qualidade (...) Os auto- para bater
para dizer meio das minhas pernas (Advogado, 31 anos, solteiro, Rio um papo...
6 passeiam nas "A- RJ)
grandes avenidas ao tem uma grande pinta" (traduzido
de boleros e tangos. para (Sou) casado (portanto livre dessas
(...)" trás do meu joelho esquerdo tem um
?sía é a mais gran- doenças chatas), discreto (porque também
pródiga em textos, se-
de pinta").
do o modelo das colegas preciso de discrição), e em matéria de sexo,
mais caras. "Talvez,
«ma seção de dicas o que me levou a escrever, foi a um taradinho. Gosto de tudo em sexo. mas
para programas
mos de baixo minha solidão no meio de muita principalmente em satisfazer a minha par
preço, entrevistas com gente. Te
!de televisão, uma nho uma porção de amigos, fico feliz com ceira. Portanto, não faríamos nada
coluna social, outra que
tebol, de cinema, de
denúncia ("Astro- Prazer passivo isso, mas quando volto
pra casa após gran-
você não quisesse. Antes, escreva me di
o ópio do des farras, me sinto só. Quando estou zendo quais sãos as suas intenções..."
povo") e até um estudo junto
co fisiológico sobre com outras pessoas sou alegre, descontraí- (Formado em Administração, cursando/or-
sua majestade, a
a- (Tratada "A
por nádeqas,bumbum, censura atrapalha, mas nem tanto", do, por dentro sou muito triste. Não sei nalismo, 29 anos. Santos SP.
ao remelexo e "O por
afirma Osmar Mendes Jr.
"termina
aquela parte de trás que eles man- que acontece isso, quem sabe você pode me
o charme da dam fazer, eu faço - clarear, escurecer, ajudar."
pequena). "Tou
cortar." E faz da forma mais ostensiva numa
pior em termos de contato e
(Estudante de jornalismo, 21 anos, solteiro
- comunicação com seres humanos decentes
possível grandes manchas nas regiões ve- São Paulo SP)
"Se e compreensivos, totalmente isolado e soli-
tadas, risco preto nas palavras. eu es-
O nu frontal queço de alguma coisa, eles não reclamam. tário (...) presentemente recolhido ao ca
Então eu vou ousando, testando até onde sarão da av. Cruzeiro do Sul. Os motivos
"Universitária,
eles permitem. Dois seios, um seio e as ná- hein, bandida?Querendo são essencialmente de ordem
política
degas, mâo entre as pernas..." dar uma transadinha social, pois parti para contestação do atual
a experiência por aí, nâo é? Vou te "sistema"
mais interessante em Chocante? É nas revistas masculinas que fazer uma visita e acabei por ser enquadrado no
5 e propor-lhe um negócio
de revista "Lei
masculina está feita as mulheres são mais espezinhadas pela so- da China, que eles chamam de de Segurança Na
^ p/quem quer transa, (divertir
Pouco charmoso armazém do bairro ciedade machista em que estamos presos. É por ai). cional" (...) Bem, ilustre desconhecida, da
A H<>mem (Há uma onde a mulher é apresentada mais clara- MANDE TELEGRAMA qui pra frente o que estou lhe propondo fica
E. Paulo: APENAS C/TEL:
nome* Homem era uma mente como mercadoria e objeto funcional OU ENDEREÇO dependendo exclusivamente de sua
r?_.q»2?tat0
a da Editora QUE AQUI O PESSOAL Ê pessoa.
Abril, que concorria com de Caso você seja realmente liberal, sem
wr Logo de seu prazer. A divulgação dessas publicações FOGO". pre
lançamento, a editora ajuda a perpetuar os mil preconceitos conceitos e não dê bolas
««rou que (Engenheiro civil, 27 anos, para formalidades
com um São Paulo-SP)
processo contra a discriminam asmulherese as condenam às de espécie alguma: então é
U?r Um n°me quase certo de
Ar!
aoanteriormente. ^Ue ela Já hflVÍa re" opções mais passivas de vida. que eu receba atenção de sua parte (...)
