Por meio da Revolução Industrial, os seres humanos passaram por inúmeras
transformações não só econômicas, como também sociais e culturais. Embora o Brasil apresente seus nuances específicos, ainda é possível notar a herança presente na questão da cultura do cancelamento na sociedade contemporânea. Nesse contexto, apresenta-se a figura de um grave problema, cujas causas decorrem em virtude da intolerância predominante em jovens nas redes sociais e dos subsequentes ataques virtuais.
Em uma primeira análise, é preciso destacar a impaciência e falta de empatia
como importantes fatores da problemática, visto que, no aplicativo Twitter, vem- se nos últimos anos, criando uma linha de exposições e críticas negativas aos influenciadores que apresentam alguma atitude prejudicial para algo ou alguém. Dessa forma, nota-se que esses alvos apenas recebem xingamentos e nenhuma solução, situação que, segundo o educador Paulo Freire, apenas oprime e não traz melhorias ou benefícios.
Nessa perspectiva, aponta-se entre muitas consequências da intolerância, a
dos ataques nas mídias sobre pessoas que expõem uma opinião ou ato que não concorda com os ideais do momento. De tal maneira apresenta-se o conceito de modernidade líquida do sociólogo Bauman, que diz a respeito das relações sociais como maleáveis e estarem em constante mudança. Assim, as pessoas que ontem estavam sendo consideradas corretas, hoje podem ser apedrejadas virtualmente e desenvolverem problemas psicológicos, traumas, que as impeçam de se relacionar futuramente.
Desprende-se, portanto, a necessidade das escolas, juntamente ao poder
privado incentivarem rodas de discussão, a partir de obras literárias que abordem a cultura do cancelamento. Tais empresas podem fornecer livros e, professores realizarem o processo mediador, elaborando, posteriormente, exposições e amostras culturais que divulguem à comunidade o trabalho realizado. Assim, os jovens ficarão mais cientes do poder da fala e haverá mais debate acerca do impasse.