Dois anos depois a Âo mesmo tempo é bom pensar no reverso Sendo você uma universitária, então
"oi pode
ganha e a Homem da Abril mos iniciar "na troca de idéias em nível
0 brasileira virou a Estas revistas, intencionadas
por pior que "No
da Playboy). meu campo bem elevado suore quaisquer assuntos, cer
sejam, representam para centenas de mi resolvo
problemas, de
°!mar Mendes Júnior (31 to?".
<*
exnlln lhares de leitores a' única válvula de escape qualquer tipo. Vocês
mulheres procuram
Pubhcitáno), livre de
compromis- uma Cultura e um regime onde a libe- (grande parte) centros espíritas,padres, de (Presidiário, São Paulo. SP)
a'anunciantes - para
a revista vive de ração sexual significa condenação certa às sabafos com os outros e até cartomantes,
em bancas-està
tentando aproxima- laberedas do Inferno. Elas exibem mulhe- quando a solução correta geral/e está com
™aisde "m modelo
brasileiro res como os psicólogos. "Sou
.tismi.
('nm lsso. gado e reforçam alguns dos nos- moreno claro e muito solitário e
ele deixa de lado um "sexo
, JT' sos piores tabus sobre o frágil", Ao Experimente pôr prova. à Agora
nsia de um esquema que desejo loucamente conhecer você. Se você
ao m!f" impor- mesmo tempo, sem elas, o debate, o escla você me conhece, coloque seu
problema
lem*_° em c-ue
da ma»s ra- pôs o anúncio na revista, é porque também
ar.T-S»-r chamado
. recimento e a consulta sobre assuntos se- num papel, o que te aborrece ou preocupa.
"Ali deve estar só, pois não existe coisa
de chauvinista.
xuais um privilégio de mil Se for seu problema, eu garanto resposta, pior no
™ chamado", "por permaneceriam mundo, do que pessoas falsas,
confessa Osmar
vezes menos gente, Isso, sem contar a jane- que só pen
principalmente de ordem psíquico-social. sam e se aproveitam da
s°cial
de São Paulo" Não gente e, é assim
,3!ta Ia que as seções de cartas dessa revista sig- Escreva me tudo. Pode ficar à vontade."
"Já que a maioria das pessoas são, e por isso,
«"Vencia?
nt, tenho
\de
tive, nificam para toda uma camada sufocada Estudante de psicologia, 22 anos.Bauru SP)
"ADOREI estou muito só, porque ainda não encontrei
tanta. Mas a
ionrao publicidade pela ignorância e pela solidão. ANUNCIO REVISTA HOMEM
pessoas sinceras, honestas, que possam
Ruim com elas, pior sem elas? Melhor I ANTEVEJO MOMENTOS INESQUECÍVEIS
compreender as coisas".
criatividade três fa- sem elas! Mas numa outra situação, I FINEZA NOS ESCREVER
lnH.it'n1KlUra,corn
Ult° brasileiros: quan- ABRAÇOS"
I (Estudante de Arquitetura, 20 anos, São
o aspecto lúdico, o do elas deixarão de ser necessárias I .Advogado, Campinas, SP).
Paulo, SP)

Nn^T^ 25/2/79
 Quem acredita nodiálogo?
"Belgn
Naúlüma edição do Mineira" ção da alta direção da empresa: chegaram
a emprestar, mensalmente, até vinte por
Inúmero 37. agosto-setembro-outubro 78).
cento de seus minguados salário» durante
a Diretoria da Comp«anhia Siderúrgica Belgo
alguns meses, e fim de auxiliar a empresa,
Mineira (CSBM) publkou um documento sob
"Diálogo sobrecarregada com a compra de novos
o título franco, honesto e leal. A
equipamentos. O operário, quando a em-
Empresa acredita nele", analisando a gre-
ve que os trabalhadores metalúrgicos de presa buscava equilibrar sua situação eco-
nômica e consolidá-la, trabalhou, colidia*
João Monlevade realizaram, de 31 de agoe-
namente, durante longos anos, doze horas
to a 4 de setembro, em defesa de seus inte-
seguidas, no sistema de trabalho contínuo e
resses.
em revezamento de turnos.
Nos dois primeiros parágrafos, os senho-
o • Os operários sabem mais, senhores di-
res diretores da CSBM reconhecem que "é
retores da CSBM. Sabem que poucos enten-
movimento grevista foi ordeiro e que
dem suas necessidades e muitos náo se
cada vez maior a conscientização do traba-
lhador brasileiro". preocupam em nada com a situação dos
operários. Tanto que a política de emprego
Em seguida, numa contradição com a po-
náo atenta para a situação de cada traba-
siçáo dos dois parágrafos anteriores, a Em-
"por lhador, cuidando apenas do lucro a qual-
presa diz-se surpresa não se acreditar
as partes podem e quer preço. Em razão disso, denunciamos
que as pendências entre
ser resolvidas através do diálogo violências contra o trabalho por parte da
*A devem
empresa:
franco e direto". A empresa, no mesmo do-
a) dispensa de 74 companheiros, em 1964,
cumento, afirma ser uma manifestação de
"a de forma violenta e desumana, numa atitu-
maturidade, busca de uma sociedade "pulmão
de que náo honra a direção da empresa, tida como o do mundo", i
justa, o desejo de participar", indo
longe ao reconhecer estar, por
mais
enquanto, conforme salientou o Sr. Dr. Mauro Thi- Como sempre, do com nossas reservas naturais, si
nuarem devastando a Amazônia e ali
bau da Silva Almeida, em recente julga-
em forma de reivindicação a aspiração de
uma justa retribuição ao esforço do traba-
lho até condições primárias de segurança
mento no Tribunal Regional do Trabalho de
Minas Gerais; a ditadura do suas atividades predatórias,comtf
futuro do povo brasileiro e do
b) extinção da fábrica de tubos e dispensas mundo? ^^
no desempenho das tarefas diárias"...
De sua parte, falando em nome dos tra-
de quase todos os operários;
c) extinção do trem laminadouro steckel,
mais uma vez Que sorte terão, a curto prazo, os^Bj;0,"1
posseiros, lavradores, os pequenos ãiMWe\0
balhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos
com a imediata dispensa de quase todos os Mais uma vez, a ditadura, sempre a ser- tores, os índios, que lá sobrevivera-^¦l'lda
de João Monlevade tem a dizer, em respos-
trabalhadores; viço dos grileiros, latifundiários, monopo- questões náo preocupam a ditadura!
ta ao documento dos senhores dirigentes da
d) extinção do trem de laminação 350/650 listas nacionais e principalmente multina- importa é continuar engordando os|
CSBM, que o movimento grevista se fez jus- "Lui
e dispensa de todos os optantes. Não foram cionais, atenta contra os interesses do nos- dos patrões, principalmente dos
tamente porque a empresa, que fala em
demitidos os estáveis em face à vigorosa so povo. Querem acabar com a Amazônia, da vida, que já há algum tempo ocupL
diálogo, na verdade institucionalizara jus-
atuação do nosso Sindicato, cuja diretoria vendendo-a de vez aos imperialistas. Para sas terras, levam nossas riquezas„^Brns ,
tamente o contrário...
teve que enfrentar processo aberto pelo Mi- isso, querem implementar o sistema de produtos e se tornam arquimiüoi*^1-1*
Eis porque, em resposta^o Sindicato dos "crime"
nistério do Trabalho, pelo único de contratos de riscos, mie oara nós, e o povo custa da exploração das classes i
Metalúrgicos de João Monlevade quer di-
ter assumido a defesa dos companheiros brasileiro, sigmfica.ofidíifizar a entrega das doras. E a desculpa agora, para ccJ
zer ao povo do município, aos trabalhado-
demitidos contra a prepotência da alta di- nossas riquezas, das nossas terras. Signifi- rem entregando a Amazônia, nâo i
res de Minas e do Brasil, aos senhores dire-
reçáo da CSBM; ca acabar com a Floresta Amazônica, que á baixo do pano, mas descaradamenJ
tores da CSBM e às autoridades da Repúbli-
e) a recusa da direção em resolver o proble-
ca, o seguinte:
A empresa iniciou suas atividades em ma do revezamento, prática, desumana,
Sabará, no começo do ano de 1927. Dois ilegal e antiética, pela qual lutamos, estamos
anos após ocorreu um fato que mereceu lutando e lutaremos, custe o que custar,
destaque e citação num discurso proferido porque o revezamento é um achincalhe á
pelo presidente
Ensch. em 15.11.52:
da empresa, Dr. Louis
"Ê
de justiça realçar
dignidade do metalúrgico;
f) a utilização, pela alta direção da CSBM,
5 BOAS
aqui a colaboração dedicada dos operários da legislação totalitária do FGTS, no início
da Usina, os quais, nó momento crítico,
concordaram, num grande espirito de sa-
deste ano, para demitir mais de 400 com-
panheiros nossos; somente em João Monle-
RAZOES
crificio, em uma redução de salários, fato vade foram demitidos 180 companheiros;
inédito na história da indústria".
• A CSBM produzia, em 1927, vinte
toneladas dia de aço ou laminados. Con-
g) adoção de um sistema de administração
punitivo e repressivo. Em conseqüência, a
manutenção de constante ameaça de dis-
PARA ASSINAR
forme dados estatísticos da empresa, e pensa, o que acaba criando um clima de in-
1952 a produção já alcançava o limite de
480 toneladas dia.
Embora a produção tivesse crescido mais
segurança e intranqüilidade, que, se é ruim
para a empresa, é péssimo para o trabalha-
dor e sua família;
MOVIMENTO
de quarenta vezes, em relação à sua marca h) a falta de respeito para com os trabalha-
inicial, evidenciando o crescimento da em- I F mais econômico: Você paga referências indispensáveis
dores que, enfrentando condições desuma-
* uma economia
27% menos atender e agir no Brasil
presa, em 16.11.52 o Dr. Louis Ensch, "Da-
pre- nas de trabalho, em
pouco
tempo se transfor-
sidente da Belgo, assim se expressou: mam em farrapos humanos... de CrS 350.00 Além disso, com estudos
remos aos trabalhadores e ás suas famílias ainda recebe gratuitamente e profw
A greve que realizamos, com o total
todas as possibilidades de uma vida condig- 10 edições anteriores de
apoio de todos os trabalhadores e de suas AConiribui pi
na, num ambiente de harmonia e seguran- Movimento, à suà escolha
famílias, com a simpatia da comunidade de nutnuti'
ça". um
João Monlevade e dos demais trabalhado- c crescimento
Os operários, apesar de decorridos vinte presente que.vale dé
res de Minas e do Brasil, foi um movimento CrS 250,00 Ise a assinatura imprensu indcpciid
e seis anos, esperam o cumprimento do
legítimo, única alternativa que nos deixou for anual).
compromisso solene da empresa. que não csiá.subim
« \ Nessa época, a empresa fundada em
Sabará já havia construído aciárias e altos-
a alta direção da CSBM, que jamais quis o
entendimento, quando nos assentamos na
mesa de negociação, na Delegacia Regional
"•** Você
pode
m acompanhar toda jpMffla à conveniência
unwicii/ntcs. mai
fornos, em João Monlevade, colocados em semana, em
qualquer
do Trabalho - MG... apenas com o <
marcha em 1937. A empresa cresce e se ex- do Brasil,
parte dc seus leilt*
pande enormemente. O Sindicato dos Trabalhadores os principais fatos
Antes desse desenvolvimento, em 1965, somente a eles
Metalúrgicos de João Monlevade
da semana, além de respoiisubiliih
¦os empregados atenderam a uma solicita- João Monlevade-MG
seções exclusivas
C Contribui,
de Movimento, como a -*'
susicnun
Cena Brasileira e a dcniim
NOVAPROPOSTA CURSO DE edição semanal
jornal
é
que prupnc<
brasileira do Le Monde coletiva de mais dt
PLANEJAMENTO Você tem à sua ¦nalistas,
Estudante 3
profes:
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26 MOVIMENTO 191
 àWãdi A mosca azul
dos partidos
Como que num passe de mágica, o
gover- de mãos dadas com os
no que antes colocava toda piores pelegos, éter-
sorte de obs- nos traidores da classe operária. Nâo
táculos para a formação de novos só
partidos isto,mas fazendo colocações confusas
sobre
políticos (que o digam os fundadores do a realidade política brasileira e com isto
PDR) de repente passou a fomentar a le-
proli- vando confusão para o meio da classe,
feracào dos mesmos. A mosca azul tocou desviando-a das discussões realmente
também alguns líderes operários obje
(Lula, etc.) uvas como a luta
e hoje se fala insistentemente no novo PTB, por maiores salários, mai-
or liberdade dentro das fábricas, conquis-
PS ou simplesmente PT.
tas das direções de suas entidades da cias-
A nós parece que todos os novos lideres se, formação de uma central de trabalha-
operários que estáo engajados nesta dis- dores, etc.
cussão estão fazendo da velha raposa do A formação de um
partido de trabalha-
planalto que desde 64 vem manobrando a dores no momento nos
parece ser puro
repressão, sendo o seu ideólogo. Agore idealismo. O
que será possível formar será,
quando a pressão popular interna e a opi- no máximo,um
partido trabalhista só de fa
nião pública internacional fizeram arrefecer- chada como o existente no
passado que ser-
um pouco a barbará repressão, viu mais para confundir
passam a ma- os trabalhadores
nobrar na área política, engendrando toda do que para resolver seus
problemas.
"preci- sorte de artimanhas e armadilhas
rés dos contratos de riscos - É que para di- trabalhistas fi-
Beltrano, sáo tiradas da Receita Federal, vidir as forças populares. É de se supor r»mnííiUant?-
cam discuündo Tes ¥eres
íamos" saldar a divida externa . Que be- a formação de
são verbas que poderiam criar mais esco- mesmo que o enorme contingente até aqui partidos
políticos, a reação deita e rola,
leflcios tiveram os trabalhadores e o povo Ias, hospitais, áreas de lazer, etc.,pelo me- utilizado na repressão (200.000 segundo a para usar
uma expressão do Plínio
:om os 40 milhões de dólares, contraídos Marcos nas enti-
nos teoricamente, mas isto é outro reportagem da Folha) esteia hoie empenha- dades sindicais, através
ielo governo? Só o aumento do custo de proble- dos eternos pele-
ma. do em espalhar a confusão nas fileiras
rida e rebaixamento do poder aquisitivo e
das gos de agentes infiltrados.
2') Serviu está campanha forças populares.
para aliviar mui- Achamos portanto
ias condições de vida. Por isso quem está tas pesadas consciências burguesas que a classe operária
de correr os riscos desses con- (afinal A infiltração'
de agentes deverá concentrar toda a sua força na sua
imeaçado elas aliviam-se com facilidade). O mau provocadores no
ratos, somos nós. Precisamos defender o pa- seio da classe operária é a organização através das entidades de cias-
tráo, o homem que enriquece às custas da principal arma
da reação para dividi-la, o se, de comissões de fábrica, de entidades de
jue é nosso. É preciso juntar nossas vozes e exploração de centenas de outros homens, que leva auto-
inir nossas forças: ABAIXO OS CONTRA- maticamente a conclusão de bairro e através dela fazer verdadeira mo-
deve ter se sentido melhor, dando uma que a princi-
TOS DE RISCOS! A AMAZÔNIAÉ NOSSAI quire- arma de defesa da classe operária é vimentação de massa exigindo melhores
la de sua mesa e achando pai
que já fez sua boa identificar, isolar e repudiar essas ingerên- condições de vida, término da repressão,
ação do ano, ou da vida.
Diretoria do Diretório Acadêmico cias e, consequentemente, manter a unida- Assembléia Nacional Constituinte,
3o) A Rede Globo se prestou a desfocar o anistia
do Instituto de Ciências Biológicas de. ampla geral e irrestrita e,
problema, propondo um aliviozinho á con- quando essas
conquistas forem concretizadas,
da UFMG seqüência, sem tocar na causa. Uma aspiri- Assim nos parece que a colocação da dis- quando o
câncer do peleguismo for extirpado,
- MG. na para curar um câncer. A causa de tan- cussão sobre novos partidos neste momen- quan-
Belo Horizonte do um mínimo de liberdade for conquistada,
tas crianças carentes é bastante clara: é o to, serve exatamente aos objetivos da divi-
sáo. partir então para a formação de um verda-
maior abandono, o salário de fome, a falta
deiro partido popular
'erguntar de condições para a permanência do ho- que inclua não so-
não mem no campo, é aquilo tudo
cansados de saber, mas que quem
que estamos
Os novos lideres operários conseguiram
mobilizar a sua classe e obter vitórias signi-
mente operário, mas também camponeses,
intelectuais, elementos da
pequena burgue-
poderia ficativas nos últimos dois anos^exatamente sia, enfim das forças mais conseqüentes
ifende: criança mostrar prefere fazer demagogia.
Caso a Rede Globo esteja realmente inte-
porque souberam repudiar as interferôn-
cias governamentais, denunciando o
existentes na sociedade.
Partido com uma ideologia definida
ressada em minorar tanto sofrimento pele- e
pode guismo (Joaquim, Campista, etcj e defen- com um programa com alternativa
lá lucro? começar a fazer algo concreto,
reportagens objetivas,
por exem-
verdadeiras,
dendo os legítimos interesses dos traba- verno,porque a sua meta
de go-
principal não será
pio, lhadores e apoiando as eleger meia dúzia de
sem medo. Será que ela topa? palavras de ordem parlamentares, ou
Com certeza, muita das demais forças populares como a anistia servir de trampolim
gente engoliu a pílula Quanto aos doadores, que melhorem as irrestrita, Assembléia Constituinte, para oportunistas mas
da Campanha do Ano I da Criança comba- uma opção conseqüente de conquista
Brasilei- condições de trabalho, o salário de seus de po-
ra promovida te ao imperialismo, etc. der pelas forças
pela Rede Globo. Afinal, já empregados, e caso nâo os tenhanvprocurem populares, ffj
nos habituamos a engolir sapos
bem maio- nâo ver em todo pobre um ladrão em Ao contrário disso, na discussão sobre
es. Porém, acredito po-
que a referida campa- tencial, em todo ladrão um motivo novos partidos, temos visto líderes Gonçalves SUva
ma tenha servido muito para um que tive-
melhor a outros Esquadrão da Morte. Façam parte do Brasil ram atuação altamente
nteresses do positiva nas greves Sáo Paulo - SP
que ao que, formalmente, se e não do Brazil.
iropunha:
Fica aqui uma perguntinha: mesmo
1 Por que, se o tal Ano I inicia-se a que
1 1 79 fosse arrecadada uma tâo fabulosa soma
i campanha foi feita
Ira. porque se feita em
iporturudade dos
2 semanas antes?
79 nâo daria a
que amparasse todas as crianças necessita-
das deste país, quanto tempo levaria
para
ASSINE O PACOTE DE
generosos doadores aba- que se voltasse à situação atual, mantidas
erem do Imposto de Renda,deste
i suas doaçâos. Na verdade,
exercício.
as doações
as causas?
Perguntar não ofende.
IMPRENSA INDEPENDENTE
pregoadas como ato de
grandeza de senti- Maria Lúcia Teixeira da SUva
nentos dos ilustríssimos Srs. Fulano
ou ¦ai#fw#"S# cmi outra
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<l
I i
Sr. redator:

ITendo sido Xá do Irã

por mais de 30 anos
nâo
sendo mais engolido nem com brio-
ches pela população local, venho recorrer â
Ivessa prestigiosa folha
pra ver se não daria
pegar uns trocinhos que esqueci lá em
pra
Sabe, só porque eu mandei atirar no
povo. mandei torturar gente pra burro, o
Icasa
pessoal lá nãome deixa entrar em casa! A
Farah (a Diba, não a Fawcett Major) está
tão desconsolada que nem esquia mais.
Meu dobberman de estimação só faz miau,
ladinho. Vê se vocês me quebram o
galho,
fazem alguma coisa, nào sei MR. Pahle
vi Marrakesh.

R Com que então xá. dançaste! Vai lá

e estende a
mão pro aiatolá em concilia
lüo Depois vem aqui pra
posse do ho
mem, sempre se arruma alguma coisa.

Si redator:
Comoflagelado mineiro que sou, acho
que deve haver algum engano. Pois então
os jornais não noticiaram com destaque a
existência de milhares de desabrigados, ci
dades inteiras destruídas,
quase mil mortos
no interior do Brasil9 Agora o governo solta
uma verba... igual a que soltou
pra três pes
soas1 O Atalla.o Lutfalla e o Gallotti entra
ram numa grana igua! ou maior e nunca se
flagelaram! Não é justo!
r. I: quem foi que falou em justiça
por
aqui'

redator
Eu fi/ tudo diretinho, desde o
ISr. começo.
Conspirei desde a
primeira hora Alienei
do Kstado,pai ais Entreguei tudo
que
eu pude
Ibens Inventei o arrocho salarial. Defen
(fi os contratos de risco, cacetes em estu

porradas em operários, tudo, tudo.

kntAoporque eles não me deram
(d.mtes,
um ministério7 aonde foi oue eu
I ERREI? R Campos. London.
• H Quem foi pra Albion
perdeu o bem
bom

*. i aros
Meus
patrícios:
que é que há'" Eu aprendi a trabalhar
com meu tio Ademar, fui indicado
10 pelo meu
amigo Maluf, por
que não querem me apre
pra Prefeitura? Por acaso serei algum
fariseu, logo eu? Eu
posso ser uma anta,
Iciar
mas a Leonor é uma -^ I ',
santa! R. de Barros, At>eu*K xoò/o At*,,* opte**-*.**%o »L I i l i i i I il
'
\ \ \ \ \ \ \ \ \ 1
.SP. ' ' ' ' ' 'll I
. ¦ i i i II
I R Veja lá. de Barros, se encontrar X<H ' ' ' ' ' 'li I
o / i. i * i , 11
' aiatolá não estende o mãozão não, hein?

I Sr. redator:
Como empresário do
setor têxtil, venho
manifestar minha solidariedade com o
I governador Paulo Egydio e manifestar o
• meu apoio á legalização
do Partido Comu
Acontece
o
que eu, acreditando na so
cial-democracia, estou com uma coleção
' '«vil.. ' ' ' ' 4 '
Inista.
•verão toda baseada em foice e
de
martelo, e se
/ 11 I I
homens nâo liberam, eu danço!
- Experimente cantar: "Deixe
(os R eu dan
çar. pro meu corpo ficar..."
" ' ' I | I | 1
I / j*£K* ]
I Sr.
Yo
redator:
estava caminando
por Ia calle de Ia
. .v\ /* - - *smi ' :
I
praia, em Puerto Alegre, e de repente estoy
acá en Montevideo con un tipón me hacien
(-.•••..
ii i ¦li. ' ' 7 W •
do cosas increibles ... Que és esso, humor i,i i M j
/ \*\
negro? A. Camillon, Montevideo ' '
/ / / / I I > /' f ( *
R Antes fosse- , Camillon. Entes , I I PÁ
fosse. I
I É a
ponteaérea da tortura, maneira latina
telecomuniações, vergonha ''Sj&T ' '
nacional
Desculpa,-tá? Acabou com o meu bom hu
. / ' - i ' ' *\ ' '
Ide
mor, que já não estava lá essas coisas. / \i
tomar um chopinho, que ninguém
é de ferro pra ficar fazendo piada com
IVou
essas coisas nojentas. Tchau mesmo.
\ I
t i I i | M* PJ^
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